Comitiva de representantes de universidades federais visitam o IBC
A visita foi na tarde da sexta-feira passada (29).
Os membros da comitiva estão à frente do consórcio criado para formatar um curso de especializacão em educacão inclusiva a ser oferecido na modalidade à distância para todos os professores da educacão básica no Brasil.
Já faziam parte do consórcio as Universidades Federais de Santa Maria, Uberlândia, Juíz de Fora e Grande Dourados. O Instituto Benjamin Constant foi convidado a participar do consórcio para contribuir com o módulo que tratará da inclusão de alunos com deficiência visual nas escolas.
No dia anterior, o diretor-geral do IBC, João Ricardo Figueiredo, havia participado da visita feita à Universidade Federal de Juiz de Fora para tratar do mesmo assunto. O secretário de Mobilidades Especiais de Educação (Semesp/MEC), Bernardo Goytacases de Araújo, participou das duas visitas, acompanhado da diretora de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com Deficiência, Patrícia Raposo , e da coordenadora-geral de Políticas para a Educação Especial, Ana Lúcia Félix de Souza, ambas também do MEC.
Os visitantes visitaram a Imprensa Braille, onde conheceram o processo de produção de livros e materiais didáticos especializados. "O IBC foi convidado a participar deste consórcio exatamente por ser a maior referência na produção desse material voltado à educação de pessoas com deficiência visual", disse o secretário da Semesp. Ele explicou que o curso será dividido em dois módulos de 180 horas de aperfeiçoamento cada um que, juntos, serão concluídos como especialização. Além dos conteúdos sobre cegueira, o curso vai tratar do atendimento escolar a estudantes surdos, autistas e com altas habilidades. "O MEC arcará com todo o custo de produção e implantação do curso, o qual temos a expectativa que comece já em agosto desse ano", completou.
"Essa junção de profissionais com diferentes expertises pode contribuir muito para a expansão da oferta de cursos de formação nas diversas áreas da educação especializada, para que os professores da educação básica de todo o Brasil entendam de que forma os alunos com determinada deficiência aprendem e saibam usar os materiais especializados adequados para eles", disse a professora Lívia Motta, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), de Minas Gerais, pioneira no ensino das técnicas de audiodescrição no Brasil.
Para o professor Reinaldo dos Santos, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no Mato Grosso do Sul, dois elementos são bastante promissores na formação do consórcio: o primeiro é o intercâmbio de experiências entre instituições que já desenvolvem trabalhos relevantes em diferentes áreas de educação especializada; o segundo elemento importante é a capilaridade dessas instituições. "O fato de elas estarem situadas em diferentes pontos do País e de possuírem vários campi, facilitam a disseminação desses conhecimentos importantes para a inclusão efetiva dos alunos com deficiência em sala de aula", complementou o professor.
O diretor-geral do IBC disse que vê como extremamente positiva a iniciativa do MEC e que o IBC realmente tem muita contribuição a dar no módulo que tratará da inclusão de alunos com deficiência visual. "Esperamos, no entanto, que até agosto já tenhamos a nossa autorização junto à Secretaria de Regulação do Ensino Superior para oferecer pós-graduação lato sensu. Precisamos estar inseridos entre as instituições que podem oferecer cursos de especialização, para poderemos dividir nossos alunos com os alunos das outras instituições, fazendo parte desse grande consórcio de entidades educacionais apoiadas pelo Ministério da Educação", concluiu João Ricardo.
Avaliação dos livros do PNLD em braille tinta
Antes da visita dos representantes das universidades, a diretora de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com Deficiência, Patrícia Raposo, e a coordenadora-geral de Políticas para a Educação Especial, Ana Lúcia Félix de Souza, se reuniram com a direção do Departamento Técnico-Especializado para discutirem sobre a produção, no ano passado, dos livros do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para este ano, em braille tinta.
O IBC participou do processo como a principal instituição avaliadora dos livros para alunos do 1º ao 5º anos, produzido pelas próprias editoras responsáveis pelas obras em tinta. As outras instituições avaliadoras foram os Centros de Apoio Pedagógicos Especializados (Capes) de diversos estados que se prontificaram a ajudar na avaliação das obras.
A diretora do DTE, Ana Luiza Mello de Araújo, disse que apesar de iniciativa de produzir os livros em braille tinta ser bastante positiva, uma vez que permite que os pais e responsáveis possam ajudar os filhos nas atividades de casa e agiliza a correção delas pelo professor, há alguns pontos que precisam ainda ser melhorados para que as edições futuras estejam de acordo com as normas técnicas preconizadas para a adaptacão de obras didáticas para alunos cegos.
"O braille tinta, como conceito, é muito bom. Mas realmente é preciso que as editoras se capacitem mais para melhorar as adaptações para o braille, para que os alunos tenham uma maior compreensão do texto, dos exercíciios e das imagens. É fundamental também que elas incluam no processo a revisão feita por um revisor braille, por leitura táti', disse Ana Luíza, colocando o DTE à disposição das editoras para tirar quaisquer dúvidas sobre a adptação das obras.
A professora Patrícia Raposo agradeceu a presteza com que o IBC avaliou o lote de livros sobre sua responsabilidade e a concordância em fazer a avaliação também dos livros enviados aos Capes e que permanecem sem avaliação. "É muito bom sabermos que sempre podemos contar com a colaboração do Instituto e vamos continuar a trabalhar juntos para que os livros do PNLD em braille tinta sejam aperfeiçoados", concluiu.
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