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Sarau homenageia Drummond e Gullar numa tarde de "sonho sonhado"

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A reunião na Praça dos Ledores foi organizada pela Divisão de Atividades Culturais e de Lazer (DAL) e contou com alunos e reabilitandos.

  • Publicado: Quarta, 24 de Outubro de 2018, 15h07
  • Última atualização em Sexta, 26 de Outubro de 2018, 06h10

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O Projeto

O projeto "Sarau no Tempero da Praça", foi criado e implementado em 2014 pela técnica em educação Maria Isabel da Silva Oliveira e pela bibliotecária Sara Sacramento de Paula, começou como recital de poesias apresentado por ledores voluntários do IBC e com o nome de Sarau da Primavera. Com o passar dos anos, a ação absorveu várias manifestações culturais e, atualmente, apresenta poesias, dramatizações, música, artes plásticas e atividades infantis. A mistura cultural saborosa inspirou o nome atual do projeto que realiza sua 8ª edição.

 

Apresentação do dia

Na tarde de hoje (24) foram várias as participações dos alunos que recitaram e cantaram versos dos poetas homenageados: Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar. O samba-enredo da Vila Isabel, escola carnavalesca que desfilou em 1980 com o enredo Sonho de um Sonho, foi um dos destaques da programação e deu a oportunidade do aluno Felipe Alexandre, do 9º ano do ensino fundamental, demonstrar o seu talento tocando a cuíca. A composição do samba possui a assinatura, entre outras, de Martinho da Vila e faz uma lapidação do poema de Drummond para um samba de carnaval. 

 

Os homenageados

 

Carlos Drummond de Andrade nasceu no interior do estado de Minas Gerais, filho de fazendeiros foi estudar, ainda um adolescente de 14 anos, em Belo Horizonte/MG. Mudou-se com 16 anos para a cidade de Nova Friburgo, região serrana do Estado do Rio de Janeiro, para seguir seus estudos, porém, em 1919, com 17 anos, retornou para Belo Horizonte, seguindo a vida acadêmica na capital mineira até formar-se em Farmácia, profissão que nunca exerceu.

Já em 1921 publicava seus primeiros trabalhos no Diário de Minas. Passou por vários jornais mineiros até vir, em 1934, para a capital do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro. Atuou como jornalista e publicava seus textos em prosa, textos que viraram livro em 1944 e 1952. Em 1945 foi convidado por Luís Carlos Prestes para ser o editor do jornal do Partido Comunista Tribuna Popular. Já suas crônicas eram publicadas no Correio da Manhã. Em 1969 o escritor ingressou no Jornal do Brasil e neste jornal fez sua despedida das redações com a crônica "Ciao", em 1984 e faleceu em 1987.

Como poeta Drummond projetou-se em 1928 com a publicação de "No meio do Caminho", um exemplo do seu estilo poético permeado de ironia e de fatos do cotidiano. O poeta da segunda geração Modernista ("Geração de 30") também fazia traduções de autores como Bauzac, Frederico Garcia e Molière. Drummond também foi servidor público de 1929 até 1962, ano de sua aposentadoria no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), último órgão que esteve lotado, depois de passagem por secretarias do Estado de Minas Gerais e ministérios do Governo Federal.

 

Ferreira Gullar é o pseudônimo de José Ribamar Ferreira. Nascido em 1930, em São Luís, no Maranhão, ao completar 18 anos incorporou ao nome o Gullar, uma referência ao sobrenome Goulart da família de sua mãe. Representante da poesia concreta veio morar na cidade do Rio de Janeiro em 1951 e acompanhou de perto vários movimentos artísticos e culturais, que impulsionaram sua produção bastante inovadora.

Em 1956 perfilou entre os poetas do evento concretista que marcou o início do movimento no Brasil. Já em 1960, rompia para o neoconcretismo que defendia subjetivismo e liberdade nas artes. Entrou para o partido comunista e passou a fazer poesias com viés político. Acabou preso pelo regime e passou a viver, depois de solto, na clandestinidade. Saiu do país para exílios em Moscou, Santiago (Chile), Lima e Buenos Aires. Foi na capital argentina que Gullar escreveu o que consideram sua obra prima, o "Poema Sujo".

De volta ao Brasil em 1977, Gullar novamente foi preso e liberto por pressão internacional. Passou a atuar na imprensa do Rio de Janeiro e como roteirista de televisão. No teatro também foi personagem marcante e um dos fundadores do Teatro Opinião, que teve importante papel na resistência democrática. O poeta faleceu em 2016.      

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