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Colóquio Múltiplos Olhares sobre a Surdocegueira debate a Síndrome de Usher

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O evento foi ontem (28) e trouxe ao IBC as falas de Karine Rocha, tradutora e intérprete de Libras do INES, Lara Gontijo, representante regional da Associação Brasileira de Surdocegos e Shirley Maia, presidente do Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial.

  • Publicado: Quarta, 29 de Novembro de 2017, 16h21
  • Última atualização em Quinta, 30 de Novembro de 2017, 09h47
Componentes da mesa-redonda: Shirley Maia, Lara Gontijo, Karine Rocha e Márcia Noronha.
Componentes da mesa-redonda: Shirley Maia, Lara Gontijo, Karine Rocha e Márcia Noronha.

Na abertura do evento, o diretor-geral do Instituto, João Ricardo Melo Figueiredo, reforçou a importância das atividades de pesquisa como fator de desenvolvimento institucional e garantia de conquista do espaço, que é de direito, dentro da esfera da pós-graduação na área da deficiência visual. Ressaltou o valor dos grupos de pesquisa do IBC para a propositura de novos métodos, técnicas e tecnologias na ação educacional e foi eloquente ao elogiar a parceria entre o Grupo de Estudos e Pesquisas na Surdocegueira (GPESC) e do Grupo de Pesquisa em Tecnologias Educacionais e Tecnologia Assistiva na Deficiência Visual, Surdocegueira e Deficiência Múltipla (GPTec), na troca de saberes e na realização conjunta do colóquio.

Mesa-Redonda

Lara Gontijo contou a dificuldade dos médicos em fazer o diagnóstico de sua surdez; depois, o desespero familiar com o avanço da cegueira e, finalmente, a constatação da Síndrome de Usher, já na adolescência. ela narrou a incapacidade da escola regular em promover a sua escolaridade, seu desenvolvimento na escola para surdos e a descoberta do mundo do surdocego. Comentou o desconhecimento e a falta de percepção da sociedade do que seria a surdocegueira e a consequente falta de preparo para a inclusão e de legislação específica para atender as necessidades da pessoa com surdocegueira.

Já Shirley Maia apresentou detalhadamente as características, manifestações e os níveis de comprometimento da Síndrome de Usher -  uma doença genética, hereditária, onde surdez, retinopatia e desequilíbrio durante a marcha estão presentes em níveis variados e em fases diferentes da vida, fazendo com que cada caso demande estratégias educacionais específicas. A professora mencionou a importância e a dificuldade de obter acompanhamento psicológico, pois a depressão é frequente, a recusa da bengala é comum, o que implica aumento do risco de acidentes, principalmente ao escurecer, entre outras questões nas quais o profissional pode trabalhar.   

Dentre as informações que precisam ser divulgadas à sociedade Shirley citou a convenção na cor da bengala que a pessoa com esta síndrome deve usar.  " A bengala branca e vermelha indica que a pessoa é surdocega, detalhe que pode ser determinante para se intervir numa situação de risco",informou a professora, alertando também para os cuidados que se deve ter com o uso de anticoncepcionais.  "Esses medicamentos, como a própria gravidez, podem acelerar a evolução da retinose pigmentar e as mulheres com a doença devem ser informadas disto", completou.

Karine Rocha falou da necessidade de o estudante com surdocegueira que frequenta sala de aula inclusiva ser respeitado em seu tempo de receber do guia intérprete as informações e promover as suas ações. A autonomia e o exercício de manifestar a sua opinião são dificuldades apresentadas no dia dia dessas pessoas no ambiente escolar. Ao final das apresentações, a coordenadora da mesa-redonda e professora do IBC, Márcia Noronha, respondeu as críticas de uma das participantes, ex-aluna do IBC na década de 1990, com surdocegueira, sobre a falta de intérpretes de Libras na instituição quando estudava, informando que o IBC iniciou seu programa de atendimento ao surdocego justamente naquela década.  " Foi uma conquista difícil a inserção, no quadro de servidores da Instituição, do cargo de intérprete de Libras, pois as instâncias superiores não compreendiam a surdocegueira como a deficiência singular que é, não podendo ser atendida a cegueira no IBC e a surdez em outra instituição especializada. Hoje o entendimento já existe e o IBC possui o profissional", explicou a professora, ressaltando o avanço no atendimento a esse público na Instituição.  "Minha felicidade é que tivemos um evento de qualidade e as pessoas com surdocegueira puderam participar plenamente", concluiu Márcia, , agradecendo a equipe organizadora do evento e os  intérpretes voluntários que o tornaram possível.  

 

   

 

 

 

  

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