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Mais uma vez o IBC faz história

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Inauguração de instalações e realização da aula magna marcam o início das atividades acadêmicas do mestrado profissional em Ensino na Temática da Deficiência Visual do IBC — o primeiro da América Latina.

  • Publicado: Quinta, 05 de Agosto de 2021, 14h36
  • Última atualização em Sexta, 06 de Agosto de 2021, 10h06
Sobre fundo marrom degrade, duas fotos.  A primeira, acima à direita, mostra três mulheres e dois homens lado a lado, sobre um tapete vermelho estendido em frente ao um prédio amarelo e outra mulher de preto, fora do tapete, gesticulando para cerca de dez pessoas visíveis na foto. Com a exceção da mulher de preto, todos usam máscaras de proteção sobre nariz e boca. Na legenda da foto está escrito: “Inauguração das instalações do programa de pós-graduação do IBC”.  A segunda foto, abaixo à esquerda, mostra um grupo de homens e mulheres posando para foto em um palco de teatro.  Na legenda da foto está escrito: “Alunos e professores do curso de mestrado, em foto tirada após a aula magna. No canto superior esquerdo, em letras brancas sobre o fundo marrom, lê-se: “O que era um sonho…”; a frase é complementada no canto inferior direito, onde se lê: “hoje é fato”.
Os dois eventos foram realizados ontem (4), em formato híbrido ontem — ou seja, presencialmente e pela internet.

O dia tão esperado pela comunidade acadêmica do IBC começou com discursos emocionados. Logo pela manhã, foi realizada a inauguração oficial das instalações do Programa de Pós-Graduação do IBC, seguindo todos os protocolos de biossegurança por causa da pandemia de Covid-19.

O evento, presidido pelo diretor-geral do IBC, João Ricardo Melo Figueiredo, contou com a participação dos diretores de departamentos da instituição Elise de Melo Borba Ferreira, Maria Odete Santos Duarte, José Tadeu Madeira e Jefferson Gomes de Moura; da pró-reitora de Ensino do Colégio Pedro II, prof.ª Eliana Soares; do diretor de Ensino do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), Rodrigo Rosso, e do deputado estadual do Rio de Janeiro, Waldeck Carneiro. O evento foi também prestigiado pelos técnicos, professores e alunos da primeira turma do curso de mestrado, que fizeram questão de participar da solenidade presencial, representando os colegas.

O secretário-executivo do Ministério da Educação, Victor Godoy, enviou mensagem ao IBC, parabenizando pela conquista. "Agradeço e parabenizo todos os envolvidos nesse projeto. Seguimos avançando para uma sociedade mais inclusiva e o trabalho realizado pelo IBC deixa nosso Brasil muito orgulhoso pelo respeito e carinho com os deficientes visuais", concluiu a mensagem.

 
Emoção e reconhecimento

O professor João Ricardo dividiu o tapete vermelho estendido em frente ao prédio da Imprensa Braille, onde o Programa de Pós-Graduação irá funcionar, com outros três servidores que foram fundamentais para a sua criação: a diretora do Departamento de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Elise de Melo Borba Ferreira; a coordenadora de Pós-Graduação, Naiara Miranda Rust, e o coordenador de Cursos Stricto Sensu, Vagner Santos da Cruz. Em todas as falas, prevaleceu o tom emocionado de quem há mais de 10 anos vinha lutando para que o sonho do ingresso do IBC no ensino superior se concretizasse.

O professor Vagner agradeceu o esforço de toda a equipe docente e dos técnicos envolvidos na criação e aprovação do mestrado. "Muitas pessoas se dedicaram à realização deste mestrado que agora inicia, na prática, com novos desafios daqui para a frente”, disse o coordenador do mestrado, um dos responsáveis pelo trabalho de estruturação do curso.

A professora Naiara lembrou os desafios que precisaram ser superados nesse processo, como a qualificação do corpo docente para que o IBC tivesse professores doutores suficientes para oferecer um curso stricto sensu. “Agradeço a confiança depositada em mim pela Direção-Geral e espero que o curso e as pesquisas desenvolvidas possam contribuir para que os alunos possam ser realmente incluídos na sociedade. É, sem dúvida, um dia histórico para o IBC", disse Naiara, resumindo o sentimento ao ver a concretização do projeto.

Para a professora Elise, a inauguração do mestrado é o ponto alto da sua carreira de servidora pública, iniciada em 1984, no IBC. “Desde aquele tempo nós já sonhávamos com o dia em que teríamos um mestrado na nossa área de atuação e quanta gente lutou por ele, como as professoras Valéria Aljan, Luzia Helena Lopes Pereira e tantos outros. Na verdade, o que conquistamos é fruto do trabalho coletivo de muitas pessoas, inclusive de algumas que não estão mais aqui. É resultado também do amadurecimento da própria instituição, que investiu na formação dos seus professores. Agora, é hora de colhermos os frutos", disse a diretora, reconhecendo também o trabalho realizado pelo seu ex-aluno e hoje professor e diretor-geral do IBC.

No seu discurso, o diretor-geral do IBC falou da importância do dia 4 de agosto de 2021, que dá uma guinada nos rumos do IBC com a verticalização de sua atuação acadêmica a partir do momento em que passa a oferecer da educação básica à pós-graduação. Ele fez um histórico de todos os desafios que tiveram que ser enfrentados para que este dia chegasse, inclusive pelos diretores que o antecederam no cargo, e sobre a forma brilhante com que o curso foi implantado. 

“O nosso projeto foi aprovado pelo MEC sem nenhuma necessidade de correção ou adaptação de seu texto, o que é raro. Fizemos o processo seletivo e conseguimos atrair pessoas de todo o Brasil, o que é uma prova da necessidade urgente de formação especializada no ensino de pessoas cegas e com baixa visão para que estes estudantes não sejam apenas matriculados e acolhidos nas escolas, mas que efetivamente aprendam e se desenvolvam academicamente”, disse.

João Ricardo fez questão de prestar uma homenagem especial a sua principal colaboradora no processo de submissão e aprovação do curso — a prof.ª Elise, em nome de quem agradeceu todos os demais envolvidos na estruturação do Programa de Pós-Graduação, que em breve colocará à disposição da sociedade cursos lato sensu. "Enfim, esse resultado é fruto de muito trabalho e dedicação dos professores e técnicos do IBC e dos seus familiares, que também se envolveram, direta ou indiretamente no processo", concluiu.

Ao final da solenidade, os convidados visitaram o espaço, que foi reformado para abrigar também o Programa de Pós-Graduação do IBC e conta com os seguintes ambientes: secretaria, coordenação, sala de alunos (sala de estudo), sala de professores e sala de aula.

Aula Magna

À tarde, o Teatro do Instituto Benjamin Constant recebeu alunos e professores do curso para a aula magna do Mestrado, com o tema “Mitos e Fantasias: A Educação Desvenda as Verdadeiras Potencialidades da Pessoa com Deficiência Visual”.

Os professores doutores Maria da Glória de Souza Almeida e João Ricardo Melo Figueiredo falaram sobre as barreiras atitudinais que muitas vezes impedem as pessoas cegas e com baixa visão de progredirem não só academicamente como de se incluírem na sociedade e no mundo do trabalho.

Foram duas palestras extremamente práticas, pois focadas nas experiências dos dois professores, ambos com deficiência visual — João Ricardo tem baixa visão e Maria da Glória é cega. 

 
Curso de mestrado profissional — a história.

No princípio dos anos 2000, o IBC deu início aos iniciou os estudos para a criação de um curso de mestrado, que esbarrou na falta de professores com doutorado no corpo docente do Instituto. No final de 2016, retoma-se o projeto de criação do curso tendo à frente a professora Naiara Rust, presidente da comissão organizadora do processo seletivo e coordenadora dos Cursos de Pós-Graduação do IBC, e o professor Vagner Santos da Cruz, coordenador de Cursos Stricto Sensu.

Enquanto se trabalhava na estruturação do mestrado, a Direção-Geral do IBC lutava para conseguir a mudança do Regimento da Instituição, com a inclusão das competências para oferecer não só a educação profissional de nível médio como também cursos de pós-graduação stricto e lato sensu.

Em agosto de 2019, o IBC submeteu a proposta de implantação do mestrado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação do Brasil que atua na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu em todos os estados brasileiros. Das mais de 100 propostas avaliadas, apenas oito foram aprovadas — entre elas, a do Programa do Instituto. O anúncio do resultado final foi feito em novembro de 2019; em seguida, o curso foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologado pelo MEC, em junho de 2020.

Enquanto isso, os professores do IBC foram terminando seus doutorados — fundamental para que a instituição pudesse oferecer um curso de mestrado. 

No ano passado, em plena pandemia, começaram as obras de reforma do espaço escolhido para a instalação do Programa de Pós-Graduação — o prédio da Imprensa Braille. A área precisou de adequações físicas para abrigar as atividades acadêmicas de ensino e pesquisa do curso. O mobiliário (mesas, cadeiras e armários) já havia sido adquirido com recursos de emenda parlamentar do então deputado Jean Wyllys, em 2019.

Em fevereiro deste ano, o edital para seleção de alunos foi publicado. Ao todo, 118 candidatos se inscreveram. Destes, 93 tiveram a inscrição homologada para concorrerem às 20 vagas previstas pelo edital. Por decisão do Colegiado, mais 5 candidatos classificados foram convocados para matrícula, somando 25 alunos matriculados.

A primeira turma do mestrado do IBC tem alunos de Norte a Sul do Brasil: do Pará ao Paraná, passando por Mato Grosso, Paraíba, Minas Gerais, Espírito Santo e, claro, Rio de Janeiro. São profissionais das diversas áreas do conhecimento, grande parte professores do ensino básico que trabalham na rede pública de ensino. Praticamente todos os mestrandos relataram que trabalham ou já trabalharam com alunos com deficiência visual, seja como professor regente ou como professor do atendimento educacional especializado. "Ou seja, será um ambiente de muita troca de experiências e conhecimentos, inclusive para os professores, pois é impossível não aprender com os alunos em um curso como este", avalia a diretora do DPPE.

As aulas presenciais acontecerão às quintas e sextas-feiras e, além do espaço exclusivo do mestrado, os alunos terão à disposição deles toda a estrutura e recursos didáticos do IBC. Outro diferencial importante deste mestrado é a oportunidade que os alunos terão de desenvolver seus projetos de pesquisa em uma instituição que oferece educação básica para crianças cegas e com baixa visão — exatamente o público para o qual os mestrandos vão se preparar para atender.

Edna Trindade, pedagoga de Tucuruí (PA), é uma das mestrandas da turma. Desde 2008 trabalhando com o atendimento de deficientes visuais — primeiro como professora do município e mais recentemente também como revisora de texto braile, no Instituto Federal do Pará — ela afirma que estar no IBC é a realização de um sonho.

"Sempre acompanhei o trabalho do Instituto, seja pelo site ou pelo material didático produzido aqui. Entrar pela primeira vez nas instalações do prédio e agora ser uma aluna do IBC me enche de orgulho e emoção", afirmou. Apesar da distância e da saudade da família, ela garante que todo o esforço valerá a pena: "Estou investindo no meu crescimento profissional com um objetivo claro: aprimorar o atendimento aos alunos e o suporte aos professores que lidam com deficientes visuais. Tenho certeza que serão dois anos de muito aprendizado", concluiu.

Para ver e rever

Os dois eventos, transmitidos pelo YouTube já estão com os respectivos vídeos disponibilizados. Para assisti-los é só clicar nos links abaixo:
1) Inauguração das instalações do curso
2) Aula Magna

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