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Hoje é o Dia Nacional do Braille

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A data homenageia o nascimento de José Álvares de Azevedo, idealizador do Instituto Benjamin Constant e Patrono da Educação de Cegos do Brasil.

  • Publicado: Quarta, 08 de Abril de 2020, 14h23
  • Última atualização em Quarta, 30 de Junho de 2021, 07h47
Adolescente lendo um livro em braille na biblioteca, tendo ao fundo um adolescente lendo um livro em letra ampliada no CCTV.

Recém-chegado da França, onde havia aprendido o código braille no Instituto dos Meninos Cegos de Paris, José Álvares chamou para si o desafio de alfabetizar o maior número de cegos que conseguisse. Foi assim que, aos 16 anos, ele se tornou o primeiro professor de braille do Brasil.

Além de ensinar, o jovem passou a escrever artigos para jornais e a fazer um verdadeiro lobby entre as elites política e intelectual do Rio de Janeiro, então capital federal, para a implantação de uma instituição semelhante àquela em que estudou.

Por intermédio do pai de uma aluna, o médico Xavier Sigaud, José Álvares conseguiu ser recebido pelo Imperador D. Pedro II, que ficou impressionado com a apresentação do rapaz, a ponto de mandar providenciar os estudos para a construção da escola. "O resto é história; uma história muito bonita da qual, nós, do Instituto Benjamin Constant, nos sentimos honrados de fazer parte", disse o diretor-geral do IBC, João Ricardo Melo Figueiredo.

De 1854, ano de fundação do IBC, até hoje, muita coisa mudou no mundo e no Brasil. "Hoje, as pessoas com deficiência visual têm toda uma tecnologia à disposição para tornar o mundo mais acessível; mas especificamente para os cegos, o braille é e sempre será a base sem a qual ele não conseguirá progredir na vida acadêmica e se inserir na sociedade", completou o diretor.

O Programa Nacional do Livro Didático Acessível

Da última comemoração à data até hoje, a disponibilização de livros didáticos em braille para os estudantes cegos brasileiros foi ampliada de forma expressiva por meio do Programa Nacional do Livro Didático Acessível (PNLD/Acessível), do Ministério da Educação.

Só no ano passado foram distribuídos 28.743 exemplares de 362 obras produzidos em braille e também com caracteres em tinta ampliados, para serem usados por cegos e pessoas com baixa visão. Esta foi a primeira vez que alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental tiveram acesso a este material adaptado.

Os livros em braille-tinta do PNLD Acessível permitem que tanto as famílias como os professores possam acompanhar o que o estudante que utiliza o braille está lendo, além de garantirem que os alunos cegos tenham acesso ao mesmo conteúdo do material didático utilizado pelos colegas videntes. A distribuição dos exemplares é feita tendo como base o número de matrículas que consta no Censo Escolar do ano anterior. Os livros acessíveis não são consumíveis, portanto podem ser utilizados por outro estudante no ano seguinte.

Neste ano, o MEC ampliou a oferta para todas as séries do ensino fundamental e está trabalhando na avaliação e entrega de 10.776 livros (em 286 obras) para estudantes do sexto ao nono ano. "O Instituto Benjamin Constant foi chamado a participar da avaliação das obras produzidas e impressas pelas editoras, juntamente com os Centros de Apoio Pedagógico para Atendimentos às Pessoas com Deficiência Visual (CAPS), para que a qualidade do material disponibilizados aos alunos cegos e com baixa visão melhore a cada edição".

Clique aqui para assistir ao podcast sobre a importância do Dia Nacional do Braille para os cegos brasileiros com as falas das professoras Maria da Gloria de Souza Almeida e Thalita Nilander, do Instituto Benjamin Constant.

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