Velhos mestres do IBC esbanjam talento em tarde cultural
O sarau foi promovido pela Associação Brasileira de Professores Cegos e Amblíopes (ABPCA).
Eles passaram a maior parte de suas vidas percorrendo os corredores do IBC. Primeiro, como alunos; depois, como professores e, hoje, como aposentados. Todas as terças-feiras eles se reúnem na sala da Associação, no corredor da Reabilitação, para conversar sobre a vida, compartilhar lembranças e — por que não? — para serem ouvidos por quem está trilhando agora o caminho que eles pavimentaram.
Pois ontem (19), esses senhores brindaram os convidados do evento que organizaram para homenagear os 165 anos do Instituto Benjamin Constant com um show de vitalidade e talento. A programação foi aberta pelo casal de músicos Virgínia Menezes e Rubens Monteiro Bastos. Virgínia é ex-revisora de texto braille e atual consultora de audiodescrição do Instituto ex-aluno e professor de piano do IBC; Rubinho, como é conhecido, foi aluno e professor de piano do IBC. Ambos formam uma dupla que há anos atua com sucesso na noite carioca.
Em seguida, o associado fundador mais antigo da ABPCA, o professor Marcello Estevão, soltou a voz entoando dois clássicos da música popular brasileira da década de 1940; além dele, cantaram as professoras Darc Melgass Bulcão, Raquel Gomes Viana e Nair Santos Oliveira. Os dois instrumentistas do grupo, os professores Rubinho e Severino Campelo, também se apresentaram sozinhos ao piano, com solos elaborados de músicas nacionais e internacionais.
O sarau também homenageou duas das mais proeminentes da história do IBC — Benedita de Melo e Mayá Devi. A professora Nair e o poeta baiano Sílvio Souza, membro da Casa do Poeta e da Associação Sarau Paulistano pra Inclusão na Arte e Cultura, além de membro honorário da ABPCA, declamaram quatro poemas das ex-alunas e professoras da casa. Admirador de ambas, Sílvio diz que não perde nenhuma oportunidade em suas apresentações pelo País de divulgar o trabalho delas. "Para mim é uma honra estar aqui, participando desta festa no IBC. Afinal, não é todo o dia que se vê, sobretudo no Brasil, uma instituição de ensino com 165 anos", completou.
Fora da programação e, por isso mesmo, uma grata surpresa, o aluno do Curso Técnico Integrado em Instrumento Musical, Ismael Marques Ferreira, fez questão de homenagear os professores se apresentando ao piano para eles.
Ao final, a alegria do reencontro dos velhos mestres com alguns de seus alunos e colegas de trabalho ali presentes valeu o esforço que muitos fizeram para comparecerem ao encontro. "Foi um encontro ótimo, muito agradável, estamos muito felizes", comemorou o presidente da ABPCA, o professor Severino Campelo.
Redes Sociais