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Projeto 1— Linha 1

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Publicado: Quinta, 16 de Julho de 2020, 15h32 | Última atualização em Quinta, 16 de Julho de 2020, 16h48 | Acessos: 884

A Linguística Cognitiva e o Desenvolvimento de Modelos Conceituais em Falantes com Baixa Visão

Esta pesquisa baseia-se nos conceitos contemporâneos da linguística cognitiva, assumindo-se gramática de forma dinâmico, associada à rotinas cognitivas que são transformadas, moldadas e construídas através do uso e da interação social (Lakoff e Johnson, 1980).

Por esta percepção, destaca-se a corporificação do pensamento, ou seja, por ser integrada e não isolada, a linguagem é constituída através das experiências corporais dos seres humanos. O modo como vivemos e interagimos com nosso corpo fazem com que desenvolvamos a base de nosso sistema conceptual, distinguindo-nos, inclusive, culturalmente.

Qualquer anormalidade neste corpo vai influenciar o modo como percebemos o mundo (Martin e Bueno, 2003; Rodrigues, 2006; Monteiro, 2009: Figueiredo, 2014). Sem o sentido da visão, a maneira pela qual o cego percebe o que está ao seu redor é diferente do sujeito que tem este sentido em perfeita condição. A conceitualização da realidade vai ocorrer de forma distinta e os processos cognitivos vão adaptar-se a esta realidade. Mesmo assim, o sujeito cego acaba desenvolvendo-se, linguisticamente, por intermédio dos sentidos remanescentes. Sem a alteração nos outros órgãos ele consegue conceber a realidade, mas o que aconteceria se o que estivesse em tela fossem, por exemplo, metáforas visuais, as quais são constituídas de elementos que não podem ser vislumbrados por outro sentido sem ser o da visão?

            Deste modo, faz-se a proposição deste estudo, tendo como informantes falantes com baixa visão, matriculados no Instituto Benjamin Constant, como será apresentado mais adiante, neste texto.

  • Investigar a constituição de Modelos Conceptuais em falantes com baixa visão;
  • Pesquisar a corporificação do pensamento em falantes com baixa visão;
  • Desenvolvimento de mecanismos de experiências que facilitem o desenvolvimento de Modelos Conceptuais em falantes com baixa visão;
  • Distinguir e facilitar o acesso dos falantes com baixa visão às diferentes molduras conceptuais.
  • Desenvolver abordagens pedagógicas para alunos com baixa visão.

Os objetivos serão alcançados através da análise de narrativas colhidas em conversas estruturadas com informantes com baixa visão seguindo o modelo sociolinguístico e da análise de narrativas (Labov e Waletzky, 1967), Shiffrin (2006).

Assim, seremos capazes de demonstrar elementos que possam favorecer o processo de inclusão social de pessoas com deficiência visual, por meio de sua participação como ator, protagonista de sua existência, dominando os mecanismos linguísticos e cognitivos de seus atos cotidianos.

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