Revista Brasileira para Cegos Ano LXXIII, n.o 536, janeiro/março de 2015 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Informação e Cultura Editada na Divisão de Pesquisa, Documentação e Informação Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 -- Urca Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-240 Tel.: (55) (21) 3478-4458 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito

¨ I Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Ana Paula Pacheco da Silva Daniele de Souza Pereira João Batista Alvarenga Leonardo Raja Gabaglia Regina Célia Caropreso Revisão Karine Vieira Pereira Paulo Felicíssimo Ferreira Victor Luiz da Silveira Colaboração Maria Luzia do Livramento Marlene Maria da Cunha Transcrição conforme as Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, MEC/SEESP, 2006. Distribuição gratuita consoante a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de Setembro de 1949.

Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ ?itemid=381~,

¨ III Sumário Editorial :::::::::::::: 1 Eu sei, mas não devia ::::::::::::::::: 3 O que são rios voadores e como eles interferem no clima do Brasil? :::::::::::::: 8 História das Copas :::: 12 Pensamentos :::::::::::: 48 No Mundo das Artes Suilan Lira Sena ::::: 48 Manoel de Barros :::::: 52 Roberto Gómez Bolaños :::::::::::::: 58 Maravilhas do Mundo Bioma amazônico :::::::: 63 Memória Sidney Marzullo ::::::: 74 Direitos de Todos ::::: 80 Acessibilidade e Inclusão ::::::::::::: 88 Nossa Casa :::::::::::: 91 Vida e Saúde :::::::::: 97 RBC Informa :::::::::: 110 Culinária :::::::::::::: 112 Espaço do Leitor :::::: 116 Vocabulário :::::::::::: 118 Editorial Temos assistido, nos últimos meses, a um sem-número de discussões e a outro tanto de explanações sobre a crise hídrica, quase todas concluindo pela falta de planejamento do governo, com sérias consequências para o abastecimento de água. É bem verdade que algumas áreas foram ocupadas desordenadamente, com casas e/ou prédios erguidos sem infraestrutura adequada e direcionando esgotos para os rios; que o derramamento de produtos químicos em nosso litoral tem causado, não raro, grande mortandade de peixes, sendo tudo isto parte significativa dos maus-tratos infligidos à natureza. Importante lembrar, todavia, que o governo não pode ser apontado como responsável único de tudo. Afinal, não é ele quem deixa a torneira aberta ou pingando, lava carro e calçada com a pressão máxima da mangueira, joga utensílios e móveis velhos no rio próximo ou destrói as vegetações ribeirinhas. O lamentável é que, acostumados às soluções improvisadas de última hora, se haja esperado tanto, de fato quase à exaustão dos recursos hídricos, para alertar o povo quanto à gravidade do problema. Por muitos anos, esbanjamos água como se estivéssemos consumindo algo infinito. Agora, contudo, devemos conscientizar-nos de que água é vida e de que a simples ameaça de sua falta iminente já nos soa apavorante. Assim, ante a possibilidade de um colapso no fornecimento deste líquido tão natural quanto insubstituível, julgamos pertinente resumir este editorial com uma frase já bastante comum a vários textos publicitários: "Somos todos responsáveis". A Comissão Editorial Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Eu sei, mas não devia Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. (Do livro "Eu sei, mas não devia", de Marina Colasanti -- Editora Rocco Ltda., 1996) Revisado por Karine Vieira Pereira :::::::::::::::::::::::: O que são rios voadores e como eles interferem no clima do Brasil? Mais de três mil quilômetros separam o estado de São Paulo da Floresta Amazônica. A longa distância sugere que acontecimentos acima da linha do Equador não interferem na vida do Cone Sul. Entretanto, esta falsa lógica esconde uma verdade inegável: a Amazônia não só se relaciona com o restante do país, como é responsável pelo clima que incide nas demais regiões. Dessa forma, o desmatamento das árvores no bioma resulta na falta de chuva que assola as represas do Sudeste e Centro-Oeste. Essa interligação ocorre através do fenômeno conhecido como "rios voadores". Tais correntes de umidade, lançadas na atmosfera pelas árvores da Floresta, percorrem com o vento um longo caminho até o sul do Brasil. A camada de ar ajuda na constituição de chuvas no verão, responsáveis pelo abastecimento da maioria dos estados. Estimativas mostram que cada planta consegue "bombear" 500 litros de água por dia. Assim, a região amazônica consegue jogar 20 bilhões de toneladas de água no ar diariamente -- três bilhões a mais do que a vazão do rio Amazonas, o maior do mundo. O processo é natural e impede a desertificação do Sudeste. Se compararmos a faixa de terra entre as latitudes 20} e 30} no hemisfério Sul, notaremos que apenas no Brasil não há territórios áridos. O paralelo é conhecido pelos desertos africanos na Angola, Namíbia, Botswana e

no centro e norte da Austrália, que não possuem a ação dos rios voadores com suas nuvens úmidas. O problema é que o desmatamento contínuo da Amazônia faz com que o “rio voador” fique cada vez mais "seco" e sem força para chegar aos outros estados brasileiros -- o que favorece a estiagem vivida atualmente. A conta é simples: quanto mais árvores forem derrubadas, menos umidade será lançada na atmosfera. Além disso, o caminho das nuvens é favorecido por outros biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica. Entretanto, como também sofrem com a devastação, surge uma massa de ar quente que bloqueia esse processo, fazendo com que a chuva caia em outras regiões.

Só há uma alternativa para fazer com que o "rio voador" retome seu caminho natural: promover o reflorestamento das áreas desmatadas. Embora a extração de árvores tenha caído nos últimos anos, é preciso preencher o vazio dentro da floresta. É um ato simples diante da magnitude do tema, mas que garante uma sobrevivência sadia para todos. Apenas com ações coletivas e políticas eficientes é possível reverter o cenário e reconstituir este ciclo vital para a sociedade. O importante é termos em mente que não existem atitudes isoladas quando o assunto é sustentabilidade. Com a união de todos é possível reverter a situação

e garantir um futuro melhor para as próximas gerações. Fonte: ~,http:ÿÿenvolverde.~ com.brÿambienteÿo-que-~ sao-rios-voadores-e-como-~ eles-interferem-no-clima-~ brasilÿ~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo História das Copas 2002 -- A Família Scolari leva o Brasil ao quinto título Os barbeiros e cabeleireiros do Brasil tiveram um dia cheio na segunda-feira, 1º de julho de 2002. Todo menino que gostava de futebol no país queria um corte de cabelo igual ao de Ronaldo. No dia anterior, o craque exibira, na final da Copa do Mundo do Japão e da Coreia, um dos mais esquisitos, para dizer o mínimo, penteados da história dos Mundiais. A meia-lua de cabelo na frente da testa, no entanto, deu sorte para o artilheiro. Ele marcou dois gols contra a Alemanha do goleiro Oliver Kahn, chegou aos oito na artilharia da Copa, tornou-se o jogador que mais balançou as redes em Mundiais, com 15 tentos, e garantiu o pentacampeonato para o Brasil. Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo foi disputada em duas sedes. O Japão e a Coreia do Sul dividiram a responsabilidade de organizar o Mundial. A final foi em solo japonês, mas quem se deu melhor durante o torneio foram os coreanos. Eles venceram Portugal e Polônia na primeira fase, depois a Itália nas oitavas de final e a Espanha nas quartas. Com a torcida em êxtase, os coreanos só foram parados na semifinal, quando perderam para a Alemanha. No fim, ficaram com um histórico quarto lugar. Os japoneses também não fizeram feio. O apoio dos torcedores foi suficiente não apenas para que o Japão vencesse uma partida de Copa pela primeira vez, mas acabou empurrando o time para uma igualmente inédita segunda fase. A seleção nipônica derrotou a Rússia e a Tunísia e empatou com a Bélgica na primeira fase, classificando-se em primeiro lugar do grupo. Mas a alegria dos japoneses não durou muito: nas oitavas de final, derrota para a surpreendente Turquia. Os turcos, aliás, foram as maiores zebras de uma Copa que não pecou pela falta de resultados inesperados. Em 2002, a Turquia voltou a disputar um Mundial depois de 48 anos. Caíram, logo de cara, no grupo do Brasil. Mesmo assim, conseguiram se classificar, graças ao saldo de gols melhor que o da Costa Rica. Nas oitavas de final, 1 a 0 sobre o Japão. Nas quartas, mais uma vitória magra, dessa vez na prorrogação, sobre o também surpreendente Senegal. A Turquia dificultou ao máximo a vida do Brasil na semifinal, mas um chute de bico de Ronaldo resolveu o jogo. Os turcos ainda tiveram fôlego para vencer a Coreia do Sul e terminar o Mundial com um incrível terceiro lugar. Vítima da Turquia, a seleção de Senegal também merece menção honrosa. Seguindo a tradição africana de jogar um futebol alegre, os senegaleses mostraram força logo no primeiro jogo, com o 1 a 0 sobre a então campeã França. Depois, empates com Dinamarca e Uruguai. Nas oitavas de final, uma impressionante vitória sobre a Suécia na prorrogação, que colocou Senegal entre os oito melhores times da Copa. Pela primeira vez, as oitavas de final contaram com seleções de cinco confederações diferentes. Além da França, Portugal e Argentina também se despediram logo na primeira fase. Os portugueses, que contavam com Luis Figo, foram derrotados pelos Estados Unidos logo na estreia e depois não conseguiram mais se recuperar. Os americanos conseguiram a melhor campanha de sua história ao vencerem o México e avançarem para as quartas de final, quando foram derrotados pela Alemanha.

A Família Scolari Assim como em 1994, a Seleção Brasileira passou aperto para garantir a classificação à Copa de 2002. Na Copa América de 2001, o Brasil passou por um dos maiores vexames de sua história: perdeu por 2 a 0 para a modestíssima Honduras. A vaga no Mundial veio apenas na última rodada das Eliminatórias, com uma vitória sobre a Venezuela. Mais uma vez, a opinião pública pedia Romário. O técnico Luiz Felipe Scolari, no entanto, nem quis saber. Felipão fechou o grupo, expôs sua confiança nos convocados e garantiu a união de um elenco que ficou conhecido como “Família Scolari”. Na primeira fase da Copa de 2002, o Brasil não teve muitas dificuldades. Foram três vitórias. A Turquia até que endureceu o jogo, mas acabou derrotada por 2 a 1. China e Costa Rica foram despachadas com sonoras goleadas. Nas oitavas de final, um jogo complicado diante da Bélgica. O placar de 2 a 0 para o Brasil não espelhou os obstáculos que a Seleção precisou superar em campo. Com muita marcação, os belgas chegaram a ameaçar. Mas Rivaldo e Ronaldo garantiram a vitória. A Inglaterra de David Beckham foi o adversário das quartas de final. E o sonho do penta quase escapou pelas mãos quando Michael Owen aproveitou uma falha de Lúcio e abriu o placar. Mas o Brasil tinha Ronaldinho Gaúcho. O meia era então um garoto de 22 anos que jogava no Paris Saint-Germain, ainda longe de ser o jogador que encantou o mundo com a camisa do Barcelona. Mas foi contra os ingleses que ele começou a chamar a atenção de todos. Primeiro, fez bela jogada no meio de campo e acertou um passe primoroso para Rivaldo empatar. Depois, acertou um chute espírita que entrou no ângulo do gol inglês. Até hoje a intenção de Ronaldinho é discutida: quis cruzar ou chutar a gol? O importante foi que a bola entrou. Um reencontro com a Turquia foi o cardápio da semifinal. O Brasil já havia vencido o mesmo adversário na primeira fase e, por isso, o favoritismo era imenso. Mas a retranca preparada pelos turcos foi ainda mais forte. Um chute de Ronaldo com o bico da chuteira, no entanto, foi suficiente para colocar o Brasil de novo na final, a terceira seguida desde 1994. A decisão colocou frente a frente dois gigantes do futebol mundial: Brasil e Alemanha. Eram sete títulos mundiais em campo: os brasileiros buscavam o penta e os alemães, o tetra. Curiosamente, as duas seleções nunca haviam se enfrentado em Copas do Mundo. Com seis gols marcados no torneio até ali, Ronaldo já tinha provado para o mundo que estava recuperado. Depois de sofrer com lesões e ser alvo de desconfiança, o atacante estava pronto para dar a volta por cima. A Alemanha tinha o goleiro Oliver Kahn, que acabou sendo eleito o melhor jogador da Copa de 2002. Mas Ronaldo marcou dois gols na decisão, se tornou o artilheiro do torneio, garantiu o pentacampeonato para o Brasil e, depois, ainda foi eleito o melhor jogador do mundo em 2002. 2006 -- O tetra da Azzurra no dia que Zidane perdeu a cabeça Ícone da conquista francesa em 1998, Zinedine Zidane também marcou a Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha. Mas, dessa vez, a imagem que o francês passou ao mundo foi negativa. O craque conseguiu levar a França a outra final de Mundial. Mas em vez de se consagrar definitivamente, Zidane acabou perdendo a cabeça: caiu na provocação do italiano Marco Materazzi, agrediu-o e acabou expulso no seu último jogo em Copas. No fim, a Itália venceu nos pênaltis e comemorou o tetracampeonato. A conquista foi uma consagração do sistema defensivo dos italianos. A Azzurra terminou a Copa com apenas dois gols sofridos, a melhor marca da história dos Mundiais. Não à toa, o zagueiro e capitão Fabio Cannavaro foi eleito pela FIFA como o melhor jogador do mundo em 2006. Mas ele teve a ajuda de nomes como o goleiro Gianluigi Buffon, os volantes Andrea Pirlo e Gennaro Gattuso, e os laterais Gianluca Zambrotta e Fabio Grosso, além do controverso Materazzi. Sob o comando do técnico Marcello Lippi, a Itália mais uma vez provou que nunca pode ser menosprezada. Exatamente como em 1982, quando foi tricampeã, a Azzurra chegou à Alemanha ainda se refazendo de um escândalo de manipulação de resultados na loteria esportiva do país. Em vez de minar as energias do grupo, no entanto, os problemas uniram ainda mais os jogadores e, no fim, quando Cannavaro levantou a taça, a força do conjunto parecia estampada em seu sorriso. Na primeira fase, os italianos não tiveram muitas dificuldades. Foram duas vitórias, sobre Gana e República Tcheca, e um empate diante dos Estados Unidos. Nas oitavas de final, um jogo duro contra a Austrália, mas o meia Francesco Totti salvou a pátria ao marcar, de pênalti, já nos acréscimos da partida. Diante da Ucrânia, nas quartas de final, os italianos fizeram 3 a 0, sem grandes problemas, e eliminaram a última zebra do torneio. Uma pedreira apareceu no meio do caminho da Itália na semifinal. O adversário era a Alemanha, dona da casa, treinada por Jürgen Klinsmann e que havia conquistado a torcida jogando um futebol envolvente. O jogo foi duro e o 0 a 0 perdurou no tempo regulamentar. Mas, na prorrogação, coube a Fabio Grosso abrir o placar. E Del Piero marcou o segundo dos italianos, acabando com o sonho alemão. A Alemanha ainda chegaria ao terceiro lugar, vencendo Portugal, e terminaria a Copa com o melhor ataque da competição, com 14 gols. Miroslav Klose se tornou o artilheiro ao marcar cinco vezes. Os números da Copa também mostraram que os alemães cumpriram muito bem o desafio de organizar o Mundial pela segunda vez. No total, 3.359.439 torcedores compareceram aos 12 estádios. A audiência no mundo inteiro foi estimada em mais de 30 bilhões de espectadores. Entre as 32 seleções, Togo, Angola e Trinidad e Tobago atraíram a simpatia de muita gente. Mas foram poucas as zebras. As estreantes Costa do Marfim e Gana, no entanto, mostraram ótimo futebol. Não foi suficiente para levar os marfinenses para a segunda fase, mas a seleção de Gana conseguiu se classificar para enfrentar o Brasil nas oitavas de final, quando perdeu por 3 a 0. Outro destaque foi a seleção portuguesa de Cristiano Ronaldo. Treinado pelo técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari, Portugal conseguiu igualar a melhor marca de sua história, ao ficar em quarto lugar, mesma posição da Copa de 1966, quando os lusitanos tinham Eusébio. Depois de uma primeira fase irregular, com dois empates e uma vitória, a França engrenou a partir das oitavas de final, quando conseguiu uma bela vitória por 3 a 1 sobre a Espanha. Nas quartas de final, o adversário foi o

Brasil. Melhor para Zidane e Thierry Henry. A semifinal contra Portugal também terminou em final feliz para os franceses, com um gol de pênalti de Zidane. Mas, na decisão, o camisa 10 francês não aguentou a provocação de Materazzi e revidou com uma cabeçada no peito do italiano. Zidane foi expulso e a imagem de seu destempero rodou o mundo. Melhor para os italianos, que além de acabarem com o trauma de perder uma Copa do Mundo nos pênaltis, ainda se consagraram tetracampeões mundiais, atrás apenas do Brasil. A conquista veio justamente na cobrança de pênaltis, depois que o 1 a 1 perdurou até o fim da prorrogação. Os italianos não perderam nenhuma cobrança, enquanto os franceses, já sem Zidane, viram Trezeguet bater no travessão. Quadrado mágico A Seleção Brasileira chegou à Alemanha mais favorita do que nunca. Afinal, o time treinado por Carlos Alberto Parreira contava com o chamado “Quadrado Mágico”: Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Adriano. Na Copa das Confederações de 2005, o Brasil deu show na final contra a Argentina. Com Robinho ao lado de Adriano, o time canarinho bailou sobre os hermanos. O resultado foi um 4 a 1 para empolgar até os mais céticos. Com Ronaldo Fenômeno integrado ao grupo, o Brasil chegou a Weggis, uma pequena cidade da Suíça, para fazer a preparação final antes da Copa do Mundo. O clima excessivamente festivo, no entanto, cobraria seu preço depois. Adriano e Ronaldo estavam nitidamente fora de forma. O esquema tático muito ofensivo também não inspirava confiança. Na primeira fase, a Seleção Brasileira venceu três vezes e avançou sem sustos. Nas oitavas de final, um 3 a 0 tranquilo sobre Gana. O sonho do hexa, no entanto, acabaria nas quartas de final. Parreira escalou um time mais cauteloso, optando por Juninho Pernambucano no meio e apenas Ronaldo como atacante de ofício. Mas nem isso foi capaz de parar Zidane e seus companheiros. O camisa 10 francês fez uma de suas melhores partidas na Copa e cobrou uma falta para Henry completar e definir o placar. Mais uma vez, Zidane aparecia como o carrasco do Brasil.

2010 -- A Espanha, enfim, chega lá A primeira Copa do Mundo em solo africano também contou com um campeão inédito. Depois de boas campanhas que invariavelmente acabavam frustradas em Mundiais, a Espanha enfim pôde comemorar o título e entrar para o seleto grupo de campeões da Copa. Em 19 edições do torneio, apenas oito seleções conseguiram chegar ao topo: Brasil, Argentina, Uruguai, Itália, Alemanha, Inglaterra, França e Espanha. A Fúria, como é conhecida a seleção espanhola, tornou-se o primeiro time a conseguir vencer a Copa depois de perder a partida de estreia. Com uma equipe mesclada entre jogadores do Barcelona e do Real Madrid, dois dos maiores times do planeta, os espanhóis chegaram à África do Sul como um dos favoritos. Mas, logo na primeira partida, amargaram uma inesperada derrota para a Suíça. Muitos colocaram o time espanhol em xeque, mas, aos poucos, a Fúria foi se ajeitando. Ainda na primeira fase, vitórias sobre Honduras e Chile garantiram a classificação para a segunda fase. Nas oitavas de final, um adversário duro: o vizinho Portugal. O clássico ibérico foi bastante equilibrado, mas um gol de David Villa colocou os espanhóis nas quartas de final. O Paraguai e seu sempre complicado sistema defensivo foram os adversários seguintes. E, novamente, coube a David Villa se tornar o herói da partida, dessa vez com um gol marcado a sete minutos do fim do tempo regulamentar. Na semifinal, os espanhóis pegaram os alemães. A rejuvenescida seleção germânica foi a maior sensação do Mundial. Com jogadores habilidosos como Mesut Özil Bastian Schweinsteiger e Thomas Müller ao lado dos veteranos Lukas Podolski e Miroslav Klose, o time treinado por Joachim Löw mostrou uma velocidade impressionante e deu show nos gramados sul-africanos. Antes de enfrentar a Espanha, os alemães fizeram 4 a 1 na Inglaterra, nas oitavas, e 4 a 0 na Argentina, nas quartas. Mas a Fúria não se intimidou. De novo, os espanhóis precisaram apenas de um gol para avançar. Dessa vez, o herói foi o defensor Carles Puyol. A Espanha chegava a uma final de Copa do Mundo pela primeira vez em sua história. Do outro lado, a Holanda. Ou seja, a primeira Copa em solo africano teria também um campeão inédito, qualquer que fosse o resultado do jogo. Os holandeses também chegaram com moral, já que tinham eliminado o Brasil, nas quartas de final, e o surpreendente Uruguai, na semi. Mas era a vez da Espanha. E, depois de um 0 a 0 no tempo regulamentar, o craque Andres Iniesta, do Barcelona, fez o gol mais importante da história do futebol espanhol. As ruas da Espanha foram tomadas pela torcida enlouquecida e o futebol de toque de bola idealizado pelo técnico Vicente Del Bosque, inspirado no próprio Barcelona, virou referência em todo o planeta. A ressurreição da Celeste Bicampeã mundial na primeira metade do século passado, a seleção do Uruguai penou no fim do século XX e início do século XXI. Na América do Sul, passou a ser a terceira força, atrás de Brasil e Argentina. Às vezes, nem isso. Mas a excelente campanha no Mundial de 2010 simbolizou o resgate do futebol uruguaio. Liderada por Diego Forlán, a seleção celeste se classificou em um grupo que tinha França, a anfitriã África do Sul e o México. Depois, ainda despachou a Coreia do Sul e Gana até ser eliminada pela Holanda na semifinal. O quarto lugar foi o melhor resultado do Uruguai desde a Copa de 1970. Outra surpresa foram os eslovacos. Na primeira participação em uma Copa como país independente, a Eslováquia conseguiu se classificar para a segunda fase, batendo a Itália no último jogo da etapa de grupos e obrigando a Azzurra a dar adeus ao Mundial. Nas oitavas de final, no entanto, os eslovacos acabaram eliminados, com uma derrota para a Holanda. Segundo tempo fatal Depois da preparação excessivamente festiva e o consequente fracasso em 2006, Dunga foi escolhido para ser o treinador do Brasil no ciclo para a Copa de 2010. Tetracampeão em 1994 e com fama de disciplinador, o gaúcho não tinha experiência como técnico, mas conseguiu uma série de resultados positivos antes de embarcar para a África do Sul. Sob o comando de Dunga, a Seleção Brasileira venceu a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009. O treinador formou um grupo de jogadores de sua confiança e conseguiu colocar o Brasil mais uma vez como favorito. Tudo deu certo até o segundo tempo das quartas de final. Na primeira fase, o Brasil ganhou da Coreia do Norte e da Costa do Marfim, além de ter empatado com Portugal. Classificado em primeiro do grupo, enfrentou o Chile nas oitavas de final. Resultado: vitória tranquila por 3 a 0. Contra a Holanda, a Seleção Brasileira fez um primeiro tempo quase perfeito e foi para o intervalo vencendo por 1 a 0, gol de Robinho com passe de Felipe Melo. Ninguém poderia imaginar o que viria no segundo tempo. A Holanda empatou já aos sete minutos. A zaga falhou, o goleiro Julio Cesar saiu mal e a bola, que tinha sido cruzada por Wesley Sneijder, desviou de leve em Felipe Melo antes de entrar. Desestabilizado, o Brasil se perdeu em campo e viu a Holanda virar. Dessa vez, Kuyt desviou uma cobrança de escanteio e a bola caiu na cabeça do baixinho Sneijder, que só mandou para as redes. A situação ainda piorou quando, descontrolado, Felipe Melo fez falta e deu um pisão em Robben, recebendo o cartão vermelho. Uma melancólica despedida para o Brasil. Fonte: ~,http:ÿÿwww.copa2014.~ gov.brÿpt-brÿtorcedorÿ~ historia-das-copas~, Revisado por Victor Luiz da Silveira 2014 -- Com gol na prorrogação, Alemanha derruba Argentina e leva o tetra Em 13/07/2014, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, a Alemanha tornou-se tetracampeã do mundo. Após noventa minutos e quase toda a prorrogação, Mario Götze marcou aos oito da etapa final do tempo extra e fez história. Pela primeira vez, uma equipe europeia sagrou-se campeã do mundo na América do Sul. Götze, que entrou no fim do tempo normal, matou a bola no peito dentro da área após lançamento de Schürrle e bateu para o gol sem deixar cair no chão, levando ao delírio torcedores alemães e brasileiros, que se uniram contra os argentinos na final da Copa do Mundo. O gol garantiu aos alemães seu quarto título mundial, após as conquistas em 1954, 1974 e 1990. A Itália também tem quatro Copas do Mundo, uma a menos que o Brasil. A vitória ainda desempatou um duelo entre as duas equipes, pois cada uma tinha vencido a final de uma das duas Copas por elas disputadas anteriormente: a Argentina ganhou em 1986, e a Alemanha, em 1990. O gol do título ajudou Götze a ser escolhido o melhor em campo. O argentino Lionel Messi, autor de quatro gols durante o Mundial, ficou com o troféu de bola de ouro, como craque da competição. O alemão Neuer recebeu a luva de ouro, como melhor goleiro. O colombiano James Rodríguez, com seis gols e duas assistências, foi premiado com a chuteira de ouro, como artilheiro da competição. Brasil é massacrado pela Alemanha e sofre a sua pior derrota na história Irreconhecível e totalmente dominada no primeiro tempo, a seleção brasileira foi massacrada pela Alemanha ao ser goleada por 7 a 1, em 08/07/2014, no Mineirão, pela semifinal da Copa do Mundo. Os gols alemães foram marcados por Müller, Klose, Kross (2), Khedira e Schürrle (2). O gol anotado por Klose foi o seu décimo sexto em Copas. Com isso, passou Ronaldo e se tornou o maior artilheiro em Mundiais. O único gol brasileiro foi feito por Oscar aos 45 minutos do segundo tempo. Desiludida, a torcida brasileira começou a deixar o Mineirão ainda durante a etapa inicial, quando o Brasil saiu de campo perdendo por 5 a 0. Foi a pior derrota sofrida pela seleção brasileira em sua

história centenária. O Brasil também foi a primeira seleção a sofrer cinco gols em 29 minutos de jogo em um Mundial. A goleada sofrida foi também a primeira derrota de Felipão no comando da seleção brasileira em Mundiais. Ele venceu os sete jogos na conquista do penta em 2002 e tinha três triunfos e dois empates em 2014. Acumulava, ainda, cinco vitórias no título da Copa das Confederações-2013. Foi também o segundo confronto entre as duas equipes em Copas. No primeiro, a seleção brasileira venceu por

2 a 0 na conquista do pentacampeonato. Fonte: ~,http:ÿÿwww1.folha.uol.~ com.brÿesporteÿfolhanacopaÿ~ 2014ÿ07ÿ1483039-brasil-~ e-massacrado-pela-~ alemanha-e-sofre-sua-~ pior-derrota-na-historia.~ shtml~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira Imagens da Copa de 2014 Selecionamos, intitulamos e descrevemos, aqui, quatro fotos retratando episódios inusitados no universo do futebol. Austrália {" Chile Prova de humildade O jogador australiano Mark Bresciano aparece no centro da foto agachado amarrando o cadarço do tênis esquerdo do mascote Alan Beaumont, que está de muletas. Costa do Marfim {" Japão Lição de civilidade Torcedor japonês carregando um saco azul recolhe o lixo da arquibancada após o jogo. Brasil {" Colômbia Gesto solidário Os jogadores estão lado a lado. O brasileiro David Luiz está com o braço direito em volta dos ombros do colombiano James Rodríguez, que está chorando. David, mais alto que ele, aponta com o dedo indicador esquerdo para baixo na direção de James, pedindo para a torcida brasileira aplaudi-lo.

Itália {" Uruguai A mordida do Suárez Os jogadores aparecem de perfil sentados no gramado. O uruguaio Luis Suárez está com a mão nos dentes aparentando dor. O italiano Chiellini está com a mão direita no ombro esquerdo se queixando para a arbitragem. Curiosidades da Copa de 2014 Senhor ganha a chance de ver final do Mundial após 64 anos Um brasileiro de 85 anos que perdeu a chance de assistir à final da Copa de 1950 ganhou, 64 anos depois, a chance de realizar este sonho. Joedir Belmont, que havia comprado o ingresso para a partida decisiva daquele Mundial, deixou de assistir ao jogo naquela ocasião para ficar com a mãe, que estava passando por problemas de saúde. O homem guardou o ingresso durante todo esse tempo para se lembrar da Copa que não viu. Joedir disse que ainda tentou comprar entradas para a final da Copa de 2014, mas não conseguiu. Diante da situação, doou seu ingresso para a FIFA colocar no Museu dos Mundiais e enviou uma carta contando sua história. A organização se sensibilizou com a história do senhor e deu a ele, no dia 27 de junho de 2014, duas entradas para ver a final da Copa 2014 na área mais nobre do estádio. O secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, entregou os ingressos a Joedir e afirmou que ele era, possivelmente, um dos únicos torcedores vivos

que ainda possuía o ingresso da final de 1950. Fonte, com alterações: ~,http:ÿÿwww.dm.com.~ brÿtextoÿ181841-senhor-~ ganha-a-chance-de-ver-~ final-do-mundial-apas-64-~ anos~, Jovem paraplégico usa exoesqueleto e chuta bola na abertura da Copa Após muito suspense, um paraplégico deu um "chute simbólico" em uma bola de futebol na abertura da Copa do Mundo do Brasil, utilizando o exoesqueleto "BRA-Santos Dumont I". Este equipamento foi desenvolvido pela equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS). O chute foi na Arena Corinthians, no dia 12 de junho de 2014. O voluntário era Juliano Pinto, 29 anos, que tem paraplegia completa de tronco inferior e membros inferiores. A cena foi muito rápida. Integrantes do projeto "Andar de Novo" apareceram com o voluntário, que estava em pé e já utilizava o exoesqueleto. Ele deu um passo com a perna direita e movimentou a bola, recolhida em seguida por um ator mirim, caracterizado de árbitro de futebol. Segundo o Comitê Organizador da Copa do Mundo, o "pontapé inicial" foi fora do campo de jogo, para não prejudicar o gramado por causa do peso do equipamento. Juliano, após dar o pontapé, declarou: "sempre existe um caminho e sempre existe esperança para aquele que acredita e para aquele que sonha”. O princípio envolvido no funcionamento do exoesqueleto é a chamada "interface cérebro-máquina", que vem sendo explorada por Nicolelis desde 1999. Esse tipo de conexão prevê que a "força do pensamento" seja capaz de controlar de maneira direta um equipamento externo ao corpo humano. Fonte, com alterações: ~,http:ÿÿg1.globo.comÿ~ ciencia-e-saudeÿnoticiaÿ~ 2014ÿ06ÿjovem-~ paraplegico-usa-~ exoesqueleto-chuta-bola-~ na-abertura-da-copa.html~, Revisado por Victor Luiz da Silveira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Pensamentos Os sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para outra; não existe uma receita de vida que sirva a todos. Carl Gustav Jung (1875-1961) Antes de tentar arrumar o mundo, tente arrumar seu próprio quarto. Bill Gates (1955) Uma longa viagem começa com um pequeno passo. Lao-Tsé (604-531 a.C) Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo No Mundo das Artes Suilan Lira Sena Nasceu em Fortaleza -- Ceará. No início dos anos 1970, fez o jardim de infância no Instituto Benjamin Constant, tendo voltado em seguida à sua cidade natal, acompanhando a família, que havia retornado do Rio de Janeiro. Atualmente, Suilan reside em Fortaleza, onde estudou e trabalha. Onde também se descobriu como amante da poesia, da música e das artes em geral. Nesse período, também estudou locução, tendo chegado, inclusive, a trabalhar na Rádio AM do Povo. Futuramente, Suilan também pretende estudar psicologia, pois essa é uma atividade que muito a fascina. Há dois anos como integrante da equipe técnica da Web Rádio Contraponto e da Escola Virtual Álvares de Azevedo (Diretora de Projetos), Suilan apresenta o programa “Mulheres Em Ação”, que leva aos seus ouvintes questões relativas ao universo feminino, bem como, o programa “Sarau Virtual”, no qual, apresenta música e poesia. Sou o Brasil (Suilan Lira Sena) Eu sou a senzala que abriga o grito, que adorna o lamento. Eu sou a favela que flerta com o inimigo, que nega o alimento. Eu sou a morena na beira da estrada cheirando a sapoti. Eu sou a coreografia dos pardais e a orquestra de colibris. Eu sou as crianças sem dentes, sem esperança e sem sapatos. Eu sou medo que paquera contigo na janela do teu carro. Eu sou o redentor que do alto da montanha, nada pode fazer.

A escultura gigante que sou jamais poderá te proteger. Sou o milharal que contemplas na beira do caminho. Sou a moda de viola que cantaste pro teu amor e nada ganhaste com isso, nem mesmo um beijinho. Sou a filha do pescador, esperando com fome, o pai voltar do mar. Sou a rede sem peixes, sou os olhos rasos d'água deste pai. Sou o lírio que adorna teus cabelos, sou o giro da ciranda que atrai os rapazes. Sou as perguntas que se misturam e se confundem com os rostos dos cartazes. Sou a açucena que colheste no passado, imaginando seres o protagonista de uma cena de amor. Sou belos e novos baianos, velhos e charmosos paulistanos, sou a canção que o desconhecido cantor não gravou. Sou os prédios impassíveis à morte do homem na frente do hospital. Sou as tintas derramadas nas plumas do teu carnaval. Sou o grito contido na garganta pela anulação do gol. Sou a bandeira tremulando no mastro, sou sonhos do passado em pedaços, por fim, sou o Brasil. :::::::::::::::::::::::: Manoel de Barros Manoel de Barros era conhecido pela linguagem coloquial, a qual chamava de “idioleto manoelês archaico”. Segundo o poeta, idioleto era “o dialeto que os idiotas usam para falar com as paredes e com as moscas”. Ele dizia que era “preciso atrapalhar as significâncias”, que “o despropósito é mais saudável que o solene” (Livro sobre Nada, 1996). Por buscar inspiração nos temas mais simples e banais, dizia ser possível resumir sua trajetória de vida em poucas linhas. “Nasci em Cuiabá, 1916, dezembro. Me criei no Pantanal de Corumbá (MS). Só dei trabalho e angústias pra meus pais. Morei de mendigo e pária em todos os lugares da Bolívia e do Peru. Morei nos lugares mais decadentes por gosto de imitar os lagartos e as pedras. Publiquei dez livros até hoje. Não acredito em nenhum. Me procurei a vida inteira e não me achei -- pelo que fui salvo. Sou fazendeiro e criador de gado. Não fui

pra sarjeta porque herdei. Gosto de ler e de ouvir música -- especialmente Brahms. Estou na categoria de sofrer do moral, porque só faço poesia", escreveu o autor. Barros começou a esboçar seus primeiros poemas aos 13 anos de idade. Seu primeiro livro, intitulado “Poemas concebidos sem pecado”, foi publicado em 1937, quando o autor tinha 21 anos. Pouco afeito à política partidária, chegou a integrar o Partido Comunista Brasileiro, mas por pouco tempo. Desde a década de 1950, conciliava a literatura com a gestão da fazenda que herdou dos pais. Perfeccionista, conquistou os prêmios literários Jabuti (1989 e 2002); Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) (2004); Nestlé (1997 e 2006); Alfonso

Guimarães da Biblioteca Nacional (1996) e Nacional de Literatura, concedido pelo Ministério da Cultura ao conjunto de sua obra, em 1998. Em 2000, foi agraciado com o Prêmio Academia Brasileira de Letras, pelo livro “Exercício de Ser Criança”. O poeta Manoel de Barros morreu no dia 13 de novembro de 2014, em Campo Grande, devido à falência múltipla de órgãos. Os governos de Mato Grosso -- onde o poeta nasceu -- e de Mato Grosso do Sul -- onde Barros vivia -- decretaram luto oficial de três dias após sua morte. Em nota, o governador sul-mato-grossense, André Puccinelli, disse que a obra de Barros divulgou as belezas e as potencialidades do estado, “enriquecendo assim, a história da literatura e a cultura do local que ele escolheu para viver ao lado de sua esposa”. Barros costumava brincar com a importância da poesia: “Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia”. Trechos de seus poemas são frequentemente citados pela perspicácia e bom humor. Durante sua internação e após sua morte, dois versos, em particular, foram bastante citados na mídia e em redes sociais: “Não preciso do fim para chegar” e “Do lugar onde estou já fui embora”, ambos da obra Livro Sobre Nada, de 1996. Retrato do artista quando coisa (Manoel de Barros) A maior riqueza do homem é sua incompletude.

Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou -- eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso

renovar o homem usando borboletas. Fontes: ~,http:ÿÿagenciabrasil.ebc.~ com.brÿculturaÿnoticiaÿ~ 2014-11ÿmorre-aos-97-~ anos-o-poeta-manoel-de-~ barros~, ~,http:ÿÿwww.jornalopcao.com.~ brÿopcao-culturalÿos-dez-~ melhores-poemas-de-manoel-~ de-barros-103~, Revisado por Karine Vieira Pereira :::::::::::::::::::::::: Roberto Gómez Bolaños O ator, roteirista e diretor mexicano Roberto Gómez Bolaños, criador dos seriados “Chaves” e “Chapolin”, foi o maior nome do humor televisivo na América Latina. Ele morreu aos 85 anos no dia 28/11/2014. Roberto nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Filho de Francisco Gómez Liñares e Elsa Bolaños Cacho, foi o segundo de três irmãos. Sua mãe, uma secretária, teve que criar sozinha os três filhos, já que o marido morreu quando Roberto ainda era muito pequeno. Mesmo ausente, o pai, um pintor, foi importante para que o garoto se acostumasse com a arte. Logo no início de sua carreira, ganhou o apelido de "Chespirito" do diretor Agustín Delgado. Trata-se de uma versão castelhana do nome Shakespeare para "Shakespearito", já que Bolaños tinha grande aptidão para criar boas histórias. Com isso foi considerado uma versão em miniatura do inglês William Shakespeare

(1564-1616), por conta de seu 1,60 m. Roberto Bolaños estudou engenharia, mas nunca exerceu a profissão. Tentou também a vida como lutador de boxe. Contudo, foi na publicidade que começou a carreira, aos 22 anos. Na segunda metade da década de 1950, tornou-se roteirista requisitado, por conta de seu texto ágil e de humor facilmente apreendido pelo público. Na mesma época, começou como redator de rádio e televisão. Depois de escrever os programas de maior audiência da TV mexicana, tornou-se também ator em 1968, na emissora TIM (Televisión Independiente de México), com o personagem Doutor Chapatín. Bolaños atuou em vários papéis, mas seu personagem mais querido foi o Chaves, o meni-

no pobre que vivia dentro de um barril. Puro carisma, o garoto era rodeado de outros personagens que caíram no gosto do público: Chiquinha, Seu Madruga, Dona Florinda, Quico, Professor Girafales, entre outros. Bolaños também interpretava o super-herói atrapalhado Chapolin, e imortalizou bordões como "Não contavam com minha astúcia". O sucesso na televisão levou-o ao cinema, onde ele também teve grande êxito com filmes como “El Chanfle”, “Don Ratón y Don Ratero” o “El Charrito”. Em 1995, “Chespirito” decidiu deixar as câmeras para dedicar-se ao teatro e ao seu trabalho como músico e escritor.

Bolaños ainda escreveu várias telenovelas, roteiros de cinema e um livro de poesia. Tornou-se mais ativo politicamente, fazendo campanha para determinados candidatos mexicanos e foi militante contra uma iniciativa para legalizar o aborto no México. A dedicação aos seriados “Chaves” e “Chapolin Colorado” também rendeu um casamento para Bolaños. Após 27 anos trabalhando juntos, ele se casou, em 2004, com a atriz Florinda Meza, que interpretava a Dona Florinda. Ele teve seis filhos do pri-

meiro casamento, mas nenhum com Florinda. Fontes: ~,http:ÿÿentretenimento.~ r7.comÿfamosos-e-tvÿ~ morre-aos-85-anos-roberto-~ gomez-bolanos-interprete-~ de-chaves-e-chapolin-~ 29112014~, ~,http:ÿÿwww.correiodoestado.~ com.brÿbrasilmundoÿmorre-~ aos-85-anos-roberto-gomes-~ bolanos-diz-emissora-deÿ~ 233506ÿ~, Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Maravilhas do Mundo Bioma amazônico Este bioma chega a ocupar uma área de 4.196.943 kmâ2, que corresponde a mais de 40% do território nacional e é constituída, principalmente, por uma floresta tropical. A Amazônia passa pelos territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, e parte do território do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. A Amazônia é formada por distintos ecossistemas como florestas densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações pioneiras. Mesmo sendo o nosso bioma mais preservado, aproximadamente 16% de sua área já foi devastada, o que equivale a duas vezes e meia a área do estado de São Paulo. O desmatamento, as queimadas, a garimpagem, o agropastoreio e a biopirataria representam os principais problemas ambientais enfrentados pelo bioma amazônico. O conjunto formado por essas ações devastadoras é responsável por graves mudanças climáticas em todo o planeta, como o aquecimento global. A Amazônia é considerada um grande “resfriador” atmosférico e o maior abrigo da biodiversidade do mundo. Fauna Pesquisas indicam que, na Amazônia, existem cerca de trinta milhões de espécies animais. Dá para acreditar? Isso porque nem todas as espécies foram encontradas e estudadas pelos cientistas. Lá existem alguns animais que ainda são desconhecidos pelos homens. Bom, mas uma coisa é certa: são muitos animais convivendo neste grande ecossistema. Talvez, os mais famosos deles sejam os macacos. Eles são numerosos: coatás, guaribas, barrigudos... Uma infinidade de primatas pode ser encontrada nos galhos das árvores amazônicas. Além deles, existem outros mamíferos característicos da região. São mamíferos terrestres, como onças, tamanduás, esquilos, e mamíferos aquáticos, como peixes-boi e botos. Os répteis também têm território garantido. Em um passeio pela região, podem ser vistos lagartos, jacarés, tartarugas e serpentes. Entre os anfíbios, existem variados tipos de rãs, sapos e pererecas. Uma grande coleção de peixes é outro fato digno de nota: nas águas amazônicas, estão 85% das espécies de peixes de toda a América do Sul. Todos os anos milhares deles migram tentando encontrar locais adequados para reprodução e desova. É o que se chama Piracema. Outros seres ainda menores têm grande importância no equilíbrio deste ecossistema: os insetos. Eles estão na terra, na água e no ar, como besouros, formigas, mariposas e vespas. Há grande variedade também de aves na floresta, como araras, papagaios, periquitos, guarás e numerosos tucanos que colorem as copas das árvores. Mais de mil espécies de aves já foram catalogadas. Vegetação A vegetação divide-se em três categorias: matas de terra firme, matas de várzea e matas de igapó. As matas de terra firme são aquelas que estão em regiões mais altas e por este motivo não são inundadas pelos rios. Nelas estão árvores de grande porte, como a castanheira-do-pará e a palmeira. As matas de várzea são as que sofrem com inundações em determinados períodos do ano. Na parte mais elevada desse tipo de mata, o tempo de inundação é curto e a vegetação é parecida com a das matas de terra firme. Nas regiões planas, que permanecem inundadas por mais tempo, a vegetação é semelhante à das matas de igapó. Ops! Mas a gente ainda não falou das matas de igapó... As matas de igapó são as que estão situadas em terrenos mais baixos. Estão quase sempre inundadas. Nelas a vegetação é baixa: arbustos, cipós e musgos são exemplos de plantas comuns nestas áreas. É nas matas de igapó que encontramos a vitória-régia, um dos símbolos da Amazônia. Solo O solo da floresta amazônica é em geral bastante arenoso. Possui uma fina camada de nutrientes que se forma a partir da decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Esta camada é rica em húmus, matéria orgânica muito importante para algumas espécies de plantas da região. Em áreas desmatadas, as fortes chuvas "lavam" o solo, carregando seus nutrientes. É o chamado processo de lixiviação, que deixa os solos amazônicos ainda mais pobres. Apenas 14% de todo o território pode ser considerado fértil para a agricultura. Mas se apenas essa pequena parte é fértil, como existem tantas árvores? Aqui está um dos pontos essenciais para o equilíbrio do ecossistema. Neste processo a camada de húmus tem um papel fundamental. Além disso, os poucos nutrientes presentes no solo são rapidamente absorvidos pelas raízes das árvores, e estas plantas, por sua vez, tornam a liberar nutrientes para enriquecimento do solo. Trata-se de uma constante reciclagem de nutrientes. Relevo Compõem o bioma amazônico: planícies (terrenos com pouca variação de altitude), depressões (tipo de relevo aplainado, onde são encontradas colinas baixas) e planaltos (terrenos com superfície elevada). As planícies são constantemente inundadas pela água dos rios. Na região de planaltos, existem algumas serras, como as de Taperapecó, Imeri e Parima. Ficam, na Amazônia, as formações de relevo mais baixa -- planície Amazônica -- e mais alta -- planalto das Guianas -- do país. É nesse planalto que se encontra o Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, com aproximadamente 3.015 metros. Água A água é um importante componente em um ecossistema. Isto porque a água é fundamental para a vida. No caso da floresta amazônica, a água doce é abundante: trata-se da maior bacia hidrográfica do planeta. Seu principal rio é o Amazonas, que possui mais de mil afluentes (rios menores que nele deságuam), é o mais largo do mundo e grande responsável pelo desenvolvimento da floresta. Os rios influenciam a vida dos animais e, como você já viu, a vegetação do lugar. De forma geral, são classificados em três tipos: rios de águas barrentas, de águas claras e águas pretas. A coloração da água varia de acordo com determinadas substâncias que podem ser encontradas nos rios. Os chamados rios de águas barrentas, como o Madeira e o próprio Amazonas, têm a cor da água modificada por serem ricos em sedimentos e nutrientes. Os de águas claras, como o Xingu, o Tapajós e o Trombetas possuem muitos trechos de corredeiras e cachoeiras. Estes rios não banham tantos terrenos ricos em nutrientes como os de água barrenta. Desta forma, apresentam água mais cristalina. Por fim, os rios de águas pretas são assim denominados por nascerem em terrenos de planície e carregarem a areia e o húmus que caracterizam o solo de tais terrenos. O húmus é o grande responsável pela cor escura das águas. O

mais conhecido rio amazônico de águas pretas é o rio Negro. Clima Na região amazônica, chove bastante e a temperatura é elevada, normalmente variando entre 22}C e 28}C. É o chamado clima equatorial úmido, que caracteriza algumas áreas próximas à linha do Equador. Fonte: ~,http:ÿÿwww.ibflorestas.~ org.brÿbioma-amazonico.~ html~, Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Memória Sidney Marzullo Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 25 de fevereiro de 1940 e cego desde os cinco anos, Sidney Marzullo iniciou sua vida escolar aos sete no Instituto Benjamin Constant, onde também concluiu o curso ginasial (ensino fundamental de hoje). Em paralelo às disciplinas curriculares obrigatórias, entregou-se, a partir dos nove anos, aos estudos musicais e, possuidor de um ouvido privilegiado, logrou aprender: teoria musical e solfejo, harmonia, piano, acordeom e instrumentos de sopro. Ainda estudante do primeiro grau, teve experiência como pianista de dança, acordeonista de conjunto regional, arranjador para pequenos conjuntos de dança e regente do

Coral de Prata, primeiro do IBC. De família muito pobre, só mediante bolsa de estudos obtida para o Colégio Rui Barbosa, pôde matricular-se no segundo grau (ensino médio), o que possibilitou, entre outras coisas, sua inclusão com adolescentes de visão normal. Nessa fase, a falta de recursos para aquisição de material didático forçou-lhe o encaminhamento para a música comercial, cujo resultado financeiro garantiu-lhe a conclusão do terceiro grau (graduação), que concretizaria seu sonho de magistério. Também em decorrência de sua projeção musical, assinou, aos 21 anos, seu primeiro contrato como pianista dos discos CBS, por seis anos de exclusividade, onde gravou uma série de sete LPs. Em 1967, assumiu a vida noturna atuando como pianista até 2005. Em 1979, já como professor, iniciou as atividades de regente do Coral do Instituto Benjamin Constant. O modo como o maestro Sidney Marzullo conduzia este coral era singular. Foi obrigado a criar um estilo próprio de regência e, com o auxílio do diapasão e de uma baqueta, afinava, orientava e corrigia a participação de sopranos, contraltos, tenores e baixos, dispostos no palco de forma típica. Para controlar de perto o desempenho de cada um, ele se movimentava entre os coralistas, maneira encontrada para substituir o que um maestro vidente faria, por meio de gestos, à frente de um grupo. Era um dos poucos maestros cegos a reger um coral com esta característica, tarefa que realizou por 23 anos. Neste período, levou o grupo a participar de vários encontros e concursos de corais, obtendo menção honrosa em algumas destas ocasiões. O coral era sua paixão, e ele sempre salientava: "Estamos dispostos a manter no alto o nome do IBC, e para isso não vemos limites. Fazemos muitos sacrifícios para que o coral possa existir." Todos os ajustes eram feitos em ensaios coletivos semanais. Como melodia e letra tinham que ser decoradas, Sidney trabalhava cada naipe (sopranos, contraltos, tenores e baixos) individualmente. Como resultado de tanta dedicação, o coral lançou, em setembro de 1996, um CD patrocinado pela Organização Nacional de Cegos Espanhóis (ONCE) e pela Petrobras Cultural, no qual Marzullo criou novos arranjos para um repertório diversificado. Em reconhecimento a todo esse trabalho, Sidney recebeu o diploma de Amigo do IBC, na cerimônia comemorativa dos 142 anos do Instituto, quando o CD foi lançado oficialmente. Ex-aluno do Instituto Villa Lobos -- atual Unirio, Sidney foi professor do IBC por 33 anos. Como parte da cadeira de Teoria Musical, ensinou Musicografia Braille (técnica de escrever partituras musicais utilizando uma convenção adaptada do alfabeto braille), além de ter lecionado Música em cursos da Prefeitura do Rio de Janeiro durante muitos anos para alunos cegos e de visão normal. Lançou, ainda, os seguintes CDs: -- "Sidney Marzullo no Le Petit Lieu", em 1998, patrocinado por Eurico Carvalho da Cunha, ex-aluno do IBC; -- "Songs Forever", em 2002, pela Sony Music; -- "Momento Maior" em 2005, patrocinado pelo casal de amigos Joram e Helena Regina Guaraná. Em novembro de 2005, Sidney Marzullo faleceu de mal súbito, deixando-nos, como marcas indeléveis, seu carisma e talento, acrescidos de uma contribuição viva para a história musical do IBC. Fonte de consulta: *Revista Benjamin Constant* -- n.o 5 -- dezembro de 1996. Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Direitos de Todos Perguntas e respostas sobre novas regras para guarda compartilhada A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei n.o 13.058, em 22/12/2014, publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte, a qual altera artigos do Código Civil, para tornar regra a guarda compartilhada dos filhos, ainda que sem acordo entre os pais. Especialistas ouvidos pelo G1 afirmam que esta será a primeira opção em todos os casos, a menos que haja um motivo excepcional. "Vai ser proveitoso", afirma o juiz Homero Maion, da 6ª Vara da Família, e diretor do Fórum João Mendes, em São Paulo. "O que acontece é que os filhos são usados como um joguete para pensão, ou até para vingança, por mágoas de um contra o outro." O advogado de família Danilo Montemurro afirma que a guarda compartilhada não pode ser confundida com a convivência alternada. "É extremamente prejudicial à criança que ela passe um dia com a mãe e o outro com o pai, de maneira alternada. Condenar a criança a passar sua infância com uma mochilinha nas costas, dormindo cada dia num lugar diferente é indesejável e cruel", avalia. Veja a seguir o que dizem os especialistas sobre as principais dúvidas dos pais: P: Afinal, o que é a guarda compartilhada? R: Pelo texto da nova lei, o objetivo da guarda compartilhada é que o tempo de convivência com os filhos seja dividido de forma "equilibrada" entre mãe e pai. Eles serão responsáveis por decidir em conjunto, por exemplo, forma de criação e educação da criança; autorização de viagens ao exterior e mudança de residência para outra cidade. O juiz deverá ainda estabelecer que o local de moradia dos filhos seja a cidade que melhor atenda aos interesses destes. P: O que muda? R: Hoje, a guarda compartilhada é uma opção. Com a nova lei, a possibilidade passa a ser a regra, que será descartada apenas em casos excepcionais. P: A guarda compartilhada será obrigatória? R: Não. O juiz deverá levar em consideração os aspectos de cada caso para decidir a forma mais adequada de guarda. Em tese, se as duas pessoas possuem condições, a primeira opção é dividir a guarda. P: Na guarda compartilhada, o filho ficará um dia com o pai e outro com a mãe? R: Não se confunda guarda compartilhada com convivência alternada. Será fixada a residência da criança, e o pai que não tem a custódia física exercerá o direito de convivência, por exemplo, com alternância de finais de semana ou de um ou dois dias na semana. P: É preciso acordo entre os pais para dividir a guarda? R: Não. A guarda compartilhada será aplicada mesmo para pais que não se falem. Caberá a eles obedecer à ordem judicial. P: A guarda é aplicada mesmo quando há uma situação de conflito entre os pais? R: A guarda compartilhada será regra geral, ainda que haja conflito entre os pais. P: A opinião da criança pode ser considerada? R: A criança não pode escolher quem será seu guardião, porque não tem discernimento suficiente. Ela só é ouvida em casos excepcionalíssimos: quando se discute, por exemplo, a incapacidade para o exercício da guarda e a limitação de convivência (visitas assistidas, etc.). Em tais circunstâncias, poderá o juiz, baseado em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, estabelecer os direitos e obrigações de cada um em relação aos filhos. P: E se os pais moram longe, em cidades ou até países diferentes? R: Dependerá do caso concreto. A guarda compartilhada, sendo um poder de gerenciar a vida dos filhos menores, é possível de ser estabelecida e exercida, mesmo quando os pais morem em cidades, estados ou até países diferentes, especialmente com as facilidades tecnológicas, como: *Skype*, telefones, e-mails e outras. A convivência com o genitor que mora longe poderá ser compensada durante os períodos de férias e feriados prolongados. P: Pode haver revisão da guarda que esteja com apenas um dos pais? R: É possível a revisão do regime atual, mas deve ser alterado por um juiz, via processo judicial, que poderá ser consensual (amigável) ou litigioso (se o outro genitor discordar da guarda compartilhada). P: Sou pai e hoje só vejo meu filho a cada 15 dias. O que devo fazer para obter a guarda compartilhada? R: O pedido deve ser feito ao juiz por meio de uma ação requerendo a guarda compartilhada. Se não tiver condições de arcar com um advogado, é possível procurar a Defensoria Pública. O juiz poderá modificar a guarda se houver comprovação de que o pai também possa prover às necessidades da criança. P: Como fica a pensão alimentícia? R: A tendência é que os próprios pais entrem em acordo, já que a criança passará períodos na casa de ambos. O juiz fixará o valor de acordo com a divisão, prevendo ainda o pagamento de escola, saúde e outros gastos. P: Quem será responsável por despesas médicas, escolares e outras? R: É dever de ambos (pai e mãe), na proporção da possibilidade de cada um, ou seja: quem pode mais paga mais, independentemente de quem tenha a guarda ou se ela é compartilhada. Somente com eventual mudança na possibilidade de quem paga (perder o emprego, ou receber um aumento de salário, por exemplo), é que o valor da pensão pode ser revisto, para menos ou mais. P: Os pais podem decidir entre si sem informar à Justiça como será a convivência? R: Como as decisões sobre o regime de convivência tomadas pelos pais não têm valor jurídico, é sempre aconselhável que sejam submetidas ao juiz. P: E quando um dos pais não quer a guarda? R: Para os especialistas, é um indício de que o pai ou a mãe não vai tratar bem da criança; portanto, a guarda compartilhada não seria a melhor opção. P: A lei valerá apenas para os casos novos? R: Não. A guarda pode ser alterada a qualquer momento, a pedido das partes. Com a aprovação da lei, a nova regra

deverá ser aplicada a todas as situações. Fonte, com alterações: ~,http:ÿÿg1.globo.comÿ~ politicaÿnoticiaÿ~ 2014ÿ12ÿperguntas-e-~ respostas-sobre-novas-~ regras-para-guarda-~ compartilhada.html~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Acessibilidade e Inclusão *Be My Eyes* [seja meus olhos]: voluntários "emprestam" seus olhos a deficientes visuais em aplicativo gratuito Algumas das coisas mais simples que fazemos rotineiramente podem não ser tão fáceis para quem possui problemas visuais: ler o rótulo de um medicamento, a validade de um produto ou o conteúdo de uma carta. Para ajudar estas pessoas, o dinamarquês Hans Jorgen Wiberg criou o aplicativo gratuito *Be My Eyes*, através do qual voluntários podem emprestar sua visão a quem dela necessite. Fazer parte desta rede mundial de solidariedade é muito fácil e rápido. O *app*, que inicialmente só funciona no sistema i{o{s, pode ser baixado na *App Store*. Depois de feito o download e o cadastro (basta fornecer nome, e-mail e permitir que o aplicativo tenha acesso ao microfone e à câmera do *iPhone* ou *iPad*), o voluntário recebe chamadas de deficientes que precisam de auxílio. O *Be My Eyes* funciona com voz e vídeo ao vivo; assim é possível ao deficiente mostrar o que deseja ler. Voluntário e deficiente precisam estar online, com uma conexão de internet 3/4G de boa qualidade. Caso, no momento da chamada, o voluntário não possa responder à ligação, o sistema a encaminha, automaticamente, para outro usuário do *app*. Até agora já estão cadastrados no aplicativo 66 mil voluntários e 5 mil deficientes visuais. Dez mil chamadas de ajuda foram realizadas com sucesso. "Espero que esta comunidade online consiga fazer a diferença na vida de pessoas cegas em todo o mundo", disse Wiberg. O aplicativo já foi premiado na Dinamarca como "the most innovative idea" [a ideia mais inovadora]. *Be My Eyes* ainda está sendo utilizado principalmente por pessoas que falam inglês. Mas que tal divulgar esta ferramenta bacana nas redes e aumentar o uso do aplicativo no Brasil? Fonte: ~,http:ÿÿsuper.abril.~ com.brÿblogsÿplanetaÿ~ be-my-eyes-voluntarios-~ emprestam-seus-olhos-a-~ deficientes-visuais-em-~ aplicativo-gratuitoÿ~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Nossa Casa 13 maneiras de economizar água e reduzir o seu consumo (e sua conta) Em meio à crise hídrica de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, economizar água não é mais somente uma iniciativa, mas uma necessidade e um ato de civilidade.

Campanhas para a economia estão sendo feitas por todos e, por isso, separamos as melhores dicas para reduzir o consumo de água e tentar diminuir a sua conta também! Afinal, caso realmente a água acabe e um racionamento seja inevitável, quanto mais hábitos de redução você já tiver adotado, mais fácil será para você. Confira: Tome banhos mais curtos -- Se cada pessoa de São Paulo reduzisse em cinco minutos o tempo de banho, daria para economizar 26,8 bilhões de litros de água por mês. Feche o chuveiro sempre que possível -- Além de demorar menos tempo no banho, evite deixar o chuveiro aberto enquanto se ensaboa e ligue-o apenas quando for se enxaguar. Assim, o consumo cai de uma média de 180 para 48 litros a cada banho.

Mantenha a torneira fechada -- Ao escovar os dentes, mantenha a torneira fechada. A economia é de 12 litros em casas e 80 litros em apartamentos. Observe também se a torneira não continua pingando água, mesmo quando fechada. No período de um ano, ao menos 16 mil litros de água limpa são desperdiçados apenas pelo mau fechamento das torneiras. Cuidado com os vazamentos -- Por mês, 96 mil litros de água potável são desperdiçados por um buraco de dois milímetros em um cano. A quantidade de um dia é suficiente para lavar, de uma só vez, todas as roupas na máquina. Use a descarga com consciência -- Se pressionada por seis segundos, cada descarga do vaso sanitário consome entre 6 e 10 litros de água.

Utilize-a somente quando houver necessidade e não jogue lixo no vaso sanitário. Limpe antes de lavar -- Muitas pessoas exageram no consumo de água na hora de lavar louça, seja por deixar a torneira aberta ou porque a louça está muito suja. Para evitar isto, retire o excesso de sujeira dos pratos, copos, talheres e panelas a seco, antes de abrir a torneira e mantenha-a fechada, quando desnecessário. Cuidado para não ligar a máquina de lavar louças enquanto não estiver cheia. Lave a roupa com menos frequência e mais atenção -- Ligue a máquina apenas quando estiver completamente cheia; o consumo de uma máquina de cinco litros é de 135 litros a cada uso. Você também pode deixar a roupa acumular e lavar tudo de uma só vez.

Não utilize a mangueira -- Seja para lavar o carro ou regar as plantas, não utilize a mangueira: se usada por 15 minutos, ela consome 180 litros de água. Para lavar o carro, prefira um pano úmido e balde e, para regar, um regador. Use a vassoura para limpar a calçada -- Não utilize a mangueira para lavar a calçada; além de desnecessário, o consumo de água é grande. Prefira uma vassoura ou água de reúso. Cuide da água da piscina -- Sempre que não utilizada, cubra a piscina -- assim, a evaporação diminui em até 90%. Em uma piscina de tamanho médio, a perda chega a 3.785 litros por mês, o suficiente para consumo de quatro pessoas por um ano.

Preste atenção à caixa d'água -- Não deixe a caixa transbordar e mantenha-a sempre fechada para evitar a evaporação. Com consumo moderado, as chances de ela durar mais tempo são maiores. Reaproveite a água -- A água do banho e da máquina de lavar pode ser reutilizada para fazer as pequenas limpezas, como a da calçada ou do carro e, principalmente, para dar descarga. Aposte em sistemas de reutilização -- Os sistemas de reúso profissionais são caros, mas o investimento, a longo prazo, gera economia no consumo de água e mais ainda na conta. Para uma casa de 200 mâ2, o sistema custa entre R$6 mil e R$10 mil que podem ser pagos em até quatro anos. Ele redireciona água do chuveiro,

máquina de lavar e pia para outros fins. Fonte: ~,http:ÿÿwww.infomoney.com.~ brÿminhas-financasÿ~ economize-dinheiroÿnoticiaÿ~ 3827349ÿmaneiras-~ economizar-agua-reduzir-~ seu-consumo-sua-conta~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vida e Saúde Vírus Ebola A África Ocidental enfrenta, desde março de 2014, o maior surto de Ebola da história. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta é a maior epidemia de febre hemorrágica em termos de pessoas afetadas, número de mortos e extensão geográfica, sendo registrado, até o dia 04/03/2015 em oito países, 22.495 infecções e 8.981 mortes. O vírus Ebola foi primeiramente identificado no Zaire, hoje, República Democrática do Congo, em 1976, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença. O vírus possui cinco linhagens diferentes, sendo o mais letal deles o *Zaire ebolavirus*, principal causador da atual epidemia. Os morcegos frutíferos são considerados reservatórios naturais do vírus, mas a transmissão para humanos também pode ocorrer através do contato com sangue e fluidos corporais de primatas não humanos (gorilas, chimpanzés e macacos). A transmissão de humanos para humanos se dá por meio do contato com secreções ou fluidos corporais, como sangue, suor, sêmen, saliva, lágrima, fezes e urina de uma pessoa infectada com Ebola, mesmo após a sua morte. A transmissão não é feita pelo ar. Segundo a OMS, 20% das transmissões da doença ocorrem durante os funerais, quando parentes e amigos tocam e lavam o corpo do morto seguindo tradições religiosas. Frequentemente, profissionais de saúde e agentes comunitários locais também são infectados enquanto tratam pacientes com Ebola. Isso acontece por meio do contato próximo com os doentes sem o uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção. A doença provocada pelo Ebola é caracterizada por grande taxa de mortalidade, aproximadamente 90% na última epidemia. O vírus apresenta um período de incubação que dura entre 2 e 21 dias. Após esse período, sintomas não específicos aparecem, incluindo febre, fraqueza muscular, vômito, diarreia, dor de cabeça forte, dor de garganta e nas articulações. Nas formas mais graves da doença, o paciente pode desenvolver manifestações hemorrágicas interna e externa, podendo ocorrer falha nos órgãos. A transmissão ocorre após o aparecimento dos sintomas. O diagnóstico do Ebola não é simples, devido à inespecificidade dos sintomas. As infecções só podem ser diagnosticadas definitivamente em laboratório, após a realização de cinco diferentes testes. Esses testes são de grande risco biológico e devem ser conduzidos sob condições de máxima contenção. Ainda não existe tratamento específico para combater o vírus Ebola. Ao apresentar sintomas suspeitos, o paciente deve ser isolado, os profissionais de saúde pública notificados, e deve-se iniciar o recurso terapêutico, que consiste em medidas de suporte, como reposição de fluidos e eletrólitos, hidratação, controle da pressão arterial e dos níveis de oxigenação do sangue, além do tratamento das complicações infecciosas que possam surgir. Uma vez que um paciente se recupera do Ebola, ele está imune à cepa do vírus que contraiu. Existem duas vacinas promissoras contra o Ebola que já estão sendo testadas em voluntários nos Estados Unidos e vários países da África e Europa. A vacina Chad-Ebo foi desenvolvida pelos laboratórios britânicos *GlaxoSmithKlibe* (GSK) e a VSV-Ebov. Ela foi criada pela agência de saúde pública canadense sediada em Winnipeg. Sua licença de comercialização é detida pela sociedade americana *NewLink Genetics* e a empresa farmacêutica *Merck*. Os últimos ensaios clínicos, antes da comercialização, da vacina VSV-Ebov, foram iniciados no dia 07/03/2015, na Guiné-Conacri. Fontes de consulta: ~,http:ÿÿapps.who.intÿirisÿ~ bitstreamÿ10665ÿ137510ÿ~ 1ÿroadmapsitrep{-~ 5Nov14{-eng.pdf?ua=1~, ~,http:ÿÿdrauziovarella.com.~ brÿletrasÿeÿebolaÿ~, Revisado por Karine Vieira Pereira ::::::::::::::::::::::::

Crise da água: como estocar sem arriscar sua saúde Depois de meses de seca no ano de 2014, a região Sudeste teve um início de novembro chuvoso. Em algumas cidades choveu, num único dia, mais do que no mês de outubro inteiro. Alguns até estranharam acordar com o céu nublado e passar o dia com o barulho de chuva caindo. Na região da Avenida Paulista, onde fica a sede da Fundação SOS Mata Atlântica, era possível até encontrar uns mais animados andando sob a chuva a entoar: "Ô, ô, ô, ô, a chuva voltou". Outros corriam para armazenar a água como fosse possível e criar, assim, um estoque para suportar os dias de torneiras secas. No município de Itu, em racionamento oficial há nove meses, armazenar a água da chuva virou questão de sobrevivência. No fim das contas, a estiagem histórica alterou o cotidiano de muitas cidades e forçou mudanças de hábitos. Pode ainda não ter sido o suficiente para que a maioria das pessoas repensasse seu consumo, tampouco para que governos apresentassem soluções para problemas há anos preteridos, como a poluição de importantes rios e mananciais, cujas águas poderiam ser destinadas ao abastecimento. No entanto, muitas pessoas precisaram adaptar-se, pelo menos, ao corte da oferta de água, procurando assim outras fontes de abastecimento, como a perfuração de poços artesianos; à compra de água de caminhões- -pipa e, nos dias de chuva, ao armazenamento em casa. Novos hábitos, de consequências ainda pouco abordadas, sobretudo se pensarmos nos impactos sobre a saúde. Recolher e armazenar a água da chuva realmente é uma ótima opção para usos menos nobres desse importante recurso, como regar plantas, lavar carros, materiais e equipamentos ou para tarefas de limpeza em geral. O mesmo vale para a água que possa ser reutilizada, como a de lavadoras de roupas ou até mesmo do banho, ideais para serem reaproveitadas na limpeza dos pisos e banheiros, por exemplo. Mas é essencial ter em mente que esta é uma água que não deve ser destinada ao consumo humano (ingestão, higiene pessoal, preparo de refeições etc.). Pode até parecer que a água cai limpa do céu, transparente e potável. Entretanto, a única certeza que temos é que ela carrega consigo um pouco de tudo quanto está na atmosfera, incluindo-se partículas sólidas e gases que ficam em suspensão. Em áreas mais urbanizadas, nas quais os níveis de poluição costumam ser altos, a qualidade dessa água é ainda mais prejudicada. Outro cuidado indispensável é com o armazenamento. Mesmo que a água estocada seja destinada aos usos corretos, como os citados anteriormente, é imprescindível que ela seja conservada em recipientes limpos, impermeabilizados e que possam ser fechados, evitando assim a proliferação de larvas de insetos, como é o caso do mosquito transmissor da dengue. Você até pode usar baldes, panelas, caixas de isopor e o material que estiver à mão para recolher a chuva. Agora, na hora de armazenar, valem apenas recipientes que atendam a estas características. Se puder investir um pouco, o ideal é criar um sistema de aproveitamento que inclua cisterna, filtros e algumas instalações hidráulicas que levem a água captada aos pontos desejados, geralmente torneiras de jardins, sanitários e lavanderias. O fundamental é que esta água nunca se misture à fornecida pela rede pública, que é potável, tendo assim reservatório e encanamento próprios. Descartado o uso da água da chuva ao consumo humano, restam outras alternativas, como comprar água de caminhões-pipa ou captá-la por meio de poços artesianos, o que, como sabemos, já vem acontecendo. Aqui o cuidado fica para a certificação da procedência dessas águas. A perfuração de poços e o uso de reservas subterrâneas são opções mais acessíveis para a captação de água para o abastecimento em períodos de seca, desde que isto ocorra de forma segura e atenda a parâmetros técnicos que garantam a qualidade da água. Caso contrário, os riscos são muitos. Sem os cuidados necessários, é possível que sejam extraídas águas poluídas por esgotos, micro-organismos e até mesmo metais pesados. Há ainda a possibilidade da poluição e esgotamento dos aquíferos, impactos irreversíveis. Por isto, ao avaliar a construção de um poço como opção, o primeiro passo é procurar os órgãos responsáveis pelos estudos, licenças e cadastramento desses poços, evitando assim a perfuração clandestina. No caso do Estado de São Paulo, a tarefa é do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). A relação dos poços artesianos com a água comercializada por caminhões-pipa é direta, já que em sua maioria a captação ocorre por meio deste sistema. Se levarmos em conta os dados da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), que aponta 85% dos poços artesianos brasileiros como clandestinos, não fica difícil imaginar o tamanho do problema. Assim, a única opção é contratar tal serviço de empresas que garantam a origem, a conservação e o transporte corretos da água. Caso contrário, a água colocará em risco a saúde de quem a consumir, sem contar os impactos ambientais. A tarefa não é fácil, e os cuidados, como vimos, são muitos. Mas, em tempos de crise hídrica, não podemos trocar um problema por outro. Ou seja: na busca por soluções contra o desabastecimento de água, é possível que estejamos criando precedentes para uma crise de saúde pública. Então, toda

atenção é bem-vinda e todo cuidado é importante. Fonte: ~,http:ÿÿepoca.globo.~ comÿcolunas-e-blogsÿblog-~ do-planetaÿnoticiaÿ~ 2014ÿ11ÿcrise-da-agua-~ como-estocar-sem-arriscar-~ sua-saude.html~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo RBC Informa No dia 13/11/2014, a comunidade elegeu João Ricardo Melo Figueiredo Diretor-Geral do Instituto Benjamin Constant para o período de 2015 a 2018. João nasceu em São Luís (MA), veio para o Rio de Janeiro e iniciou seus estudos no IBC na Educação Infantil em 1983 até concluir o

Ensino Fundamental em 1994. Posteriormente, foi aprovado no Colégio Pedro II para cursar o Ensino Médio. Graduou-se em Letras (Português/Inglês) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na mesma instituição, prosseguiu seus estudos, obtendo o título de Mestre e Doutor em Linguística. Sua tese de doutorado teve como tema a deficiência visual. Trabalhou em cursos livres de idiomas, na rede estadual do Rio de Janeiro e na rede privada. Retornou ao IBC, por meio de concurso público, em 2006, como Professor de Língua Inglesa. Paralelamente à docência, atuou como Coordenador de Área, Coordenador da 2ª fase, Diretor

do Departamento de Educação, até seu cargo atual. Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Culinária Palha italiana diet Ingredientes: 1 xícara de chá de biscoito dietético picado; 1 xícara de chá de leite em pó desnatado; meia xícara de chá de água fervente; meia xícara de chá de adoçante dietético em pó, próprio para forno e fogão; 1 colher de sopa de margarina; 2 colheres de sopa de cacau em pó; 4 colheres de sopa de leite desnatado. Modo de preparo: Espalhe os biscoitos em um recipiente e reserve. Misture o leite em pó, a água, o adoçante, a margarina e bata no liquidificador por 5 minutos. Despeje em uma panela, acrescente o cacau e o leite, levando tudo ao fogo, sem parar de mexer, por cerca de 10 minutos. Retire, despeje sobre os biscoitos e sirva. Fonte: ~,http:ÿÿdoceriamiroane.~ com.brÿpalha-italiana-~ dietÿ~, Frango de forno crocante Ingredientes: 1 kg de sobrecoxas; raspas e suco de 1 limão; 2 dentes de alho triturados; sal; orégano e pimenta-do-reino a gosto; 2 colheres de sopa de maionese; 1 colher de chá de mostarda; 2 xícaras de chá de farinha de milho amarela. Modo de preparo: Tempere as sobrecoxas com suco e raspas de limão, sal, pimenta-do-reino, alho e orégano. Misture a maionese com a mostarda e pincele todos os pedaços de frango. Siga empanando cada sobrecoxa na farinha de milho amarela. Disponha os pedaços em uma fôrma untada e leve ao forno preaquecido a 200} por aproximadamente 45 minutos. Sirva a seguir. Fonte: ~,http:ÿÿreceitas.~ radioglobo.globoradio.~ globo.comÿ2015ÿ01ÿ24ÿ~, Torta de maçã Ingredientes para a massa: 1 ovo; 100 g de margarina; 1 copo de farinha de trigo; meio copo de açúcar; 1 pitada de sal; 1 colher de sopa de leite; 1 colher de sopa de fermento em pó químico. Ingredientes para o recheio: Meia xícara de açúcar; 2 colheres de sopa de farinha de trigo; meia colher de chá de canela em pó; 2 maçãs médias em fatias. Ingredientes para a cobertura: #:d de xícara de farinha de trigo; meia xícara de margarina; meia xícara de açúcar. Modo de preparo da massa: Bata as claras em neve e reserve. Coloque a farinha, a gema, a margarina, o sal, o açúcar, o fermento e o leite. Amasse tudo muito bem. Junte as claras em neve e mexa até ficar uma mistura uniforme. A massa deve ficar pastosa. Modo de preparo do recheio: Em uma tigela misture o açúcar, a farinha e a canela. Adicione as maçãs e mexa cuidadosamente. Modo de preparo da cobertura: Misture todos os ingredientes, até obter uma mistura granulada. Montagem: Em uma tigela untada com margarina, forre,

inclusive as laterais, com a massa. Em seguida, arrume as maçãs sobre a massa e, por fim, salpique a cobertura sobre a torta. Leve ao forno médio, preaquecido, até dourar. Fonte: ~,http:ÿÿreceitas.~ radioglobo.globoradio.~ globo.comÿ2014ÿ10ÿ21ÿ~ torta-de-maca-a-hora-e-~ agoraÿ~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do Leitor "Sou Raymundo Monteiro da Costa e preciso adquirir uma reglete francesa, interpontada, medindo 27 por 17 cm, em perfeito estado de conservação. Interessados na venda entrem em contato comigo, mesmo que seja a cobrar. Meu telefone é (22) 2662-9072. Gostaria, também, que meus ex-colegas, que estudaram comigo no IBC de 55 a 65, entrassem em contato comigo, pois a saudade que sinto deles é muito grande; pode ser a cobrar. Se a ligação cair na secretária eletrônica, deixe o nome e o número de seu telefone que, depois, eu ligarei de volta." "Sou a Telma Maria de Souza, moro em Pernambuco e quero informar meu novo endereço para receber as correspondências dos meus amigos: Rua Oitenta e Um, n.o 101 -- Maranguape II -- Paulista-PE -- CEP: 53421-390. Meu telefone é (81) 3072-0920; gostaria também de entrar em contato com meu

amigo Luciano Augusto, que reside em Portugal." Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vocabulário Açucena: s. f. Planta liliácea de flores brancas e perfumadas, também conhecida como lírio-branco. Adorna: v. Disfarça, enfeita. Agropastoreio: s. m. Trabalho na agricultura e na criação de gados; atividade agropastoril. Aplainado: adj. Nivelado. *App*: Abreviatura inglesa para aplicativo. *App Store* (inglês): Loja virtual de programas para os equipamentos da *Apple*. Anfitriã: s. f. Dona da casa em relação aos convidados. Baioneta: s. f. Arma que consiste numa lâmina pontiaguda que se adapta à extremidade do cano da espingarda, para o combate corpo a corpo. Baqueta: s. f. Vareta de madeira usada para tocar bateria e outros instrumentos de percussão. Biodiversidade: s. f. Grande variedade de espécies (flora, fauna, fungos macroscópicos e micro-organismos) existentes em nosso planeta. Biopirataria: s. f. Ato de adquirir, de maneira ilegal, recursos naturais destinados à pesquisa ou desenvolvimento de produtos. Brahms: Johannes Brahms (1833-1897) foi um compositor alemão, uma das mais importantes figuras do romantismo musical europeu do século XIX.

Cepa: s. f. Também chamada de estirpe, é um termo usado na biologia e na genética para se referir a um grupo de descendentes com um mesmo ancestral. Colocar em xeque: Expressão que significa pôr em dúvida a importância ou o valor de algo ou alguém. Cone Sul: Bloco de países formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. Controverso: adj. Que desperta sentimentos ou opiniões conflitantes, polêmico. Desestabilizado: adj. Fig. Emocionalmente abalado. Despropósito: s. m. Ação sem propósito, desatino. Diapasão: s. m. Aparato usado para afinar instrumentos musicais. A forma mais conhecida é um objeto metálico parecido com a letra "Y" que, ao ser estimulado (uma pancada em um de seus braços) emite o som da nota Lá na frequência de 440 Hz. Este mesmo som pode ser ouvido ao se tirar o telefone do gancho. Existem também diapasões de sopros, que usam o mesmo princípio de um apito ou flauta. Discernimento: s. m. Capacidade de julgar, compreender com facilidade. Ecossistema: s. m. É o conjunto de seres vivos e elementos inanimados que interagem em um determinado ambiente. Nele existe uma grande variedade de espécies de seres vivos. Eletrólitos: s. m. pl. É um termo médico/científico para os sais do nosso organismo. Sua reposição é feita através de bebidas com sódio e potássio.

Equipe interdisciplinar: Equipe formada por profissionais de várias áreas. Excepcional: adj. Que foge à regra, que faz parte de uma exceção. Exoesqueleto: s. m. Esqueleto externo. Flerta: v. Paquera. Formações pioneiras: Expressão utilizada para denominar o tipo de cobertura vegetal formado por espécies colonizadoras de ambientes novos, como a vegetação da restinga, do mangue, dos campos salinos e as comunidades aluviais (pântanos, lagos de água salgada e lagoas). Impassíveis: adj. pl. Indiferentes. Impermeabilizados: adj. pl. Que não deixam passar líquido. Incompletude: s. f. Qualidade do que é incompleto. Incubação: s. f. Tempo que decorre desde a penetração de um agente infeccioso no corpo até a manifestação sintomática da doença. Inespecificidade: s. f. Qualidade do que não é específico. Inusitados: adj. pl. Incomuns. Invariavelmente: adv. Sem alteração, sem variação. Letal: adj. Que causa mortes, fatal. Linguagem coloquial: Também conhecida como informal ou popular, é uma linguagem utilizada no cotidiano não exigindo observância total da gramática. Máxima contenção: Nível especial de segurança para manipulação de micro-organismo de alto risco, com procedimentos técnicos específicos. Menção honrosa: participação digna de registro, reconhecimento.

Mesclada: adj. Misturada, combinada. Metais pesados: Metais tóxicos e contaminantes, que o nosso organismo não é capaz de eliminar. Nipônica: adj. Relativo ao Japão. Pária: s. 2g. Pessoa excluída socialmente. Precedentes: s. m. pl. Fatos ou circunstâncias considerados em relação de anterioridade a outros de natureza igual ou semelhante. Perspicácia: s. f. Lucidez, esperteza. Preteridos: adj. pl. Deixados de lado. Primoroso: adj. Excelente, maravilhoso, perfeito. Shakespeare: William Shakespeare (1564-1616) é considerado o maior poeta e dramaturgo da Inglaterra e um dos maiores de todos os tempos.

Sapoti: s. m. Fruto do sapotizeiro, árvore nativa da América Central. Sarjeta: s. f. fig. Estado de grande decadência. Seleto: adj. De primeira qualidade, especial. Significâncias: s. f. pl. Significados rigorosos das palavras. Sistema i{o{s: Sistema operacional móvel da *Apple*. Skype (inglês): Programa gratuito que permite a comunicação online através de voz e vídeo. Solene: s. m. O formal, o pomposo. Solfejo: s. m. Ato de ler ou entoar um trecho musical, pronunciando os nomes das notas ou apenas vocalizando-as.

Tentos: s. m. pl. Gols. Revisado por Karine Vieira Pereira õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Thiago Teixeira da Silva Revisão Braille: João Batista Alvarenga e Chyene Kelen