¨ I Diretora-Geral do IBC Maria Odete Santos Duarte Comissão Editorial Ana Paula Pacheco da Silva Daniele de Souza Pereira João Batista Alvarenga Leonardo Raja Gabaglia Maria Cecília Guimarães Coelho Vitor Alberto da Silva Marques Colaboração Eduarda Bayma Milfont Maria Salete Semitela de Alvarenga Marlene Maria da Cunha Paulo Felicíssimo Ferreira Transcrição conforme as Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, MEC/SEESP, 2006.
Distribuição gratuita consoante a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de Setembro de 1949. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ ?itemid=381~,
¨ III
onde já se lia as palavras “ordem e progresso”.
por Antonio João Menescal
Conde
Fonte: *Revista Benjamin
Constant* -- Edição n.o
09 -- junho de 1998.
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História das Copas
1966 -- Festa inglesa, com
polêmica na final
Pode-se dizer que a Copa da Inglaterra foi um torneio de zebras, embora o mascote tenha sido um Leão -- Willie, o primeiro da história dos Mundiais -- e o herói tenha sido um cachorro -- Pickles, que encontrou a Taça Jules Rimet em um jardim, após o troféu ter sido roubado. Mas foram mesmo os resultados inesperados, popularmente conhecidos como ”zebras”, que apareceram em profusão nos campos britânicos e marcaram a competição.
Os bicampeões Brasil e
Itália, por exemplo, foram eliminados ainda na primeira fase. Os italianos foram derrotados pela Coreia do Norte e desembarcaram em casa sob chuva de tomates atirados pelos irados torcedores. O Brasil, mesmo com Pelé e Garrincha na delegação, não conseguiu mostrar o mesmo futebol das Copas anteriores e também deu adeus mais cedo, depois de ser atropelado pela seleção portuguesa de
Eusébio.
Craque e artilheiro do torneio, com nove gols, Eusébio conseguiu levar Portugal ao terceiro lugar, até hoje a melhor colocação da história dos lusitanos. Outro nome que apareceu durante o Mundial de 1966 foi o do alemão Franz Beckenbauer. Aos 20 anos, o Kaiser começou a encantar o planeta e levou a Alemanha Ocidental à final da competição.
Havia chegado a vez dos ingleses, os inventores do futebol. Depois de não se interessar pelas primeiras edições da Copa do Mundo, passar vergonha com uma derrota para os Estados Unidos em 1950 e fazer figuração de 1954 a 1962, a seleção britânica aproveitou a vantagem de jogar em casa e, com uma geração de ouro formada por nomes como Bobby Moore, Alan Ball, Geoff Hurst e Bobby
Charlton, enfim levantou a Taça Jules Rimet.
Os anfitriões passaram pela Argentina nas quartas de final e contaram com dois gols do craque Bobby Charlton para superar a seleção portuguesa de Eusébio. Mas, na final, um lance polêmico marcou a vitória sobre a Alemanha Ocidental. Geoff Hurst foi o herói do triunfo inglês por 4 a 2 no estádio de Wembley ao marcar três gols na final, dois deles na prorrogação. Hurst detém o recorde de mais gols marcados em uma decisão de Copa do Mundo da FIFA, embora até hoje permaneçam dúvidas quanto à legitimidade do seu segundo gol. A bola bateu no travessão e não teria cruzado a linha, mas o tento foi validado pelo auxiliar Tofik Bakhramov. Emoção nas arquibancadas e festa de norte a sul da Inglaterra.
Decepção verde e amarela
Bicampeão do mundo, em 1958 e 1962, o Brasil era favoritíssimo para a Copa da Inglaterra. Ainda mais porque contava com Garrincha e Pelé. E a estreia animou a torcida brasileira. Em
Liverpool, terra dos Beatles, Pelé e Garrincha marcaram os gols que garantiram a vitória sobre a
Bulgária por 2 a 0. Foi a última vez que os dois jogaram juntos. E o Brasil jamais perdeu com Pelé e Garrincha em campo. Mas, na Copa de 1966, a alegria durou por apenas uma partida.
Uma entrada violenta que recebeu na estreia tirou Pelé do segundo jogo da seleção brasileira, diante da
Hungria. O resultado foi desastroso: 3 a 1 para os húngaros e a primeira derrota brasileira em Copas depois de 13 jogos.
De volta para a partida contra Portugal, Pelé foi caçado em campo e desapareceu diante do brilho de Eusébio, que marcou duas vezes na vitória de 3 a 1 dos lusitanos. Acabava ali a participação na Copa do time que havia encantado o mundo nos anos anteriores.
1970 -- A Copa dos grandes
lances do rei do futebol
Primeira Copa transmitida em cores para todo o mundo pela televisão, o Mundial de 1970 foi marcado por lances plásticos e geniais, protagonizados, principalmente, pela seleção brasileira de craques como Pelé, Tostão,
Rivelino, Jairzinho e
Gérson. Desde os primeiros jogos até a final, o escrete canarinho encantou o mundo e arrebanhou a torcida dos anfitriões mexicanos, extasiados com o futebol ofensivo apresentado pelo time comandado por Zagallo.
O México recebia a Copa do Mundo pela primeira vez e a maior preocupação dos atletas era quanto ao calor intenso, já que os jogos teriam de se adequar à televisão europeia, o que resultava em partidas marcadas para horários escaldantes. As novidades foram as duas substituições por equipe e cartões vermelhos e amarelos para melhor visualização das advertências dadas pelos árbitros aos jogadores.
Outro destaque do torneio foi o atacante alemão Gerd Müller, artilheiro com impressionantes dez gols. Ele marcou um na virada sobre o Marrocos, fez três contra a Bulgária e repetiu a conta diante do Peru. Nas quartas de final, marcou, na prorrogação, o gol que eliminou a
Inglaterra. O jogo foi um dos muitos que entraram para a mitologia alemã de nunca se entregar em campo. Os germânicos perdiam por 2 a 0 a pouco mais de vinte minutos do fim do jogo. Franz
Beckenbauer e Uwe Seeler, no entanto, empataram e levaram a partida para a prorrogação. A ironia foi que, antes de Müller decretar a vitória alemã, o árbitro anulou um gol do inglês Geoff Hurst, justamente o autor de um gol polêmico contra a Alemanha
Ocidental na decisão da Copa de 1966. E os alemães tinham Müller, que marcou e garantiu a primeira vitória dos alemães sobre a Inglaterra em uma partida oficial.
Outro jogo que entrou para a história foi a semifinal entre Itália e Alemanha. A partida terminou empatada em 1 a 1, após Karl-Heinz Schnellinger marcar no último minuto do tempo regulamentar e levar os alemães a disputarem mais uma prorrogação. No tempo extra, o maior número de gols marcados na prorrogação em toda a história das Copas: foram cinco, dois deles de Gerd Müller. Os italianos, no entanto, marcaram três, e se garantiram na final. Para os alemães ficou eternizada a imagem do capitão Franz Beckenbauer, que deslocou o ombro e mesmo assim continuou jogando com uma atadura.
Genialidade em campo
Mesmo tendo sofrido com a violência dos adversários em 1966, Pelé chegou a ser questionado por causa do fiasco da seleção brasileira na Inglaterra. Por isso, o rei cogitou não jogar a Copa de 1970. Mas acabou cedendo e virou o alicerce de um time que, para muitos, ainda hoje seria difícil de ser batido.
A vitória por 4 a 1 sobre a Itália na final deu ao Brasil o direito de levar a Taça Jules Rimet para casa em definitivo. Para delírio dos mexicanos e assombro de espectadores do mundo inteiro, que viram a reluzente camisa amarela se transformar em ícone eterno da magia do futebol, Pelé compilou uma verdadeira antologia de jogadas incríveis em sua perfeita despedida das competições internacionais.
São inúmeros os exemplos de genialidade dados pelo camisa 10: a cabeçada perfeita, no canto direito do gol da
Inglaterra, que selou a glória eterna do goleiro Gordon Banks, naquela que é considerada a maior defesa de todos os tempos; o chute dado de trás da linha do meio-de-campo diante da Tchecoslováquia, para desespero do arqueiro adversário, que viu a bola sair por pouco; o magistral drible sem tocar na bola sobre o goleiro uruguaio
Mazurkiewicz, na jogada que só não terminou em gol para se tornar ainda mais mítica; e os quatro tentos marcados por Edson Arantes do
Nascimento, um deles na final contra a Itália.
Mas seria injusto atribuir somente a Pelé o encanto criado em campos mexicanos. O time formado por Félix;
Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Gérson e Clodoaldo; Pelé, Jairzinho, Tostão e
Rivelino ficou para sempre na memória de qualquer amante de futebol. O último gol marcado pelo Brasil na Copa de 1970, o quarto diante da
Itália na decisão, mostra bem a beleza daquela seleção. O lance teve a participação de sete jogadores e culminou em um passe milimétrico de Pelé para o capitão Carlos
Alberto Torres mandar às redes. Ao todo, foram seis vitórias em seis jogos, com 19 gols marcados, sete deles de Jairzinho, que entrou para a história por ter marcado em todos os jogos da Copa.
1974 -- Uma revolução tática
O Brasil não conseguiu ao menos fazer lembrar a mágica da seleção de 1970, a
Inglaterra sequer se classificou para a Copa do Mundo de 1974, e a Argentina ainda era uma força menor do futebol; mas, mesmo assim, o Mundial disputado na
Alemanha se tornou um marco para o esporte. Tudo por causa de um carrossel.
Comandados pelo lendário Johan Cruyff, os holandeses voltavam a disputar uma Copa depois de 36 anos. E o retorno foi em grande estilo: apelidada de Laranja Mecânica, a seleção europeia pôs em prática, como jamais havia sido visto, o conceito de futebol total. A premissa tática parece ousada até hoje: os jogadores não tinham posição fixa em campo. Todos deveriam ser capazes de marcar, atacar e armar jogadas, trocando de lugar em velocidade e envolvendo o adversário. É claro que isso exige jogadores acima da média, total entrega tática e muito esforço físico e técnico. E a Holanda contava não apenas com Cruyff, o maestro, mas também tinha nomes como Neeskens, Jansen e Resembrink.
O mentor de tudo isso era o técnico Rinus Michels, que antes havia criado o quase imbatível Ajax do começo dos anos 70. Na Copa, os resultados logo apareceram: 2 a 0 no Uruguai na primeira fase, 4 a 0 na Argentina e 2 a 0 no tricampeão Brasil na segunda fase. Mas havia uma pedra (ou melhor, uma rocha) chamada Beckenbauer no caminho.
Jogando em casa, os alemães ocidentais chegaram a ser vaiados pela própria torcida na primeira fase e demoraram a engrenar. Mas uma vitória sobre a impressionante
Polônia, do artilheiro Lato, selou a passagem para a final e mostrou de uma vez por todas a força germânica quatro dias antes da decisão do torneio.
Mas Beckenbauer e seus companheiros eram as zebras diante do Carrossel Holandês. A Holanda havia marcado 14 gols e sofrido apenas um nos seis jogos anteriores e, assim que o jogo começou, partiu para o ataque sem que os alemães tivessem encostado na bola. Cruyff partiu do meio-de-campo e só foi parado na área, por Uli Hoeness: pênalti com um minuto de partida. Coube a Neeskens marcar o primeiro gol de pênalti em uma final de Copa do Mundo.
Os alemães, no entanto, não desistiram. Eles já tinham experiência em vencer seleções mágicas em decisões de Copa do Mundo depois de sair atrás no marcador. Vinte anos antes, a vítima fora a Hungria de Puskas. Em 1974, sobrou para a Holanda de Cruyff. Aos 25 minutos, Bernd
Hölzenbein foi derrubado por Wim Jansen na área e Paul Breitner converteu o segundo pênalti do jogo. Depois, coube a Gerd Müller a honra de marcar o gol que garantiu o triunfo. Assim, o capitão Franz Beckenbauer ergueu a nova taça da Copa, já que a Jules Rimet ficou definitivamente para o Brasil em 70.
Vítima da Laranja Mecânica
Sem Pelé, Gérson, Carlos Alberto Torres, Tostão e Clodoaldo, o Brasil nem de longe se parecia com a seleção mágica de 1970, embora também tivesse Zagallo como técnico. Na primeira fase, o time canarinho se classificou em segundo lugar, com dificuldade, depois de empatar sem gols com a Iugoslávia, que passou em primeiro do grupo, e a
Escócia, além de vencer o Zaire por 3 a 0 na última rodada.
O Zaire, aliás, merece uma menção especial. Primeiro país da África Subsaariana a disputar uma Copa do Mundo, a nação, hoje chamada de
República Democrática do Congo entrou para a história do Mundial graças a um dos lances mais bizarros do futebol em todos os tempos. Na partida contra o Brasil, o juiz anotou uma falta a favor do time canarinho na frente da área da equipe africana. Os jogadores do Zaire se posicionaram na barreira, mas, assim que o árbitro apitou, o zagueiro Ilunga Mwepu saiu correndo e chutou a bola para longe antes que ela fosse posta em jogo pelos brasileiros. Cartão amarelo para um surpreso Mwepu e lugar garantido na história das Copas.
Na segunda fase, o Brasil venceu a Alemanha Oriental e a Argentina, mas acabou como mais uma vítima da Laranja Mecânica e teve de se contentar em disputar o terceiro lugar contra a Polônia. Depois de ser atropelado pelo
Carrossel, o time canarinho também não foi páreo para a Polônia e acabou em quarto lugar.
1978 -- Uma Copa sob a
sombra da ditadura
Depois de seus vizinhos na América do Sul (Uruguai, Brasil e Chile), a
Argentina finalmente teve a sua chance de organizar uma Copa do Mundo, em 1978. E, ao contrário do que ocorreu com brasileiros e chilenos, os argentinos puderam comemorar o final feliz. Mario Kempes se consagrou como artilheiro do Mundial e a festa tomou conta das ruas de Buenos Aires, com chuva de papéis azuis e brancos, depois da vitória da seleção sul-americana sobre a Holanda na final.
Mas, mesmo com o *show* da torcida, nunca houve uma Copa do Mundo tão polêmica. A competição teve como pano de fundo o opressivo regime militar liderado pelo general Jorge Videla. Os brasileiros não se conformaram por terem perdido o Mundial, mesmo sendo o único time invicto do torneio. As reclamações começaram na primeira fase. No jogo contra a Suécia, o 1 a 1 perdurava até o fim, quando, após uma cobrança de escanteio, Zico cabeceou para as redes. O árbitro galês Clive Thomas, no entanto, alegou que tinha apitado o fim do jogo antes de a bola cruzar a linha. Gol anulado e empate em 1 a 1.
Depois, veio a Batalha de Rosario. O jogo entre
Brasil e Argentina, válido pela segunda fase da Copa, poderia definir um finalista. Os argentinos, sob os olhares do ditador Jorge Videla, queriam ganhar de qualquer jeito, e endureceram para cima dos brasileiros, que responderam na mesma moeda. O resultado foi um dos jogos mais violentos da história, em que os protagonistas não foram craques como Zico e Kempes, mas sim marcadores famosos pelas entradas cheias de vigor, como os brasileiros Chicão e
Oscar e os argentinos Galván e Ardiles.
No fim, o 0 a 0 deixou a definição de quem iria à final para a última rodada. O problema é que os jogos de Brasil e Argentina não foram disputados no mesmo horário. Os brasileiros entraram em campo antes e venceram a
Polônia por 3 a 1. Quando o jogo entre Argentina e
Peru começou, os donos da casa já sabiam que precisavam vencer por uma diferença de quatro gols para superar o Brasil no saldo e avançar à decisão da Copa. O que se seguiu foi um jogo de ataque contra defesa e os desinteressados peruanos, que já não tinham chance de classificação, perderam por 6 a 0.
Os brasileiros reclamam até hoje e o técnico Cláudio Coutinho chegou a declarar, no fim do torneio, depois de vencer a Itália na decisão do terceiro lugar, com um gol antológico de Nelinho, que o Brasil era o campeão moral da Copa.
África desencanta
Polêmicas à parte, a Copa de 1978 teve muitos momentos marcantes. Na primeira fase, o triunfo da estreante
Tunísia sobre o México, por 3 a 1, marcou a primeira vitória de uma seleção africana em Copas do Mundo da FIFA. Também debutante, o Irã conquistou um ponto diante da Escócia, único representante britânico.
Mesmo em outro continente, os europeus mostraram força. A Itália, com nomes como Paolo Rossi e Dino Zoff, impressionou com boas vitórias e um digno quarto lugar, terminando a Copa como o único time que conseguiu vencer os argentinos.
A Holanda, por sua vez, jogou sem Johan Cruyff, uma ausência que entraria para a história como mais uma das polêmicas da Copa na
Argentina. Aclamado como um dos maiores jogadores do planeta, Cruyff decidiu não disputar a Copa de 1978. Na época, muitos consideraram que a motivação do eterno camisa 14 holandês foi a de protestar contra o regime ditatorial argentino.
Outros especularam uma briga com a federação holandesa de futebol. Muito tempo depois, Cruyff disse que um episódio de violência em
Barcelona, cidade onde morava com a mulher e três filhos, motivou a decisão. Segundo o craque, homens invadiram sua casa, amarraram sua família e apontaram armas para as cabeças de sua mulher e seus filhos. O crime, ocorrido meses antes da Copa, teria deixado o jogador sem ânimo para disputar o Mundial.
A Argentina, que não tinha nada a ver com isso, aproveitou. No estádio Monumental de Nuñez completamente lotado, os donos da casa fizeram 3 a 1, com dois de Mario Kempes e levantaram pela primeira vez o cobiçado troféu de campeão do mundo.
1982 -- A queda do futebol
arte
Para os brasileiros, a
Copa do Mundo de 1982, na
Espanha, só não foi mais traumática do que a de 1950. O Mundial disputado no
Brasil legou à história do futebol a palavra
"Maracanazo", que se refere à derrota por 2 a 1 do time canarinho para o Uruguai, em um Maracanã mais do que lotado. E a Copa realizada na Espanha, 32 anos depois, ficou marcada pela "Tragédia do Sarriá".
No dia 5 de julho de 1982, mais de 40 mil pessoas assistiram, no Estádio
Sarriá, em Barcelona, à vitória por 3 a 2 da Itália sobre o Brasil de Zico, Falcão, Sócrates, Júnior, Cerezo, Éder e tantos outros. Naquela altura, a seleção brasileira comandada por Telê Santana era a sensação do torneio, tendo vencido a
União Soviética, a Escócia, a Nova Zelândia e a
Argentina de Maradona, sempre dando um *show* de futebol técnico e ofensivo.
Contra os italianos, bastava um empate para garantir os brasileiros na semifinal do
Mundial. Mas ninguém contava com a redenção de Paolo
Rossi. Em 1980, o atacante foi condenado pela Justiça desportiva italiana por ter se envolvido no escândalo do
Totonero, como ficou conhecido o esquema de manipulações de resultados feito por um grupo de apostadores da loteria esportiva italiana. A punição de três anos foi reduzida para dois e, assim, Rossi ficou livre para jogar quando faltava um mês para a Copa do Mundo.
Na primeira fase do
Mundial da Espanha, a
Itália não conseguiu se acertar: foram três empates, diante de Polônia, Peru e
Camarões. A classificação para a próxima fase só veio porque a *Azzurra* conseguiu marcar um gol a mais que
Camarões. Fora de ritmo de jogo, Paolo Rossi não fez nenhum gol nos três primeiros jogos. A arrancada rumo ao título, no entanto, estava por vir.
A 12ª edição de uma Copa do Mundo da FIFA teve várias novidades. A principal foi que, em vez de 16 seleções, o torneio passou a contar com 24 participantes. Os times foram divididos em seis grupos de quatro, em que todos jogavam contra todos. Os dois primeiros avançavam. Na segunda fase, os doze times eram divididos em quatro grupos de três. Apenas o melhor passava para as semifinais.
Além disso, seis seleções estrearam em Copas: Argélia, Camarões, El Salvador, Honduras, Kuwait e Nova Zelândia. A Argélia causou surpresa ao derrotar na estreia a Alemanha Ocidental, detentora do título europeu, por 2 a 1. Os argelinos também derrotaram o Chile, mas acabaram eliminados no saldo de gols ao verem no dia seguinte a Alemanha
Ocidental fazer 1 a 0 na Áustria, em um jogo bastante polêmico, já que o resultado classificou os dois países vizinhos. A partida gerou tanta controvérsia que, nos torneios seguintes, os jogos do mesmo grupo na última rodada da primeira fase passaram a acontecer sempre no mesmo horário.
Para a seleção de
Camarões, faltou sorte. Mesmo invictos, os africanos foram eliminados na primeira fase, por causa do saldo de gols. Outra zebra foi
Honduras, que conseguiu empatar com a decepcionante anfitriã Espanha. Já El
Salvador se tornou o primeiro país a tomar dez gols em uma partida da Copa do Mundo
da FIFA ao perder por 10 a 1 para a Hungria.
Emilinha, um ano mais nova que Marlene, morreu em 2005.
Fontes: ~,http:ÿÿwww1.~
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Maravilhas do Mundo
Gruta do Maquiné
A Gruta do Maquiné foi descoberta, em 1825, pelo fazendeiro Joaquim Maria
Maquiné, na época proprietário das terras. Foi explorada cientificamente, em 1834, pelo naturalista dinamarquês Dr. Peter Wilhelm Lund que, em seguida, mostrou ao mundo as belezas naturais de raro primor. Foi na Lapa Nova de Maquiné que Peter Lund descobriu, pela primeira vez, ossadas fósseis, das quais se destacam o
*Similodon populator* (tigre-dentes-de-sabre) e o *Nothrotherium magnuinense* (preguiça-gigante).
Com sete salões explorados, totalizando 650 m lineares e desnível de apenas 18 m, o preparo de iluminação e passarelas possibilita aos visitantes vislumbrarem as maravilhas da gruta, onde todo percurso é acompanhado por um guia local. A Gruta do Maquiné tem como responsável direta de sua gênese e evolução a ação das águas sobre a rocha calcária, a qual vai se desgastando e, através de sua dissolução, se formam galerias subterrâneas denominadas cavernas. Repleta de ornamentos naturais, apresenta um dos mais belos acervos de espeleotemas, formas resultantes da deposição da calcita. Os principais espeleotemas encontrados são: as estalactites, estalagmites, colunas, cortinas e represas de travertino. Área: 72 hectares. Altitude: 720 m.
A Gruta do Maquiné conta com uma infraestrutura de visitação que oferece restaurante, lanchonete, lojas de produtos artesanais, estacionamento para carros e ônibus, e sanitários. Telefone público: (31) 3715-1078; Telefax: (31) 3715-1310.
O atrativo pertence ao governo estadual, mas o município detém a concessão de vinte e cinco anos para a exploração (início da concessão: 1990). A gruta é administrada pela Fundação
Maquinetur, que tem um escritório em Cordisburgo
[Minas Gerais, onde também é localizada].
Para a visita guiada, existem seis guias, que podem chegar a conduzir até 40 pessoas de cada vez, e dois funcionários que atuam na segurança da gruta.
Fonte: ~,http:ÿÿwww.~
grutadomaquine.tur.br~,
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Tributo
Marcelo de Moura Estevão
Pioneiro
O Professor Marcelo de Moura Estevão, hoje com 84 anos e sempre de bom humor, é um nome importante na história do IBC.
Filho de Arcílio de Moura Estevão e Peron de Moura Estevão, nasceu no dia 18 de março de 1930, na fazenda Bom Jesus de Moura, na cidade de Ubá, Minas Gerais. Com uma infância bem distinta da maioria das crianças cegas à época, nunca foi impedido de fazer coisa alguma.
Sua educação foi privilegiada, uma vez que, em 1937, começou a ser alfabetizado, em casa, pela irmã Maria
Ermínia, a qual concluíra seu curso no Instituto Benjamin Constant. Continuou os estudos com ela no interior, até 1941, quando foi matriculado pelos pais no Instituto São Rafael, em Belo Horizonte, onde estudou durante quatro anos. Em 1946, matriculou-se no IBC e aí permaneceu até 1949, com uma trajetória vitoriosa.
Ingressou no Ensino Médio em 1950, acolhido de forma pioneira no colégio particular Mallet Soares, junto com
seus inseparáveis amigos,
Edison Ribeiro Lemos e
Ernani Vidon, já que, então, os colégios públicos, como o Pedro II, opunham-se à admissão de pessoas cegas. Recorda ele:
"Protagonizamos a primeira situação de inclusão educacional realizada no Brasil: fomos estudar no colégio Mallet Soares, em Copacabana -- Rio de Janeiro-RJ. Este fato tornou-se um marco em nossas vidas; foi um pioneirismo três deficientes visuais receberem ensinamentos de uma escola para jovens de visão normal."
Pode-se imaginar as dificuldades encontradas por
Marcelo e seus companheiros! As gerações seguintes são gratas a eles por isto.
Em julho de 1953, por concurso de títulos, foi nomeado
professor primário do IBC,
ano em que também recebeu uma bolsa de estudos da Fundação para o Livro do Cego no Brasil, atual Fundação
Dorina Nowill para Cegos. Especializou-se no ensino da pessoa cega no Instituto de Educação Caetano de Campos, em São Paulo, ali conhecendo Geralda Amaral, sua professora, com quem viria a casar-se três anos mais tarde. Deste matrimônio, nasceram quatro filhos: Márcia,
Marilia, Marcelo e Marcos, dos quais fala com muito orgulho.
Um fato triste em sua vida foi o falecimento da esposa em 1967. Naquele momento difícil, seu filho caçula tinha apenas seis meses. Para cuidar das crianças, contou com o auxílio de Maria de Lourdes Batista, por quem manifesta muita gratidão.
Marcelo foi igualmente pioneiro ao ingressar, em 1954, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Curso de Letras Neolatinas da antiga Universidade do
Distrito Federal-UDF, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ, na qual se graduou em 1957.
No Instituto Benjamin Constant, assumiu, em 1958, a cadeira de professor de Francês, atividade que exerceu até 1989, quando se aposentou, deixando um legado de realizações positivas.
Comissão Editorial
Fonte de consulta: *Revista
Brasileira para Cegos* --
n.o 511 -- Abril-Junho de
2008.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Memória
Luzimar Alvino Sombra --
`(28/04/1934-01/01/
/2000)
Um mestre em seu saber
No final da década de vinte, quando o Nordeste se ressentia de terrível seca, um casal de agricultores cearenses, Pedro Alvino Sombra e Maria Coelho Sombra, emigrava para a Amazônia, em busca de um futuro melhor. Já começavam a nascer-lhes os filhos, estando Luzimar dentre os primeiros.
Inicialmente, a família localizara-se em Xapuri, no então Território do Acre. Nascido ali, foi Luzimar um dos poucos rebentos que sobreviveram às terríveis endemias regionais, como febre palustre, beribéri, febre amarela e outras. Nascera, ainda, com tendência aos males da visão, arruinando-se esta gradativamente, até que seus últimos resíduos desapareceram.
Devido ao fato de o solo amazônico ficar alagado por sete meses, a moradia da família era construída sobre palafitas. O problema com sua visão não deixava Luzimar exercer funções outras, ficando em casa a zelar pelos irmãos mais novos.
Ao iniciarem-se os anos quarenta, a criação do
Território de Porto Velho atraiu Pedro Sombra para uma oportunidade de trabalho na estrada de ferro Madeira-Mamoré, ferrovia que liga Rondônia à Bolívia. Por ocasião da passagem de missões, vislumbrou-
-se uma possibilidade de cura do menino Luzimar, mediante cirurgia oftalmológica.
Era 1946, contando ele 12 anos, quando, após acidentada viagem em avião da Força
Aérea Brasileira (FAB), foi submetido, no Instituto
Benjamin Constant, à delicada intervenção cirúrgica, da qual participaram, além de médicos do próprio estabelecimento, outros afamados oftalmologistas. Interno e cercado de todos os cuidados médicos na enfermaria do Instituto, o êxito da operação foi completo, e Luzimar começou a ver o mundo com mais nitidez.
Relataria ele, bem mais tarde: "Comecei a viver vida de moleque, pois tudo o que me ensinavam era fácil de aprender. Em 1948, embora a minha idade, ingressei no curso Supletivo do Instituto, facilmente aprendendo os dois sistemas de escrita e leitura, o sistema comum e o Braille. Com atilamento, anos mais tarde, distingui-me no vestibular, em 1956, quando ingressei na Faculdade de Direito da Universidade do Distrito Federal-UDF."
Formou-se bacharel pela mesma faculdade, distinguido como primeiro aluno de todo o curso, em 1960. Ainda nos primeiros anos da década de sessenta, casou-se com a jovem Luci Custódio da Silva, com quem teve um único filho, o futuro Dr. Fábio Custódio Sombra, hoje [2000] identificado, em muito, com a personalidade de seu pai.
Exerceu, por algum tempo, a advocacia, tendo seu escritório na Rua da Quitanda, Rio de Janeiro. Inteligente, sua formação foi de grande utilidade para os seus companheiros de magistério e na orientação em geral dos colegas funcionários do IBC, coordenando planos, orientando em requerimentos de direitos adquiridos e tomando a frente nos processos de grande interesse para o Instituto Benjamin
Constant. A partir de 1976, após brilhante prova de acesso, ocupou o cargo de
Assistente Jurídico do
Ministério da Educação, cujas funções exerceu, também no Instituto, até sua morte.
Conheceu, como ninguém, todos os diplomas legais concernentes às pessoas com deficiências, preocupando-se, especialmente, com sua aplicação à problemática dos deficientes visuais, pelo que até colaborou, decisivamente, para incluir, na Constituição de 1988, itens pertinentes a esta legislação específica.
No Direito amplo, participou Luzimar de inúmeros trabalhos no Ministério da
Educação. Capítulo à parte era seu conhecimento acerca da Educação Especial, tendo feito cursos de especialização e concluído o Mestrado na
Área da Deficiência Visual na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ, com a dissertação "Educação e
Integração Profissional de Pessoas Excepcionais --
Análise da Legislação". Ligadas à sua especialização, foram incontáveis as contribuições em seminários, cursos e centros de estudo, tanto no Brasil, quanto em países estrangeiros.
Em meados de 1998, foi acometido de um acidente cardiovascular, que o reteve no leito por muitas semanas. Mesmo assim, exigiu que o expediente de seu Setor fosse levado à sua residência, a fim de lhe dar o competente despacho. Mais adiante, quando as poucas forças já lhe permitiam, ele comparecia, diariamente, ao Setor Jurídico, desobstruindo os documentos que dele exigiam pareceres. Assim aconteceu, até a véspera do triste desenlace, nas primeiras horas do ano 2000.
Lembrarei, como exemplo de ética, suas preferências, algumas autênticas paixões: o amor à família, o apego às letras do Direito, a dedicação incondicional ao Instituto Benjamin Constant e o forte amor pelo Fluminense Futebol Clube.
João Delduck Pinto Filho
Fonte: *Revista Benjamin
Constant* -- edição n.o 16
-- agosto de 2000.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Direitos de Todos
Difícil de mudar
tabilidade por SMS é confiável?
Ao fazer o cancelamento, verificamos se os créditos
existentes no *chip*, antes do pedido de portabilidade, foram mantidos. Na Oi, os R$5 de saldo, cuja validade não havia expirado, sumiram misteriosamente, após o cancelamento; na Claro, o saldo foi reduzido de R$5 para R$1; e na Tim, sobrou apenas o bônus de R$2 (os R$5 de recarga desapareceram). A Anatel afirma que, segundo a
Resolução do Serviço Móvel Pessoal (que traz regras gerais para o serviço de telefonia celular), a prestadora deve apresentar as razões para o débito dos créditos e, não havendo motivo, devolvê-los em dobro ao usuário, por meio de créditos com validade mínima de 30 dias ou outro meio escolhido pelo consumidor. O
prazo para a devolução, também, é de 30 dias.
Fonte: ~,http:ÿÿwww.~
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Acessibilidade e Inclusão
Aplicativo para celulares
identifica objetos para
deficientes visuais
O *TapTapSee* é um aplicativo desenvolvido para o sistema *i{o{s* do *iPhone*, que possibilita a qualquer pessoa com deficiência visual identificar objetos, sem precisar da presença de alguém, o que lhes proporciona maior independência.
O aplicativo é capaz de identificar, desde uma simples caneta, até uma marca de
*notebook* ou refrigerante. Depois de aberto, é necessário, simplesmente, tirar uma foto de qualquer ângulo e esperar a identificação, que é mostrada na tela do
*smartphone* e falada para o usuário cego com a ajuda do *VoiceOver*: recurso de acessibilidade da *Apple*, que permite aos cegos utilizar o *smartphone* com autonomia.
O Portal de Jornalismo ESPM-SP conversou com Dmitriy Konopatskiy, diretor executivo de *marketing* da *start-up*, que desenvolve o aplicativo.
P: A identificação do objeto é feita por humanos ou por computadores? Como é esse processo?
R: Nós usamos nossa tecnologia patenteada, que utiliza a computação gráfica mais nosso banco de dados. Quando o computador falha na identificação da imagem, ele envia para um humano e isso é o que garante nosso grande nível de acerto.
P: Quando um objeto não é identificado pelo sistema e é destinado para um ser humano identificar, essa pessoa é paga para realizar esta ação? Qualquer um pode participar do serviço?
R: Quando um objeto não é identificado e vai para um humano identificá-lo, o pessoal do nosso grupo é quem faz essa identificação. Estamos sempre treinando nosso pessoal rigorosamente, e quem estiver interessado vai passar por um forte processo seletivo. Nós não contratamos voluntários.
P: Você conhece outros aplicativos que auxiliam os cegos?
R: Existem muitos aplicativos disponíveis, que ajudam em diversos propósitos. Alguns deles são: *Voice Dream*, *{m{braille*, *flesky and textgrabber*.
P: Quantos usuários você tem no mundo? E no Brasil?
R: Nós temos, aproximadamente, 100 mil usuários no mundo, e a participação dos brasileiros está crescendo cada vez mais. Nós estamos trabalhando para melhorar a tradução do aplicativo, o que nos ajudaria a fazer o aplicativo crescer internacionalmente.
P: Qual o seu projeto para o futuro?
R: Nós estamos focando nosso desenvolvimento do *TapTapSee* para lançá-lo no *Android*, em um futuro próximo.
P: Quantos funcionários vocês possuem?
R: Nossa empresa é uma
*start-up*, então nosso grupo é pequeno, mas estamos extremamente motivados e prontos para o trabalho. Somos um grupo de 8 pessoas.
P: Como vocês se mantêm financeiramente?
R: Nossa companhia é mantida através do dinheiro vindo de investidores.
P: Que contribuição a tecnologia proporciona aos cegos? Nesse sentido, o que você acredita que possa existir em um futuro?
R: A tecnologia está dando, cada vez mais, independência para a comunidade de deficientes visuais. É incrível ouvir histórias da melhoria que nosso aplicativo fez na vida das pessoas. Por exemplo, uma pessoa nos contou que, com nosso aplicativo, ela conseguiu ir ao mercado sozinha pela primeira vez, em sua vida. Graças ao nosso aplicativo, o cliente pôde identificar os itens e julgá-los necessários ou não. Acredito que os avanços tecnológicos estão crescendo rapidamente, portanto, não me surpreenderia se, nos próximos 3 ou 5 anos, cientistas descobrissem um modo de combater a cegueira, ou alguma forma de criar um *headset* que fale para você o que está em sua frente.
O *TapTapSee* é gratuito e pode ser encontrado na *App Store*.
Fonte: ~,http:ÿÿ~
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Nossa Casa
3- Não deixe carrinhos ou outros brinquedos de criança espalhados no caminho.
4- Retire todos os tapetes.
8- Coloque uma barra de segurança ao lado do vaso sanitário para ajudar o idoso a se levantar.
Vida e Saúde
Diagnósticos precisam ser
melhores
Nos países da União
Europeia, a lei determina que antibióticos só podem ser vendidos com prescrição médica. Em farmácias da Grécia ou da Itália, no entanto, eles são comercializados livremente. Nos Estados Unidos, de acordo com o Centro de
Controle e Prevenção de Doenças, metade dos antibióticos prescritos é desnecessária ou usada incorretamente. Os médicos indicam, geralmente, os antibióticos de largo espectro que, em vez de atacarem um alvo específico, são eficientes contra vários tipos de bactérias. Isto incentiva a resistência das bactérias ao remédio.
"Suposições sobre que tipo de bactéria está causando a
infecção são comuns", critica Otto Cars. "E, quando a suposição está errada, o paciente recebe um antibiótico que não o ajuda. Por isso, os pesquisadores precisam, a todo custo, desenvolver métodos de diagnóstico mais rápidos."
Atualmente, testes em laboratórios são feitos para determinar a natureza exata dos agentes patogênicos. São necessários de dois a três dias para determinar, precisamente, qual o tipo de bactéria, um prazo longo demais para pacientes que precisam de ajuda. Embora existam testes que avaliam o genoma dos agentes infecciosos e possam trazer resultados em menos tempo, ainda são exames caros e, por isso, pouco usados por clínicos gerais.
Faltam novas opções
A pesquisa de novos antibióticos que possam ter efeito contra essas variantes das bactérias avança lentamente. Para o diretor do programa de Saúde Global e Acesso à Tecnologia da Escola de
Políticas Públicas de
Stanford, Anthony So, a indústria farmacêutica falha nos incentivos.
"Os investimentos na pesquisa são altos, e o sucesso é incerto. Antibióticos de largo espectro, por exemplo, prometem um rendimento maior que um remédio contra um agente patogênico específico, que pode não ser tão frequente", argumenta So. Além disso, antibióticos são, geralmente, administrados por um curto período, diferente de remédios para pressão alta, diabetes ou HIV, que podem ser usados por vários anos e, por isso, são mais lucrativos.
Arte para divulgar o problema
Arturo Quizphe, da
Universidade de Cuenca, no Equador, quer difundir o entendimento de que as bactérias super-resistentes representam um problema social e ambiental. Ele acredita que o uso responsável e específico dos antibióticos só vai acontecer quando as pessoas tiverem consciência de que as bactérias são uma parte importante da natureza.
"Sempre falamos de bactérias associadas a doenças e queremos nos livrar delas o quanto antes. Mas apenas uma parte delas causa doenças; muitas outras são importantes
e necessárias para as pessoas: no intestino, na boca, no estômago. E ainda sabemos muito pouco sobre elas. Não sabemos quase nada; por exemplo, sobre como reagem à poluição ambiental", discute Quizphe.
Ele reuniu seus alunos e artistas para um projeto de educação e arte sobre bactérias. Os estudantes devem difundir informações sobre os microorganismos, através de concursos de fotos ou teatro de rua. Em 2014, pesquisadores britânicos querem implementar um projeto parecido, com o lema "Tome cuidado e não antibióticos". Planejam educar estudantes sobre micróbios, higiene e remédios. "Bactérias são organismos vivos e estão na terra a muito mais tempo que nós, humanos", comenta Quizphe. "Se são
atacadas, elas vão resistir. Têm o direito de resistir."
Fonte: ~,http:ÿÿnoticias.~
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Culinária
Café
Bebida saboreada há cerca de mil anos, o café possui, sem dúvida, uma série de curiosidades. Listamos abaixo algumas delas, juntamente com informações interessantes para
aqueles que querem saber mais sobre ele:
De onde vem o café?
Segundo a lenda, há muito tempo um jovem pastor chamado Kaldi, tomando conta do seu rebanho de cabras em uma montanha árida e ressecada na Absínia, hoje Etiópia -- onde somente algumas pobres moitas esqueléticas conseguiam suas raízes nas rochas --, observou que, durante a noite, alguns de seus animais desapareciam atrás da montanha durante algumas horas, e voltavam saltitantes. Kaldi ficou irrequieto, pois estava convencido de que suas cabras estavam possuídas pelo diabo. Uma noite ele seguiu os seus animais e os viu pastarem com um notável prazer pelos pequenos grãos vermelhos que se encontravam sob o arbusto que nunca tinha visto. No final de alguns minutos desta refeição imprevista, as cabras e o
"velho bode" começaram a dançar à luz da lua.
Kaldi recolheu alguns grãos e os comeu com tanto prazer que ficou na sua boca uma agradável sensação de frescor. O resultado foi inesperado: assim como os carneiros,
Kaldi começou a dançar. Nunca houve na Terra um pastor tão alegre. Kaldi comentou sobre os frutos com um monge da região, que decidiu experimentá-los. O monge apanhou um pouco das frutas e levou consigo até o monastério. Ele começou a utilizar os frutos na forma de infusão, percebendo que a bebida o ajudava a resistir ao sono, enquanto orava ou em suas longas horas de leitura do breviário. Esta descoberta se espalhou rapidamente entre os monastérios, criando uma demanda pela bebida. As evidências mostram que
o café foi cultivado pela pri-
meira vez em monastérios islâmicos no Yêmen.
Algumas formas de consumo do
café no mundo
O café é, ao lado da cerveja, a bebida mais popular do planeta. Apesar da preferência, as formas de consumo são tão diversas, que podem fazer com que o consumidor mais desavisado tenha grandes surpresas. Veja como o café é consumido em alguns lugares do mundo:
França: o produto é bebido, muitas vezes, juntamente com chicória;
Áustria: pode-se beber o produto com figos secos, sendo que, em Viena, a capital do país, é uma tradição o oferecimento de bolos e doces para acompanhar o café com
*chantilly*;
África e Oriente Médio: é comum acentuar o sabor do café com algumas especiarias, tais como: canela, cardamomo, alho ou gengibre;
Bélgica: o produto é servido com um pequeno pedaço de chocolate na xícara, que se derrete quando entra em contato com o café;
Itália: a preferência é pelo café expresso servido em xícaras pequenas;
Grécia: o café é acompanhado por um copo de água gelada;
Cuba: o café é consumido forte e adoçado, em um só gole;
Sul da Índia: o café é misturado com açúcar e leite e servido com doces;
Alemanha: em algumas regiões é servido com leite condensado ou *chantilly*;
Suíça: adiciona-se ao café um licor, o "kirsch";
México: em muitos lugares, o café é oferecido gratuitamente e pode ser consumido em grandes quantidades. O chamado café americano, como é conhecido no México, é o mais consumido e é uma cópia do que se bebia até poucos anos nos Estados Unidos: aguado e com pouco sabor.
Por que o cafezinho é chamado
de bica em Portugal?
Os primeiros expressos em Portugal foram vendidos no Café A Brasileira, em
Lisboa. Muitos clientes acharam o gosto do produto um tanto amargo. Para contornar o problema, a direção da cafeteria criou um *slogan* para atrair os clientes: “Beba Isso Com Açúcar”. A campanha deu certo e a frase ficou tão marcada, que o uso das iniciais de cada palavra --
bica -- passou a ser sinônimo de cafezinho no país.
Fonte: ~,http:ÿÿwww.abic.~
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Torta gelada de café com
chocolate
Ingredientes: 80 g de chocolate meio amargo; 2 colheres de manteiga; 2 colheres de leite quente; 6 colheres de açúcar; meia xícara de coco ralado.
Ingredientes para o recheio: meio litro de sorvete de creme; 1 xícara de café; nozes, castanhas de caju ou amêndoas, para enfeitar.
Modo de preparo: Derreta a manteiga com o chocolate numa panelinha, em banho-maria, misture-os. Misture o leite com o açúcar e junte-os à mistura de chocolate e manteiga derretidos, misture bem, acrescente o coco ralado. Espalhe essa mistura nos fundos e dos lados de uma fôrma de torta, forrando-a bem, leve à geladeira, espere duas horas pelo menos. Misture o sorvete de creme com o café, recheie a torta e enfeite com as nozes, castanha de caju, amêndoas ou como preferir, leve ao congelador até ficar muito firme. Sirva e prove esta delícia.
Fonte: ~,http:ÿÿwww.abic.~
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Frango com café, mel e queijo
coalho
Ingredientes: 400 g de peito de frango, cortado em 2 partes; 1 colher de sopa de óleo de oliva; sal e pimenta-do-reino a gosto; 1 colher de sopa de mel; 1 colher de chá de café solúvel; suco de uma laranja; 150 g de queijo coalho; cascas de uma laranja.
Modo de preparo: Coloque o frango em uma fôrma refratária e adicione o óleo. Depois, tempere com sal e pimenta-do-reino. Em seguida, adicione o mel, o café, o suco e as cascas de laranja no frango, e deixe marinar por duas horas.
Cubra a fôrma com papel-alumínio e leve ao forno preaquecido, a 180°C, por 10 minutos. Depois, retire o papel e coloque o queijo coalho misturando bem ao suco.
Deixe assar por mais 10 ou 15 minutos, aproximadamente, e sirva.
Fonte: ~,http:ÿÿ~
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Capuccino de liquidificador
Ingredientes: 1 xícara de café preto líquido; 2 colheres de sopa de leite em pó (integral ou desnatado); canela a gosto; 1 colher de achocolatado; açúcar ou adoçante a gosto.
Modo de preparo: coloque todos os ingredientes no liquidificador, bata e sirva quentinho. Se o café estiver adoçado, não coloque açúcar.
Fonte: ~,http:ÿÿgshow.globo.~
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Espaço do Leitor
Correspondência
“Meu nome é Daniel Costa Sampaio Filho. Quero fazer novas amizades. Sou músico, tocando violão, gaita e flauta. Gostaria de conhecer pessoas que apreciam música e informática.”
Endereço: Avenida Doutor Franco Duarte, n.o 232 -- Centro -- Jequitinhonha-MG -- CEP: 39960-000.
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Vocabulário
*Android* (inglês): Nome do sistema operacional baseado em *Linux* que opera em celulares
(smartphones), *netbooks* e *tablets*.
Antibiótico de largo espectro: Aquele que atua sobre uma grande variedade de germes.
Antologia de jogadas: s. f. Conjunto de jogadas notáveis, inesquecíveis.
Antológico: adj. Memorável, notável.
*App Store* (inglês): Loja virtual de programas para os equipamentos da *Apple*.
Atilamento: s. m. Discernimento, juízo.
Batalha de Waterloo: Combate histórico, travado em Waterloo, atual Bélgica, em 18 de junho de 1815, que acabou com o império napoleônico, após 23 anos de
guerra entre a França e outros países europeus.
Beribéri: s. m. Doença causada pela falta de vitamina B1, que se manifesta por paralisia, aparecimento de edemas no tronco, nos braços e pernas, e problemas cardíacos.
Breviário: s. m. Antigo nome do conjunto de orações e leituras prescritas pela Igreja para serem recitadas diariamente pelos sacerdotes e monges.
Calcita: s. m. Carbonato de cálcio, componente mais importante dos mármores e calcários.
Cardamomo: s. m. Planta originária da Ásia, cujas sementes são usadas como medicamento e condimento.
Compilar: v. Reunir; criar.
Concernente: adj. 2g. Relativo a.
Conclamar: v. Aclamar em comum; gritar em tumulto.
Controvérsia: s. f. Discussão por diferentes opiniões sobre o mesmo assunto; polêmica.
Culminar: v. Atingir o ponto mais alto; chegar ao auge.
Desenlace: s. m. Desfecho; falecimento.
Dissolução: s. f. Ação ou resultado de dissolver.
Efusiva: adj. Expansiva, veemente.
Efervescência: s. f. Auge.
Endemia: s. f. Doença infecciosa, frequente em certas regiões e/ou populações.
Enfermidade: s. f. Distúrbio no estado de saúde de alguém; doença.
Engrenar: v. Entrar no ritmo esperado.
Escrete: s. m. Seleção.
Exaurido: adj. Esgotado; sem capacidade para reagir.
Excepcional: adj. 2g. Extraordinária.
Extasiado: adj. Pasmado, encantado.
Febre Palustre: Doença infecciosa aguda, causada por parasita unicelular e caracterizada por febre alta, calafrios, suores e dor de cabeça, que ocorrem em padrões cíclicos, a depender de sua espécie.
Féretro: s. m. Caixão.
Fiasco: s. m. Insucesso, fracasso; vexame.
Fúnebre: adj. 2g. Referente à morte ou ao funeral.
Gênese: s. f. Origem, surgimento.
*Headset* (inglês): s. Fones de ouvido.
Homônimo: s. m. Pessoa que tem o mesmo nome.
Ícone: s. m. Símbolo.
Impulsionar: v. Dar impulso a; estimular.
Insurreição: s. f. Rebelião, revolta contra o poder estabelecido.
Intravenoso: adj. Que penetra a veia.
Invicto: adj. Que não foi vencido.
Irrequieto: adj. Que nunca está quieto; agitado; impaciente.
Magistral: adj. 2g. Perfeito.
Marinar: v. Deixar o alimento em repouso depois de temperado.
Mentor: s. m. Responsável pela idealização ou pelo planejamento de algo.
Menção: s. f. Ação de mencionar; referência, citação.
Mítica: adj. Semelhante a mito; lendária.
Monastério: s. m. Convento de monges.
Opressivo: adj. Que oprime, opressor.
Páreo: s. m. Competidor capaz de enfrentar e vencer uma disputa.
Patenteada: adj. Registrada como patente.
Patogênico: adj. Que é capaz de causar doenças.
Premissa: s. f. Ideia fundamental para a conclusão de um raciocínio.
Profusão: s. f. Grande quantidade; abundância.
Promissão: s. f. Ação ou resultado de prometer; promessa.
Rebento: s. m. Filho, descendente.
Refratária: adj. Que pode permanecer em contato com o fogo; que suporta calor elevado, sem se alterar.
Relevância: s. f. Qualidade do que é relevante; importância, relevo.
*Start-up* (inglês): Empresa com custos de manutenção muito baixos e que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores.
Travertino: adj. Calcário de água doce, mole, com cavernas de cores claras, não raro com vestígios das plantas originais.
Trincheira: s. f. Escavação a céu aberto, usada para proteção ou abrigo de soldados em combate.
Viés: s. m. Tendência.