Revista Brasileira para Cegos Ano LXXI, n.o 529, Janeiro/Abril de 2013 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Quadrimestral de Informação e Cultura Editada na Divisão de Pesquisa, Documentação e Informação Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 -- Urca Rio de Janeiro -- RJ CEP: 22290-240 Tel.: (55) (21) 3478-4458 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito País rico é país sem pobreza

Diretora Geral do IBC Maria Odete Santos Duarte Comissão Editorial Ana Luísa Mello de Araújo Ana Paula Pacheco da Silva Claudia Lucia Lessa Paschoal João Batista Alvarenga Leonardo Raja Gabaglia Maria Cecília Guimarães Coelho Vitor Alberto da Silva Marques Colaboração Ana Paula Souza Almeida Ana Bárbara Nicolay Levinspuhl Paula Rianelli Marlene Maria da Cunha Publicação e distribuição em Braille, conforme Lei n.o 9.610 de 19/02/1998 e Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, MEC/SEESP, 2006. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ ?itemid=381~,

¨ I Sumário Editorial :::::::::::::::::: 1 Como ser o número um na vida de uma pessoa :::::::: 3 Despedida do trema ::::::::: 5 Canção das flores :::::::::: 8 Eficiência já :::::::::::::: 14 Tributo Professora Maria Helena -- Vida plena de realizações ::::::::::::::: 22 Acessibilidade e Inclusão Museu abre repaginado para cegos ::::::::::::::::::::: 28 IBC em Foco O IBC na Era das Sombras -- Anos de Chumbo ::::::::::::::::::: 32 Nossa Casa Roupa bem cuidada :::::::::: 36 Vida e Saúde Mais movimento para os cegos ::::::::::::::::::::: 41 Do que são feitos os iogurtes reguladores do intestino? :::::::::::::::: 49 Culinária -- Receitas Abacaxi refrescante :::::::: 52 Bolo americano ::::::::::::: 53 Arroz com couve especial ::: 53 Feijão assado :::::::::::::: 54 Carne com purê gratinado no forno :::::::::::::::::: 55 RBC Informa :::::::::::::: 56 Espaço do Leitor :::::::::: 59 Datas Comemorativas ::::::: 65 Vocabulário :::::::::::::::: 66 Editorial Caro leitor, É com satisfação que lhe oferecemos mais este número da RBC. Nosso objetivo permanente é o de que você tenha prazer em lê-la. Para isso, e pensando em você, estamos envidando esforços para melhorar seu conteúdo, ou seja, a qualidade dos textos; para tanto, contamos com sua colaboração. Você terá oportunidade de avaliar nosso trabalho, sugerindo e criticando de forma objetiva e consequente. Esse processo se dará ao longo do tempo, o que nos permitirá possíveis correções de rumos. Essa avaliação se valerá de dois instrumentos: a sua correspondência e um questionário apropriado. Você terá, no primeiro artigo, uma mensagem positiva com relação à vida, saberá que com pequenos gestos poderá fazer a diferença na vida de alguém. Dará boas gargalhadas em *Despedida do trema*, que é um texto bem divertido. Teremos também nossas receitas, fáceis e deliciosas em *Culinária*. Teremos ainda correspondências de alguns leitores em *Espaço do Leitor*, anteriormente chamado de *Troca de ideias*. Publicamos neste número uma poesia do nosso leitor Waldin de Lima, na qual ele demonstra conhecer uma grande variedade de flores, que estão sempre presentes na nossa existência. Ao final inserimos uma nova seção constituída de um vocabulário com o significado de palavras dos textos que possam gerar dúvidas. Nos demais textos oferecemos informações e dicas importantes para o seu dia-a-dia, aproveite e nos conte. Boa leitura! Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Como ser o número um na vida de uma pessoa O que precisamos fazer para ser o número 1 na vida de uma pessoa? Não são grandes feitos que levam a isto, muito pelo contrário, precisamos apenas estar disponíveis, prontos para ouvir, entender e acarinhar o outro. Fazer a diferença na vida de uma pessoa é um bom hábito que devemos cultivar. Era uma vez um escritor que morava em uma tranquila praia, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar para, uma por uma, jogá-las de volta ao oceano. “Por que está fazendo isto?”, perguntou o escritor. “Você não vê?”, explicou o jovem. “A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia." O escritor espantou-se: ”Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas e milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia." "Que diferença faz você jogar umas de volta ao oceano? A maioria vai perecer de qualquer forma." O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor: “Para essa aqui eu fiz a diferença...” Naquela noite, o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele, e juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano. Faça diferença na vida de alguém hoje. Uma palavra de estímulo, um pequeno elogio, um bom dia, boa tarde, um sorriso no rosto, pode ajudar alguém. Fazer a real diferença na vida de uma pessoa é algo para se fazer a cada e todo momento, sem eleger quem será o beneficiado. Seja uma metralhadora de amor, acerte qualquer um sem pensar! Fonte: Autor Desconhecido. :::::::::::::::::::::::: Despedida do trema Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos. Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!... O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou, finalmente, sair de cima dela. O dois pontos disse que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé. Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, “kkk” pra cá, “www” pra lá. Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deverá se chamar Tüiter. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: Haverá conseqüência! Chega de piadinhas dizendo que estou “tremendo” de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!... Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história. Adeus. Trema Fonte: Antonio M. Rocha ~,http:ÿÿmais.uol.com.brÿviewÿ~ e8h4xmy8lnu8ÿdespedida-do-~ trema-04021B3068D8813327~, Acessado em 25/03/2013. Canção das flores Num dia, de Graça, senti o chamado de Mãe Natureza... No afago da brisa, no aroma e no encanto divinos das Flores!... Nas Flores que pintam as nossas paisagens senti sua grandeza no belo contexto de tantas matizes: *Uma alfombra de cores!...* Nos pátios das casas, pomares, jardins; nos parques e praças, o mundo das Flores derrama os encantos do aroma e da cor!... Nas matas e bosques, nos campos e várzeas, há um mundo de graças jorrando das plantas pequenas e grandes na essência da Flor!... Na Flor pequenina do meu Mal-me-quer, no garbo da Rosa, senti a grandeza que existe na Vida, na Flor da Existência! No branco do Hibisco, dos Copos-de-Leite, na Orquídea Sedosa, eu busco aconchego e encontro também o charme d'Hortênsia!... Há Flores distintas, de vários tamanhos e muitos matizes: Crisântemos, Dálias, Papoulas e Cravos, Gentis Margaridas, Violetas, Gardênias e Amores-Perfeitos convivem felizes unidas, compondo no grande contexto, paisagens floridas!

Paisagens fecundas, em todos recantos do nosso País gestando em silêncio a grandeza da Flor! Ipês, Manacás, Lírios, Sempre-Vivas, Palmeiras, Bromélias, e as Flores-de-Lis!... Nos parques e praças, o azul majestoso dos Jacarandás!... Petúnias, Magnólias, Anis, Açucenas, Jasmins, Quaresmeiras abraçam a Vida com Flores risonhas em todas manhãs! Junquilhos, Boninas, Begônias, Acácias, Suinãs, Dormideiras no belo Universo das Flores, se irmanam com mil Flamboyants!

São tantas as Flores dotando a Existência de aromas e cores que não caberia, num poema modesto, reunir sua grandeza... O brilho, o vigor e a fortuna, emanados do Reino das Flores, exprimem a Vida, a grandeza e a magia da Mãe Natureza! As Flores Florescem em todas as horas nas quatro estações: no Outono, no Inverno, na azul Primavera, no austero Verão. Num mês após outro, em todos os dias, alegres botões felizes se abrem, em cores e aromas, por toda a amplidão!

Nas margens dos lagos, dos rios, das estradas, em todos lugares risonhas Orquídeas e lindas Bromélias produzem miragem! O encanto das Flores alegra os passantes, refulge nos ares... O Rosa, o Vermelho, o Azul, o Amarelo encantam a viagem!... Há um fato marcante na Vida das Flores: recém-concebida a Flor é informada qual é o seu destino, qual será a sua sorte! Há Flores que nascem e seguem, sorrindo, a enfeitar a Vida... Há Flores que nascem e seguem, chorando, a enfeitar a Morte!...

As Flores são mais que perfume e cores: as Flores têm alma! Na essência das Flores, em meio aos matizes, sua Alma palpita! No charme do Lírio, da Rosa, da Frésia, da Orquídea e da Palma, no grande e sublime Universo das Flores, sua Alma é infinita! As flores são entes de origem divina: as Flores são Anjos!... Guardiães veneráveis vivendo conosco em forma de Flores! Em todas as partes, no Altar da Existência, há Anjos e Arcanjos

mantendo o Planeta repleto de Vida e mil esplendores!... Fonte: Lima, Waldin. *Canção das Flores*. Porto Alegre: Livraria Martins Livreiro, 2010. :::::::::::::::::::::::: Eficiência já Conheça dicas de especialista para driblar alguns dos comportamentos que mais corroem seu precioso tempo Do que precisa para atingir um objetivo ou concluir um projeto? Você pode responder que necessita de força de vontade, de conhecimento, de dinheiro. Mas certamente tempo é fundamental. Para a psicóloga Marciliana Correa, no entanto, a ajuda do relógio nem sempre é tão importante, já que prazos longos são cada vez mais raros mesmo. “O melhor é aprender métodos para driblar os desperdiçadores de tempo, que são comportamentos que prejudicam o desempenho”, explica. Marciliana, que é especialista em consultoria e treinamentos em gestão de profissionais, afirma que existem alguns hábitos que só atrapalham e fazem com que as pessoas não consigam organizar o (pouco) tempo que têm para executar suas (muitas) tarefas. Você vai conhecer algumas dessas “armadilhas” e aprender algumas técnicas que podem ajudá-lo a driblar esses maus comportamentos, para mudar seu modo de pensar e se comportar de maneira mais eficiente e produtiva. Procrastinação O trabalho que precisa ser feito é muito chato. Ou é demorado. Ou é extremamente difícil. Não importa qual é a desculpa, o procrastinador sempre acha um jeito de deixar para depois o que deve ser feito agora. Uma pesquisa da DePaul University, de Chicago (EUA), estimou que 20% dos americanos fazem isso cronicamente. Mas essa atitude só complica a situação, é claro: o que tinha um prazo longo acaba sendo feito na correria, e o trabalho se torna mais suscetível a erros. Sem contar com o risco de se perder prazos e, consequentemente, clientes, o emprego, o contrato... As soluções õo Divida as tarefas mais chatas em pequenas etapas e comece o dia com elas. Mais cansado, você faz as legais. õo Identifique e lute contra as desculpinhas esfarrapadas que você inventa para si e com a autoindulgência. Alguns pensamentos comuns do procrastinador: “eu mereço um descanso”, “depois

eu compenso o tempo perdido” ou “hoje estou triste”. õo Aceite o fato fundamental: adiar não é uma solução. Pode ser um alívio agora, mas trará problemas piores depois. Perfeccionismo O mesmo trabalho é feito uma, duas, cinco vezes, mas o perfeccionista ainda acha que deve melhorá-lo. Ele está sempre insatisfeito e tenso durante as tarefas, que o leva à depressão e à ansiedade. O perfeccionista torna o trabalho mais lento, o que pode prejudicar o cronograma de projetos pessoais ou profissionais e dificultar o relacionamento com outras pessoas. As soluções õo ”Cuidado com o pensamento ou tudo ou nada”, alerta Marciliana. O fato é que as pessoas esperam um trabalho de boa qualidade, executado no prazo estabelecido. Simples assim. õo Aceite entregar um trabalho bom, e não um perfeito. Afinal, uma tarefa perfeita entregue fora do prazo não serve para mais nada. õo Observe o padrão de trabalho dos colegas -- esse é um bom parâmetro de referência. Se tiver tempo de fazer algo melhor, ótimo. Se não tiver, não precisa superar todo mundo em cada tarefa. Existem hábitos que só atrapalham e fazem com que você não consiga organizar o (pouco) tempo que tem para executar suas (muitas) tarefas. Desorganização É impossível encontrar o relatório que ficou sob os papéis da mesa, e o presente da mãe é sempre comprado de última hora. O desorganizado perde compromissos, não se prepara para reuniões, gasta tempo à toa procurando coisas na bagunça. “Ele vive apagando incêndio”, diz Marciliana. E coloca uma carga extra de pressão sobre si, com a sensação de que tem controle de nada. As soluções õo O básico: tenha uma agenda. Pode ser de papel, no computador ou no smartphone -- o que combinar mais com seu perfil. õo Separe um tempo à noite ou no início da manhã para programar o dia e anote todas as atividades planejadas. õo Insista nesse hábito. No começo, é comum a sensação de sobrecarga, por causa do trabalho atrasado. “Mas tudo melhora em uma semana”, promete Marciliana.

Falta de disciplina Você precisa concluir um relatório e entregar a apresentação de um projeto para o chefe, mas resolve achar um tempinho para atualizar o status do Facebook e acaba se enrolando. Quem sofre com falta de disciplina tende a deixar de lado o que exige dedicação e empenho. Isso aumenta o risco de perder boas oportunidades na vida, por causa de distrações ou de coisas inacabadas. As soluções õo Estabeleça metas realistas -- as de curto prazo dão motivação para continuar. õo Livre-se de distrações: redes sociais, e-mail e até telefone podem ficar de lado ao menos nas primeiras horas de trabalho do dia para você se concentrar. õo Seja sincero com os colegas que o chamam para vários cafés.

Diga que precisa focar no trabalho. õo Se o chefe o cobra demais, não dê respostas vagas como “está tudo sob controle”. Em vez disso, dê retornos objetivos sobre o andamento das coisas -- isso inibirá novas perguntas. õo Concentre-se sobre o que é importante, e diminua ou elimine as tarefas que não são fundamentais. Fonte: Julliane Silveira. *Revista Galileu*. Janeiro de 2013 n.o 258. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Tributo Professora Maria Helena -- Vida plena de realizações Dados biográficos da Professora Maria Helena Franco Sena Filha de Oséias Bernardino Franco e Maria Concebida Franco, a Professora Maria Helena Franco Sena nasceu em um sítio situado em São Pedro do distrito de Caudas no Sul de Minas Gerais. Desde criancinha, acostumou-se a dormir ouvindo o coaxar dos sapos e das rãs, as vozes dos grilos e a despertar com os gorjeios dos pássaros, o cantar dos galos, os aboios dos vaqueiros, sem falar dos carros de bois passando pela estrada, ainda comuns naqueles dias. E não há nada de fantasia, pois era assim mesmo que a banda tocava. Em uma lista de 12 filhos, cronologicamente, Maria Helena ocupa o terceiro lugar. O fator cegueira não impediu que sua mãe, já preocupada com seu futuro, lhe ensinasse tarefas básicas da vida diária como cuidar dos irmãos mais novos dando-lhes banhos, vestindo, os alimentando com mamadeiras quentinhas, ninando-os até que eles adormecessem, além de brincar com eles depois de acordados. Cabia-lhe também algumas pequeninas tarefas como as de lavar e passar as roupinhas deles, executar certas tarefas na cozinha de pequena monta. No entanto, apesar do clima salutar, uma preocupação aflorava, tomando corpo: escola para Maria Helena? Onde e como aprender a ler e a escrever? Alguns de seus irmãos já frequentavam escolas; mas, quanto à Maria Helena, a esta altura, uma adolescente: nada, nada, nada! Finalmente, uma luz no fim do túnel: seu pai, o Senhor Oséias, tomou conhecimento da existência do Instituto e da sua importância para o cego em todo o Brasil. Essa informação se deu através da família da querida Professora Lúcia Zenun Hildebrandt, que hoje se encontra no gozo de sua aposentadoria. A professora Lúcia, diga-se de passagem, não poupou esforços para que o ingresso de Maria Helena no Instituto não tardasse. Isso veio a ocorrer no dia 7 de março de 1966. A partir desse ponto, já como aluna desta escola, aos 16 anos, uma nova fase de sua vida começa. O limiar desta fase demandou muita luta e muita fé em Deus, já que o fator idade lhe impunha a recuperação do tempo, partindo disso o objetivo maior. Através do supletivo, Maria Helena concluiu o antigo primário em 1968, iniciando o antigo Ginasial em 1969 com a sua conclusão em 1972. Cursou o Normal no Colégio Santa Rosa de Lima de 1973 a 1975. No ano seguinte, entrou para a Universidade Santa Úrsula, graduando-se em Letras, em 1980. Em 1978, sua irmã caçula Rita de Cássia, com 8 anos, ingressa no Instituto passando a ser alvo de sua atenção. Em 1981, a Professora casa-se com João Souza de Sena, advindo deste matrimônio uma filha: a Ana Beatriz, isso em 1985. De 1982 a 1984, atua no Magistério do instituto como contratada. Em 1984, presta concurso para o magistério, ingressando no Instituto Benjamin Constant como Professora efetiva onde permanece até agora. De 1999 a 2002, integrou a Comissão Brasileira do Braille com atuação inclusive no exterior. A professora também tem desempenhado importante papel no terreno educacional ministrando Cursos de Braille e Sorobã em algumas cidades do Brasil.

Fortaleza, discplina e determinação Maria Helena, a justa homenageada de hoje guarda em si toda a fonte de inspiração: a começar pela sua teimosa vontade de aprender a ler; sair do interior de Minas Gerais para o IBC -- luz para muitos que desejam vencer. E ela venceu! Como qualquer um que sai da sua zona de conforto, a adaptação ao novo cenário foi difícil. Mas Maria Helena não é qualquer um. É a exata tradução de fortaleza, disciplina e determinação. O IBC e o Brasil viram surgir essa tríplice personificada nela: numa alma perspicaz, pronta a cumprir o seu propósito. A cada “tec tec” de sua Perkins, um degrau acima conquistado, apesar de seus dedos rígidos e dolorosos. Dedos que tateiam, que desbravam: que lideram a vitória de se acreditar que tudo é possível com fortaleza, disciplina e determinação -- com a mesma teimosia daquela menina cega do interior. Hoje, Maria Helena professora; Maria Helena esposa; Maria Helena mãe; Maria Helena sogra; Maria Helena irmã; Maria Helena cunhada; Maria Helena tia; Maria Helena única e sempre presente em cada um de nós: fonte de toda força e luz! Essa é a professora Maria Helena, personagem a quem a RBC homenageia merecidamente. Fonte: Geraldo Sena e Wilen Norat Siqueira -- Homenagem prestada à professora Maria Helena Franco Sena pela Associação dos Ex-Alunos do IBC. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Acessibilidade e Inclusão Museu abre repaginado para cegos Totalmente repaginado e com cara de museu, o Centro de Memória Dorina Nowill -- fundado pela professora brasileira que ficou cega aos 17 anos -- reabre as portas. O acervo da fundação, exposto desde 2002, agora ganha um espaço próprio e totalmente acessível. A exposição convida o visitante a experimentar uma viagem sensorial e interativa, cheia de recursos sonoros e olfativos. É possível “enxergar” como um cego, seja por meio de equipamentos modernos -- como uma caneta que, apontada para os objetos, conta o que eles são --, seja por meio dos tradicionais livros em Braille, que tanto ajudaram e continuam ajudando os deficientes. ”O objetivo é transformar este local no primeiro centro de referência histórica da inclusão de pessoas com deficiência visual no Brasil, dando ao circuito cultural da cidade de São Paulo uma proposta totalmente inclusiva, que agrega acessibilidade, cultura e educação”, explica a curadora do espaço, Viviane Sarraf. As peças e recursos de exposição interativos mostram a trajetória dos cegos no Brasil, com a evolução das ferramentas e equipamentos que os auxiliam a ter uma vida independente e ativa. ”No início, os deficientes visuais sofriam com a falta de perspectiva e preconceito. Hoje em dia, há muitas possibilidades de inclusão”, compara Viviane. Visitas: o tour começa por uma réplica de sala de trabalho de Dorina Nowill, com mobília, objetos e livros que originalmente pertenceram à professora. Há até porta-retratos com fotos de familiares sobre a mesa. ”Ela gostava de receber os visitantes em sua sala, então a gente mantém essa tradição”, diz a curadora. No espaço que concentra a maior parte da exposição, há dispositivos de áudio onde podem ser ouvidos trechos de livros falados com a tecnologia de cada época, década a década, dos anos 1970 até a atualidade. Ao lado, as mídias que também evoluiram -- de grandes fitas e gravadores arcaicos emprestados pela fundação aos deficientes até os CDs com gravações feitas em arquivos MP3. Tradicional e moderno: os equipamentos também são bem interessantes. Há regletes -- uma variação do aparelho de escrita inventado por Louis Braille, de gabarito utilizado para escrever, à mão, em Braille --, máquinas de escrever em Braille de todos os tipos, das antigas às modernas, além de computadores equipados com softwares modernos de leitura. Uma das invenções mais curiosas do acervo é uma engenhoca americana dos anos 1960 que, com uma pequena câmera, transforma textos em relevo para que o cego possa sentir as palavras. Mais recente, um equipamento inventado no Brasil, lê as cores -- e pode ser usado pelo cego para escolher roupas ou mesmo identificar notas de dinheiro. Em outro espaço do museu, há uma reprodução do ambiente doméstico do deficiente visual. Um relógio adaptado permite uma leitura táctil das horas pelo relevo. Joias, batons e esmaltes também ganharam identificação em Braille. E há a seção das bengalas, desde as mais antigas, muitas improvisadas, até as leves, coloridas e modernas. Percorrer o espaço, mais do que entender o dia a dia dos deficientes visuais, permite ao visitante, se aproximar dessa realidade -- o que facilita a convivência e amplia a acessibilidade. Mas a visita não precisa acabar aí. Depois de conhecer o Centro de Memória, fica o convite para ver os outros espaços da fundação: a gráfica em Braille, a biblioteca e os estúdios de gravação de livros falados, entre outros, sempre com mediadores prontos para explicar a atividade. Fonte: Edison Veiga. Jornal *Estadão* 11 de março de 2013/SP. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo IBC em Foco O IBC na Era das Sombras -- Anos de Chumbo Desde o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, esta Instituição tem sido incorporada à história deste país. Uma vez proclamada a República, o Instituto toma o nome atual, em homenagem ao seu patrono e diretor durante vinte anos (Benjamin Constant Botelho de Magalhães). Militar e professor de matemática, defensor do Positivismo e da República. A partir desse período o Instituto Benjamin Constant ultrapassou como pioneiro da educação especializada no Brasil, a primeira República (1889-1930), a República nova no período Getulista (1930-1945 e 1950-1954), a fase desenvolvimentista com Juscelino Kubitschek (1955-1960), até atingirmos a crise institucional de 1964 que gerou um golpe militar, com apoio de grupos civis. Esse período (1964-1985) caracterizou-se pela instalação de governos totalitários que instituíram consecutivos atos institucionais que determinaram a cassassão e perseguição de inúmeros opositores ao regime instalado, tornando a repressão sobre esses grupos uma prática sistemática. Alguém indagará: Que relação terá o IBC com esses fatos históricos a serem esquecidos? Ocorre que, embora a instituição não estivesse diretamente envolvida nesses acontecimentos (somente relembrados para não serem repetidos), acabou sendo atingida por seus efeitos. Isso poderá ser revelado através de uma profunda investigação a partir do Núcleo Nacional da Comissão da Verdade, sempre com o aval do Ministério da Justiça, instalada ao final do governo Lula e concretizada ao início do governo da presidente Dilma Rousseff. Esta Comissão vem estimulando a criação de núcleos estaduais que servirão de seu braço investigativo desse momento histórico. A Comissão abriu um processo de mapeamento de locais onde foram efetuados interrogatórios e até mesmo sessões de tortura, promovidas pela Divisão de Ordem Política e Social (DOPS). Somente no Rio de Janeiro foram constatados treze locais onde foram efetivadas essas práticas. Entre esses locais, lembramos como ex-alunos, que durante o período de 1965 e 1966 foram usadas dependências do IBC, mais precisamente em uma área do último andar. Essa ocupação foi mantida com extrema reserva e sigilo, em função do evento e da natureza da instituição. Certamente a busca de resultados poderá ser infrutífera, dado que os responsáveis por essas práticas devem ter tido o cuidado de não deixar vestígios que poderiam levar a conclusões sobre o ocorrido. De qualquer forma, essa busca apesar de nos passar uma sensação de frustração pelos resultados pouco significativos, nos transmite a ideia de que vivemos um fato histórico altamente relevante que nos conduziu a uma anistia que protegeu de um lado os algozes, e de outro as vítimas desse processo de impunidade promovido pelo aparelho do Estado. Essas lições alimentam a nossa esperança de que esses fatos não se repitam. Vitor Alberto da Silva Marques õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Nossa casa Roupa bem cuidada Lembra daquela camisa que você esperou meses para comprar e é a preferida do seu guarda-roupa? Saiba que é possível cuidar bem dela para que fique sempre com aparência de nova. Tudo isso graças às técnicas corretas de lavagem e conservação. A primeira dica para todo tipo de roupa é utilizar o sabão na quantidade certa. “Não é porque a peça está mais suja que se deve exagerar”, explica Ricardo Monteiro, coordenador técnico da Quality Lavanderia. Segundo ele, esse excesso causa um desgaste maior no tecido. Outro ponto básico é saber a hora certa de lavar. Se uma blusa foi utilizada apenas uma vez na semana e não está com odor, deixe para lavar somente após o próximo uso. Outro ponto importante é o descanso da roupa de até 24 horas após a lavagem. Ou seja, lavar e usá-la na sequência e repetir isso sempre desgasta muito mais o tecido e diminui sua durabilidade. O tipo de sabão também influencia na lavagem. O detergente em pó é do tipo alcalino e serve para lavar roupas mais fortes e duráveis, já os neutros são para peças mais delicadas. A secagem deve ser feita sempre à sombra, e não ao sol, que pode endurecer ou encolher as roupas. Também deve-se tomar cuidado na hora de deixar as peças de molho. “Muitas donas de casa colocam de um dia para o outro, e isso não pode ser feito jamais, já que o tempo de ação do sabão é entre 90 e 120 minutos”, conta. Nesse caso, o efeito será o contrário e a sujeira permanecerá na roupa. Dicas para cada tipo de tecido Calça jeans: este tipo de tecido sofreu muitas intervenções na produção, portanto, é resistente. A calça pode ser lavada com sabão em pó e a secagem pode ser feita por máquina ou no varal. Calça de sarja: muito parecido com o jeans, o tecido de sarja também é feito de algodão. A diferença está no tingimento, que o tornou mais resistente, com maior prioridade de absorção de corantes. Com isso, uma mancha não deve ser esfregada, pois vai dar diferença na cor da peça. Calça social: normalmente é de poliéster e o ideal é lavar com detergente neutro, em um ciclo da máquina entre delicado e pesado. A secagem mais indicada é na máquina com temperatura média entre 45}C e 50}C. Acima disso, a peça pode se danificar. Roupas de tecidos delicados, como seda e cetim: jamais devem ser lavadas na máquina, nem mesmo no ciclo delicado, que pode quebrar as fibras do tecido. O ideal é lavar à mão, em uma bacia com água morna entre 40}C e 45}C. Nesse caso, utilizar detergentes neutros e sempre secar à sombra, nunca na secadora. Roupas íntimas: para tirar os sais do corpo, é necessária a lavagem com sabão em pó e, no fim do processo, a utilização da técnica do vinagre de vinho branco. Camisas sociais e peças de algodão: sabão em pó é a melhor pedida para a lavagem. Deixá-las um pouco úmidas facilita na hora de passá-las. Camisetas convencionais devem ser passadas com suavidade, sem esticá-las. Malhas de lã: deve-se usar detergente neutro, pois o sabão em pó pode encolher a roupa. Nos supermercados, há sacos de proteção para a lavagem de roupas que são excelentes para essas malhas. Devem ser secas à sombra, para não encolherem. Moletons: a maioria é de algodão e pode ser lavada tanto com sabão em pó como detergente neutro. É normal que encolham na primeira lavagem, já que muitas marcas fazem essas peças cinco por cento maiores, para que fiquem do tamanho real. Devem ser secas à sombra. Roupas de couro: precisam de tratamento diferenciado e o melhor é levar a uma lavanderia especializada. Em casa, devem permanecer em cabide de ombros largos, para que o tecido “respire”. Tênis: podem ser lavados com escovinhas de cerdas macias, água e detergente neutro. O molho deve ser de, no máximo, 30 minutos, para não danificar o tecido. Na hora de secar, devem ser colocados de cabeça para baixo, sem pendurá-los, em locais arejados, sem ação direta do sol. Fonte: *Revista Sendas*, novembro de 2009. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Vida e Saúde Mais movimento para os cegos Sedentarismo entre adolescentes com deficiência visual é alarmante, diz estudo. Saiba por que isso acontece e o que fazer Estudo publicado este ano na *Revista Brasileira de Educação Física e Esporte* traz informações sobre a importância do estímulo à atividade física entre adolescentes com deficiência visual. De acordo com a pesquisa, de autoria de Bruna Barboza Seron, Giovanna Carla Interdonato, Clovis Corrêa Luiz Junior e Márcia Greguol, essa prática é reconhecida como uma potente ferramenta na prevenção de doenças crônico-degenerativas e mesmo como fator de socialização e reabilitação importante entre esses jovens. Contudo, segundo o levantamento, ainda se observa um elevado índice de sedentarismo em adolescentes com deficiência visual. Os pesquisadores observaram e entrevistaram um grupo de 16 adolescentes e os dados obtidos apontaram para um nível de atividade abaixo do recomendável, sendo que as meninas com problemas de visão em vários níveis e os adolescentes totalmente cegos apresentaram o menor índice de prática de exercícios. Todos se mostraram significativamente mais ativos durante a semana, com piora do quadro nos finais de semana. O estudo comprovou que, apesar da maior promoção de oportunidades e consciência acerca da reabilitação e socialização de pessoas com deficiência nos últimos tempos, ainda se percebe grande tendência dessa população ao isolamento social e a não participação em atividades promovidas com o objetivo de aprimoramento da saúde e qualidade de vida. O que ocorre também entre cegos e pessoas com baixa visão. "Comparados com os demais indivíduos, aqueles com deficiência visual demonstram, com maior frequência comportamentos sedentários, prevalência de sobrepeso e obesidade e níveis mais precários de aptidão física", explicam os autores da pesquisa. O que requer uma maior preocupação de especialistas, familiares e organizações que acompanham pessoas com deficiência visual, sobretudo os jovens, que têm mais chance de "aprender" rotinas saudáveis. A privação de visão afeta a noção de espaço e equilíbrio das pessoas e por isso traz consequências em sua capacidade motora e postural. Mudança Essa realidade é, de fato, conhecida entre os profissionais que lidam com a deficiência visual. Um dos especialistas acostumados a essa situação é o professor de educação física que atua com grupos de jovens com deficiência visual em São Paulo, Rodnei Altair Gomes. "Programas em massa devem ser divulgados, mas familiares, amigos e cuidadores podem ajudar a conscientizar esse adolescente de que é necessário praticar exercícios", acredita o educador. Gomes explica mais detalhadamente os fatores que levam ao sedentarismo. Segundo o professor, a privação de visão afeta a noção de espaço e equilíbrio das pessoas e por isso traz consequências em sua capacidade motora e postural. Isso porque o indivíduo, obviamente despreparado para a deficiência, não se locomove com a mesma naturalidade e destreza e evita a movimentação. O ciclo que se inicia com esse comportamento deve ser combatido: as limitações inicialmente percebidas pela pessoa com deficiência visual não podem levar ao desestímulo psicológico a prática de exercícios físicos, o que, além de tornar permanentes e reais as limitações percebidas, ainda leva, futuramente, aos problemas decorrentes do sedentarismo. Ele recomenda, para evitar o sedentarismo, primeiro a introdução de exercícios que desenvolvam a coordenação dos adolescentes com deficiência visual e não apresentem riscos àqueles que podem, por exemplo, deslocar a retina por algum tipo de esforço ou impacto físico. É quando a noção de equilíbrio e espaço deve ser restabelecida e deve ser recuperado (ou incutido) o gosto pela atividade física. Para Gomes, o sedentarismo é mais presente entre os adolescentes que adquiriram mais recentemente a deficiência. "Quem apresenta o problema desde cedo lida melhor com a questão, se isola menos e sente mais autonomia para praticar esportes, por exemplo." Nos casos em que a introdução à atividade for mais difícil, explica Gomes, os exercícios devem ser feitos e acompanhados primeiro individualmente e somente depois, quando uma rotina de atividades estiver estabelecida, deve ser feita a socialização (atividades em grupo). “Isso evita uma exposição indesejada, da qual o medo às vezes é mais presente do que a falta de vontade de fazer atividades físicas", destaca o professor. O problema parece ser mais frequente entre os adolescentes que adquiriram mais recentemente a deficiência. Exercícios com corda, destaca Gomes, como exemplo, podem ser feitos individualmente e depois em grupo, e também aguçam e treinam outros sentidos, além da visão, à medida que o jovem pula quando ouve o barulho da corda, sente no ar seu movimento. No trabalho em grupo, ele explica, desenvolve-se o sentido de cooperação: "três cegos podem se ajudar mutuamente, dois segurando a corda, e um pulando, revezadamente, informando uns aos outros das etapas do exercício: preparar, balançar a corda, pular, descansar!". Na água, as atividades recuperam o equilíbrio e a segurança nos movimentos. "Hidroginástica e natação, com os condutores de raia, além de ter baixo impacto, são excelentes aeróbicos, melhorando a função cardiovascular. Também é um ótimo exercício para exercitar a superação, impor e ultrapassar limites, trabalhar a socialização, sobretudo em equipes de revezamento." Quando as atividades individuais e a percepção motora proporcionarem maior autonomia ao defi- ciente visual, pode-se introduzir na rotina, por exemplo, um esporte com bola: "noção espacial além da visão, percepção da aproximação de jogadores e objetos -- treinos e bolas sonorizadas podem melhorar ainda mais a capacidade do defi-

ciente visual em $"enxergar$" o ambiente". Serviço As entidades abaixo são afiliadas da Associação Brasileira de Desportos de Cegos (ABDC). São locais onde é possível se informar sobre esportes para cegos em algumas regiões. Tome nota: Associação Batista de Ação Social -- ABASC: Curitiba (PR). Tel.: (41) 2106-4324. Associação de Cegos do Ceará -- ACEC: Fortaleza (CE). Tel.: (85) 3452-6390. Associação 3IN -- Inclusão, Integridade e Independência: São Paulo (SP). Tel.: (11) 3078-2805. E-mail: ~,ong3in@hotmail.com~, Associação dos Deficientes Visuais de Belo Horizonte -- ADEVIBEL: Belo Horizonte (MG). Tel.: (31)

3295-3002. E-mail: ~,adevibel@adevibel.com.br~, Caixa Escolar do Instituto Benjamin Constant -- CEIBC: Rio de Janeiro (RJ). Tel.: (21) 2295-4498. Fonte: Alice Carreira ~,http:ÿÿrevistasentidos.uol.~ com.brÿinclusao-socialÿ72ÿ~ artigo271788-1.asp~, acessado em 31/01/2013. :::::::::::::::::::::::: Do que são feitos os iogurtes reguladores do intestino? Eles têm bactérias que substituem outros micro-organismos que já existem naturalmente no órgão, mas que o abandonaram por diversos motivos, de estresse a alergia Há 2 tipos de iogurtes reguladores. Um é feito à base de bactérias conhecidas como probióticos: organismos benéficos à saúde se usados corretamente. O outro tipo é composto de fibras vegetais, além das bactérias. Essas informações estão visíveis no rótulo do iogurte, que é aprovado pela ANVISA, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os probióticos servem para amenizar os sintomas da chamada síndrome do intestino irritável, que ataca a flora intestinal e provoca prisão de ventre, diarreia, dor e distensão abdominal. Cerca de 20% dos brasileiros sofrem do problema. Ele ocorre quando há a diminuição das colônias de bactérias que fazem, entre outras coisas, o trânsito intestinal (o caminho das fezes até a evacuação). As bactérias absorvem nutrientes e ajudam na formação das fezes. Sem elas, o intestino trabalha mal. É aí que entram os probióticos e as fibras vegetais. As bactérias do iogurte repovoam as colônias, enquanto as fibras, que não são digeridas no estômago, vão direto para o intestino, onde deixam as fezes mais macias, diminuindo o desconforto. Saúde intestinal: Dependemos de bactérias. Se estão em falta, é preciso repô-las. A colônia: Digestão, absorção e eliminação dos resíduos são trabalho das bactérias que habitam o intestino grosso. Elas transformam os alimentos em substâncias essenciais ao metabolismo do corpo, além de controlarem o fluxo intestinal. Floração: Problemas emocionais e hormonais, alimentação inadequada e alergias podem causar a diminuição da flora intestinal. A sensação de barriga presa domina o corpo. O iogurte serve como óleo para lubrificar o sistema. Enzimáticas: As bactérias aderem à mucosa do intestino por meio de células chamadas sítios de adesão. Elas repovoam as colônias,

restabelecendo o equilíbrio intestinal. Fonte: ~,http:ÿÿsuper.abril.com.~ brÿalimentacaoÿsao-feitos-~ iogurte-reguladores-intestino-~ 656033.shtml~, õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Culinária -- Receitas Abacaxi refrescante Ingredientes: 1 colher de sopa de raspas de limão; 1 colher de sopa de hortelã picada; 1 envelope de adoçante em pó; 1 pote de iogurte natural; 1 abacaxi gelado. Modo de preparo: Descascar o abacaxi e cortar em fatias grossas. Reservar à parte, misturar o iogurte, o adoçante, a hortelã e as raspas de limão. Espalhar este

molho por cima do abacaxi e servir a seguir. Fonte: Autor desconhecido. Bolo americano Ingredientes: 2 copos de farinha de trigo; um copo de açúcar; um copo de leite; 3 colheres de sopa de nescau; 3 colheres de sopa de manteiga; duas colheres de sopa de pó royal; uma pitada de sal. Modo de fazer: Bata tudo no liquidificador, coloque em uma forma grande de buraco. Em seguida, faça uma calda com 2 copos de água, um copo e meio de açúcar e 4 colheres de chá de nescau. Leve ao fogo. Quando levantar fervura, jogue no bolo ainda cru. Leve para assar durante 40 minutos mais ou menos. Desenforme depois que o bolo estiver bem frio. Fonte: Autor desconhecido.

Arroz com couve especial Ingredientes: Arroz; couve cortada em tirinhas fininhas; óleo; cebola picadinha; água; sal. Modo de fazer: Coloque o óleo numa panela com a cebola, deixe dourar, e acrescente a couve, refogue bem. Junte o arroz, a água e o sal, e deixe cozinhando até o arroz estar pronto. Sirva em seguida. Fonte: ~,http:ÿÿgoo.glÿK6rdT~, Feijão assado Ingredientes: 3 tomates sem pele e sem sementes cortados em cubos; sal; pimenta do reino e orégano a gosto; duas xícaras de chá de feijão cozido sem caldo; uma lata de molho de tomate; uma xícara de chá de queijo prato ralado; margarina para untar. Preparo: tempere os tomates com sal, pimenta e orégano. Reserve. Misture o feijão e o molho de tomate e coloque em um refratário pequeno untado. Espalhe o tomate reservado por cima e cubra com o queijo ralado. Leve ao forno médio pré-aquecido por 30 minutos ou até gratinar e, se desejar sirva acompanhado de arroz branco e carne de sua preferência. Fonte: ~,http:ÿÿgoo.glÿX60Pa~, Carne com purê gratinado no forno Ingredientes: 1 quilo e 200 gramas de carne moída; 4 ovos; 4 batatas grandes; sal; cheiro verde; alho; cebola. Parmesão para gratinar. Modo de fazer: Tempere bem a carne com sal, cheiro verde e alho. Frite em azeite. Reserve. Cozinhe as batatas, faça um bom purê. Unte um refratário com margarina, coloque o purê, e por cima, a carne. Observação: o purê deve dar 1 dedo só de altura. Bata as claras em neve e acrescente as gemas, batendo até ficar bem clarinha. Coloque por cima da carne, salpique parmesão e leve ao forno para gratinar. Fonte: ~,http:ÿÿgoo.glÿ~ Nr9{r{t~, õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo RBC Informa Livro novo na rede O livro “Audiodescrição -- Transformando Imagens em Palavras”, de Livia Maria de Mello Motta e Paulo Romeu Filho, com prefácio de Marco Antonio Queirós (o MAQ), tem artigos como Vida em Movimento -- primeiro documentário brasileiro com audiodescrição, da cientista social Marta Almeida Gil. Pode ser baixado pela internet, em três versões, no endereço

~,http:ÿÿblogdaaudiodescricao.~ blogspot.comÿpÿlivro.html~, Fonte: *O Globo* -- Terça 1 de novembro de 2011. Razão e Cidadania ~,razaoecidadania@~ oglobo.com.br~, Razão Social (pag 12). Mês de maratona literária Evento batizado de NaNoWriMo, que acontece na internet, reúne escritores amadores e amantes da literatura para escrever um romance em 30 dias. Escrever um romance pode ser divertido e nessa premissa, em 1999 um grupo de amigos de São Francisco, EUA, resolveu que iria escrever uma obra de ficção com 50 mil palavras, algo em torno de 100 páginas. Nascia o National Novel Writing Month (Mês Nacional de Escrever um Livro), ou simplesmente NaNoWriMo, que, quase 14 anos depois, reúne na internet cerca de 300 mil escritores do mundo todo. Estima-se que 1.500 inscritos são brasileiros. A ideia é simples, mas nada fácil: compartilhar pela internet a experiência de escrever um livro em apenas um mês, sempre em novembro. Muito antes, porém, os participantes se reúnem e trocam ideias sobre o evento, que mobiliza todas as suas capacidades literárias nessa espécie de maratona da escrita. Além da vontade de escrever um livro, para participar do NaNoWriMo é preciso cadastrar-se no site ~,www.nanowrimo.~ org~, pelo qual o participante poderá controlar sua meta e, depois de escrever as 50 mil palavras, receber um certificado. Fonte: *Revista Metáfora*, Dezembro de 2012. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do Leitor Esclarecimentos Esclarecemos aos nossos leitores que a RBC não publicará correspondências que façam propaganda político-partidária e religiosa, por não ser o objetivo deste espaço. Esclarecemos também que qualquer oferta de serviços e produtos, bem como a eventual aproximação entre os leitores, será de inteira responsabilidade destes. “Conforme solicitação na revista RBC 527, de agosto de 2012, dou aqui a minha sincera opinião. Este novo modelo ficou muitos pontos abaixo das revistas anteriores, que eram muito mais completas e educativas e traziam uma variedade grande de assuntos. Sei que minha opinião não será ouvida, porém, peço que voltem ao estilo antigo. Obrigado.” Adeni Castorino de Souza. “Prezados diretores da Revista Brasileira para Cegos. Recebi o exemplar da revista que por sinal, está ótimo. Quero também agradecê-los pelo calendário, que para mim é de muita utilidade. Esse trabalho de vocês é de grande importância, pois não podemos deixar que o Braille seja esquecido. Muito embora eu seja uma apreciadora da tecnologia, não dispenso uma leitura em Braille, principalmente depois da reforma ortográfica. Por isso, continuem com esse maravilhoso trabalho, pois assim estão ajudando a nós cegos a redigirmos melhor os nossos textos. Termino com um abraço a todos.” Cordialmente, Terezinha Martins de Araujo -- Juiz de Fora, Minas Gerais. “Caros amigos. Quando recebi as revistas RBC e PONTINHOS fiquei imensamente feliz, pois desde muitos anos as recebo e cada vez fico mais interessado nelas, devido ao perfil usado, os artigos publicados e, principalmente, pelo sistema de espaçamento das linhas que muito facilitam a leitura do Braille. Espero poder continuar a receber as suas revistas, as quais aguardo ansiosamente. Aceitem um abraço deste seu amigo de tantos anos.” Ivo Sandry Junior. “Avaliando a nossa RBC -- Durante muito tempo a RBC contemplou a todos nós com diversos assuntos que trouxeram cultura para nós cegos. No entanto, temos que dizer que ao longo do tempo, alguns quadros foram ficando defasados e obsoletos. Com a saída da coordenação anterior, se esperava que antes de se processar as mudanças, a nova gestão nos consultasse, onde nós leitores pudéssemos contribuir com sugestões e, lamentavelmente, isso não ocorreu. Comentando a reedição da Revista Comemorativa -- Achei interessante, principalmente para que possamos avaliar a importância desse valioso instrumento de comunicação das pessoas cegas de todo o país. No entanto, quero dizer que, ainda em tempo, podemos fazer mais para marcar a história do surgimento desse importante e poderoso instrumento de comunicação. Pode-se ainda em tempo fazer um grande evento convidando: a família do fundador da Revista (José Espínola Veiga), as pessoas que foram coordenadoras da revista, ledores voluntários que construíram gratuitamente a história da RBC, os ex-colunistas, o professor Paulo Felicíssimo, que durante muitos anos revisou gratuitamente a Revista e os ex-Diretores do IBC que tiveram as edições da revista sob as suas gestões. Para o pleno destaque do evento comemorativo, poderá se criar uma medalha comemorativa dos 70 anos da RBC, aproveitar o momento para se anunciar as mudanças da nova equipe diretora. Entre essas mudanças inovadoras, sugiro que se lance a RBC em áudio para os cegos que não podem ler pois são diabéticos, para contemplar também os que não sabem ler Braille, pois ficaram cegos depois de adultos. A RBC também poderá ser impressa em letras ampliadas, com vistas a atender aos que possuem baixa visão. Com isso, a revista triplicará o percentual de deficientes visuais atendidos.” Colaboração do Leitor Charles Jatobá A Comissão Editorial agradece Nossas Observações Caro leitor, As mudanças operadas nesta revista foram apenas pontuais e sempre contamos e pedimos a sua colaboração. Só dessa forma, compartilhando contribuições de reais e potenciais leitores, cresceremos juntos. Nosso próximo passo é aumentar o percentual de assinantes que manifestam sua opinião sobre nosso trabalho. Estamos elaborando um questionário que nos propicie um retorno, que nos leve ou não, a uma possível correção de rumos, nos conduzindo sempre ao encontro da vontade majoritária dos leitores. Hoje, apenas 1% dos assinantes comenta sua expectativa e emite sua crítica. Orgulhamo-nos dos mais de 70 anos desta publicação em Braille. Preocupamo-nos, também, com aqueles que não são usuários do Sistema Braille e se interessam pela RBC, porém, o nosso objetivo é disponibilizar informação, cultura e entretenimento em Braille. Orgulhamo-nos, mais ainda, do Instituto Benjamin Constant estar próximo de completar 160 anos de fundação e podermos contar com diversas sugestões de homenagens a pessoas e ações institucionais relevantes. Estas indicações, recebidas pela RBC, serão direcionadas para a análise de acordo com os setores envolvidos. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Datas Comemorativas Maio 1º- Dia Mundial do Trabalho 2º Domingo -- Dia das Mães 13- Abolição da Escravatura Junho 1º- Dia da Imprensa 5- Dia Mundial do Meio Ambiente 10- Dia da Língua Portuguesa 11- Dia da Marinha Brasileira Julho 14- Dia da Liberdade de Pensamento

Agosto 5- Dia Nacional da Saúde 11- Dia do Estudante 2º Domingo -- Dia dos Pais 22- Dia do Folclore 29- Dia Nacional do Combate ao Fumo õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vocabulário Aboios -- s. m. melopeia plangente e monótona com que os vaqueiros guiam as boiadas ou chamam os bois dispersos. Alfombra -- s. f. esteirinha ou tapete de verdura ou de relva. Algozes -- s. m. carrascos, pessoas cruéis, desumanas, que matam ou afligem outra. Autoindulgência -- s. f. qualidade de se perdoar. Boninas -- s. f. belas margaridas. Curadora -- s. f. responsável pela organização e manutenção de acervo de arte. Frésia -- s. f. flores afuniladas ou tubulares, vermelhas, brancas ou amarelas, e folhas eretas, estreitas, lineares ou ensiformes. Garbo -- s. m. elegância, galhardia. Infrutífera -- adj. que não dá resultado, inútil, infrutuoso. Junquilhos -- s. m. flores douradas e perfumadas, bolbo pequeno, folhas estreitas, canaliculadas. Matizes -- s. m. variar ou dar diferentes gradações a cores e nuances. Positivismo -- s. m. doutrina de Auguste Comte, caracterizada, sobretudo, pela orientação antimetafísica e antiteológica que pretendia imprimir à filosofia, e por preconizar como válida unicamente a admissão de conhecimentos baseados em fatos e dados da experiência; comtismo. Perecer -- v. int. morrer, deixar de existir, ter fim, acabar.

Procrastinação -- s. f. ato de procrastinar, adiamento, delonga. Suinãs -- s. f. (indígena) flor-de-coral. Totalitários -- adj. diz-se do governo, país ou regime em que um grupo centraliza todos os poderes políticos e administrativos, não permitindo a existência de outros grupos ou partidos políticos. Veneráveis -- adj. dignos de veneração, respeitáveis. õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra