Revista Brasileira para Cegos Ano LXX, n.o 526, abr. 2012 -- Ed. Especial -- Impressão Braille em volume único Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Divisão de Imprensa Braille Diretora-geral Maria Odete Santos Duarte Fundador da RBC Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 -- Urca Rio de Janeiro -- RJ CEP: 22290-240 Tel.: (21) 3478-4458 Fax: (21) 3478-4459 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, -- 2012 -- País rico é país sem pobreza

Comissão editorial Claudia Lucia Lessa Paschoal Vitor Alberto da Silva Marques Maria Cecília Guimarães Coelho Ana Paula Pacheco da Silva Leonardo Raja Gabaglia Colaboração Ana Paula Souza Almeida Sandra Lucia Diniz Ribeiro Revista quadrimestral publicada conforme Lei n.o 9.610, de 19/02/1998 e Normas técnicas para produção de textos em Braille, MEC/SEESP, 2006. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille em: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ?~ itemid=381~,

¨ I Sumário EDITORIAL VOZ DO LEITOR Braille somente :::::::::::::: 3 IBC IN FOCO Boa chance à vista na massoterapia :::::::::::::::: 6 VIDA E SAÚDE Onde bate o coração de Eloá :::::::::::::::::::::: 10 SAÚDE EM CONTRAPONTO Passe um dia sem carne :::::: 17 Carne vermelha faz muito bem :::::::::::::::::::::::: 21 Sol na medida certa ::::::::: 25 Protetor solar para comer :::::::::::::::::::::: 29 NOSSA CASA Geladeira exige ordem ::::::: 32

MODA Jeans ::::::::::::::::::::::: 42 ARTE E CULTURA Teatro Carlos Gomes estreia projeto de inclusão de pessoas com deficiência visual e auditiva :::::::::: 47 ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO Melhor que GPS :::::::::::: 54 RBC INFORMA Banco do Brasil apresenta nova linha de crédito: BB crédito acessibilidade ::::: 57 Caixa oferece gratuitamente aos seus clientes extratos bancários em Braille :::::: 59

¨ III EDITORIAL Saudamos nossos assinantes, reais e potenciais, pelo prestígio e confiança que sempre vêm nos conferindo, ao longo de edificantes 70 anos da RBC, a serviço da informação e da cultura. Atravessamos gerações, sem estarmos a salvo de crises, que graças ao empenho e talento de seus servidores, aos quais, dedicamos um preito de gratidão, sem distinção, foram sendo todos transpostos. A exemplo da RBC, surgida em Abril de 1942, sob a liderança e inspiração do nosso Professor Veiga, temos desde 1959, a nossa revista Pontinhos, voltada para o público infanto-juvenil, interessado em se educar e se informar, visando a conquista da cidadania. Essas duas publicações, produzidas na Imprensa Braille de nosso IBC, foram, e certamente continuarão sendo, produto do esforço de quem nelas trabalhou e trabalha, e do desejo de seus assinantes, que ultrapassam as fronteiras nacionais. Esse fato é motivo de orgulho de nossa instituição especializada, pioneira no ensino de crianças e adolescentes cegos, na América Latina, e hoje, centro de referência na área. Para coroar esses 70 anos de vida a serviço da informação e da cultura de qualidade, direcionada para o nosso público cego, incorporamos a este número, a primeira edição da RBC, transcrita em Braille, no ano de 1942, no inesquecível mês de abril, incluindo também a sua capa, recuperada da versão original. Na esteira da modernidade, e em conformidade com os objetivos que as conceberam, trabalharemos coletivamente para atender aos desejos de nossos leitores assinantes, com um olhar para o futuro. Sendo assim, de imediato, queremos provocar e interagir permanentemente com nossos leitores, sentir-lhes

¨ V o seu pulsar vibrante, a sua capacidade crítica! Isso poderá ser viável, se nos aproximarmos, a Revista e você, que desde já, poderá enviar sugestões, comentários, críticas que nos possibilitem crescer juntos. Assim, aguardamos correspondências para os endereços constantes na capa desta edição. Vamos juntos descobrir, que vale a pena ler, já que vale a pena pensar. Comissão editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

<1> VOZ DO LEITOR Caro leitor, a Revista Brasileira para Cegos (RBC) pretende ser, cada vez mais, um espaço livre para manifestação dos seus anseios, suas preferências e sua colaboração. Desta forma, achamos de suma importância que você nos escreva sempre que tiver alguma ideia sobre sua revista, que pretendemos que seja cada vez mais sua. Estaremos sempre empenhados em concretizar esta interação para melhor atendê-lo, preocupados que estamos com a melhoria da qualidade da nossa publicação. A partir desse número, a revista será editada de acordo com as "Normas técnicas para produção de textos em braille" publicada pelo MEC/SEESP em 2006. Somente com essa troca de informações e ideias essa nossa publicação se consolidará como um meio relevante de informação e cultura ao seu serviço. Na certeza, de que essa nossa aproximação se converta em uma forte afinidade, manifestamos nossa gratidão. Pela Valorização do Braille. Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <2>

Braille Somente Jonir Bechara Cerqueira Braille do gênio chamado Louis Braille na cultura e na educação Braille de nosso trabalho diário Braille em nossa reabilitação. Braille para as crianças inocentes Braille dos jovens esperançosos Braille para os adultos que ficaram cegos Braille dos idosos reconhecidos, que a ele muito devem. Braille dos livros de estudo Braille da música sublime Braille dos versos que enlevam Braille das cartas de amor. Braille por pais e mães abençoado Braille dos que enxergam e a ele honestamente se dedicam

Braille dos que alcançaram sucesso Braille dos cegos que ainda não têm sequer um ganha-pão. Braille do silêncio dos surdocegos Braille dos nossos competentes professores Braille para os que ainda não o conhecem Braille de nossos amados benfeitores. Braille dos movimentos necessários Braille das justas reivindicações Braille que ensina, incentiva e acalenta Braille em sua universal revolução. <3> Braille nas noites de insônia Braille dos amigos diletos Braille em nossas diversificadas instituições Braille dos seminários, encontros e congressos.

Braille em suas modalidades diversas Braille com divergências, também Braille para estudo dos especialistas Braille e sua desejável unificação. Braille da Bíblia Sagrada Braille das revistas amigas Braille com os modernos softwares Braille junto às avançadas tecnologias. Braille de nosso dia-a-dia Braille simplesmente para ler e escrever Braille dos que já morreram Braille para os que ainda irão nascer. Texto já publicado na Revista Brasileira para Cegos, Ano LXVI n.o 514, 2009, p. 94-96 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <4> IBC IN FOCO Boa chance à vista na massoterapia Cursos de Bambuterapia e de Massagem na Cadeira Terapêutica oferecem oportunidades de emprego para reabilitandos “Para eles e ainda mais, porque não contam com o auxílio da visão para se corrigirem. Então eles repetem bastante as manobras até adquirirem habilidade”, observa Sardenberg. Para o reabilitando Celso Antonio Costa de Nóbrega o curso foi um investimento profissional. Nóbrega, 49 anos, acabou de concluir um estágio na Polícia Federal e acredita que a Bambuterapia será um diferencial no seu currículo. “Como não é muito comum, acaba criando boas perspectivas de emprego. Pra mim foi ótimo”, diz. Outra disciplina que tem atraído o interesse dos reabilitandos é a Massagem na Cadeira Terapêutica. Apesar de não substituir o método convencional de massagem na maca, a nova técnica também proporciona excelentes resultados porque age diretamente sobre áreas de muita tensão. Como o paciente está sentado, a ação se concentra nas costas, ombros, braços, articulações dos cotovelos, punhos e dedos. Na opinião do professor de massoterapia Marcelo Monteiro a massagem na cadeira terapêutica possui uma série de vantagens para o massoterapeuta: a sessão é rápida, dura cerca de 20 minutos; o terapeuta não precisa de uma sala para aplicar a massagem (um espaço que ele possa se movimentar com conforto já é o suficiente) e como o paciente não precisa estar despido, a massagem pode ser feita em locais públicos. Essas características permitem uma alta rotatividade de clientes, o que significa mais lucros. “Além de tudo o preço da cadeira é mais barato que a maca. Ou seja, é um bom negócio” analisa Monteiro. A oportunidade de ter uma profissão e trabalhar como autônoma foi o que atraiu a reabilitanda Lidia Pereira Nogueira, de 44 anos. “É mais um campo de trabalho. A massagem é boa para o paciente e para nós que vivemos dela”, diz. Agora ela pretende comprar uma cadeira terapêutica para atender em locais públicos. Há também no curso a matéria Marketing Pessoal e Autopromoção, que ensina noções de empreendedorismo para quem quer montar seu próprio negócio. Para <5> Monteiro, as chances de trabalho podem surgir nos mais variados lugares, de hotéis a shoppings, passando por academias, aeroportos, salões de beleza e até nas praias.

“Quem tem iniciativa sai do curso praticamente empregado”, afirma. !::::::::::::::::::::::::ÿ l R$1 mil é a média _ l salarial do massote- _ l rapeuta no serviço _ l público. Em empresas _ l privadas, o rendi- _ l mento varia de R$600 _ l a R$2 mil _ h::::::::::::::::::::::::j Fonte: VISANDO. Boa chance à vista na massoterapia. Rio de Janeiro, Instituto Benjamin Constant, ano 14, n.o 42, abril 2011, p. 6. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <6>

VIDA E SAÚDE Onde bate o coração de Eloá O órgão da garota de 15 anos sequestrada e morta em 2008 pulsa no peito da paraense Maria Augusta Cristiane Segatto Oitenta batimentos por minuto. Às vezes, 90. Raramente, 120. Nessa frequência e sem grandes sobressaltos, bate atualmente o coração de Eloá Cristina Pimentel, morta em 2008 pelo ex-namorado Lindemberg Alves -- condenado nesta quinta-feira (16) a 98 anos e dez meses de prisão pelo assassinato, por tê-la mantido em cativeiro por mais de 100 horas em Santo André, no ABC paulista, e por outras dez acusações. O músculo cardíaco jovem e vigoroso, doado pela família da garota, deu à tecelã paraense Maria Augusta Silva dos Anjos, de 42 anos, a liberdade que ela não conhecia. Nunca, em quase quatro décadas marcadas por uma grave doença congênita no coração, Maria Augusta soube o que era andar, sem ajuda, sem rumo, por onde bem entendesse. Hoje vence com facilidade os 63 degraus que separam a porta de seu apartamento modesto, num prédio de três andares sem elevador, da calçada de uma das mais movimentadas ruas dos Jardins, em São Paulo. Desce e sobe aquelas escadas várias vezes ao dia. É um acontecimento. Com mais 219 passos largos chega à Avenida Paulista. De lá, se enfia no metrô sozinha e percorre sete estações até se misturar à multidão da Rua 25 de Março, o paraíso do comércio popular paulistano. É um novo habitat para a paraense que cresceu retraída e isolada por força das circunstâncias. Até os 15 anos, viveu na Ilha de Marajó. Ia à escola carregada nos braços pelos adultos e escoltada pela irmã Adriana, dois anos mais nova. Os colegas se assustavam com a menina de dedos inchados, unhas e lábios roxos, que sofria desmaios frequentes. Alguns diziam que a doença era contagiosa e aconselhavam os demais a manter distância. “Hoje, dizem que isso é bullying. Eu chamava de rejeição. Vivia sorrindo para não preocupar ainda mais minha família, mas no fundo era uma menina triste.” No Pará, Maria Augusta foi desenganada por vários médicos. Até que um deles decidiu procurar a ajuda dos colegas do Hospital Beneficência Portuguesa, em São <7> Paulo. Quando o drama de Eloá mobilizou o Brasil, Maria Augusta aguardava um coração na fila de transplante havia dois anos e três meses. Passava os dias trancada no apartamento. Não conseguia sequer tomar banho sozinha. Quando precisava sair para tomar um pouco de ar, era carregada nos braços pelo cearense Stênio Garcia Alves de Lima (então namorado e hoje marido). “Minha família toda acompanhava pela TV o sofrimento da Eloá e orava por ela”, diz Maria Augusta. “Nunca imaginei que aquilo terminaria em morte, muito menos que os órgãos seriam doados e eu beneficiada.” No dia em que Eloá morreu, Maria Augusta ocupava a terceira posição na lista do hospital. O órgão não era compatível com os dois primeiros. Maria Augusta foi chamada e preparada para o transplante. Quando a cirurgia acabou, era a manhã de seu aniversário de 39 anos. A repercussão do caso impediu que a regra do anonimato nas doações fosse seguida. Maria Augusta agradeceu. O desejo dela sempre foi conhecer a família de seu eventual doador. Foi assim que ela e Ana Cristina Pimentel da Silva, mãe de Eloá, se aproximaram. “Ela sempre me abraçou com um carinho forte, especial”, diz. As duas famílias se encontraram várias vezes. Maria Augusta passou um fim de semana na casa da mãe de Eloá. Ana Cristina foi hospedada no Pará pelos pais de Maria Augusta. Na semana passada, quando as notícias sobre o julgamento de Lindemberg tornaram vívida a lembrança de Eloá, Maria Augusta teve vontade de telefonar para Ana Cristina. Desistiu -- para não ser inconveniente e, principalmente, por não saber o que dizer. Quando estão a sós, Stênio desafia a mulher a solucionar uma questão que mobiliza filósofos, especialistas em bioética, médicos, psicólogos, religiosos e quem mais tiver sangue correndo nas veias e neurônios fervilhando na cabeça: -- Preta, o que você sente quando vê as imagens da Eloá nesse desespero e sabe que é o coração dela que está batendo em seu peito? Maria Augusta responde sem a pretensão de encerrar o assunto ou de dar uma resposta definitiva. Seus sentimentos são dúbios. “Sinto muita tristeza por ela e, ao mesmo tempo, uma grande felicidade por estar vivendo tão bem. Se não fosse aquele sequestro, provavelmente eu estaria morta. Não sei o que pensar. É um dilema que não consigo resolver.” No prediozinho da região da Paulista, ocupado basicamente por migrantes que, como Stênio, trabalham num restaurante, todos têm curiosidade pela história de Maria Augusta. “Ficam intrigados, querem saber se minha personalidade mudou.” Ela diz que <8> é a mesma, mas a motivação para se cuidar é outra. Agora, procura se vestir com peças da moda e realça, com mechas douradas, o brilho dos cabelos de marajoara. “Maria Augusta reviveu. As avaliações cardiológicas e as biópsias do músculo cardíaco demonstram que o estado de saúde dela é excelente”, diz o cardiologista Antonio Alceu dos Santos, do Hospital Beneficência Portuguesa. O único sinal evidente de que, graças a Eloá, Maria Augusta pôde começar de novo é a cicatriz vertical entre os seios. A ponta superior do corte escapa do decote. Ela não se preocupa em escondê-lo. Por aqueles 10 centímetros, entraram a esperança e a energia juvenil de quem tudo pode. “Agora quero aprender a nadar e a andar de bicicleta.” Fonte: SEGATTO, Cristiane. Onde bate o coração de Eloá. *Época*, São Paulo, 20 fev 2012, n.o 718, p. 80-81. Vida transplante. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <9>

SAÚDE EM CONTRAPONTO Passe um dia sem carne Eduardo Jorge, secretário do Verde e do Meio Ambiente da Cidade de São Paulo ~,www.diasemcarne.~ wordpress.com~, ~,www.twitter.comÿ~ diasemcarnesp~, O que os brasileiros comem no dia a dia? Você ficaria sem "mistura" uma vez por semana? Motivos há de sobra para atender a esse convite. A intenção é incentivar as pessoas a deixarem de consumir carne ao menos uma vez por semana. A ideia é boa para a saúde pessoal e para a do planeta. Uma campanha da Sociedade Vegetariana Brasileira -- também adotada pela Prefeitura de São Paulo -- quer estimular esse hábito. Ao diminuir o consumo de carne, reduz-se, ao mesmo tempo, o desperdício de água, o desmatamento, a desertificação, a extinção de espécies, a destruição de habitats e até de biomas inteiros. A pecuária é responsável pela emissão de cerca de 17% dos gases de efeito estufa no planeta. Mais da metade da produção mundial de alimentos é destinada à ração para animais de abate. Hoje se mata, em cerca de 15 dias, o mesmo número de animais que eram abatidos em um ano na década de 1950 -- dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Esses animais levam uma vida de sofrimento, medo e privação. Muitos ficam confinados em lugares minúsculos, sem poder nem sequer mover a cabeça. Os métodos de criação e abate são cruéis. Uma dieta sem carne favorece a prevenção de doenças crônicas degenerativas, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, colesterol elevado, diversos tipos de câncer e diabetes, segundo a Associação Dietética Americana. A redução das carnes, com consequente aumento do consumo de feijões, frutas, cereais (de preferência integrais), legumes e verduras é preconizada pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde. Esses alimentos devem, em conjunto, fornecer de 55% a 75% do total de energia diária da alimentação. A campanha é um convite para repensar nossa alimentação cotidiana, muitas vezes pobre em nutrientes pelo simples desconhecimento da variedade de hortaliças e verduras disponíveis. O consumo de comidas prontas, fast food ou similares, facilitou a <10> vida altamente urbanizada dos grandes centros, diminuindo o tempo gasto com a preparação dos alimentos. O preço de tudo isso é refletido em nossa saúde e também nas experiências de sabor que perdemos. Sobram alimentos prontos, enlatados, cheios de conservantes, todos com gosto parecido, muitas vezes elaborado sinteticamente. A padronização dos temperos, a restrição das experiências do paladar, o consumo desenfreado e a excessiva praticidade desses alimentos também sugerem o questionamento de como estamos gerenciando nossa saúde e de que maneira estamos educando as próximas gerações para hábitos alimentares mais seguros. Fonte: JORGE, Eduardo. Passe um dia sem carne. *Revista Galileu*. São Paulo, 2010 disponível em: ~,http:ÿÿrevistagalileu.globo.~ com~, Acesso em: 16 abr 2012 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <11>

Carne vermelha faz muito bem Milhões de pessoas foram convencidas de que ela seria um perigo. Os vegetarianos que me desculpem, mas isso é bobagem Wilson Rondó Jr é cirurgião vascular e autor do livro Sinal Verde para a Carne Vermelha (Editora Gaia) Nos últimos 25 anos, milhões de pessoas foram levadas a crer que a alimentação ideal deveria ser à base de carboidratos, com baixo índice de gorduras e proteínas. Alguns se tornaram vegetarianos, outros passaram a preferir alimentos como frango, peito de peru e peixes. Carne vermelha, jamais! Atletas se convenceram de que um bife era mais perigoso do que um anabolizante. A verdade é que se tornou difícil manter a musculatura em forma fazendo esse tipo de dieta. Com a ingestão cada vez menor de proteínas, o consumo de drogas químicas para os que pretendem moldar o corpo cresceu dramaticamente. As pessoas também passaram a ter dificuldade em manter o peso com uma alimentação rica em carboidratos, e pobre em proteínas. O índice de obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes só cresceu. Se você faz parte da turma que privilegia o carboidrato e acha que carne vermelha coloca a saúde em risco, é hora de rever suas convicções. Vamos a uma lista de suas vantagens, inclusive para quem quer ganhar músculos e ter bons resultados na academia: 1) É rica em proteínas, fosfato e aminoácidos que não se encontram em proteínas vegetais. Os vegetarianos me desculpem, mas proteína vegetal não basta para aumentar a força e manter boa performance muscular. 2) Tem mioglobina, que promove o transporte de oxigênio para as células musculares, permitindo exercícios físicos intensos, maior clareza mental e sensação de bem-estar. 3) É superior a frango e peixe como alimento antidepressivo, devido à alta concentração de fenilalanina. Este aminoácido ainda reduz o apetite. 4) Contém ácido linoleico conjugado (CLA), que ajuda a perder peso, queimar gordura e ainda aumenta as defesas do corpo contra o câncer. 5) Possui boa quantidade de creatina, composto que ajuda a restaurar nossos músculos após o exercício e faz com que tenhamos energia para mais repetições da atividade. 6) Diminui alterações de humor, compulsão alimentar e combate a resistência à insulina. Sendo assim, é ótima na prevenção e tratamento do diabetes. <12> Tratamos, em grande parte, das vantagens da carne vermelha para atletas, que vivem no limite do esforço físico. Agora, projete todos esses benefícios para pessoas comuns: aumento da disposição, combate à depressão e melhoria das defesas contra o câncer e o diabetes. É claro que seu consumo não pode ser excessivo. Mas o que não se pode aceitar é que a carne vermelha seja simplesmente banida com base em argumentos que não levam em conta os benefícios desse alimento tão importante. Fonte: RONDÓ JR, Wilson. Carne vermelha faz muito bem. *Galileu*, São Paulo, n.o 274, p. 81. Saúde. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <13>

Sol na medida certa “O ideal é usar no rosto cerca de uma colher de chá de protetor solar.” Lucia Helena Favaro, dermatologista. • Passar protetor solar diariamente é fundamental para a saúde da pele. • Cuidado é necessário em todas as estações do ano. Depois de horas na estrada ou, quem sabe até de avião, chegou o momento de abrir as malas e aproveitar. E como é comum entre muitas pessoas “esquecer alguma coisa”, a recomendação é: lembre-se do protetor solar. A exposição ao sol sem proteção certa, independentemente da estação do ano, danifica a pele e provoca envelhecimento precoce. Sem um protetor ideal, que deve ter ao menos o fator 30 de proteção, a pele fica sujeita ao aparecimento de rugas, manchas e falta de uniformidade no tom. É recomendado que o protetor seja aplicado diariamente. A medida é válida já para crianças com idade a partir dos seis meses. De acordo com a dermatologista Lucia Helena Favaro de Arruda, é importante passar protetor diariamente no rosto, nas mãos, no colo e nos ombros. “É melhor usar fatores baixos e adequados ao tipo de pele do que usar um fator alto uma única vez. Usando um protetor de baixo fator, você pode passar a quantidade certa e mais vezes ao dia”, afirma a especialista. A dermatologista alerta que mesmo os protetores resistentes à água só protegem durante 50 minutos, ou seja, não dá para ficar horas no mar ou na piscina sem se queimar. Os protetores que contêm proteção FPS e filtro UVA são os melhores contra queimaduras. Além deles, também são indicadas proteções físicas como o uso de chapéu, de camisetas e a ingestão de bastante água. Proteja-se: • Protetor solar: em qualquer estação do ano ele é indispensável. São eles que previnem as manchas e o ressecamento da pele. <14> • Beba água: a hidratação do corpo é essencial. • Protetor labial: no calor eles protegem os lábios contra as queimaduras e no inverno contra rachaduras. • Hidratantes: são indispensáveis em todos os momentos e funcionam como aliados da água. Qual é o fator ideal para você? • 30 a 35: Protetores solares com esse fator são indicados para pessoas com cabelos e olhos pretos ou castanhos e pele morena. • 40 a 50: Pessoas com cabelos e olhos castanhos ou de cores claras e com pele mais clara. • 50: Os fatores a partir de 50 são indicados para aqueles que têm olhos, cabelos e pele muito claros e precisam de alta proteção. Fonte: FAVARO, Lucia Helena. Sol na medida certa. *Metro*, Rio de Janeiro, 13 fev 2012, p. 13. Saúde. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <15>

Protetor solar para comer Substância que vem das algas vai virar comprimido para proteger a pele Francine Lima Depois de mergulhar na simbiose entre os seres que habitam a Grande Barreira de Corais na Austrália, pesquisadores do King's College de Londres emergiram com uma ideia: transformar uma propriedade natural de algas e corais em produto contra queimaduras de pele. Esses seres marinhos possuem o aminoácido micosporina (MAA), que absorve os raios ultravioleta e os protege contra o sol. A substância é conhecida há 25 anos, mas agora os cientistas descobriram que, quando ingerida, pode provocar o mesmo efeito em outras espécies.

Segundo Paul Long, líder da pesquisa, peixes que se alimentam desses corais possuem MAA na pele e nos olhos. A proposta é que possamos literalmente comer esse aminoácido em concentrações bem maiores que as encontradas nas algas e ficarmos mais protegidos do sol. Como a dieta japonesa inclui alimentos como o Nori, um tipo de papel de algas verdes usado no sushi, que também contém MAA, Long imagina que a substância não seja tóxica para os humanos. A ideia dos cientistas é sintetizar o aminoácido em laboratório e usá-lo na fabricação de um protetor solar em comprimido. “Esperamos estar prontos para testar a substância em 5 anos”, afirma o pesquisador. Apesar do fator de proteção da cápsula ainda não ser definido, testes anteriores feitos por pesquisadores brasileiros mostram que o espectro de absorção desses aminoácidos é muito próximo ao das loções que estão hoje no mercado. Os pesquisadores esperam ainda que a descoberta possa ser aproveitada na agricultura. Modificando geneticamente os vegetais muito sensíveis à luz solar, será possível protegê-los contra o aquecimento global. Fonte: LIMA, Francine. Protetor solar para comer. *Galileu*, São Paulo, n.o 245, dez 2011, p. 27. Saúde. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <16>

NOSSA CASA Geladeira exige ordem A nutricionista Maria de Lurdes Milan explica que deve-se adotar conjunto de boas práticas para evitar doenças Caroline Tatsch O verão está aí e com ele aumenta a possibilidade de contaminação. É nessa época que precisamos reforçar aqueles cuidados, que devemos ter durante o ano inteiro, com a higiene dos alimentos e, principalmente, com o local onde os manipulamos. Conforme a nutricionista Maria de Lurdes Milan, as boas práticas são um conjunto de procedimentos higiênico-sanitários, instituídos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), exigidos em estabelecimentos.

Só que a contaminação pode ocorrer em qualquer lugar, mas pode ser controlada. Com diversas ações, podemos evitar a multiplicação de bactérias, mofo, bolores e até vírus. "A falta de cuidados pode gerar problemas como infecções gastrointestinais e intoxicações. Com a higiene adequada podemos prevenir várias doenças" explica Maria de Lurdes. Associar casos de intoxicação alimentar às refeições realizadas fora de casa, nem sempre é uma verdade incontestável, "Existem vários casos de contaminação na comida caseira, por não seguir as regras de uma boa conservação e de higienização da geladeira", explica. A nutricionista dá algumas dicas e orientações como respeitar as datas de vencimento dos produtos, guardá-los de forma correta, higiene e manipulação dos alimentos. A especialista chama de mitos esperar a comida esfriar para guardar na geladeira e esclarece: "Não tem problema guardar na geladeira a comida que ainda está quente. Mas, em hipótese alguma, devemos guardá-la na panela tefal ou alumínio. As substâncias penetram no alimento e são prejudiciais à saúde. Retire o conteúdo e coloque de preferência em recipiente de vidro." Ela também previne sobre a forma de armazenar. "Coloque os alimentos em recipiente destampado nas primeiras duas horas. Após, tampe-as." <17> Tudo tem lugar certo Na prateleira superior da geladeira, acomode os alimentos que precisam de mais refrigeração, como frios, sobremesas, massas frescas, pratos prontos, queijos, iogurtes, manteiga, requeijão e patês. Esses alimentos devem ficar em embalagens fechadas, para não espalharem odores pela geladeira. As carnes cruas, aves e peixes devem ficar de preferência nas gavetas próprias. Peixe e carne vermelha guarde por um dia, frango dois dias e frios três dias. As prateleiras intermediárias podem ser reservadas para guloseimas ou ainda sobras de alimentos que devem ser guardados por um a dois dias. Ovos não são na porta. Guarde-os em pote fechado e lave-os somente quando for usá-los e observe sempre a validade. Na prateleira inferior devem ficar as frutas lavadas e higienizadas e também aqueles doces que não levam leite. Os produtos enlatados, depois de abertos, devem ser armazenados com seu líquido original em recipiente de vidro ou de plástico de boa qualidade com tampa. Devem ser consumidos em poucos dias. Outra opção é congelar, mas jogue fora o líquido. Molho de tomate é perecível e deve ser consumido de uma só vez ou congelado.

Dicas de Conservação Bactérias, vírus e fungos A nutricionista Maria Milan conta que há três grandes grupos de microorganismos: bactérias, vírus e fungos. Para as bactérias se reproduzirem, basta encontrar um ambiente adequado. O ritmo de reprodução pode ser entre 20 e 30 minutos, sendo que em oito horas uma bactéria poderá se multiplicar em 16 milhões. “Os alimentos devem ficar o menor tempo possível expostos em temperatura entre 65 e 5 graus, o máximo 2 horas. Ou seja, a temperatura deve ser superior a 65 graus ou abaixo de 5 graus", explica Maria. “Para que haja segurança, o alimento deve se manter no fogão ou na geladeira. Jamais em temperatura ambiente. Quando toda a superfície do alimento atinge 100 graus, a maioria dos microorganismos é destruída em minutos. Sendo que a temperatura do interior do alimento deve atingir 75 graus." O biomédico Roberto Figueiredo, mais conhecido como Dr. Bactéria, esteve de passagem por Novo Hamburgo e também dá dicas para fugir das bactérias: • Ovos não devem ser guardados na porta da geladeira. Por serem perecíveis, não podem sofrer a variação da temperatura com o abre e fecha da porta. <18> • Vinagre sempre deve ser guardado na geladeira. • Não colocar produtos químicos como colas de fixação rápida junto com outros alimentos na geladeira. • Quando armazenar alimentos em potes, nas primeiras duas horas coloque-os destampados. Após tampe-os. Assim eles absorvem o frio durante esse tempo, o que a tampa impede. • Quando não usar mais a esponja de lavar a louça, coloque-a em água fervente por três minutos. Elas possuem um trilhão a mais de bactérias do que a própria tampa do vaso sanitário. Também use somente por uma semana e troque de esponja. • A cozinha é o local mais contaminado da casa. Não coloque os panos de prato ou panflex para secar em cima da pia. Prefira em local arejado. • Controle de temperatura: congelados até 12 graus negativos. Refrigerados de 0 a 10 graus. Pescado refrigerado até 4 graus. Alimentos quentes acima de 60 graus. Circulação de ar A geladeira não deve ser considerada um armário. Os alimentos no refrigerador devem ser organizados de forma que permitam a circulação do ar que, quando frio, passa para a camada inferior e, quando quente, resfria no congelador. “As portas devem se manter fechadas e abra o menos possível. Retire os alimentos no momento do preparo, evitando que fiquem expostos em temperatura ambiente por tempo prolongado”, explica Maria de Lurdes. Não esqueça de guardar tudo devidamente higienizado. Produtos em embalagens próprias também devem ser limpos. Higienização • Utensílios: Utilize detergente neutro e de preferência com água morna e fazer o enxágue com água corrente, finalize a limpeza com álcool 70%. • Bancadas: Utilizar detergente neutro e finalizar com álcool 70%. • Panos e esponjas: Esponjas deverão estar em bom estado e limpas sempre após o uso. Panos devem ser lavados diariamente e mantidos secos. • Utensílios de polietileno (plástico): Devem ser trocados periodicamente. Dicas práticas Não guarde leite por muito tempo, ele absorve o cheiro de outros alimentos, <19> depois de aberto por dois dias. Gaveta: Frutas, verduras, legumes e temperos, previamente higienizadas e devem ser guardados na parte inferior. Deixe-as de molho em solução clorada (1 colher de sopa para cada litro de água) por 15 minutos e depois enxágue e retire a água e armazene em potes ou sacos plásticos. Legumes e frutas podem ser armazenados entre três e sete dias. As verduras e temperos por dois a três dias. Deixe espaço entre os alimentos para circulação de ar. A porta da geladeira deve ser usada para guardar alimentos de consumo rápido, pois o abrir e fechar da geladeira provoca variação na temperatura e altera o resfriamento dos alimentos. Portanto, use as repartições da porta da geladeira para colocar água, sucos, refrigerantes, leite, geleias, vidros de azeitonas e conservas e condimentos como maionese, catchup e mostarda inclusive o vinagre. Embalagem em geral A lata de cerveja ou refrigerante deve ser limpa com água e detergente, antes de entrar na geladeira. Regra que serve também para as embalagens de leite. O cuidado deve ser levado a sério também com latas que não precisam de refrigeração. De acordo com a especialista Maria de Lurdes "é preciso ficar atento à validade do produto e saber que depois de aberto ela vai depender do seu estado de conservação”. Fonte: TATSCH, Caroline. Geladeira exige ordem. *Jornal NH*, Novo Hamburgo, RS, 23 jan 2012, p. 4-5. Viver em saúde.

<20> MODA Jeans Tatiana Ribeiro Ele foi da vela do barco e da barraca em campos de mineração aos uniformes e às passarelas de moda. Vestiu ídolos do cinema, sex symbols e gente comum. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de jeans. Por aqui, o mercado de vestuário com o tecido movimenta US$8 bilhões anuais. Em 2010, foram produzidas mais de 320 milhões de peças. O jeans nacional já conquistou até Britney Spears e Paris Hilton. • 1436: Algodão sarjado era usado em velas de barco e roupas de marinheiro em Nimes, França. • 1792: A fórmula foi copiada na Nova Inglaterra, que cria o denim (“de Nimes”) para barracas.

• 1853: Chega à Califórnia como cobertura de vagões e cabanas de mineradores. O judeu alemão radicado nos EUA, Levi Strauss, fabricou as primeiras calças com o tecido, na cor natural bege. • 1872: Nas calças para mineradores, os bolsos foram reforçados com rebites metálicos para aguentar as pedras. O extrato indigosfera deu o tom azul. • 1911: Henry David Lee lançou uma jardineira cheia de bolsos, a Bib Overall, primeira variação de peça de roupa jeans. Em 1926, ele inventou a calça jeans com zíper. • 1930: Como cowboys no cinema, Tom Mix e John Wayne popularizaram o jeans. Dez anos depois, motoqueiros montavam suas Harley-Davidsons vestindo a peça. • 1935: Surgiu o primeiro modelo de calça para mulheres, de corte reto, arredondado no quadril. Antes, elas usavam as vestes masculinas para ir aos rodeios. • 1945: O jeans se popularizou na Europa na Segunda Guerra, com os soldados dos EUA usando uniformes de denim. O tecido foi associado à virilidade. • 1950: Marlon Brando e Elvis Presley transformaram o jeans em símbolo da rebeldia e rock'n roll. O tecido não era aceito em escolas, igrejas e eventos sociais. <21> • 1956: No Brasil, a São Paulo Alpargatas lançou as calças Rodeio. Uma década mais tarde, surgiram as Calhambeque, inspiradas na música de Roberto Carlos. • 1970: Criticada por conservadores, a Calvin Klein colocou o jeans nas passarelas. • 1980, Brooke Shields fez campanha para a marca: “Quer saber o que há entre mim e a minha Calvin? Nada.”

• 1980: Surgiram as lavagens para dar diferentes tons e efeito desgastado ao jeans. A primeira técnica foi a stone wash, em que pedras eram colocadas nas lavadoras para causar atrito. • 1990: O jeans feminino nacional ganhou fama pela cintura baixa, elastano e corte que empina o bumbum como o da lendária carioca calça da Gang, adquirida por Britney Spears e Paris Hilton. • 2001: A Levi's pagou US$46.532 por um jeans de 1890 encontrado por uma mulher em uma mina de um deserto californiano. Ela remendou e usou a peça antes de oferecê-la à marca. • 2009: Surgiu o jeans reciclado. Retalhos são triturados e formam um novo fio têxtil, acabado com goma à base de sumo de batata. Em 2004, já havia

sido lançado no Brasil o jeans com PET reciclado. !::::::::::::::::::::::::::ÿ l 501 era o lote de _ l tecido das primeiras _ l calças jeans da _ l história. Deu nome ao _ l modelo da Levi's _ l eleito item de moda _ l do século 20 pela _ l Times _ h::::::::::::::::::::::::::j Fonte: RIBEIRO, Tatiana. Jeans. *Galileu*. São Paulo, n.o 237, abr 2011, p. 29. Breve História. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <22>

ARTE E CULTURA Teatro Carlos Gomes estreia projeto de inclusão de pessoas com deficiência visual e auditiva Com patrocínio da Petrobras, o teatro será o único do Brasil a contar com recursos de audiodescrição, interpretação em LIBRAS e legendagem em todas as peças em cartaz em 2012. A partir do dia 4 de março, todas as peças em cartaz no Teatro Municipal Carlos Gomes (Rio de Janeiro), na temporada de 2012, vão contar com recursos para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência visual e auditiva. O projeto, da Lavoro Produções, é patrocinado pela Petrobras, em parceria com a Prefeitura do Rio, e prevê sessões inclusivas aos domingos, duas vezes por mês, durante todo o ano. Na estreia do serviço, no dia 4 de março, o público poderá conferir a peça “As Mimosas da Praça Tiradentes” com recursos de audiodescrição, interpretação em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e legendas, como as que são utilizadas pelos canais de televisão em Closed Caption. As sessões inclusivas dos espetáculos serão sempre nos primeiros e terceiros domingos do mês. O Teatro Municipal Carlos Gomes, que é um dos mais importantes do Rio de Janeiro, será o único do país a oferecer o serviço de acessibilidade total ao público de suas peças. O objetivo é incluir as pessoas com deficiência visual -- cegos e pessoas com baixa visão -- além de pessoas com deficiência intelectual, autistas, disléxicos e com síndrome de Down, por meio da audiodescrição; e de pessoas surdas ou com deficiência auditiva, por meio da Língua Brasileira de Sinais e do serviço de Legendagem. O recurso da audiodescrição consiste na descrição objetiva de todas as informações visuais contidas nas cenas do espetáculo teatral, como expressões faciais e corporais, ações dos personagens, detalhes do ambiente, figurino, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de informações escritas em cenários ou adereços. Para completar a acessibilidade para as pessoas com deficiência visual, o programa da peça terá versão em Braille. A interpretação em LIBRAS é a tradução para a Língua Brasileira de Sinais de todos os diálogos, músicas e informações sonoras importantes da peça teatral. A legendagem também contém todos os diálogos, músicas e informações sonoras do espetáculo, e é utilizada pelas pessoas com deficiência auditiva que não usam LIBRAS. <23> O projeto de acessibilidade não acarretará custos extras para os usuários dos recursos. Para assistir às peças, o público poderá usufruir do ingresso a preços populares, política já adotada pelos teatros da Rede Municipal do Rio de Janeiro, que inclui o Teatro Municipal Carlos Gomes. As Mimosas da Praça Tiradentes Um grupo de transformistas ensaia um show para arrecadar fundos em prol do Cabaré das Mimosas, ameaçado de fechar suas portas. Ao longo dos ensaios são reveladas as histórias das personagens e suas relações pessoais. Cada uma delas representa um período da Praça Tiradentes -- são negros, ciganos, vedetes, dançarinas de gafieira, a corte portuguesa e os estrangeiros que ao longo do tempo ajudaram a construir a identidade desta região. Alternando números musicais com cenas dramáticas, o espetáculo cria um mosaico de acontecimentos e fatos que mostra a importância e a razão pela qual a Praça Tiradentes foi considerada uma das regiões mais tradicionais do Rio de Janeiro, sendo conhecida, por muito tempo, como a Broadway brasileira. Texto de Gustavo Gasparini e Sérgio Módena. Com Cláudio Tovar, Marya Bravo, Gustavo Gasparini, Milton Filho, Jonas Hammar e César Augusto. Sobre a Lavoro Produções A Lavoro Produções é uma empresa pioneira na criação de projetos culturais com acessibilidade, que se tornou uma referência entre as instituições, grupos e pessoas com deficiência no Brasil e no mundo desde 2003, quando começou a realizar o Festival Assim Vivemos -- Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência. O projeto introduziu a acessibilidade em projetos culturais no Brasil.

Sobre o Teatro Municipal Carlos Gomes O Teatro Municipal Carlos Gomes tem uma trajetória que se confunde com a própria história do teatro brasileiro. Em 1904, o empresário do entretenimento Paschoal Segreto comprou o antigo Teatro Cassino Franco- -Brésilien, fundado em 1872, e o renomeou Carlos Gomes. Em 1963, a classe teatral reagiu contra a tentativa de transformar o teatro em cinema, mas o espaço ficou abandonado. Em 1988, o teatro foi <24> posto à venda. A Prefeitura do Rio comprou o teatro, realizou uma grande reforma e o transformou em um dos melhores teatros da cidade, em 1993. Hoje, além da sala principal, funciona no segundo andar o Salão Nobre Guarani, reservado para espetáculos musicais.

Serviço: Acessibilidade no Teatro Carlos Gomes Peça: As Mimosas da Praça Tiradentes Dias 04 e 18 de março, às 19 h 30 min Local: Teatro Municipal Carlos Gomes. Praça Tiradentes, 19, Centro, telefone: 2224-3602 ou 2215-0556 Capacidade: 685 lugares Ingresso: R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia) Classificação etária: 12 anos Duração: 120 minutos Bilheteria: a partir das 11 h (qui. e sex.); a partir das 14 h (sáb. e dom.) Assessoria: Palavra Assessoria (21) 3204-3124 Patricia Klingl ~,patricia@palavraonline.com~, (21) 9811-8087 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <25>

ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO Melhor que GPS Pesquisadora cega propõe desenhar as cidades de acordo com os mapas criados por nossa mente Francine Lima Em seu livro *A Imagem da Cidade*, publicado em 1959, o então professor do MIT Kevin Lynch disseminou a ideia de estudar as metrópoles por meio de chamados mapas cognitivos: representações mentais que fazemos de espaços por que circulamos. O método era pedir às pessoas que desenhassem um trajeto que percorriam diariamente marcando ruas e pontos de referência, apenas com o que lembravam na cabeça. Quanto mais registros a pessoa tivesse na memória, mais clara e navegável aquela cidade demonstraria ser.

É esta mesma lógica que a aluna de um doutorado duplo em planejamento urbano e ciência cognitiva na Universidade do Colorado, nos EUA, Cláudia Folska, 47 anos, usa em sua pesquisa. Sua proposta é descobrir como nossa mente fabrica seus mapas internos e planejar as cidades a partir disso. Deficiente visual desde os 5 anos de idade, Folska pediu a outras pessoas que não conseguem ver (e usam, mais que todos, seus mapas mentais ao se deslocar) para esboçar os trajetos que costumam fazer. Agora, a pesquisadora defende que as informações coletadas ajudem a desenhar cidades não só para os cegos. “Se fizermos melhorias para as pessoas sem visão, combinadas com as que fizemos pelas pessoas com problemas de mobilidade, teremos um ambiente inclusivo para todo mundo se deslocar.” O que Folska já descobriu é que essa cidade teria ruas estreitas e calçadas desobstruídas, sem grandes espaços vazios criando um vácuo na orientação em lugares assim, poderíamos caminhar tranquilamente, até de olhos fechados. Fonte: LIMA, Francine. Melhor que GPS. *Galileu*, São Paulo, n.o 248, p. 18. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <26>

RBC INFORMA Banco Do Brasil apresenta nova linha de crédito: BB crédito acessibilidade _`[Cartaz do Banco do Brasil descrito a seguir. No alto do cartaz, a logomarca do Banco do Brasil e o texto_`] Banco do Brasil apresenta nova linha de crédito. *BB crédito Acessibilidade* Linha de crédito para financiamento de bens e serviços para pessoas com deficiência. • Cadeira de rodas manual • Cadeira de rodas motorizada • Guincho de transferência • Impressora Braille • Adaptadores de veículos Taxa de juros de 0,64% ao mês Operação de 04 a 60 meses Primeira prestação em até 59 dias Crédito diretamente na conta do cliente Iremos até você!!! _`[A informação sobre os dados da agência divulgadora do cartaz foi suprimida, pois todas as agências do Banco do Brasil disponibilizam esta linha de crédito_`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo <27>

CAIXA oferece gratuitamente aos seus clientes extratos bancários em Braille _`[{transcrição de parte do Ofício n.o 81 de 30/01/2012, encaminhado pela Diretoria de Pessoa Física/Superintendência de Cliente Renda Básica da CAIXA à Direção-Geral do Instituto Benjamin Constant_`] Pensando nas pessoas com deficiência visual, a CAIXA, já a algum tempo, emite e envia gratuitamente ao endereço do cliente extratos bancários em Braille. Como instituição voltada ao atendimento desse público, gostaríamos de contar com o apoio desta importante Entidade na Divulgação do serviço junto ao público assistido, afinal o extrato em Braille proporciona privacidade e segurança no gerenciamento da vida financeira, contribuindo para a

autonomia da pessoa com deficiência visual. Destacamos ainda que a CAIXA oferece também cartões de débito e crédito em Braille, dispõe de pelo menos um caixa eletrônico adaptado por agência da CAIXA e de soluções no Internet Banking CAIXA, que permite à pessoa com deficiência visual o acesso à sua conta pela internet. Para mais informações procure a agência da CAIXA mais próxima. Atenciosamente, Katia Maria Loureiro Torres Superintendente Nacional Superintendencia de Clientes Renda Básica Humberto José Teófilo Magalhães Diretor executivo em Exercício Diretoria de Pessoa Física õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra