õeieieieieieieieieieieieieieio õ Revista Brasileira o õ para Cegos o õ o õ Ano LXIX -- n.o 525 o õ outubro-dezembro de 2011 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Maria Odete o õ Santos Duarte o õ Fundador da RBC o õ Prof. José o õ Espínola Veiga o õ Responsável pela RBC o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca -- Rio de Janeiro o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ Tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ País Rico É País o õ sem Pobreza o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o

Sumário Editorial :::::::::::::: 1 Algo não se Ensina :::: 2 Um Itaparicano em Paris :::::::::::::::: 5 Afeganistão :::::::::::: 13 Amores Inquebrantá- veis :::::::::::::::::: 23 Mahatma Gandhi :::::::: 29 Preconceito Engorda ::: 38 Os Escritos Secretos de Timbuktu :::::::::: 41 Mulheres Guerreiras ::: 48 Duas Palavras ::::::::: 51 Joias da Humanidade ::: 52 Histórias Interessantes :::::::: 56 Artes :::::::::::::::::: 61 Brasil ::::::::::::::::: 63 Ecologia ::::::::::::::: 68 Lugares do Mundo :::::: 72 Ciência e Saúde ::::::: 78 Variedades ::::::::::::: 102 Noticiário Especializado :::::::: 128 Troca de Ideias ::::::: 131 Ao Leitor ::::::::::::: 131 Adeus! Estamos nos despedindo de nossos assinantes, pois *renovar é preciso*. Cumprimos com muita alegria a honrosa missão de editar as revistas RBC e Pontinhos. Porém, é chegada a hora de novas ideias incrementarem a editoração das revistas. Durante os 19 anos em que fomos responsáveis pela coordenação das revistas braille do IBC trabalhamos com pessoas capazes e absolutamente dedicadas. Por isso nosso mais profundo reconhecimento. Muito agradecemos às nossas: transcritora e revisora; aos impressores e encadernadores; ao nosso revisor-geral professor Paulo Felicíssimo Ferreira que, voluntariamente corrigiu os erros de português e históricos das revistas; aos diretores do IBC que se sucederam ao longo dos anos e sempre nos confiaram a editoria das mesmas; aos Correios que distribuíram e entregaram em cada domicílio RBC e Pontinhos; finalmente, sensibilizados, agradecemos aos nossos ledores-voluntários que dedicaram muito de seu tempo à pesquisa de textos, contribuindo assim para que suas revistas chegassem até você com qualidade de conteúdo. A todos um futuro de sabedoria e prazer com as novas revistas. ¨:::::::::: Algo não se Ensina Eis alguns conselhos, dados por Bill Gates numa conferência em uma escola secundária. 1. A vida não é fácil; acostume-se com isto. 2. O mundo não está preocupado com a sua autoestima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele antes de sentir-se bem consigo mesmo. 3. Você não ganhará 20 mil reais por mês assim que sair da escola. Não será vice-presidente de uma empresa, com carro e telefone à disposição, antes que tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone. 4. Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe: ele não terá pena de você! 5. Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não estão abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isto: eles chamam de "oportunidade". 6. Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros; aprenda com eles. 7. Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles ficaram assim por pagar suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são "ridículos". Então, antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto. 8. Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais o ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente nada na vida real. 9. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres, e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período. 10. Televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar. 11. Seja legal com os "Caxias" -- aqueles estudantes que os demais julgam que são uns bobos. Existe uma grande possibilidade de você vir a trabalhar para um deles. Bill Gates, dono da Microsoft, a única empresa que enfrentou e venceu a Big Blues IBM, que construiu o primeiro computador, cérebro eletrônico mundial, desde a sua fundação em meados de 1900. ¨:::::::::: Um Itaparicano em Paris João Ubaldo Ribeiro Já estive em Paris algumas vezes, mas, cretino topográfico que sou, nunca aprendi a andar na cidade. Assim como em relação a outras grandes e famosas cidades estrangeiras onde também já estive ou morei, sempre escolho o lado errado. "É por aqui", digo eu, e é invariavelmente por ali, jamais por aqui. Não falha e creio mesmo que eu talvez até pudesse servir de guia para visitantes, porque, para fazer indicações corretas, teria somente que me dirigir ao lado oposto do que me parecesse certo, embora a experiência pessoal me tenha demonstrado ao longo da vida que a escolha não é simples, porquanto, depois de levar em conta essa deficiência, penso, penso e -- *voilà*! -- erro outra vez. Ou seja, não importa o tempo gasto no exame do rumo a tomar, a conclusão é invariavelmente errada. Acho que se trata de uma espécie de lei científica ou imposição de um carma ingrato. No caso de Paris, nunca conversei com ninguém que tenha estado aqui que não conheça intimamente todos os cantos da cidade, com a familiaridade de quem fala sobre seu quintal. "Ali na feirinha do Marais", diz um, com o ar de um carioca mencionando a feira hippie de Ipanema. "Esse restaurante fica pertinho da estação Vavin; é lá que eu costumo bater um papo com o pessoal de Montparnasse; é uma turma ótima que eu tenho lá", relata outro, até com um certo tédio por não haver canto de Paris que já não haja desbravado. Esse quadro, para mim tão humilhante, é ainda composto pelo que meus colegas escritores e jornalistas costumam borbotar em crônicas e reportagens, ou seja, o conhecimento absoluto da obra de todos os artistas cuja vida é ligada a Paris. A maior parte, imagino eu, só não descreve sua amizade estreita com Toulouse Lautrec, Edith Piaff, Sartre ou Picasso porque eles já morreram. Se vivos estivessem, sairiam todos para jantar na Jupe Gon-flante (nome que acabei de inventar) velhíssima taverna de que os Dumas eram frequentadores habituais, onde se bebe absinto e se come um fantástico canard aux sanglots longs (prato cujo nome também acabei de inventar), contanto que se seja amigo do Gilles Bavard, mitológico cozinheiro que só prepara esse prato para seus amigos pessoais e tem ataques de fúria quando alguém pede o vinho errado, pois que só admite alguns tintos do Vale do Loire (tampouco sei se há vinhos tintos produzidos no Vale do Loire, que também não sei direito onde fica e só sei que é na França, porque me ensinaram no ginásio) e qualquer outro deve ser rejeitado com indignação. Que vontade eu tinha de estacar diante de um prédio centenário perto da Place de la Concorde e entrar numa epifania em que me viesse à mente a obra dos grandes arquitetos e urbanistas que povoam a história de Paris e da França! Os que escrevem sobre viagens a Paris conhecem todos eles e são capazes de explicar o seu trabalho em minúcias técnicas e estéticas fascinantes, não cessando de, aqui e ali, salpicar uma palavrinha sobre os detalhes de certa cariátide que mira o Sena, ou a pequena estatueta de Baco encarapitada na cimeira no prédio carinhosamente conhecido, desde o tempo de Napoleão, como le petit Capitole (de novo, tudo inventado por mim agora mesmo), que só não conhece quem nunca saiu de Niterói. E como eu gostaria de fazer comentários como "este vinho tem uma linhagem plebeia, mas seu buquê meio sonso denuncia certa fanfarronice inocente, que cativa os paladares mais ingênuos e ocasiona uma condescendência indulgente em quem o experimenta." Pensei em mentir um pouco, depois de passar a noite consultando o Google, para em seguida escrever qualquer coisa como "Conversando com Monet na Rive Gauche", mas acabei desistindo: não consigo a familiaridade que nos outros é congênita. Nem mesmo algo mais modesto, tal como "Uma visita ao Louvre", até porque nenhum dos outros sequer se digna a falar no Louvre, por se tratar de coisa de iniciantes, já que, para os conhecedores, nada mais cafona do que visitar o Louvre, esse museu tão batido e algo passé, aonde só vai quem nunca esteve em Paris e aprecia a companhia de turistas americanos e japoneses. A Torre Eiffel, nem pensar; o Arco do Triunfo, só com um bocejo distante; a avenida Champs Elysées, apenas para mostrá-la entediadamente a um parente do interior; o Moulin Rouge, exclusivamente para suscitar um risinho de mofa contra quem ousa perguntar por ele. Tristes circunstâncias, que fazem com que eu me recolha às minhas limitações e, envergonhado, reconheça que não tenho nada a acrescentar ao que já escreveram e ainda escrevem os meus colegas que visitam Paris. Estou passando uma semana aqui e não me apareceu nada para escrever que não possa vir a ser tido como uma embaraçosa demonstração de insipiência terminal e completa falta de traquejo. Dessa forma, peço desculpas a todos os que desaponto com estas observações e solicito vênia para dedicar as últimas linhas desta crônica às dúvidas que talvez ainda assaltem alguns amigos e contemporâneos lá da ilha. Ary de Maninha certamente ficará decepcionado em saber que, aqui em Paris, não vi nem sinal de mulher de peito de fora, como nos levavam a crer os filmes com Martine Carol, Françoise Arnoul e, mais recentemente, Brigitte Bardot. A Toinho Sabacu, faço saber que diferentemente do que contava o finado Maneco Brilhantina, depois de sua propalada e nunca provada viagem a Paris, nenhuma francesa tarada quis me agarrar após saber que eu era brasileiro. E, para encerrar, comunico a Zecamunista que, diferentemente do Brasil, onde todos os políticos são de esquerda, aqui muitos deles se declaram de direita. Deve ser por isso, Zeca, que a França não vai para a frente e aqui não tem nada que não seja melhor no Brasil. ¨:::::::::: Afeganistão Revista Galileu Meu primeiro encontro no Afeganistão foi com dois camelos. Ao cair da noite, eles se levantaram diante dos faróis fracos do velho fusca que me conduzia pela estrada que leva da fronteira com o Irã, a oeste, até Herat, a primeira cidade afegã, a leste. Foi um susto. Pisei no freio com toda a força e o carro parou a dois metros daqueles colossos de duas corcovas. Quando os animais finalmente resolveram sair da estrada, pude continuar a viagem. Soube depois que era coisa comum: os dias são quentes naquela região desértica, mas as noites são muito frias; o asfalto conserva o calor do sol, e os camelos selvagens adoram se deitar sobre ele quando a escuridão chega. Camelos, por sinal, não iriam faltar na minha chegada em território afegão. Ao entrar em Herat, cerca de nove horas da noite, cansado após uma viagem de doze horas, o único hotel da cidade estava mais que lotado. "Dobre à esquerda: há uma grande hospedaria para condutores de caravanas. Lá você vai achar uma vaga", garantiu o recepcionista afegão do hotel, falando um inglês meio trôpego. A hospedaria era na verdade um caravançará, construção que desde tempos imemoriais abriga camelos, cavalos e jumentos de caravanas no interior de enormes pátios cercados por muretas de pedra. Um vigia mostrou-me um tapete vago: era o leito da minha primeira noite afegã. Na manhã seguinte, bem cedo, consegui finalmente um quarto no hotel. Uma ducha fria no banheiro coletivo, roupas limpas, um desjejum bastante razoável e estava pronto para visitar Herat, a terceira maior cidade afegã. Herat e o Afeganistão como um todo pareciam ancorados em algum ponto da Idade Média. Suas ruas eram de terra, as casas muito simples, de alvenaria, pintadas com cores claras. Era o ano de 1970, mas o transporte sobre quatro rodas chegara há pouco, com o término da construção da primeira e até então única rodovia pavimentada do país. Ela tem cerca de mil quilômetros e vai da fronteira com o Irã até a fronteira com o Paquistão. Interliga, na sequência, Herat, Kandahar, Ghasni, Kabul e Jalalabad -- cinco das maiores cidades afegãs. A estrada era, por si só, um bom exemplo do jogo de influências internacionais que, já no início da década de 70, disputavam o domínio do país. A primeira metade, asfaltada, fora construída pelos americanos e ia até Kandahar; a outra metade, concretada, era obra dos russos. Em terra de muçulmanos, melhor agir como muçulmano. A primeira coisa que fiz foi visitar a Mesquita da Sexta- -Feira, ou Masjid-i-Jami, atração número um de Herat e um dos mais belos e refinados edifícios religiosos de todo o mundo islâmico. Revestida com azulejos multicoloridos, a mesquita foi o epicentro de um extraordinário florescimento das artes: poesia, iluminuras e música. Esse período de ouro ocorreu entre os séculos XIV e XV de nossa Era, durante o domínio de Tamerlão, descendente de Gengis Khan, poderoso tirano e conquistador originário de Samarcanda, ao norte. À parte a Mesquita da Sexta-Feira, intacta, só restavam ruínas dos demais edifícios daquela época. A herança de grandeza, no entanto, persistia nos pró- prios afegãos. Chamava a atenção o porte aristocrático das pessoas, a elegância dos seus movimentos, a cortesia bem-educada com que acolhiam os visitantes estrangeiros. Fora informado de que não deveria nunca recusar um convite para almoçar na casa de alguém. A tradição islâmica do Afeganistão era a base da sua famosa hospitalidade: se você -- homem ou mulher, muçulmano ou não -- fosse convidado para um lar afegão, deveria estar pronto para ser tratado com um respeito difícil de ser compreendido por um ocidental. Embora uma família estivesse pronta a se endividar para lhe proporcionar uma refeição condigna, recusar o convite ou levar comida poderia ser interpretado como um grave insulto. Uma oferta de frutas, flores ou alguma pequena lembrança do seu país de origem seriam, no entanto, bem apreciadas. Nas oito viagens que efetuei ao Afeganistão, entre 1970 e 1975, apenas uma vez, numa grande cidade, vi uma mulher adulta afegã descoberta. O uso da burca -- espécie de capa que recobre a mulher da cabeça aos pés e que tem na altura dos olhos uma espécie de rendilhado de crochê para que ela possa ver por onde caminha -- é, na verdade, costume muito antigo. O último rei do Afeganistão, Mohamed Zahir Shah, tentava banir esse costume quando seu governo foi derrubado em 1973, obrigando o soberano a se exilar em Roma, Itália. A mulher afegã da qual pude ver o rosto, era uma jovem de belos olhos e cabelos negros, funcionária do Banco Nacional do Afeganistão, em Kabul. Foi ela quem me atendeu num dos balcões do banco. Falava um perfeito inglês britânico. Disse ser filha de um diplomata e ter sido educada na Inglaterra. Quando lhe contei, surpreso, que era a primeira afegã da qual via o rosto, ela respondeu: "Pois olhe bem para mim aqui dentro. Quando saio à rua, tenho de usar a burca". O uso da burca era generalizado entre as mulheres dos maiores centros urbanos, mas nunca fora observado pelas mulheres pertencentes às várias tribos nômades que percorriam o país com seus rebanhos de camelos, cabras e ovelhas. Bem ao contrário, essas mulheres se apresentavam em público completamente descobertas. Desenvoltas, de porte orgulhoso, os olhos delineados com traços negros, eram cobertas de joias artesanais e vestiam longos trajes coloridos que lembravam os das nossas ciganas. Kabul, a capital -- na época com meio milhão de habitantes --, não era nenhum modelo de beleza urbana e arquitetônica. Possuía algumas dezenas de prédios altos recentes, de cinco ou seis andares, e alguns "palácios". Até mesmo as numerosas mesquitas eram relativamente modestas, sem nada a ver com a portentosa Mesquita da Sexta-Feira, em Herat, ou a Mesquita Azul, em Mazar-e-Sharif (a cidade mais importante do norte, com população de origem mongol e turcomana). Em compensação, a vida nas ruas de Kabul era alegre e intensa. Barbeiros e dentistas trabalhavam nas calçadas (os boticões mais pareciam alicates e as extrações de dentes eram feitas a sangue frio). Havia casas de chá e bazares em toda parte, com lojinhas repletas do riquíssimo artesanato afegão. Era melhor, contudo, evitar as ruelas dos açougues a céu aberto: carnes e carcaças inteiras de animais eram expostas sobre mesas de madeira; o sangue escorria transformando a terra das ruas numa lama avermelhada; as moscas imperavam atraídas pelo cheiro. O Museu Arqueológico de Kabul reservava, porém, boas surpresas. Estava repleto de magníficas esculturas de budas em pedra, originárias de uma cultura que floresceu no país entre os séculos III a.C. e X d.C, quando o budismo era a religião nacional. Na hora de comer, quando se queria escapar da pesada comida afegã -- à base de carneiro ou cabrito, batata, pão de trigo integral, pouquíssimos legumes --, Kabul oferecia algumas poucas opções preciosas. Havia quatro ou cinco pequenos restaurantes, geridos por europeus, que serviam comida ocidental. Em Kabul havia também muita droga disponível, vendida a preços baixíssimos por traficantes de todas as nacionalidades. Haxixe, ópio, heroína podiam ser adquiridos em cada esquina. Como em Katmandu, no Nepal, existiam na capital afegã restaurantes especializados em servir comida temperada com pó de haxixe. Uma verdadeira bomba! Kabul, naqueles anos, estava repleta de hippies americanos e europeus, em sua maioria muito jovens, cujo interesse parecia se limitar ao consumo abusivo de entorpecentes. Apesar de acostumados ao uso inteiramente legal do haxixe, desde sempre integrado à sua cultura, muitos afegãos se indignavam com os excessos dos hippies. "Por que vocês, ocidentais, dependem das drogas para viver?" Era, infelizmente, um prenúncio do que estava para acontecer nas décadas seguintes: a destruição exemplar do Afeganistão, quando o frágil equilíbrio de forças e de influências atuantes no país, desmoronou. Belo, altivo e selvagem, porém ingênuo, o país não estava preparado para passar diretamente do seu sono medieval aos delirantes tempos e interesses modernos. ¨:::::::::: Amores Inquebrantáveis Flávio Henrique Lino Separados por circunstâncias políticas adversas que os colocaram em campos opostos durante décadas, estes personagens de romance da vida real são a prova viva de que o amor pode, sim, ser para sempre. É o caso de Roh Jun-hyun e Chang Cheong-gyo, apanhados no meio do turbilhão de um dos conflitos mais sangrentos da segunda metade do século XX, a Guerra da Coreia. Casados e com dois filhos, eles se separaram quando ele foi alistado à força. Terminado o conflito em 1953 e mantendo-se a irremediável separação da Península Coreana em dois regimes arqui-inimigos, Roh ficou retido na parte norte comunista, enquanto Chang permanecia no sul capitalista. Sob os olhares vigilantes do Grande Irmão norte-coreano, Roh jamais pôde se reunir à sua mulher e aos filhos, como se a separação forçada também fosse um ato necessário para derrotar o "capitalismo decadente" do sul. Nem por isso, no entanto, Roh e Chang deixaram de estar na vida um do outro. A prova disso ocorreu em setembro, na retomada dos reencontros de família que Pyongyang acedeu permitir por motivo humanitário, como moeda de troca em suas negociações internacionais. Por cinco dias, parentes que não se encontravam havia décadas tiveram a chance de reatar um laço já quase totalmente rompido, rever um rosto que julgavam perdido na memória, resgatar sentimentos congelados, antes de voltarem para seus lados da fronteira. Entre a alegria de poderem estar juntos após mais de meio século, e o desespero de saber que seria por apenas poucos dias, Roh, de 81 anos, e Chang, de 82, renovaram seus votos. Elvira Profe e Fortunat Mackiewicz. A alemã e o polonês se conheceram em 1946, nos ainda conturbados dias logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em que seus países lutaram em campos opostos. Sem se contaminarem pelo ódio mútuo entre os dois povos -- a Polônia perdeu cerca de 6 milhões de habitantes na guerra e sob ocupação alemã -- Elvira e Fortunat se apaixonaram. Mas a História não deixou acontecer. Na pequena cidade onde moravam, que no redesenho de fronteiras após o conflito deixou de ser a alemã Baerwalde para se tornar a polonesa Mieszkowice, as novas autoridades comunistas não viam com bons olhos o namoro de uma alemã filha de um ex- -burguês dono de fábrica com um polonês cidadão do novo paraíso dos trabalhadores da Europa Oriental. Portadora desse pecado duplo para o governo, Elvira e a família foram expulsas para a Alemanha Ocidental quando os dois tentaram dar entrada na papelada para se casarem. Separados pela Cortina de Ferro, Elvira guardou um retrato dele na carteira por décadas enquanto Fortunat, que se casou em 1960 com outra mulher, deu o dela para seu pai manter em segurança. Cada um seguiu sua vida até 10 de novembro de 1989. Na manhã seguinte à queda do Muro de Berlim, Elvira ouvia as notícias sobre o histórico momento no rádio do carro quando o impulso de ir atrás de Fortunat lhe veio à cabeça. -- Eu guardei a fotografia dele por décadas; então esse pensamento foi automático -- disse ela. -- Logo que o Muro caiu, eu pensei: "Agora posso ir para casa." Depois de muito procurar, Elvira foi encontrar o antigo amor instalado numa pequena cidade no norte da Polônia, separado da mulher, que fora tentar a vida nos EUA. Ela enviou uma carta, e Fortunat respondeu. Em 1995, os dois finalmente se reencontraram, ela com 70 anos e ele, 75. Hoje, os dois estão casados e vivem na cidade onde se conheceram em 1946. Ela se tornou Elvira Profe-Mackiewicz e ele Fortunat Mackiewicz- -Profe. Para ele, o ano do casamento não é 1995, mas 1947, quando os dois pediram a fatídica licença negada pelas autoridades e foram forçados a se separar. -- O amor dura até o fim da vida se for amor de verdade -- ensina Fortunat, que, aos 89 anos, finalmente tem Elvira a

seu lado até que a morte -- e não a História -- os separe. ¨:::::::::: Mahatma Gandhi Livro "Grandes Vidas, Grandes Obras" Homem de mentalidade polimorfa, levava sempre em consideração os interesses do indivíduo, que são múltiplos. Assim é que num ensaio definia ele as bases da independência da Índia e a seguir aconselhava que se reduzisse o racionamento do açúcar destinado à fabricação de doces e bombons. Para Gandhi, o santo e profeta da Índia, a política não era tão importante que devesse monopolizar-lhe o interesse, nem era a cultura do amendoim tão insignificante que não pudesse merecer a sua atenção. O que talvez mais admiração causasse ao se observar a vida desse homem singular era ele permanecer em público durante as 24 horas de cada dia, e isso, longe de abatê-lo, parecia que lhe dava mais resistência. A cama de Gandhi constava de um colchão, que ele estendia sobre as lajes do terraço da Clínica de Cura Natural, do Dr. Dinshah Mehta, em Puna. O terraço ficava ao rés-do-chão, ao ar livre. Vários discípulos dormiam ali mesmo ao lado do mestre. Às quatro da madrugada já recomeçava a ouvir o Mahatma, que rezava em voz alta com os companheiros. Ao levantar-se tomava um pouco de suco de laranja ou de manga e começava a responder de próprio punho as cartas recebidas. Contava então 77 anos de idade, mas tinha uma letra firme e clara. Via e ouvia bem e esperava chegar aos 125 anos. Uma vez por dia, Rajkumari Amrit Kaur, senhora cristã de família aristocrática hindu que renunciara a tudo para servir como secretária de Gandhi, lia para ele, em inglês, o noticiário que a Central Telegráfica Britânica distribuía em boletim. Gandhi nunca lia jornal, nem ouvia rádio. Mas toda a Índia lhe vinha à casa, diariamente, em milhares de cartas e centenas de visitantes. "O tempo de visitas e audiências era marcado por ele num relógio ordinário de níquel, pendente da faixa de algodão tecida à mão, que lhe cingia a cintura. Gandhi era extremamente pontual e estava sempre imaculado; demonstrava grande interesse em tudo que fazia; gostava especialmente de conversar, de passear a pé." Viajando de trem, de Puna a Bombaim, um percurso de três horas e meia, acompanhavam-no, dessa vez, uns dez secretários, alguns discípulos e o seu médico particular, indo todos num carro comum de terceira classe, em duríssimos bancos de madeira. Chovia a cântaros e não tardou que a água começasse a gotejar da coberta do vagão. Gandhi, sem dar conta disso, escrevia um artigo para a sua revista. Concluída a tarefa, entrou a conversar com líderes políticos que haviam tomado o trem para com ele conferenciar. Em todas as estações, a despeito da chuva, era enorme a multidão que se aglomerava para ver o Mahatma. Numa das paradas, uns meninos, ensopados até os ossos, gritavam do lado de fora, entusiasmados: "Gandhiji! Gandhiji!" (Esse "ji" final é um sufixo que significa respeito.) O líder indiano passava o dia numa espécie de enxergão, colocado no chão do quarto, onde ele, às vezes, cochilava. Sua dieta consistia em verduras, cruas ou cozidas, frutas, tâmaras, pudim de leite e uns beijuzinhos de trigo muito finos. Não comia ovos, carne ou peixe, e não tomava café, chá ou bebidas alcoólicas. O médico particular de Gandhi dizia que ele não se encontrava tão bem como um ano atrás -- provavelmente devido ao intenso trabalho de três meses de negociações com os membros da Missão Britânica, realizadas sob o calor infernal de Nova Déli. Gandhi era a figura central dessa conferência. Nehru, Patel, Azad e seus colegas do Partido do Congresso tratavam constantemente com os delegados ingleses, mas as decisões finais tinham que ser formuladas por Gandhi ou eram discutidas com ele no seu mísero casebre, em meio aos pardieiros e mocambos dos lixeiros e varredores de rua. Esse subúrbio miserável era habitado pelos párias e "intocáveis", gente que Gandhi procurava libertar da abjeção desumana com que era tratada. Com efeito, graças à sua atuação, os hindus de casta começam a empregar os "intocáveis" como criados e cozinheiros. Gandhi conseguiu que os templos hindus, que por séculos se mantiveram fechados aos "intocáveis", lhes permitissem entrada para fazer suas preces. Se bem que ele fosse de boa casta, associava-se com os párias, a fim de que outros hindus lhe seguissem o exemplo. Os congressistas de todas as províncias da Índia vinham vê-lo em busca de conselhos e instruções. Educadores procuravam ouvi-lo sobre os seus programas de ensino. E quem quer que tivesse algum novo plano, procurava invariavelmente o grande líder, para submeter o trabalho à sua apreciação. Procuravam-no até meros indivíduos do povo, a fim de lhe exporem os seus problemas pessoais! Em sua essência, a religião de Gandhi resumia-se em ter fé em Deus, e em si próprio, como instrumento de Deus; observava a não-violência como meio de chegar a Deus no Céu e obter a paz e a felicidade na Terra. Perguntado por que ele não pregava a não-violência à civilização ocidental, respondeu: "Como fazê-lo, se não cheguei ainda a convencer a própria Índia? E concluiu: "Sou apenas uma voz pregando no deserto." Era o primeiro a reconhecer que o temperamento da mocidade na sua terra era violento e impaciente. Se os ingleses tivessem recusado abrir mão do poder pacificamente, uma revolução se teria alastrado por toda a Índia, destruindo quaisquer vestígios de dominação estrangeira. A Ásia estava cansada de estar sob a tutela dos ocidentais. Gandhi dedicou toda a sua vida à causa da independência da Índia. Entretanto, não desejava obter esse desiderato por meios violentos. Durante a sua campanha de desobediência civil contra os ingleses, iniciada em 1942, os socialistas praticaram sabotagem, organizaram forças clandestinas e dificultaram pela força a atuação das autoridades. Tudo isso era contrário ao código de resistência passiva seguido por Gandhi. Falando-se com Gandhi, tinha-se a impressão de ver todo o mundo refletido no espelho da Índia. Para o líder hindu, uma conferência com um alto funcionário britânico e uma dissertação sobre o cultivo do amendoim tinham um único objetivo -- o bem-estar de 400 milhões de hindus, aos quais ele se propusera a ajudar. E por isso foi a pessoa mais querida e de maior influência do país. Os hindus creem num único Deus, mas veneram muitos deuses e ídolos, e em alguns templos da Índia já se encontram imagens de Gandhi. Mohandas Karamchand (Mahatma) Gandhi nasceu a dois de outubro de 1869 em Porbandar, na Índia ocidental. Morreu aos 78 anos, uma idade excepcionalmente avançada num país onde, segundo as estatísticas, a média de vida não vai além dos 27. Mesmo assim, Gandhi não morreu de morte natural. Dirigia-se a uma reunião para orar quando foi morto a tiros de revólver por um jovem extremista, a 30 de janeiro de 1948. Menos de cinco meses antes havia obtido uma grande vitória pessoal, com a proclamação da Independência nacional da Índia. ¨:::::::::: Preconceito Engorda Leda Nagle Você já parou para pensar se é preconceituoso ou não? Pensou de verdade sobre o assunto? A maioria das pessoas sempre diz que não tem preconceito nenhum, que trata todo mundo do mesmo jeito, sem diferença de cor, raça, religião etc. E quase sempre isto é mentira. Não trata, não. Tem preconceito, sim. No dia-a- -dia, até mesmo no uso das palavras mais corriqueiras, isto fica tão evidente e quase sempre a pessoa não se dá conta. Quer ver exemplos? Palavras e expressões como denegrir, judiar, alma branca e mentira branca são usadas sem pensar e até mesmo sem se dar conta do preconceito embutido nelas. E isto não acontece só em relação aos negros e judeus. Você não tem preconceito, mas adora contar piada de loura burra. Não tem preconceito, mas na hora de xingar alguém que fechou seu carro no trânsito, deixa o preconceito sexual gritar por você e chama de veado ou de puta o motorista ou a motorista do carro alheio. Se o juiz do jogo marca contra seu time, coitada da mãe dele, vira vadia em segundos, na melhor das hipóteses. E isto não é de agora, nem de hoje. Acontece com negros, árabes, índios, judeus, carecas, velhos e gordos. E gordo sofre muito preconceito. Até agora era um preconceito velado, dito em voz baixa. Claro que muita gente se preocupa com o preconceito e o combate ferozmente. Mas o governo de São Paulo escancarou. E os jornais publicaram. "Cinco mulheres com peso entre 90 e 114 quilos, que foram aprovadas em concurso para professoras da rede estadual de ensino de São Paulo, foram reprovadas no exame médico. Duas delas ouviram dos médicos que o motivo da reprovação foi a obesidade." As mulheres gritaram, o sindicato dos professores paulistas protestou. E o que fez o magro (epa! olha o preconceito!) governador paulista? Geraldo Alckmin admitiu que obesidade pode ser motivo para barrar a contratação de professores, não pela questão da aparência, mas por aspectos legais. Segundo Alckmin, os critérios técnicos são estabelecidos pelo estatuto do funcionário público, que exige "aptidão física". Que feio! O governador magro (olha o preconceito aí de novo), em geral tão simpático, perdeu uma chance de reavaliar seus preconceitos e de dar um bom exemplo. Ou será que ele não parou para pensar que o preconceito faz mal a tudo e a todos? Acho até que preconceito engorda. Aliás, vou passar a dizer isto para todo preconceituoso que eu encontrar por aí. ¨::::::::: Os Escritos Secretos de Timbuktu Peter Gwih Encontro Haidara, um eminente historiador de Tim- buktu, na cegante claridade matinal do quintal de pedra de sua família, perto da Mesquita Sankore. Ele quer me mostrar o que diz ser a primeira evidência documental de democracia na África, uma carta de um emissário ao xeque de Masina. A temperatura se aproxima dos 40 graus, e o suor aparece em sua túnica de algodão folgada enquanto ele move dezenas de baús de couro empoeirados, cada um com seu tesouro de manuscritos secretos. Ele desafivela a correia de um baú, abre-o e começa a separar com cuidado os gretados volumes de couro. Sinto um bafio pungente de pele curtida e bolor. "Não é daqui", murmura ele. Haidara é um homem obcecado pela palavra escrita. Os li- vros estão engastados em sua alma, diz, e os livros salvarão Timbuktu, ele tem certeza. As palavras são os nervos e músculos que mantêm as sociedades em pé, argumenta. Pense no Alcorão, na Bí- blia, na Constituição americana, sem falar nas cartas de pai para filho, testamentos, bênçãos, maldições. Milhões de palavras impregnadas com o vasto espectro das emoções preenchem todos os nichos da vida humana. "Algumas dessas palavras", declara triunfante, "só podem ser encontradas em Timbuktu". É um solilóquio ensaiado, mas ainda assim um ponto de vista lógico para um homem cuja família controla a maior biblioteca particular de Tim- buktu, com 22 mil manuscritos do século XI e volumes de todo tipo, alguns ricamente ilustrados com ouro e anotações coloridas nas margens. Há diários repletos de sub- terfúgios e tramas, correspondências entre soberanos e sátrapas, uma infinidade de páginas preenchidas com teologia islâmica, tratados jurídicos, notas científicas, leituras astrológicas, tratamentos medicinais, gramática arábica, poesia, provérbios e encantamentos mágicos. No meio há também pedaços de papel que descrevem as mundanidades do comércio: recibos de mercadoria, um censo do rebanho de um mercador, inventários de caravanas. A maior parte está escrita em árabe, mas algumas coisas estão em songhai, a língua nativa de Haidara. Outras vêm em tamashek, o idioma tuaregue. Haidara pode passar horas ali sentado no meio das pilhas, imerso em tomo após tomo, cada um deles um minúsculo telescópio que lhe permite espiar o passado. O mosaico de Timbuktu que emerge de seus manuscritos e de outros na cidade, retrata um entreposto que enriqueceu graças a sua localização, na intersecção de duas artérias comerciais críticas: as rotas de caravanas do Saara e o rio Níger. Mercadores traziam tecidos, especiarias e sal de lugares distantes, como Granada, Cairo e Meca, e os trocavam por ouro, marfim e escravos do interior africano. Conforme a riqueza aumentava, a cidade erigia grandes mesquitas, aventuras militares de poderosos reinos africanos. Quando chegavam livros novos, exércitos de escribas produziam elaboradas cópias para as bibliotecas particulares dos professores da região e seus ricos patronos. "Está vendo?", diz Haidara com um floreio de mão. "Livros geraram livros". A queda de Timbuktu aconteceu quando um de seus conquistadores deu tanto valor ao conhecimento quanto os residentes. A cidade nunca possuiu exército próprio. Depois que os tuaregues a fundaram como um acampamento sazonal, por volta de 1100, Timbuktu passou pelas mãos de vários governantes -- males, songhais, fulanis de Masina. Em geral os mercadores de Timbuktu subornavam seus novos senhores, mais interessados em cobrar vultosos impostos sobre o comércio. Mas, quando o Exército marroquino chegou, em 1591, seus soldados saquearam as bibliotecas, prenderam os estudiosos renomados e os mandaram para o sultão do Marrocos. Esse evento desencadeou a grande dispersão das bibliotecas de Timbuktu. As coleções que restaram ficaram espalhadas entre as famílias que as possuíam. Algumas foram seladas no interior de paredes de barro das casas; outras jazem enterradas no deserto; muitas se perderam ou foram destruídas no caminho. Foi o insaciável amor de Haidara pelos livros que o levou a seguir seus ancestrais na carreira de estudioso do islamismo e mais tarde o impeliu para a vanguarda da iniciativa de salvamento dos manuscritos de Timbuktu. Graças a doações de governos e instituições privadas do mundo todo, três bibliotecas modernas foram construídas para coligir, restaurar e digitalizar os manuscritos de Timbuktu. Haidara chefia uma delas, subvencionada pela Fundação Ford, onde está guardada boa parte da vasta coleção de sua família. A notícia do reavivamento dos manuscritos estimulou Aga Khan, um importante líder muçulmano xiita, a restaurar uma das mesquitas históricas da cidade. Pergunto a Haidara se os problemas no deserto estão impedindo o renascimento de Timbuktu. "Os criminosos, ou seja lá quem eles forem, são a menor das minhas preocupações", responde ele, apontando umas páginas crivadas de furinhos oblongos. "Meu maior inimigo são na verdade os cupins." Especialistas calculam que milhares de manuscritos estejam enterrados no deserto ou esquecidos em esconderijos, lentamente sucumbindo ao calor, à decomposição e aos insetos. A questão do que pode estar sendo perdido atormenta Haidara. "Nos meus piores pesadelos, vejo um texto raro que nunca li sendo comido pouco a pouco", lamenta-se ele. ¨:::::::::: Mulheres Guerreiras Pesquisa de Roberto Cardia Mulheres guerreiras no século XVI: as icamiabas -- Quando André Theve esteve aqui conheceu as icamiabas, das quais fez associação com as mulheres guerreiras (amazonas) do poeta grego Homero e do historiador Heródoto. Também, em 1540 o frei Gaspar de Carvajal esteve em uma expedição com o explorador espanhol Francisco de Orellana no rio Amazonas, onde estiveram frente a frente com as mulheres guerreiras. Entretanto, em nosso "Brasil", e segundo os autores, estas mulheres habitaram em ilhotas, longe de qualquer tribo ou pessoa. Suas ilhas eram como fortalezas, com o intuito de protegerem-se de outras tribos que tentassem invadir com suas canoas. Os ataques, assim como suas defesas, eram realizadas com flechadas e, seus escudos -- feitos com cascos de tartaruga -- as protegiam de qualquer tiro com arco. Assim como outros nativos da região, suas atividades eram sempre as guerras, por este motivo são consideradas mulheres guerreiras. Existem diversas controvérsias sobre sua origem, tanto que sua linhagem nativa denomina-se icamiabas ou coniupuiaras. Entretanto, desmistifiquemos a ideia de que as icamiabas cortavam os seios igualmente às amazonas, mas sim queimavam um deles na juventude, porém com o mesmo propósito de se tornarem destras nos tiros com arco. Importante apresentar o relato de Pêro Magalhães Gândavo, de como viu e conviveu com as icamiabas em seu livro "História da Província de Santa Cruz": "Algumas índias ha que também entre elles determinam de ser castas, as quaes nam conhecem homem algum de nenhuma qualidade, nem o consentirão ainda que por isso as matem. Estas deixam todo o exercício de mulheres e imitam os homens e seguem seus officios, como senam fossem fêmeas. Trazem os cabellos cortados da mesma maneira que os machos, e vão á guerra com seus arcos e frechas, e á caça perseverando sempre na companhia dos homens, e cada uma tem mulher que a serve, com quem diz que he casada, e assi se comunicam e conversam como marido e mulher." ¨ :::::::::: Duas Palavras Ary Rodrigues da Silva Poeta Cego Duas palavras eu tenho guardadas Para dizer-te no dorido instante Em que a desilusão, no teu semblante, Marque a dor das tristezas passadas. Quando as tuas faces magoadas Forem retrato de um sofrer constante, Terás um bálsamo suavizante Nestas palavras que tenho guardadas. Não são palavras de censura ou pena; São expressões da verdade serena Que, mesmo em tua ausência, eu proclamo! Por isto, se tiveres que voltar, Não temas porque, ao te ver entrar, Eu simplesmente te direi: te amo. ¨:::::::::: Joias da Humanidade Castelos no Ar Revista Boa Viagem Castelos no ar são uma irrealidade em qualquer parte, mas não aqui. Quem se aproxima do Monte Saint-Michel, de dia ou à noite, tem a nítida impressão -- às vezes nem tanto em função da névoa que vai e vem -- de que a imensa abadia com dimensões e traços de castelo foi sim construída no ar ou que flutua sobre o mar. Se de longe a imponência do Monte Saint-Michel -- distante cerca de 350 quilômetros de Paris -- tem ares de uma ilusão de ótica, de perto ganha as formas de um cenário fantástico, quase mágico. Os milhões de turistas que passam por aqui todos os anos (foram 3,5 milhões em 2005ã fazem do monumento o mais visitado da França fora de Paris. Entre a Bretanha e a Normandia, nos arredores do monte que jamais chegou a ser invadido por inimigos -- nem mesmo durante a Guerra dos Cem Anos --, existe um roteiro encantador e romântico a ser explorado. De cidades medievais ao belíssimo recorte da costa francesa, são variadas as opções de passeio na região. A "Maravilha do Ocidente", como é conhecida a mais bonita abadia da França, foi erguida ao longo de vários séculos. De um simples oratório no século VIII em homenagem a São Miguel, transformou-se em igreja, ganhou instalações cada vez mais grandiosas até se tornar uma magnífica abadia beneditina e atrair milhões de peregrinos e turistas. Chegou a ser usada como prisão durante alguns anos, entre o final do século XVIII e o início do XIX. Da janela da igreja, ainda se vê a corrente atrelada à imensa roda de madeira que era empurrada pelos prisioneiros para içar alimentos e mercadorias chegadas pelo mar. O intenso movimento das marés dá um toque adicional de mistério à história do monte que inspirou lendas, romances e tragédias. A baía de Saint-Michel é um dos pontos da costa da Normandia mais afetados pelos efeitos da maré. Diz-se que a água sobe ou desce "na velocidade do galope de um cavalo". Normalmente, o mar avança ou recua a algo entre três e quatro quilômetros por hora; mas há momentos em que a velocidade da maré pode chegar a 30 quilômetros por hora. Se as mudanças repentinas no nível do mar já foram um problema no passado -- quando milhares de peregrinos morriam no meio do caminho em busca do Monte Saint-Michel sur- preendidos pela água -- centenas de anos depois, foram incorporadas ao cotidiano dos cerca de 70 moradores da cidade que se formou ao pé do célebre monte. A construção da pequena cidade de Saint-Michel aconteceu naturalmente em função do forte afluxo de visitantes e peregrinos. Aos poucos, comerciantes e pescadores ali se instalaram para aproveitar o intenso movimento de forasteiros. Na rua principal da cidade, há até hoje dezenas de casas de contornos medievais com sua arquitetura tipicamente normanda voltadas para a venda de produtos típicos da região e suvenires, além de restaurantes. ¨:::::::::: Histórias Interessantes O Cavalo de Napoleão Era mesmo Branco? -- Napoleão Bonaparte nunca teve uma montaria fixa e chegou a usar até uma simples mula numa de suas maiores batalhas. A anedota sobre "a cor do cavalo branco de Napoleão" provavelmente foi inspirada em uma das imagens mais famosas do imperador francês, o quadro *Napoleão Cruzando os Alpes*, pintado por Jacques Louis David. Na tela, ele aparece todo estiloso, empinando um belo cavalo branco. "O quadro pretendia ressaltar suas virtudes militares na Batalha de Marengo (contra os austríacos, em 1800", diz o historiador João Paulo Streapco, da Universidade de São Paulo. Os especialistas afirmam que na verdade Napoleão saiu desse conflito galopando no lombo de uma humilde mula. Imperador da França entre 1804 e 1815, Bonaparte usou diversas montarias durante suas conquistas militares e nunca teve um cavalo predileto como outras figuras históricas -- Alexandre, o Grande, por exemplo, não vivia sem o Bucéfalo... ¨ *** Invasão Bárbara -- No século XVII, o papa Urbano VIII, cujo nome de batismo era Maffeo Barberini, resolveu erguer um dossel de bronze sobre o altar da basílica de São Pedro, em Roma. Diante da falta de material, mandou retirar e derreter 90 toneladas de bronze do Panteão de Agripa, um monumento datado de XXVII a.C. Entre as manifestações contra o papa, uma ficou célebre: a do médico Giulio Mancini, que disse: "O que não fizeram os bárbaros, o fez Barberini." ¨ *** Quando morreu, em 1762, a czarina Isabel I, da Rússia, tinha mais de 15 mil vestidos. ¨ *** O gladiador Publio Ostorio foi o maior recordista de combates nas arenas de Pom- peia: resistiu a 51 lutas. ¨ *** Em 1942, meio milhão de pessoas morreram durante a batalha de Stalingrado, naquela que até hoje é considerada a maior perda de vidas humanas

durante uma ação militar na história. ¨ *** A um canto na sauna, um homem gordo contava piadas ao imperador Augusto, que parecia divertir-se. O gordo que jogava água para fora da bacia de prata com extrema destreza era debochado, riquíssimo e poderoso. Chamava-se Mecenas, escrevia poesias e protegia os escritores. O imperador, acima do bem e do mal, fazia o que bem entendia com homens e mulheres. Em determinado momento, Augusto bateu na barrigona de Mecenas e perguntou: -- Não te vejo mais com o poeta Horácio. Tens um novo protegido? Mecenas apontou para um rapaz magro e triste, que se banhava numa fonte artificial. -- Aquele veadinho? -- perguntou o imperador. Mecenas fez um sinal para o moço, que se aproximou saltitante: -- Imperador, quero lhe apresentar Virgílio, que será o maior poeta de Roma. Augusto e Virgílio tornaram-se inseparáveis. Tudo o que o jovem -- nascido 13 anos antes de Cristo, -- escrevia, mostrava ao imperador, que acabou lhe encomendando um poema épico, a exemplo dos de Homero, sobre Roma. O poeta levou alguns anos para produzir "Eneida". Em seu leito de morte pediu ao amante de plantão que destruísse a obra, pois ela glorificava um grande líder -- Augusto -- mas um homem moralmente desprezível. O imperador ordenou ao amante de Virgílio que ignorasse as ordens recebidas e o poema foi publicado. Este talvez tenha sido o maior feito do imperador, pois o poema merece figurar entre os mais perfeitos textos do mundo, um presente para a humanidade. Como seria a "Eneida" se Virgílio houvesse contado tudo o que sabia sobre Augusto, jamais saberemos. ¨:::::::::: Artes Do Egito para o Mundo Ao menos sete países ostentam obeliscos da terra dos faraós -- É notório o esforço feito nas últimas décadas pelo governo egípcio para defender o seu patrimônio arqueológico da cobiça internacional. E, mesmo estando em lados opostos nos conflitos internos iniciados no fim de janeiro, autoridades e civis atuaram juntos para proteger seus tesouros do vandalismo. Mas esse zelo nem sempre foi visto no passado, e os obeliscos faraônicos são uma prova disso. Erguidas aos pares na entrada de templos, essas esculturas, feitas de um único pedaço de pedra, hoje enfeitam vários outros países. Embora o mais antigo ainda de pé (construído entre 1918 e 1875 a.C.) permaneça no subúrbio do Cairo, o Egito tem menos de dez obeliscos antigos nos seus domínios. Muitos foram surrupiados por conquistadores, mas alguns foram oferecidos a outras nações pelo próprio governo, séculos atrás. Como seus quatro lados eram decorados com hieróglifos religiosos ou sobre as conquistas dos faraós, eles são considerados o primeiro suporte material da memória escrita dessa civilização. "Isso foi entendido até pelos assírios, os primeiros conquistadores do Egito, que levaram um obelisco com eles", afirma Margaret

Bakos, egiptóloga da PUC- -RS. ¨:::::::::: Brasil Herança do Cacau Revista Gol Terra dos antigos coronéis do cacau, Ilhéus é um curioso destino a ser descoberto. Localizada no litoral sul da Bahia, trata-se do terceiro maior polo turístico do Estado -- os outros dois são Porto Seguro e a capital, Salvador. Fundada em 1534 como Vila de São Jorge dos Ilhéus, a cidade ainda hoje é famosa por conta de Jorge Amado, seu morador mais ilustre e cujos romances "Dona Flor e seus Dois Maridos" e "Gabriela, Cravo e Canela" ainda permanecem no imaginário popular. Um passeio pelo pequeno centro da cidade atesta o valor de Amado, já que as referências aos seus livros estão em todos os lugares. Um dos mais imponentes e famosos deles é o bar Vesúvio. Era ali que o escritor costumava passar várias horas de seu dia, saboreando os quitutes do turco Nacib, que mais tarde virou um dos personagens principais de "Gabriela". Diz a lenda que antigamente era proibida a entrada de mulheres, pois no fundo do bar haveria um túnel secreto que levava os coronéis do cacau -- longe das vistas de suas esposas, claro -- ao Bataclan, o cabaré da cidade, hoje transformado em um pequeno centro cultural. Histórias à parte, hoje as mulheres são bem-vindas ao Vesúvio, que ainda conserva parte de suas características originais. Bem em frente, a rua que leva o nome de Jorge Amado esconde monumentos simples, que contam a história do escritor através de seus objetos pessoais, obras e fotografias. É a Casa de Cultura Jorge Amado, residência construída em 1926, onde o escritor viveu desde seu nascimento até a adolescência. Natureza selvagem -- Apesar do trânsito um pouco confuso, a melhor maneira de se locomover em Ilhéus é de carro. Obrigue-se a conhecer algumas das belas praias que merecem ser desbravadas, todas elas com cenários com um quê de selvagem e imensos coqueirais ao longo da orla. No lado sul da cidade, bem próximo ao centro, localizam-se as praias de Cururupe e a dos Milionários -- esta última em referência às mansões do bairro. Em pleno centro da cidade está a praia do Cristo, bem urbana, com ondas calmas e que leva este nome por ter uma réplica em tamanho reduzido do Cristo Redentor. ¨*** Aterro do Flamengo Nos jardins projetados por Burle Marx, há cerca de 11.600 árvores de 190 espécies, nativas e exóticas. Entre as 4.400 palmeiras de 50 espécies estão preciosidades como a talipot *Corypha umbraculifera*, que floresce apenas uma vez e morre. Os jardins do Museu de Arte Moderna (MAM) e do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial também integram o parque -- entre o Aeroporto Santos Dumont e a Enseada de Botafogo. Os projetos urbanístico e arquitetônico que definem o aterro e sua ocupação foram de responsabilidade do arquiteto Affonso Eduardo Reidy. O parque foi projetado de 1954 a 1959, mas as obras só foram iniciadas em 1961. Além de Reidy, Jorge Moreira, Caries Werneck de Carvalho e Hélio Mamede trabalharam no projeto. Muitos outros administradores, arquitetos e urbanistas foram mobilizados. O aterro propriamente dito foi feito com o material do desmonte do Morro de Santo Antônio, cujas obras começaram entre 1952 e 1954, na administração do prefeito Dulcídio Cardoso, e foram concluídas em 1958, na administração de Negrão de Lima. O Parque Brigadeiro Eduardo Gomes foi informalmente inaugurado em 12 de outubro de 1965, Dia da Criança, com uma grande festa popular. ¨ ::::::::::

Ecologia Fim do Páreo, Fim da Vida Jornal O Globo O letreiro à entrada do prado diz: Hipódromo Camarero. Mas seria também apropriado se dissesse "Matadouro". Muita gente que comparece à maior e mais moderna pista de corridas de cavalos do Caribe, no Hipódromo Camarero, seja para apostar ou simplesmente assistir às disputas, não imagina que matar cavalos faz parte da rotina diária dos seus veterinários. A média é de 450 eutanásias por ano. Isso significa também que cerca de um terço dos 1.300 cavalos mantidos anualmente no seu estábulo não sai vivo dali. -- Dá uma tristeza danada saber que esses bichinhos não vão muito longe na vida. Mas... fazer o quê? Eu já consegui salvar dois: encontrei gente disposta a sustentá-los em chácaras -- disse, penalizado, Salvador Ramirez, um dos cuidadores do hipódromo. É comum cavalos de corrida serem sacrificados quando sofrem uma lesão séria. Mas o que chama a atenção na matança desenfreada em Porto Rico é o fato de ela ser provocada pela ganância dos seus pró- prios criadores. A maioria dos animais condenados poderia viver muito mais. -- O que dói é ter de aplicar uma injeção letal em cavalos que estão em perfeitas condições de saúde -- lamentou, inconformado, José Garcia, o veterinário-chefe. Assim que um animal deixa de render algum dinheiro nos páreos, os seus donos buscam a alternativa mais barata: uma injeção que custa nada mais do que 20 dólares. O raciocínio é frio: melhor lançar mão desse expediente do que continuar gastando, em média, 750 dólares por mês em alimentação e taxas cobradas pelo estábulo do Camarero. O volume de apostas ali é de 250 milhões de dólares por ano. -- Eles só bancam animais com chances de vitória. Quando um cavalo deixa de vencer, ou pelo menos de obter uma boa colocação com certa frequência, a sua sorte está selada -- contou Garcia. O veterinário se sente impotente diante da decisão de alguns criadores. Só lhe resta cumprir as ordens de consumar a pena de morte numa clínica nos fundos do hipódromo. A matança é registrada em detalhes: anotam-se os nomes dos cavalos, de seus treinadores, dos proprietários e a data da execução. Garcia, no entanto, é proibido de divulgar tais dados. Apesar de Porto Rico ser um "estado associado dos EUA", ali não prevalecem as regulamentações americanas do hipismo. De acordo com um informe do Fundo Internacional para Cavalos, entidade americana que promove a adoção desses animais, muitos deles "frequentemente sofrem ferimentos por serem forçados a treinar e a disputar corridas antes de que o seu esqueleto tenha terminado de crescer". Um cavalo comum vive de 18 a 20 anos. Os de corrida chegam, em geral, a no máximo 7 anos, segundo aquela mesma entidade. "Os promotores do hipismo vendem a falsa imagem de cavalos de corrida levando vidas luxuosas, como animais de estimação. Na verdade, ao notar que um cavalo não tem mais potencial para vencer, muitos empresários o vendem em leilão. Dali, os animais acabam sendo enviados para matadouros que exportam carne de cavalo para a Europa e o Japão." ¨:::::::::: Lugares do Mundo Jerusalém Revista Expression Yerusalaym, Jerusalém, al Qods -- três gritos, três invocações, três nomes para uma cidade três vezes santa. Somente as palavras não bastam para conseguir transmitir a força desse crisol espiritual e temporal. A lenda conta que, quando Deus criou a Terra, concedeu-lhe dez medidas de beleza; delas, nove foram dadas a Jerusalém, e a última coube ao resto do mundo. Jerusalém está intensamente viva; ela palpita, estremece e se expressa em várias línguas. Tudo ali se mistura; no entanto, tudo está em seu lugar. As ruas estreitas fervilham com uma multidão que se junta nos mercados. Enchem o ar, além do fragor de suas vozes, o som dos sinos católicos anunciando a Missa, a voz do muezim entoando o Adan e o som do shofar reverberando na parede do Muro. Passear pela Cidade Antiga -- cercada por muralhas de arquitetura otomana que Suleimã, O Magnífico, mandou erigir no ano de 1500 -- é uma experiência que causa impacto. Esses muros guardam os mais importantes locais a que acorrem peregrinos das três religiões monoteístas: o Muro das Lamentações, o Santo Sepulcro e a Cúpula da Rocha. Oito portas enfeitam suas muralhas: a de Jaffa, a Nova, a ornamentada porta de Damasco, a de Herodes, a dos Leões, a dos Detritos e a de Sião. Segundo a tradição judaica, o Messias entrará em Jerusalém pela Porta Dourada, também chamada Porta da Misericórdia, que está tapada há vários séculos. As pedras são um elemento onipresente na Cidade Antiga, a sua pátria privilegiada. Pedras de todo tipo pontilham seus caminhos, enchem suas colinas. Talvez isso explique por que o suplício da lapidação constituía a forma de execução capital mais praticada durante a sua História. Diante do Muro das Lamentações, ou Kotel, congregam- -se para a oração centenas de judeus. Ouve-se um pranto sonoro que estremece o ar. Eles choram pela destruição do templo de Salomão apertando a fronte contra a pedra fria. O quadro é francamente impressionante nas tardes de sexta- -feira, bem no início do Sabá que paralisa a vida em toda a cidade israelita. Visitar Mea Shearim o bairro hassídico. é recomendável e até instrutivo, embora seja preciso ter cautela, sobretudo durante o Sabá. Seus habitantes correspondem à imagem que se tem do judeu religioso: indumentárias em branco e preto, chapéus e cachinhos em caracol, para os homens; cabeça coberta, saias terminando abaixo dos joelhos e meias, para as mulheres. No bairro judeu encontra-se também o recinto religioso Ben Zakkai, formado na realidade por qua- tro pequenas sinagogas sefarditas, belamente restauradas, numa das quais pode-se ver "o trono de Elias". A visita à sinagoga Rambam Nahmanides e ao pequeno museu de tradições judaicas do Velho Ichuv pode completar um agradável passeio por esse bairro. Na zona cristã da Cidade Antiga e em frente ao Convento da Flagelação, começa a Via Dolorosa, que nos transporta, ao longo das quatorze estações, ao Gólgota, que se encontra na Basílica do Santo Sepulcro. Uma parada entre a terceira e a sexta estações permite admirar o arco Ecce Homo e pisar os paralelepípedos da fortaleza Antonia, localizada no interior do convento das Damas de Sião, lugar onde Jesus compareceu diante de Pôncio Pilatos. Durante o percurso, um belo exemplo de arquitetura românica -- a igreja de Santa Ana -- desdobra diante do viajante a sua beleza perfeita. A um lado da esplanada encontra-se a fonte de Siloé, que os hebreus chamavam Betesda e onde, segundo o Evangelho, Jesus curou o paralítico. Poucas paisagens são mais formosas, poucos cenários são mais impressionantes do que a vista do Monte das Oliveiras e do Jardim de Getsêmani, onde Jesus passou suas últimas horas, a caminho do que hoje é a Capela da Agonia. Uma porta estreita separa o Muro das Lamentações da esplanada de al-Aqsa, onde ficam a mesquita do mesmo nome e o terceiro lugar sagrado para os muçulmanos, depois de Meca e Medina: a Qubbat alo-Sajra, mais conhecida como a cúpula da Rocha. Construída por iniciativa do califa Abd al Malik ibn Marwan no ano 691, ela guarda a famosa Rocha, duplamente sagrada, pois seria o lugar do sacrifício de Abraão e o ponto de onde o profeta Maomé subiu ao céu. É um dos lugares em que Jerusalém se mostra em toda a sua grandeza. Milhões de pessoas evocam essa cidade, diariamente, pensam nela, sonham com ela, desejam-na e a vivenciam mesmo sem tê-la conhecido. A profunda atração espiritual que ela exerce sobre grande parte da humanidade é inegável, e cada visitante, seja qual for o seu credo, busca o seu poder místico com intensidade. Para muitas dessas pessoas, Jerusalém não é um lugar no mapa, mas um lugar no coração. Nas palavras de Itzjak Ianoso- vich: "Não se vai a Jerusalém; a Jerusalém se retorna". ¨:::::::::: Ciência e Saúde "O Mito Antioxidante" Antioxidantes não curam nem retardam o envelhecimento. A afirmação pode parecer óbvia, mas desmente dezenas de pesquisas que relacionam frutas, vegetais ou suplementos de vitaminas com a prevenção do câncer e de doenças degenerativas. Antioxidantes são substâncias que ajudam no equilíbrio do organismo. São produzidas pelo próprio corpo ou podem ser encontradas em alguns alimentos. A função dos antioxidantes é neutralizar a ação de radicais livres, moléculas capazes de oxidar e mudar a estrutura de outras partículas. A oxidação é ligada ao aparecimento de algumas doenças e ao envelhecimento. Acontece que, apesar de ser comprovado que a falta de antioxidantes faz mal, não há provas de que uma dieta rica em determinadas substâncias diminua o risco de alguns problemas de saúde. "Sabemos que uma dieta rica em antioxidantes faz com que o organismo fique equilibrado, mas não podemos dizer que esse equilíbrio ajude a prevenir um câncer", diz Wilmar Jorge Accursio, presidente da SOBRAE (Sociedade Brasileira para Estudo do Envelhecimento). Além de não comprovarem a relação direta entre antioxidantes e prevenção de doenças, as pesquisas publicadas até agora não especificam quais seriam as quantidades ideais desses nutrientes para que pudessem agir como remédio. "Fica difícil pensar em uma dieta ideal ou, pior, em suplementação. É tudo chute, ninguém sabe quanto de vitamina E faz bem, por exemplo", afirma Ana Lúcia dos Anjos Ferreira, médica e pesquisadora da UNESP (Universidade Estadual Paulista-Botucatu), especializada em estresse oxidativo. Se o corpo está em equilíbrio, o excesso de antioxidantes pode trazer o efeito contrário. Está comprovado que a ingestão de vitaminas além das quantidades pode aumentar o risco de determinadas doenças. "Há uma grande pesquisa que estudou a suplementação com vitamina E e encontrou uma forte relação com o aumento no risco de infarto. O consumo dessa vitamina não pode passar de 60 miligramas por dia. E muitos médicos receitam mais do que isso." Segundo Elis Cristina Eleuthério, pesquisadora do departamento de bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, já se sabe também que a suplementação excessiva de zinco pode inibir a absorção de outros nutrientes essenciais. "O excesso de vitamina C tem um efeito pró-oxidante, em vez de antioxidante. Isso acontece porque, ao aumentarmos determinados mecanismos de defesa, podemos sobrecarregar outros." Segundo Ana Lúcia, mais de 150 miligramas por dia de vitamina C já trazem efeitos negativos. "Se tivéssemos zero de radicais livres, morreríamos", diz Accursio, da SOBRAE, que é endocrinologista e nutrólogo. Para ele, é essencial que o corpo tenha o que ele chama de estresse mínimo, quer dizer, o resultado da produção natural de radicais livres. Para Ferreira, os radicais livres foram considerados os vilões injustamente. "Eles são essenciais para a defesa celular, para a respiração celular e têm efeitos benéficos na estrutura dos vasos sanguíneos." Quando há alguma inflamação, o número de radicais livres aumenta, mas, logo em seguida, o organismo já cuida de os neutralizar. Esse equilíbrio, segundo o médico nutrólogo Celso Cukier, do Hospital São Luiz, é possível só com uma dieta balanceada -- sem suplementação de vitaminas. "Suplementos são para repor deficiências, devem ser usados em casos específicos", diz. "A melhor receita antirradicais ainda é manter o peso e comer de tudo." ¨ *** Tecnologia -- Achadas as mais antigas imagens dos apóstolos -- A tecnologia moderna acaba de literalmente jogar uma nova luz sobre a história da Igreja Católica. Com a ajuda de um laser, restauradores conseguiram revelar o que estão sendo consideradas as mais antigas imagens feitas dos apóstolos de Jesus Cristo. As pinturas, datadas da segunda metade do século IV, estão no teto da tumba de uma nobre romana, nas catacumbas de Santa Tecla, sob um edifício de escritórios em Roma. -- As catacumbas cristãs representam um eloquente e significativo testemunho da Cristandade em sua origem -- comentou o monsenhor Giovanni Carru, o segundo na hierarquia da Comissão Pontifícia de Arqueologia Sagrada do Vaticano. Os ícones dos apóstolos Pedro e Paulo apareceram após a aplicação de um laser que consegue remover séculos de depósitos de carbonatos brancos das pinturas sem apagar as imagens sob eles. A tecnologia poderá ser usada para revelar ainda mais tesouros escondidos nas enormes catacumbas romanas. ¨ *** Astronomia -- Teoria da Relatividade -- Entre a partida e o regresso de um foguete tripulado que viajasse até Andrômeda (a galáxia mais próxima da Via Láctea) a uma velocidade próxima à da luz, teria transcorrido, para o astronauta, pouco mais de seis anos. Porém, para seus parentes que o aguardassem, teriam se passado quatro milhões de anos. ¨ *** Arqueologia -- A trajetória do vinho -- Três descobertas recentes vieram acrescentar alguns capítulos à história do vinho, uma das bebidas mais consumidas da Antiguidade até os dias de hoje. Cientistas gregos da Universidade de Tessalônica encontraram uvas amassadas datando de 6500 anos atrás, na região da Macedônia. Isso significa que no período neolítico os habitantes da Terra que viria a ser o berço de Alexandre, o Grande, já farreavam com a bebida de Dionísio. Esse vinho, no entanto, só poderia ser tinto, pois os cientistas da Agência Nacional de Ciência da Austrália descobriram que a mutação genética que deu origem à uva de vinho branco só ocorreu há três mil anos. Por fim, arqueólogos bósnios desenterraram em março, navios ilírios contendo ânforas que, acredita-se, eram usadas para o carregamento de vinho. Os navios são do século II a.C e foram encontrados no fundo de um pântano na região do Rio Neretva, atual Bósnia Herzegovina. Poucas linhas, muita informação -- Tesouro em família -- David Whelan e seu filho Andrew, que têm como hobby vasculhar os campos ingleses com detectores de metal, descobriram o mais importante tesouro viking encontrado no Reino Unido em 150 anos. O achado, divulgado, inclui 617 moedas e 65 itens de toda a Europa, norte da África e até Ásia Central, representando a abrangência das viagens e do comércio vikings. Avaliado em 750 mil libras, o tesouro virou acervo do Museu Britânico. ¨ *** Paleontologia -- Por que tantos dinossauros são encontrados na Argentina? -- Há dois fatores. Primeiro, geográficos: na Patagônia, região do sul da Argentina onde é encontrada a grande maioria dos dinossauros vizinhos, o clima é desértico e praticamente não há cobertura vegetal. Clima seco é sinônimo de menos chuvas e decomposição do solo, e pouca vegetação impede que raízes profundas danifiquem ossos e permite o afloramento natural. Segundo, persistência. "Os paleontólogos argentinos procuram fósseis há um século, enquanto nós começamos há menos de 50 anos", garante o professor Reinaldo José Bertini, da UNESP. "Apesar da bela contribuição que a Argentina tem dado para a paleontologia, este não é o país que mais tem revelado esse tipo de fóssil. Mas está entre os seis países do mundo com maior variedade de dinossauros", explica Luiz Henrique Cruz de Mello, professor pela Universidade de São Paulo -- USP -- e paleontólogo da Dinosfera, empresa especializada em ensino sobre dinossauros. O professor Bertini lembra que, como em toda a área de atuação humana, também na paleontologia cada país puxa a sardinha para o seu lado. "O Tiranossauro dos EUA, o Tarbossauro da Mongólia, o Spinossauro da África, o Carcharadontossauro da China e o Gigantossauro da Argentina são todos equivalentes em tamanho. Mas é claro que sempre vai ter um dizendo "o meu é o maior predador do mundo". Mas temos de dar o braço a torcer: a maioria dos estudiosos concorda que o maior dinossauro do mundo é argentino mesmo. Trata-se do Argentinossauro, um herbívoro muito maior que os carnívoros citados anteriormente, descoberto pelos paleontólogos José Bonaparte e Rodolfo Coria em 1993. Tudo bem: você trocaria o pentacampeonato mundial de futebol por esse título? ¨ *** Pesquisa -- Engenharia futurista -- Nova tecnologia permitirá que prédios absorvam CO; do meio ambiente -- Um diálogo entre química, arquitetura e biologia está criando a tecnologia que deve sustentar os prédios inteligentes de um futuro próximo. Estruturas feitas por protocélulas, que são bolsas sintéticas gordurosas capazes de reações semelhantes às das células vivas, vêm sendo pesquisadas para produzir edifícios capazes de retirar carbono da atmosfera ou de armazenar luz solar para produção de biocombustíveis. A equipe do arquiteto Neil Spiller na Universidade de Greenwich, na Inglaterra, em conjunto com a Universidade da Dinamarca, está pesquisando essa tecnologia. "Temos um acordo com um parceiro comercial para desenvolver uma espécie de tinta ou capa feita de protocélulas capaz de absorver CO; do ambiente", diz a médica Rachel Armstrong, de Greenwich. Uma instalação na Bienal de Veneza de 2010, do arquiteto canadense Philip Beesley com a colaboração de Armstrong, trazia protocélulas que tiravam CO; do ar para depositá-lo em recipientes e formar microestruturas sólidas. O mecanismo é parecido com o das conchas, que acumulam calcário e o incorporam ao próprio corpo. Prédios com essa tecnologia captariam substâncias do ar para incorporá-las, por exemplo, aos tijolos. Assim, ficariam mais fortes, além de sustentáveis. Outro uso seria recuperar construções danificadas, como as fundações de madeira da cidade de Veneza. "As protocélulas cresceriam em torno dos pilares e seria impossível distinguir se foi um processo natural ou artificial", diz Armstrong. ¨ ***

Bem-Viver Receita Contra o Egoísmo Procure esquecer o lado escuro da personalidade do próximo. Aprenda a ouvir com calma os longos apontamentos do seu irmão, sem o impulso de interromper-lhe a palavra. Olvide a ilusão de que seus parentes são as melhores pessoas do mundo e de que a sua casa deve merecer privilégios especiais. Não dispute a paternidade das ideias proveitosas, ainda mesmo que hajam atravessado seu pensamento, de vez que a autoria de todos os serviços de elevação pertence, em seus alicerces, a Jesus, nosso Mestre e Senhor. Não cultive referências à sua própria pessoa, para que a vaidade não faça ninho em seu coração. Escute com serenidade e silêncio as observações ásperas ou amargas dos seus superiores hierárquicos e auxilie, com calma e bondade, os companheiros ou subalternos, quando estiverem tocados pela nuvem da perturbação. Receba com carinho as pessoas neurastênicas ou desarvoradas, vacinando o seu fígado e a sua cabeça contra a intemperança mental. Abandone toda espécie de crítica, compreendendo que você poderia estar no banco da reprovação. Habitue-se a respeitar as criaturas que adotem pontos de vista diferentes dos seus e que elegeram um gênero de felicidade diversa da sua, para viverem na Terra com o necessário equilíbrio. Honre a caridade em sua própria casa, ajudando em primeiro lugar aos seus próprios familiares, através do rigoroso desempenho de suas obrigações, para que você esteja realmente habilitado a servir ao Mundo e à Humanidade hoje e sempre. ¨*** Terceira Idade Melhor que Palavras Cruzadas Foi num baile que Carlos Moya, de 74 anos, e Antônia Grigio, de 60, se conheceram. Ele, que depois de aposentado virou professor de dança, flanava tão lindo pela pista que Antônia não resistiu. Foram poucos passos até que ela virasse aluna, depois namorada. Há cinco anos, casaram-se, e hoje se apresentam por aí. "Gostamos de ritmos animados, como o chachachá", conta Carlos, enquanto pega Antônia no colo. No repertório também tem tango, bolero e gafieira. "Decorar coreografias é bom para a memória. Melhor do que palavras cruzadas", diz. Prestar atenção no par também faz bem ao coração. "Dançar nos dá harmonia." ¨*** Mulher A Cura pelo Afeto Ferreira Gullar Ainda aluna de medicina, Nise da Silveira se horrorizou ao ver o professor abrir com um bisturi o corpo de uma jia e deixar à mostra, pulsando, seu pequenino coração. Saiu da sala para vomitar. Esse fato define a mulher que iria revolucionar o tratamento da esquizofrenia e pôr em questão alguns dogmas estéticos em vigor mesmo entre artistas antiacadêmicos e críticos de arte. A mesma sensibilidade à flor da pele que a fez deixar, horrorizada, a aula de anatomia a levou a se opor ao tratamento da esquizofrenia em voga na época em que se formou: o choque elétrico, o choque insulínico, o choque de colabiosol e, pior do que tudo, a lobotomia, que consistia em seccionar uma parte do cérebro do paciente. Tomou-se de revolta contra tais procedimentos, negando-se a aplicá-los nos doentes a ela confiados. Foi então que o diretor do hospital, seu amigo, disse-lhe que não poderia mantê-la no emprego, a não ser em outra atividade que não envolvesse o tratamento médico. -- Mas qual? perguntou ela. -- Na terapia ocupacional, respondeu-lhe o diretor. A terapia ocupacional, naquela época, consistia em pôr os internados para lavar os banheiros, varrer os quartos e arrumar as camas. Nise aceitou a proposta e, em pouco tempo, em lugar de faxina, os pacientes trabalhavam em ateliês improvisados pintando, desenhando, fazendo modelagem com argila e encadernando livros. Desses ateliês saíram alguns dos artistas mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram a constituir o hoje famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do Centro Psiquiátrico Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. É que sua visão da doença mental diferia da aceita por seus companheiros psiquiatras. Enquanto, para estes, a loucura era um processo progressivo de degenerescência cerebral, que só se poderia retardar com a intervenção direta no cérebro; ela via de outro modo, confiando que o trabalho criativo e a expressão artística contribuiriam para dar ordem e equilíbrio ao mundo subjetivo e afetivo tumultuado pela doença, Por isso mesmo acredito que o elemento fundamental das realizações e das concepções de Nise da Silveira era o afeto, o afeto pelo outro. Foi por não suportar o sofrimento imposto aos pacientes pelos choques que ela buscou e inventou um outro caminho, no qual, em vez de ser vítima da truculência médica, o doente se tornou sujeito criador, personalidade livre capaz de criar um universo mágico em que os problemas insolúveis arrefeciam. ¨ *** Zoologia -- Maior testículo do reino animal -- Cientistas descobriram uma espécie de grilo, *Platycleis affínis*, cujos testículos respondem por 14 por cento de seu peso, a maior porcentagem já registrada no reino animal e equivalente a um homem com testículos pesando 10 quilos. Os testículos grandes produziriam grandes quantidades de esperma para aumentar as chances de fertilização. ¨*** Alimentos O Valor do Chá nas Refeições Os chineses e os japoneses bebem chá quente (de preferência chá-verde) durante as refeições. Nunca água gelada ou bebida gelada. Deveríamos adotar este hábito! Líquidos gelados durante e após as refeições solidificam os componentes oleosos dos alimentos, retardando a digestão. Reagem com os ácidos digestivos e serão absorvidos pelo intestino mais depressa do que os alimentos sólidos, demarcando o intestino e endurecendo as gorduras, que permanecerão por mais tempo no intestino. Daí o valor de um chá morno ou até água morna depois de uma refeição. Facilita a digestão e amolece as gorduras para serem expelidas mais rapidamente, o que também ajuda no emagrecimento. ¨*** Remédios Caseiros Os chás trazem muitos benefícios para a saúde. Médicos e especialistas em nutrição de vários países comprovam cientificamente a eficácia dessa bebida. Conheçam algumas das propriedades de vários tipos de chás. Alho -- recomendável para gripes e resfriados, além de diminuir o colesterol, também é tônico digestivo. Mas pode causar intolerância em pessoas sensíveis. A dose diária varia de 6 a 15 gramas, em cozimento e de 1 grama a 2 gramas, em infusão. Cabelo de milho -- tem ótimo efeito diurético. Melhor prepará-lo com um punhado de cabelo de milho para um litro d'água, em infusão. É também excelente calmante. Folha de abacateiro -- facilita a eliminação de gases. O mais indicado é prepará-lo com um punhado de folhas para um litro d'água, em infusão. Deixar abafado e beber morno ou à temperatura ambiente. Picão -- é conhecido como chá hepático e depurativo, mais indicado como desintoxicante que diurético. É excelente para os que querem se desintoxicar dos excessos de gordura e bebidas alcoólicas. Casca de abacaxi com cravo e canela -- ativa o calor interno, é energizante e promove mais circulação de sangue, além de ter bom efeito diurético. Basta ferver as cascas em um litro d'água e acrescentar um pedacinho de casca de canela e dois dentes de cravo. Este chá ativa o calor interno, é energizante e promove mais circulação de sangue, além de ter bom efeito diurético. Chapéu-de-couro -- tem pequeno efeito laxativo e bom efeito diurético. Ajuda a diminuir o colesterol. Pode ser preparado junto com casca de canela para fazer circular mais energia onde há acúmulo de líquidos (tornozelos, celulites). ¨:::::::::: Variedades Conselhos Básicos Quando alguém estiver falando com você, vire o rosto na direção da voz. Não tenha vergonha de pedir auxílio a uma pessoa íntima para verificar se você tem alguma mancha na pele, pois elas podem ser prejudiciais. Use sempre protetor solar quando sair, espalhando-o bem, pois na maioria das vezes o produto é esbranquiçado. Procure manter uma boa postura corporal em qualquer situação. Para evitar as caspas, use xampu adequado, pois elas são visíveis no cabelo e na roupa, causando uma péssima impressão. Em lugares públicos procure moderar sua voz, pois isso não é educado e chama muita atenção. ¨*** Dicas Azulejos -- Comece a limpeza pelo rejunte, retirando a sujeira mais difícil com produto tira-limo. Em seguida, esfregue os azulejos com pano ou estopa embebidos em removedor com água, na proporção de uma medida de removedor para três de água. Deixe secar. Use uma flanela seca para dar brilho. Pias Aço Inox -- Use sabão ou detergente neutro com pano macio ou esponja de náilon. Para remover as manchas de água, utilize um pano umedecido com álcool. Louça -- Use sabão ou detergente em pó comum ou neutro com uma esponja macia ou de náilon. Mármore e Granito -- Use detergente em pó comum ou sapólio neutro e esfregue com uma escova de cerdas macias. Remova detritos de sujeira acumulados nos cantos com uma pequena escova de dentes. Para limpar mármore branco, use uma solução de 30 por cento de água e 70 por cento de água sanitária. Para desinfecção, a solução de água sanitária com água, em 50 por cento cada, é utilizada com sucesso. Mesas Fórmica -- Use sabão ou detergente neutro com um pano macio. Na limpeza mais pesada, utilize um produto multiuso. Lave normalmente e seque com um pano macio. Madeira -- Use sabão ou detergente neutro com um pano macio. Finalize com um produto limpa-móveis de perfume suave. Vidro -- Use sabão ou detergente neutro e depois seque-o com um pano macio. Geladeira e Freezer -- Limpe por dentro com pano umedecido com água e enxugue. Do lado de fora, use água e sabão neutro. Os modelos de degelo automático não precisam ser desligados para a limpeza. Não forre as prateleiras da geladeira ou freezer com toalhas ou plásticos, pois eles impedem a circulação do ar. Pisos -- A melhor maneira de limpar e conservar cerâmica, porcelanato, ladrilho hidráulico e pastilhas de vidro de paredes e pisos é limpar com sabão neutro e água. Boas opções são: detergente, sabão de coco e produtos multiuso para cozinha. Mas não podem ter base alcalina ou ácida. Saponáceo cremoso e escova de náilon são ótimos para a limpeza de cerâmicas e porcelanatos e do rejunte mais encardido. Sempre que um molho, azeite ou bebida escura cair no piso, limpe na hora com água e sabão e enxugue. ¨*** Humor Os Novos Sintomas de Pobreza Degustação em supermercado -- Sabe aqueles balcõezinhos que de vez em quando aparecem no supermercado, sempre com uma mocinha simpática e sorridente oferecendo alguma tranqueira pra você experimentar? Pois é, pobre adora isso! Quem é pobre adora comer qualquer coisa de graça. Experimenta até biscoito pra cachorro. Uma tristeza! Comprar *iPhone* no mercado livre -- Fala sério! Isso é caso pra internar. Você acha que um *iPhone* de verdade custa 299 reais? Em qual planeta você vive? Além de pobre, é retardado! Telha e tijolo -- A combinação é perfeita. Pobre atrai telha e tijolo feito ímã. Todo pobre que se preza tem que ter uma pilha de tijolos e telhas no quintal. Grudar o sabonete velho que está acabando no novo que acabou de abrir -- Sem comentários! Sandália havaiana -- Meu amigo, presta atenção! Só pode passear no shopping de sandália havaiana quem é rico. É *fashion*! Já o pobre passeando de havaiana é mulambento, porque na verdade ele usa a sandália "À Baiana", ou seja, a genérica. Tapete na parede -- Compra na 25 de março um legítimo tapete persa "Made in Paraguay" e põe na parede, para ninguém pisar. Festa no Mc{Donald's ou Habib's -- Só pobre acha que festa naquela porcaria de lanchonete é chique. O cara comemora o aniversário dos filhos no McDonald~s, fica controlando o que a pirralhada come e depois soma os presentes recebidos para ver se a festa não deu prejuízo. Lavar carro no fim de semana -- Santa pobreza! Você já viu alguém da Barra da Tijuca ou do Leblon lavando o carro? Em qualquer dia da semana que seja? Quem tem grana, manda lavar. A galera do salário-mínimo acha que é programa de fim de semana lavar o chevetão 75 na calçada, com o som ligado no último volume, tocando funk pra todo mundo ouvir. São criaturas dignas de pena! Capinha de celular -- Além de ser coisa de pobre é muito boiola. Só viadinho pobre não gosta do celular riscado. Quem tem grana compra outro quando o celular fica riscado. Tá zerinho, zerinho -- A criatura desorientada mantém por 15 anos colado no parabrisa do automóvel, aqueles selos de controle de qualidade, para fingir que comprou o carro "zero quilômetro". Viajando de avião -- Quando viaja de avião, pela Gol, com passagem financiada em 15 vezes sem juros, põe no bolso aquelas pavorosas barrinhas de cereais pra dar pros filhos bexiguentos. Estrogonofe -- Se você perguntar a alguém qual é o prato favorito, e a criatura responder "istrogonófi" pode ter certeza: é pobre! E o pior é que a criatura não tem a mínima ideia de como se faz tal iguaria, pois pobre faz um picadinho (geralmente com acém), coloca creme de leite e está pronto! Viajar para Cabo Frio -- Guarapari -- Quem tem grana vai para Nova Iorque, Paris, Búzios, Fernando de Noronha. Rico no máximo passa por essa miséria, por cima... de avião! Comprar chinelão rider e roupa a crediário na C & A -- Fala sério! Só por que a Gisele Bünchen e a Daniela Sarahyba apareceram na TV, você acha que tá comprando artigo de rico? É artigo de pobre! Quase o fundo do poço, pois o fundo fica na Sulanca, lá em Pernambuco. Baixar filme na INTERNET -- A porcaria do computador fica noites e noites inteiras ligado, baixando filmes... Além de pobre é burro. Você acha que a energia elétrica é de graça? Aluga o filme no Blockbuster que fica mais barato, otário! Usar camisa de time na segunda-feira -- Putz, que nojeira! Usar a camisa do Corínthians, São Paulo ou Flamengo, na segunda-feira só pra zoar a galera do trabalho é típico de quem mora no subúrbio! Cama beliche -- Móvel típico dos pobres, que se reproduzem feito ratos e têm que dormir em algum lugar, uns em cima dos outros. Rico tem no máximo dois filhos. E cada um tem seu quarto. Laje -- Tem palavra que mais denota pobreza do que esta? Por favor, se sua casa ainda não está pronta, seja mais refinado e diga: "Meu imóvel está na estrutura básica" ou simplesmente "Ainda não está pronta". Jamais diga: "Está na laje!". Além do que laje (argh!) lembra palavras como garage, mirage ou viaje, que, quando ditas desta forma, meu amigo, é porque a coisa está muito feia para o seu lado. Pobrema, ploblema, iorgute, táuba, resistro, impim, mortandela, mindingo, tóchico, chalchicha, berruga, imbigo, framengo, curíntcha, di favor, largatixa, dar uma telefonema... -- palavras mais utilizadas e daí vemos... é pobre! se não é pobre, é ignorante, porque todo mundo pode aprender que não é "resistro", é "registro"; que não é "impim", é "aipim"; que você vai saltar no próximo ponto, não "soltar"! pedir a essas pessoas que falem palavras simples como "sobrancelha", "cabeleireiro", "paralelepípedo", ou "helicóptero", é uma afronta. Até porque não repetem a última sílaba mesmo. Fica qualquer coisa como "helicópi", "paralelepípo", etc... Sem contar que nomes como "Wellington", "Washington", "Wilson" e "Milton" se transformam em "Uélitu", "Uóchintu", "Uílso" e "Miltu"... Camões se revira no túmulo a cada vez que ouve. Chamar o amasiado de "mô", "mooo..." -- Fala sério! Fica parecendo vaca mugindo. E o coitado ainda tem que fazer cara de que gosta senão a mulher cai na porrada com o sujeito. Coisa de mulherzinha... pobre, é claro! No fim do ano, com o 13º salário -- Esta é clássica: no restaurante, a família toda, um dos mais salientes entra correndo e vai logo escolhendo a mesa e grita para toda a prole que está acabando de entrar: "Vamo imendá as mesa!!!" ¨*** Pensamentos de Gandhi "As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?" "A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido, e não na vitória pro- priamente dita." "O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não." "Só engrandecemos o nosso direito à vida cumprindo o nosso dever de cidadãos do mundo." "O patriotismo que eu concebo não vale nada se não se conciliar com o de toda a humanidade." "A única revolução possível é dentro de nós." "A força não provém da capacidade física, e sim de uma vontade indomável." "O amor é a força mais sutil do mundo." "A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem um rigoroso controle da gula." "A minha fé, nas densas trevas, resplandece mais viva." "Nunca país algum se elevou sem se ter purificado no fogo do sofrimento." "Os fracos nunca podem perdoar." "Algemas de ouro são muito piores que algemas de ferro." "Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo." "A pureza de espírito e a ociosidade são incompatíveis." "A vida merece algo além do aumento da sua velocidade." "A não-violência e a covardia não combinam. Posso imaginar um homem armado até os dentes que no fundo é um covarde. A posse de armas insinua um elemento de medo, senão mesmo de covardia. Mas a verdadeira não-violência é uma impossibilidade sem a posse de um destemor inflexível." "Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não haveria pobreza no mundo e ninguém morreria de fome." ¨ ***

História das Frases Jurar de pés juntos -- A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados juntos e era torturado para dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz. Tirar o cavalo da chuva -- No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e, se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa. ¨*** Fale e Escreva Certo 1. "Custas" só se usa na linguagem jurídica para designar despesas feitas no processo. Portanto, devemos dizer: "O filho vive à custa do pai", no singular. 2. Não existe a expressão "na medida em que". Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que. 3. O certo é "a meu ver" e não "ao meu ver". 4. "A princípio" significa inicialmente, antes de mais nada: Ex.: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. "Em princípio" quer dizer "em tese". Ex.: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão. 5. "À-toa", com hífen, é um adjetivo e significa "inútil", "desprezível". Ex.: Esse rapaz é um sujeito à-toa. "À toa", sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer "a esmo", "inutilmente". Ex.: Andava à toa na vida. 6. Com a conjunção "se", deve-se utilizar "acaso", e nunca "caso". O certo: Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe... Mas podemos dizer: "Caso o veja por aí...". 7. "Acerca de" quer dizer "a respeito de". Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas "há cerca de" é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a "faz". Veja: Há cerca de um mês que não a vejo. 8. Não esqueça: "alface" é substantivo feminino. A Alface está bem verdinha. 9. "Além" pede sempre o hífen: além-mar, além-fronteiras, etc. 10. "Algures" é um advérbio de lugar e quer dizer "em algum lugar". Já "alhures" significa "em outro lugar". 11. Mantenha fechado o timbre do "o" no plural destas palavras: almoços, bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc. ¨*** Que Intriga... Intriga Não é todo dia que um fóssil vivo aparece na rede de um pescador -- Mas foi o que ocorreu em 1938, quando a curadora de museu sul-africana Marjorie Courtenay-Latimer topou com um animal esquisito, dotado de escamas espessas, nadadeiras inusitadas e um lóbulo adicional na cauda, em meio a outros peixes comuns. Sem perceber, Marjorie havia redescoberto o celacanto, que se supunha extinto no fim do período Cretáceo -- mas que de algum modo conseguira sobreviver a muitos de seus colegas pré-históricos, entocado nas profundezas, sem ser detectado. Desde essa ocasião em que foi reconhecido por acaso, o *Latimeria chalumnae* já foi avistado em várias áreas no oceano {índico. Ninguém sabe quantos restam, mas se estima que a população varie de mil a 10 mil indivíduos. Devido à profundidade de seu habitat, quase todos os espécimes foram fotografados apenas por sub- mersíveis tripulados ou operados por controle remoto. A primeira vez que mergulhadores documentaram o peixe foi em 2000; em janeiro e fevereiro de 2010, uma equipe realizou mergulhos profundos para obter imagens de uma colônia de ce-

lacantos na baía de Sodwana, na África do Sul. ¨*** Receitas Frango Crocante Rende 6 porções. Ingredientes: 6 coxas de frango sem pele; suco de 1 limão; 2 dentes de alho picados; sal e pimenta-do-reino a gosto; 1 xícara e meia de chá de maionese; 1 xícara e meia de chá de queijo parmesão ralado; 1 colher de sopa de farinha de rosca; 1 colher de sopa de manjericão picado. Modo de fazer: Tempere as coxas com o suco de limão, o alho, sal e pimenta. Deixe marinar por 20 minutos. Misture a maionese, o queijo ralado, a farinha de rosca e o manjericão picado. Passe as coxas nessa mistura e coloque numa assadeira antiaderente. Aqueça o forno em temperatura média e asse por cerca de 25 minutos. Mude as coxas de lado para dourar por igual e asse por mais 25 minutos. Arroz à Grega Tempo de preparo: 30 minutos. Rende 2 porções. Ingredientes: 1 cebola pequena picada; 3 colheres de sopa de óleo; 1 xícara de chá de arroz; 1 cenoura picada; 2 xícaras de água em ponto de fervura; meio pimentão vermelho pequeno picado; meio pimentão verde pequeno picado (opcional); meia xícara de chá de ervilha; 1 colher de sopa de salsinha picada; sal a gosto. Modo de fazer: Numa panela, frite a cebola no óleo até ficar macia. Junte o arroz e refogue por alguns minutos. Adicione a cenoura e a água fervente, abaixe o fogo, tempere com o sal e deixe cozinhar com a panela semitampada, até começar a secar. Acrescente o pimentão, a ervilha e a salsinha e cozinhe por mais 5 minutos. Retire do fogo e espere mais 5 minutos com a panela tampada. Arroz-Doce com Ameixa: Ingredientes para o arroz -- 1 litro de leite; 1 xícara de arroz; 5 gemas; 16 colheres de sopa cheias de açúcar; 100 gramas de uvas-passas claras e sem sementes; manteiga; canela em casca; açúcar necessário para polvilhar a fôrma. Maneira de fazer: 1ª etapa: Arroz-doce: Lave o arroz, ponha em uma panela, cubra com água e leve ao fogo brando para cozinhar. Estando quase cozido, adicione o leite e mexa sempre para que não pegue no fundo da panela. Estando o arroz bem cozido e cremoso, retire do fogo e deixe amornar. Bata bem as gemas até dobrarem de volume e, sempre batendo, vá juntando o açúcar aos poucos. Bata até obter perfeito creme e coloque-o sobre o arroz morno. Misture rapidamente, junte uma colher de sobremesa rasa de manteiga, acrescente as passas, misture bem e coloque em uma fôrma lisa de canudo, bem untada com manteiga e polvilhada com bastante açúcar. Asse em forno moderado, em banho-maria. Depois de assado e morno, desenforme em um prato, deixe esfriar e cubra com o doce de ameixas. Ingredientes para o doce de ameixas: 250 gramas de ameixas pretas sem caroços; 250 gramas de açúcar; 1 copo de vinho tinto suave. 2ª etapa: Doce de Ameixas: Leve ao fogo o vinho com o açúcar e um copo de água. Deixe ferver até obter calda rala. Junte, então, as ameixas inteiras e deixe ferver em fogo brando até a calda engrossar ao ponto. Bolo de fubá sem leite de coco Ingredientes: 2 xícaras de chá de fubá; 1 xícara de chá de farinha de trigo; 1 xícara de chá de manteiga; 2 xícaras de chá de açúcar; 3 ovos; 1 xícara de chá de leite; 1 colher de sopa rasa de fermento; erva-doce. Modo de fazer: Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas e misture bem. Junte a farinha e adicione o leite aos poucos. Adicione o fubá, as claras e o fermento dissolvido em leite, misturando sempre. Polvilhe a superfície com erva-doce. Unte uma fôrma de bolo com manteiga e coloque para assar. Não abra o forno nos primeiros dez minutos. Veja se o bolo está assado, com um palito. Se ele sair enxuto, é porque está pronto. Desenforme só depois de frio. ¨*** Utilidade Pública Cartórios não podem exigir formulário para gratuidade -- Segundo decisão da Secretaria da Corregedoria do CNJ, não é mais preciso preencher formulários padronizados para formalizar atos em cartórios extrajudiciais gratuitamente. O órgão revogou o formulário padrão instituído por ele pró- prio para a expedição, por exemplo, de certidões de casamento. Com a decisão, a gratuidade é concedida mediante declaração de pobreza "que poderá ser até manuscrita, sem forma especial", ressaltou o juiz. A regra está no artigo 1.512 do Código Civil, e

nas Leis n.os 6.015-1973 e 8.935-1994. :::::::::: Noticiário Especializado Bate-papo por voz para cegos pela Internet Desde 2007, existe um bate-papo de voz para cegos pela Internet, através do programa Teamspeak, que possibilita o encontro dos cegos de todo o Brasil e dos países de língua espanhola da América Latina, onde é possível trocar experiências e aprender muito com a troca de informações das distintas regiões, além de conhecer novos amigos, novos lugares, e até mesmo novos idiomas. Um espaço perfeito para os alunos dos institutos de cegos de diversos lugares do Brasil se encontrarem e, por ser de operação muito simples, pressionando apenas uma tecla quando for falar, possibilita até mesmo que pessoas que não saibam informática possam conversar e, assim, sentirem-se mais motivadas no estudo da informática, a partir do momento em que podem transmitir e receber novos conhecimentos e, melhor, de forma completamente gratuita, e sem ter que gastar telefone, pois utiliza a conexão via Internet. O bate-papo permite a criação de salas privativas, mas existem também as salas públicas, sendo possível passear entre elas. No bate-papo há também cursos de informática, inglês, espanhol e alemão, além de se formarem, entre os deficientes visuais, grupos de estudos para concursos públicos, ou para a realização de jogos de corrida de carro, como o *top speed*, dentre outros jogos. Para conhecer mais informações e instalar o programa Teamspeak para participar do bate-papo de voz, visite ~,www.audiogames.com.br~, e entre no link "chat por voz". Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro (ADVERJ) -- Atendimentos na área jurídica: Defesa dos direitos da pessoa com deficiência visual; acessibilidade previdenciária, consumidora, etc.; consultoria e assessoramento jurídico; encaminhamentos; solicitações em geral; demandas individuais, etc. Rua do Acre n.o 51 sala 1002 Centro -- Rio de Janeiro Tel.: 2233-1146 E-mails: ~,adverj@adverj.~ org.br~, ~,contatos@~ adverj.org.br~, Site: ~,www.adverj.org.br~, ~,Blogspot.adverj.com.br~, Alexandre Ferreira Braga oferece seus serviços jurídicos nas seguintes áreas: Direito trabalhista; deireito de família; direito do consumidor, etc. Além disso, é especialista na área dos direitos da pessoa com deficiência. ¨::::::::: Troca de Ideias Alberto Antônio da Silva Rua 21 de Abril n.o 111 Bairro Santo Antônio Pa- trocínio -- MG 38740-000 Tenho 36 anos, sou negro e estou de bem com a vida. Gostaria de corresponder-me com moças para estabelecer novas amizades. ¨:::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores da RBC abaixo mencionados que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Associação de Cegos e Amblíopes do Amapá Cristiane Vales Maciel Faculdade de Ensino Atual Silvino Coelho de Souza ¨ ::::::::::