õeieieieieieieieieieieieieieio õ o õ Revista Brasileira o õ para Cegos o õ o õ Ano LXVIII -- n.o 520 o õ julho-setembro de 2010 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador da RBC o õ Prof. José o õ Espínola Veiga o õ Responsável pela RBC o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca -- Rio de Janeiro o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ Tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Editorial :::::::::::::: 1 A Ordem Natural :::::: 3 Se Eu Fosse um Padre :::::::::::::::: 4 Pés Descalços ::::::::: 5 Quem Fica com os Filhos? :::::::::::::: 13 Quem Matou Mais? ::::: 18 Paixão Proibida ::::::: 20 Experimento Bizarro ::: 28 A Arte da Guerra ::::: 31 Rubinho :::::::::::::::: 34 Joias da Humanidade ::: 40 Histórias Interessantes :::::::: 42 Artes :::::::::::::::::: 43 Brasil ::::::::::::::::: 46 Ecologia ::::::::::::::: 53 Lugares do Mundo :::::: 54 Ciência e Saúde ::::::: 60 Variedades ::::::::::::: 85 Informativo IBC :::::: 105 Noticiário Especializado :::::::: 106 Troca de Ideias ::::::: 109 Ao Leitor ::::::::::::: 109 Reabilitaão Quando alguém perde a visão, já adulta, sente-se desorientada, num caminho sem volta, como se a desesperança fosse companheira eterna. Os amigos não mais o querem para parceiro de andanças, como se sua mente, tão ativa e participante, estivesse desconectada daquela pessoa, outrora tão presente nos jogos da vida. Entretanto, o tempo que passa veloz nas boas horas, passa lentamente nas más. E você vai, pouco a pouco retomando o seu rumo; percebendo que muitas das coisas que fazia antes, ainda é capaz de fazer. Que sua mente e seu coraão continuam os mesmos, apenas você não mais pode ver as belas paisagens, o lindo pôr-do-sol das tardes de verão, o semblante dos entes queridos. Mas... e a Força Cósmica que nos rege a todos? Ela lhe devolverá a paisagem na forma do canto dos pássaros, do marulhar das ondas, do murmúrio da chuva; e quanto ao semblante? Ele também lhe é devolvido através do riso cristalino de seu filho, de sua vozinha chamando por você e, principalmente, *precisando de você*. Pronto! Aquela pseudossensaão de inutilidade foi-se para sempre. Novamente você se conscientiza de sua importância como ser humano diante de si mesmo e da sociedade. Renasce e transforma-se, como uma lagarta se transforma em borboleta, tendo a certeza de que a diferença entre uma pessoa cega e outra de visão normal é "apenas" o olhar. ¨ ::::::::::

A Ordem Natural Um homem muito rico pediu a um mestre zen um texto que o fizesse sempre lembrar o quanto era feliz com a sua família. O mestre zen pegou um pergaminho e, com uma linda caligrafia, escreveu: -- O pai morre. O filho morre. O neto morre. -- Como? Eu lhe pedi alguma coisa que me inspirasse, um ensinamento que fosse sempre contemplado com respeito pelas minhas próximas geraões, e o senhor me dá algo tão depressivo como essas palavras? -- O senhor me pediu algo que sempre lhe fizesse lembrar a felicidade de viver junto à sua família. Se o seu filho morrer antes, todos serão devastados pela dor. Se o seu neto morrer, será uma experiência insuportável. Entretanto, se sua família for desaparecendo na ordem em que coloquei no papel, se trata do curso natural da vida. Assim, embora todos passem por momentos de dor, as geraões continuarão, e seu legado demorará muito tempo. ¨::::::::: Se Eu Fosse um Padre Mário Quintana Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões, não falaria em Deus nem no Pecado -- muito menos no Anjo Rebelado e os encantos das suas seduões, não citaria santos e profetas: nada das suas celestiais promessas ou das suas terríveis maldiões... Se eu fosse um padre eu citaria os poetas, rezaria seus versos, os mais belos, desses que desde a infância me embalaram e quem me dera que alguns fossem meus! Porque a poesia purifica a alma ... um belo poema -- ainda que de Deus se aparte -- um belo poema sempre leva a Deus! ¨:::::::::: Pés Descalços Bianca Nunes O apocalipse se abateu sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945. Um observador que caminhasse pelas ruas da cidade japonesa veria pessoas queimadas, implorando por água e socorro. Cadáveres lotavam as calçadas, um cheiro de podre empesteava o ar, e o fogo consumia as casas. No meio do caos provocado pelo primeiro ataque com uma bomba atômica da história, o menino Keiji Nakazawa, de 6 anos, lutava para sobreviver ao lado da mãe e da irmã, nascida minutos após a explosão. A bomba destruiu sua casa, e um incêndio matou seu pai e dois de seus irmãos. Keiji não teve tempo de ficar triste. Ele precisava ser forte para procurar comida, embora seus cabelos começassem a cair. Com muita garra e alguma sorte, sobreviveu o suficiente para, em 1972, encarar os fantasmas atômicos e começar a desenhar tudo o que viu e viveu. Sua história em quadrinhos foi publicada pela primeira vez na Shukan Shonen Jampu, a maior revista de mangás do Japão. Mais tarde, a sequência foi reunida em quatro livros com o título "Gen -- Pés Descalços". O nome se refere ao personagem principal, o *alter ego* de Nakazawa: Gen Nakaoka -- pronuncia-se “Guem” --, um garoto valente e honesto. A história em quadrinhos começa em abril de 1945, quando a família Nakaoka trabalhava em sua humilde casa em Hiroshima, plantando trigo e fabricando tamancos para vender. Gen vivia com o pai, Daikichi, a mãe grávida, Kimie, e dois dos quatro irmãos -- os mais velhos estavam em campos de trabalho no interior. Eram tempos duros, de racionamento de comida. Numa das noites, o jantar foi espetinho de gafanhotos. Na ou- tra, já não havia o que comer. As crianças chegavam a sonhar com bolinhos de arroz. Tudo mudou cinco meses depois, quando o avião Enola Gay sobrevoou o céu de Hiroshima. Às 8 horas e 15 minutos, pouco tempo depois de o aviso de ataque aéreo ter parado de soar e as pessoas deixarem os abrigos, Gen chegava à escola. Em casa, a mãe pendurava roupas e o pai e os irmãos circulavam pelos cômodos. De repente um clarão, e um estrondo sacudiu a cidade. A bomba atômica selou o destino dos Nakaoka, de Hiroshima e do Japão. Passado o tremor, Gen olhou em volta e só viu destruião. Ele mesmo estava vivo por acaso, graças à proteão do muro da escola. Apesar de uns poucos machucados, conseguiu caminhar para casa. Lá encontrou a mãe chorando diante dos destroços. Já o pai, a irmã Eiko e o irmão Shinji ficaram soterrados, mas ainda vivos. O garoto tentou afastar o entulho, mas não conseguiu. Um grande incêndio se aproximava. O drama de ter de abandonar o restante da família perturbaria Gen e a mãe pelo resto da vida. A explosão derreteu a pele de todos que não estavam abrigados. Pessoas perambulavam como zumbis. Nesse cenário, a mãe de Gen começou a sentir contraões no meio da rua. Seu filho, sozinho, fez o parto. A bebê nasceu bem e ganhou o nome de Tomoko. Os três eram agora hibakusbas -- como ficaram conhecidas as vítimas das bombas. E precisavam sobreviver. Descalço, em busca de comida, Gen viu de tudo: um soldado que o carregou nas costas e depois morreu na sua frente; uma mãe cercada de moscas, tratando os insetos como reencarnaão de seu filho morto; e uma menina que vasculhava a boca de todos os cadáveres à procura da mãe, que tinha três obturaões de ouro. Três dias depois do ataque, enquanto ou- tra bomba era jogada sobre Nagasaki, o garoto percebeu que seus cabelos começavam a cair. Depois de alguns dias, a família se deslocou para a cidade vizinha de Eba, onde a mãe do garoto tinha uma amiga -- que lhes ofereceu um espaço em troca de aluguel. Só faltava o dinheiro. Gen então arranjou um emprego: cuidar de um hibakusba rico. O estado do homem era deplorável, mas Gen encarou o desafio. Mais tarde, seu paciente lhe ensinaria a desenhar. Os dias demoravam a passar, mas ver a mãe e a irmã vivas trazia alguma esperança. Ou- tras pessoas sem a mesma sorte confundiam parentes e amigos mortos com qualquer um. O Japão declarou a rendião em 15 de agosto. Poucas semanas depois, os americanos chegaram a Hiroshima para pesquisar os efeitos da bomba. Eram vistos pelos japoneses com uma mistura de medo e raiva. Nesse meio-tempo, Gen perdera o emprego. Os Nakaoka foram expulsos por não pagar o aluguel e a família voltou a vagar pelas ruas. Num dia em que o garoto saiu para procurar alimento, a irmãzinha, então com 4 meses, sumiu. A busca desesperada o levou a um homem que amparava a esposa no leito de morte. Ao raptar Tomoko, ele queria atender ao último pedido da mulher, que chamava por sua própria filha bebê, morta pela bomba. Tomoko foi resgatada e ficou conhecida na região. Em pouco tempo, a criança se tornou um símbolo de esperança. Até que, de repente, começou a vomitar sangue e rapidamente morreu. Mas é preciso ser forte, lembrava Gen, como lhe dizia seu pai. A vida sem a criança seria mais difícil. Na volta para Hiroshima, ele percebeu que o trigo voltara a crescer. Era sinal de novos tempos. A prova de que havia vida após a bomba. Na introduão da série, o autor escreve que, quando se tornou cartunista, tudo o que não queria era escrever sobre a bomba. Isso mudou em 1966, quando sua mãe morreu, e ele descobriu que ela estava quase sem ossos por causa da radiaão. Chegara a hora de encarar o trauma. “O ódio ferveu dentro de mim e, pela primeira vez, eu me confrontei com a bomba. Então fui tomado pelo desejo de escrever sobre ela”, afirma Keiji, que hoje tem 70 anos. “Sentia como se minha mãe estivesse me dizendo para revelar a verdade aos povos do mundo.” ¨ ::::::::::

Quem Fica com os Filhos? Carlos Eduardo Novaes Nando reconquistou a antiga namorada e resolveu comemorar com um romântico fim de semana em Teresópolis. Mas Nando tinha uma questão a resolver: aquele era seu fim de semana com os filhos. Aplacou a consciência argumentando -- com ele mesmo -- que os filhos são para sempre, mas a namorada poderia lhe escapar novamente. Telefonou à ex-mulher tentando negociar: -- Meu apartamento está sendo pintado. Esse cheiro de tinta não vai fazer bem aos meninos. Eis um dos problemas mais “encardidos” entre pais descasados. A Constituião é omissa a respeito, o Estatuto do Adolescente também, de modo que as negociaões às vezes tornam-se tão complicadas quanto as do Oriente Médio. Renata chiou do lado de lá: -- Por que você não pintou na semana em que eles estavam comigo? Nando explicou que naquela semana o pintor, também descasado, teve que ficar com os filhos. A mulher não se conformou e teve início uma discussão que lembrou os melhores momentos da vida a dois. -- Depois compenso com duas semanas seguidas -- ofereceu Nando. -- Preciso descansar, Fernando. Esses meninos estão passando por uma fase... -- Três semanas seguidas! -- propôs Nando, como se estivesse dando lance num leilão. Uma proposta tentadora, se Renata já não tivesse combinado um fim de semana com o namorado em Angra. Deu uma desculpa de ordem técnica: -- Preciso entregar um trabalho na segunda-feira. Vou passar o fim de semana com a cara enfiada nos livros. Então deixa os meninos com seus pais. -- Os velhos só voltam da Europa na terça-feira. Seus pais não podem ficar com eles? A ex-mulher tornou a chiar: -- Você não sabe que mamãe ainda está com a perna engessada? Entrega para sua irmã! -- Minha irmã já tem pro- blemas demais! Não dá para deixá-los na casa do seu irmão? Eles se dão tão bem com os primos. Os dois meninos inocentes na escola e os pais num jogo de empurra que parecia não ter fim. Renata retomou o tom de discussão: -- Meu irmão? O casamento dele está na maior crise! -- Os meninos não vão passar o fim de semana discutindo a relaão dos tios. -- Não dá, Fernando! A semana é sua! Se vira... Sexta-feira à tarde Nando pegou as crianças e levou-as direto à casa da irmã. O fim de semana foi uma dessas coisas que só se vê em cinema -- tanto em Teresópolis como em Angra. Domingo à noitinha Nando deixou a namorada e foi buscar os filhos. -- Tivemos que ir a Pedro do Rio. Nossa casa foi assaltada -- disse a irmã -- deixei os meninos com meu cunhado. Deu o endereço. -- Minha mulher bateu com o carro -- disse o cunhado -- e teve que ser hospitalizada. Entreguei os meninos ao meu sogro. Deu o endereço. -- Eles começaram a chorar -- disse o sogro -- e preferi levá-los para minha filha mais nova. Deu o endereço. -- Não tenho muito jeito com crianças -- disse a jovem -- deixei-os com meu namorado. Ele tem dois filhos da mesma idade. Deu o endereço. -- Os quatro começaram a brigar. Levei seus filhos para a casa do meu irmão. Você sabe o endereço, não? Nando surpreendeu-se: -- Por que deveria saber? -- Ele é o namorado da sua ex-mulher! “Como esse mundo é pequeno”, pensou Nando telefonando à ex-mulher para saber se os meninos haviam chegado bem. -- Que meninos? -- reagiu ela. Foi um “deus-nos-acuda”. Os filhos tinham sido entregues na casa do outro namorado de Renata, o que não foi a Angra. ¨ ::::::::::

Quem Matou Mais? Rafael Tonon Na Bíblia, dá Deus, de goleada. De acordo com os relatos do livro, o Todo-Poderoso é responsável por exatas 2.270.365 mortes, enquanto o coisa-ruim ostenta em seu currículo de maldades apenas 10 eliminados. Esse surpreendente levantamento foi feito pelo blogueiro americano Steve Wells, editor do site *Skeptic's Annotated Bible* -- (A Bíblia Anotada do Cético) --, ~,skepticsannotatedbible.com~, -- que reproduz a Bíblia em versão online e comentada. Depois de vasculhar todas as mortes narradas no livro, Steve publicou os dados na Internet. Segundo ele, mais de 99 por cento das mortes em nome do Senhor estão no Velho Testamento -- a maior matança foi quando Deus destruiu todas as cidades nos arredores de Gerara, na Palestina, tirando a vida de 1 milhão de pessoas. No Novo Testamento, só 3 pessoas foram mandadas desta para a melhor pelas mãos do Criador: o rei Herodes, Ananias e sua esposa, Safira. Já o Diabo é responsável pela morte dos 10 filhos de Jó. Steve diz ainda que a lista de vidas, tiradas tanto por Deus quanto pelo Diabo, pode ser muito maior. “Só no dilúvio, quando Ele pediu a Noé para construir a arca, cerca de 30 milhões de pessoas teriam sido varridas do mundo. Mas, como é um total difícil de estimar, só somei as mortes cujos números são especificamente citados na Bíblia”, diz ele. Para quem acha que Steve é um ateu incendiário, uma surpresa: ele é mórmon e diz que não quis causar polêmicas com o levantamento. “Sou um cara religioso e temo a Deus. Principalmente agora.” ¨::::::::: Paixão Proibida Florência Costa A maior história de amor da Índia do século XX ressurgiu recentemente e provoca debates acalorados com a perspectiva de ser mostrada ao mundo pelas telas do cinema. Trata-se da paixão entre Jawaharlal Nehru -- arquiteto da Índia moderna e primeiro-ministro do país após a independência do império britânico -- e a milionária inglesa Edwina Mountbatten. Ela era mulher do último governante britânico na Índia, o ex- -vice-rei Louis Mountbatten. Formado em direito em Cambridge e pai da ex-primeira-ministra Indira Gandhi, o líder socialista Nehru viveu com Edwina uma intensa história de amor por 13 anos, até a morte da britânica, em 1950. Edwina era neta de um banqueiro amigo da família real britânica e afilhada do rei Eduardo VII e contava com a idade de 44 anos quando desembarcou na Índia com o marido, para liderar, em 1947, o processo de transmissão do poder britânico para os líderes da Índia recém-independente, encabeçados por Nehru, então presidente do Partido do Congresso. O romance nasceu e se fortaleceu em meio à conturbada divisão da Índia, que resultou no surgimento do Paquistão, de maioria muçulmana, em 1947. O caso era alvo das fofocas da época e, na conservadora Índia, sempre foi comentado com reservas. Até que, há dois anos, foram lançados dois livros sobre o assunto. Agora, o *affair* do ex-primeiro-ministro indiano veio à tona com toda a força porque os britânicos querem levar a história de amor para as telas do cinema. No país que abriga um dos maiores monumentos ao amor do mundo -- o Taj Mahal, um mausoléu construído por um rei para sua esposa morta -- a palavra “amor” também é tratada com muita cautela. Uma pergunta todos se fazem até hoje: eles tiveram relaões sexuais? Saghal, sobrinha de Nehru, diz que ninguém sabe. Esse foi um segredo que morreu com Nehru e Edwina. Mas o amor foi profundo e evidenciado por montanhas de cartas deixadas por eles. Em público, Edwina e Nehru mantinham a formalidade. Mas na vida privada, eram inseparáveis. O próprio lorde Mountbatten gostava de Nehru e facilitou o relacionamento da mulher -- com quem tinha um casamento aberto -- com o líder indiano. Seus encontros após a meia-noite recheavam as fofocas da sociedade da épo- ca. “Dickie -- Louis Mountbatten -- estará fora hoje à noite. Venha depois das 22 horas” dizia Edwina a Nehru em um de seus bilhetes. Por sugestão de Nehru, Edwina foi indicada para liderar o comitê de emergência para os refugiados da violenta divisão do país, que causou a morte de um milhão de pessoas. A relaão entre Nehru e Edwina -- que fez amizade com vários líderes que lutaram pela independência indiana, Mahatma Gandhi -- se tornou ainda mais sólida em meio à desgraça: os dois saíam às ruas para tentar conter os muitos confrontos entre hindus e muçulmanos. O amor profundo foi confirmado pela própria filha de Edwina, Pamela Mountbatten, que lançou em 2007 o livro "India remembered". Pamela afirma que os dois não tiveram relaões sexuais: -- Nehru era um homem muito honrado que gostava do meu pai. Havia uma grande afeião entre eles dois. Por isso, Nehru jamais cometeria uma desonra com um amigo -- garante ela. Porém, Pamela conta que a sua mãe já havia tido vários amantes antes, e que esses casos deixaram seu pai arrasado. Após a independência, Nehru ainda tentou manter Edwina ao seu lado, sugerindo que ela ficasse no país para continuar liderando trabalhos humanitários. Mas Edwina achou que provocaria um escândalo na Inglaterra se deixasse o marido para viver em Délhi ao lado do primeiro-ministro indiano. No jantar de gala para a despedida do casal, Nehru estava devastado. Ele chegou a fazer uma declaraão de amor a Edwina em seu discurso. Edwina se desmanchou em lá- grimas. Entre os presentes de despedida, Edwina deu a Nehru um medalhão que sua mãe tinha dado de presente para o seu pai. De volta à Inglaterra, ela ficou inconsolável. “A vida é solitária, vazia e irreal”, escreveu ela para Nehru. O marido a levava a festas no Palácio de Buckingham, mas ela descrevia essas tentativas de alegrá-la “como uma perda de tempo”. Nehru respondia dizendo que “ainda sentia seu cheiro no ar” e contando que lia e relia suas cartas. Edwina passou a visitar a Índia duas vezes por ano. O então primeiro-ministro indiano se hospedava na casa dos Mountbatten quando ia à Inglaterra. Como uma típica história de amor, a paixão entre Nehru e Edwina durou até o fim de suas vidas. Edwina morreu em 1960, aos 58 anos, logo após uma visita à Índia. Na mesinha de cabeceira ao lado de sua cama, foram encontradas pilhas de cartas de Nehru, que morreu de ataque do coraão, quatro anos depois. Lorde Mountbatten acabou morto em um atentado a bomba do IRA -- Exército Republicano Irlandês --, em 1979. Cartas de amor “De repente, eu percebi -- e talvez você também tenha percebido -- que há uma ligaão profunda entre nós. Que alguma força incontrolável nos atraiu. Eu fiquei emocionado e, ao mesmo tempo, extasiado por essa nova descoberta. Nós conversamos intimamente como se um véu tivesse sido removido, permitindo que um olhe nos olhos do outro sem medo ou em- baraço.” -- Carta de Nehru para Edwina. “Você me deixou com estranho sentimento de paz e felicidade. Será que te trouxe o mesmo sentimento?” -- Carta de Edwina para Nehru, após um de seus encontros. “Os deuses deram a você a beleza, o charme, a graça e a vitalidade. Mas eles deram um outro presente muito mais raro: o amor pela Humanidade, a urgência de servir aos que so- frem. Você levou esperança e coragem a todos os lugares em que esteve. Não surpreende que o povo da Índia a ame, a veja como se você fosse um deles, e esteja triste com sua partida.”

-- Discurso de Nehru na despedida do casal. “Eu estou feliz que você perceba que sempre entendi a relaão especial entre Jawaha -- Nehru -- e você... Entre os meus muitos defeitos, Deus não incluiu o ciúme.” -- Louis Mountbatten em carta para a mulher Edwina. ¨:::::::::: Experimento Bizarro Revista Galileu Em 1954, o cirurgião soviético Vladimir Demikhov chocou o mundo revelando uma monstruosidade criada cirurgicamente: um cachorro com duas cabeças. Ele desenvolveu a criatura em um laboratório do Instituto de Cirurgia de Moscou, enxertando cabeça, ombros e pernas frontais de um filhote no pescoço de um pastor alemão já crescido. Demikhov convidou repórteres de todo o mundo para testemunhar sua criaão. Os jornalistas engasgaram quando as duas cabeças lamberam simultaneamente uma tigela de leite, e aí se encolheram quando o leite da cabeça do filhote vazou do tronco desconectado do tubo esofágico. O filhote recebia todos os nutrientes do sistema circulatório do cachorro mais velho, mas gostava de beber porque sua boca ficava seca. Observou-se como as duas cabeças compartilhavam experiências sensoriais. Quando uma cabeça queria comer, a outra também queria. Quando ficava quente, ambas ofegavam. Se uma bocejava, a outra idem. Mesmo assim, nem todas as suas emoões eram idênticas. O cachorro mais velho ficou incomodado em ter outra cabeça presa ao seu pescoço e, ocasionalmente, chacoalhava tentando se livrar dela. Isso estimulou o filhote à retaliaão. Ele mordia a orelha de seu grande companheiro. O cachorro de Demikhov viveu por apenas seis dias, mas em 15 anos o cientista “construiu” mais 19 deles. O recorde foi um mês de sobrevivência. Demikhov frequentemente comentava que os cachorros morriam por causa de im- perfeiões em sua técnica cirúrgica, ignorando ingenuamente o processo de rejeião de tecidos. Demikhov justificou suas atividades como experiências que levariam ao aprendizado de como transplantar um coraão humano. Christiaan Barnard, da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, o ultrapassou nesse objetivo em dezembro de 1967, mas Demikhov é aclamado por abrir as trilhas. ¨ ::::::::::

A Arte da Guerra Revista Galileu Jamais houve um general à frente das armadas gregas como Alexandre, o Grande. Mas as cidades-estados do Período Clássico ê480 a 359 a.C.) enfrentaram diversas guerras antes que o macedônio, filho de Filipe II e Olímpia, estendesse seus territórios até a Ásia, chegando à costa do Oceano Índico, pouco antes de sua morte, em 323 a.C. O primeiro grande conflito militar enfrentado pelos gregos aconteceu durante as Guerras Persas, entre 490 e 480 a.C. Depois de serem oprimidos pelo rei persa Dário durante 45 anos, os jônios buscaram a ajuda dos atenienses para livrarem-se de seu jugo em 490 a.C. O irado monarca mandou, então, cerca de 20 mil soldados -- alguns autores clássicos chegam a contabilizar 50 mil -- para atacar a Grécia continental. Numa impressionante virada de mesa, o general ateniense Milcíades e seus 10 mil homens conseguiram derrotar os persas, na lendária batalha de Maratona. Dez anos depois, comandados por Xerxes, filho de Dário, os persas voltaram à carga. Marcada pela batalha de Termópilas -- inspiraão de “Os 300 de Esparta” -- a Segunda Guerra Persa serviu para unir as cidades-estados gregas. Seus exércitos expulsaram os homens de Xerxes em 480 a.C., na batalha de Salamina. A partir daí, Atenas passou a dominar o mundo grego, tomando a frente da Confederaão de Delos. A posião de destaque dos atenienses causou um enorme desconforto aos espartanos. Dona de um exército poderoso e altamente treinado -- os meninos deviam se alistar ao completar 8 anos de idade -- Esparta passou a liderar a Liga do Peloponeso. Teve início, então, uma série de batalhas internas pelo poder, que entrou para a História como a Guerra do Peloponeso ê431 a 404 a.C.). Enquanto Atenas usava seu poderio naval para minar as rotas marítimas comerciais de Esparta, os espartanos contra-atacavam por terra pelo oeste. Depois de anos de baixas numerosas, as duas cidades assinaram um acordo de paz em 421 a.C. Os combates voltaram seis anos depois. Com o caos político gerado pela guerra, Atenas enfraqueceu-se e sucumbiu no ano de 404 a.C. Com a economia em ruínas e sua populaão reduzida drasticamente, as cidades-estados continuaram a viver conflitos entre elas, culminando com a ascensão de Tebas. Tamanho enfraquecimento fez com que os antigos donos do poder, caíssem aos pés dos macedônios, liderados por Filipe II, em 359 a.C. Depois de exercer um papel de coadjuvante na história grega por séculos, a ascensão da Macedônia e do pai de Alexandre, o Grande, marcou o final do Período Clássico e inaugurou novos tempos para a civilizaão grega. ¨:::::::::: Rubinho Jornal Visando O toque sutil da bossa nova e a levada do jazz são partes integrantes da vida do professor de música Rubem Monteiro Bastos, o Rubinho, nome pelo qual é conhecido no Instituto Benjamin Constant e no meio artístico. Sua musicalidade foi determinante para a formaão daquele garoto que desde muito cedo escolheu a trilha sonora do filme da sua existência. O jovem estudante teve problemas escolares devido à atrofia do nervo óptico e à retinose pigmentar, que originou a baixa visão, motivo que levou sua mãe a buscar um colégio especializado, o IBC. Ao tornar-se aluno interno do Educandário, em 1960, Rubinho apaixonou-se pela música: “Quando vi aquele piano bem perto de mim, foi um momento mágico! O primeiro contato foi instintivo: sentei diante do instrumento e logo toquei, antes mesmo que os professores me ensinassem alguma harmonia”, diz o pianista. Apesar de ser interno no IBC, o aluno travesso colocava em prática o famoso jeitinho brasileiro e, antes de conseguir uma autorizaão da escola para tocar, apresentava-se de forma irregular: “Para sair do colégio contava com a ajuda dos companheiros que me auxiliavam na escalada do muro e, ao retornar de ma- drugada, pegava carona no caminhão de entrega do leite”, relembra o antigo estudante. Três anos depois, Rubinho tornou-se o tecladista do grupo *The Pops*, um dos ícones da época da Jovem Guarda. Com o fim do conjunto, o pianista participou da criaão do quinteto Parada Cinco, banda exclusiva do programa Haroldo de Andrade, na extinta TV Tupi. Quando Carlos Lavalos, professor de piano do IBC, lhe mostrou discos de bossa nova, Rubinho logo se identificou com a estrutura melódica do novo ritmo, que era tão boa quanto a do jazz ou melhor que a dele. Foi em 1969 que aquela harmonia especial conquistou o coraão do pianista: ele conheceu a sua fiel companheira, Virgínia Menezes, cantora do antigo *Dancing Brazil*. Em 1974, Rubinho tocava o clássico jobiniano *Tereza, my Love*, no *Special Bar-Concord*, célebre reduto de músicos, localizado na Praça General Osório, em Ipanema, quando conheceu o maestro Antônio Carlos Jobim (1927-1994), que sentou-se a seu lado e continuou a harmonia a quatro mãos. Ele também se lembra carinhosamente do poeta Vinícius de Moraes (1913-1980), com quem viajou algumas vezes no mesmo avião. “Ele era muito divertido, espirituoso e supersensível. Todos me conheciam como Rubinho, mas ele inventou um diminutivo diferente e me chamava de Rubenzinho”, diz o músico. Em meados dos anos 70, Monteiro Bastos já era um profissional quando iniciou os estudos superiores de música no atual Instituto Villa- -Lobos, da Uni-Rio. Já formado, o pianista ingressou na Rio Jazz Orquestra, em 1985. Para melhor especializar-se, Rubinho estudou composião moderna com Pierre Schaeffer (1910-1995), o inventor de *La musique concrète*; recebeu aulas particulares de orquestraão com o saudoso flolclorista e maestro César Guerra-Peixe (1914-1993) durante quatro anos, e teve ensinamentos do compositor e músico alemão *Hans-Joachim Kollreuter*, papa da dodecafonia. Na Europa, Rubinho esteve na França e Espanha com um grupo de músicos, cantores, atores e dançarinos que divulgavam os ritmos brasileiros no exterior. Além de levar o toque criativo de seu piano a Nova Iorque, o instrumentista mostrou serviço na Venezuela, Curaçao, Mar Del Plata, etc. No Brasil, o pianista já dividiu o palco com grandes nomes e emprestou seu talento musical a discos e shows de artistas que incluem Chico Anysio, Claudia Raia, Eliana Pittman e muitos outros. O tecladista relembra fatos engraçados que acontecem na vida boêmia de um artista: “Certa vez, em um bar do Leblon, eu estava inspirado e tocava muito quando um magnata, depois de várias doses de whisky, empolgado com as harmonias que produzia ao piano, me fez aceitar mil reais. No dia seguinte a esposa do banqueiro paulista me telefonou apresentando desculpas e dizendo que havia sustado o cheque.” Além de reger o Coral IBC durante quatro anos, no fim dos anos 90, o professor deu aulas de música para os estudantes reabilitandos do Instituto Benjamin Constant, e continua tocando suas harmonias nos melhores salões, bares e restaurantes dos hotéis cinco estrelas da cidade do Rio de Janeiro. ¨:::::::::: Joias da Humanidade Pirâmides Americanas As pirâmides não são exclusividade egípcia. Outros povos, como os pré-colombianos, do continente americano, tam- bém usaram essa forma geomé- trica. Maias -- Essa civilizaão, que floresceu em partes do México e de vários países da América Central, construiu, entre os séculos V e XII, várias pirâmides que tinham papel importante na religião, na astrologia e na magia. Na antiga cidade de Chichén Itzá, ainda hoje ergue-se a pirâmide usada pelos sacerdotes para celebrar cerimônias religiosas. Astecas -- Onde hoje está a Cidade do México havia, até o século XV, a capital do Império Asteca, Tenochtitlán. Seu centro era marcado por uma grande pirâmide de 30 metros de altura. Mas as pirâmides mais espetaculares do país, em Teotihuacán, localizadas a 50 quilômetros da Cidade do México, não foram construídas pelos astecas e sim por um povo que dominou a região no início da Era Cristã. ¨ :::::::::

Histórias Interessantes Rainha Vitória -- Embora fosse uma mulher de opiniões fortes, abominava a ideia de emancipaão feminina. Seu primeiro ato ao subir ao trono foi exigir que a mãe a deixasse sozinha por uma hora -- até então, nunca tivera direito à privacidade. ¨ *** Abraham Lincoln -- Presidente americano de 1858 a 1865, tinha várias qualidades, mas beleza, definitivamente, não era uma delas. Alto e muito magro, era meio corcunda, usava barba sem bigode e tinha o nariz torto devido a uma fratura mal consolidada, adquirida na juventude, quando foi boxeur. Uma vez, no Congresso, foi acusado pelo senador Stephen Douglas de “ter duas caras”. Para defender-se da acusaão, Lincoln, que sempre admitiu a falta de atributos físicos, respondeu: “O senhor acha que, se eu tivesse duas caras, usaria esta? ¨:::::::::: Artes Joias Afegãs Jornal O Globo Há ausências que falam mais do que presenças -- A exposião, intitulada "Os maravilhosos tesouros escondidos do Afeganistão", ocupou várias salas do segundo andar do Metropolitan Museum. Ela trouxe para Nova Iorque 228 peças -- entre cerâmicas, adereços, esculturas, fragmentos arquitetônicos e instrumentos astronômicos -- como relógios de sol -- que datam de 2200 a.C. ao século II, período coberto por diferentes achados em mais de 1.200 sítios arqueológicos no Afeganistão. As peças, em sua esmagadora maioria fragmentos, revelam muito sobre a longa história de destruião e roubos sofridos pela milenar cultura afegã. Cada pedaço ausente numa peça da mostra conta um pouco desta história. Com uma história de guerras e de pilhagens, foi preciso que o Parlamento afegão aprovasse a saída das peças do país, em empréstimo para esta exposião. O arqueólogo Freddrik Hiebert, autor de livros so- bre a cultura afegã, diz que foram privilegiados quatro grandes sítios arqueológicos: peças em ouro da Idade do Bronze do sítio de Tepe Fullol; elementos arquitetônicos da cidade grega de Al Khanun, originários do período em que Alexandre, o Grande, do império Greco-macedônico invadiu o país; peças em marfim e bronze do sítio de Begram, que sofreu forte influência do Império Romano entre os séculos I e II; e peças de joalheria encontradas no sítio Tillya Tepe, pertencentes a tribos nômades do Afeganistão. As peças de joalheria, que misturam formas humanas com as de animais, são testemunhos de uma tradião cultural que se valeu da mistura de influências diversas, do confronto entre traços ocidentais e orientais, numa combinaão tão especial e valiosa que o Me- tropolitan decidiu lançar uma coleão de joias modernas inspiradas nesses tesouros afegãos. Há também nas salas do Metropolitan, exemplos das primeiras imagens de Buda, já que os budistas faziam parte da rota entre China e Índia, percorrendo as montanhas afegãs e nelas esculpiram as primeiras imagens, a que bem mais tarde se acrescentariam os dois Budas gigantes do Vale de Bamyan, que acabariam sendo destruídos pelos talibãs. ¨:::::::::: Brasil Vitória, Espírito Santo Jason Bermingham Em 1940 o escritor Ariosto Espinheira chegou a Vitória a bordo de um navio. Sua narrativa, publicada em "Viagem através do Brasil", resumiu a beleza da capital do Espírito Santo em meados do século XX. “Lá está a Ilha de Vitória, onde se encontra a cidade, à margem da baía desse mesmo nome, à qual se chega passando pelo canal natural, margeado de lindas ilhas e colinas cobertas de vegetaão.” Espinheira percebeu o quanto a cidade havia mudado desde os primeiros anos daquele século: “Em 1909, Vitória era uma cidade sem luz, com cerca de 15 mil habitantes. Hoje é uma cidade moderna, com boas ruas, praças, jardins e belos edifícios.” O então governador Jerônimo de Souza Monteiro foi o responsável por muitas dessas celebradas obras públicas. Durante o seu mandato, de 1908 a 1912, Monteiro inaugurou o Parque Moscoso, instalou bondes elétricos e renovou o Palácio do Governo, antigo Colégio dos Jesuítas -- acrescentando-lhe a escadaria que virou marca registrada. As palavras que Monteiro escolheu para a bandeira estadual refletiam sua visão: “Trabalha e Confia." O lema, que adorna a bandeira até os dias de hoje, tem raízes na máxima jesuítica: “Trabalha como se tudo dependesse de ti, e confia, como se tudo dependesse de Deus.” Nos anos 40, Vitória oferecia bons hotéis, cinemas modernos, bairros prósperos e um porto movimentado -- tudo reluzindo como joias cravejadas entre montanhas e praias. Com um esplendor que lembrava o do Rio de Janeiro, a cidade ostentava até uma montanha de pedra, Penedo, muito semelhante ao Pão de Aúcar, que se erguia à entrada do porto. Na Cidade Alta, olha-se para a Vitória dos dias modernos. A Igreja do Rosário, do século XVIII, está de pé, sombreada por altos edifícios de apartamentos e escritórios. Partes do canal e os gigantescos braços de aço dos guindastes das docas são avistados nos vãos entre as estruturas de concreto. A Ilha de Vitória conta hoje com 300 mil habitantes, e mais de um milhão formam a populaão dos municípios vizinhos que compõem a região metropolitana da Grande Vitória. ¨*** Brasil na Antártica Janaina Martins A sirene do navio toca pontualmente às 6 da manhã e vale para todo mundo a bordo -- marinheiros, pesquisadores ou jornalistas convidados. É hora de despertar no pequeno quinhão ocupado pelo Brasil na Antártica, o que inclui o navio Ary Rongel e a Estaão Comandante Ferraz, na Ilha Rei George, que está bem à nossa frente. A ordem, como em qualquer base naval da Marinha brasileira, é levantar da cama, tomar café e se preparar para um dia cheio de trabalho. Os primeiros barcos logo deixarão o navio em direão à estaão, e eu e a fotó- grafa Thelma Vidales precisamos estar prontas para a travessia. A cada ano, a base do Brasil na Antártica cresce fisicamente e recebe mais gente. É assim desde 1984, quando 12 homens do arsenal da Marinha desembarcaram na Ilha Rei George para erguer os primeiros oito módulos da estaão. A missão foi cumprida em 32 dias, e os construtores voltaram ao nosso país imediatamente depois. No ano seguinte, a estaão foi ampliada passando a ter 33 blocos. Atualmente já são 64 módulos, incluindo alojamentos, salas de estar e jantar, copa e cozinha, banheiros, biblioteca, 13 laboratórios de pesquisas, sala de computadores, cabinas telefônicas, academia de ginástica, oficinas de veículos, despensa, lavanderia, centro cirúrgico, gabinete dentário e uma farmácia muito bem guarnecida de medicamentos. A base também deixou de ter atividade apenas no verão, passando a ser ocupada o ano inteiro. Do início de outubro, quando o navio Ary Rongel parte para a Antártica, ao final de março ou começo de abril, quando ele costuma regressar ao país, a Estaão Comandante Ferraz recebe centenas de pesquisadores e visitantes. Na temporada que acaba de se encerrar, cerca de 230 pesquisadores estiveram na base brasileira, dedicados a estudos biológicos, atmosféricos e químicos no continente gelado. Vieram também vários senadores e deputados, como em quase todos os anos, e até o presidente da República, dessa vez. O navio ficou 189 dias em águas antárticas, batendo o recorde de permanência na região. Agora, à medida que o inverno se aproxima, a base vai se esvaziando até se restringir a cerca de 25 moradores, entre militares e encarregados da manutenão das instalaões. É esse pequeno grupo que tem de lidar com a solidão, o isolamento e o frio extremo nesse pedaço de fim de mundo. A Ilha Rei George -- onde também ficam as bases do Chile, da Polônia, da China, do Uruguai, da Argentina, do Peru e da Coréia do Sul -- está a mais de 60 graus na Latitude Sul. O outro meio de acesso a Ferraz é por um dos voos anuais realizados em avião Hércules C-130. Os voos permitem a substituião de pesquisadores, resultando em maior variedade de pesquisas. No inverno, os voos de apoio das aeronaves da Aeronáutica levam suprimentos para reabastecimento da estaão, lançando a carga de paraquedas. ¨ :::::::::

Ecologia Guerra às Sacolinhas Supermercados brasileiros se preparam para acabar com as nefastas sacolas plásticas até 2014 -- Elas seguem um roteiro destrutivo após saírem dos supermercados. As sacolinhas plásticas emporcalham floresta, rios e oceanos, e não raro acabam matando por sufocamento peixes, baleias e outros animais aquáticos. Em parte, por causa disso, no mês passado a rede de supermercados Carrefour decidiu bani- -las de suas lojas em no máximo quatro anos. no lugar, vai doar sacolas retornáveis e vender unidades biodegradáveis a preços baixos. No nordeste e no Sul, o Walmart tenta algo diferente: dá descontos de 3 centavos a cada sacola economizada -- e, até o final do ano, promete trazer a medida também para o Sudeste. O grupo Pão de Aúcar por enquanto se atém à venda de sacolas retornáveis. Mas contar com a boa vontade ecológica das empresas não é a única alternativa. Fora do Brasil, leis antissacolas também têm dado resultados positivos. Na Irlanda, desde 2002 os cidadãos pagam impostos sobre as sacolas e, por causa disso, mais de 90 por cento delas já estão fora de circulaão. No Brasil, enquanto isso, um projeto de lei semelhante está empacado no Congresso desde 2007. ¨:::::::::: Lugares do Mundo Dublin Revista Privilège Le Canton Desde que se tornou independente, em 1949, Dublin foi deixando de lado o formalismo e a frieza de seus colonizadores ingleses e tem conquistado turistas interessados em conhecer uma das cidades mais calorosas da Europa. Imagine uma cidade em que você pega um táxi e pede para o motorista levá-lo a um lugar a dez minutos dali. Chegando ao destino e questionado sobre o valor da corrida, ele responde: “Não custa nada. Já tinha encerrado meu dia de trabalho e, como vocês iam para o meu caminho, não custava ajudá-los.” Acredite: uma cidade onde motorista de táxi é capaz de dar carona! Assim é Du- blin, a capital da Irlanda, que compensa o frio do clima com o calor da populaão. Em gaélico, língua nativa da Irlanda, Dublin significa “lago escuro”. É uma referência às águas do Rio Liffey, que divide a cidade em norte e sul. Fundada há mais de mil anos, é o berço de grandes escritores, como Oscar Wilde, James Joyce, Samuel Beckett e Bernard Shaw. O que atrai muitos visitantes é que, ao longo dos anos, a cidade não se tornou uma selva de arranha-céus, como outras metrópoles europeias. Apesar do ritmo pulsante e rápido de uma capital, Dublin preserva um charme sutil em suas ruas e casas do século XVIII. Quem visita a cidade encontra um povo divertido e solícito com os turistas, *pubs* e bares acolhedores e uma vida noturna intensa. Conhecer Dublin a pé é uma ótima opão, já que a cidade não é grande. Fundada em 1592 pela rainha Elizabeth I, a universidade é uma das mais bonitas do Velho Continente. Não deixe de visitar a biblioteca onde estão guardados 200 mil títulos. A poucos metros dali está o National Museum com uma impressionante coleão de antiguidades irlandesas e a National Gallery com um acervo de mais de 500 obras, dentre elas pinturas de Caravaggio, Goya e Picasso. Para descansar, vá até a praça Merrion Square. É lá que está a famosa estátua de Oscar Wilde, esculpida na pedra. De frente para o monumento há uma coletânea de aforismos do escritor, consagrado na história da literatura por seu tom irônico. A *Christ Church Cathedral* é um impressionante tesouro da arquitetura medieval. Fundada em 1038, é a construão mais antiga de Dublin. Aos domingos, a missa é acompanhada por uma grande orquestra e a catedral parece uma sala de concertos. Cartas, manuscritos, originais, ediões raras e fotos de Joyce, Wilde, Bram Stoker e Brendan Behan. Os grandes nomes da literatura de Dublin são homenageados no Dublin Writers Museum. A poucos metros dali fica o Centro Cultural James Joyce, uma visita obrigatória para os aficionados pela obra do autor de clássicos como "Ulisses", "Retrato de um Artista Quando Jovem" e "Dubliners". Quando a fome bater, aproveite: Dublin tem restaurantes e bares para todos os bolsos. Esta capital é uma cidade de leitores. No ônibus, nas praças, nos cafés ou *pubs*, há sempre alguém com um livro nas mãos. Na hora de procurar um hotel, o The Clearance é a melhor opão. Inaugurado em 1852 e localizado no coraão de Dublin, o hotel foi comprado em 1991 pelos roqueiros Bono Vox e The Edge. Desde então, tem unido tradião e modernidade no mesmo espaço. Se o Brasil se orgulha da caipirinha, os irlandeses batem no peito ao falar de cerveja. E mais do que falar, eles gostam de beber. E já que Dublin é a terra da cerveja, é impossível escapar de uma visita à fábrica da tradicional cerveja Guinness. A *Guinness Storehouse* -- *St Jame's Gate* -- é uma referência na cidade. Fruto de um investimento de 30 milhões de libras, a fábrica já recebeu a visita de quatro milhões de pessoas desde sua inauguraão, em 2000. No centro do prédio, um átrio de cristal imitando uma tulipa de Guinness liga os sete andares do museu. A cada etapa do passeio, os visitantes embarcam em uma surpreendente viagem onde é possível entender o método de fabrica-

ão da cerveja escura mais famosa do mundo. ¨::::::::: Ciência e Saúde É Possível Viver para Sempre -- Água-viva cria mecanismo para driblar a morte -- e isso preocupa os cientistas -- Marcos Ricardo dos Santos. Geralmente as águas-vivas não vivem mais de 6 meses. Mas uma delas, a *Turritopsis dohrnii*, conseguiu driblar esse destino -- e, de quebra, revolucionar os conceitos de vida e morte. Ela tem a capacidade de rejuvenescer indefinidamente as pró- prias células, ou seja, é essencialmente imortal. Não pode morrer de causas naturais; sua única possibilidade de deixar este mundo é ser comida por algum predador. A imortalidade do bicho foi descoberta pela bióloga italiana Maria Pia Miglietra, que trabalha na Universidade da Pensilvânia e viajou o mundo todo para estudar a supercriatura. O corpo das águas-vivas assume vários formatos durante a vida. Mas a Turritopsis dohrnii consegue fazer esse processo andar ao contrário, como se fosse uma borboleta que volta ao estágio de larva. O rejuvenescimento ocorre depois que o animal se reproduz e também em momentos de crise, se ele está ferido ou sem alimento. Uma verdadeira mágica evolutiva. O animal, que já foi encontrado na Flórida, na Itália, na Espanha, no Panamá e até no Japão, se espalha pegando carona na água que os navios usam como lastro. Sem saber, eles coletam água cheia de *Turritopsis* e ao chegar a seu destino, em outra parte do planeta, descarregam tudo no oceano -- onde o bicho imortal começa a se reproduzir. Ninguém sabe o tamanho da populaão de *Turritopsis dohrnii* e isso está preocupando os cientistas. É uma invasão mundial sem precedentes”, afirma o biólogo John Darling, da Agência Americana de Proteão Ambiental. O medo dos especialistas é de que a *Turritopsis* possa se multiplicar demais e desequilibrar os ecossistemas do planeta, levando à extinão de outras espécies. Mas ela tam- bém pode trazer o bem: biólogos italianos acreditam que decifrar os mecanismos de rejuvenescimento desse animal possa levar a uma cura para o câncer. É esperar para ver -- como boa *highlander*, a água- -viva não tem nenhuma pressa. ¨ *** Tecnologia -- Múmia Revelada -- O pescoço rechonchudo da múmia de Meresamun levou os cientistas a acharem que ela sofria de bócio. Mas uma tomografia digital de alta resoluão mostrou a verdade: os mumificadores haviam introduzido enchimento para alargar o pescoço dessa sacerdotisa de Tebas. A abertura de um sarcófago selado pode destruir a múmia em seu interior, mas as tecnologias médicas permitem exames internos sem esse risco. As tomografias digitais, agora tão potentes que revelam fatias tridimensionais com meio milímetro de espessura, estão dissipando incertezas antigas. É possível determinar a idade com que morreram as pessoas mumificadas e constatar como a qualidade da mumificaão dependia da posião social. Os sistemas de imageamento médico já apontaram cálculo biliar -- que se pensava ser um escaravelho --, câncer e até bru- xismo. Mas nada foi tão surpreendente quanto o resultado de um exame em uma múmia de 2 mil e 700 anos que pertence ao Museu do Brooklin. "Disseram-me que era mulher!" exclamou o radiologista do hospital. A múmia, que há mais de 80 anos era conhecida como a dama Hor, virou o lorde Hor. Por dentro do sarcófago -- 30 bilhões de mensuraões tomográficas detalham a sacerdotisa Meresamun, que morreu com cerca de 30 anos em 800 a.C. Sem cáries -- Uma das tomografias revelou dentes perfeitos. Sobre os olhos, há pedras ou peças esmaltadas. Quadris de mãe? -- Os resultados da tomografia não foram conclusivos para saber se ela teve filhos. Pernas resistentes -- Os ossos fortes revelam que ela se alimentava bem e tinha uma vida ativa. Problemas no pé -- Um joanete de 2 mil e 800 anos foi identificado no dedão do pé direito. ¨ *** Astronomia -- E se a Lua Deixasse de Existir? -- Não há como ter certeza sobre as consequências desse desastre. Ainda assim, especialistas no assunto afirmam que eventos devastadores podem acontecer aqui na Terra. O impacto imediato poderia ocorrer nas marés, já que elas sofrem grande influência do Sol e da Lua, sendo a segunda força dominante. O eixo rotacional da Terra também sofreria, mudando de uma posião quase perpendicular do plano elíptico para uma posião paralela a ele. Esse balanceio iria provocar mudanças climáticas drásticas: quando o eixo apontasse para cima, cada ponto do globo iria receber uma quantidade constante de calor durante o ano; mas, quando o eixo ficasse em paralelo, as pessoas passariam seis meses do ano suando em baixo do sol latente e congelariam nos seis meses seguintes. De todas as calamidades, porém, não seríamos nós os mais castigados. O náutilo, um molusco, seria a criatura mais prejudicada. Ele mora dentro de uma concha em forma de espiral dividida em compartimentos e fica na parte mais externa das divisões. A cada dia, o organismo marinho adiciona mais uma camada à sua concha. No fim de cada mês, quando a Lua completa uma volta em torno da Terra, ele abandona seu compartimento atual, fecha-o e se muda para o novo. Portanto, se você remover a Lua da história, o

náutilo ficará para sempre no mesmo compartimento. ¨ *** Arqueologia -- O prato em flores -- As escavaões em um cemitério localizado ao leste de Londres renderam um dos achados arqueológicos mais impressionantes dos últimos anos: um prato. Acontece que a peça, raríssima, é feita de finas pétalas de vidro, azuis e vermelhas. Conhecido como "millefiori", nome que significa "mil flores" em italiano, o artefato é romano e foi criado em algum momento entre os séculos I e II. Outros "millefiori" são conhecidos, mas apenas em fragmentos minúsculos. Neste caso, a peça estava em pedaços, mas num único local -- o que permitiu a reconstruão, realizada por uma equipe de especialistas britânicos. Cidade milenar perdida emerge de escavaões -- Foi descoberta acidentalmente, há 3 anos, durante a construão de uma casa, de um sítio arqueológico em Liangzhu. O local fica a cerca de 800 quilômetros da região em torno do Rio Amarelo, tradicionalmente considerada o berço da civilizaão chinesa. Ali, foram encontrados indícios -- como uma extensa muralha -- do que poderia ser uma cidade perdida do reino de Lianghzu, que teria entre 4000 e 5300 anos de idade e seria, portanto, anterior à dinastia Xia, que existiu entre 2100 e 1600 a.C., considerada a primeira do país. Áreas assim têm sido encontradas no país nas duas últimas décadas, ampliando a noão que os arqueólogos e historiadores tinham sobre o desenvol-

vimento da civilizaão chi- nesa. ¨ *** Paleontologia -- Dinossauro Gigante -- Com 34 metros, *Futalognkosaurus dukei* é uma das três espécies maiores do mundo. Ele media 34 metros da cabeça até a ponta da cauda e tinha altura equivalente à de um prédio de quatro andares. Era o *Futalognkosaurus dukei*, uma das três maiores espécies de dinossauros já identificadas no mundo. A descoberta foi apresentada por uma equipe de paleontólogos do Brasil e da Argentina, onde os fósseis foram encontrados. O dinossauro herbívoro viveu há cerca de 80 milhões de anos na Patagônia, Argentina. Os primeiros sinais do dinossauro foram encontrados em 2000, com a descoberta de três vértebras às margens do lago Los Barreales. As escavaões prosseguiram e revelaram um esqueleto quase completo. A escavaão dos fósseis do *Futalognkosaurus dukei* revelou ainda outras surpresas. Ao longo dos anos, os paleontólogos encontraram diversos outros fósseis de animais e plantas na mesma área, o que permitiu uma inédita reconstituião do ecossistema da região naquele período. A região, que hoje é árida e fria, apresentava um clima bem mais quente e úmido. Os pesquisadores acreditam que o esqueleto do dinossauro gigante foi levado para o rio, onde acabou criando uma espécie de barreira, acumulando ossos de outros animais terrestres, peixes e folhas. Fósseis de outros dinossauros também foram encontrados no mesmo local. ¨ *** Pesquisa -- Ganhar pelo Nariz -- Segundo alguns estudos, o faro é um atalho para gravar informaões no sistema límbico, área que processa emoões e memórias. Um desses trabalhos foi comandado pela pesquisadora canadense Rachel Herz. Pioneira em psicologia olfativa, a bióloga defende que odores podem determinar comportamentos. “Há estudos que indicam que 35 por cento da memorizaão de uma marca, provêm do olfato, e só 5 por cento da visão.” Em 2007, a escola Grande Rio contratou a empresa BioMist para perfumar o sambódromo carioca com cheiro de fruta. A ideia era dar ao público uma lembrança sensorial do enredo: os tempos em que a cidade de Duque de Caxias era tomada por plantaões. O carro abre-alas es- praiou um composto que transformou a avenida num imenso laranjal. Um jeito bem brasileiro de aplicar a ciência do olfato, e ganhar a simpatia dos foliões, pelo nariz. ¨ *** Bem-Viver Seja... Seja fonte... Fonte de água pura e cristalina. Seja água abundante para quem tem sede de amor, de carinho, de força, de apoio, de diretriz. Se você não tem nenhum motivo para ser feliz, seja feliz por ser fonte. Por ser procurado por aqueles que precisam de você. Seja ponte... Ponte que liga a vida; terrena à eternidade do céu. Para ser ponte, compreenda, perdoe e deixe as pessoas passarem por você.

Para ser ponte, esteja no fim da estrada daqueles que não encontram o caminho de volta. Seja a passagem, e não o atalho, seja o caminho livre e não o pedágio. Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser ponte. Ponte significa união, ligaão, laços de afeião. Seja estrada... Estrada longa, gostosa de passear, estrada iluminada de dia pelo sol e de noite pelo luar. Seja estrada que guia, estrada que conduz a outros caminhos. Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser estrada, estrada dos peregrinos da vida, estes plantarão flores aos seus pés. Seja estrada para os caminhantes do tempo; estes regarão as suas flores. Seja estrada para os andarilhos do mundo; estes pode- rão colhê-las, e sentir o seu perfume. ¨ *** Terceira Idade -- Envelhecer é uma bênão -- Você não precisa ser grande para ser feliz, precisa ser simples, natural e amoroso -- Clara Codd. Todas as idades, assim como todas as circunstâncias, têm suas compensaões. Acho que algumas pessoas temem envelhecer. Agora que envelheci, posso dizer a todos que essa é uma experiência abençoada. A ideia popular é a de que a juventude é a época em que somos mais felizes. Sei que isso não é verdade. A cada ano que envelheço, fico mais feliz. Tenho até certa pena dos jovens, tão inexperientes, frequentemente tão confusos. Só com a idade é que se pode encarar a vida de maneira impessoal, acumulando, assim, a sabedoria que dela emana. Lembro-me de quando sentia tudo de maneira muito mais vívida do que hoje. Quando somos jovens, amamos intensamente, sofremos, ficamos ansiosos. Não que eu tenha deixado de fazer isso; agora, porém, faço de uma maneira mais madura e mais sábia. Jamais sentirei novamente nesse corpo os maravilhosos estremecimentos da juventude, com seus grandiosos momentos. Lembro-me deles, e isso é suficiente. Na velhice, não se pode fazer tanto quanto se fazia antes, mas pode-se pensar de maneira muito mais eficaz. Como disse um famoso filósofo francês: “Se a juventude ao menos soubesse; se a velhice pelo menos pudesse.” É missão da juventude colocar em aão a sabedoria obtida na última encarnaão. Quero retornar à vida para fazer as coisas que agora consigo ver claramente que devem ser feitas. Mas, de qualquer maneira, sou feliz. Provavelmente você descobriu que, via de regra, ocorreram dor, desapontamento e frustraão, em vez da “moleza” que a maioria dos jovens espera. Mas como valeu a pena toda essa experiência! Lembro-me de Annie Besant relembrando sua vida longa e maravilhosamente plena, e dizendo que poria de lado todas as alegrias, mas nenhuma das dores; foi através delas que mais pôde aprender. Não tenha medo da dor. Helena Blavatsky chamava-a de “o instrutor, o despertador da consciência”. O mesmo disse Krishnamurti. À medida que envelhecemos, aqueles a quem mais amamos nos deixam, um a um. Mas nós não os perdemos. O amor é sempre a sua própria eternidade. Eles se foram um pouco antes de nós e estarão lá para nos dar as boas-vindas quando o nosso grande dia chegar. Foi também Annie Besant quem me disse, certa vez: “Quando você conseguir ficar feliz, quando aquele a quem mais ama não estiver presente, você terá verdadeiramente aprendido a amar.” Duas coisas me doem sempre que as vejo: a juventude sem esperança e a velhice sem paz. Outra coisa que noto a respeito do envelhecimento: poucas memórias persistem. No meu caso, não são as grandes e maravilhosas ocasiões da vida que retornam à lembrança, mas as pequeninas coisas: pessoas que vi apenas uma vez, pequenos atos de ternura que presenciei. A humanidade não precisa de coisas grandes. Ela precisa, acima de tudo, do doce calor do amor cotidiano. Você não precisa ser grande para ser feliz. Precisa ser simples, natural e amoroso. Talvez o mundo se volte novamente para as coisas simples da vida, e assim reconquiste a felicidade. Eu gostaria de devolver ao camponês, ao homem que trabalha, as coisas que o fazem feliz, e desviar os pensamentos dos ricos e poderosos da dura procura por lucro e poder, que só podem ser obtidos com a dor de milhões de pessoas. Estou feliz por estar velha. Agradeço à vida por isso. A “alma peregrina” em nós, jamais envelhece. Ela é a eterna juventude, o fogo imorredouro. Existe uma serena benevolência, uma ternura graciosa, encorajadora, a respeito do gradual declínio do nosso veículo físico neste mundo. Podemos muito bem dizer para toda a nossa vida: “Deus esteja contigo até que nos encontremos novamente.” ¨ *** Mulher -- O Ponto *G* Existe? -- Sim. Pelo menos foi o que concluiu um estudo realizado por uma equipe da Universidade de L'Aquila, na Itália, e publicado em fevereiro no "Journal of Sexual Medicine". Os pesquisadores, liderados pelo ginecologista Emmanuele Jannini, estudaram um grupo de 20 mulheres -- 9 delas diziam já ter tido orgasmos vaginais, as outras 11, não. Nas 9 primeiras, uma ul- trassonografia detectou um espessamento no tecido uretrovaginal, imediatamente associado ao ponto *G*. Essa região, descrita na década de 1950, nunca havia sido visualizada com clareza. É o fim das opiniões e o começo da ciência. Agora é possível estudar o assunto com um método muito simples”, disse Jannini. Para ele, o Ponto *G* é uma estrutura congênita que determina a capacidade da mulher de ter orgasmos sem a estimulaão do clitóris. Mas a comunidade científica é um pouco mais cautelosa. Beverly Whipple, neurofisiologista da Universidade de Rutgers, em New York, e uma das responsáveis pelo estudo que deu o nome à região, concorda que o ponto *G* existe, mas não acha que ele seja condião para o orgasmo vaginal. E mais: acredita que todas as mulheres tenham ponto *G*, mas que o espessamento do tecido possa ser consequência de estímulos sexuais mais frequentes ou eficientes. Para tirar a dúvida, seria preciso fazer o exame antes e depois de provocar esse estímulo. “Hoje, o que podemos afirmar com certeza é que há uma área sensível na parede frontal interna da vagina que incha e produz uma sensaão analgésica quando estimulada”, diz Whipple. ¨ *** Zoologia -- Finja-se de morto para faturar -- Para ter sucesso com as fêmeas, a jogada é se fingir de morto. Pelo menos é o que fazem as aranhas da espécie *Pisaura mirabilis*. Cientistas descobriram que o macho fica imóvel, com um pedaço de comida na boca, para atrair a atenão da fêmea. Quando ela se aproxima, interessada no alimento... créu nela! ¨ *** Alimentos -- O grão mais útil de todos -- Cristina Menechelli -- Usadas há séculos, as sementes de linhaça combatem doenças e aparecem em pães, bolos, sucos e vitaminas. Planta de muitas qualidades, o linho é um antigo aliado do homem. A origem do linho é incerta, mas acredita-se que seja nativo da Europa e do leste da Ásia. Entretanto, não eram apenas as longas fibras a razão pela qual a planta despertava tamanho interesse na agricultura. Suas sementes, pequenos grãos reluzentes chamados de linhaça, sempre tiveram uma variedade de aplicaões na cozinha e na farmacologia. Seu nome em latim reforça essa característica: *Linum usitatissimum* quer dizer a mais proveitosa, utilizável. O tempo só confirmou as propriedades terapêuticas e nutricionais da semente do linho. Fonte natural de ácidos graxos poli-insaturados, essencialmente o ômega 3, é considerada um alimento funcional, pois atua na prevenão de doenças, entre elas as cardio- vasculares, além de oferecer proteão à saúde das células. ¨ *** Remédios Caseiros -- Você já ouviu falar sobre nutrião anticáries? Pois isso existe e é muito importante para os dentes de pessoas de todas as idades. Determinados alimentos possuem propriedades que atuam na proteão dos dentes contra as temidas cáries. Esse é o caso da maã, do milho, do leite e seus derivados, das gorduras vegetais e das frutas oleaginosas -- castanhas, amendoins, amêndoas, avelãs, nozes e pistache. Se de um lado existem os alimentos “amigos” dos dentes, existem também aqueles que são os seus principais "inimigos": o carboidrato e o aúcar branco industrializado. Uma dica interessante é quando se estiver comendo o doce Romeu e Julieta (goiabada com queijo branco) terminá-lo com uma garfada de queijo branco, pois ele vai ajudar na limpeza dos dentes por ser um alimento que atua na proteão anticáries. O chá anti-cáries -- A ciência comprovou que o ban chá, conhecido como chá verde e bebido após a ingestão de doces no Oriente, é um grande auxiliar na luta contra as cáries. A mistura dos óleos, essências florais e compostos da bebida produzem substâncias anti-cáries, como o indol e o cariofileno, que juntos podem neutralizar a produão de glicose de uma das bactérias mais prejudiciais aos dentes, podendo ainda matá-la. Na lista de inimigos mortais do chá estão bactérias responsáveis pela acne e pelos problemas gas- trointestinais. ::::::::::

Variedades Dicas Água fria sempre é bom. Aplique compressas ou deixe escorrer sobre as picadas. O fumo, acredite, é ótimo. Abra um cigarro e coloque o fumo em um lenço, fazendo uma trouxa. Umedeça-a um pouco com água e aplique direto sobre a picada. Insetos são atraídos por roupas claras e coloridas. Evite picadas usando roupas escuras. Lembre-se: quanto mais você é picado, mais imunidade você cria. Ou seja, o efeito das picadas é cada vez menor. Se você é alérgico, não ande sem antialérgico no bolso. Problema: Vontade de desmaiar? Deite-se no chão. Um desmaio acontece quando cai rapidamente a irrigaão sanguínea do cérebro, situaão que pode ser provocada por problemas como arritmia cardíaca ou um simples colarinho mais apertado. Antes do desmaio, o corpo costuma mandar sinais, como a sensaão de ter a vista escurecida. Se isso ocorrer com você um dia, deite-se no chão. Com o coraão no mesmo nível de altura do cérebro, ele não precisa fazer tanta força para vencer a gravidade e bombear sangue “corpo acima” até a cabeça -- problema que rola quando você está de pé ou sentado. Piolho -- Dá para prevenir. Como o piolho não escolhe sexo, idade ou classe social nem tem preferência por uma estaão do ano, nada de bobear. Você já sabe que o bicho gosta mesmo é de cabelo limpo, o que não deve servir de desculpa para deixar de lavá-lo, claro. Faça isso, sim, até todo dia se for um hábito, mas evite mantê-lo úmido por muito tempo porque é disso que ele gosta. A dica, então, é usar o secador. Não abuse. Modere no aúcar branco refinado. Ele não possui nu- trientes, só calorias. Você pode substituí-lo por aúcar mascavo ou mel, Isso vale para o preparo de receitas. Os músculos da batata da perna -- gastrocnêmio e sóleo -- são muito exigidos; por isso ela é a maior vítima das câimbras. Não tente esticá-la quando uma câimbra pintar. Com as mãos, pressione a canela com força. Ali fica o músculo tibial anterior, antagonista do gastrocnêmio e do sóleo. Em seguida, force a perna para a frente, mas resista a esse movimento com as mãos. Ao fazer isso, você contrai o músculo tibial anterior. Como consequência, os músculos da batata da perna -- que são antagonistas dele -- irão relaxar aos poucos, sem o risco de uma lesão. Segurar uma dor de barriga -- Sinta medo! Fala sério! a dor de barriga é ou não é uma das mais chatas dores que você pode sentir? Na próxima vez que passar por um perrengue desses, sem ter por perto sequer uma moitinha, o lance é pensar ou lembrar-se de algo que lhe dê medo. Essa sensaão ocupa tanto seu cérebro que desvia a atenão do desconforto -- garantindo alguns minutos a mais até você achar um “trono”... Para melhorar o tônus muscular da pele do rosto e do corpo e afastar o fantasma da flacidez, a esteticista Eunice Aguiar recomenda às mulheres uma receita simples: misture em meio copo d'água uma colher de chá de gelatina de algas e uma colher de chá de gelatina de peixe -- ambas são encontradas em lojas de produtos naturais. Tome diariamente, antes do café da manhã. ¨*** Humor A seguir, algumas dicas para você melhorar um pouco o seu curriculum, falando de seus empregos anteriores: Especialista em Marketing Impresso -- boy do Xerox Supervisor Geral de Bem- -Estar, Higiene e Saúde -- faxineiro Oficial Coordenador de Movimentaão Interna -- porteiro Oficial Coordenador de Movimentaão Noturna -- vigia Distribuidor de Recursos Humanos -- motorista de ônibus

Distribuidor de Recursos Humanos VIP -- motorista de táxi Distribuidor Interno de Recursos Humanos -- ascensorista Diretora de Fluxos e Saneamento de Áreas -- a tia que limpa o banheiro Especialista em Logística de Energia Combustível -- frentista Auxiliar de Serviços de Engenharia Civil -- peão de obra Segundo Auxiliar de Serviços de Engenharia Civil -- coitado... Especialista em Logística de Documentos -- Office-boy Especialista Avançado em Logística de Documentos -- motoboy Consultor de Assuntos Gerais e Não Específicos -- vidente Técnico de Marketing Direcionado -- distribuidor de santinhos em esquinas Especialista em Logística de Alimentos -- garçom Coordenador de Fluxo de Artigos Esportivos -- gan- dula Distribuidor de Produtos Alternativos de Alta Rotatividade -- camelô Técnico Saneador de Vias Públicas -- gari ¨*** Pensamentos "A velha lei do olho por olho deixaria todo mundo cego." Martin Luther King Jr. (1929-1968), líder negro americano. "Não temas o progresso lento; receia apenas ficar parado." Sabedoria chinesa. "Patriota é alguém que ama seu país. Nacionalista é quem odeia a pátria dos demais." Johannes Rau, novo presidente da Alemanha. "Não há amor onde não há vontade." Mahatma Gandhi (1869-1948), político e pacifista indiano. "Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos." Leonardo da Vinci ê1452- -1519), pintor, escultor e arquiteto italiano. "O muito torna-se pouco quando sempre se deseja um pouco mais." Francisco Gómez de Quevedo y Villegas (1580-1645), escritor espanhol. "Estratégico não é mais o petróleo, a energia, o telefone ou o asfalto. Estratégico é investir em gente: educaão, saúde e segurança." Mário Henrique Simonsen ê1935- -1997), economista carioca. "Aproveitar oportunidades quer dizer não só não as perder, mas também achá-las." Fernando Pessoa ê1888- -1935), poeta português. "O trabalho distrai a vaidade, engana a falta de poder e traz a esperança de um bom evento." Anatole France (1844-1924), escritor francês. "Fale quando você estiver com raiva. Fará o melhor discurso do qual se arrependerá." Ambrose Bierce ê1842- -1914), jornalista e contista americano. "Tenta cativar por aquilo que teu silêncio contém." Fernando Pessoa ê1888- -1935ã, poeta português. "Postergar a justiça é negar a democracia." Robert Fitzgerald Kennedy ê1925- -1968), político americano. "A felicidade se esgueira por uma porta que você esqueceu aberta." John Barrymore (1882-1942), ator americano. "Cada um de nós vê nos outros aquilo que carrega no próprio coraão." Ralph Waldo Emerson (1803-1882), crítico, ensaísta e poeta americano. "Quando um homem abre a porta do carro para sua mulher, ou o carro é novo ou é nova a mulher." Philip, duque de Edimburgo, príncipe consorte da rainha da Ingla- terra. "A preguiça deforma a mente." Henry Ford ê1863- -1947), industrial americano. "Descreve a tua aldeia e estarás descrevendo o mundo." Léon Tolstoi (1828-1910), escritor russo. "A palavra é para a alma o que o remédio é para o corpo." Sócrates ê470-399 a.C.), filósofo grego. "Conquiste, mas não tripudie." Marie von Ebner- -Eschenbach (1830-1916), escritora austríaca. "Nenhum divertimento é tão barato como ler; nenhum prazer dura tanto." Mary Wortley Montagu (1689-1762), escritora inglesa. "Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler, mas não leem." Mário Quintana, poeta brasileiro. ¨*** História das Frases “Cair nos Braços de Morfeu” -- A frase é inspirada no filho do deus grego do sono -- De acordo com a mitologia da Grécia antiga, Morfeu era um dos mil filhos de Hipno, o deus do sono. Assim como o pai, era dotado de grandes asas, que o transportavam em poucos instantes, e silenciosamente, aos pontos mais remotos do planeta. O nome Morfeu quer dizer “a forma” e representa o dom desse deus: viajar ao redor da Terra para assumir feiões humanas e, dessa maneira, se apresentar aos adormecidos durante os seus sonhos. É por isso que se costuma dizer, há vários séculos e nas mais diversas línguas: quem cai nos braços de Morfeu tem um sono tranquilo e reconfortante, como se realmente estivesse na companhia dessa divindade. ¨*** Fala Sério! Redundância -- A palavra ambos é um numeral dual, pois sempre se refere a dois seres. A expressão ambos os dois é uma locuão pleonástica. Numeral -- Uma apresentadora entrevistou, em seu pro- grama, o delegado da 78ª DP, a que se referiu como a sétima oitava DP. O numeral ordinal foi inventado pela apresentadora. Ela deveria assim ter falado: septuagésima oitava DP. O verbo requerer só é irregular na 1ª pessoa do presente do indicativo -- requeiro --, em todas as pessoas do presente do subjuntivo -- requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram -- e no modo imperativo. Este verbo não é conjugado pelo verbo querer, que é totalmente irregular. Erros comuns: Uma personagem de novela assim se expressou: “Vamos se servindo.” Falando assim não foi nada hospitaleira com a visita. A forma verbal -- vamos -- está na 1ª pessoa do plural; logo, deve ser acompanhada por um pronome oblíquo, também da 1ª pessoa do plural. A atriz deveria ter dito: Vamos nos servindo. ¨*** Que Intriga... Intriga Um hóspede do barulho -- Pesquisadores brasileiros desvendam estratégias da vespa, que manipula o cérebro de baratas e as transforma em almoço vivo para seus bebês. Se algum animal resolvesse dominar o planeta, provavelmente ele seria a vespa *Ampulex compressa*. A nossa sorte é que esse inseto, de cores psicodélicas e cintura de pilão, conteve-se apenas em transformar baratas em zumbis. Agora, pesquisadores desco- briram que ela é ainda mais maquiavélica do que se imaginava. Além de manipular as baratas para que sejam devoradas vivas, a vespinha também faz planejamento familiar: quando a presa é grande, ela coloca dois ovos nela, em vez de um só. “Ou ela sabe quais tipos de ovos vão ser botados ou é capaz de controlar o acesso à bolsa de esperma que carrega”, diz o biólogo Eduardo Gonçalves Paterson Fox, pesquisador da UNESP de Rio Claro. Fox e seus colegas conseguiram montar uma colônia do inseto fabricante de zumbis por pura sorte -- um exemplar da espécie invadiu o laboratório deles e foi capturado. A primeira coisa que a vespa faz é dar duas ferroadas na presa. A segunda acerta a área do cérebro responsável pelo reflexo de fuga. Com isso, a barata se torna um morto-vivo, incapaz de ir a qualquer lugar por vontade pró- pria. Depois, ela corta as antenas da barata e começa a sugar o seu sangue, conhecido como hemolinfa. Mas o pior está por vir. “Ela põe seu ovo no sovaco da presa, num lugar que a barata não consegue alcançar. A larva também suga o sangue, até abrir um buraco. Aí ela entra no corpo da barata e começa a destruir os seus órgãos, até sobrar apenas a casca”, diz o biólogo. Entender o inseto não é mera curiosidade mórbida. Como seu veneno manipula de forma precisa os neurônios da presa, é provável que, no futuro, os cientistas o usem como base para remédios contra doenças do cérebro -- como o mal de Parkinson, ligado a uma disfunão nas células cerebrais que controlam os movimentos do corpo. ¨*** Receitas Salada Espanhola Ingredientes: 1 vidro de 250 gramas de maionese; 1 colher de suco de limão; 500 gramas de macarrão tipo parafuso (cozido al dente); 200 gramas de muçarela cortada em cubos; 2 colheres de sopa de salsa picada; 200 gramas de peito de peru defumado cortado em cubos; 50 gramas de azeitonas verdes, sem caroços e em rodelas; 1 xícara de chá de iogurte; 1 colher de sopa de mostarda; sal a gosto. Ingredientes da decoraão: 8 folhas de alface crespa; 6 tomates-cerejas. Modo de fazer: Misturar todos os ingredientes em uma tigela grande; forrar as laterais de uma saladeira com as folhas de alface; distribuir a mistura no centro da saladeira sobre as folhas de alface; dispor os tomates por cima. Patê de Ricota Rende: 8 porões. Tempo de preparo: 10 minutos. Ingredientes: 2 xícaras de ricota; meia xícara de creme de leite; meia colher de chá de noz-moscada; 2 colheres de sopa de cebolinha verde picada; 2 colheres de sopa de azeite; sal a gosto. Modo de fazer: Bata no liquidificador o creme de leite com a ricota e a noz-moscada. Transfira para uma tigela e junte a cebolinha e o azeite. Verifique o sal. Sirva com torradas. Bolo de milho Verde Ingredientes: 4 ovos; 1 lata de leite condensado; 2 latas de milho verde (sem a água); 100 gramas de coco ralado; 1 colher de sopa de manteiga. Modo de fazer: Bater tudo no liquidificador; colocar 1 colher de sopa de fermento em pó (só mexer, sem bater); untar a fôrma e levar para as- sar (não precisa ser em banho Maria). Bolo de banana e Aveia Rende: 8 porões. Ingredientes: 5 bananas de sua preferência cortadas, mais algumas rodelas para enfeitar (opcional); 3 ovos inteiros; 4 colheres de sopa de manteiga ou margarina mais o suficiente para untar a forma; 1 xícara e meia de aúcar mais 4 colheres de sopa para a cobertura; 1 xícara de chá de farinha de trigo; 1 xícara de chá de aveia; 1 colher e meia de sopa de canela em pó; 1 colher de sopa rasa de fermento em pó. Modo de fazer: No liquidificador, bata a banana, os ovos, a margarina e o aúcar. Transfira a mistura para uma vasilha grande e acrescente a farinha de trigo, a aveia, meia colher de sopa de canela e, por último, o fermento. Mexa bem, até obter uma massa homogênea, que deverá ser derramada em uma forma bem untada ou forminhas individuais -- no caso, se quiser, coloque rodelas da fruta sobre a massa crua para enfeitar. Leve ao forno preaquecido em temperatura média para assar por cerca de 40 minutos ou até que, enfiando-se um palito, este saia limpo. Espere esfriar e desenforme. Junte as 4 colheres de sopa de aúcar e a canela restante para salpicar por cima. ¨*** Utilidade Pública Das árvores limítrofes -- A árvore plantada na linha divisória pertence, por igual, aos donos dos prédios por ela divididos. Quando as raízes e os ramos de uma árvore invadirem o terreno vizinho, poderão ser cortados pelo proprietário deste, até a linha divisória. Os frutos pertecem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. Da passagem forçada -- Quando o proprietário de uma casa não tiver acesso à via pública, poderá exigir do vizinho a lhe dar passagem, mediante indenizaão. ¨::::::::: Informativo IBC Supletivo no IBC Com um sistema personalizado através de módulos para jovens e adultos deficientes visuais e de baixa visão, que tiveram seus estudos interrompidos ou que não tiveram oportunidade de acesso à escola regular durante a idade considerada adequada, o CES -- Centro de Ensino Supletivo --, unidade Urca, localizado nas dependências do Instituto Benjamin Constant, vem realizando um trabalho didático-pedagógico sur- preendente com os cerca de 600 alunos, distribuídos entre as categorias de deficientes visuais, baixa visão e visão normal. Existia a necessidade de oferecer o Ensino Médio para alunos deficientes visuais que concluíam o Ensino Fundamental no Instituto Benjamin Constant, uma vez que o atendimento da escola abrange somente o 9º ano de estudo. Nossa prioridade é o atendimento aos jovens e adultos deficientes, mas temos aqui um número considerável de videntes que também não completaram o Ensino Fundamental e o Médio. ¨::::::::::: Noticiário Especializado Treino recupera vítima de derrame -- Terapia restaura capacidade de visão perdida devido a lesão no cérebro. Pessoas que ficam parcialmente cegas em razão de um derrame têm agora uma esperança de recuperar-se desta condião, até aqui tida como irreversível. Estudo publicado no Journal of Neuroscience revelou que realizar uma série de exercícios visuais no computador diariamente ajuda a ensinar o cérebro a voltar a enxergar, ainda que parcialmente. Esses treinamentos não são comumente oferecidos a pessoas que ficaram com problemas de visão depois de um derrame, diferentemente do que acontece em casos de sequelas na fala ou nos movimentos, em que a reabilitaão é comum. -- Ficamos muito surpresos quando vimos os resultados em nossos primeiros pacientes -- afirmou Krystel Huxlin, neurocientista do Instituto do Olho da Universidade de Rochester, nos EUA. -- Esse era o tipo de dano cerebral para o qual se dizia não haver recuperaão. É devastador. Normalmente, os pacientes são mandados para casa para aprenderem a conviver com o pro- blema. O grupo de Huxlin estudou sete adultos que, em funão de um derrame, apresentavam danos severos na área do cérebro chamada córtex visual primário, uma espécie de ponte ao restante do cérebro para toda informaão visual que chega pelos olhos. Nas outras partes do cérebro, as informaões são processadas, adquirindo sentido, e, em última análise, permitindo-nos enxergar. Danos nessa região prejudicam muito a visão, embora os olhos em si não apresentem problemas. O treinamento de até uma hora por dia em tarefas visuais no computador fez com que os participantes melhorassem a visão. Aparentemente, áreas do cérebro não atingidas são recrutadas para assumir a funão perdida pelo córtex vi- sual primário. ::::::::::

Troca de Ideias Comunicamos aos nossos assinantes que estamos recebendo poucas cartas para esta seão. José Luis Soares Caixa postal 171 Rádio Moçambique Lichinga -- Moçambique Sou de Moçambique, tenho 30 anos, gostaria de trocar correspondência com pessoas de ambos os sexos. ¨:::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores da RBC abaixo mencionados que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Antônio Guimarães Denilson Dantas de Moraes Luisa Nepomuceno de Oliveira Maria da Conceião P. Vieira Mônica de Nazaré Carvalho Musardo Sameiro Machado Rodrigues ¨ ::::::::::