õeieieieieieieieieieieieieieio õ o õ Revista Brasileira o õ para Cegos o õ o õ Ano LXVI n.o 512 o õ Julho-Setembro de 2008 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador da RBC o õ Prof. José o õ Espínola Veiga o õ Responsável pela RBC o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca -- Rio de Janeiro o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 O Camundongo ::::::::::: 2 O Povo-Arquiteto :::::: 3 Bom Humor, Sinal de Inteligência ::::::: 6 As Negras que Fizeram o País :::::::::::::::: 9 Banhos Romanos ::::::::: 15 Forte como uma Rocha ::: 19 Jóias da Humanidade :::: 27 Histórias Interessantes ::::::::: 28 Artes ::::::::::::::::::: 32 Brasil :::::::::::::::::: 33 Ecologia :::::::::::::::: 44 Lugares do Mundo ::::::: 45 Ciência e Saúde :::::::: 50 Variedades :::::::::::::: 67 Informativo IBC ::::::: 87 Noticiário Especializado ::::::::: 92 Troca de Idéias :::::::: 94 Ao Leitor :::::::::::::: 95 ¨ :::::::::: Inclusão "Inclusão social, sim -- inclusão educacional, Não." Manifestação dos surdos da FENEIS. Infelizmente, temos de aceitar que a inclusão educacional de crianças deficientes é um fato real e, diante disso, não há o que discutir, mas há o que melhorar. Não basta, apenas, colocar uma criança deficiente em escolas ditas "normais", sem que haja uma adequação séria por parte da escola que virá a recebê-la, como: espaço físico adaptado, professores com formação em educação especial e, principalmente, integração entre todos os que estudam, deficientes ou não, preparando-os para um convívio cooperativo e harmonioso. É imprescindível a transmissão dos conhecimentos de uma instituição especializada, como o IBC, para as escolas que tenham, em seus quadros, essas crianças, a fim de normatizar o ensino desses alunos e garantir-lhes sua integração, sem que seqüelas interfiram em seu crescimento intelectual e social. ¨:::::::::: O Camundongo Diz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado e com medo do gato. Um mago teve pena dele e o transformou em gato. Mas aí ele ficou com medo do cão, por isso o mago o transformou em cão. Então, ele começou a temer a onça, e o mago o transformou em onça. Foi quando ele se encheu de medo do caçador. A esta altura, o mago desistiu. Transformou-o em camundongo novamente e disse: Nada que eu faça por você vai ajudá-lo, porque você tem a coragem de um camundongo. É preciso ter coragem para romper com o projeto de vida que nos é imposto. Mas saiba que coragem não é ausência de medo, e sim a capacidade de avançar, apesar do medo. ¨:::::::::: O Povo-Arquiteto Xavier Bartaburu Não há nada no mundo igual às casas do povo tamberma. Sim, à primeira vista podem parecer pequenos castelos de barro no meio de lustrosos campos de sorgo. Mas para essa gente que vive aos pés das Montanhas Atakora, no norte do Togo, elas são muito mais: representam o próprio corpo humano, e o que há de mais sagrado nele. Essa tribo da África Ocidental, chama-se a si mesma de batammariba, o povo-arquiteto e, há pelo menos 300 anos, vem fazendo, da construção de suas casas, o sentido de sua vida. Cada pedaço de uma choupana tamberma equivale a uma parte do nosso corpo. A porta da frente é a boca; o batente, os lábios; as duas pequenas janelas na fachada, os olhos. Na entrada, pedras brancas usadas para moer grãos, são chamadas de dentes. As casas são sempre circulares, com torres, ao redor de um pátio e conectadas por paredes que eles chamam de articulações. O reboco é a pele, e exibe a mesma decoração que cobre o corpo das mulheres tambermas. Uma das torres é o celeiro, ou o estômago. A outra é o quarto principal, o “útero”. A parede posterior é a lifua, nádega, e toda a água da chuva escoa sempre por dois lugares: o lifumuli, ânus, e o litia, pênis. As representações são, obviamente, simbólicas. As equivalências com o corpo humano estão relacionadas a significados espirituais. Para os tambermas, o lugar de morar é também o lugar para se conectar com os espíritos. Ou seja, um templo. Na frente do útero, no segundo andar da casa, há um orifício cerimonial que representa a moleira dos bebês. É o lugar por onde os moradores se comunicam com os antepassados. Assim, todos os nascimentos e funerais acontecem embaixo dessa pequena abertura do teto. Depois que uma criança nasce, a placenta é envolvida em argila, preservando a crença de que o feto se desenvolve a partir de uma bola de barro. Do barro nascem os homens e as casas. E ambos recebem o mesmo banho ritual de óleos e frutas, quando vêm à luz, para que a pele cresça resistente. Se alguém adoece, a casa também recebe tratamento médico. Os tambermas acreditam que a saúde do corpo depende da saúde do lugar em que se vive. Quando a moradia começa a envelhecer, sua pele enruga-se como a dos anciãos da aldeia. Ambos costumam viver cerca de 60 anos. No dia em que a casa não serve mais para morar, ela é destruída para dar lugar a uma nova. Mas os alicerces são mantidos, assim como o sangue dos ancestrais permanece em seus descendentes. ¨:::::::::: Bom Humor, Sinal de Inteligência Eugênio Mussak Sócrates preconizava o humor e era bem-humorado, ao contrário de Platão, que considerava o riso um sinal de fraqueza de caráter. Platão abriu uma escola. Sócrates ensinava na praça. Foi acusado de subversão dos costumes, preso e levado ao suicídio compulsório. Disse o juiz: -- Você está condenado à morte. Com a calma dos sábios, Sócrates respondeu: -- Grande coisa... O senhor também. Até notórios mal-humorados, como Freud, estiveram preocupados com o humor. De acordo com Freud, por meio do sonho elaboramos nossas frustrações e nos equilibramos, e através do humor, também. A diferença consiste no fato de que, enquanto o humor é uma forma de comunicação interpessoal, o sonho é a mais natural das formas de comunicação intrapessoal. O sonho é solitário. E o humor “é a mais social das funções psicológicas destinadas à obtenção do prazer”. Nenhum grande escritor des- prezou o humor. Shakespeare o demonstrava, não só nas comédias, mas também nas tragédias. Hamlet vive a ambigüidade entre a profunda dúvida e o bom humor. Chamamos o homem sério de “sisudo” porque sendo adulto e, portanto, sério, já tem o dente do siso, ou da responsabilidade, sensatez. “Muito riso, pouco siso”, diz um adágio popular que surgiu na Idade Média! Ora, a palavra “emburrado” vem de burro -- sendo assim, bom humor seria sinal de inteligência. Você pode até “reprogramar” seu cérebro, ou abraçar uma seita -- há mil maneiras de encontrar a felicidade. Mas esta, sem dúvida, é a receita de maior bom senso no mercado:

sorria, e veja o mundo sorrindo ao seu redor. ¨:::::::::: As Negras que Fizeram o País Tânia Neves Todo mundo que se interessa por esportes, lembra que Maria Lenk -- falecida em 2007 aos 92 anos -- foi a primeira mulher brasileira numa Olim- píada, em 1932. Mas quem registrou que a primeira negra incluída numa delegação olím- pica foi Melânia Luz, em 1948? A primeira juíza federal do país foi a sergipana Maria Rita Soares de Andrade, nomeada em 1967, aos 63 anos. Ela era negra, mas os poucos registros sobre seu pioneirismo nem citam isso. Assim como foi dificílimo levantar a história de Mônica de Menezes Campos, a primeira negra que cursou o Instituto Rio Branco e fez carreira na diplomacia. Mas seria necessário frisar a cor da pele ao lembrar esses casos? -- Se as mulheres, de modo geral, tiveram sua contribuição omitida ou diluída na história oficial, as negras foram ainda mais desconsideradas. Nas consultas ao Itamaraty, por exemplo, por muitas vezes nos garantiram que não havia a tal primeira negra que a gente buscava. Insistimos muito até achar -- o objetivo da pesquisa era abrir a cortina do passado e redescobrir esse Brasil negro e feminino. -- Queremos que o livro “Mulheres Negras do Brasil”, de Schuma Schumaher e Érico Vital Brasil, cumpra o papel de uma provocação, no bom sentido. Como seria im- possível registrar todas as importantes contribuições de mulheres negras pelo país afora, ou mesmo dar o amplo espaço que cada uma dessas histórias merecia, tomara que pessoas que sentirem que sua terra ou uma conterrânea sua foi pouco falada, resolvam escrever outro livro para aprofundar o tema. Quando se abordam os anos do Brasil Colônia, a presença da mulher negra na economia, já é marcante: o comércio nas ruas da cidade, por exemplo, era feito quase que ex- clusivamente por escravas ou negras que haviam comprado a própria alforria. Com suas roupas coloridas e tabuleiros na cabeça, elas eram maioria nas ruas -- mas pareceram invisíveis aos olhos dos cronistas e desenhistas da época, com exceção dos quadros de Debret e aquarelas da viajante Maria Calcot. Dentre as negras retratadas, encontra-se uma pintura de Paula Baiana, a primeira fuzileira naval honorária do país. Vinda da Bahia para o Rio em 1895, conquistou a simpatia dos fuzileiros com as guloseimas de seu tabuleiro. Ganhou o direito de explorar uma cantina na Ilha das Cobras e, a partir de 1920, desfilava com sua saia branca engomada e o dólmã vermelho com botões dourados, em cerimônias como o Sete de Setembro. Ela passava a tropa em revista com o cesto na cabeça e até hoje é festejada pelos fuzileiros. Schuma e Érico estavam em Porto Velho para o lançamento do Dicionário de mulheres do Brasil, tempos atrás, quando tiveram a atenção chamada para o uso e abuso de um termo que só depois perceberam ser um gentílico. Era um tal de “a professora barbadiana” para lá, “o juiz barbadiano” para cá, “o escritor barbadiano”... -- Quando percebemos que isso era referência à ascendência deles, netos e bisnetos de negros de Barbados, que imigraram para o Brasil para ajudar na construção da ferrovia Madeira-Mamoré, vimos que estava ali um exemplo marcante do orgulho de um determinado grupo com sua raça. Capítulos especialmente interessantes são os dedicados às pioneiras, que rasgaram panos e romperam tabus. Neles se fica sabendo, por exemplo, que a gaúcha Deise Nunes foi a primeira Miss Brasil ne- gra, eleita em 1986, 32 anos depois da criação do concurso. E que continua sendo a única até hoje, quando a premiação chegou à sua 52ª edição. No Theatro Municipal, Mercedes Batista foi a primeira negra a integrar o corpo de baile -- mas nunca interpretou um papel principal. E Zaíra de Oliveira, a primeira mulher do compositor Donga, foi pioneira ao conquistar um prêmio de canto no Instituto Nacional de Música, em 1921, mas não pôde receber porque era... negra. Melânia Luz, a primeira negra a participar de uma Olimpíada, em 1948, foi atleta do São Paulo Futebol Clube, mas os pesquisadores só conseguiram uma fotografia e mais detalhes sobre sua carreira ao encontrar Wanda dos Santos, que participou da edição seguinte dos jogos olímpicos e foi companheira de clube de Melânia. Vale lembrar que foi na casa de Tia Eulália, com intensa participação dela, que surgiu em 1947 a escola de samba Império Serrano, que em 2007 defendeu na avenida o enredo “Ser diferente é normal”. -- Mostrar o quanto as mulheres negras, de fato, ajudaram a construir este país é nossa contribuição para a superação do racismo, que não é uma tarefa só dos negros, mas de toda a sociedade. ¨:::::::::: Banhos Romanos Revista Superinteressante Um antigo provérbio diz tudo sobre os hábitos do Império Romano: “O banho, o vinho e Vênus consomem o corpo, mas são a verdadeira vida.” As termas romanas eram um dos maiores prazeres da vida urbana na Antigüidade, um dos principais locais de entretenimento. Quase como um clube ou um *shopping center* hoje em dia, aliás, talvez tudo isso junto. Até meados do século III a.C., os balneários existiam apenas nas propriedades dos ricos. No século seguinte, por iniciativa de imperadores e empresários, termas públicas foram construídas. Para entrar nelas, pagava-se uma pequena quantia, isso quando a diversão não era gratuita. O ápice dos banhos públicos foi lá pelo ano 300; nessa época, havia quase mil casas do gênero em Roma. Um banho público não era um lugar voltado apenas para a higiene. Os balneários eram freqüentados também para a prática de esporte, para fins culturais e para tratamentos de saúde. Até os escravos se banhavam neles. Abastecidas por aquedutos, as termas eram compostas por salas projetadas para manter a água, o piso e as paredes aquecidos pela lenha das hipocaustas. Esses fornos espalhavam o calor por cavidades embaixo do piso e por meio de tubos de cerâmica que subiam pelo interior de paredes ocas. O banhista seguia uma espécie de ritual, embora o caminho não fosse rígido. Primeiro exercitava-se na palestra -- o pátio. Depois, se despia no apodyterium, o vestiário, seguia para a sudatoria para um banho seco, em seguida para o caldarium, o banho quente, depois para o tepidarium, o banho morno, até se refrescar no frigidarium, o banho frio. Ricos, pobres, escravos, todos procuravam as termas. Lá, conversavam sobre política, tratavam de negócios e também discutiam amenidades. No banho, eles ainda podiam comer, pagando à parte. Um cardápio encontrado na ruína de uma terma, mostra que o paladar era eclético. Nele havia pão, nozes, banha e salsicha, entre outras coisas. Geralmente não havia proibição da entrada de homens e mulheres nos mesmos espaços. Mesmo assim, cada sexo fre- qüentava as termas num período do dia. As mulheres que apareciam nos banhos no mesmo horário dos homens, eram prostitutas ou ficavam com má reputação na cidade. O trabalho pesado ficava por conta de empregados e escravos das termas, que se dividiam na limpeza e manutenção. Muitos banhistas levavam seus próprios escravos para carregar seus utensílios e para esfregá-los com o estrigil, um raspador de metal recurvado, que servia para tirar a sujeira e o óleo do corpo. Tinha de tudo nos banhos. As famosas termas de Caracalla, em Roma, por exemplo, comportavam até 1600 pessoas e eram compostas por jardins, passeios, lojas, estádio, biblioteca, museu e salas de repouso, ginástica e massagem. Os pisos e paredes eram revestidos de mármore e adornados com mosaicos. ¨ :::::::::: D'Assunção: Forte como uma Rocha De origem humilde, o pai, José do Carmo, era alcoólatra e acreditava que uma pessoa cega não teria utilidade social, serviria apenas para esmolar nas ruas e perambular sem destino. Jamais imaginou que houvessem escolas especializadas que pudessem inserir socialmente o filho. Rocha relembra com tristeza o dia em que foi largado pelo pai, aos cinco anos de idade, em um albergue. Abandonado e sem perspectivas, o menino de seis anos começou a trabalhar. Um homem aproveitou-se da sua cegueira e obrigou a criança a acompanhá-lo pelo interior mineiro, usando-o como ferramenta de trabalho: vendia pastéis, pedia esmolas, dormia na rua com pessoas estranhas. Essa situação durou aproximadamente um ano, até conseguir livrar-se da escravidão. No abrigo São Vicente de Paula, na cidade de Manhuaçu, conheceu o seu grande protetor, especialista em clínica-geral, o médico Dalbino Werner, pessoa de muita influência na região. O doutor tornou-se a salvação daquela criança indefesa e empenhou-se em matricular o menino em alguma instituição de ensino especializada em deficientes visuais. No ano de 1950, garantiu uma vaga para ingressar no IBC. E antes de deixar o abrigo onde vivia, Assunção escreveu uma mensagem aos familiares informando sobre o novo paradeiro, o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. Ele conta que possivelmente seus pais nunca receberam a carta. Freqüentando regularmente as aulas no Instituto, lembra que manteve contato por mais alguns anos com o Dr. Werner. A assistência do médico a Assunção foi importantíssima para ele ser quem é hoje. Apesar de todo o apoio, atenção e carinho que o fez superar a ausência do pai biológico, a postura de Werner nunca foi paternalista: "Quando se vem para um internato, sem família e sem ninguém, é muito difícil para qualquer pessoa. Além do preconceito com aqueles que estão sozinhos no mundo. Me sentia muito triste quando meus colegas saíam com os familiares e eu nunca tinha alguém para visitar", relembra o revisor. A rebeldia foi inevitável. A dificuldade em fazer amizades, o temperamento arredio e o isolamento proporcionavam a distância dos colegas. As noites foram as grandes confidentes do adolescente. Assunção recorda que na hora de dormir, deitado na cama, sentia-se sozinho, inquieto com a memória turva e a lembrança dos pais que ficaram no povoado de Assa-peixe, seus fantasmas não o deixavam em paz e o choro escondido acontecia freqüentemente. Atormentado pela incompreensão sobre a sua realidade, diferença social e pela cegueira, fatores que muito contribuíam para tornar-se uma pessoa revoltada, a tal ponto de quase ser afastado do Educandário. Sua sanidade mental foi questionada e muitas vezes esteve no Instituto Psiquiátrico Philipe Pinel, no bairro carioca de Botafogo, para realizar exames avaliatórios. Nada foi diagnosticado e sua perturbação não foi comprovada. Estava com o orgulho ferido. Sua vida não poderia mais regredir, foi então que percebeu a necessidade de mudar para melhor. A trajetória de José D'Assunção Rocha no IBC realmente não foi fácil. Sua postura transformou-se quando conheceu a médica Ofhélia Guimarães, diretora do Instituto à época. Pela primeira vez trataram-no como um verdadeiro filho: recebeu carinho, atenção, auxílio e motivação. Naquele momento, completamente entusiasmado, sentiu forças para seguir adiante e crescer como pessoa. A chegada do amor foi inevitável, Assunção apaixonou-se e casou, em 1962, com Marlene Freire Rocha professora da rede municipal de ensino, com quem tem um casal de filhos, Almir e Márcia. Da segunda união, com Nair Corrêa da Silva. José tornou-se pai novamente de uma linda moça chamada Luciana. A partir da premissa de que é impossível ser feliz sozinho, o mineiro de Assa-peixe contraiu matrimônio com Maria Luzia do Livramento Rocha, com quem viveu maritalmente durante sete anos. Nessa relação com a revisora de textos em braille existe um fato curioso, apesar de divorciados Assunção e Luzia continuam sempre juntos e dividem o mesmo teto. Durante o internato recebeu aulas de sofejo e teoria musical, com o professor Paulo Guedes, Através da música, Assunção percebia suas cores, as formas, a sua vida. Aprendeu rapidamente a tocar piano, saxofone e fez parte de algumas orquestras tocando com os amigos do IBC em clubes e boates dos subúrbios cariocas. Aquelas apresentações remuneradas aumentavam a renda dos alunos internos. Hoje, recorda saudoso de suas aventuras musicais como, por exemplo, um show no início dos anos 60, no bar Plaza Blanca, que funcionava ao lado da estação de embarque do bondinho que leva ao Pão de Açúcar, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Nessa performance memorável, com o salão lotado e a pista cheia, relembra das improvisações de todos os instrumentos; uma autentica *jam session* composta de clássicos dançantes nacionais e estrangeiros. No ano de 1962, saiu do Instituto Benjamim Constant, em busca de trabalho. Com o auxílio do chefe-de-gabinete, Expedito Quintas, do Ministério dos Transportes, Rocha conseguiu emprego em uma empresa de navegação vinculada ao Governo Federal, o Loyde Brasileiro, na função de artífice de velame -- fazia redes para descarregar sacarias, lonas costuradas em cabos de manilha e escadas para marinheiros. Em 1969, após um curso preparatório de quatro meses, Assunção prestou concurso para o IBC, eram muitos candidatos concorrendo a cinco vagas apenas. A disputa foi acirrada, mas Rocha alcançou a 2ª colocação e tornou-se revisor de textos da Divisão de Imprensa Braille do Instituto Benjamin Constant, função que desempenhou com desenvoltura e lhe rendeu o cargo de chefe-substituto da DIB, durante seis anos. "Aposentadoria! Nem pensar. Não quero parar de produzir. Gosto do que faço e isso me dá motivos para prosseguir", conclui. Isso que é sorte, pois tal qual uma Fênix, José D'Assunção Rocha, renasceu das cinzas. ¨:::::::::: Jóias da Humanidade Ruínas Imperiais Os romanos deixaram marcas de sua arquitetura majestosa por onde passaram. Aqueduto de Segóvia -- Construído no século I, na Espanha, esse aqueduto é uma das mais bem preservadas obras de engenharia romana, tendo sido utilizado até o final do século XIX. São 728 metros construídos com 25 mil blocos de granito encaixados a seco, sem cimento, na forma de 118 arcos, mais da metade duplos. Fórum Romano -- O Fórum era o centro da vida civil e econômica de Roma durante o período republicano. Seus 35 edifícios e monumentos incluíam o Senado, o Arco de Tito, a Basílica de Constantino e o Templo de Vesta. Coliseu de El Jem -- O terceiro maior coliseu do mundo fica na Tunísia. Construído em 230 a.C., quando a região estava sob o domínio do Império Romano, abrigava até 30 mil pessoas. ¨:::::::::: Histórias Interessantes Se a moda pega... -- No século XVII, as nobres espanholas desfilavam pela corte com um vestido um tanto inusitado, chamado guarda-infante -- a saia tinha uma estrutura de metal coberta por uma anágua. Moralistas da época afirmavam que lá embaixo, de tão espaçoso, era um esconderijo perfeito para alguém pego numa situação de adultério. Não se sabe se foi a má fama ou se foi o desconforto mesmo que fez com que a peça saísse logo de moda. ¨ *** Homem de posses -- Musicus Scurranus era um homem célebre em seu tempo, no século I. Culto, morava em Roma e tinha 16 escravos. Eram: agente de negócios, contador, secretários, médico, cozinheiros... Até aí, nada de mais, não fosse o próprio Musicus um... escravo! Só o fato de pertencer ao imperador Tibério, pode explicar por que ele tinha tantos empregados, numa época em que a lei proibia os escravos de possuírem qualquer coisa. ¨ *** Rei vidente -- O rei Henrique VII se esforçava para combater a superstição na Inglaterra, entre 1485 e 1509. Certa vez, soube que um vidente arrastava multidões. Mandou chamá-lo ao palácio e perguntou: “O senhor sabe onde vou passar o próximo Natal?” Diante do silêncio, profetizou: “Eu sei onde você vai passar. Na Torre de Londres.” E mandou prendê-lo. ¨ *** Para assegurar a estadia de uma criança judia na Inglaterra, era preciso pagar 50 libras ao governo inglês -- valor equivalente a 1.000 libras, hoje em dia. Organizações de refugiados e religiosos ajudaram a financiar o plano de resgate. O próximo passo era encontrar uma família adotiva. Os alemães permitiram a emigração, contanto que os pequenos levassem apenas uma mala, uma bagagem de mão e 10 marcos em dinheiro. O primeiro *Kindertransport* saiu de Berlim e chegou à Inglaterra em 2 de dezembro de 1938. O trem era o meio de transporte mais usado nas viagens. Na Inglaterra, as crianças puderam voltar a estudar e levar uma vida normal. No entanto, o início da guerra, em setembro de 1939, acabou com o *Kindertransport*. Em nove meses, a missão salvou cerca de 10 mil meninos e meninas que saíram da Alemanha, Áustria, Checoslováquia e Polônia. Embora a maioria dos pais tenha morrido nos campos de concentração, os que sobreviveram puderam se reunir com seus filhos depois que o conflito terminou. Estima-se que um milhão e meio de crianças judias morreram no Holo- causto. ¨ *** De olhos bem abertos -- Em 1825, já completamente surdo, Beethoven foi assistir a um ensaio fechado de um grupo que iria executar o seu Quarteto em mi bemol maior op. 127. Um dos violinistas, Joseph Böhm, registrou o episódio: “O infeliz estava tão surdo que não podia ouvir o som celestial das suas próprias composições.” Para espanto de todos, porém, Beethoven chamou a atenção do grupo para os menores erros de execução. “Seus olhos seguiam os arcos, e assim ele era capaz de notar as menores flutuações no tempo ou no ritmo e corrigi-las na hora”, anotou Böhm. ¨:::::::::: Artes “O Pensador” no Brasil Jornal do Brasil “O Pensador”, com 72 centímetros de altura, foi esculpido por Auguste Rodin para a entrada de sua "Porta do Inferno", inspirada na "Divina Comédia" de Dante. A escultura foi exposta pela primeira vez em Copenhague, capital da Dinamarca. Antes de ficar conhecida como “O Pensador”, seu primeiro nome foi “O Poeta” e em seguida “O Poeta Pensador”. Em 1902, Rodin resolveu aumentar a peça, fazendo um modelo em gesso de 1,83 m de altura, 1,63 m de pedestal e 800 quilos, que ganhou uma versão final em bronze. Essa peça monumental, ainda em gesso, foi exibida pela primeira vez em Londres há cem anos. Rodin permitia que a peça fosse reproduzida sem nenhum controle. Para ele o importante é que seu trabalho fosse divulgado. O Museu Rodin foi criado depois da morte do artista, em 1917, e autorizou somente 25 reproduções da peça. ¨ :::::::::: Brasil Os Vales dos Bichos de Pedra Márcia Bizzoto A imensidão vazia do sertão cearense é interrompida por uma pedra gigantesca que parece brotar ao lado da estrada. Logo adiante, outra, e mais outra. Parece que uma chuva de meteoros cuspiu rochas sobre a terra. É o sinal de que está perto a entrada para Quixadá, cidade cearense de quase 70 mil habitantes. O conjunto formado por esses rochedos, conhecidos como monólitos, não dá apenas nome à cidade -- quixadá, na língua tupi-guarani, significa “pedra de ponta curvada” --, mas tornou-se sua própria identidade e um meio de vida para a população. Afinal, em torno dessas formações, gira o turismo, atualmente o maior motor da economia local. A beleza singular das rochas, às vezes, se disfarça em inusitados formatos de animais. Do alto de um morro, uma imensa baleia observa a paisagem. Perto dali, uma foca gigante e, ao lado, uma enorme galinha de pedra. Espalhadas por um terreno irregular, onde o verde predomina no inverno e apenas cactos e juazeiros sobrevivem ao verão, elas formam vales mutantes e escondem trilhas, levando a cavernas e a paredões de até 90 metros que convidam para escalada e rapel. A cinco quilômetros do centro de Quixadá, a Pedra da Galinha Choca é a mais famosa. Entre os nativos da cidade, corre a lenda de que seria a mãe de todas as demais rochas da região e de que nem sempre esteve no mesmo lugar. É preciso caminhar 2,5 quilômetros para chegar até a base do paredão, e a paisagem que se vê lá de cima, desperta as mais férteis imaginações. Há quem diga que já viu ex- traterrestres no imenso vale salpicado pelos monólitos. Nesse cenário místico, as rochas também são responsáveis por garantir parte da água consumida na cidade, represada em dias de chuva. Dispostas em meia-lua, as pedras formam um açude natural, cuja única parede é uma barragem centenária, construída a mando de Dom Pedro II e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Projetado em 1877, após uma grande seca que assolou a região, o Açude do Cedro levou 22 anos para ser concluído e grande parte do empreendimento foi realizado por mão-de-obra escrava. O reservatório dá origem a uma rede de canais de irrigação, a primeira construída no Ceará. Durante duas décadas, a obra foi motivo para a abertura de estradas e trouxe algum pro- gresso para aquele pedaço do sertão. Hoje, o Cedro, com suas paredes imponentes contrastando com o sapé das casinhas que o rodeiam, é uma das principais atrações turísticas de Quixadá. Sua água também enche as panelas das donas de casa e dá de beber às cabras e às poucas cabeças de gado ainda criadas por ali. ¨ *** O Último Baile da Monarquia O vaivém dos convidados era constante. Eles desciam das barcas a vapor e eram recepcionados por moças fantasiadas de fadas e sereias. O tilintar das taças de bebida se misturava aos risos e à música. Nunca se tinha visto no Brasil, tanto luxo. Tudo havia sido planejado para tornar inesquecível o baile da Ilha Fiscal, promovido por Dom Pedro II no sábado, 9 de novembro de 1889. Aquela foi a última festa do Império. Seis dias depois o imperador seria deposto. O evento, que reuniu mais de 2 mil pessoas, oficialmente homenageava o alto escalão do encouraçado chileno Almirante Cochrane, ancorado no Rio de Janeiro há duas semanas. Mas, na verdade, comemorava as bodas de prata da princesa Isabel e do conde D'Eu. Além disso, a intenção do imperador era provar que a monarquia seguia viva e forte -- o que, aliás, estava longe de ser verdade. Naquele novembro de 1889, enquanto as senhoras se preparavam para o "rega-bofe", homens conspiravam em confeitarias. Durante a festa, o clima de rivalidade entre monarquistas e republicanos, não se manifestou. Apesar do sucesso do baile, o imperador pouco se divertiu. Ficou sentado o tempo todo e foi embora à uma da manhã, sem jantar. Forçado a deixar o país em 17 de novembro, morreu dois anos depois, em Paris. Antes chamada Ilha dos Ratos -- não se sabe se por conta da quantidade de roedores ou pelo formato das pedras ao seu redor --, a Ilha Fiscal recebeu seu atual nome após ser transformada em posto de fiscalização de navios. O castelo, com 2 mil metros quadrados, em estilo neogótico, foi construído após uma visita de Dom Pedro II à ilha -- encantado com a vista, ele disse que ela era “como um delicado estojo, digno de uma brilhante jóia”. O baile foi o primeiro grande evento do palácio. Na festança foram consumidos 188 caixas de vinho, 80 caixas de champagne e 10 mil litros de cerveja, além de licores e destilados. Segundo o historiador Milton Teixeira, o dinheiro gasto no baile, 100 contos de réis, foi retirado pelo Visconde de Ouro Preto, presidente do conselho de ministros, do Ministério da Viação e Obras Públicas -- ele estaria originalmente destinado a socorrer flagelados da seca no Ceará. Originalmente, o baile seria em 19 de outubro, mas o rei de Portugal, Dom Luiz, morreu, e seu sobrinho Pedro II mudou a data da festa. A distribuição dos 2 mil convites, começou no dia 4 de novembro. As roupas finas das lojas do Rio, logo se esgotaram. Setenta e duas horas antes do baile, já não havia vaga nos cabeleireiros. Muita mulher ficou três dias sem tomar banho e dormindo sentada para não desmanchar o penteado. Dom Pedro II chegou ao baile acompanhado pela família real, às 21 horas. O imperador trajava uma casaca preta folgada. A imperatriz Tereza Cristina e a princesa Isabel usavam vestidos pretos com rendas e vidrilhos. Quando entrava pelo tapete vermelho, o imperador tropeçou. Amparado por dois jornalistas, não chegou a cair. Espirituoso, teria dito: “A monarquia tropeçou, mas não caiu.” Duas bandas militares tocaram quadrilhas, valsas, polcas e mazurcas para os convidados, que dançaram em seis salões do castelo -- a princesa Isabel foi uma das pés-de-valsa. Depois da esbórnia, às 6 horas da manhã, o pessoal da limpeza achou 37 lenços, 24 cartolas e chapéus, 8 raminhos de corpete, 3 coletes de senhoras e 17 ligas. De acordo com o historiador Milton Teixeira, da Escola Técnica de Turismo do Rio de Janeiro (ProTur), todas as fotos feitas na festa, desapareceram. Quarenta e oito cozinheiros trabalharam durante três dias inteiros para alimentar os convivas, servidos por 150 copeiros. O cardápio incluía peças inteiras de caça e pesca, além de uma infinidade de aves exóticas: inhambus, faisões e macucos. Cinco mesas em forma de ferradura foram colocadas no pátio, atrás do palácio para servir o jantar. O ponto alto da ceia foram os doces -- entre eles sorvete, uma novidade para a época. Chiques e famosos embarcaram em três vapores que saíam do cais Pharoux, na atual praça XV de Novembro, centro do Rio. Uma banda da polícia animava a noite do povão, que não pôde participar da festança. Lá tocavam fandangos e lundus, danças populares bem diferentes das valsas que animavam o castelo. Nas casas à beira-mar, a população se acotovelava para ver as luzes da ilha. Como suas fontes de inspiração na França, o projeto do palacete da Ilha Fiscal não contava com banheiros. Os convidados tinham apenas poucos baldes de prata com areia dentro, para fazer xixi. Quando a cerveja começou a fazer efeito, os homens não se apertaram e correram para a beira do mar. Já as dondocas tiveram que se ajeitar nos cantos dos salões com baldes extras trazidos às pressas do continente. A Ilha Fiscal contava com um gerador de energia, instalado num barracão ao lado do palacete, que forneceu eletricidade para milhares de lâmpadas, dentro e fora do edifício. Além das milhares de velas, balões e lanternas venezianas, os holofotes do couraçado chileno Almirante Cochrane e de outros navios da Marinha, ancorados ali perto faziam com que a ilha fosse o lugar “mais iluminado do mundo”, como escreveram os jornais da época. ¨:::::::::: Ecologia O Lixo Globalizado National Geographic O paradoxo é curioso: todos os dias, os baianos Fabiano Prado Barreto e Davi Neves, caminham por praias, algumas delas, as mais belas do Brasil, em busca do que elas têm de mais feio. Enquanto avançam pelas areias quentes de Imbassaí ou Massarandupió, por exemplo, a dupla só tem olhos para o lixo, um tipo muito específico dele: milhares de garrafas plásticas, tambores, latas e outros dejetos que chegam ao litoral norte da Bahia, no embalo das correntes. Barreto encabeça um movimento pela coleta e identificação dos resíduos, que podem levar centenas de anos para se desintegrar e ameaçam a rica fauna da região -- berço de desova de tartarugas marinhas. Por ora, o que Barreto mais quer é isso: alertar. No próximo ano, ele pretende começar a caminhar por outras regiões brasileiras. No futuro, almeja até mesmo devolver o lixo, em contêineres, às autoridades ambientais dos países de origem das embalagens. “Alguém precisa ser responsabilizado por isso. É preciso, e é possível, criar um sistema para que os navios não se sintam livres para jogar o lixo no mar.” ¨:::::::::: Lugares do Mundo Pitigliano, sonho Medieval Revista Way Localizada na província de Grosseto, no encontro de três vales, depois de uma curva na estrada, a cidade surge repentinamente na paisagem. É de tirar o fôlego a arquitetura medieval, com pequenos prédios, arcos, um imenso aqueduto; cercada por muros e construída estrategicamente no alto da colina. A primeira e certeira impressão que se tem é de que a vila brotou da montanha. Pitigliano, foi feita com o barro e a rocha da colina, e seu casario labiríntico tem a cor do bronze; algumas vezes, da prata. É obrigatório parar no mirante. De lá, vislumbra-se Pitigliano, absolutamente misteriosa, depois da tal curva. É quase como um batismo, uma espécie de iniciação, para prosseguir rumo à cidade. Há na vila apenas duas vias principais, entrecortadas por várias pequenas ruelas, com casas unidas por escadarias e arcos. Entrando em Piti -- de dia -- o silêncio se rompe e o lugarejo ganha aquela vivacidade típica das terras italianas. Na Piazza Garibaldi, porta de entrada e centro vital da cidade, as imagens remetem-nos a um tempo passado. Pitigliano é povoada majoritariamente por idosos, isso porque não há universidade local, e as gerações mais novas migram para cidades modernas do país. Pelas praças e ruas, vêem-se grupos de idosos jogando cartas ou sentados à sombra de árvores frondosas. Figuras típicas, como senhores de boné caindo para o lado e suéter de xadrez, e senhoras de sombrinha. Agora imagine essas deliciosas e raras figuras humanas num cenário cercado pela imponente arquitetura medieval e por uma paisagem multicolorida -- o amarelo dos trigais, os verdes claro e escuro dos olivais e vinhedos. Só para ilustrar a riqueza histórica, a Piazza Garibaldi, sozinha, consegue concentrar o aqueduto de pedra, erguido por volta de 1600, que pode ser visto da estrada, e os renascentistas Palazzo e Fortaleza de Orsini. Dentro da fortaleza funcionam o Museu Folclórico e o Museu Cívico e Arqueológico. Este último, abriga ainda uma significativa coleção de peças de cerâmica e metal feitas pelos etruscos. Vale conhecer Sovana, cidadezinha que fica bem ao lado de Piti. Leva-se menos de 15 minutos de carro. É tão pequena que pode ser percorrida, a passos lentos, em duas horas. Tem apenas uma praça e duas ruas, mas é tão linda que merece, pelo menos, um dia inteiro. Passear pelas celas e tum- bas etruscas, escavadas sob a colina onde a cidade foi erguida, é um capítulo à parte da viagem. É senso que a arquitetura funerária da antiga civilização é uma das mais importantes da História. Porém, mais impressionante ainda são as chamadas “vias caves”. Trata-se de túneis escavados no solo, que ligam Pitigliano a outras cidadelas da Toscana. Há cerca de 15 caminhos e o mais conhecido tem oito quilômetros de extensão e vai até a vizinha Sovana. O acesso a todos eles é muito bem sinalizado. Até hoje, historiadores não sabem ao certo por que estes corredores foram escavados, mas há duas teorias cabíveis. Uma delas diz que as caves eram rotas sagradas onde procissões e cerimônias funerárias eram realizadas. Outra levanta a hipótese de que os túneis formavam um labirinto, cujo traçado era conhecido apenas pelos etruscos, e serviam de escape durante as guerras travadas com o povo romano. Ambas são tidas como válidas. Pitigliano é uma experiência única e o eco de tudo o que foi vivido nesse pequeno lugar, está em cada detalhe, basta ter sensibilidade para perceber. ¨:::::::::: Ciência e Saúde Do Presépio ao Laboratório Resina de uso milenar para a fabricação de incenso, un- güentos e perfumes, e supostamente levada por um dos magos como presente ao Menino Jesus, a mirra passa agora ao campo medicinal. Descobriu-se que ela pode servir de remédio contra o câncer do seio e da próstata. ¨ *** Tecnologia -- Som Infrator -- Uma companhia australiana criou uma máquina para multar carros barulhentos. Funciona como os radares fotográficos, mas identifica apenas os carros com escapamento aberto, som alto demais ou que buzinem sem parar. E ainda consegue distinguir carros barulhentos no ruído de fundo. ¨ *** Astronomia -- Meteoritos -- Coisas estranhas acontecem no Atacama. O deserto mais seco do mundo atrai astrônomos, místicos, aventureiros e até mesmo produtores de jóias que usam pedras vindas do espaço sideral. Não é trabalho para peneira e lente de aumento, e sim uma busca feita com ajuda de GPS, detectores de metais e outros instrumentos que ajudam a localizar materiais logo abaixo da superfície -- alguns enterrados há milhares de anos. Para se ter uma idéia, o conjunto de meteoritos mais famoso, já encontrado no Chile, em 1860, apelidado de Vaca Muerta, era formado por pedras de aproximadamente 15 quilos cada uma. Anualmente, a Terra recebe cerca de 10 mil toneladas de fragmentos espaciais, vindos principalmente do cinturão de asteróides entre Júpiter e Marte. Quase a totalidade desse material, queima-se ao entrar na atmosfera terrestre, restando apenas dois por cento de fragmentos sólidos, de variadas formas e composições. Os desertos costumam preservá-los praticamente intactos. Um grupo de mais de 900 cientistas, ligados à Sociedade Internacional de Meteoritos e Ciência Planetária analisa material enviado de todo o mundo e atesta a origem espacial. ¨ *** Arqueologia -- Eu acho que vi um gatinho... -- O passageiro de um *ferry-boat* que julgou ter visto a cabeça de um gato encarando-o de dentro de um rio barrento, ajudou a descobrir uma peça inestimável da história romana. Arqueólogos encontraram em Cramond, nos arredores de Edimburgo, seguindo as indicações do homem, não um gato, mas uma valiosa estátua de uma leoa devorando um ser humano. A estátua romana é a primeira desse tipo a ser encontrada no país e uma das mais raras jamais vistas. Os pesquisadores estimam que ela date de 200 d.C. ¨ *** Paleontologia -- Uma Jóia da Pré-história -- Há 25 milhões de anos, uma rã ficou presa na resina de um tronco ao subir numa árvore, no que hoje é Chiapas, no México. Morreu lá. Seu drama milenar foi imortalizado em âmbar -- a resina cristalizada -- e se tornou uma jóia da pré-história. Achados assim são raros. O âmbar funciona como uma cápsula do tempo e pode preservar pequenos animais extintos há milhões de anos. ¨ *** Pesquisa -- O Maravilhoso Mundo Pequeno -- Há uma revolução silenciosa acontecendo, e seu nome é nanotecnologia. Sem alarde, uma série de novidades está a caminho. Algumas parecem quase mágicas, como o novo material, mais forte do que o aço, transparente e muitíssimo leve, criado em 2004 por Ray Baughman, professor da Universidade do Texas, em Dallas, e sua equipe. Uma placa de 10 mil metros quadrados do material, pesaria apenas 280 gramas. Também há outras descobertas, talvez não tão incríveis, mas muito bem-vindas: meias que não ficam com mau cheiro, calças que não pegam manchas, janelas que dispensam limpeza, vasos sanitários que nunca ficam sujos, bola de tênis que não param de quicar e bolas de golfe que corrigem a própria trajetória. Tudo isso é conseqüência da exploração do mundo da nanotecnologia. "Nano" vem da palavra grega para "anão". Em geral, a nanotecnologia se define como o estudo e o manejo de material inferior a 100 nanômetros -- tamanho, por exemplo, de vírus e moléculas. O agrupamento de dez átomos de hidrogênio, mede um nanômetro. E um milhão de nanômetros tem um milímetro. Difícil imaginar. ¨ *** Bem Viver -- Mario Quintana -- Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. Louco é quem não procura ser feliz com o que possui. Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria e só tem olhos para seus míseros pro- blemas e pequenas dores. Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão, pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. Mudo é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. Paralítico é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. Diabético é quem não consegue ser doce. Anão é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois miseráveis são todos que não conseguem falar com Deus. ¨ *** Terceira Idade -- Cabelos Brancos pela Vida -- Planejados, nascidos, criados, vividos, amados, sofridos, pessoas nossas, conselheiros, caridosos, amáveis, idealizadores, construtores, atores, poetas, discretos, olhar singelo, no entanto, calmos. Amigos de verdade, ensinam-nos! perdoam-nos! lutam sempre, lamentam! mas com razão. Criam e educam. Fazem da vida uma trégua. Até mesmo um calvário. São filhos, são pais, são avós, são amigos. São estrelas. Encaminham e direcionam. Vividos. São idosos. Experientes. Mestres da vida. Professores dos fatos. Choram, são discretos. Nossos avós. Belos olhos de grandeza e esperança. Cabelos brancos de vida. Cabelos vividos na labuta. Cabelos brancos com a vida. Nossos pais. Sim! pais duas vezes. Avós de berço e beleza. Candura que exprime a esperança de acreditar no hoje e sempre. São porta vozes do Senhor. ¨ *** Mulher -- O Espartilho Moral -- O espartilho vem de uma época em que o corpo da mulher não lhe pertencia. Inventado na Grécia Antiga para satisfazer rígidos cânones de beleza, o espartilho ressurgiu na Europa medieval, utilizando estranhos materiais dignos da Santa Inquisição como hastes de madeira, barbatanas de baleia, arcos de aço, cordões elásticos, etc. Hoje em dia o espartilho sobrevive como fetiche, já que seu uso diário remete a esse tempo longínquo em que era um dos muitos símbolos de opressão, não só do corpo mas de toda a conduta feminina. Havia então um "espartilho moral" que não deixava a mulher se desviar da sagrada função de educar e cuidar dos filhos, e seu macho provedor, ao mesmo tempo em que mantinha seu ar gracioso, porque ser bela era uma obrigação. Mas como um vício que custa a ser deixado, o espartilho está aí de volta -- nunca foi banido. O espartilho está de volta nas dietas massacrantes que as mulheres fazem, fizeram e com certeza vão fazer. Está de volta na moda feminina -- templo de magreza -- em que não se desenham roupas para as "não-magras" porque a mulher só aceita seu corpo dentro dessa rígida estética. Em tempos idos o espartilho causava doenças como escoliose, lordose, etc. A pior das "oses" era a tuberculose, facilitada pela má respiração que essa verdadeira "camisa-de-força" provocava e que quase sempre era fatal, antes da invenção da penicilina. E o que dizer da anorexia e da bulimia, doenças da modernidade? Mulheres estão morrendo para atingir uma magreza cada vez mais inatingível. Onde está a mulher livre, ciente de seus direitos? Ela está no cinema, nas novelas e nas propagandas, sempre magra, porque magreza é *status*, magreza é poder. As novas "cinturinhas de vespa" fazem lembrar as antigas mulheres chinesas que aprenderam que era gracioso e feminino comprimir os pés com faixas até transformá-los numa massa disforme e dolorosa. Quanta dor custa à mulher manter sua imagem de liberdade e autoconfiança? Mas há anestesia geral para aquelas que resolvem tirar algumas costelas numa cirurgia. Mais espartilho que isso, impossível. Onde está essa liberdade se a mulher, por meios subliminares, continua com a velha "obrigação de ser graciosa"? Em tese, os homens de hoje recuaram de suas posições machistas e opressoras, mas continuam preferindo as "gostosas", o que se não é traduzido por "magras", muito menos quer dizer "gordinhas". É tudo muito sutil nesses tempos ásperos, e desmistificar a ideologia do *diet- -light* exige esforço porque há um grande *marketing* por trás. As mulheres continuarão em seus espartilhos cada vez mais tiranos porque mais sutis, comprimindo o corpo e oprimindo a mente. Mas a verdadeira liberdade, não pode ter peso, nem medida. ¨ *** Zoologia -- Roedor Insaciável -- O porquinho-da-índia Sooty, que ganhou fama depois de ter escapado de seu cercado para ter duas noites de intensa atividade sexual com 24 fêmeas, virou uma celebridade na Inglaterra, com direito a página exclusiva na Internet. Como resultado de sua aventura, Sooty tornou-se papai de 43 filhotinhos. Já fez uma participação especial num programa da TV japonesa e recebeu o título de membro honorário de uma casa noturna em Londres. A dona do animal, Carol Freehan, está orgulhosa. "Muitos homens estão com inveja de Sooty. Quando o encontramos, ele estava absolutamente destroçado. Ele dormiu dois dias", explicou. ¨ *** Alimentos -- A Beleza da Alimentação Saudável -- A beleza da pele depende muito mais daquilo que ingerimos, do que dos cremes ou cosméticos. Assim como para a saúde de um modo geral, os alimentos são benéficos ou nocivos para a beleza. Quem não ouviu falar de pessoas que não comem determinados alimentos porque provocam acne ou outro tipo de alergia? E quem não sabe que alguns alimentos realçam a beleza da pele? O chocolate, por exemplo, é um dos alimentos mais caluniados. Dizem que provoca acne mas, segundo um estudo de dermatologistas da Universidade da Pensilvânia, isso não passa de um mito. Na Suécia, cientistas descobriram que portadores de acne têm freqüentemente deficiência de zinco. E as melhores fontes de zinco, para deixar a pele bonita, são os crustáceos, especialmente ostras e lagostas, germe de trigo, cereais de grãos integrais, amendoim, amêndoas, leguminosas, fígado e peru. Quem tem propensão à acne, deve evitar a ingestão de grandes quantidades de iodo. O excesso de iodo pode irritar os poros, provocando acne. Além de estar presente no sal iodizado e ser necessário para a saúde, o iodo também está presente em grande quantidade nos alimentos *fast food* e no leite. E para quem quer ter uma pele de seda, os médicos recomendam a ingestão diária de, pelo menos, oito copos de água. ¨ *** Remédios Caseiros -- Abacateiro: combate a cistite, uretrites, afecções hepáticas, auxilia no tratamento das blenorragias. Preparação: infusão de 1 colher das de sopa das folhas para meio litro de água. Agoniada: indicada contra inflamação de útero e ovários, cólicas menstruais, corrimentos, menstruações irregulares e dolorosas. Preparação: cozimento de 1 colher das de chá das cascas para 2 copos de água. Alcachofra: indicada para eliminar o excesso de ácido úrico, e contra os distúrbios hepáticos provocados pelo alcoolismo e impaludismo. Preparação: infusão de 1 colher das de chá das folhas para 2 copos de água. Alfavaca: indicada como estimulante, sudorífico, combate os gases intestinais e a tosse. Preparação: infusão de 1 colher das de sopa das flores e folhas para meio litro de água. Alecrim: como excitante e contra digestão difícil, tosse úmida, dores articulares, anemia crônica, inapetência e debilidade cardíaca. Preparação: infusão de 2 colheres das de chá das folhas para 2 copos de água. Alfafa: indicada como reconstituinte e contra falta de apetite e má digestão. Preparação: infusão de 1 colher das de sopa das folhas e caules para meio litro de água. Algodoeiro: indicado contra suspensão de regras, regras muito aquosas ou dolorosas e enterite. Preparação: cozimento de 1 colher das de chá das raízes, folhas e flores para 2 copos de água. Anis-Estrelado: indicado contra gastralgias, flatulências, cólicas, convulsões e vômitos. Preparação: cozimento de 1 colher das de chá das sementes para 1 litro de água. Alfazema (Lavandula vera): indicada contra má digestão, como estimulante, antiespasmódico, e combate cólicas, gases e fermentações pútridas, asma, enxaqueca, icterícia e tonturas. Preparação: infusão de 1 colher das de chá das flores para 2 copos de água. ¨:::::::::: Variedades Dicas Dicas para aliviar o estresse: Chegue adiantado -- Qualquer que seja seu compromisso, procure chegar sempre dez minutos mais cedo, inclusive no trabalho. Isso dará um tempo para você respirar com calma, tomar uma água e relaxar. Aprenda a dizer "não" -- Não adianta assumir compromissos, no trabalho ou nas relações pessoais, que você não possa cumprir, ou seja: sacrificar-se demais para isso. Mais: as pessoas respeitarão sua honestidade. Faça pausas -- Pequenos intervalos de cinco minutos podem fazer milagres no seu cotidiano. Levante da cadeira, vá à janela, tome um chá. Se preciso, conte no relógio esses cinco minutos, nem mais, nem menos. Dê-se presente -- Escolha algum tipo de recompensa para você -- não precisa ser nada caro, pode ser até um bombom de chocolate, quando você atingir alguma meta. As vitaminas presentes em legumes e verduras podem se perder durante o cozimento dos alimentos. Se quiser cozinhá-los sem perder muitas vitaminas, ferva a água antes e acrescente os legumes e as verduras já na água fervida. Brócolis: Não cozinhe por muito tempo. O excesso de cozimento libera compostos de enxofre, de odor desagradável, além de perder parte dos nutrientes e é anticancerí- geno. Abacate: Quando for usar somente uma metade do abacate, deixe a outra com o caroço. Isto evita que se deteriore com rapidez. Chuchu: Corte e descasque o chuchu cru sob água corrente, pois ele apresenta uma liga que gruda na mão. ¨ *** Sua Flor Favorita Diz quem você É -- Cravo -- Os que têm o cravo como sua flor favorita, costumam ser muito organizados. Violeta -- Os que gostam dessa flor, curtem filosofia e freqüentemente se dedicam à sociologia. Rosa -- Fãs da rosa são empreendedores, e conseguem sucesso como industriais. Tulipa -- Bons comerciantes à vista! Amor-perfeito -- Você é extremamente criativo. Lírio -- Sua praia é o teatro, onde você pode trabalhar como ator ou autor. ¨*** Humor Aquele bandido muito perigoso, condenado à morte, senta-se na cadeira elétrica para ser executado. -- De acordo com a lei, o senhor tem o direito de solicitar o seu último desejo, diz o diretor do presídio. -- Eu gostaria que o senhor segurasse a minha mão! Num exame de rotina, o médico do hospício pergunta a um de seus pacientes: -- O que foi que você inventou desta vez? -- Eu inventei um objeto que permite que você veja através das paredes. -- É mesmo? -- pergunta o médico, cético -- E como se chama o objeto? -- Janela. Bêbado na igreja O bêbado, depois de encher a cara no bar, resolve voltar para casa. No caminho, passa em frente a uma igreja e ouve a maior gritaria: -- Aleluia! Sai, capeta! O bêbado, indignado, resolve perguntar a uma senhora que está encostada na porta do lugar, o porquê de tanto berreiro por ali: -- O que está acontecendo, minha senhora? -- Está tudo bem! É que Jesus está operando! Com a cara pensativa, ele resolve tirar mais uma dúvida: -- Mas esse cara não usa anestesia? Jantar com o chefe Pai fala ao filho: -- Joãozinho, meu chefe e seu filho, que não tem as duas orelhas vêm jantar com a gente. Comporte-se! -- Tudo bem, papai! Durante o jantar, Joãozinho diz para o menino sem as duas orelhas: -- Que santa Luzia abençoe seus olhos! O chefe, emocionado, comenta: -- Não estou acostumado a ver meu filho ser tão bem tratado! E, voltando-se para Joãozinho, pergunta: -- Por que esse desejo tão bonito? Joãozinho responde: -- Porque se ele tiver que usar óculos, tá perdido! Artrite No ônibus, o padre senta ao lado de um bêbado que tenta, com muita dificuldade, ler o jornal. Com a voz empastada, o cara pergunta ao padre: -- O que é artrite? Irritado, ele responde: -- Uma doença provocada pelo excesso de álcool! O bêbado cala-se e continua com os olhos fixos no jornal. Alguns minutos depois, achando que tinha sido muito duro com o sujeito, o padre tenta amenizar: -- Há quanto tempo o senhor está com artrite? -- Eu? Eu não tenho isso não. Segundo esse jornal aqui, quem tem é o Papa! ¨*** Pensamentos "A vida sem comemorações é uma longa estrada sem uma hospedaria." Demócrito de Abdera, cerca de (460-370 a.C.) filósofo grego. "Quem conhece os outros é sábio; quem conhece a si mesmo é iluminado." Lao-tsé, (século VI a.C.) filósofo e aforista chinês. "A verdade não enrubesce." Tertuliano, (155-220) teólogo cristão nascido em Cartago. "Não é que os políticos não vejam a solução. O que eles não enxergam é o problema." Gilbert Keith Chesterton, (1874-1936) escritor e ensaísta inglês. "Um bom romance diz-nos a verdade sobre seu herói; um romance ruim diz-nos a verdade sobre seu autor." Gilbert Keith Chesterton, (1874-1936) escritor e ensaísta inglês. "A diferença entre Nova Iorque e o Rio é que lá é bom, mas é uma droga, e aqui é uma droga, mas é bom." Tom Jobim, (1927-1994) compositor carioca. "Ninguém pode nos fazer infelizes, apenas nós mesmos." São João Crisóstomo, (345-407) teólogo cristão nascido em Antioquia, na atual Turquia. "Responder à ofensa com ofensa, é lavar a lama com a lama." Juan Luis Vives, (1492-1540) humanista e filósofo espanhol. "O ódio dos fracos não é tão perigoso quanto a sua amizade." Marquês de Vauvenargues, (1715-1747) ensaísta francês. "Desculpas são rasuras." Armand Salacrou, (1899-1989) dramaturgo francês. "Quando o coração pode falar, não há necessidade de preparar o discurso." Gotthold Ephraim Lessing, (1729-1781) escritor alemão. "Morrer é só não ser visto." Fernando Pessoa, (1888-1935) poeta português. "A coragem não serve para nada quando não vem acompanhada de justiça, e se todos os homens fossem justos, não haveria necessidade de serem tão corajosos." Agesilau II, (444-360 a.C.) líder militar grego, foi rei de Esparta. "O passado não é aquilo que passa, é aquilo que fica do que passou." Alceu Amoroso Lima, o Tristão de Athaíde, (1893-1993) pensador carioca. "Aquele que decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto." Públio Ciro, (século I) poeta, escritor e aforista latino. "As únicas pessoas que realmente mudaram a história, foram as que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos." Malcolm Little ou Malcolm X, (1925-1965) líder negro norte-americano. "Se gostas da liberdade, foges do amor." Antonio Feliciano de Castilho, (1800-1875) escritor português. "Servir só para si é não servir para nada." Voltaire, (1694-1778) filósofo francês. "O que é necessário, jamais será ridículo." Cardeal de Retz, (1614-1679) político e religioso francês. "Somos pequenas contas que separadas, pouco podem produzir, mas faremos um lindo colar se nos juntarmos e nos colocarmos ao serviço do bem." Sueli Lopes. ¨:::::::::: História das Frases Diz-se: Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão. O correto é: Batatinha quando nasce, espalha rama pelo chão. No popular, se diz: Cor de burro quando foge. O correto é: Corro de burro quando foge! Outro ditado que, no popular, todo mundo erra: Quem tem boca, vai a Roma. O correto é: Quem tem boca vaia Roma. E ainda: É a cara do pai escarrado e cuspido -- quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa. O correto é: É a cara do pai em Carrara esculpido (Carrara é um tipo de mármore extraído da cidade de Carrara, Itália). Mais um famoso: Quem não tem cão, caça com gato... O correto é: Quem não tem cão, caça como gato... Ou seja, sozinho! Nas coxas. As primeiras telhas dos telhados das casas aqui no Brasil eram feitas de argila, moldadas nas coxas dos escravos que vieram da África. Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as telhas ficavam todas desiguais devido aos diferentes tipos de coxas. Daí a expressão: fazer nas coxas, ou seja, de qualquer jeito. Culpa no Cartório -- Tribunais da Igreja manchavam a reputação das pessoas -- a partir do século XIII, durante o período da Inquisição na Europa a Igreja manteve os cartórios locais em que os suspeitos de heresia eram chamados para prestar depoimento e ser julgados. Esses tribunais armazenavam o histórico de todos os julgados em uma espécie de ficha. Ser fichado naquela época representava uma mancha na sociedade que dificilmente o cidadão conseguiria tirar. A partir de então, o infeliz estava marcado, com *culpa en el notario*, como a expressão surgiu, na Espanha. Ou, em português, com "culpa no cartório" -- literalmente. ¨*** Que Intriga... Intriga Enigma chinês -- A China é mesmo uma terra a ser desvendada. Na província de Sichuan, no noroeste do país, centenas de torres de até 80 metros -- o equivalente a um prédio de 26 andares -- se espalham, misteriosamente, entre os campos agrícolas. O que chama a atenção é que ainda hoje ninguém sabe para que serviam, há quantos anos estão ali e muito menos quem as construiu. Só no vilarejo de So Po, onde moram apenas 300 famílias, há 84 dessas estruturas. Uma das teorias que tentam explicá-las, presume que teriam servido de pontos de vigia contra eventuais ataques de tribos inimigas. A despeito das teses, as curiosas torres fazem parte da paisagem rural de Sichuan. Desde quando? ninguém sabe. Tesouro marinho -- Pesquisadores do Projeto Tamar estão próximos de desvendar alguns dos mistérios que rondam os machos de tartarugas em extinção. O pouco que se sabe sobre as tartarugas marinhas, resume-se a estudos feitos com fêmeas, que desovam nas praias. Os machos, ao contrário, nunca saem da água. No entanto, uma equipe do Tamar de Fernando de Noronha descobriu uma população de machos no navio Pirapama, naufragado na costa pernambucana em 1889. É uma esperança de se trazer à tona, novidades sobre os machos, ainda desconhecidas pela ciência. ¨ ***

Receitas Sanduíche de Sardinha Especial Ingredientes: 1 lata de sardinha; meia xícara de chá de cebola picada; alface picada; sal; azeite de oliva; meia xícara de chá de maionese; cebolinha verde picada; pãezinhos franceses; pimentão vermelho picado; suco de limão. Preparo: Escorra a sardinha e amasse com um garfo. Acrescente a maionese, a cebola e a cebolinha verde e misture bem. Corte ao meio os pãezinhos que pretende utilizar e acrescente uma generosa camada da mistura preparada em cada um. Misture alface e pimentão picados e tempere com sal, suco de limão e azeite de oliva a gosto. Distribua essa mistura entre os sanduíches e sirva-os em seguida. Sugestão: Aproveite sobras de peixe cozido ou assado para fazer esses sanduíches, ou substitua a sardinha pelo atum. Sanduíche de Mortadela Chique Ingredientes: Fatias de pão de forma; cogumelos em conserva cortados em fatias; folhas de alface; molho tártaro; fatias de mortadela; fatias de queijo prato; rodelas de tomate. Preparo: Elimine a casca das fatias de pão que pretende utilizar. Besunte-as com molho tártaro, cubra com fatias de cogumelo e reserve. Leve uma frigideira antiaderente ao fogo e frite as fatias de mortadela até que fiquem crocantes. Retire-as da frigideira e distribua-as entre os sanduíches. Derreta fatias de queijo na mesma frigideira e coloque-as sobre a mortadela. Arrume os sanduíches em pratinhos individuais decorados com folhas de alface e rodelas de tomate e sirva em seguida. Torta de Banana Ingredientes: 3 xícaras de chá de farinha de trigo; 2 xícaras de chá de açúcar; 100 gramas de passas; 1 colher de sopa de fermento em pó; 1 copo tipo requeijão de leite; 3 ovos; 10 bananas d'água cortadas ao comprido; 2 tabletes de margarina; canela e açúcar cristal para polvilhar. Modo de fazer: Massa -- Misture a farinha com o fermento e o açúcar peneirados; junte a margarina. Recheio -- Misture o leite com os ovos ligeiramente batidos e as passas. Coloque a massa numa forma untada; deite as fatias de bananas alternando com o recheio até terminar; polvilhe com canela e açúcar cristal; leve ao forno previamente aquecido por 40 minutos; tire do forno e sirva. Morangos assados ou cozidos Ingredientes: 250 gramas de morangos; 1 colher de sopa de suco de limão; 2 colheres de sopa de mel; 1 colher de chá de molho de soja, cravo e canela a gosto. Modo de preparar: Numa assadeira ou panela, disponha os morangos partidos ao meio. Misture o mel com o suco de limão e o molho e espalhe esta mistura sobre os morangos. Salpique cravo e canela. Para assar, cubra a assadeira com papel de alumínio e leve-a ao forno preaquecido por 15 a 20 minutos. Se preferir, cozinhe-os em panela tampada, em fogo baixo, por 10 a 15 minutos. No microondas: Para 1 xícara de morangos acrescente 3 gotas de suco de limão; 3 gotas de molho shoyo e 1 colher de sobremesa de mel. Salpique cravo e canela. Tempo de preparo 1 minuto. ¨*** Utilidade Pública Esclarecendo Férias -- Todo funcionário adquire o direito às férias com um ano de trabalho e a empresa tem o período de um ano para conceder o prazo de férias. Exemplo: Se você completou um ano em 12 de maio de 2007, a empresa tem até 11 de maio de 2008 para conceder seu período de férias correspondente. O período de férias sempre será avisado por escrito, com antecedência de 30 dias. Mas atenção! Você pode ter seu período de férias comprometido por faltas: Até 5 faltas justificadas, 30 dias corridos de férias. De 6 a 14 dias de faltas, 24 dias corridos de férias. De 15 a 23 faltas, 18 dias corridos de férias. De 24 a 32 faltas, 12 dias corridos de férias. Acima de 32 faltas, perde o direito ao período de férias. O funcionário que estiver afastado por auxílio-doença ou acidente de trabalho, recebendo pelo INSS, por mais de 6 meses, perde o direito ao período de férias, mesmo que esses meses não sejam seguidos. ¨:::::::::: Informativo IBC Ex-aluno do IBC auxilia deficientes em questões judiciais As pessoas com deficiência, geralmente têm seus direitos legais desrespeitados e, muitas vezes, as vítimas não sabem como agir diante da ilegalidade. Para auxiliar esses cidadãos, a Defensoria Pú- blica do Estado do Rio de Janeiro, DPE-RJ, criou o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Deficiências, NUPOND, para orientar cegos, surdos, deficientes mentais, portadores de doenças crônicas, etc. O NUPOND recebe cem pessoas por dia, número relativamente baixo, considerando-se a população de deficientes do Estado. A solicitação mais freqüente é a regularização do passe livre municipal, Rio Card, e o intermunicipal, Vale Social. As ações que envolvem denúncias de discriminação, principalmente em transportes públicos e no trabalho, também, são comuns, assim como as sentenças pela revisão de pensões, litígios matrimoniais e a aquisição de medicamentos. "Ganhamos mais de 90 por cento dos casos, mas infelizmente poucos recorrem à Defensoria porque desconhecem esse serviço gratuito. A maioria nem sabe que há uma legislação própria que lhe assegura vários benefícios", argumenta o representante do núcleo, Valmery Jardim Guimarães, ex-aluno do Instituto Benjamin Constant e o primeiro cego a ocupar o cargo de defensor público no Brasil. Em depoimento ao Jornal Visando, Valmery sugeriu a implantação de um dia da semana para atender à comunidade do IBC, sem precisar de inscrição prévia, fila ou senha. O Dr. Valmery explica que um convênio entre o Instituto Benjamin Constant e a Defensoria Pública tornaria a idéia viável. "Essas iniciativas também são importantes para nós, porque quanto mais pessoas procurarem a Defensoria, mais se justificará a existência de um órgão para cuidar do direito do deficiente", afirma o advogado. Formado por quatro defensores que solucionam diariamente dezenas de questões legais, o NUPOND foi reestruturado há 5 anos pela DPE-RJ; primeiramente os causídicos tentam a reconciliação, em seguida enviam o processo ao judiciário, que o repassa à vara cível mais indicada, de acordo com o problema de cada pessoa assistida. Os atendimentos acontecem de segunda a quinta-feira para a entrada de novas ações e acompanhamento das sentenças. Mais informações no telefone (21) 2299-2272. ¨ *** Evento internacional dinamiza o Instituto Benjamin Constant O Instituto Benjamin Constant, patrocinado pela Petrobrás e FINEP, realizou nos dias 21 e 22 de setembro, o I Encontro Internacional sobre o surdocego. A cerimônia de abertura do evento, presidida pela diretora-geral Érica Magno Deslandes de Oliveira, aconteceu no Teatro Benjamin Constant e reuniu mais de 250 pessoas, entre psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos, oftalmologistas, educadores brasileiros e estrangeiros. O encontro foi organizado pelo Programa de Atendimento e Apoio ao Surdocego-Pas, vinculado à Divisão de Reabilitação, Preparação para o Trabalho e Encaminhamento Profissional-DRT do Instituto. Partindo da premissa de resgatar do isolamento e atender suas necessidades específicas, profissionais das áreas de educação e saúde, discutiram as principais formas de auxílio às pessoas portadoras da surdocegueira. Durante os depoimentos, palestras, mesas-redondas e exposições do I Encontro Internacional do Instituto Benjamin Constant, estiveram presentes a presidente da Fundação Latino-Americana de Surdocegos-FLASC, a psicóloga e pedagoga equatoriana Sonia Margarita, a fonoaudióloga Ximena Serpa, da Colômbia e Margarida Monteiro de Aguiar, professora que implantou, há 12 anos, o programa que beneficia as pessoas portadoras dessa múltipla deficiência. ¨:::::::::: Noticiário Especializado Vibrações Positivas Estudantes de Ciência da Computação da Universidade Federal de Pernambuco-UFPE desenvolveram um par de pulseiras para auxiliar a locomoção dos deficientes visuais. A novidade, chamada V-Eye funciona através de motores vibratórios ligados a um microcomputador que atende ao comando da voz. O aparelho manual é programado para funcionar de acordo com as informações recebidas sobre o ambiente, e ainda alerta o DV sobre o que fazer durante o trajeto. As pulseiras vibram na direção em que o deficiente precisa ir, e tremem alternadamente por alguns segundos, avisando o fim do percurso. O acessório é leve, discreto, confortável, e torna o usuário mais independente. A invenção dos universitários pernambucanos conquistou o 2º Lugar no Imagine Cup, concurso mundial de inovação tecnológica, promovido pela Microsoft. O instrumento já testado e aprovado por uma associação de cegos do Recife, facilitará muito a vida dos que não enxergam. ¨ ::::::::::

Troca de Idéias Eliana Silva Machareth Rua Jorge Martinez Qd LM 433 Bl. 4 ap. 301 bairro Olaria -- RJ 21073-190 Tenho 41 anos, curto música antiga e adoro animais, gostaria de corresponder-me com rapazes de 41 a 55 anos que sejam responsáveis, para um futuro relacionamento, ou uma grande amizade. Também gostaria de corresponder-me com moças de qualquer idade. Valdirene Vieira Rua Governador Valadares n.o 65 -- B São Pedro -- Itabuna -- BA 45600-000 Tenho 31 anos, sou muito comunicativa e gostaria de encontrar um namorado. ¨ ::::::::::

Ao Leitor Solicitamos aos leitores da RBC abaixo mencionados, que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Ana Paula de Rezende Rosa André Neves de Oliveira Antonio Henrique Rangel Associação de Cegos do Sul da Bahia Biblioteca Pública Jandyr César Sampaio Biblioteca Pública Municipal Dr. Avelar Celine Aparecida da Costa Célio Marcos Dal Pizoe Centro Educacional Delf. LMPA Charles Jatobá Queiroz Santana Claudia Beniter Pina Dejair Gama Ferro Dercy Huck Edson Pereira Rosário Francisco Eduardo P. de Castro Gerson José G. de Andrade Gilberto Araújo Gilberto Ferreira de Melo João Elias Pereira João Marques S. Silva João Pereira de Almeida Filho José Cardoso Araújo José Carlos dos Santos José Ferreira Mateus Filho José Pedroso Luciana Catalão de Albuquerque Luzia Maria Maria Eunice S. Barbisa Maria Verônica de Melo Michaelson Gerald Sobreira Neto Natanael de Souza Nilson de Souza Odete Fiuza -- Portugal Olga Solange Eva Souza Oswaldo Batista de Mello Paulo Camilo Duarte Paulo Roberto Fonseca Neves Renata Yele dos Santos Quintiliano Rosilene Navarro Wanek Silvia da Silva Palhares Walmir de Souza Serpa ¨ ::::::::::