õeieieieieieieieieieieieieieio õ o õ Revista Brasileira o õ para Cegos o õ o õ Ano LXVI n.o 510 o õ Janeiro-Março de 2008 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador da RBC o õ Prof. José o õ Espínola Veiga o õ Responsável pela RBC o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca -- Rio de Janeiro o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ Tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 Estrelas ao Mar :::::::: 2 Mães Ativistas ::::::::: 4 O Amor Através do Tempo :::::::::::::: 10 Olha o Canto da Sereia ::::::::::::: 14 Além do Brioche :::::::: 19 O Vovô dos Off-road :::::::::::::: 27 A Lição do Mestre Anselmo Fracasso ::::: 29 Jóias da Humanidade :::: 31 Histórias Interessantes ::::::::: 33 Artes ::::::::::::::::::: 39 Brasil :::::::::::::::::: 41 Ecologia :::::::::::::::: 44 Lugares do Mundo ::::::: 46 Ciência e Saúde :::::::: 49 Variedades :::::::::::::: 66 Informativo IBC ::::::: 84 Noticiário Especializado ::::::::: 91 Troca de Idéias :::::::: 95 Ao Leitor :::::::::::::: 97 Mais Uma vez ao Leitor Este editorial é dedicado aos nossos assinantes, desejando sondar-lhes os corações à procura de suas preferências em relação aos textos da RBC. Gostaríamos de que todos, de algum modo, ficassem contentes e de que, como esta é a única revista em braille no Brasil, ela pudesse preen- cher a grande lacuna deixada pela falta de publicações no gênero. É essencial a leitura, para que se possa grafar corretamente as palavras, devendo-se extrair dessa leitura o benefício do entretenimento. Escrever com o mínimo de erros ortográficos, somente é possível através de textos lidos -- no caso, em braille. Será gratificante para nós

se a *sua* RBC atingir esses objetivos. ¨:::::::::: Estrelas ao Mar Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira-mar para se inspirar e, à tarde, ficava escrevendo. Certo dia, caminhando pela praia, viu um vulto ao longe, que parecia dançar. Ao chegar bem perto, reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar na areia para, uma por uma, jogá-las de volta ao oceano. -- Por que está fazendo isso? Perguntou o escritor. -- Você não vê? Respondeu o jovem. A maré está baixa e o sol está brilhando. Se elas continuarem aqui na areia, todas irão secar e morrer. O escritor espantado disse-lhe: -- Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela areia. E continuou: -- Que diferença faz você jogar umas poucas de volta ao oceano se a maioria irá perecer de qualquer forma? O jovem pegou mais uma estrela na areia, jogou-a de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse: -- Para essa eu fiz a diferença... Naquela noite o escritor não conseguiu escrever e nem sequer dormir. Pela manhã voltou à praia, procurou pelo jovem, uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano. ¨ :::::::::

Mães Ativistas Jornal do Brasil Eram Marias, Clarices, Zuzus... Hoje, são Hebes, Cindys, Marilenes e muitas outras. Mais do que mulheres, mães. Empurradas pela dor de perder brutalmente um filho ou uma filha, elas mostraram que em ditaduras como Cuba ou China, ou democracias como Brasil e EUA, do desespero tiram a motivação para virar suas vidas de cabeça para baixo e lutar por justiça. Emblemáticas e pioneiras nessa luta, são as Mães da Praça de Maio, que enfrentaram uma das ditaduras mais violentas na História recente da América Latina, armadas apenas com o amor materno. Em 30 de abril de 1977, um ano após os militares tomarem o poder e iniciarem seu reino de terror na Argentina, 14 delas fizeram uma manifestação silenciosa em frente ao palácio do governo em Buenos Aires, exigindo saber o paradeiro de seus filhos desaparecidos. Lenços brancos na cabeça, todas as quintas-feiras, as Loucas da Praça de Maio -- como as apelidou a ditadura -- repetiam o ritual e logo ganharam mais adeptas e o respeito do resto do planeta por sua incansável luta. -- Eu não tinha nenhuma militância política antes. Às vezes acompanhava meus filhos, mais como protetora do que como militante. Mas, no mesmo dia em que levaram meu filho mais velho, já saí às ruas para procurá-lo. Dali fui encontrando outras mães na mesma situação e decidimos ir à Praça de Maio, conta a atual presidente da Associação das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, que teve três filhos assassinados pela ditadura. O fim do regime militar em 1983, não tirou as madres das ruas e da dor de não mais reconstituírem suas famílias destroçadas pela violência -- estima-se que houve 30 mil assassinatos de opositores políticos. Hoje, além de buscarem os filhos de seus filhos, nascidos nos cárceres e dados para adoção, as Mães de Maio têm rádio, jornal, biblioteca e até uma universidade informal. -- Nós socializamos a maternidade, somos mães de todos. Quero que se lembrem de nós por nossa luta pela vida. Minha motivação de continuar na luta é para não abandonar os jovens -- diz Hebe, de 78 anos. Trajetória semelhante tiveram as brasileiras, Mães de Acari, que em 1990 foram arrancadas de seu mundo apolítico para se transformarem em ativistas de primeira hora quando seus oito filhos adolescentes e outros três adultos foram levados por homens armados -- possivelmente policiais militares -- de um sítio na Baixada Fluminense e nunca mais apareceram. Apesar de pobres, muitas deixaram seus empregos para passar todo o tempo possível, atrás de pistas que levassem, pelo menos, aos corpos dos filhos, para poderem lhes dar um enterro digno. Hoje, anos depois, elas não tiveram sucesso na busca, mas deixaram sua marca em mais de 20 grupos que nasceram inspirados em sua luta, como as Mães da Cinelândia e as Mães de Mãos Dadas Contra a Impunidade, entre ou- tros. Marilene Lima e Souza e Vera Lucia Leite Flores, as mais atuantes, já estiveram em vários países como convidadas para falar de sua luta, apoiando todo tipo de causas sociais. A força da maternidade independe da origem social ou da cultura. Em Cuba, as Damas de Branco, a cada domingo se reúnem numa igreja de Havana para pedir a libertação de seus filhos, maridos e outros parentes, encarcerados pela ditadura de Fidel Castro, por se oporem ao regime. Nos Estados Unidos, a dona de casa Cindy Sheehan se transformou numa feroz crítica ao presidente George W. Bush e sua guerra no Iraque, depois que seu filho Casey foi morto numa emboscada em 2004. Determinada, ela montou uma barraca do lado de fora do rancho do presidente no Texas, galvanizando o movimento pela paz e atraindo outros ativistas de todo o país, sendo uma das fundadoras do grupo *Gold Star Families for Peace*. -- Meu nome é Cindy e Bush matou meu filho -- disparou ela quando liderou outra marcha até o rancho presidencial. Essas dolorosas marchas das mães em busca de justiça, não raro são feitas com enorme risco pessoal, como ocorreu com a estilista Zuzu Angel, que pagou com a vida a ousadia de enfrentar a ditadura brasileira para recuperar o corpo do filho Stuart. A primeira líder das Mães de maio, Azucena Vilaflor, tornou-se ela mesma uma desaparecida em 1977. A líder das mães de Acari, Edméia da Silva Eusébio, foi morta a tiros em 1993. Mas nada disso tira essas corajosas mulheres de suas trilhas. ¨ :::::::::

O Amor Através do Tempo Revista Superinteressante O mito da fundação de Roma, fala sobre um dos mais famosos episódios do gênero: o rapto das sabinas. Segundo a lenda, após a fundação de Roma, em 753 a.C, Rômulo decidiu povoar a cidade e, para isso, mandou raptar as jovens do povo vizinho, os sabinos. Revoltados, eles resolveram revidar. Mas era tarde demais: as moças já se haviam enamorado dos romanos que, graças à intervenção delas, assinaram um tratado de paz. “Há pessoas que nunca teriam amado se não tivessem ouvido falar de amor”, escreveu o francês La Rochefoucauld, no século XVII. O que ele queria dizer é que o amor é só uma palavra e que ela será sempre uma representação do “verdadeiro” amor. A história do amor é uma história daquilo que se diz sobre o amor. Foram os gregos que inventaram o amor. É claro que as pessoas já se amavam muito antes, mas os gregos, que tinham uma explicação para tudo, foram os primeiros a criar uma palavra para isso. A civilização que gerou filósofos como Sócrates e Aristóteles, discutia política, ciência e poesia durante os chamados simpósios, festas nas quais os participantes partilhavam uma grande taça de vinho. É em torno de uma delas que se desenvolve O Banquete, célebre obra de Platão, uma das mais reveladoras sobre o pensamento grego a respeito do amor. Lá surgiram idéias como “almas gêmeas” e “cara-metade”, quando um dos convidados, Aristófanes, recorreu à mitologia para falar sobre a origem do amor. Segundo ele, éramos seres andróginos de duas cabeças, quatro pernas e quatro braços. Temendo que o poder dessas estranhas criaturas ameaçasse os deuses, Zeus dividiu-as em duas outras -- e, desde então, carregamos a sensação de estarmos sempre incompletos, em busca da metade afastada de nós. Outro conceito grego, que influenciou para sempre o modo de amar é a idéia de que o amor, só era possível entre pessoas iguais, ou seja, da mesma classe social, do mesmo nível intelectual. Os gregos acreditavam, ainda, que o verdadeiro amor só acontecia entre pessoas do mesmo sexo. Sócrates dizia sentir um fogo quando via outro homem e até Aristóteles, que considerava o homossexualismo uma “mórbida anormalidade”, defendeu em sua "Ética" a idéia de que “o amor e a amizade são plenos, somente entre os homens". Platão acreditava num amor puro, abstrato, fundamentado na parceria intelectual e espiritual. O chamado amor platônico, no entanto, não ex- cluía o contato físico. Era uma afeição elevada a um plano ideal, que transcendia o contato físico, mas não o abolia. Com a conquista da Grécia sobre Roma, por volta do século II a.C., muito da cultura grega foi assimilada pelos romanos. Mas tanto a idéia de amor entre iguais quanto a de amor idealizado foram descartadas. Os romanos adoravam se divertir e não valorizavam tanto assim os assuntos “superiores”. Além disso, eles tinham pavor da idéia de serem escravizados por uma paixão. Quando um romano se apaixonava, seus amigos consideravam ou que perdera a cabeça por uma mulher, devido a um excesso de sensualidade, ou que moralmente caíra em escravidão. O amor e o sexo, porém, eram livremente discutidos e abordados pela arte romana. Uma das obras mais conhecidas do Império, o poema "Arte de Amar", de Ovídio, é um verdadeiro manual de sedução, citado até hoje por poetas e apaixonados em geral. Santo Agostinho, o principal pensador cristão, já defendia em sua obra "Confissões", de 391, que os homens deviam renunciar ao desejo e ao sexo. Amor, só por Deus e sexo, só com fins de procriação. É claro que ninguém, em sã consciência, parou de amar e de fazer sexo por causa de Santo Agostinho. ¨:::::::::: Olha o Canto da Sereia Revista Planeta Para quem duvida, voltemos a um momento das aventuras de Ulisses, símbolo da capacidade humana de superar as adversidades, herói de Homero, em a "Odisséia", obra que data provavelmente do século VIII a.C. e um dos relatos sobre sereias mais antigos de que se tem registro. Nos vinte anos de aventuras pelo Mediterrâneo, onde se perdeu quando regressava à ilha de Ítaca, depois da guerra de Tróia, Ulisses -- ou Odisseu, em grego -- fez uma parada na ilha de Eana, onde morava a feiticeira Circe, conhecida por seus encantamentos, bruxarias e poderes. Mesmo diante da figura de tamanho porte, o guerreiro Ulisses, conhecido também por sua astúcia, durante o tempo que permaneceu na companhia de Circe resistiu às suas temíveis qualidades e acabou ganhando a admiração da feiticeira. Assim, encantada e como prêmio à conduta firme do herói, contou-lhe o segredo para passar pelos rochedos das sereias, sem sucumbir ao seu canto. De volta ao mar com sua embarcação, Ulisses protegeu os companheiros de viagem, tapando seus ouvidos com cera e ordenou que remassem sempre em frente, sem nunca parar. Exigiu também que o amarrassem ao mastro, com pés e mãos fortemente atados e, mesmo diante de seus pedidos ou ordens para ser solto, que não lhe obedecessem e mais firmemente ainda o prendessem. “Vem aqui, decantado Ulisses, ilustre glória dos Aqueus, detém tua nau, para escutares a nossa voz. Jamais alguém por aqui passou em naus escuras, que não ouvisse a voz de agradáveis sons que sai de nossos lábios...” -- "Odisséia", canto XII. Ao ouvir tamanha tentação e o convite feito por vozes tão doces, Ulisses se debateu e pediu para ser solto, mas seus marinheiros o mantiveram amarrado e ele, salvo por sua própria esperteza, levou seu barco a bom porto. Na narrativa de Homero, esse momento é assim descrito: “Assim falavam com melodiosa voz, e eu sentia o coração consumir-se de desejo. Com um aceno dos olhos, ordenava aos companheiros que me soltassem; eles, porém, remavam, curvados sobre remos. Mas Perímedes e Euríloco se ergueram e, com duplas cordas, ligaram-me mais fortemente ao mastro. Somente quando já estávamos longe do ponto de não mais ouvir a voz e o canto das Sereias, meus fiéis companheiros tiraram das orelhas a cera que eu havia posto e me livraram das cordas.” A sabedoria do herói como contada no mito, é própria de quem, além da astúcia, reconhece também seu limite humano e que não pode igualar-se aos deuses, essas forças eternas no inconsciente humano. Ulisses aprendeu, mas o que dizer dos mortais comuns aqui na Terra? Há forças contra as quais não se pode lutar diretamente, porque o ego se perde diante da dimensão arquetípica. Mas esta é uma lição a ser aprendida pelo ser humano. Quando a dinâmica da sereia -- que pode apresentar-se como mulheres belas e jovens prometendo prazeres, ou ofertas de trabalho com ganhos rápidos e fabulosos, ou discursos elo- qüentes de pessoas vazias, entre tantas roupagens -- tem uma ressonância interna no indivíduo, ele corre o risco de parar o barco ou de se distrair e deixá-lo espatifar-se nos rochedos. Qualquer que seja a imprudência, o certo é que a viagem não será concluída. É da natureza da sereia cantar e entender que aquele canto é fascinante e, por isso mesmo, perigoso; implica tam- bém saber quando se deve manter o barco em terra, e quando é hora de empreender viagem. ¨:::::::::: Além do Brioche Evelyne Lever Dois séculos depois de decapitada, Maria Antonieta, última rainha da França, mulher de Luís XVI, ressuscita como mártir, espécie de Lady Di do século XVIII. Os franceses redescobrem, com olhar renovado, a mulher que durante muitos anos foi descrita como o pior exemplo de arrogância da monarquia francesa: déspota, frívola, fútil, traidora da pátria, que menos- prezava o povo e gastava, com extravagância, o dinheiro pú- blico. Foi organizada em ordem cronológica, pela primeira vez, a correspondência da rainha. O trabalho mostra em que sentido Maria Antonieta foi uma exceção. Em geral, rainhas não escreviam cartas, apenas textos protocolares sem importância. Maria Antonieta não: redigiu centenas de cartas, muitas vezes arriscando-se de forma secreta ao enviar missivas para sua família na Áustria, governada por sua mãe, a imperatriz Maria Teresa, para o conde Fersen, o amante que organizou sua fuga, e para revolucionários moderados como Mirabeau. Diante da apatia do marido, Maria Antonieta revelou-se ousada e não hesitou em tomar as rédeas da situação a fim de tentar salvar a coroa. Impressionado com a determinação da rainha em preservar o trono, Mirabeau afirmou: “O reino só tem um homem: é a rainha.” Pelas cartas, descobre-se como a jovem usava perucas extravagantes, gostava de se divertir e ficou conhecida por sugerir que, na falta de pão, os pobres comessem brioche; também lutava por sua independência em relação à Corte; amava secretamente um conde e rompeu com tradições, para compensar sua frustrada vida sentimental, no monumental Palácio de Versalhes, na vizinhança de Paris. Através da correspondência, damo-nos conta de como esta jovem evolui e se forma no plano intelectual e da sensibilidade. A partir de 1780, passada a adolescência, ela amadurece e pensa no papel político que pode desempenhar. Era uma jovem de 14 anos quando chegou à França. Quer agradar e agrada, mas encontra um marido que não está à altura de suas ambições. É um garoto complexado, que não consegue fazer dela sua esposa. Luís XVI tentará consumar seu casamento, sem sucesso. Só conseguirá depois que uma espécie de conselheiro conjugal, o irmão da rainha, Joseph II, explica, em termos bastante crus, o que deveria acontecer no leito conjugal entre estes dois jovens desastrados. Ele a penetrava, mas não ejaculava. Há uma carta de Joseph II, extraordinária, que mostra o drama conjugal entre os dois. É evidente que Maria Antonieta não gostava dessas sessões amorosas fracassadas. Voltou-se, então, para uma vida de prazeres. Não podia amar aquele homem. Tinha sentimentos afetivos bastante limitados por ele. Mas não tinha o direito de amar outro homem. Ela se encontrou numa situação extremamente desagradável e delicada. Preferiu se divertir o máximo possível. Reinvidicou desde cedo o direito de ter uma vida privada longe dos olhares dos outros. Na França, o rei e a rainha viviam em público. O menor gesto não escapava ao povo. Além da corte, da nobreza, qualquer pessoa podia entrar em Versalhes. O palácio era freqüentado por três mil pessoas por dia. Maria Antonieta quebrou este hábito. Mandou construir um pequeno castelo, no parque de Versalhes, o Trianon, para onde convidava amigos e onde não se comportava como rainha; não queria que os amigos se levantassem ou se inclinassem diante dela. Lá, jogava cartas, fazia tapeçaria, era uma mulher como as outras. As pessoas começaram a perguntar o que acontecia no local, pois ela rompia com uma tradição. Maria Antonieta descontentou velhas famílias nobres, que não tinham acesso à rainha e se sentiam frustradas. Começou-se a dizer, então, que ela não tinha uma vida em conformidade com a de uma rainha, que possuía amantes, etc. Ela vivia na companhia de homens sedutores. Tudo isso vai contribuir para uma imagem que não correspondia à verdade. Sua mãe insiste em que ela pense no seu papel de rainha, e que está na França para isso. Compreende-se que esta jovem é frustrada e que vive uma vida de prazeres, encorajada pelo rei Luís XVI, porque este se dá conta de que não está à altura no plano conjugal, e incentiva esta liberdade como compensação, até porque não quer que ela se meta com política. A corte, então, começa a tratar a rainha de “austríaca”. Todas as rainhas da França eram estrangeiras. A mulher de Luís XIV era espanhola, a de Luis XV, polonesa. Mas no caso de Maria Antonieta, o termo “austríaca” torna-se rapidamente difamador porque ela defende os Habsburgos, sua família de origem. A famosa frase atribuída a Maria Antonieta: “Se não têm pão, que eles -- o povo -- comam brioche”, há muito tempo não se diz mais na França. No dia em que ela foi guilhotinada, sua reputação foi completamente mexida. Para uns, virou uma santa da monarquia, e para os republicanos, virou vilã. A decapitação de Maria Antonieta fez muita gente nas ruas, pessoas que não eram nem pró-reinado nem republicanas, chorar. Hoje em dia, Maria Antonieta é vista com mais condescendência, devido ao aspecto humano transmitido através de suas cartas. Temos como exemplo uma carta enviada à Marquesa de Tourzel, e outra a Elizabeth, irmã do rei Luís XVI, pouco antes de ir para a guilhotina: “Sempre acostumei meus filhos a ter grande confiança em mim e, quando eles tiverem problemas, a me contarem. Isso faz com que, quando eu brigo com eles, eu tenha mais ar de pena e de aflita do que de brava. Eu os acostumei de uma forma que saibam que um sim ou um não pronunciado por mim é irrevogável. Mas dou cada vez mais razão a eles, na medida em que crescem...” “É para você, minha cunhada e irmã, que eu escrevo pela última vez. Acabo de ser condenada, não a uma morte vergonhosa, que é apenas para os criminosos, mas vou me juntar ao seu irmão. Inocente como o rei, espero mostrar a mesma segurança que ele, nos últimos momentos. Lamento profundamente abandonar meus pobres filhos...” ¨:::::::::: O Vovô dos Off-roads Se hoje parece loucura cruzar o continente africano de carro, o que dizer de alguém que fez isso em 1909? Pois bem, os alemães estão resgatando a história do “avô” do off-road. Exatos 95 anos atrás, Paul Graetz gastou 630 dias atravessando 9500 quilômetros de leste a oeste, entre Dar-es-Salam, na Tanzânia, e Swakopmund, na Namíbia. Tudo isso a bordo de um carrinho feito pela Suddeutsche Automobilfabrik Gaggenau -- fábrica que anos depois abandonaria esse palavrão para se tornar a Benz, da Mercedes-Benz. A velocidade média era de 15 quilômetros por dia. O veículo tinha chassis de ônibus e motor de 35 cavalos -- que era uma extravagância para a época, e hoje não moveria nem um carro popular. Levava dois tanques de gasolina com um total de 400 litros e, acredite ou não, carregava material para construir pontes móveis: 28 delas foram feitas para a travessia de riachos. Também podia ser desmontado, o que foi necessário 32 vezes, para a transposição de montanhas. Nessas ocasiões, Graetz contratava nativos para ajudá-lo. Por isso, ficou conhecido como Bwana Tucke Tucke -- algo como “mestre do barulho”. ¨ ::::::::::

A Lição do Mestre Anselmo Fracasso Frei Anselmo Fracasso é gaúcho, de Baliza. É sacerdote franciscano, professor, conferencista, autor de diversos livros. Ficou cego quando cursava o científico no seminário. Estudou braille e formou-se em Filosofia e Teologia. Ordenado sacerdote com licença especial de Roma em 1962, reside atualmente no Convento de Santo Antônio, Largo da Carioca -- RJ. Perguntado sobre qual a importância da Campanha da Fraternidade sobre os "diferentes" para nossa vida de cristãos, ele nos relata: -- A Campanha da Fraternidade, enfocando a questão do deficiente, nos chama a atenção, desperta a consciência da Igreja e da sociedade para a realidade dos diferentes deficientes que possuímos. Cerca de 14 por cento da nossa população são deficientes -- físicos ou mentais --, e esse é um grande número de pessoas. Outro ponto muito importante é o de ir ao seu encontro para ajudar. Nisso podemos perceber três pontos muito fortes: 1. Ensinar o deficiente a ver, a valorizar o que tem e não ficar lamentando o que perdeu. Ensiná-lo a fazer tudo o que pode e não lamentar o que não está ao seu alcance. 2. Evitar a superproteção, não fazer por eles o que podem e devem fazer. 3. Evitar a comiseração e pessimismo -- coitado, pobrezinho, que pena --. Esta comiseração não leva a nada. Frei Ludovico Gomes de Castro -- nosso ex-provincial --, quando dos exames feitos em São Paulo, viu minha angústia e me disse: -- Você vai construir a sua vida a partir da cegueira e não a partir da ilusão que vai enxergar... A partir de então, encaminhou-me para aprender braille e datilografia. Depois de 44 anos de vida sacerdotal -- fui ordenado em 4 de outubro de 1962 --, sinto-me feliz e realizado. Ao assumir a cegueira, aprendi a conviver com ela. Ela se tornou caminho de vida e instrumento de aperfeiçoamento. ¨:::::::::: Jóias da Humanidade Cristo Redentor Revista Incrível O Cristo Redentor, “com seus braços abertos sobre a Guanabara” como cantou o célebre compositor e poeta, ao completar 75 anos de existência, continua sendo um símbolo de reconhecimento do Rio de Janeiro, de sua gente e do espírito carioca em todo o país e no cenário internacional. As formas simples do Cristo Redentor o transformaram no logotipo do Rio de Janeiro, mas, por um curto espaço de tempo, uma forma mais rebuscada foi o projeto original. No início, um Cristo segurando uma cruz em uma das mãos e um globo na outra seria a imagem colocada no cume do Morro do Corcovado. No entanto, graças ao Cardeal Sebastião do Leme, que preferiu a forma mais gráfica de uma cruz vista de qualquer parte da cidade, essa idéia foi abandonada. Com 1.145 toneladas e 38 metros de altura -- o equivalente a um prédio de 13 andares -- o projeto do engenheiro Heitor da Silva Costa demorou cinco anos para ficar pronto. Esculpida na França, a estátua foi trazida em partes para o Brasil e, para ser montada no alto dos 710 metros de altitude do Corcovado, os moldes tiveram que ser numerados. O dia 12 de outubro ainda não era feriado quando, em 1931, a cidade parou para ver a iluminação acionada por um sinal de rádio emitido da Itália pelo físico Guglielmo Marconi. Desde então, a estátua de pedra-sabão só sofreu duas reformas -- uma em 1980, quando da visita do Papa João Paulo II ao Rio, e outra em 1990, quando um novo sistema de iluminação deu vida útil às lâmpadas por 24 mil horas. ¨:::::::::: Histórias Interessantes Doutor? Durante o século XVIII, em Vila Rica, atual Ouro Preto, pequenas cirurgias e amputações eram coisas sujas demais para médicos diplomados. Quem as realizava eram os barbeiros, que tinham um canto dedicado a essas atividades em suas lojas. Os nobres barbeiros ainda usavam a navalha para extrair dentes -- função adotada também pelos ferreiros! ¨ *** Existe uma rua no Rio de Janeiro, no bairro do Caju, chamada "Pedro Ivo". Quando um grupo de estudantes foi tentar descobrir quem foi esse tal de Pedro Ivo, descobriram que na verdade a rua homenageava D. Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como Pedro IV -- quarto. Pois bem, algum funcionário da prefeitura, ao pensar que o nome da rua tivesse sido grafado errado, colocou um “O” no final do número. O erro permanece até hoje... ¨ *** Sabedoria Grega -- O grande filósofo Aristóteles (383-322 a.C.) tinha opiniões radicais sobre as mulheres. Dizia que a natureza feminina era um defeito, que o corpo da mulher era inacabado -- ficando completo apenas com sêmen -- e que o filho que se parecesse com a mãe, e não com o pai, tinha herdado características monstruosas. Uau! ¨ *** Guerra -- Durante a ditadura de Hitler na Alemanha, seus opositores usaram um código secreto, no mínimo, inusitado para se comunicar por cartas: palavras cruzadas. Já na Segunda Guerra, os próprios nazistas se valeram da idéia. Depois de despejar bombas sobre Londres, deixavam cair panfletos com palavras cruzadas e propaganda política. ¨ *** Virou Pizza -- Mais uma denúncia de corrupção ronda a política egípcia. Uma pesquisa do arqueólogo Ahmad Saleh mostrou que, durante o Reino Novo Egípcio ê1570 a 1070 a.C), um processo contra os assaltantes de ouro e jóias de uma tumba foi interrompido quando as investigações chegaram a altos funcionários do governo. Segundo Saleh, apenas cidadãos comuns foram punidos. ¨ *** Como fazíamos sem... Banco -- sacerdotes guardavam riquezas nos templos -- e os ourives, em seus cofres. Os sacerdotes da antigüidade tinham uma missão um tanto mais, digamos, mundana do que se dedicar ao culto de deuses: guardar em seus templos a riqueza dos fiéis, como jóias, metais preciosos e até cereais. Os sacerdotes não cobravam nada por isso, mas podiam emprestar esses bens a quem precisasse -- aí, sim, em troca de algum pagamento. O templo mais antigo de que se tem notícia, usado para este fim, funcionava na Mesopotâmia -- atual Iraque -- e tem mais de cinco mil anos. O hábito de guardar o ouro com os sacerdotes se expandiu pelo mundo antigo, principalmente entre os egípcios e os babilônios e, mais tarde, entre os gregos e romanos -- a Igreja Católica chegou a criar, no começo do século XVII, o Banco do Espírito Santo, para facilitar o pagamento de dízimos e indulgências. Durante a Baixa Idade Média, a atividade bancária foi aperfeiçoada nas cidades-estados da Itália, que tinham intensa atividade comercial. Os responsáveis foram os ourives, artesãos que trabalhavam com ouro, prata e metais preciosos. Eles já tinham em suas casas, guardas, cofres para impedir que suas matérias-primas fossem roubadas. Assim, passaram a guardar o ouro da população -- obviamente, ganhando uma taxa. Como garantia, os depositantes recebiam um documento no qual o ourives declarava o peso do ouro de cada um. E, quando precisava de seu ouro, o sujeito emitia uma ordem de pagamento ao ourives. Como falcatrua sempre existiu, começaram a falsificar as assinaturas dos documentos de crédito. Para evitar o problema, o ourives passou a dar aos depositantes, tantos papéis quantas fossem as moedas que ele guardasse. Quem recebia os papéis também achava mais seguro usá-los para fazer pagamentos. Conforme a prática se espalhou, os ourives ficaram com a guarda de todo o ouro da cidade. Os mais espertinhos passaram a emprestar esse ouro a juros, que chegavam a 200 por cento ao ano. O crescimento do negócio foi tamanho que os ourives não tinham mais tempo de exercer seus ofícios, passando a se dedicar exclusivamente a essa atividade financeira. Em tempo: como eles exerciam sua nova profissão sentados nos bancos de madeira dos mercados, passaram a ser chamados de banqueiros. ¨:::::::::: Artes Restauração Histórica Fundados no século IX, os impressionantes templos de Angkor Wat foram, durante 500 anos, o centro político, econômico e cultural do reino do Khmer, no Camboja. Todo soberano que assumia o posto construía seu templo, cada um deles mais elaborado que o anterior. Até que no, século XI, foi erguido o Santuário de Baphuon, em devoção ao poder do deus hindu Shiva, que logo se tornou o mais importante monumento de todo o complexo de Angkor. A história, no entanto, foi cruel: destruído pelos combates da guerra civil cambojana, Baphuon teve as pedras de sua estrutura espalhadas pelo chão. Agora, outro exército -- desta vez armado de boas intenções -- se reúne todas as manhãs para realizar uma delicada tarefa de restauração, que está recolocando no lugar mais de 300 mil pedras do templo de 35 metros de altura, em forma de pirâmide. O trabalho é coordenado por arquitetos e arqueólogos franceses e já é considerado a maior restaura-

ção em templos realizada no mundo. ¨:::::::::: Brasil Volta ao Passado Basta um rápido passeio pela cidade da Lapa, no Paraná, para o visitante ter a sensação de que viaja pelos séculos XVIII e XIX. A apenas 70 quilômetros de Curitiba, ela conserva, em ruas e monumentos, as marcas de dois importantes momentos da história do país: o tropeirismo e a Revolução Federalista. Fundado por volta de 1730, às margens da Estrada da Mata -- um trecho do Caminho dos Tropeiros, que ligava Campos de Viamão -- RS -- e Sorocaba -- SP --, o vilarejo tinha, inicialmente, a serventia única de hospedar os homens que ali passavam, conduzindo mulas e gado por largas distâncias. Para atender às necessidades dos viajantes, o local rapidamente se desenvolveu, de maneira a ter sua categoria elevada, passando a chamar-se Vila Nova dos Príncipes. Somente em 1872 a cidade recebeu seu nome atual: Lapa, que significa pedra, em latim. Trata-se de uma referência à Gruta do Monge, onde o frade João Maria D'Agostinis buscou refúgio em 1847. Devido aos vários milagres atribuídos ao religioso, o local tornou-se ponto de romaria de peregrinos. Mais tarde, em 1894, ali aconteceu um crucial episódio da Revolução Federalista, o Cerco da Lapa. Invadida por três mil combatentes de forças revolucionárias anti-republicanas, a cidade resistiu por 26 dias, embora o contingente de homens aptos a lutar não chegasse a 700. Foi o tempo necessário para que as tropas enviadas pelo governo de Floriano Peixoto conseguissem chegar, derrotando os invasores. Detalhes desse conflito estão disponíveis aos visitantes no Museu das Armas. Mas esse não é o único edifício aberto ao público a revelar aspectos do passado. Há, também, a casa onde morreu o general Antônio Ernesto Gomes Carneiro, um dos líderes da resistência, um dos primeiros imóveis tombados pelo patrimônio histórico local e, no centro velho, 40 edificações do século XIX. Da época do tropeirismo, a cidade conserva a igreja de Santo Antônio, construída entre 1769 e 1784, considerada o marco arquitetônico mais antigo da Lapa. Também remanescente do período é o Theatro São João, com capacidade para 212 pessoas. Construído em estilo elisabetano, foi inaugurado em 1876 e chegou a ser utilizado como enfermaria durante os conflitos da revolução federalista. A população soma cerca de 40 mil pessoas, a maioria descendente de tropeiros. Este personagem é reverenciado com um imenso painel de azulejos, logo à entrada da cidade. Séculos depois de estar sempre de passagem, é ele que permanece no papel de anfitrião dos turistas e peregrinos. ¨:::::::::: Ecologia Coco Substitui Xaxim Há três anos a Coco Verde, fornecedora da fruta e de equipamentos para extração da água de coco, percebeu que o refugo de seus clientes poderia ser reciclado e tornar-se um novo produto. A empresa criou, então, uma linha de produção capaz de captar, armazenar, triturar, secar e separar a fibra de até 40 toneladas da casca do coco e transformá-la num substituto do xaxim, planta em extinção, de extrativismo proibido, mas ainda muito comercializada nas lojas de jardinagem. Para garantir a qualidade do produto, superior ao xaxim, Philipe Mayer, gerente de projetos e negócios, utilizou-se da engenharia agrônoma para descobrir a melhor forma de obter vasos e placas de fibra de coco. A produção tem ainda a vantagem de liberar dos aterros sanitários a casca da fruta, um refugo com grande potencial de reciclagem -- para se extrair um copo de água de coco é produzido um quilo de lixo. ¨ ::::::::::

Lugares do Mundo Suíça Francesa Revista Próxima Viagem Genebra é a maior cidade pequena do mundo. Sua população -- 180 mil habitantes -- é um terço menor que a da cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo. Por outro lado, Genebra é sede de nada menos que 250 organismos internacionais, entre os quais a própria ONU européia, as Organizações Mundiais da Saúde, do Trabalho, do Comércio e assim por diante. Você certamente nunca ouviu falar num acordo ou num tratado de Jundiaí, mas acordos e tratados são a alma de Genebra, não por acaso cenário de vários filmes de espionagem. E se existem espiões, eles certamente estarão instalados entre os diplomatas no prédio de quase 2 quilômetros de comprimento no qual ficam os escritórios da ONU na Europa. Genebra é, portanto, uma cidade de negociadores. Chique, estupendamente ajardinada, limpa, tem excelentes restaurantes para agradar ao paladar de gente que, quase sempre, só se entende de verdade na hora de escolher o vinho. A vantagem de ir a Genebra e não ser um embaixador é que você vai poder desfrutar desse clima internacional sem ter de assinar tratado algum. A cidade tem, também, um centro antigo encantador e uma catedral emblemática na história dos evangélicos. Porque ali pregou Calvino, há quem chame Genebra de “a Roma dos protestantes”. Mas o mais conhecido monumento da cidade é uma coluna d'água que pode ser desligada a qualquer momento, o famoso Jet d'Eau. Encravado no interior de la rade -- que é como os locais chamam a sua porção particular do Lago Léman --, ele é o resultado de bombas poderosas que elevam 7 toneladas de água a 140 metros de altura, provocando delicado arco-íris quando o sol começa a baixar. O Lago Léman, límpido, navegável, piscoso e povoado de cisnes, é o mar da Suíça francesa. A mistura de lagos, picos nevados, vinhedos e propriedades de luxo, há séculos atrai celebridades para a região. Caminhando à beira do Lago Léman -- e os andarilhos contumazes podem fazer praticamente a volta inteira em calçadas bem cuidadas --, você se sentirá tão distante da realidade quanto possível. Esta parte da Suíça faz supor um mundo perfeitamente bem-acabado. Harmonioso como a linha

de montanhas que a estátua de Chaplin observa atentamente. ¨:::::::::: Ciência e Saúde Antidepressivos Podem Acabar com o Amor Humano -- Antidepressivos que aumentam a produção da serotonina -- como o Prozac -- podem colocar em xeque sentimentos de amor romântico. Pesquisas mostram que essas drogas su- primem o desejo sexual e os orgasmos em até 73 por cento dos usuários, diminuem a produção de alguns hormônios nos ovários das mulheres e, nos homens, podem levar à infertilidade; o clomipramine, outro forte antidepressivo, afeta o volume e mobilidade dos espermatozóides. O Homo Sapiens tem 3 sistemas cerebrais para a reprodução. O primeiro, o desejo sexual, evolui para motivar homens e mulheres a ter contato com uma gama de parceiros em busca do ideal. Já o amor romântico surgiu para as pessoas focarem o cortejo em apenas um parceiro, enquanto o amor familiar permite que um casal cuide de seu filho durante a infância. A complexa dinâmica entre esses três sistemas cerebrais, sugere que qualquer medicação que mude o equilíbrio químico pode alterar a capacidade de cortejar, namorar e de ser um bom pai ou uma boa mãe. Essa idéia é perigosa porque há uma forte indústria que investe em vender essas drogas. Milhões de pessoas no mundo inteiro, já usam esses remédios e, à medida que eles viram genéricos, novas pessoas irão usá-los, inibindo suas habilidades de se apaixonar e continuar amando. E, se os padrões amorosos humanos mudarem, todo tipo de atrocidades sociais e políticas podem aumentar. ¨ *** Tecnologia -- Músculo da perna salva cardíaco -- Pacientes enfartados ganham mais uma opção de tratamento. Trata-se de um transplante de células extraídas de um músculo da perna, o quadríceps, para o coração. A técnica foi realizada, com êxito, em um paciente de 72 anos, na França. “Esta é a primeira vez que se trata de um paciente com terapia celular diretamente no coração”, conta um dos cardiologistas responsáveis pela intervenção. Segundo o médico, a vantagem desse tipo de tratamento é o fato de as células trans- plantadas estarem vivas, diminuindo o risco de rejeição e melhorando o movimento do coração. “Trata-se de células dormentes, capazes de gerar novas células musculares”, acrescenta. ¨ *** Astronomia -- Descobertos novos sinais de água em Marte -- Enquanto não saem as conclusões finais das observações da sonda Pathfinder -- rebatizada de Cari Sagan --, que pousou em solo marciano no dia 4 de julho, os astrofísicos estudam pedaços de Marte caídos na Terra. E trazem novidades. Pesquisadores da Universidade do Arizona e da NASA analisaram um meteorito, chamado Lafayette, suspeito de ter saído de lá. Acharam uma combinação de argila e óxido de ferro que só aparece em água líquida. Pela radiação cósmica que a pedra contém, estima-se que tenha deixado Marte há 13 milhões de anos. Como a idade da mistura está avaliada em 600 milhões de anos, o mineral só pode ter-se formado por lá. "Se havia água líquida naquela época, é provável que ela ainda exista no subsolo." ¨ *** Arqueologia -- Relíquias pré-históricas sob as cinzas -- Um forno atravessou nada menos de 3 mil e quinhentos anos de história, datando da Idade do Bronze. Junto com um jarro de cerâmica, usado na época para cozinhar alimentos, e outros utensílios domésticos, ele foi encontrado, por acaso, em Nola, nas proximidades de Pompéia, sul da Itália. Esse importante sítio arqueológico de 1.000 metros quadrados, soterrado pela lava do vulcão Vesúvio, é composto por três casas com muros de madeira, área para cozinhar e um cemitério. Também foram localizados esqueletos de treze cabras, algumas com fetos ainda no interior do corpo. O cuidadoso trabalho de escavação dessa, assim chamada, “Pompéia da Pré-História”, documenta com precisão a vida no século XVIII a.C. ¨ *** Paleontologia -- Uma espécie desconhecida de dinossauro herbívoro, o Changchunsaurus, foi classificada por cientistas chineses. Jin Liyong, diretor do Museu da Universidade de Jilin, afirma que os fósseis, escavados há três anos, remetem a um réptil de 1 metro de comprimento com crânio jamais visto. Ele tinha cinco dentes, andava sobre as patas traseiras e usava as dianteiras para arrancar folhas das árvores. ¨ *** Pesquisa -- Odontologia -- Adeus às dentaduras -- A dentadura parece estar com seus dias contados. O motivo é que pesquisadores britânicos estão desenvolvendo um método para fazer “nascer” dentes naturais para uso em tratamentos odontológicos. Segundo a equipe liderada por Paul Sharpe, pesquisador do King's College de Londres, o dente completo seria originado a partir de um tecido criado em laboratório com células-tronco extraídas do próprio paciente. Em uma pequena cirurgia feita com anestesia local, as células seriam colocadas na gengiva do paciente, fazendo surgir, em poucos meses, um dente novo, com raízes firmemente fixadas na mandíbula e vasos sangüíneos capazes de irrigá-lo. Embora a nova técnica tenha sido testada apenas em camundongos, os cientistas ingleses não vêem razão para que ela fracasse com os seres humanos e apostam tanto no sucesso da invenção que até já criaram uma empresa para oferecer o serviço no futuro. ¨ *** Bem Viver -- Cuide bem do seu jardim -- Muitas vezes, passamos um longo tempo de nossas vidas correndo desesperadamente atrás de algo que desejamos, seja um amor, um emprego, uma amizade, uma casa, etc. Muitas vezes, a vida usa símbolos, acontecimentos que são sinais, para que possamos entender que, antes de merecermos aquilo que desejamos, precisamos aprender algo de importante, precisamos estar prontos e maduros para viver determinadas situações. Se isso está acontecendo na sua vida, pare e reflita sobre a seguinte frase: Não corra atrás das borboletas. Cuide do seu jardim, e elas virão até você. Devemos compreender que a vida segue seu fluxo e que esse fluxo é perfeito. Tudo acontece no seu devido tempo. Nós, seres humanos, é que nos tornamos ansiosos e estamos constantemente querendo “empurrar o rio”. O rio vai sozinho, obedecendo ao ritmo da natureza. Se passarmos todo o tempo desejando as borboletas e reclamando porque elas não se aproximam da gente, mas vivem no jardim do nosso vizinho, elas realmente não virão. Mas se nos dedicarmos a cuidar de nosso jardim, a transformar o nosso espaço (a nossa vida) num ambiente agradável, perfumado e bonito, será inevitável... as borboletas virão até nós! Dê o que você tem de melhor, e a vida lhe retribuirá...! ¨ *** Infância e adolescência -- Abra o olho -- Preste atenção aos sinais de abuso no uso do computador e da Internet Dores ou comprometimento nas articulações motoras usadas na digitação (ou LER -- lesão por esforço repetitivo). Surgimento ou agravamento de dificuldades visuais. Alterações do sono e/ou do apetite (emagrecimento ou ganho de peso). Sinais generalizados de estresse, como irritabilidade. Em casos mais graves e de uso muito prolongado, podem ocorrer distúrbios neurológicos ou cardíacos. Alterações na circulação sangüínea (caso já exista uma predisposição). Dores de cabeça. Dores na coluna. Preocupação constante com a Internet quando está *off- -line*. Dificuldade de reduzir o tempo gasto com a Internet. Redução da produtividade profissional ou escolar. Falta de interesse em atividades fora da Internet. Conversas exclusivas sobre assuntos relacionados com a rede. Uso repetitivo e pouco criativo dos recursos da rede. ¨ *** Mulher -- Voar é Preciso -- Não é necessário prática, estudo nem família endinheirada. Sonhar é para qualquer um. Anésia Pinheiro Machado nasceu num mau momento, quando a família sofria com a perda da lavoura de café. Aprendeu cedo a economizar o sapato no caminho da escola, mas também decidiu rapidamente que não ia precisar de muita sola para vencer grandes distâncias. A moça, nascida em 1904, decidiu que ia ser piloto de avião quando a profissão ainda era algo tão arriscado quanto o trabalho de domador de leões. A própria Anésia, que morreu aos 95 anos em 1999, conta boa parte de suas peripécias. Não foram poucas. Anésia esbarrou com um piloto de avião quando ainda se dedicava à Escola de Farmácia. Um dia depois de fazer seu primeiro vôo, de carona com o gentil desconhecido, descobriu que o piloto, a caminho do Paraná, tinha morrido de um acidente. Nada, nem a experiência nem a tragédia, a impediu de decidir pela aviação. “O avião era um Caudron G-3, não tinha o corpo da fuselagem e era alimentado por um óleo de rícino que borrifava nos olhos da gente”, lembra Anésia. Em junho de 1921, dias depois da morte do amigo aviador, Anésia vendeu a biblioteca, levantou cerca de 120 mil réis e partiu para a capital paulista. “No início do século o piloto era considerado um herói pelo simples fato de voar, decolar e pousar”, conta o pesquisador da história da aviação, Carlos E. S. Dufriche. Imagine quando o piloto era uma mulher. Definitivamente inspirada pelo piloto que tinha encontrado em Itapetininga, Anésia decidiu aprender a pilotar um avião num tempo em que não havia escolas, não havia aeroclube, não havia nada. Em dezembro de 1921 ela fez o primeiro vôo sem instrutor. Ganhou a manchete dos jornais como a primeira brasileira a dirigir sozinha um avião. Voltaria ao alto das páginas no ano seguinte, quando decidiu voar de São Paulo ao Rio de Janeiro para celebrar o centenário da Independência do Brasil. O feito, inédito, impressionou o Pai da Aviação. “Em se querendo, tudo se pode,” ensina Anésia. ¨ *** Zoologia -- Acupuntura para Dragão -- O Jardim Zoológico de Cingapura está lançando mão da acupuntura para tratar os distúrbios neurológicos de Tirto, um dragão de Komodo de 8 anos, 42 quilos e 2,5 metros de comprimento. O lagarto gigante vinha apresentando problemas para comer e andar, e os tratamentos iniciais com esteróides não estavam surtindo efeito. A idéia partiu do veterinário Oh Soon Hock, que está aplicando as agulhadas duas vezes por semana. De acordo com os funcionários do zoológico, a técnica milenar está funcionando e Tirto já está mais relaxado. ¨ *** Alimentos -- Saiba as vantagens de cada fruta para que sua dieta seja mais adequada ao que você precisa: Manga: Purifica o sangue e é boa para a pele. Ajuda no tratamento da acne. Limão: Por ter muita vitamina C, favorece a circulação, cura resfriados e faz bem para o estômago. Ajuda a curar as úlceras da boca. Laranja: Rica em vitamina C, é energizante, laxante e previne infecções. Framboesa: Tonificante, vigorizante e desintoxicante. Kiwi: Possui muita vitamina C, é antioxidante e laxante. Ajuda nos tratamentos contra a tensão, a depressão e as desordens digestivas. Melão: Com muita vitamina A, é bom para a pele e ajuda a manter o bronzeado intenso. Abacaxi: Favorece a digestão e purifica o organismo. Uva: Ajuda a combater a anemia e a fadiga. Previne o câncer e reduz o nível de colesterol no sangue. Também ajuda a limpar e a regenerar o organismo. ¨ *** Remédios Caseiros -- Carqueja -- Tem leve efeito diurético e ajuda na digestão. Acredita-se também que possa diminuir a entrada de glicose no organismo. Alcachofra e boldo -- Aumentam a fabricação da bílis, que atua como um detergente no organismo e auxilia na quebra das gorduras durante a digestão. Para: Diarréia -- Mingau de maisena, sopa de cenoura, canja de galinha com batata, iogurte natural. Prisão de ventre -- Café tem efeito rápido. E ameixas, que são ricas em magnésio. Acidez estomacal -- Meia xícara de arroz cozido sem tempero. Enjôo -- Meia colher de chá de pó de gengibre puro. O efeito vem meia hora após a ingestão e dura quatro horas. É mais efetivo que os antieméticos comerciais. Antiúlcera -- Suco de repolho, um copo ao dia. Cálculo renal -- Três litros de água diariamente, evitam a cristalização dos minerais que formam os cálculos. Insônia -- Leite morno com um pouco de mel; o leite morno é rico em triptofano, um aminoácido indutor do sono; e o mel, em pequenas doses, tem efeito relaxante. Dor de cabeça e reumatismo -- Meia colher de chá de gengibre em pó. Gripes e resfriados -- Canja de galinha, rica em cisteína, precursora da n-acetilcisteína usada como fluidificante de secreções. Os chineses também utilizam para gripe e resfriado o chá de alho. ¨ ::::::::::

Variedades Dicas Para que o frango ou a galinha caipira cozinhem mais rápido, basta adicionar meio copo de cerveja clara no cozimento. Para dar um sabor especial ao peixe, deixe-o mergulhado no leite antes de fritar. Para tirar o excesso de sal do bacalhau, ferva-o com uma colher de sobremesa de farinha de trigo. A farinha absorverá todo o sal. A casca dos camarões sairá com mais facilidade se você despejar por cima água fervente com um pouco de limão ou vinagre. Para que o fígado não endureça, tempere-o com um tomate maduro amassado. ¨ *** Para limpar a casa, use um pano umedecido em água e seis gotas de óleo essencial de eucalipto; ele retira as energias negativas. Conserte aquilo que está quebrado o mais rápido possível. Não guarde nada danificado por mais de uma semana, achando que um dia vai consertar. Se tiver dificuldades em se desfazer de roupas e acessórios, faça o seguinte exercício: ao comprar uma camiseta nova, tire a mais velha do armário. O mesmo vale para qualquer outro pertence. Só tirando o velho sobra espaço para o novo. Mantenha os vidros sempre limpos. As janelas são os olhos da casa. Através delas enxergamos o mundo. Se estiverem sujas, é mais difícil de ver os caminhos da vida. Use a melhor louça que tiver em casa. Descubra os sofás. Pise no tapete branco. Usufrua as coisas boas que você tem e não as reserve só para as visitas. Estenda a arrumação para os seus papéis e documentos. Organize sua bolsa. Faça doações do que não quiser mais. Elas retornam em alegria e felicidade. Encare a arrumação como um exercício de autopurificação e abertura para o novo. Pense que está preparando o cenário para acontecimentos felizes. Lembre-se: harmonia atrai harmonia. Lamúria atrai lamúria. ¨*** Humor Venenosa Três velhinhas se reúnem para o chá da tarde. -- Acho que estou esclerosada. Ontem me peguei com a vassoura na mão e não lembrava se já tinha varrido a casa. -- Isso não é nada. Outro dia eu estava de pé, ao lado da cama, de camisola, e não sabia se tinha acabado de acordar ou se estava me preparando para dormir. -- Nossa -- diz a terceira -- Deus me livre de ficar assim! Isola! -- dando três batidas na mesa. Olhou para a cara das outras e emendou: -- Esperem um pouco que eu já volto! Tem gente batendo na porta. Extrema-unção O velhinho está nas últimas, e o padre tenta dar a extrema-unção. Ele lhe diz ao pé do ouvido: -- Antes de morrer, reafirme sua fé em nosso Senhor Jesus Cristo e renegue o demônio! O velhinho fica quieto. O padre continua: -- Vamos lá, quando se deixa este mundo é preciso se preparar e renegar o mal para juntar-se ao Senhor, o mais rápido possível. Por que você não quer renegar o demônio? Então o velhinho, com voz trêmula: -- Enquanto eu não souber para onde eu vou, não quero ficar mal com ninguém! Prova oral É dia de prova oral e a professora, novata, é supervisionada pelo diretor. Chega a vez de Joãozinho e a professora pergunta: -- O que Dom Pedro disse quando proclamou a Independência do Brasil? Logo depois de fazer a pergunta, o lápis cai no chão e ela se abaixa para pegar. O diretor fica abismado com o decote e faz comentário animado. -- E então, Joãozinho? -- Torna a professora -- O que Dom Pedro disse? -- Pedaço de mal caminho! -- Como? Não é nada disso! Vai ficar com zero! -- Pô, diretor! Se não sabe, não sopra! Os pilotos Na sala de espera do aeroporto, a atendente explica aos passageiros que, apesar de cegos, o piloto e o co-piloto escolhidos são os melhores da companhia. As pessoas embarcam preocupadas e o avião começa a correr pela pista. A aeronave aumenta a velocidade, a pista está quase acabando e nada de decolar. O povo, desesperado, começa uma gritaria histérica. O avião então decola. O piloto vira para o co-piloto e diz: -- Se algum dia o pessoal não gritar, nós estamos ferrados... ¨ ***

Pensamentos "O gênio começa as grandes obras, mas só o trabalho as termina." Joseph Joubert (1754-1824), ensaísta francês. "No Egito Antigo chamavam-se as bibliotecas de remédios para a alma. De fato, curava-se nelas a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e origem das demais." Jacques-Bémnigne Bossuet (1780-1860), bispo francês. "Não escolhemos a forma do nosso destino, mas podemos dotá-lo de conteúdo." Dag Hammarskjöld (1905-1961), estadista sueco, secretário-geral da ONU, de 1953 a 1961. "Para se fazer grandes coisas, não se deve estar acima dos homens, mas junto deles." Montesquieu (1689-1755), filósofo francês. "Se você não consegue atingir o alvo, isto não é culpa do alvo... Para melhorar sua pontaria, melhore a si mesmo." Gilbert Arland. "Criar é conversar com Deus." Betina Orrico (62), jornalista. "Como se pode dizer que um homem tem uma pátria quando ele não tem direito a uma polegada quadrada de seu solo?." Henry George (1839-1897), economista e reformador americano. "Ópera é um evento em que um sujeito é apunhalado pelas costas e, em vez de sangrar, canta." Ed Garner (1901-1963), radialista e comediante americano. "A leitura é para a mente o que o exercício é para o corpo." Rechard Steele (1672-1729), ensaísta, jornalista e político irlandês. "Que é a beleza? É algo que te faz querer dar e não receber." Gibran Khalil Gibran (1883-1931), pintor e escritor libanês que viveu nos Estados Unidos. "A melhor maneira de refutar a quem não tem razão é deixá-lo falar." Sidney Smith (1771-1845), pregador e articulista inglês. "Se o dinheiro não for seu servo, será o seu patrão." Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês. "Se você sente solidão quando está a sós, está em má companhia." Jean-Paul Sartre (1905-1980), filósofo francês. "Aquele que conhece seus defeitos está muito próximo de corrigi-los." Aristarco (cerca de 215-143 a.C), crítico e gramático grego. "Ensinar a juventude é como plantar sementes na estação apropriada." Hipócrates (460-377 a.C), médico grego. "Mentes pequenas são feridas por ninharias." La Rochefoucauld (1613-1680), crítico e escritor francês. "Onde se queimam livros, cedo ou tarde se queimam homens." Heinrich Heine. "Quer amigos, procure nos bons livros: eles são os amigos verdadeiros, que não bajulam ou dissimulam." Francis Bacon. "Tudo crer é de um ingênuo. Tudo negar é de um tolo." Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo e escritor francês. "O uísque é o melhor amigo do homem. Ele é o cachorro engarrafado." sábio anônimo. ¨ *** Etimologia -- Sentimos saudade há 600 anos -- Símbolo da língua portuguesa, o termo surgiu com as navegações. A história da palavra “saudade” se confunde com a pró- pria história de Portugal. Os primeiros registros do vocábulo, datam das cantigas do século XIII, período em que a língua falada na região, ainda era o galego-português. Nessa época, para expressar os sentimentos decorrentes da ausência do ser amado e do desejo de tê-lo de volta, trovadores como dom Dinis e Joam Zorro utilizaram-se dos vocábulos *soidade* e *suidade*, derivados do latim *solitate*, que significava, inicialmente, isolamento, solidão. De acordo com Yara Frateschi Vieira, professora de Literatura Portuguesa da Universidade Estadual de Campinas, foi apenas no século XV, com Dom Duarte, que a palavra “saudade” definitivamente surgiu e se incorporou à língua e à alma portuguesa. Não poderia haver época mais propícia -- o período das grandes navegações e o destino errante do povo português faziam da saudade o principal sentimento, tanto de quem partia para as novas descobertas marítimas como para quem ficava esperando em terra firme. Durante a Renascença Portuguesa, o sentimento alcançou uma dimensão pretensamente filosófica. O poeta Teixeira de Pascoaes foi quem desvinculou a saudade do passado e a transformou em um sentimento presente -- e até futuro. Foi quando ela passou a ser encarada como um motivo de orgulho para o povo português. Não seria exagero dizer que hoje a saudade está para Portugal assim como o futebol está para o Brasil. ¨ *** Que Intriga... Intriga -- Descafeinado? Não, defecado. Comemos o vômito das abelhas -- o mel --, a saliva das andorinhas (os “ninhos de andorinha” dos chineses) e no Marrocos se usa inclusive azeite extraído de sementes contidas em frutos que passaram pelo intestino das cabras e foram expelidas. Mas o que mais surpreende é que o café “Kopi luwak”, considerado o de melhor qualidade no mundo (e o mais caro, vendido na Europa a 3 mil e 600 reais o quilo, com produção de apenas 250 quilos ao ano), deve seu sabor exótico ao fato de atravessar o intestino do *luwak* -- *Paradoxurus hermaphroditus*, um pequeno mamífero predador que vive nas plantações de café da Indonésia. O luwak come os frutos do café e expele as sementes nas fezes. E é nelas que as sementes são catadas, limpas, tostadas, moídas e... bebidas. Marcone submeteu esse tipo de café a exames acurados e descobriu que os ácidos e enzimas do estômago do luwak, modificam a estrutura das proteínas do café. ¨*** Receitas Salpicão crocante Ingredientes: 1 xícara e meia de chá de casca de abóbora ralada; 1 xícara e meia de chá de cenoura ralada; 1 xícara e meia de chá de repolho em fatias finas; meia xícara de chá de talos de salsão em fatias finas; 7 colheres de sopa de maionese; sal a gosto; 1 xícara de chá de proteína texturizada de soja. Modo de fazer: Afervente a casca da abóbora ralada até que fique macia. Junte todos os ingredientes, tempere com sal e acrescente a proteína de soja; misture bem e sirva frio. Salada de macarrão Ingredientes: 250 gramas de macarrão parafuso; 1 xícara de chá de casca de abóbora ralada; 1 xícara de chá de casca de pepino ralada; 100 gramas de apresuntado; 1 colher de sopa de azeite; 1 colher de sopa de vinagre; orégano a gosto; noz-moscada a gosto; sal a gosto. Modo de fazer: Cozinhe o macarrão e escorra-o em uma peneira. Jogue água fria no macarrão ainda na peneira. Escorra e reserve num pirex. Lave bem as cascas e cozinhe-as por 15 minutos, após levantar fervura. Escorra a água e junte as cascas ao macarrão. Acrescente o apresuntado picado e os temperos. Misture e leve à geladeira até a hora de servir. Pudim de goiaba com casca Ingredientes: 3 unidades de goiaba vermelha picada; 2 xícaras de chá de água; 2 xícaras de chá de leite; 6 colheres de sopa de maisena; 2 xícaras de chá de açúcar. Modo de fazer: Lave as goiabas em água corrente e corte-as em pedaços. Bata no liquidificador com a água e passe na peneira. Junte os demais ingredientes e bata tudo novamente no liquidificador. Leve ao fogo até que engrosse, mexendo sempre. Despeje em forma de pudim umedecida com água. Leve à geladeira para tomar consistência de pudim. Doce de casca de melancia Ingredientes: 2 xícaras de chá de casca de melancia; 1 xícara e meia de chá de açúcar; 1 quarto de xícara de chá de água; cravo a gosto. Modo de fazer: Retire a casca verde da melancia, utilizando apenas a polpa branca. Rale em ralador grosso e reserve. Faça uma calda com o açúcar, a água e o cravo. Acrescente a casca da melancia ralada e deixe cozinhar até apurar. ¨*** Utilidade Pública Direitos dos Trabalhadores A Constituição Federal, no Artigo 7.o garante direitos que visam proporcionar melhores condições de vida e de trabalho a todos os trabalhadores urbanos e rurais. São direitos dos trabalhadores: Carteira de Trabalho e Previdência Social; Salário Mínimo; Trabalho noturno com remuneração de 20 por cento superior ao diurno na área urbana e de 25 por cento na área rural: Repouso semanal; Férias anuais remuneradas; Décimo Terceiro Salário; Licença à gestante, com estabilidade no emprego da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto; Licença-Paternidade; Vale-Transporte; Programa de Integração Social -- PIS; Adicional de Insalubridade e de Periculosidade; Seguro de Acidente de Trabalho; Aviso Prévio; Rescisão Contratual; Reclamações na Justiça do Trabalho; Seguro Desemprego e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS. Alguns desses direitos não são extensivos à empregada doméstica. ¨:::::::::: Informativo IBC "O fato de estarmos comemorando 154 anos de atividades, já confere o valor desta Casa e de seus servidores. A longevidade deste órgão conduziu seus funcionários pioneiros para a história. Seus sucessores viraram saudades em nossos corações. Hoje, quem inicia sua carreira no Instituto Benjamin Constant, começa com a legenda de um século e meio de ação. Trabalhar nesta Instituição, portanto, é um orgulho e uma responsabilidade muito grande. Nós somos o IBC. Somos as publicações, os atendimentos oftalmológicos e dentários, as refeições, as pesquisas, os cursos de formação, o atendimento psicológico, a manutenção do prédio, a segurança dos alunos, o trabalho fonoaudiológico, a disseminação do conhecimento, o bom uso do orçamento e até o som que agora escutamos. Somos a expectativa e a esperança de milhares que procuram os serviços do IBC, anualmente! E somos valorizados por esta clientela de todo o Brasil. Assim, apesar do momento de festa, não posso deixar de lembrar que mesclada à missão profissional, são os servidores, em seus lares, a esperança de uma melhor qualidade de vida, de crescimento e prosperidade de suas famílias, por conta de seu trabalho. Uma sonhada valorização via salário, que seria condizente com a responsabilidade já citada, está cada vez mais distante da realidade. Da mesma maneira que não nos acomodamos no serviço, não podemos permanecer passivos quanto a esta situação dos funcionários técno-administrativos das instituições federais de ensino. Falei em esperança, mas na boa esperança. Falei da esperança do povo guerreiro que vem aprender a superar as dificuldades aqui no IBC. Na esperança do funcionário obter melhores condições e daí melhores resultados. Na esperança de mais verba para a educação e nada para o mensalão. Na esperança de mais dinheiro para a prevenção das causas da cegueira e nenhum dinheiro voando embaixo das calças e na esperança de remuneração mais justa aos servidores e menos ambulâncias injustificavelmente caras. Nesta data especial, renovo em nome de meus colegas Téc- nico-Administrativos do Instituto Benjamin Constant, o nosso compromisso com o público, com a história do IBC e com o ideal de servidores que promovam a igualdade social. Parabéns ao Instituto Benjamin Constant!" Leonardo Raja Gabaglia ¨ *** Curso de Direito para cegos -- Uma parceria inédita do Instituto Benjamin Constant com a Ordem dos Advogados do Brasil-OAB incentivará o ingresso dos portadores de deficiência visual na advocacia. Na primeira etapa, o Projeto Direito Sem Limite cadastrará todos os universitários cegos do Rio de Janeiro. Em seguida, o programa da OAB formará grupos de estudos de Legislação para orientar os direitos e deveres do cidadão; quinzenalmente, os alunos aplicarão esse conhecimento na prática em um balcão jurídico prestando serviço e encaminhando casos para a solução legal. O projeto também pretende criar, para os futuros advogados, um acervo em áudio com os principais livros do curso. "O Direito sem Limite é inovador, tem um cunho social significativo e conta com o apoio da entidade de classe, professores e estudantes. Um dos grandes méritos dessa causa é justamente imprimir na OAB o dever social, ofício que a instituição exerce ao longo de sua história", afirmou Nelly Potter, idealizadora do projeto e integrante da Comissão Jovem da Ordem dos Advogados do Brasil. ¨ *** Cid Moreira Participa de entrega da Bíblia ao IBC -- SBB faz superprodução sobre as passagens contidas no Livro Santo -- A Sociedade Bíblica do Brasil-SBB mais uma vez contempla o Instituto Benjamin Constant. Os 4 volumes da sagrada escritura gravados pelo locutor Cid Moreira foram doados à Biblioteca Louis Braille. A cerimônia de lançamento e a entrega aconteceram no auditório Maestro Francisco Gurgulino de Souza e contou com a presença da Diretora-Geral em exercício do IBC, Glória Almeida, do Secretário Regional da Sociedade Bíblica no Rio de Janeiro, Adílio José Emerich, entre outros convidados. "Este é um trabalho de suma importância, pois a sociedade precisa se rehumanizar e só através da bíblia isso é possível. O IBC muito agradece", disse a professora Glória, ressaltando o valor da iniciativa da SBB. A doação reúne 6 CDs, 4 do Antigo e 2 do Novo Testamento. Os produtores da SBB estimam que ainda faltam 10 volumes para a conclusão da obra. Cid Moreira lembrou o empenho de todos os envolvidos no projeto. "Formada por profissionais dedicados, a equipe trabalhou em média 12 horas por dia para concluir esse maravilhoso serviço", disse o profissional da voz. A Bíblia em Áudio é uma das ações que a SBB desenvolve há mais de 10 anos em prol do deficiente visual. Existe no Brasil um grande número de cegos que não sabem ler em Braille e para acessar a literatura, buscam o livro falado. As gravações são para todos escutarem: na escola, em casa nos momentos de reflexão e até no carro. Adílio Emerich falou sobre o momento histórico e frisou que jamais houve um investimento e uma produção com diretores, atores, engenheiros de áudio, sonoplastas, etc. A Bíblia em Áudio custa 60 reais. Mais informações através do ~,www.sbb.org.br~, pelo tel.: 0800-7278888. ¨:::::::::: Noticiário Especializado Associação Brasiliense de Deficientes Visuais -- ABDV. A ABDV é uma instituição que presta um importante serviço social. Foi fundada há 22 anos por um grupo de deficientes visuais que não se contentaram com a superação pessoal e, movidos pelo espírito de solidariedade, resolveram ajudar outros deficientes cuja situação era agravada pelas diferenças sociais. Hoje agrega mais de 800 associados e tem um papel fundamental no cotidiano dos deficientes visuais de Brasília: Atende os estudantes com o transporte de sua residência até a escola -- CEEDV -- Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais --, na 612 Sul, até que o mesmo adquira autonomia e consiga andar de ônibus convencional. Fornece almoço aos estudantes que moram longe do Plano Piloto. Empresta máquinas Perkins de escrever em Braille para os associados -- equipamento caro, pois só há máquinas importadas. Atua junto a empresas e à Secretaria de Trabalho, ajudando no preenchimento de vagas no mercado de trabalho, conforme cotas estabelecidas em lei. Busca parcerias visando ao desenvolvimento profissional e artístico dos deficientes visuais com o objetivo de fomentar a geração de renda e o aumento da auto-estima. Fornece bengalas, regletes -- prancheta usada na escrita Braille --, sorobã -- ábaco adaptado e outros equipamentos, sem custo para o asso- ciado. Abriga uma biblioteca com livros em Braille e em áudio. Estimula a prática de esporte através de parcerias com outras instituições. Mantém uma sede social na 903 Sul e um Posto de Atendimento na Rodoviária. A ABDV tem um papel fundamental no cotidiano dos deficientes visuais de Brasília, porém só a contribuição dos associados, não é suficiente para a manutenção dos serviços prestados. A Entidade se mantém através da contribuição voluntária de cidadãos que atendem aos apelos de um telemarketing, o que nos incomoda, pois fortalece o estereótipo de que somos coitados e não cidadãos. Por isso, a atual diretoria, busca uma forma mais digna de receita para a ABDV, substituindo aos poucos a doação voluntária por prestação de serviços e venda de produtos fabricados pela Entidade. Com este objetivo estamos instalando uma fabriqueta para confecção de sacos de lixo e sacolas plásticas. Estamos buscando, também, parcerias para implantar uma oficina de arte/artesanato em argila. E com ajuda da sociedade, estamos tornando realidade a inclusão das pessoas com deficiência. Ajude a construir a cidadania de pessoas com deficiência visual. Ajude a ABDV. Contatos: SGA-SUL Quadra 903 Conjunto C -- Brasília-DF, CEP. 70390-030 -- Telefone: (061)3323-5822 Site: ~,www.abdv.org.br~, E-mail: abdvweb@gmail.com ¨ ::::::::::

Troca de Idéias J. Ricardo Lima QNM 17 -- Conjunto B, Casa 29 Ceilândia Sul Brasília, DF 72215-170 Gostaria de corresponder-me com moças de até 42 anos. Tenho 30 anos e sou muito simples. Sou aposentado e com condições razoáveis. Cícero Oliveira da Silva Rua Nossa Senhora de Lourdes, 89 Juazeiro -- CE 63020-170 Tenho 36 anos, sou simpático, alegre e romântico. Também sou pedagogo. Desejo receber correspondência daquelas pessoas que queiram fazer uma boa amizade. Pode ser em português ou espanhol. Genésio Santos Silva Rua M, 17 Urbis III Alagoinha -- BA 48090-020 Gostaria de fazer contato com pessoas de qualquer parte do Brasil, qualquer idade e de ambos os sexos. José Geraldo M. Filho Av. Rangel Travasso, 465 João Pessoa -- PB 58070-120 Gostaria de dialogar com pessoas de ambos os sexos para alargar meu leque de amizades. Shirley Grazieli Pereira Fernandes e Adriano Melo Rita Rua Alberto Bosco, 775 Vila Padre Anchieta Campinas -- SP Gostaríamos de nos corresponder com pessoas evangélicas de ambos os sexos da Igreja Evangélica Quadrangular em especial, de qualquer parte do mundo, que se comuniquem em português, em carta braille ou fita. ¨:::::::::: Ao Leitor Solicitamos, aos leitores da RBC abaixo mencionados, que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Airton Leão Maria de Lourdes Rodrigues