õeieieieieieieieieieieieieieio õ o õ Revista Brasileira o õ para Cegos o õ o õ Ano LXIII n.o 504 o õ Julho-Dezembro o õ de 2005 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador da RBC o õ Prof. José o õ Espínola Veiga o õ Responsável pela RBC o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca — Rio de Janeiro o õ RJ — Brasil o õ 22290-240 o õ tel: (0xx21) 2543-1119 o õ Ramal: 145 o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Editorial :::::::::::::: 1 Dando o que Tem ::::::: 2 Guerra de Tróia ::::::: 3 Show do Ministro Brasileiro ::::::::::: 10 Apesar da Liberdade ::: 15 Pouso Forçado ::::::::: 20 In Memoriam de Edison Ribeiro Lemos ::::::: 23 A Mão que Lê ::::::::: 28 Jóias da Humanidade ::: 28 Histórias Interessantes :::::::: 30 Artes :::::::::::::::::: 38 Brasil ::::::::::::::::: 42 Ecologia ::::::::::::::: 46 Lugares do Mundo :::::: 47 Ciência e Saúde ::::::: 54 Variedades ::::::::::::: 79 Informativo IBC :::::: 104 Noticiário Especializado :::::::: 107 Troca de Idéias ::::::: 111 Ao Leitor ::::::::::::: 114 :::::::::: Preconceito “O homem pensa, a mulher sonha” (Victor Hugo). Lamentavelmente, este era o conceito que se fazia sobre a mulher no século XIX. No decorrer dos anos, no entanto, o preconceito recrudesce, como, por exemplo, com o exacerbado nazismo, aniquilando o pro- gresso, a digna caminhada... Que seria do mundo se não fossem as diferenças: as várias religiões, as diversas etnias, os múltiplos sistemas políticos?... É a diversidade que enseja o crescimento pessoal, o progresso dos povos. É a troca de experiências que gera o conhecimento das várias tecnologias em prol de toda a humanidade. É a miscigenação, e não o cruzamento entre raças semelhantes, que faz um povo forte. Há ainda o preconceito que sofremos nós, os “deficientes”, apesar de “eficientes”. Como diz Rachel de Queiroz: “Deficientes somos todos nós: uma miopia, uma unha encravada...” Não há justificativa possível para que uns rejeitem ou- tros em nome de alguma diferença. Perante Deus, Alá, Jeová, ou outra força cósmica que nos reja, somos todos iguais. :::::::::: Dando o que Tem Um sábio chegou à cidade de Akbar, mas as pessoas não deram muita importância. Conseguiu reunir em torno de si apenas alguns jovens, enquanto o resto dos habitantes ironizava seu trabalho. Passeava com os poucos discípulos pela rua principal, quando um grupo de homens e mulheres começou a insultá-lo. Ao invés de fingir que ignorava o que acontecia, o sábio foi até eles e abençoou-os. Ao sair dali, um dos discípulos comentou: -- Eles dizem coisas horríveis, e o senhor responde com belas palavras. O sábio respondeu: -- Cada um de nós só pode oferecer o que tem. :::::::::: Guerra de Tróia Revista Superinteressante Tróia existiu? Finalmente, a resposta é sim. Na verdade, muitas Tróias existiram, superpostas, ao longo de 3 mil anos, nesse mesmo recanto da Frígia, um antigo país da Ásia Menor, hoje Turquia. Mas a pergunta não é bem essa. O que queremos saber, de fato, é se existiu aquela Tróia do rei Príamo; do enorme cavalo infiltrado pelos gregos; da guerra que durou dez anos, narrada num grande poema, a “Ilíada”, cuja luz ilumina a cultura ocidental. A resposta é: talvez. Mas esse talvez ganha consistência, ano a ano, e hoje já está muito perto de uma certeza. Embora alguns poucos continuem afirmando que Tróia possa ter-se situado em qualquer ponto do Mediterrâneo onde os piratas gregos costumavam saquear cidades, o foco está se fechando sobre esse ponto da Ásia Menor. Há fortes indícios de que a Tróia lendária é a sétima camada, -- ou talvez a sexta -- dessa lasanha arqueológica, recheada de relíquias, que é a colina que, em turco, recebe o nome de Hissarlik, perto do Estreito de Dardanelos. Durante muito tempo, pensou-se que a Tróia referida na “Ilíada” fosse tão-somente uma lenda -- como a de Atlântida -- ou fruto da imaginação de um poeta. Mas mesmo a existência desse célebre Homero é discutível. Nada se sabia sobre ele na Alta Antigüidade. Talvez tenha nascido no século IX a.C., não muito longe de Tróia. Pode ter sido um aedo: cantor nômade que naquela época percorria as cidades gregas, cantando as façanhas dos heróis. E, segundo dizem, cego. Além disso, mesmo que tenha existido de fato um Homero, deve-se considerar que ele relatou na “Ilíada” eventos ocorridos séculos antes, quando se deu o saque da cidade que está na sexta camada da colina. Isso tudo dá uma idéia do grau de incerteza que cerca os pouco mais de 15 mil versos do mais antigo poema épico do mundo ocidental. Nosso hábito de falar em “gregos” e “troianos” como forças opostas, pode fazer crer que se tratavam de povos distintos em choque. No entanto, a julgar pelo relato de Homero, gregos e troianos eram, por assim dizer, farinha do mesmo saco. Tinham língua, crenças e hábitos semelhantes. O nome Ilíada vem de Ilion, forma como os gregos chamavam Tróia. O relato de Homero abarca as sete últimas e decisivas semanas de uma guerra que teria durado dez anos, entre 1250 e 1240 a.C. O pano de fundo do conflito foi a situação geopolítica e comercial da região. Tróia, governada pelo rei Príamo, controlava o tráfego no Estreito de Dardanelos -- também chamado de Helesponto pelos gregos –-, um canal de 40 quilômetros de extensão e 1 quilômetro de largura que liga o Mar Egeu ao de Mármara, onde hoje fica Istambul. Seu porto era vital para o comércio, entre o segundo e o terceiro milênios antes de Cristo. Para desembarcar suas mercadorias ali, os gregos tinham de submeter-se aos impostos e restrições dos troianos. Além da importância estratégica, Tróia era uma espécie de cidade sagrada e pólo cultural, -- como Jerusalém, mais tarde --, servindo de ligação entre a Europa e a Ásia. Por essas razões, constituía um estorvo para os poderosos gregos, que queriam expandir os seus negócios. O estopim da guerra, segundo a “Ilíada”, teria sido o rapto da formosa Helena, mulher do rei de Esparta, na Grécia, por um homem que ele tinha como hóspede, o príncipe troiano Páris. O marido ultrajado, o rei Menelau, apela para seu irmão, Agamenon, rei de Micenas, que une as forças das cidades do centro e do sul da Grécia e comanda a expedição que atravessa o Mar Egeu e desembarca na Ásia Menor. Durante uma década, os gregos impõem um cerco implacável à cidadela troiana, sem contudo conseguir ultrapassar suas fortes muralhas. Grandes guerreiros morrem em combate, como o grego Aquiles e o troiano Heitor, filho de Príamo. A guerra só se resolve graças à perspicácia de Ulisses – Odisseu, em grego --, rei da ilha de Ítaca, que faz parte da coligação dos exércitos atacantes. Ele é o mentor do plano de invasão de Tróia. A esquadra grega finge se retirar, mas deixa em frente à cidadela um gigantesco cavalo de madeira -– animal sagrado, para os troianos -- cheio de guerreiros em seu interior. Os homens de Príamo o recolhem, como se fosse um presente -- “presente de grego”, -- daí a expressão e isso sela sua sorte. Dentro das muralhas, os gregos saem do interior do cavalo, abrem as portas da cidade para o exército entrar e promovem uma carnificina. Tróia é arrasada pelos invasores. O rei e seus parentes são passados a fio de espada. Com a vitória, os gregos resgatam Helena e passam a controlar o tráfego marítimo no Estreito de Dardanelos. É verdade que o grego Homero contou essa história meio assim... pois o poeta cego faz que não vê muito bem as vitórias troianas, e trata de não dar muito realce a elas, assim como raramente enxerga as flechas que atingem seus compa- triotas. Fazendo as contas, ao longo da “Ilíada”, só 50 gregos são mortos, contra 200 troianos. Mesmo com as patriotadas de Homero e as imprecisões fac- tuais, a “Ilíada” é um relato espetacular. O embate dos homens, com interferências dos deuses, é um tratado sobre a vida humana na Terra. Essa história já foi contada e recontada nos quatro cantos do mundo. Referências ao calcanhar de Aquiles – sua única parte vulnerável, alvejada por Páris --, ao cavalo de Tróia e à odisséia em geral até hoje aparecem, a todo momento, em contos e poemas nos mais di- versos idiomas. :::::::::: Show do Ministro Brasileiro Durante um debate em uma universidade nos Estados Unidos, o ex-governador do DF, Cristovam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque: "De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA, até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de comer e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa, só nos- sa!." :::::::::: Apesar da Liberdade... Revista Marie Claire O Castelo de Sherwood, base de Milorad Milakovic, um ex-ferroviário que se transformou em famoso traficante de escravos, parece um gigante à espreita, perto da cidade de Prijedor, no noroeste da Bósnia. Sob as muralhas de estuque, rapazes musculosos e cobertos de tatuagens vigiam a entrada. Ao lado, os três tigres siberianos de estimação de Milakovic andam de um lado para o outro em seu cativeiro cercado por grades. Victoria, loura, míope, fuma sem parar e, aos 20 anos, já é veterana no mercado da escravidão. Durante três anos, fez parte dos estimados 27 milhões de homens, mulheres e crianças que vivem como escravos no mundo todo -- confinados ou presos e forçados a trabalhar, controlados por meio de violência ou tratados como propriedade. A odisséia de Victoria começou quando tinha 17 anos e havia terminado seus estudos em Chisinau, a capital decadente da ex-república soviética da Moldávia. "Lá não havia trabalho”, explica. Então, quando um conhecido sugeriu que poderia ajudá-la a conseguir um emprego em uma fábrica na Turquia, ela aceitou a proposta dele de levá-la, de carro, até lá, atravessando a Romênia. "Mas, quando percebi que seguíamos para o oeste, em direção à fronteira com a Sérvia, notei que alguma coisa estava errada." Tarde demais. Na fronteira, foi entregue a um grupo de sérvios que lhe deram um passaporte novo, segundo o qual ela tinha 18 anos. Eles a estupraram, dizendo-lhe que morreria se resistisse. Então, foi enviada, sob guarda, até a Bósnia, a república balcânica que estava sendo reconstruída, graças à ajuda humanitária internacional, depois de anos de genocídio de uma guerra civil. Victoria transformara-se em objeto e, como tal, fora comprada e vendida dez vezes por diversos donos de prostíbulos, nos dois anos que se seguiram, pagando cerca de 1,5 mil dólares por transação. Até que fugiu, no quarto mês de gestação, por medo de ser obrigada a abortar. Em novembro de 2000, a Força-Tarefa Policial Internacional, FTPI, apoiada pela ONU, invadiu casas noturnas e prostíbulos de Milakovic em Prijedor e libertou 34 moças com histórias parecidas com a de Victoria. "Tínhamos que dançar, beber muito e ir para o quarto com qualquer um” declarou uma delas. "Fazíamos, apenas, uma refeição por dia e só dormíamos de cinco a seis horas. Se não fizéssemos o que mandavam, os guardas nos espancavam.” Tudo o que recebia ia para seu dono para quitar sua "dívida" -- o valor que ele pagara para comprá-la do dono anterior --. Era mantida sob estado de servidão até que a quantia devida a quem quer que a possuísse tivesse sido recuperada. Então, era vendida novamente e começava a trabalhar para pagar a nova "dívida" com o novo dono. Apesar de a escravidão tradicional ainda existir em várias partes do mundo, a escravidão por dívida, com algumas variações, é a forma mais comum de servidão atual. Qualquer dono de bar na Grécia pode mandar alguém comprar mulheres no sul da Bulgária, com pagamento à vista. O preço de uma moça, naquela área, gira em torno de mil dólares, mas, com negociação, dá para levar duas pelo mesmo preço. Máfias de tráfico e contrabandistas introduziram 35 mil pessoas na Europa Ocidental durante a última década do século XX, pela região de Trieste, conduzindo-as durante a noite, atravessando as montanhas íngremes e as florestas que margeiam a fronteira com a Eslovênia. Mas esse é apenas um dos diversos funis que conectam mundos pobres e ricos. ::::::::: Pouso Forçado Roman Tursky, piloto da Força Aérea da Polônia, fazia um vôo sobre a Alemanha quando sua aeronave sofreu uma avaria mecânica; fez um pouso forçado em solo alemão, mandou seu avião para a oficina e foi passar a noite num hotel. Na manhã seguinte, enquanto caminhava pelo corredor, um homem miúdo passou correndo e chocou-se contra ele. Roman Tursky ofendeu-se. Mas, ao olhar para a face do homenzinho, viu-a empalidecida de medo. E o homem gritava: -- Gestapo! Gestapo! Gestapo era a polícia secreta da Alemanha. Era evidente que aquele homem estava sendo caçado pela Gestapo. Roman Tursky empurrou-o para dentro de seu quarto e o enfiou debaixo da cama. Logo a seguir, chegou a polícia e interrogou Tursky. Como ele não entendia a língua deles, os policiais foram embora. O piloto se ofereceu para levar o homem consigo para Varsóvia, mas sugeriu que ele se escondesse pouco antes da chegada do avião ao aeroporto, porque era provável que a polícia lá estivesse para revistar o aparelho. Fez o homem descer numa planície antes de atingir o aeroporto principal. Sem sombra de dúvida, lá estava a polícia pronta para buscar aquele homem. Tursky esqueceu o incidente. Pouco mais tarde, a Polônia foi ocupada pela Alemanha. Tursky voou para a Inglaterra, engajou-se na Força Aérea Britânica e se tornou um herói de guerra. Depois de destruir bom número de aviões inimigos, seu próprio avião foi abatido e se espatifou contra o solo. A equipe de resgate encontrou-o mais morto do que vivo. Levado ao hospital mais próximo, o médico hesitava em operá-lo. No dia seguinte, os jornais traziam notícias do acidente de Tursky. O piloto achava-se em coma. Mas, ao retomar a consciência, viu a seu lado um homem baixinho, que o olhava com brilho nos olhos. -- Lembra-se de mim? Perguntou ele a Tursky. -- Sou aquele homem que você salvou! Li hoje de manhã as notícias de que você se encontrava em coma, entre a vida e a morte, e imediatamente tomei um avião para cá. -- Mas para quê? Perguntou-lhe Tursky. -- Porque -- respondeu-lhe o homem -- pensei que poderia ajudar. Dizem que, entre os especialistas em cirurgia cerebral, sou um dos melhores. Vim para fazer a operação que salvou a sua vida. "Como é verdadeiro o ditado que diz: O bem que você planta, você colhe! Mas o mal que você faz, esse recai sobre você." :::::::::: In Memoriam Edison Ribeiro Lemos Por Joana Belarmino A tiflologia brasileira vive hoje um grande momento de pesar e de perda. Deixou de estar entre nós, o educador, pesquisador do braille e líder associativista, Edison Ribeiro Lemos. Complicações posteriores a uma cirurgia, encerraram uma vida de 76 anos dedicados à causa da cegueira, finalizaram uma militância ativa, dinâmica e plena, que prosseguiu até poucos dias antes da sua morte. As lembranças que agora afloram são inúmeras. Os discursos vibrantes do associativista, entremeados por momentos de profunda emoção, foram assistidos por centenas e centenas de platéias de congressos e outros eventos para pessoas cegas, nos mais de 50 anos de sua atividade. As noites eram para a festa. Para a música. Para a conversa descontraída. Nunca me esqueço de uma noite festiva, em um congresso de cegos, em que cantei, à capela, uma música que fala da nossa negritude, da nossa indianidade. Nos outros congressos, quando me pediam para cantar, a voz do professor, alegre e vibrante exigia: "Cante as duas metades!" "sou assim, metade negro metade tupi, metade negro metade tupi". O professor Edison, fez amigos para além do Brasil. “Era muito jovem quando pude assistir à visita do Professor Branco Rodrigues ao nosso país, nos anos 50.” Contou-nos sobre esta visita, em entrevista concedida a mim e ao Fernando Matos, por ocasião do Congresso da União Brasileira de Cegos, realizado em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, em novembro de 2003. Sua colaboração para a confecção da Grafia Braille Unificada Brasil-Portugal é um dos grandes legados que contam com seu competente labor junto à Comissão Brasileira do Braille. Ler em braille era, para o professor que ficou cego na infância, um gesto de profunda reverência e amor. Quando falava sobre esse gesto, ele sempre o associava à poesia, e os seus dedos tocando o relevo Braille exercitavam uma espécie de poética que podia mesmo assemelhar-se à tessitura de uma prece, de uma suave dança que ele sempre associava a um processo de iluminação. O professor estava permanentemente pensando no braille. O seu cérebro, a exemplo de uma oficina de brincar, inventava coisas singulares, como "os diálogos com Luís Braille". Uma tarde ele nos contou sobre isso: a mim, ao professor Jonir Bechara, à Regina Fátima e à querida Lusia Almeida. Estava sorrindo e disse que numa noite chegou a ligar o gravador para deixar Luís Braille falar. Os diálogos com Braille não eram senão o exercício inteligente e apaixonado de um dos leitores mais experimentados do relevo Braille no Brasil, alguém de quem Luís Braille se orgulharia, com quem de fato gostaria de conversar, com quem discutiria os meandros do seu simples e ao mesmo tempo complexo código de seis pontos justapostos. Temos muita saudade agora. E vamos contemplando o caudal das lembranças, sem encontrar nada que contradiga a admiração e a alegria de termos podido privar do seu contato, da sua amizade, do seu conhecimento. Esta carta é um modo de criar um lugar para nós, para o encontro de nossas mãos, as mãos de todos os seus amigos, para engendrarmos um abraço derradeiro para este grande militante das coisas da ce- gueira. ***

A Mão que Tudo Lê José Américo Motta Pessanha “... A mão que realiza aquilo que parecia atribuição exclusiva da visão: a mão que lê, o tato que decodifica sinais, que decifra a escrita, que acaricia inteligentemente o papel e colhe tesouros literários com as pontas sensíveis e atentas dos dedos. Essa mão arguta descobre conceitos universais a partir da singularidade das impressões táteis, desvenda construções imagéticas, mergulha no fluxo das narrativas, recolhe os registros da memória. É mão que desata o pensamento e a imaginação." :::::::::: Jóias da Humanidade Acrópole Valdemir Cunha A Acrópole é o maior exemplo dos avanços culturais alcançados pela civilização grega durante o século V a.C., época em que viveram os filósofos Sócrates e Platão. Construída sobre um monte de 45 metros de altura, em Atenas, a capital da Grécia, a Acrópole – que significa “cidade alta”, em grego – é, na verdade, um enorme complexo de templos e teatros de arena. Seu principal edifício é o Partenon, erguido entre 447 e 432 a.C. para abrigar uma estátua de 12 metros da deusa Atenas, a protetora da cidade. Na parte baixa, estão os teatros de Herodes e de Dionísio. Depois de seriamente danificados durante o domínio da Grécia pelos turcos, os edifícios da Acrópole já passaram por diversas restaurações. Partenon -- Iniciado durante o governo de Péricles, no auge da democracia grega, tinha colunas dóricas e formas geométricas simples, mas era ornado com delicados relevos nos frontões e laterais. Erectheion -- Erguido por volta de 420 a.C., sua principal característica eram as Cariátides, estátuas de virgens que faziam as vezes das colunas de sustentação. Teatro de Dionísio -- Abrigava até 17 mil pessoas. Aqui foram encenadas peças de Sófocles, Ésquilo e Aristófanes. :::::::::: Histórias Interessantes Um Profeta Irado -- Moisés passara quarenta dias e quarenta noites no topo do Sinai, tempo suficiente para o povo imaginar que o profeta havia morrido, e se corromper. Os líderes recolheram jóias e peças de ouro, fizeram um grande bezerro e toda a gente passou a adorar a imagem, herança do politeísmo egípcio. Ao descer do monte, com as Tábuas dos Dez Mandamentos, Moisés viu a algazarra no meio de Israel e indignou-se. Quebrou as tábuas da lei e ordenou, a todos que não participavam da festa profana, que matassem os rebeldes. Naquele dia foram mortos 3 mil israelenses, pelas espadas de seus próprios irmãos. A Bíblia não define precisamente, mas tudo indica que Moisés voltou ao topo do Sinai poucos dias mais tarde, com outras duas tábuas de pedra, para que Deus lhe desse os Dez Mandamentos do povo de Israel. No livro do Êxodo, o próprio Moisés diz que: "O povo caiu em fornicação com as filhas de Moab, as quais o convidaram para os seus sacrifícios." A intenção do rei de Moab não era apenas corromper os israelenses, incitando à luxúria dos homens, mas também macular sua fé num único Deus. E conseguiu. O que se viu foi um verdadeiro bacanal. Uma orgia temperada com cultos de adoração a deuses pagãos. Diante daquela explosão de promiscuidade, um irado Moisés ordenou: "Cada um mate os homens de sua tribo que se corromperam". Homens e mulheres foram mortos à espada, degolados ou enforcados. Sob ordens do profeta, irmãos degolaram irmãos e pais atravessaram seus filhos com espadas. Ao cabo da terrível matança, 24 mil corpos estavam estira- dos no solo tórrido e arenoso. *** O Banquete -- Os romanos jantavam reclinados; lavavam as mãos com vinho e suas refeições eram verdadeiros espetáculos teatrais, com músicos, dançarinos, acrobatas, atores... Os servos cantavam em coro, enquanto cortavam as unhas dos convivas e distribuíam guirlandas. A culinária não ficava para trás: brilhavam esculturas mirabolantes de lebres com asas, marmelos disfarçados de ouriço, peixes “nadando” em canais. Comer em conjunto era um grande acontecimento determinante para a sociedade romana do primeiro século. Havia muitas formas de se jantar na Grécia. O *symposion* era, disparado, a mais importante delas. Eram festas masculinas, onde rolava muito vinho rústico – sempre misturado com água, prática que distinguia o homem civilizado do bárbaro --, discurso, debates e música. Não eram orgias, mas podiam acabar em encontros amorosos. Quem dedurou foi Platão, que descreve -- 385 a.C. -- como Alcebíades tentou seduzir Sócrates durante um evento desses. Foi nos tempos imperiais que surgiram os garfos – até então usavam-se palitos para pegar os alimentos – e também os guardanapos, que eram oferecidos pelos anfitriões, embora a maioria dos convidados trouxesse os seus de casa. Não havia limites nos banquetes dessa Roma Imperial. Nero recebeu em meio a um lago artificial, onde, juntamente com os amigos, reclinava-se sobre tapetes e almofadas numa grande jangada rebocada por barcas banhadas em ouro. O imperador Domiciano, num ato de extremo mau gosto, escolheu o Inferno como tema da festa. E só serviu comidas pretas. Dizem que divertiu-se horrores. Mas é na Renascença que surge o curioso hábito de estender toalhas sobre as mesas, várias delas, mais precisamente quatro de uma vez, uma sobre a outra; era assim que mandava o figurino real. Aliás, o primeiro livro a dar pinceladas de etiqueta à mesa surgiu na Idade Média. Mas o grande barato das tolhas era o ritual de se remover uma de cada vez, sempre em função do que seria servido a seguir. O gestual era teatral e causava sensação. Certa vez, o futuro cardeal Ippolito D'Este, ao oferecer um banquete para o seu irmão Ercole II, deu o que falar. Recebeu com nove toalhas e, ao final da nona, começou tudo novamente, com outras nove toalhas extras. Foram 18 entradas e saídas de toalhas e pratos. *** Em Briga de Senhoras da Corte, entra até Pistoleiro de Aluguel -- Dizem as más línguas -- novamente! --, que D. João VI não era chegado ao saudável esporte bretão e nem fazia muita questão de que Dona Carlota Joaquina, a nossa primeira-dama, permanecesse a seu lado. Ao contrário, quanto mais longe melhor. Dona Carlota era um bucho: baixinha, feiosa, mal-educada e avessa a banhos, como, aliás, toda a nobreza. Mesmo assim, era cobiçada pelos gaviões da Corte. Um deles era o comendador Fernando Carneiro Leão, depois Viscconde de Vila Nova de São José. Era um açoriano branco, pinta de galã, casado com Dona Gertrudes Angélica Pedra Leão. Enquanto D. João abria os portos, Dona Carlota abriu a porta. O visconde investiu seu charme e, além de conquistar o amor da feiosa, não demorou a ser nomeado presidente do Banco do Brasil. Jamais tivera qualquer experiência em administração, mas, certamente, soubera mostrar sua competência. Dona Gertrudes, no entanto, engravidara e estava mais ciumenta do que nunca. Estranhava os serões do marido, as demoras. Acabou descobrindo. Agora, estamos em 1820. Um dia, as duas se encontram na rua. Exatamente, onde fica o Largo do Machado, hoje em dia. Os cocheiros foram testemunhas da baixaria. Dona Gertrudes xingou a primeira- -dama de “vagabunda" para baixo. Dona Carlota encarou a oponente e jurou vingança. Jurou e consumou. Dias depois, um pistoleiro profissional conhecido pelo apelido de “Orelha" assassinou Dona Gertrudes com um tiro no coração. O crime aconteceu próximo à atual Praça José de Alencar, a algumas quadras das duas residências da contratante. O desembargador Viana, prendeu “Orelha”, que confessou toda a trama, entregando Dona Carlota de bandeja. O processo foi levado em mãos a D. João, que mandou queimá-lo e disse apenas: "Mais um crime desta pérfida mulher..." :::::::::: Artes Um Jovem de 500 Anos Jornal do Brasil Davi, a famosa escultura de Michelangelo, símbolo da arte do Renascimento, celebrou 500 anos com uma festa em sua cidade natal, Florença. A estátua, que acaba de ser completamente restaurada, foi apresentada pela primeira vez na Piazza della Signoria em 8 de setembro de 1504. O impacto foi imediato. "Davi silenciou todas as demais estátuas, modernas e antigas, gregas e latinas", escreveu na época Giorgio Vasari, arquiteto e historiador de arte, amigo do escultor. O Davi de Michelangelo é uma linha divisória da história da arte. É a escultura da vitória. Com esta estátua, o moderno superou o antigo. A estátua, um tributo à beleza masculina, representa o jovem pastor que venceu o gigante Golias. Tem 5,16 metros de altura e 5,5 toneladas e foi esculpida em um único bloco de mármore. Michelangelo levou dois anos para completar sua obra-prima, pela qual recebeu 400 florins de ouro, segundo as crônicas da época. Não há notícia de celebrações particulares na sua inauguração, mas o fato de ter sido alojada em frente ao palácio da Signoria, símbolo do poder de Florença – por decisão de uma comissão da qual faziam parte Leonardo Da Vinci e Sandro Botticelli -- demonstra a importância que se quis dar à obra. Michelangelo Buonarroti (1475-1564) tinha então 23 anos. Três anos antes, em agosto de 1501, havia começado a trabalhar em um enorme bloco de mármore, a pedido do governo de Florença, para simbolizar o poder e a liberdade daquela República. O bloco de mármore de onde retirou Davi tinha vários defeitos e, por isso, fora desprezado anteriormente por dois conhecidos artistas da época, mas o gênio do Renascimento realizou o milagre e deixou uma frase para a ocasião: “Assim como Davi defendeu seu povo, quem governa Florença deve justamente defendê-la e governá-la com justiça”. Nos últimos meses, a limpeza da obra-prima de Michelangelo suscitou polêmica pelo método "úmido" eleito para a sua restauração. Temia-se que a intervenção com água destilada, para retirar a poeira, cera, gesso e outras impurezas detectadas na escultura, acabasse branqueando demais a superfície da obra. Aparentemente, os temores eram infundados. Em 1512, sua base foi atingida por um raio. Pouco depois, em 1527, teve o braço esquerdo amputado durante uma revolta popular contra a família Médici; o membro foi reposto posteriormente de forma não muito ortodoxa. Em 1991, um desequilibrado destruiu a marteladas um dedo de seu pé esquerdo, reconstruído com seus próprios peda- ços. ::::::::::

Brasil Chapada dos Veadeiros Revista Planeta Andando pela Chapada dos Veadeiros, em Goiás, você inevitavelmente topará com pedrinhas reluzentes pelo caminho. São cristais de quartzo. O mineral brota do chão feito capim, porque a Chapada repousa sobre uma imensa reserva desse cristal, o que lhe deu a fama de ser esotérica. Há até quem jure já ter visto discos voadores por essas bandas. Mas o melhor da Chapada está mesmo no chão. Cânions, paredões rochosos, rios cristalinos, cachoeiras e principalmente piscinas naturais -- uma mais bonita que a outra -- fazem da Chapada dos Veadeiros uma fascinante descoberta: muito provavelmente, você nunca imaginou que pudesse existir algo assim no vazio cerrado brasileiro. Para o pessoal que não está muito interessado no "papo-cabeça da galera zen", e se embrenha pelas trilhas, o ponto de partida pode ser o município de Alto Paraíso, o mais importante da região, ou o povoado de São Jorge, a porta da Chapada. Saindo do vilarejo, em menos de uma hora chega-se à Cachoeira do Rio Preto, que despenca de mais de 100 metros de altura. A mesma trilha leva ao Cânion Carioca, onde mais cachoeiras o esperam. A melhor visão você terá do local conhecido como Base do Salto I. Lá de cima, dá para ver a Chapada dos Veadeiros inteira, com o Rio Preto precipitando-se de 80 metros de altura. A imagem é tão fascinante que torna razoável a crendice dos esotéricos. Bem que os ETs poderiam mesmo vir passear por aqui. Lençóis Maranhenses – O Brasil também tem seu deserto. Mas, diferente de outros países, a aridez dos Lençóis Maranhenses, o "Saara brasileiro", não é rigorosa. Lençóis têm oásis autênticos e formam um cenário de tirar o fôlego. Seus 155 mil hectares de areias finas – que correspondem ao tamanho da cidade de São Paulo -- são povoados por gente simples e muito acolhedora. Ali, em vez das típicas miragens, o que surge em meio às dunas, que chegam aos 40 metros de altura e se movimentam o tempo todo, são piscinas naturais de água doce que refrescam aqueles que resolvem encarar o grande deserto. ***

O Grito de Independência Informativo Nova Rio Para todo fato histórico existe uma contestação da veracidade narrada. Não chega a ser uma teoria da conspiração, mas alguns historiadores fazem algumas revelações de como pode ter sido o grito de independência de Dom Pedro I, retratado nas pinturas e nos livros. O quadro mais famoso que trata deste tema é o de Pedro Américo. O artista dizia que a verdade somente inspira o artista, não o escraviza; talvez por isso, sua obra sobre o grito do Ipiranga seja contestada em alguns pontos. Primeiro, aqueles cavalos suntuosos e enormes que os soldados e o próprio Dom Pedro I usavam, na verdade, teriam sido mulas, que suportavam com mais robustez as viagens pelas estradas da época. Segundo, os uniformes dos soldados retratados na obra eram os de gala e não os de combate. Além destes, existem muitos outros aspectos que distorcem a realidade do fato, mas apesar disso, não diminui em nada a grandeza do ato. :::::::::: Ecologia Atração Fatal Revista Superinteressante Durante sua migração, duas mil aves morreram em Toronto, chocando-se contra os edifícios no centro da cidade. À noite, a iluminação atrai os pássaros; de dia, eles se confundem com o reflexo nas janelas -- como o de árvores. “Uma solução seria desligar as luzes, dos arranha-céus à noite”, diz Michael Mesure, que elaborou um programa de conscientização do perigo representado pelas luzes. Ele recolheu estas vítimas e registrou quase a mesma quantidade de mortes na migração da primavera. Mais de 100 proprietários de Toronto já concordaram em reduzir ao mínimo a iluminação de seus prédios. Mas os choques fatais durante o dia continuam a ser comuns. O uso de vidros não reflexivos à altura da copa das árvores poderia tornar a migra- ção um pouco mais segura. :::::::::: Lugares do Mundo O Feitiço de Cuenca Sérgio Pinheiro As primeiras notícias de Cuenca vêm da Idade Média, quando sua geografia peculiar servia de esconderijo para os rebeldes berberes, que se levantavam contra o poderoso califa de Córdoba. Na época, suas muralhas mouras eram o refúgio ideal para quem fugia das temíveis aceifas, expedições de guerra contra os revoltosos. Em tempos de guerra, lugares como Cuenca tinham papel de grande importância. A começar pela localização: espremida entre dois cânions, os paredões elevam a cidade a alturas que parecem criar uma enorme fortaleza natural. E também porque, dada à ligação antiga dos mouros com a magia, os "bruxos" daqui podiam exercer com liberdade todo tipo de ciência esotérica. Isso até a chegada da Inquisição, no século XV, quando toda a região de Cuenca se tornou um dos alvos prediletos dos caçadores de bruxas e infiéis, que teoricamente povoavam a Espanha naquele momento. O arquivo histórico da cidade, que fica no antigo edifício da Inquisição, guarda pesados livros onde se podem folhear páginas e mais páginas de nomes de pessoas julgadas e condenadas pelo temível Tribunal do Santo Ofício. Mas, apesar da perseguição, muitas das antigas "feitiçarias" de outros tempos conseguiram sobreviver nos costumes populares da cidade. Uma delas até já foi causa de sentença de morte para quem a praticava: uma simpatia para combater o mau-olhado, que consiste em cortar o rabo de uma lagartixa e deixá-lo secando ao sol, colocando-o a seguir dentro de um pequeno saco de couro que sempre deveria ser carregado pela pessoa a ser protegida. Histórias de duendes e bruxas também circulam entre os moradores. Não se admire se, conversando com um cidadão mais eloqüente, ele começar a falar dos ruídos inexplicáveis que são ouvidos nas casas. No século XVI, havia até um conjunto de leis que previa que se as pessoas que tivessem alugado uma casa constatassem que ela estava habitada por espíritos ou duendes, elas teriam o direito de abandoná-la e receber de volta o valor pago. Para se envolver nessa atmosfera mágica de Cuenca, basta caminhar pelas ruelas estreitas e irregulares do centro histórico da cidade, que à noite ganham contornos quase surreais. Ainda mais quando contrastadas com as grandes e medievais portas de madeira cravadas com imensas peças de ferro fundido. Durante as noites da Semana Santa, essas ruazinhas servem de passagem às soturnas procissões de homens encapuzados e armados de tridentes e tambores. Mesmo depois de séculos de transformação, a cidade conserva muito de sua forma original. Ao contrário da Cuenca moderna e cosmopolita, que se espalha ao pé dos penhascos, o núcleo central se eleva a 150 metros sobre a paisagem de La Mancha, apertando-se num espaço pequeno onde não parece haver mais lugar senão se dependurando sobre o precipício. O melhor exemplo dessa estranha relação entre o homem e a natureza são as casas coligadas, um conjunto de casas que já foram residência de verão da família real espanhola. Construídas no século XIV, têm desafiado o equilíbrio por mais de 500 anos. Hoje, suas paredes góticas servem de abrigo ao Museu de Arte Abstrata da Espanha. Igualmente surpreendente é o casario do bairro de San Martín, com seus prédios coloridos, estreitos e espichados para o céu. Tidos como os mais antigos da cidade, esses edifícios foram construídos de acordo com a necessidade de seus moradores, que foram se juntando e subindo num impressionante emaranhado de portas, janelas e sacadas, algumas projetadas sobre o precipício. Nesse bairro viveu, no século XVI, o doutor Torralba, um vidente que se tornou uma das figuras mais lendárias da cidade. Conforme as crônicas da época, ele teria aprendido a ver o futuro num encontro que teve com o anjo Ezequiel. Evidentemente, não escapou da Inquisição. Foi interrogado e confessou usar poderes espirituais que a Igreja considerava de origem demoníaca. Ao contrário do que costumava acontecer, sua pena foi somente uma penitência, provavelmente graças à interferência de um almirante. Salvo da fogueira, continuou fazendo várias previsões sobre as guerras locais. Certa noite, o doutor Torralba desapareceu sem deixar vestígios. Mas não pense que é apenas a cidade que exibe esse ar mágico. A Serranía de Cuenca, ao norte, exala tantas lendas quanto as ruelas da cidade, só que na forma de florestas, grutas e riachos. Não é exagero imaginar que a serra tenha sido refúgio freqüente de bruxas e feiticeiros há muitos anos atrás, especialmente em lugares que parecem ter sido criados por estranhas forças da natureza. O melhor exemplo é Ciudad Encantada, um conjunto de grandes rochas calcárias que, sob efeito da erosão, assumem diversas formas. Nas florestas, encontram-se inúmeras fontes naturais de água, que os pastores serranos dizem possuir propriedades curativas. As mais bonitas nascentes estão no Rio Cuervo, no Rio Júcar e no parque El Hosquillo, onde os rios formam cachoeiras e, sob intensa umidade, criam cenários de misteriosa beleza. Como se pode ver, a natureza daqui teve um papel decisivo para reforçar a fama de que Cuenca é um lugar enfeitiçado. Com uma pequena ajuda da imaginação dos homens, é claro. :::::::::: Ciência e Saúde As Células-Tronco Embrionárias -- O uso de células-tronco embrionárias na cura de algumas doenças é motivo de debate em todo o mundo. Saiba aqui como é essa técnica. Células-tronco embrionárias: originam qualquer tipo de tecido. Surgem nos primeiros dias do embrião. Blastocistos: fase em que o embrião tem 100 células. Nessa fase é que podem ser retiradas as células-tronco. Como é possível obter essas células: através de embriões resultantes da fertilização in vitro, através da clonagem. Vantagens das células-tronco embrionárias: geram qualquer tipo de órgão do ser humano. Através delas poderá ser possível saber como funcionam outros tipos de célula. Não apresentam risco de rejeição, se obtidas por clonagem. Poderão curar os males de Parkinson e Alzheimer, a diabetes tipo 1, distúrbios musculares e alguns tipos de câncer. *** Tecnologia – Ônibus não-poluentes -- Até o final deste mês, poderão ser vistos circulando em São Bernardo (SP) oito novos ônibus híbridos – um sistema baseado em uma combinação de motor a diesel, gerador elétrico e baterias --, cuja tecnologia reduz em até 70 por cento a poluição e gera economia de 30 por cento nos custos operacionais. Já existem 12 desses veículos sendo utilizados na região do ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema) e um em Porto Alegre-RS. Desenvolvida pela Eletra Industrial, a tecnologia dos híbridos é brasileira e inédita no País e na América do Sul. O ônibus não só dispensa recarga de baterias como a rede elétrica aérea e, segundo o diretor técnico da empresa, Antônio Vicente Souza e Silva, dependendo da disponibilidade econômica, a matriz energética desses veículos pode ser substituída por álcool, gás natural ou células de hidrogênio. *** Astronomia – Titã -- Ele é um astro e seu nome é Titã. Não, não é a famosa banda brasileira de rock. Titã é um satélite do planeta Saturno. Isto é, um corpo celeste que gira ao redor do planeta. Pouco maior que a Lua, Titã tem uma superfície rochosa, com lagos e mares profundos. Por causa de sua atmosfera misteriosa, os cientistas acham que lá pode existir alguma forma de vida primitiva. Será? A resposta nós saberemos quando uma sonda deve tocar e analisar o solo titânico. Titã é o maior e o mais importante dos 30 satélites de Saturno, o segundo maior planeta do Sistema Solar. Para você recordar: Saturno é aquele que tem os famosos anéis, formados por poeira e rochas -- algumas do tamanho de uma casa -- cobertas de gelo. Titã é o único satélite com atmosfera que conhecemos; por isso é muito estudado por cientistas. *** Arqueologia -- Arqueólogos britânicos anunciaram uma descoberta que pode ajudar a desvendar o mistério de Stonehenge. Ninguém sabe muito bem se a famosa construção de pedras na Inglaterra foi um templo, um observatório ou um monumento, mas os pesquisadores estão perto de descobrir quem ergueu as pedras do local. Operários que instalavam tubulações em Boscombe, área próxima ao sítio histórico, acharam no ano passado uma tumba coletiva. A empresa Wessex Archaeology cuidou das escavações após a descoberta acidental e exumou sete corpos (três crianças, um adolescente e três homens). Ao lado dos esqueletos havia diversas pontas de flecha e potes de barro datados de 2300 a.C., época da construção de Stonehenge. Analisando as camadas de esmalte dos dentes dos mortos, pesquisadores descobriram traços da composição da água encontrada na região de Wales, local de origem das pedras centrais de Stonehenge. Essa evidência levou-os a concluir que os Arqueiros de Boscombe (como foram apelidados) provavelmente ajudaram a erguer as pedras da monumental construção da Idade do Bronze. Perdidos na Mesopotâmia -- Após um ano de ocupação do Iraque, os americanos ainda não conseguiram resolver o problema do saque a relíquias arqueológicas. Segundo o Conselho Internacional de Museus, muitos sítios de escavação continuam desprotegidos, e recuperar artefatos sumidos tem sido difícil. De 15 mil peças furtadas do Museu de Bagdá na guerra, só 4 mil foram achadas. Saiba quais tipos de relíquias circulam no mercado negro: Tabuletas de barro ou pedra com escrita cuneiforme; cones e adornos com escrita cuneiforme; selos rolantes em forma de cilindro; carimbos ou marcas de carimbo em relevo; esculturas e relevos mesopotâmicos de marfim ou osso; escul- turas mesopotâmicas de pedra *** Paleontologia – Leito de Fósseis -- Uma aula de ciência no sertão do Piauí -- Como era o ambiente pré-histórico onde hoje é o Nordeste brasileiro? É essa a aula que o arqueólogo italiano Fábio Parenti, dá aos curiosos moradores da cidade de Fartura, no Piauí, ao final de uma missão, que fez escavações no leito seco da lagoa do Quari. Um grupo de dez italianos e cinco brasileiros descobriu restos de animais gigantes do passado, entre eles, seis crânios de Eremotherium (uma preguiça com até 6 metros e 5 toneladas) e ossos do Haplomastodon (um animal parecido com o elefante). Foram encontradas ainda ferramentas de pedra lascada. "São achados valiosos para entendermos a extinção da megafauna na América e como o homem relacionava-se com seu meio na época do Pleistoceno", diz Parenti, arqueólogo da Fondazione Lerici de Roma e diretor do projeto Binacional que desde 2000 pesquisa em lagoas nordestinas. A maioria delas é sazonal, mas, no Pleistoceno, crêem os cientistas, eram perenes. "Entre 5 mil e 15 mil anos, os bichos vieram ao Quari em busca de água. Deviam estar debilitados por causa da brusca mudança climá- tica, uma grande seca". *** Pesquisa -- Hipertensão Faz Cérebro Encolher -- Nos Estados Unidos, a pressão alta no sangue é causa número um dos derrames cere- brais. Além disso, pesquisadores do Nationalal Institute on Aging dizem que ela pode causar o definhamento do cérebro. Os neurocientistas Judith Salerno e Declan Murphy, através da comparação de ressonâncias magnéticas nos cérebros de 18 homens idosos com hipertensão, e outros sem o problema, perceberam que os ventrículos laterais do cérebro dos hipertensos eram maiores que os dos normais. A razão é que o cérebro encolheu e os ventrículos cresceram para preencher o espaço. Os especialistas especulam que a constante pressão alta causa pequenos, mas irreversíveis, problemas nas veias do cérebro, fazendo com que partes do órgão morram pela falta de oxigênio. Acreditam também que a maior parte da massa cerebral, que dá suporte ao córtex, é que se perde. "O problema é que essa perda poderá mais tarde trazer problemas de perda de memória, por exemplo". *** Auto-Ajuda Dentro de Ti Dentro de ti está a medicina E a razão de ser grande ou pequenino A natureza rústica e divina E o poder de fazer o teu des- tino. Dentro de ti está o sacrário, A tua fé, a tua igreja, a tua cruz, A pobreza de ser um milioná- rio E a riqueza de ser somente luz. Dentro de ti está o mundo in- teiro O universo na sua majestade, O meio de ganhar muito di- nheiro E de viver também de carida- de. Dentro de ti está a poesia Todo o céu, toda a terra, to- do o mar, O imensíssimo verbo da ener- gia De quem um dia poderás falar. Dentro de ti está a tua saú- de, Assim como o não unido ao sim, O jeito de ser bondoso ou ru- de, E o princípio de tudo preso ao fim. Se acordares um dia sem teu abrigo, A vida que de toda coisa ri, O mundo será teu, Porque tudo "está dentro de ti." *** Infância e Adolescência -- TV e computador podem acelerar deficiência visual -- Pesquisa mostra que estilo de vida agrava os casos de miopia. Pesquisadores australianos constataram que o estilo de vida urbano, que obriga especialmente às crianças a ficarem muitas horas diante do computador ou da TV, está aumentando os casos de miopia e de outras deficiências visuais, entre elas a hipermetropia, que em adultos de meia idade é conhecida como "vista cansada". O estudo, coordenado pelo médico Ian Morgan, da Universidade de Camberra e publicado na "American Journal of Human Genetics" mostra que o estilo de vida eletrônico está fazendo com que a Ásia tenha as maiores taxas de miopia do mundo. Países como o Japão e Cingapura apresentaram um grande aumento de casos. Em Cingapura, por exemplo, 80 por cento dos jovens de 18 anos recrutados pelo Exército têm miopia. O Índice, há 30 anos, era de apenas 25 por cento. Os casos de miopia ex- trema, que leva à cegueira, também têm aumentado. *** Mulher -- Sábios pensadores -- "Tamo" é lascados! Séc. XXI a.C. "Mesmo que a conduta do marido seja censurável, mesmo que este se dê a outros amores, a mulher virtuosa deve reverenciá-lo como a um deus. Durante a infância, uma mulher deve depender de seu pai; ao se casar, de seu marido; se este morrer, de seus filhos e, se não os tiver, de seu soberano. Uma mulher nunca deve governar a si própria". "Leis de Manu" (Livro Sagrado da Índia). "A mulher que se negar ao dever conjugal deverá ser atirada ao rio." -- Constituição Nacional Suméria (civilização mesopotâmica, século XX a.C.). "Quando uma mulher tiver conduta desordenada e deixar de cumprir suas obrigações do lar, o marido pode submetê-la à escravidão. Esta servidão pode, inclusive, ser exercida na casa de um credor de seu marido e, durante o período em que durar, é lícito a ele, ao marido, contrair novo matrimônio." -- Código de Hamurabi (Constituição Nacional da Babilônia, outorgada pelo rei Hamurabi, que a concebeu sob inspiração divina, no século XVII a.C.) "A mulher deve adorar o homem como a um deus. Toda manhã, por nove vezes consecutivas, deve ajoelhar-se aos pés do marido e, de braços cruzados, perguntar-lhe: "Senhor, que desejais que eu faça?" -- Zaratustra (filósofo persa, século VII a.C.). "As mulheres, os escravos e os estrangeiros não são cidadãos." -- Péricles (político democrata ateniense, século V a.C., um dos mais brilhantes cidadãos da civilização grega). "A mulher é o que há de mais corrupto e corruptível no mundo." -- Confúcio (filósofo chinês, século V a.C.). "A natureza só faz mulheres quando não pode fazer homens. A mulher é, portanto, um homem inferior." -- Aristóteles (filósofo, guia intelectual e preceptor grego de Alexandre, o Grande, século IV a.C.). "Que as mulheres estejam caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar. Se querem ser instruídas sobre algum ponto, interroguem em casa os seus maridos." -- São Paulo (apóstolo cristão, ano 67 d.C.). "Os homens são superiores às mulheres porque Alá outorgou-lhes a primazia sobre elas. Portanto, dai aos varões o dobro do que dai às mulheres. Os maridos que sofrerem desobediência de suas mulheres podem castigá-las, deixá-las sós em seus leitos, e até bater nelas. Não se legou ao homem maior calamidade que a mulher." -- Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos, escrito por Maomé, no século VI, sob inspiração divina). "Para a boa ordem da família humana, uns terão que ser governados por outros mais sábios que aqueles; daí a mulher, mais fraca quanto ao vigor da alma e força corporal, estar sujeita por natureza ao homem, em quem a razão predomina." -- São Tomás de Aquino (italiano, um dos maiores teólogos católicos da humanidade, século XIII). "Inimiga da paz, fonte de inquietação, causa de brigas que destroem toda a tranqüilidade, a mulher é o próprio diabo." -- Petrarca (poeta italiano do Renascimento, século XIV). "O pior adorno que uma mulher pode querer usar é ser sábia." -- Lutero (teólogo alemão, reformador protestante, século XVI). "As crianças, os idiotas, os lunáticos e as mulheres não podem e não têm capacidade para efetuar negócios." -- Henrique VII (rei da Inglaterra, chefe da Igreja Anglicana, século XVI). "Enquanto houver homens sensatos sobre a terra, as mulheres letradas morrerão solteiras." -- Jean-Jacques Rousseau (escritor francês, precursor do romantismo, um dos mentores da Revolução Francesa, século XVIII). "Todas as mulheres que seduzirem e levarem ao casamento os súditos de Sua Majestade, mediante o uso de perfumes, pinturas, dentes postiços, perucas e recheio nos quadris, incorrem em delito de bruxaria e o casamento fica automaticamente anulado." -- Constituição Nacional Inglesa (lei do século XVIII). "A mulher pode ser educada, mas sua mente não é adequada às ciências mais elevadas, à filosofia e a algumas das artes." -- Friederich Hegel (filósofo e historiador alemão do século XIX). "Quando um homem for re- preendido em público por uma mulher, cabe-lhe o direito de derrubá-la com um soco, desferir-lhe um pontapé e quebrar- -lhe o nariz para que assim, desfigurada, não se deixe ver, envergonhada de sua face. E é bem merecido, por dirigir-se ao homem com maldade de linguajar ousado." -- Le Ménagier de Paris (Tratado de conduta moral e costumes da França, século XIV). *** Zoologia -- Quente e fresco? – Cientistas americanos desenvolveram moscas geneticamente alteradas que mudam de opção sexual de acordo com a temperatura. Elas se comportam como heterossexuais a maior parte do tempo, mas se o calor passar de 30 graus os machos passam a copular entre si. Amor Penoso -- Chamados para investigar problemas na reprodução de avestruzes em cativeiro, pesquisadores britânicos concluíram que as aves que não conheciam suas mães, se apaixonavam pelos criadores e evitavam contato com os de sua espécie. A pesquisa deu aos cientistas o Prêmio No- bel de Biologia em 2002. *** Alimentos -- Bananas -- Se você deseja uma solução rápida para baixos níveis de energia, não há melhor lanche que a banana. Contendo 3 açúcares naturais: sacarose, frutose e glicose, combinados com fibra, a banana dá uma instantânea e substancial elevação da energia. Pesquisas provam que apenas 2 bananas fornecem energia suficiente para 90 minutos de exercícios. Não é à toa que a banana é a fruta número um dos maiores atletas do mundo. A banana também ajuda a curar ou prevenir um grande número de doenças: Anemia: contendo muito ferro, as bananas estimulam a produção de hemoglobulina no sangue e ajudam nos casos de anemia. Pressão arterial: contém elevadíssimo teor de potássio, mas reduzido em sódio, tornando-a perfeita para combater a pressão alta. Capacidade mental: Pesquisa mostra que frutas com elevado teor de potássio ajudam alunos a aprender e manter-se mais alerta. Constipação intestinal: com elevado teor de fibra, incluir bananas na dieta, pode ajudar a normalizar as funções intestinais. Depressão: Entre pessoas que sofrem de depressão, muitas se sentiram melhor após uma dieta rica em bananas. Isto porque contêm "triptofano", um tipo de proteína que o organismo converte em serotonina, reconhecida por relaxar, melhorar o humor e, de modo geral, aumentar a sensação de bem-estar. Ressaca: uma das formas mais rápidas de curar uma ressaca é fazer uma vitamina de banana com leite e mel. A banana acalma o estômago e, com a ajuda do mel, eleva o baixo nível de açúcar, enquanto o leite suaviza e reidrata o sistema. Azia: tem efeito antiácido natural. Se você sofre de azia, experimente comer uma banana para ter um pronto alívio. Enjôo matinal: comer uma banana entre as refeições ajuda a manter o nível de açúcar no sangue e evita as náuseas. Nervos: contém elevado teor de vitamina B, que ajuda a acalmar o sistema nervoso. TPM: contém vitamina B6, que regula os níveis de glicose no sangue, que afetam o humor. Úlcera: usada na dieta diária contra desordens intestinais, é a única fruta crua que pode ser comida sem desgaste em casos de úlcera crônica. Também neutraliza a acidez e reduz a irritação, protegendo as paredes do estômago. Controle de temperatura: muitas culturas vêem a banana como fruta “refrescante”, que pode reduzir tanto a temperatura física quanto a emocional de mulheres grávidas. Fumo: ela pode ajudar pessoas que estão largando o cigarro, porque seus elevados níveis de vitaminas C, A1, B6 e B12, além de potássio e magnésio, ajuda o corpo a se recuperar dos efeitos da retirada da nicotina. Estresse: potássio é um mineral vital, que ajuda a normalizar os batimentos cardíacos, levando oxigênio ao cérebro e regula o equelíbrio de água no nosso corpo. *** Os poderes da Camomila -- Se você prepara chá de camomila somente quando seu filho sente dor de barriga, está fazendo um bem ao seu filho, mas cometendo uma grande injustiça com a camomila. Pois a *Chamomilla recutita* pode fazer muito mais por você e sua família que apenas curar uma dor de barriga. Confira, a seguir, os poderes medicinais desta flor: cura a cãibra; elimina os gases; ajuda a curar inflamações; auxilia na cicatrização; é antibacteriana; é antimicótica. O chá é usado principalmente para: combater vômitos, náuseas, flatulência, dores de barriga, diarréia, inalação contra resfriados, problemas nasais, bronquite; gargarejos contra inflamações na boca e garganta; compressas contra contusões, queimaduras de sol e eczemas (não pode ser usado em feridas abertas ou nos olhos, pois há perigo de alergias). Modo de fazer: O chá é feito deitando-se água quente sobre as flores secas de camomila, deixando-se abafar por cerca de sete minutos. As gotas condensadas na tampa do bule devem ser adicionadas ao chá: elas contêm óleos essenciais de grande valor terapêutico. Para quem prefere a comodidade, já existe chá de camomila em saquinho. Procure boas marcas e proceda segundo orientação do fabricante. Para crianças de até quatro anos, a bebida deve ser preparada com meia colher de chá numa xícara de 150 milili-

tros. :::::::::: Variedades Dicas Odor — O cheiro de mofo nas garrafas ou jarros, sai se forem limpos com borra de café. E, para aproveitar um vidro que absorveu cheiro muito forte, lave-o com bastante sabão, enxágüe, e ponha bastante mostarda em pó, deixando assim por uma hora. Lave. Se o cheiro persistir, repita a operação. Esfriar Líquido — Quando tiver muita pressa para esfriar um líquido, que está "pelando" coloque esse recipiente dentro de uma baciazinha ou de uma tigela contendo água fria, com uma boa colher de sopa de sal de cozinha. Garrafas térmicas — Essas vasilhas ficam livres do mau cheiro quando lavadas com borra de café e água quente. Elas também ficarão limpinhas e sem aquele odor desagradável se colocarmos dentro delas, por mais ou menos 10 minutos, uma solução de água quente e sal. Filtros, talhas e Velas -- Quando a água é filtrada, as velas não destroem os germes, apenas os retêm; por isso elas deverão ser lavadas todas as semanas, simplesmente esfregando-as com as mãos. As talhas de barro não criarão limo se colocarmos em seu interior 2 a 3 pedaços de pedra-sabão. Fogão -- Para as tampinhas; deixá-las um pouco de molho na solução de água, vinagre e sal, depois esfregar com esponja de aço e lavar. Coloque dentro do forno frio um prato contendo meia xícara de chá de amônia; feche imediatamente a porta do forno, deixando-a agir por algum tempo. Para limpar as partes que ficam diretamente em contato com o fogo, faça uma mistura de água com vinagre; nas partes grandes, molhe um paninho nesta solução e esfregue; assim as chamas permanecerão sempre azuis. Quando acontecer de derramar alguma coisa no forno, e esta se queimar, faça desaparecer o cheiro de queimado espalhando um pouco de sal no forno. Antes de acender o gás do fogão, risque primeiro o fósforo. No forno, além desse cuidado (para evitar um estouro), depois de aceso, mantenha sua porta aberta por alguns segundos, para evitar o acúmulo de gás dentro dele. Porém, se isso acontecer, desligue o registro até o cheiro passar. Vazamento — Você poderá saber se o gás está escapando (vazando) pela mangueira. Não acenda um fósforo; chame um profissional competente. Teste sempre também o registro de controle do gás, para evitar que o acúmulo de sujeira o deixe emperrado. Massagem para os Cabelos – Cabelos Secos -- 1 gema de ovo; 1 colher de sopa de óleo de amêndoas; 1 copo de iogurte natural; 8 folhas de hortelã. Bata todos os ingredientes no liquidificador até ficar um creme homogêneo. Cabelos Normais -- 1 mamão papaia; 1 copo de água. Bata os ingredientes no liquidificador. Cabelos Oleosos -- 1 cebola média; 1 limão médio; descasque a cebola e leve ao forno até amolecer. Em seguida, amasse com um garfo até formar uma pasta e misture com o suco do limão. Cabelos Mistos -- 1 cenoura; 1 copo de leite. Faça um purê com a cenoura ralada e acrescente o leite até conseguir uma pasta consistente. Dicas para o sucesso da Hidratação – Faça movimentos circulares no couro cabeludo enquanto aplica o *shampoo*. A massagem estimula a circulação sangüínea. Procure usar *shampoo*, condicionador e cremes da mesma linha, pois eles têm pH (nível de acidez) compatíveis. Evite produtos 2 em 1, porque muitas vezes deixam resíduos de condicionador na raiz, o que pode causar problemas futuros como queda e enfraquecimento do fio. O condicionador deve ser usado apenas no comprimento e nas pontas do cabelo. Mesmo em cabelos secos, nunca aplique qualquer tipo de creme na raiz. Durante a hidratação, uma boa massagem nos fios proporciona melhores resultados. Odor de Alho na Boca – para anular o odor, você poderá: tomar 1 copo de leite; na falta do leite, tomar 1 xícara de chá ou café, que também amenizam o mau hálito deixado pelo alho. Arroz queimado -- Enfie a panela destampada imediatamente dentro de uma bacia ou recipiente maior que ela, contendo água fria. Após alguns minutos o cheiro desaparecerá. Transfira, então, o arroz para outra panela, sem raspar o fundo que queimou. Destampe a panela e enfie imediatamente — bem no meio do arroz e até o fundo — um garfo (desses comuns — inoxidáveis). Deixe-o assim espetado por alguns segundos; quando sair toda a fumaça terão saído, também, o cheiro e o gosto do queimado. Depois, proceda como nas vezes anteriores. Destampe a panela e coloque dentro dela, sobre o arroz, um pedaço de pão, tampando-a imediatamente, e espere alguns minutos. Depois destampe a panela e jogue o pedaço de pão fora. Ele terá absorvido todo o cheiro e o gosto de queimado. Transfira o arroz para outra panela, desprezando o fundo queimado. Arroz Solto -- Faça seu arroz bem soltinho, com uma das seguintes alternativas: Colocar uma colher de vinagre na água do arroz, na hora do cozimento. Se o arroz cozinhou demais e empapou, despeje-o dentro de uma peneira ou escorredor, e ponha-o debaixo de uma torneira de água fria, lavando-o como se faz com macarrão, até os grãos soltarem bem. Deixe escorrer por bastante tempo, e leve-o a esquentar no forno, ou sobre o vapor de água fervendo. Nesse caso, coloque o arroz numa forma toda furada, como, por exemplo, a forma de uma cuscuzeira. Mais simples ainda é colocar a panela do arroz empapado, destampada, dentro de um recipiente alto, contendo água fria até a altura de 2 dedos a menos da boca da panela. Deixar assim por uns 10 a 15 minutos. *** Eliminando energias negativas – quando pisamos direto na terra, eliminamos no solo as radiações eletromagnéticas emitidas por aparelhos elétricos, celulares, redes de alta tensão. Se permanecem represadas no organismo, essas forças podem provocar tensão, nervosismo e insônia, por exemplo. Caminhando sem sapatos, ao mesmo tempo absorvemos a energia telúrica (que emana do solo), o que funciona como uma verdadeira recarga de vitalidade. Tapete -- Em casa, sempre que possível, ande descalço sobre o tapete ou carpete, pisos quentes. Livres de sapatos e meias, os pés experimentam uma deliciosa sensação de liberdade. Madeira – a sensação de pisar nesse material, além de agradável, contribui para o relaxamento, "Quando se está nervoso, de cabeça quente, o contato com uma superfície um pouco mais fria que o corpo, como a madeira, ajuda a acalmar", diz o Médico antroposófico Mauro Perini. Esse piso estimula a circulação do calor concentrado na parte superior do corpo. Por isso é tão prazeroso andar nas tábuas de um deque ou mesmo no carpete de madeira. Pedra -- Pisar em pedras ativa as terminações nervosas dos pés e os pontos da reflexologia, que, segundo a medicina chinesa, correspondem a todos os órgãos do corpo. Seixos rolados, como os dos leitos de riacho, são ideais para quem não está acostumado a andar descalço, pois proporcionam um toque agradável e não machucam os pés. Já os pedriscos, com bordas mais salientes, são estimulantes. Grama – Além de prazeroso, o contato dos pés com a grama ajuda o corpo a eliminar na terra as radiações recebidas do meio ambiente. Caminhar pela manhã na relva úmida de orvalho, ainda melhora a circulação. “A água conduz energia e produz pequenos choques elétricos, imperceptí- veis.” ***

Humor A verdadeira felicidade está nas pequenas coisas: um pequeno iate, uma pequena Ferrari, uma pequena mansão, uma pequena fortuna... O importante não é ganhar. O que importa é competir sem perder nem empatar. Ter a consciência limpa, é ter a memória fraca. Há um mundo bem melhor... só que é caríssimo. Se procuras uma mão disposta a te ajudar, tu a encontrarás no final do teu braço. Se você é capaz de sorrir quando tudo deu errado, é porque já descobriu de quem é a culpa. Não se ache horrível pela manhã. Acorde ao meio-dia. Na minha lápide podem escrever o seguinte: "A partir de agora, não contem mais comigo.” Quando os pais resolvem deixar de ser quadrados, a filha fica redonda. Até um imbecil passa por inteligente se ficar calado. As leis são como as salsichas: melhor não ver como foram feitas. Se emperrar, force. Se quebrar, precisava trocar mesmo... Roubar idéias de uma pessoa é plágio. Roubar de várias, é pesquisa. Não leve a vida tão a sério; afinal, você não vai sair vivo dela! *** Pensamentos “Foi atravessando os rigores do inverno que o tempo chegou à primavera.” Zálkind Piatigórsky, escritor. “Um abraço é um grande presente; um único tamanho serve para todos, pode ser dado em qualquer ocasião e é fácil de trocar...” “Três coisas arrasam um homem: muito falar e pouco saber; muito gastar e pouco ter; muito presumir e pouco valer." Napoleão. "Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade com muito trabalho." Clarice Lispector, escritora. “Nenhuma pessoa é tão elevada como aquela que se inclina para ajudar uma criança..." “A bondade é algo difícil de se dar. Em geral ela é devolvida!” “Para viver na abundância não é necessário aumentar a riqueza; basta moderar os desejos." Platão. “Ser sóbrio não é uma grande virtude; mas não o ser é um grande defeito.” Cristina, 1626-1689, rainha da Suécia e patrocinadora das artes. “A inveja é uma confissão de inferioridade.” Charles Philarete “Toma cuidado com teu nome, pois ele permanecerá contigo por mais tempo do que uma grande quantidade de ouro.” Provérbio de Salomão. “O crítico é aquele que nunca vai efetivamente para a batalha, mas aparece depois atirando nos feridos." Tyne Daly “Saber mais, alimenta os próprios limites.” Robert Rauschenberg, pintor americano. “Amar os homens é a essência da convivência; conhecer os homens é a essência da sabedoria.” Confúcio. “Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.” Martin Luther King Jr, líder político. “O tempo é muito lento para os que esperam, muito rápido para os que têm medo, muito longo para os que lamentam e muito curto para os que festejam. Mas, para os que amam, o tempo é eternidade.” William Shaskespeare. “Há pessoas que nos falam e nem as escutamos; há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam; mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.” Cecília Meireles “O amor é a melhor música na partitura da vida; sem ele você será eterno desafinado no imenso coral da humanidade.” Roque Schneidr. “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso.” Provérbio Chinês. “Para que repetir os erros antigos quando há tantos erros novos a cometer?” Bertrand Russel “A verdade é dura como o diamante e delicada como a flor do pessegueiro.” Mahatma Gandhi *** História das Frases Foi buscar lã e voltou tosquiado Esta frase nasceu nos tempos em que a economia se baseava na agropecuária, então alvo de roubos que hoje soam simplórios. Não podendo levar as ovelhas, os ladrões limitavam-se a roubar-lhes a lã, tosquiando-as durante a noite. Uma vez presos, depois de devolver a lã roubada, como castigo tinham a cabeça raspada. Enquanto o cabelo não crescesse, eram obrigados a se esconder para evitar humilhações. A frase, de largo uso na Península Ibérica, veio parar no Brasil significando frustração de quem quer praticar o mal a outro e acaba prejudicando a si mesmo. Foi registrada pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes, 1547-1616, na novela satírica de cavalaria Dom Quixote. Cervantes: um dos maiores escritores de todos os tempos, é autor também de novelas pas- toris, comédias e poesia. *** Etimologia Apóstata: do grego apostates, que se afasta, do latim apóstata, com igual significado. Passou, porém, a ser vocábulo utilizado especialmente para designar aquele que abandona a fé de uma Igreja, em- bora seja aplicado também a quem troca de partido ou se desliga de uma instituição. Obrigado pelo rei inglês Henrique VIII, 1491-1547, a passar para anglicana, tomando-se assim apóstata por ordem real, o humanista Thomas Morus, 1478-1535, recusou-se a obedecer ao monarca e, por isso, foi decapitado. O rei tinha especial predileção por esse tipo de castigo e, por ter perdido a cabeça, mandou decapitar muitas pessoas inocentes, entre elas duas das seis esposas. *** Que Intriga... Intriga A Ave que Rouba Comida -- A fragata, ou alcatraz, ave que costuma ser o primeiro sinal de terra para navios, já que em seus vôos se afasta bastante do litoral, tem uma maneira curiosa de se alimentar. Se ela vê outro pássaro engolindo um peixe, mergulha na direção dele, agarra seu pescoço, força-o a regurgitar o peixe e, antes que este caia na água, segura-o com o bico, engolindo-o em seguida. A vida do bicho-da-seda -- O bicho-da-seda nasce de um dos 500 a 800 ovos colocados por uma borboleta de asas acinzentadas e começa como uma pequena larva de menos de um milímetro de comprimento. Alimenta-se de folhas de amoreira e sofre transformações até virar um animal branco e liso e depois uma lagarta. Nessa fase produz os fios de seda através de quatro glândulas: duas no tubo digestivo, que fazem o fio sair pela fiandeira -- no seu lábio inferior --; e as glândulas de Fillippi, que segregam uma substância gelatinosa, a sericina, a qual faz com que os fios se unam em contato com o ar. Assim, a larva começa a construir seu casulo (cápsula fibrosa de forma oval e branca), fabricado com um único filamento que pode atingir dois quilômetros de comprimento. É dentro do casulo que ela se transforma em crisálida e então, se for criada para fins industriais, morre, pois leva um banho quente que derrete a sericina, soltando os fios, que depois são enrolados. São necessários 45 mil casulos para obter um quilo de fio de seda. *** Receitas Biscoitinhos picantes: 1 xícara de maisena; 2 xícaras de farinha de trigo; 1 xícara de açúcar; 1 colher de chá de fermento em pó; 1 xícara de manteiga sem sal; 1 ovo; 4 colheres de sobremesa de Karo; 1 colher de sopa de gengibre ralada; 1 colher de chá de páprica picante; 3 colheres de sopa de leite gelado. Modo de fazer: Misturar todos os ingredientes até que formem uma massa homogênea. Colocar num saco plástico. Levar à geladeira por 30 minutos. Retirar da geladeira. Fazer as bolinhas. Untar uma assadeira. Levar ao forno médio até dourarem. Suflê de chuchu – Ingredientes: 8 chuchus; 1 xícara de leite; 1 colher de sopa de manteiga; 1 colher de sopa de farinha de trigo; 4 ovos; 4 colheres de sopa de queijo ralado; sal. Modo de preparo: Cozinhe os chuchus em água e sal. Amasse-os bem. Faça um molho com o leite, a manteiga e a farinha de trigo. Junte as gemas, o queijo, os chuchus e, por último, as claras em neve. Ponha numa forma refratária e leve ao forno. Sirva bem quente. Bolo de Queijo -- Ingredientes: 1 litro de leite; 3 ovos; 3 xícaras de açúcar; 3 xícaras de farinha de trigo; 2 pacotes de queijo ralado; 1 colher de sopa de fermento em pó. Modo de fazer: Bata todos os ingredientes no liquidificador. Passe para uma tigela, acrescente o fermento e mexa. Coloque em um tabuleiro untado com farinha de trigo e manteiga e leve ao forno quente por 45 minutos. Dicas: Para variar sirva gelado. Use queijo ralado para decorar. Geléia de Caqui -- Ingredientes: 1 quilo e meio de caqui vermelho bem maduro; 1 quilo de açúcar; meio limão; 1 copo de água. Modo de preparo: Lave os caquis, retire a pele e os eventuais caroços. Leve o açúcar ao fogo até dissolver, junte a casca do limão, despeje o caqui e cozinhe em fogo brando. Mexa freqüentemente, porque a geléia, à medida que ganha consistência, gruda no fundo da panela. Tire do fogo somente quando estiver bem grossa. Deixe esfriar e guarde em recipiente de vidro previamente preparado e feche hermeticamente. *** Utilidade Pública Quem tem direito ao vale-transporte, plano de saúde, seguro de vida e tíquete alimentação? Apenas o vale-transporte é obrigatório, por força de lei. Os demais direitos são garantidos pelas convenções coletivas firmadas com os sindicatos ou por iniciativa das empresas. A empresa em que trabalho oferece uma condução e, por isso, cortou o vale-transporte. Isso é permitido? Sim, se a empresa oferece condução, não tem obrigação de oferecer o vale-transporte. A empresa pode diminuir o valor do vale-refeição? Pode cortá-lo? O vale-refeição não é obrigatório. Pode ser conveniente para a empresa usá-lo ou fruto de convenção coletiva. A empresa pode renegociar o valor do vale ou mesmo cortá-lo. Não há legislação sobre isso. Parei de trabalhar à noite e, com isso, o adicional noturno foi cortado. Isso é permitido? Sim, nesse caso o adicional noturno pode ser cortado. O que fazer se as férias venceram e o funcionário não desfrutou? O empregador tem o prazo de 12 meses para conceder férias ao empregado que completar o período de um ano de trabalho. Por exemplo, se o trabalhador começou a prestar serviços em 01-04-2002, terá o direito a férias a partir de 01-04- -2003. No entanto, a empresa poderá estender este direito até 01-04-2004. Se o funcionário não desfrutar de suas férias até essa última data, 01-04-2004, adquire o direito de receber o salário em dobro. Este valor deverá ser pago assim que o funcionário tirar férias ou quando for dispensado, se for o caso. O funcionário em licença de saúde (INSS) tem direito a receber dissídio? A lei garante aos funcionários afastados todas as vantagens que, na sua ausência, tenham sido concedidas à categoria, inclusive todos os reajustes salariais. No caso de afastamento por motivo de doença, há uma diferença prática que depende do tempo que o funcionário ficou fora do trabalho: se for até 15 dias, ele continuará recebendo o salário da empresa e, no caso, já com o reajuste do dissídio. Se permanecer afastado por mais de 15 dias, não receberá mais o salário, e sim um benefício pago pelo INSS. Neste caso, o reajuste será concedido quando o funcionário voltar a trabalhar. :::::::::: Informativo IBC Tarso Genro repassa dois milhões, duzentos e setenta e cinco mil reais ao IBC José Álvares de Azevedo, D. Pedro II e Benjamin Constant Botelho de Magalhães, se vivos fossem, muito apreciariam ver de perto as homenagens recebidas durante as comemorações do sesquicentenário do mais importante educandário especializado para deficientes visuais do país e também o mais antigo do gênero na América Latina. Além de ser reverenciado com as Medalhas Tiradentes e Pedro Ernesto, outorgadas respectivamente pelo Estado e Município do Rio de Janeiro, o Instituto Benjamin Constant-IBC recebeu do Ministério da Educação, no dia 17 de setembro de 2004, dois milhões, duzentos e setenta e cinco mil reais, destinados à modernização da Imprensa Braille e à compra de material escolar. Durante a sessão solene, na presença de mais de 600 pessoas, entre alunos, pais, reabilitandos, diretores, professores, servidores técnico-administrativos, parlamentares e convidados da sociedade carioca, o Ministro Tarso Genro, da Educação, assinou o documento e disse: "É menos do que o IBC merece, mas é uma prova do quanto ele é importante para o Governo Federal. A União fará um esforço cada vez maior para dar um atendimento necessário ao Instituto Benjamin Constant." *** Atletas de ouro do IBC dão exemplo de superação -- Os atletas paraolímpicos do Instituto Benjamin Constant-IBC realmente brilharam em Atenas, na Grécia. Anderson Dias, Sandro Laina, Rodrigo Machado, Hilário Moreira e Carolina Ruas, além de medalhas, trouxeram também exemplos de coragem e determinação. Os professores de Educação Física e treinadores do IBC, Ramon Pereira de Souza e Paulo Sérgio de Miranda, fizeram uma preparação intensiva com os desportistas, o que rendeu excelentes resultados. A dupla de área, Anderson e Sandro, titulares da Seleção Brasileira de Futebol de Cinco, sagraram-se campeões mundiais e conquistaram a medalha de ouro. :::::::::: Noticiário Especializado O Sonho sem limite – Jean Schutz é vencedor, pois nem a cegueira o impede de buscar seus objetivos. Apresentador do programa “Domingo Especial” da Rádio Gaseta AM, nasceu cego, em uma família humilde de Santa Catarina. Freqüentou a escola pública, onde cursou o ensino fundamental e médio. Aprendeu a ler e escrever em braille, e sua força de vontade para superar os limites impostos pela deficiência o levaram até a faculdade. Cursa o 6º semestre de jornalismo na UNISUL e também trabalha no setor de relação com a mídia em uma empresa de telefonia. Apaixonado por rádio -- é ouvinte de várias emissoras – decidiu criar o projeto de um programa dominical e apresentá-lo a algumas emissoras. A Rádio Gaseta AM, com sede no bairro do Estreito, na capital, apostou na idéia. Jean Schutz saiu em busca de patrocínio e, dia 30 de março de 2003, o Domingo Especial foi ao ar pela primeira vez. Sucesso total. Os ouvintes telefonam, respondem a perguntas, decifram charadas, mandam abraços e comentam sobre futebol. Assim que começa o programa, duas linhas são reservadas para o público, que telefona sem pa- rar. *** Alunos do Colégio Domus Sapientiae gravam CD e ajudam portadores de deficiência visual -- Projetos "Leitor e escritor" e "Convivendo com o outro" se unem para causa no- bre e ensinam crianças a lidar com responsabilidade social, já na infância. A partir deste mês, os alunos do Ensino Fundamental I do Colégio Domus Sapientiae, no Itaim, vão destinar um belo material cultural a crianças portadoras de deficiência visual. O Projeto "Leitor e escritor", de autoria da coordenadora pedagógica Mônica Santoro, cuja finalidade é melhorar a leitura e entonação dos alunos, se uniu com o "Convivendo com o outro" para a realização de um CD com vários gêneros literários, que vão servir como acervo escolar para as crianças deficientes visuais da Fundação Dorina Nowill, promovendo a integração entre alunos do colégio e pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, visando assim melhorar a qualidade de vida de todos. Os gêneros literários que fazem parte do CD foram divididos entre as quatro séries do ensino fundamental. Alunos da #,a série gravaram poesias; da segunda série, fábulas; os da terceira interpretaram contos; e as crônicas, os alunos da quarta série. O CD será doado para o acervo da biblioteca falada do Instituto. "Esses dois projetos juntos promovem a socialização, responsabilidade social, cidadania e melhoria da qualidade de vida de todos, a busca pela formação do cidadão do futuro através da conscientização de nossos alunos", declara Mônica Santoro. *** Marco Antonio de Queiroz relançou o livro "Sopro no Corpo: Vive-se de Sonhos", com capítulos inéditos de atualização. É uma auto biografia onde escreve a respeito de como ficou cego, devido à diabetes, como se reabilitou, trabalhou, foi pai, estudou, etc. O livro tem 192 páginas e é da Editora Rima. :::::::::: Troca de Idéias José Antonio de Albuquerque Sítio Xexéu, 52 Arapiraca – Alagoas 57308-000 Tenho 18 anos e gostaria de que me escrevessem garotas de 15 a 23 anos para, quem sabe, sermos amigos. Adalberto Hager e Sandra Mara Paes Rua Dom Pedro I n.o 86 Bairro Ponte Alta Volta Redonda – RJ 27270-350 Moramos juntos e gostaríamos de nos corresponder com pessoas de ambos os sexos, de todo o Brasil, para uma amizade sincera. Damos preferência por fita-carta. Luiz Carlos Silva Rua Curim 457 Bairro Jardim Europa Sete Lagoas – MG 35701-276 Tenho 40 anos, sou espírita, viúvo há 6 meses, tenho um filho de 3 anos. Gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos e qualquer idade. Muita paz para todos. Cristina Aparecida Leite Rua 8 n.o 260 entre as ave- nidas 25 e 27 Bairro: Centro Barretos – SP 14780-020 Desejo corresponder-me com pessoas de ambos os sexos. Aprecio música e meu interesse é fazer amizades. Severiano Junqueira Rua Alfredo Demétrio Jorge n.o 274 Bairro Universitário Ituiutaba – MG 38302-212 Tenho 83 anos e gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos, em português ou espanhol, e com ex-alunos do Instituto São Rafael, dos anos de 1934 a 1939. Gosto de poesia e música popular antiga. Casemiro Afonso da Silveira Av. São Paulo, 1177 Bairro Centro Gurupi -- TO 77403-040 Tenho 44 anos, sou formado em direito e gosto muito de ler. Gostaria de corresponder-me com moças de 25 a 50 anos, para fazer amizade e talvez ter um compromisso sé- rio. ::::::::::

Ao Leitor Solicitamos aos leitores e entidades abaixo mencionados que nos enviem seus endereços completos, pois suas revistas voltaram. Ademir Cardoso Ailton Bonfim do Espírito Santo Alzedio Cruz Bárbara Regina Ferreira Biblioteca Lúcia Missen Carlos Alberto Pereira de Castro CIAPP – Centro Integrado de Atendimento Psicológico e Psicopedagógico Cícera da Silva Edmilson Jose da Silva Etelvina dos Santos Gabimar Cavalcante Albuquerque José pereira da Costa José Silva de Vasconscelos Luiz Alberto Amorim Manuel Nascimento dos Santos Marcos Henrique C. Lima Maria D'Assunção Cerqueira Maria Elizabeth A. de Oliveira Mateus Evangelista Tomáz Sonia Maria Bello Bandeira Taise Teixeira Campos Teresinha Kawski ::::::::::