õeieieieieieieieieieieieieieio õ o õ Revista Brasileira o õ para Cegos o õ Ano LXIII n.o 503 o õ janeiro-junho o õ de 2005 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador da RBC o õ Prof. José o õ Espínola Veiga o õ Responsável pela RBC o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca — Rio de Janeiro o õ RJ — Brasil o õ 22290-240 o õ tel: (0xx21) 2543-1119 o õ Ramal: 145 o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Editorial :::::::::::::: 1 O Vaso com Racha- duras ::::::::::::::::: 2 O Jogo da Morte :::::: 4 Ninguém mais me Via ::: 11 Números no Escuro ::::: 16 Jóias da Humanidade ::: 20 Histórias Interessantes :::::::: 22 Artes :::::::::::::::::: 32 Brasil ::::::::::::::::: 34 Ecologia ::::::::::::::: 40 Lugares do Mundo :::::: 42 Ciência e Saúde ::::::: 47 Variedades ::::::::::::: 70 Informativo IBC :::::: 95 Noticiário Especializado ::::::: 103 Troca de Idéias ::::::: 110 Ao Leitor ::::::::::::: 113 Carta Aberta a um Amigo Morto – Edison Ribeiro Lemos, Mestre e Amigo Liderança nacional na luta contra a discriminação da pessoa cega, este intelectual de peso, com sua inteligência e seus discursos vibrantes fizeram-nos reféns de seu idealismo. Com um profundo conhecimento sobre a história do Instituto Benjamin Constant, deu-nos a honra de participar da elaboração da Revista Brasileira para Cegos, comemorativa do sesquicentenário do IBC. Uma vida de dedicação à causa do cego, fez seu coração pulsar sempre acelerado pelo nosso Instituto, e quando ele deixou de pulsar, o IBC morreu um pouco, pois você Edison, não mais lutaria suas lutas. Porém seu exemplo nos moverá sempre na busca incessante por destinos mais justos, pela igualdade de condições dos cegos, em uma sociedade ainda recalcitrante, mas, que muito avançou graças a pessoas como você. Adeus mestre e amigo insubstituível! Pois você é assim: insubstituível no coração de seus amigos. :::::::::: O Vaso com Rachaduras Conta uma lenda indiana que um homem transportava água todos os dias para a sua aldeia usando dois grandes vasos, que prendia nas extremidades de um pedaço de madeira e que colocava atravessado nas costas. Um dos vasos era mais velho que o outro e tinha pequenas rachaduras; cada vez que o homem percorria o caminho até sua casa, metade da água se perdia. Durante dois anos o homem fez o mesmo percurso. O vaso mais jovem estava sempre muito orgulhoso de seu desempenho e tinha certeza de que estava à altura da missão para a qual tinha sido criado, enquanto o outro vaso morria de vergonha por cumprir apenas a metade de sua tarefa, mesmo sabendo que aquelas rachaduras eram fruto de muito tempo de trabalho. Estava tão envergonhado que um dia, enquanto o homem se preparava para pegar água no poço, decidiu conversar com ele: -- Quero pedir desculpas, já que devido ao meu tempo de uso, você só consegue entregar metade da minha carga e saciar a metade da sede das pessoas em sua casa. O homem sorriu e lhe disse: -- Quando voltarmos, por favor, olhe cuidadosamente o caminho. Assim foi feito. E o vaso notou que, do seu lado, cresciam muitas flores e plantas. -- Vê como a natureza é mais bela do seu lado? comentou o homem. Sempre soube que você tinha rachaduras e resolvi aproveitar-me deste fato. Semeei hortaliças, flores e legumes, e você as tem regado sempre. Já recolhi muitas rosas para decorar minha casa, alimentei meus filhos com alface, couve e cebolas. Se você não fosse como é, como poderia ter feito isso? “Todos nós, em algum momento, envelhecemos e passamos a ter outras qualidades. É sempre possível aproveitar cada uma destas novas qualidades para obter um resultado.” :::::::::: O Jogo da Morte Jornal do Brasil A agradável tarde de 7 de junho, de temperatura amena, típica do verão em Kiev, contrastava com a tensão no rosto de cada funcionário da Padaria n.o 3. Seu time de futebol, batizado de F.C. Start, estava prestes a escrever um dos capítulos mais espetaculares – e ao mesmo tempo nebulosos – da história do esporte mundial. O uniforme se limitava a um jogo de camisas de malha vermelha, que evocava a bandeira da União Soviética. Tudo o mais era improvisado: em vez de calções, calças cortadas; no lugar das chuteiras, sapatos comuns de lona. O adversário também era inusitado, eram velhos conhecidos, simpatizantes da Alemanha nazista. Era o pontapé inicial do primeiro e único campeonato da Ucrânia ocupada por Hitler. Um torneio que, disputado no amargo ano de 1942, faria nascer um dos maiores mitos do futebol internacional. As lendas e os fatos relacionados à equipe do Start, na verdade um combinado de jogadores do Dínamo de Kiev e do rival Lokomotiv, são narrados num livro excepcional, do jornalista e escritor escocês Andy Dougan. Dougan não escreveu exatamente um livro sobre futebol, mas sim sobre a tragédia que se abateu sobre o povo ucraniano e todo o intrincado jogo de interesses políticos em torno do lendário time do Start, que venceu todas as partidas. Era uma vez, um time de futebol, orgulho da Ucrânia, que lutou bravamente contra a invasão dos alemães. Quando Kiev foi ocupada, todos foram presos. Só escaparam de ir para o campo de concentração por obra e graça de um Oskar Schindler local, que os levou para trabalhar numa fábrica de pães. Lá, formaram novamente uma equipe e voltaram a enfrentar os nazistas num campo de futebol armado pelas tropas de ocupação, para provar a superioridade ariana. Ganharam todas as partidas, defendendo a honra da Ucrânia e do socialismo. Na última, bateram uma seleção germânica e, por isso, logo após o fim do jogo, foram fuzilados, ainda vestindo seus uniformes. A história comovente do chamado "Jogo da Morte" circula há várias gerações no meio do futebol. Pena que, em parte, trate-se apenas de um mito, nascido de relatos de torcedores sobreviventes da ocupação nazista e reiterado pelos dirigentes soviéticos. Uma versão conveniente sobre o heroísmo e a abnegação do povo ucraniano, que finalmente agora é destrinchada pela ampla pesquisa empreendida por Dougan. Ok, de fato, parte do time do Dínamo de Kiev lutou contra os nazistas nos campos de batalha. Muitos desapareceram nesse período e seus corpos jamais foram encontrados. As tropas ucranianas eram mal equipadas e treinadas. Em muitos pelotões, havia um fuzil para cada grupo de cinco soldados. Do outro lado, marchavam alemães bem nutridos, muitos dos quais acreditavam na propaganda de sua superioridade racial. Kiev caiu, e iniciou-se um dos períodos de maior barbárie da história humana. Em novembro, menos de um mês após a ocupação, 100 mil civis já haviam sido executados, dos quais 75 mil judeus. Era demais, mesmo para um povo que sobrevivera, na década anterior, à Grande Fome orquestrada por Stálin – o ditador soviético que confiscou grande parte da declinante produção de grãos ucraniana, deixando a população local à míngua – e também à política de deportações de dissidentes para campos de trabalhos forçados na Sibéria. Com o país submetido à servidão, os nazistas reativaram algumas das padarias (na verdade, grandes fábricas de pães) existentes antes da ocupação, como a n.o 3. A população foi dividida em castas. No topo da pirâmide estavam os alemães, seguidos pelos arianos de países aliados. Abaixo, estavam os ucranianos, impedidos de exercer qualquer atividade qualificada. A economia deveria voltar a funcionar basicamente para garantir a exportação de trabalhadores rumo às fábricas germânicas de armamentos. Alguns ucranianos emigraram voluntariamente para fugir das péssimas condições de vida no país ocupado, mas a maioria -- mais de 40 mil por mês -- foi enviada para a Alemanha na mira de fuzis. Neste momento, Josef Kordik, tcheco de origem, mas fluente em alemão, identificou-se como austríaco e conseguiu o controle da Padaria n.o 3. Apaixonado por esportes, este sujeito rude e amargurado conseguiu reunir, entre seus funcionários, diversos atletas que passavam toda sorte de necessidades como cidadãos de segunda classe. Dougan relata todas as dificuldades enfrentadas pelos jogadores para sobreviver a uma guerra que, ao acabar, havia reduzido a população de Kiev de 400 mil habitantes para 80 mil. É impressionante seu esforço de cotejar fontes contraditórias para episódios polêmicos, como a lendária vitória sobre a suposta seleção alemã no "Jogo da Morte". E não apenas o time alemão fracassou, mas acabou humilhado pelos talentosos, mas famintos jogadores do Start, que não estavam livres da rotina de trabalhos forçados e só melhoravam sua dieta graças à comida fornecida às escondidas por torcedores e soldados romenos, aliados de ocasião dos nazistas. :::::::::: Ninguém mais me Via Paula Barcellos O que poderia ser apenas uma aula do curso de graduação de Psicologia, tornou-se um projeto de pesquisa que já dura dez anos. Em 1994, o então estudante da USP, Fernando Braga da Costa teve que acompanhar o cotidiano de um grupo de “trabalhadores braçais”. O jovem não pensou duas vezes: resolveu ser gari por um dia. As expectativas do hoje psicólogo clínico e doutorando em Psicologia, foram contrariadas nas primeiras varridas pelo campus: Foi como ter desaparecido. Antônio -- um dos garis -- e eu entramos no bloco de aulas. Os alunos estavam em intervalo, fora das salas: pelos corredores internos, no centro acadêmico, na lanchonete. Conhecia aquela gente: amigos de turma, veteranos, companheiros do time de futebol, parceiros do tênis de mesa, os professores. Todos do Instituto de Psicologia. Atravessamos o andar térreo de ponta a ponta. Subimos as escadas. Passamos pelo andar superior. Descemos as escadas. Novamente andamos pelo térreo. Transitamos em frente à lanchonete. Estava atento. Buscava a expressão de alguém surpreso: “Que roupas são essas, Fernando?!” A atenção foi cansando lentamente. Meu olhar foi assumindo função meramente instrumental. Eu precisava, agora, era desviar daqueles que não me viam: era para isso que, frustrado, eu precisava agora estar atento. Já não esperava surpresa alguma dos outros comigo. Deixei de esperar pelas perguntas intrigadas, mas ainda seria capaz de responder a algum cumprimento, alguém que me tomasse por gari ao lado de um outro gari. Nenhum cumprimento, mesmo discreto. Os olhares me tangenciavam. Mal-estar súbito: eu estava invisível. Antônio comigo: Antônio estava invisível. Josias, outro gari, também ouviu a história e pontificou: “Se alguém não te olha quando cê tá assim, e quando cê troca a roupa diz ser teu amigo, pode ter certeza que não é amigo coisa nenhuma.” Todos os pobres ficam invisíveis ou, quando atingem alguma visibilidade, é porque ficaram ricos ou amigos de ricos. Depois de sentir na pele a humilhação social sofrida pelos garis, Fernando passou a conviver com o grupo uma vez por semana – “terça-feira, dia de varrição” – para realizar uma pesquisa sobre o fenômeno de invisibilidade pública. Esses dez anos de trabalho podem agora ser conferidos em "Homens invisíveis" relatos de uma humilhação social. Mas a obra não é simplesmente registro de uma pesquisa. O psicólogo ultrapassa os interesses acadêmicos e constrói uma espécie de livro-reportagem, cujos personagens são aqueles garis, que todos vêem diariamente, mas nunca enxergam de verdade. E foi justamente com esses trabalhadores invisíveis – apesar do uniforme laranja – que Fernando aprendeu o ofício da sua profissão: "Minha formação como psicólogo dependeu muito mais deles do que de 90 por cento dos meus professores. Desde o momento em que se bate o cartão na entrada até quando novamente o fazem na saída, é humilhação o tempo todo. São escravos, assim como as empregadas domésticas. Não falam como se estivessem diante de gente, apenas ordenam o que fazer e o que não fazer. Somos carregados na caçamba da caminhonete com as ferramentas, como se fôssemos ferramentas também. Eu poderia ficar horas descrevendo todas as humilhações pelas quais passamos diariamente. Não há mais como esconder isso. A USP é uma fogueira de vaidades. Poucos se salvam.” :::::::::: Número no Escuro Carmen Kavano Quando uma explosão acidental deixou o russo Lev Semenovich Pontryagin (1908-1988) completamente cego, todos acharam que o adolescente de 14 anos não poderia mais sonhar com estudos e com uma brilhante carreira na antiga União Soviética. Mas sua mãe Tatyana Andreevna Pontryagina não pensava assim. Ela passou a ser os olhos do filho sempre que ele precisava. A família Pontryagin não tinha recursos para dar a Lev uma boa educação, muito menos o acompanhamento que suas condições especiais exigiam. Então a mãe tomou para si a responsabilidade de ajudar o filho a enfrentar todas as dificuldades de aprendizagem. A tarefa não era nada fácil para ela e ficou cada vez mais desafiadora à medida que o rapaz progredia nos estudos matemáticos. Tatyana não sabia a linguagem de equações e fórmulas e só se comunicava em russo. Ela então aprendeu línguas estrangeiras para poder ler artigos internacionais para seu filho. Quanto aos sinais e símbolos matemáticos que apareciam nos textos, a mãe só podia descrevê-los para Lev. Por exemplo: o sinal de “contido” na expressão "A está contido em B" era descrito como uma “curva voltada para a direita”. E Pontryagin entendia que o conjunto A é um subconjunto do conjunto B ou que o conjunto "A está contido no conjunto B". O jovem foi para a Universidade de Moscou e logo chamou a atenção de todos, não só por dominar a linguagem matemática superando a cegueira, mas porque se destacava mesmo entre seus colegas com visão normal. Lev logo passou a fazer importantes trabalhos matemáticos com seus professores. Tatyana trabalhou por vários anos como uma espécie de secretária para o filho, lendo em voz alta e datilografando artigos. Ao se formar, Pontryagin prosseguiu seus trabalhos na Universidade e fez contribuições em algumas áreas da matemática. Seu nome hoje é associado a teoremas e princípios matemáticos, em especial nas equações diferenciais ordinárias e na chamada teoria de controles, na matemática aplicada. As equações diferenciais ordinárias devem ser usadas quando o fenômeno que se estuda depende de uma só variável: o tempo. Por isso, elas podem ser aplicadas a tudo que varia com o tempo, como a posição entre dois corpos em momentos diferentes. Pontryagin trabalhou com essas equações especialmente na chamada teoria de controles, que se aplica a sistemas como a automação industrial e atividades de robôs. Hoje as contribuições dos soviéticos também são aplicadas em outras áreas da física, engenharia e economia. Ela pode ser usada, por exemplo, no estudo do controle da inflação ou nas medidas e instrumentos para controlar a taxa de desemprego – fenômenos que sofrem variação só com tempo, nas quais se usam as equações diferenciais ordinárias. A dedicação e a determinação de Tatyana, somados ao talento matemático do filho, renderam frutos durante toda a vida do matemático. Ele recebeu prêmios e honrarias por seus resultados em várias áreas da matemática. Após publicar alguns livros, foi eleito membro da Academia de Ciências da antiga União Soviética e de outras ins- tituições. :::::::::: Jóias da Humanidade Pirâmides do Egito A Maior Maravilha de Todos os Tempos Revista Próxima Viagem Com mais de 4.500 anos, as três pirâmides de Gizé, no Egito, são consideradas maravilhas da engenharia, pelo menos desde o século V a.C., quando o historiador grego Heródoto fez a primeira lista das sete maiores maravilhas arquitetônicas ou da engenharia erguidas no território abrangido pelo império de Alexandre Magno. Na época da lista de Heródoto, a pirâmide de Quéops – a maior das três que se agrupam lado a lado – já era considerada a mais antiga e imponente obra de engenharia do mundo. Com incríveis 147 metros de altura, ela ocupa uma área de 5,5 hectares, o equivalente a 200 quadras de tênis, e é, ainda hoje, a maior pirâmide erguida na face da Terra. As três pirâmides de Gizé foram construídas como tumbas para os faraós Khufu -- Quéops, Khafre -- Quéfren e Menkaure -- Miquerinos, respectivamente pai, filho e neto da quarta dinastia egípcia. Há mais de 4 mil anos, essas pirâmides maravilham seus visitantes pela precisão de suas linhas geométricas, que demonstram como os egípcios estavam avançados em seus conhecimentos de matemática e engenharia. Além das três pirâmides, o grande platô de Gizé, na margem ocidental do Nilo, ainda conta com mais seis pequenas pirâmides e inúmeras "mastabas", tumbas de teto chato, destinadas a oficiais, cortesãos e membros menos importantes da família real. Lugar para as mulheres – As pirâmides menores provavelmente eram destinadas aos túmulos das rainhas. Brancura divina – As pirâmides eram revestidas com blocos de calcário branco, o que as fazia luzir sob o sol, podendo ser vistas a dezenas de quilômetros. Ponta dourada – Acredita-se que o topo da pirâmide de Khufu era revestido de folhas de ouro. :::::::::: Histórias Interessantes Relatos Incomuns -- O Egito fascina o Ocidente há séculos. O grego Heródoto, que viveu no século V a.C., um dos primeiros historiadores da humanidade e um dos poucos a descrever os egípcios, deixou uma documentação que é, ao mesmo tempo, rica e controvertida. Muitas de suas explicações, como a mumificação, permaneceram como a única fonte de informação por séculos, até que técnicas mais avançadas puderam confirmar ou contestar o que ele dizia. Outras valem pelo aspecto cômico. "Os egípcios fazem tudo ao contrário", diz ele, por exemplo, em suas Histórias. “As mulheres urinam de pé, e os homens, sentados.” Em outra passagem, ele narra a adoração que os egípcios têm pelos gatos. “O que acontece quando uma casa pega fogo é o mais extraordinário: ninguém se dá ao trabalho de apagá-lo, porque só os gatos é que importam.” Para Antonio Brancaglion Jr. Existem dúvidas se Heródoto realmente esteve no Egito. “Ele fala das pirâmides, mas não menciona a esfinge em nenhum lugar”, comenta o egiptólogo. Homens e mulheres se pintavam, usavam jóias e roupas de linho; o que variava de classe para classe era a qualidade dos adornos, que ia do ouro à cerâmica e madeira. Em alguns períodos, as mulheres da nobreza usavam perucas de cabelo verdadeiro e perfumes com essências raras; as menos ricas e influentes usavam fibras vegetais e perfumes comuns. Uma tintura preta, chamada kohl, era tam- bém de uso generalizado nos olhos e faces de homens e mulheres. “Alguns egípcios costumavam passar sombra verde nos olhos e *rouge*”, diz Manniche. Eram vaidosos e alegres. Se ficaram com uma imagem diferente, o problema não é deles. Como diz Brancaglion, não foram as múmias dos faraós que nos amaldiçoaram. Fomos nós que as conde- namos. *** Museu de Privadas -- Pode parecer estranho que o único museu de privadas do mundo fique logo na Índia. Sim, um país que não prima pelas condições sanitárias. Mas a escolha fica menos esquisita quando se sabe que escavações arqueológicas provaram ter sido a Índia o primeiro lugar a criar um sistema sanitário, no remoto ano de 2500 a.C. A coleção conta a história da evolução das latrinas, passando pelos egípcios, babilônios, romanos, chegando às inovações *hi-tech*. Há peças interessantíssimas, como o vaso portátil francês que imita uma pilha de livros de literatura inglesa. Outra pérola: a ré- plica do trono do rei francês Luís XIII, que, prudente, mantinha um vaso sanitário embutido nele. O monarca tinha o estranho costume de despachar sentado no “trono”. Em público. *** Vaia -- Pasteur descobriu as vacinas contra o crupe e o carbúnculo, criou o soro anti-rábico, salvou a sericicultura da França, contribuiu para o desenvolvimento da indústria francesa de vinhos e ensinou aos cirurgiões como evitar a infecção hospitalar que, em 1885, matava oito em cada dez pacientes operados, mas foi levado ao ridículo por médicos franceses e vaiado na Academia de Ciências de Paris. *** Curiosidades da Idade Média – É impressionante, nos dias de hoje, quando visitamos o Palácio de Versailles em Paris e observamos que o suntuoso palácio não tem banheiros. Quem passou por esta experiência ficou sabendo de coisas inacreditáveis. Na Idade Média, não existiam os dentifrícios, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dentes ou desodorantes e papel higiênico, nem pensar... As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio... Quando paramos para pensar que todos já viram que nos filmes aparecem pessoas sendo abanadas, passam desapercebidos os motivos. Em um país de clima temperado, a justificativa não era o calor, mas sim o péssimo odor que as pessoas exalavam, pois não tomavam banho, não escovavam os dentes e não usavam papel higiênico e muito menos faziam higiene íntima. Os nobres eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam, para espalhar o mau cheiro que o corpo e suas bocas exalavam, além de ser uma forma de espantar os insetos. Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho -- para eles, o começo do verão --, a razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí termos maio como o “mês das noivas” e a origem do buquê de noiva explicada. Os banhos eram tomados numa única tina enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível “perder” um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês: “don't throw the baby out with the bath water”, ou seja, literalmente: "não jogue o bebê fora junto com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos... Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais – cães, gatos e outros de pequeno porte, como ratos e besouros, se aquecerem. Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa expressão: “está chovendo canivetes” tem o seu equivalente em inglês em “it's raining cats and dogs” "está chovendo gatos e cachorros". Para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura, que se transformou no dossel. Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada -- lembremo-nos de que os hábitos higiênicos da época não eram lá grande coisa... --. Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo “no chão” numa espécie de "narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho". Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto; portanto, recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí, surgiu a "vigília do caixão".A Inglaterra é um país pequeno e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossário e o túmulo era utilizado para outro infeliz. Às vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim surgiu a idéia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria “saved by the bell”, ou “salvo pelo gongo”, expressão essa por nós usada até os dias atuais. :::::::::: Artes Biblioteca para Ler e Ver Revista Próxima Viagem É uma biblioteca – o maior acervo de livros portugueses fora da terrinha. Mas dá a impressão de ser um cenário construído por cenógrafos. Porque, apesar de se chamar Real Gabinete Português de Leitura, seu visual extemporâneo não parece pertencer a este mundo – leia-se Rio de Janeiro, século XXI. Seus 300 mil livros são mesmo para ler, com exceção da primeira edição de “Os Lusíadas”, de valor incalculável, só exibida em ocasiões especiais. Mas é o ambiente que deixa os visitantes boquiabertos. Só na terceira visita alguém conseguirá se concentrar na leitura, sem reparar no *décor* – mas talvez isso nunca aconteça. O Gabinete, um misto de biblioteca, monumento e museu, é uma maravilha da arquitetura neomanuelina e, embora escondido na parte mais sombria do Centro, faz parte do roteiro oficial do Rio. Seus mantenedores, porém, lamentam a queda na freqüência: “Infelizmente, o hábito da leitura não é o mesmo.” *OK*, nesse caso não vale o que está escrito. Comece a se impressionar com a fachada, trazida de Portugal. Repare nas estantes que abrigam o monumental acervo e nas encadernações seculares, mas não abra a boca para deixar escapar exclamação. O silêncio é sepulcral. Imagine-se em 1887, quando o edifício foi inaugurado pela princesa Isabel. Sinta também os fluidos de Camões, no busto de bronze do Gabinete. Curiosamente, ele tem ambos os olhos bem abertos – sem o célebre tapa-olho. Para não perder nada. Real Gabinete Português de Leitura Rua Luiz de Camões, 30 Centro -- RJ Tel. (21) 2221-3138 de se- gunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas :::::::::: Brasil Uma Ode à Memória Colonial Florença Mazza No sudoeste da Chapada Diamantina, coração da Bahia, repousa Rio de Contas – jóia de dupla face: bruta e lapidada. Bruta, por conservar os ares de vila antiga; lapidada, por reunir, restaurados, mais de 400 casarões dos séculos XVII e XVIII. Ambas reluzem História, uma aula de Brasil. Fundada por bandeirantes paulistas antes do descobrimento de diamantes no sertão da Bahia, a cidade mais antiga da Chapada Diamantina não tardou em se tornar importante posto de controle do ouro que vinha de Minas Gerais e Goiás. Os primeiros dados referentes à cidade, remontam ao século XVII, quando já havia notícias de um povoado com o nome de Pouso dos Criolos. Sua fundação oficial viria a ocorrer no século seguinte, quando, em 1713, o bandeirante Sebastião Raposo e seu filho Antonio Raposo Tavares obtiveram autorização para explorar os sertões do norte de Minas. Encontraram ouro na localidade de Mato Grosso, próximo à nascente do Rio das Contas, no Vale da Serra da Tromba. A história da cidade está diretamente ligada, portanto, ao ciclo do ouro. Prova disso é a Estrada Real. O caminho de pedras que liga Rio de Contas a Livramento foi construído por escravos no século XVIII para que o metal precioso pudesse ser transportado de Jacobina para o sudeste. Hoje atrai turistas que querem inebriar-se de passado. No centro, a atmosfera nostálgica não é diferente: carroças trafegam pelas ruas de paralelepípedo, cercadas de casas centenárias. Em meio ao conjunto arquitetônico colonial, destacam-se a prefeitura e o Teatro São Carlos, de 1812, ambos situados no Largo do Rosário, e a antiga Casa de Fundição. Igualmente belas são a Igreja de Santana, do século XVII, e as capelas de Bom Jesus da Lapa e São Sebastião. Uma das pérolas de Rio de Contas – que serviu de locação para o filme "Abril Despedaçado", de Walter Salles – é a praça da cidade, rodeada de sobrados. Pausa para se perder no tempo... De um lado, brilha a Casa de Câmara e a Cadeia. Do outro, está a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento, de 1742. As visitas só são permitidas durante as missas, celebradas diariamente às 19 horas. O maior mérito de Rio de Contas é o zelo com que preserva seu passado, sua História. Além da restauração dos casarões, iniciada em 1986 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN, o Arquivo Municipal mantém viva a memória da cidade e da Bahia em antigos documentos. Exemplo para todo o país. *** Traído por um Galo Jornal do Brasil O Rio de Janeiro passa a ser território predileto da gatunagem a partir do momento em que é elevado à capital do País, em 1763. Ladrões assaltavam tropeiros que transportavam o ouro de Minas Gerais. Muitos deles jamais foram molestados, pois eram mancomunados com as autoridades – pasmem! Naquele final de século XVIII, o inimigo número 1 das tropas portuguesas era um patrício, um tal de "Mão de Luva". Diziam as más línguas que o sujeito tinha um "cacho" com D. Maria I, rainha de Portugal. Certa vez, fora apanhado em flagrante pelo rei, D. Pedro III, e se deu mal. Sua Majestade mandou decepar a mão direita do atrevido, deportando-o para o Brasil, e aqui tornou-se malfeitor. Mão de Luva – usava uma luva de couro com enchimento no lugar do membro decepado – era o terror dos tropeiros, dominando toda a região do Vale do Paraíba. Mas um dia, o bandido fora traído por um galo, que cismou de cantar justamente no momento em que os soldados passavam, denunciando seu esconderijo. O ladrão foi preso e o denunciante homenageado: desde então aquele lugar passou a se chamar Cantagalo. ::::::::::

Ecologia Diga não à Vitela!!! Revista Prona Universo Holístico Vamos imaginar que estamos em um bom restaurante e o prato é vitela. A carne é clara, saborosa e tenra. A vitela é resultante de um bezerro macho que costumava ser sacrificado logo após o nascimento, antes que começasse a comer capim. Um animal recém-nascido, com cerca de 50 quilos, fornecia pouca quantidade de carne. Então, produtores holandeses inventaram uma maneira de maximizar seus lucros, mantendo o animal vivo mais tempo para engorde sem alterar as características de sua carne. Se criados em liberdade, os novilhos iriam correr pelo campo desenvolvendo a musculaturade além disso, o pasto lhes daria ferro em abundância e a sua carne ficaria vermelha. A “solução” então, foi a de colocar os animais em pequenos caixotes de madeira – 56 por 137 cm – em unidades de confinamento. Atrelados a uma atadura no pescoço, eles não podem se virar. Depois, quando crescerem, não poderão mesmo fazer qualquer movimento. O compartimento não possui palha para que eles se deitem, já que os animais poderiam comê-la. Para que haja o escoamento das fezes e da urina, o piso é feito de sarrafos espaçados, o que agrega mais sofrimento. Ao longo de quatro meses eles ficarão assim, sendo alimentados com um caldo de leite em pó desnatado e enriquecido com vitaminas, sais minerais e remédios que estimulam seu crescimento. Para que engordem mais rápido, é comum que não lhes dêem água, assim engolem mais da solução. A sede é aumentada artificialmente pelo aquecimento da unidade que produz um suor anormal. Para que não se agitem, muitos produtores os mantêm quase todo o tempo no escuro. Serão mantidos vivos, anêmicos e frágeis, mas atingirão 200 quilos, a indústria fará muito dinheiro e alguns poucos consumidores terão, à disposição, uma carne “clara e tenra”. :::::::::: Lugares do Mundo Armênia Revista Geográfica Universal O que é a Armênia? A resposta mais direta, no ano de 2004, é que se trata de um país de 3 milhões de cidadãos ao sul das montanhas do Cáucaso. São quase 30 mil quilômetros quadrados de planaltos pedregosos, mais ou menos do tamanho da Bélgica. Sem acesso ao mar e sujeita a terremotos, a região situa-se numa das rotas comerciais mais importantes da história – a ponte terrestre que une a Europa à Ásia, hoje delimitada pela Turquia, Geórgia, Azerbaijão e Irã. Os povos contemporâneos do início da história armênia – hititas e caldeus, fenícios e frígios, lídios e medos – desapareceram há muito tempo. Os armênios, porém, estão vivos. Ao percorrer sua terra, sentimos que a viagem é um mergulho num velho drama – o ciclo do desastre da regeneração, representado na história de Noé, cuja arca, segundo o Velho Testamento, veio aportar na Armênia, no monte Ararat, após o dilúvio. Hoje porém como zona militar turca, o Ararat é estritamente proibido ao acesso dos armênios.É impossível não voltar os olhos para o Ararat em Yerevan, capital da Armênia. O grandioso pico parece flutuar sobre a cidade e, no entanto, não podemos ir até lá. O Ararat é o orgulho, a frustração e o sonho não realizado que faz o povo armênio seguir em frente. Se voltarmos para trás o relógio da história até a época romana de Júlio César, no primeiro século antes de Cristo, veremos que a Armênia era um império sob o governo de Tigranes, o Grande, cujo reino se estendia desde o mar Cáspio até a Terra Santa. Adiantando de novo o relógio até o século IX, veremos que a gigantesca Armênia dos tempos de César fora dividida, formando as satrápias, ou províncias de Bizâncio e do califado árabe. Vieram então as implacáveis invasões turcas que aos poucos enfraqueceram o poder de Bizâncio até que – numa virada histórica que seria implausível para outra nação – no século XII, o reino da Armênia literalmente fez as malas e mudou-se para várias centenas de quilômetros a oeste. Em 70 a.C., a Armênia era um império. Hoje é uma minúscula república, prensada entre o Azerbaijão e a Turquia – dois vizinhos hostis que fecharam suas fronteiras com o país.A disputa atual é pelo controle de Nagorno- -Karabakh, enclave de armênios étnicos dentro do Azerbaijão. Nagorno-Karabakh é também o cenário onde se desenvolveu a história Armênia, com 3 mil anos de rebeldia e sobrevivência. Duas horas depois da cidade de Majkalashen, chega-se ao vale de Amaras, onde se localiza o Mosteiro de São Gregório, o Iluminador – santo padroeiro dos armênios, que data do século IV. O mosteiro está envolto em silêncio, cercado pelas amoreiras de troncos retorcidos. Fortificações de pedra, crivadas de balas, rodeiam-no. A muralha interior inclui celas para os monges – com imaginação podíamos visualizá-los, firmes em seu trabalho de transcrever textos e ensinar aos noviços as obras clássicas da Antigüidade. O complexo do mosteiro abrigou a primeira escola fundada em Karabakh, verdadeiro santuário que preserva as tradições educacionais dos armênios e sua linguagem escrita. A história posterior desse mosteiro é um autêntico catálogo de profanações. Foi saqueado pelos persas no século V, pelos árabes no VII e pelos guerreiros mongóis de Gêngis Khan no XIII. Após uma trégua de um século e meio, chegou Tamerlão, encabeçando uma tempestade de conquistas desde Samarqand -- no atual Uzbequistão -- até o Mediterrâneo. Decidido a superar os mongóis, Tamerlão arrasou o mosteiro e mandou jogar as pedras no rio. Segundo a tradição oral, os monges sobreviventes esperaram até Tamerlão sumir de vista, retiraram os escombros da água e reconstruíram o mosteiro pedra por pedra. :::::::::: Ciência e Saúde Você já comeu insetos? A idéia de comer insetos pode ser nojenta; no entanto, muitas civilizações antigas costumavam incorporá-los ao cardápio, conforme comprovam referências bíblicas. A sugestão está sendo apontada como uma séria alternativa de alimentação para o nosso século: grilos, formigas, lagartas e outros insetos poderão fazer parte da indústria alimentícia do futuro. Quem defende a idéia, com vistas à hiperpopulação mundial, é o cientista francês Bruno Comby, autor do livro "Insetos Deliciosos: as proteínas do futuro". Segundo ele, os insetos estão entre os seres mais nutritivos que podem ser consumidos pelo homem. Além das proteínas, eles também são ricos em lipídios, carboidratos, minerais e vitaminas. A população litorânea do Pará já tem uma larga tradição no uso de insetos no tratamento de doenças. Na Tailândia, por exemplo, grilos, abelhas e larvas são fritos e servidos como aperitivo. *** Tecnologia -- Reciclagem Revolucionária -- A Tetra Pak do Brasil, a Alcoa, a Klabin e a TSL Ambiental desenvolveram uma nova tecnologia para a reciclagem de embalagens tipo longa vida. Inédita no mundo, a tecnologia de plasma separa o papel e conserva unidos o alumínio e o plástico da embalagem, os quais são depois transformados em utensílios como telhas, vassouras e escovas. O sistema usa energia elétrica para produzir um jato de plasma, aquecendo a 15 mil graus Celsius a mistura de plástico e alumínio. Com o processo, o plástico é transformado em parafina e o alumínio, totalmente recuperado em forma de lingotes de alta pureza. A nova tecnologia foi totalmente desenvolvida no Brasil e já despertou interesse no exterior. Países como Suécia e China enviaram representantes à planta-piloto da TSL, em Osasco -- SP --, para conhecer como funciona o processo de reciclagem. O projeto consumiu anos de pesquisa e a construção da primeira unidade recicladora custará cerca de 10 milhões e quinhentos mil dólares. *** Astronomia -- Vizinho Fedido -- A intensa pesquisa feita por dois robozinhos da Nasa em Marte permitiu a cientistas chegarem a uma conclusão nada agradável: o planeta deve ser incrivelmente malcheiroso. As máquinas detectaram enxofre no solo que, aliado a um ambiente oxidante, leva à produção de sulfato. “Caso apareçam situações que favorecem os ácidos, como depósitos subterrâneos, há produção de ácido sulfúrico. Como subproduto, pode surgir sulfato de hidrogênio; tudo isso deve feder um bocado”, afirma Jim Garvin, cientista-líder da Nasa. "Antes de migrarmos para lá, é melhor pensarmos duas vezes. O sulfato de hidrogênio, além de fedido, é também venenoso." *** Arqueologia -- Decifrados Hieróglifos Milenares -- Arqueólogos franceses conseguiram decifrar hieróglifos egípcios com 4.400 anos de idade. O trabalho durou 30 anos e, se a datação for confirmada, estes serão os textos sagrados mais antigos da humanidade. Os hieróglifos foram descobertos na pirâmide do faraó Pepi I pela equipe do arqueólogo Jean Leclaty. O texto integral será publicado pelo Instituto Francês do Cairo. Os hieróglifos decifrados pelo grupo de Leclaty são orações, cujo objetivo era ajudar o faraó a ressuscitar, inclusive sugerindo as formas que poderia tomar, como estrela ou pássa- ro. *** Paleontologia -- Cientistas Argentinos Acham Seis Ovos de Titanossauros que Viveram Há 80 Milhões de Anos -- Paleontólogos argentinos acharam um verdadeiro tesouro: seis ovos intactos do grupo dos titanossauros, dinossauros herbívoros que viveram na Patagônia há 80 milhões de anos. De acordo com a revista Science, os embriões são os primeiros com o crânio bem preservado e vão ajudar a entender a história evolutiva desses animais. Não é a primeira vez que o sítio de Auca Mahuevo, no norte da Patagônia, revela detalhes sobre a vida dos dinossauros sul-americanos. Centenas de milhares de ovos, dispostos em milhares de ninhos, se espalhavam por uma área de vários quilômetros quadrados. Tudo indica que Auca Mahuevo era para os dinossauros o que as praias do Nordeste brasileiro são para as tartarugas marinhas: um refúgio anual de desova e pro- criação. *** Pesquisa -- O Perigo dos Isotônicos -- Segundo um estudo experimental feito com 70 ratos pela pesquisadora Nayda Parisio de Abreu, da Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, se as bebidas isotônicas como Gatorade, etc. não forem ingeridas corretamente, podem causar calcificações na bexiga. Inicialmente, os isotônicos foram lançados para serem consumidos por atletas, que perdem água e sais minerais durante os exercícios físicos. Hoje, porém, eles já estão sendo tomados até por crianças e pessoas sedentárias. Na pesquisa da UNIFESP, os animais foram divididos em nove grupos e submetidos a uma séria dosagem bioquímica. Os grupos que consumiram isotônicos e não praticaram exercícios ou praticaram moderadamente apresentaram o início de uma calcificação na bexiga. A pesquisa também indicou que um cálculo poderia ter aparecido se a bebida fosse ingerida por um período maior ou em dose mais elevada. Mas, apesar do início da calcificação, a função renal das cobaias foi preservada. Como o estudo foi realizado com animais, novas experiências devem ser desenvolvidas para verificar os efeitos no ser humano. *** Auto-Ajuda -- O Girassol -- Você já reparou como é fácil ficar de baixo astral? “Estou de baixo astral porque está chovendo, porque tenho uma conta para pagar, porque não tenho exatamente o dinheiro ou a aparência que eu gostaria de ter, ou porque ainda não fui valorizado, porque ainda não encontrei o amor da minha vida, porque a pessoa que quero não me quer, porque...” É claro que tem hora que a gente não está bem. Mas a nossa atitude deveria ser de uma antena que tenta, ao máximo possível, pegar o lado bom da vida. Na natureza, nós temos uma antena que é assim: O girassol. O girassol se volta para onde o sol estiver. Mesmo que o sol esteja escondido atrás de uma nuvem. Nós temos de ser mais assim, aprender a realçar o que de bom recebemos. Aprender a ampliar pequenos gestos positivos e transformá-los em grandes acontecimentos. *** Infância e Adolescência -- Desabafo de uma Criança -- Não tenham medo de ser firmes comigo... Prefiro assim, isso faz com que eu me sinta mais seguro. Sei que não devo ter tudo que eu quero... Só estou experimentando vocês. Não deixem que eu adquira maus hábitos... Dependo de vocês para saber o que é certo ou errado. Não me protejam das conseqüências dos meus erros... Às vezes eu prefiro aprender pelo caminho mais áspero. Não levem muito a sério as minhas pequenas dores... Necessito delas para obter a atenção que desejo. Não sejam irritantes ao me corrigir... Pois eu poderei fazer o contrário do que me pedem. Não me façam promessas que não poderão cumprir... Isto me deixará profundamente desapontado. Não ponham à prova a minha honestidade... Digo mentiras facilmente. Não me mostrem um Deus carrancudo e vingativo... Isto me afastará dele. Não desconversem quando faço perguntas... Senão eu procurarei na rua as respostas que não tive em casa. Não se mostrem para mim como pessoas perfeitas e infalíveis... Ficarei muito chocado quando descobrir um erro de vocês. Não digam que meus temores são bobos... Ajudem-me a compreendê-los. Não digam que não conseguem me controlar... Eu posso pensar que sou mais forte que vocês. Não me tratem como uma pessoa sem personalidade... Lembrem-se de que eu tenho o meu próprio modo de ser. Não apontem os defeitos das pessoas que me cercam... Isso criará em mim, desde cedo, um espírito intolerante. Não se esqueçam que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesmo... Mas nunca desistam de me ensinar o bem. Mesmo que eu pareça não estar aprendendo... No futuro vocês verão em mim o fruto daquilo que plan- taram. *** Mulher -- Da Burca ao Biquíni -- Afegã ganha prêmio, mas pode ser presa se voltar ao país. Manila. A estudante Vida Samadzai não tinha beleza suficiente para desbancar suas concorrentes esteticamente mais bem dotadas e ficou de fora das finalistas do concurso *Miss* Planeta Terra. Mas, como primeira afegã a participar de um concurso de beleza em 30 anos, Vida acabou sendo agraciada com o prêmio "beleza de causa". Mais do que um prêmio de consolação, o título é uma recordação do que Vida e outros milhões de mulheres têm tido de enfrentar no Afeganistão, uma sociedade muçulmana conservadora onde reina o patriarcalismo. Vida simboliza “a confiança, a coragem e o espírito da mulher atual” e representa “a vitória dos direitos das mulheres e várias batalhas sociais, pessoais e religiosas”, disse um comunicado do concurso. -- Isso me dá chance de falar e mandar minha voz pelo mundo e dizer às pessoas que os afegãos estão com uma grande necessidade de ajuda, disse Vida, de 23 anos, que desde 1996 estuda na Califórnia e participa de uma campanha de coleta de fundos para uma associação de direitos femininos no Afeganistão. Se voltar ao seu país, no entanto, Vida poderá ver-se na situação de ter de lutar por seus próprios direitos. Embora os talibãs – que proibiam expressamente as mulheres de saírem às ruas sem cobrir o corpo e o rosto com as pesadas burcas – já estejam fora do poder, o novo governo afegão ainda mantém as estruturas patriarcais do país. Com isso, o desfile de Vida, de biquíni na competição foi considerado por alguns como uma afronta às tradições muçulmanas afegãs e o juiz Fazel Ahmad Manawi, membro da Suprema Corte do Afeganistão, afirmou que ela poderá até ser processada se retornar ao país. -- Espero que essa jovem se arrependa de suas ações, disse o magistrado, sem indicar que crime Vida teria cometido por desfilar de biquíni, nem a pena a que poderia ser submetida. Vida se disse desconfortável usando o traje de praia, mas afirmou que decidiu ir adiante e participar da competição para chamar a atenção para a situação das mulheres e das crianças afegãs. A vencedora do concurso de *Miss* Planeta Terra foi *Miss* Honduras, Dania Prince. *** Zoologia -- Chifre só Serve para Seduzir e Disputar a Fêmea Porque após esse Período ele se Torna Inútil -- Os chifres são usados nas brigas com outros machos para escolha da fêmea na época da reprodução, que acontece no verão. No final do outono ou início do inverno eles caem. Assim, no seu lugar pode nascer uma galhada nova, já que é comum se quebrarem no corpo-a-corpo dos machos. Além disso, o animal se livra de uma boa carga. O chifre pode pesar até 12 quilos, dependendo da espécie, e seria um desperdício de energia carregá-lo o ano todo. A queda é regulada pela duração do dia. Quando as noites ficam muito longas, o organismo reconhece que é inverno e diminui a produção da testosterona, o hormônio controlador da reprodução e também do desenvolvimen- to da galhada. *** Alimentos -- Nutrientes na Casca -- É na casca da batata que se concentram 100 por cento da fibra e do potássio, importantes para a digestão e o metabolismo dos carboidratos e das proteínas. Além do mais, a casca da batata assada é tão gostosa quanto o miolo. O mesmo ocorre com os ovos, cujas cascas são excelentes fontes de cálcio. Use o liquidificador para deixá-las moídas e misture com suco de frutas, farinha de mandioca ou de rosca. Inhame -- É rico em amido, possuindo também fósforo, ferro, vitaminas B1, B2 e fibras solúveis. Por isso, é muito utilizado para a alimentação de crianças, idosos e de pessoas enfraquecidas, principalmente no preparo de sopas reforçadas. Mas, para que seja possível tirar o maior proveito de seus nutrientes, o inhame deve estar bem cozido, se não acaba se tornando indigesto. Além de cozido, o inhame pode ser assado como as batatas, na brasa ou no forno. Seu sabor fica diferente, mas também é bastante apreciado por muitas pessoas. Possui propriedades de cura intestinal, pois auxilia na digestão e na fermentação do bolo alimentar, ajuda no crescimento e evita problemas da pele, do aparelho digestivo e do sistema nervoso. Sua fibra solúvel é ótima para diabéticos estáveis, pois controla os níveis de açúcar e as taxas de colesterol no sangue. 100 gramas de inhame cozido possuem 103 calorias. Melancia -- Propriedades Nutricionais e Medicinais -- É fonte de vitaminas A e C, potássio e outros minerais. Contém poucas calorias, e alto teor de bioflavonóides, carotenóides (licopeno e glutationa) e outros pigmentos vegetais que ajudam a proteger contra o câncer e outras enfermidades. É diurética, laxante, usada no combate às doenças do fígado e cistites, e possui compostos com atividades antibacterianas e anticoagulantes. 100 gramas de melancia pos- suem 31 calorias. *** Remédios Caseiros -- Enxaqueca -- Enxaqueca matinal: ferver 1 xícara de chá das cascas de uma laranja por 5 minutos e tomar o chá; Enxaqueca à tarde (geralmente causada por problemas digestivos): tomar chá de boldo; Enxaqueca de ressaca e sonolência: pela manhã bater levemente uma fatia de melancia com semente, coar e tomar este suco; Dor de cabeça: colocar os pés por 1 minuto imersos em água supergelada; *Stress* -- Comer uma maçã por dia – sempre no café da manhã ou no lanche da tarde, nunca após as refeições (também combate a asma e a rouquidão); fazer chá da casca da maçã e tomar antes de dormir; Caminhar de 5 a 15 minutos diariamente descalço na terra ou na grama; Gripes ou Pneumonia -- Assar bananas em forno convencional, pulverizar com canela em pó e comer à vontade pela manhã; A casca da banana também é utilizada para remover verrugas, para cicatrização de queimaduras de até o 3º grau e para rachaduras nos pés; passar a parte interna da casca no local. Infecção de Garganta -- Fazer gargarejo com suco de abacaxi com uma pitada de sal; comer, sempre que possível, rodelas de abacaxi à noite como sobremesa do jantar; Gastrite ou Úlcera -- Bater no liquidificador 1 batata grande ou 2 médias, tomar 1 copo pequeno deste "leite" 30 minutos antes do café da manhã e 30 minutos antes do jantar; gastrite: tratar por 2 semanas; úlcera: tratar por 1 mês; Azia -- mastigar pedaços de batata crua e engolir o suco; Funrúnculos ou Hemorragias -- Colocar rodela de cebola crua sob o local do furúnculo e enfaixar, colocar esparadrapo, deixar de um dia para o outro. O furúnculo sairá completamente e vai ficar um buraco no local, que fechará em alguns minutos após a remoção da bandagem; nos cortes, esfregar pedaços de cebola crua no local várias vezes; nas hemorragias nasais, cheirar profundamente um pedaço de cebola crua; Colesterol Elevado -- Cortar uma berinjela grande em fatias finas, com casca, e colocar de molho em 1 litro de água -- colocar na geladeira de um dia para o outro; no dia seguinte remova as rodelas da berinjela e acrescente o suco de 2 limões e beba este litro ao longo do dia; cuidado: esta receita usada por mais de 15 dias causa emagrecimento acelerado, não ultrapasse 60 dias de uso contínuo. Artrose ou Sarampo -- Fazer chá das folhas do sabugueiro. Hipertensão -- Pegar três dentes de alho à noite, esmagar, colocar em uma xícara com água e com o suco de 1 limão, tomar pela manhã e completar os mesmos dentes esmagados com água e limão novamente, tomar à noite e repetir a receita com outros 3 dentes de alho para o dia seguinte, ou seja, cada 3 dentes de alho são usados para tomar o remédio 2 vezes. Pressão Baixa -- Bater no liquidificador um pepino caipira, coar e tomar 1 cálice. Má Circulação -- Imergir os pés em água quente por 4 minutos e em seguida colocar em água fria por 1 minuto e voltar para a água quente e fria sucessivamente. Marcas de Espinha ou Rugas no Rosto -- Fazer uma mistura de argila (encontrada em casas de produtos naturais), suco de cenoura, mel e confrei e aplicar uma camada desta pasta de aproximadamente 1 cm no rosto por uns 40 minutos. Fibromialgia ou Relaxante Muscular -- Mastigar a casca seca da laranja. Dor no Ombro -- Ralar o caroço de um abacate, colocar no álcool por uns 10 dias e massagear o local. Dicas Gerais -- Tome no mínimo 3 litros de água por dia; Tome banho o mais frio possível; As receitas dadas devem sempre ser feitas com frutas, verduras e legumes frescos, nunca suco de garrafa ou congelados; Não prepare as receitas em microondas; Não adicione açúcar em nenhuma das receitas e tente diminuir o consumo deste produto ao mínimo possível na dieta regular; A casca da laranja é um ex- celente analgésico. :::::::::: Variedades Dicas Máscara esfoliante: Duas colheres de sopa de fubá; duas colheres de sopa de aveia em flocos finos; duas colheres de sopa de leite de soja em pó; um copo e meio de água mineral. Misture os ingredientes e deixe descansar por cinco minutos. Aplique sobre a pele, massageando suavemente. Se quiser, coloque dois pedacinhos de gaze sobre os olhos e deixe um pouco da mistura em cima. É uma forma de aliviar o cansaço na região. Máscara com gelatina: Uma colher de sopa bem cheia de mel orgânico; uma folha de gelatina incolor. Passe o mel no rosto em movimentos ascendentes. Recorte a folha de gelatina no tamanho suficiente para encobrir os sulcos e as marcas de expressão. Depois que a pele estiver besuntada de mel, dê três beliscões no sentido contrário ao da ruga. Só então molhe a folha de gelatina rapidamente em água morna, coloque sobre as marcas de expressão e deixe por 15 minutos. Máscara nutritiva: Meio abacate; um maço de hortelã; uma colher de sopa de mel; dez gotas de óleo de andiroba; Bata tudo no liquidificador e passe também no corpo e no rosto. A mistura é ótima para quem tem pele seca. Máscara hidratante e calmante pós-sol: Uma colher e meia de sopa de maisena; uma xícara e meia de leite de soja; três gotas de óleo de gérmen de trigo; Dissolva bem a maisena no leite de soja e leve ao fogo. Quando o mingau engrossar, desligue e deixe esfriar. Pingue três gotas de gérmen de trigo nas mãos, friccione bem e toque suavemente o rosto apenas para umedecê-lo. Aplique a máscara fazendo uma camada grossa. Copos de Vidro – Antes de colocar um líquido muito quente dentro de um copo, coloque uma colher de metal. Mas evite deixar os copos sobre o mármore. Cristais – Não se lavam com sapólio; use apenas água e sabão. Abrir garrafas e potes – Para abrir facilmente um pote ou vidro com tampa de metal, coloque-o de cabeça para baixo, mergulhado em um pouco de água fria apenas a parte do metal, e leve ao fogo brando, deixando a água esquentar, sem ferver. Depois vire o vidro para cima e, com a ajuda de um pano, torça a tampa. Jamais coloque o vidro em água fervente, ele poderá se quebrar. Manchas internas – Quando as garrafas estiverem engorduradas por causa de alguma substância que continham, coloque dentro delas um pouco de farinha de mostarda (a preta é melhor) e água quente; sacuda bem, com força, e depois enxágüe. Grãos de feijão ou de milho e um pedacinho de sabão introduzidos pelo gargalo, juntamente com um pouco de água, sendo em seguida bem agitados, limpam qualquer garrafa. Pode-se também usar fubá no lugar dos grãos. Quer fazer um feijão mais macio? Coloque gotas de azeite enquanto ele cozinha. Uma pitada de Pó Royal no feijão faz uma grande diferença. Ele fica muito mais cremoso, um chocolate. Adicione uma pitadinha de Pó Royal às claras que elas alcançam mais facilmente o ponto de neve. *** Lugar de Prece Ter em casa um pequeno santuário é um hábito tão antigo quanto saudável. É nele que você relaxa, reza, medita e transforma em símbolos as suas crenças pessoais. Não é de hoje que santinhos e imagens ocupam espaço nas casas do interior. Guardados com carinho e, principalmente com fé, eles garantem a proteção da casa e de quem nela mora. Passadas décadas e gerações, esse hábito permanece. E muito além de estar presente somente nas regiões mais afastadas, os altares ganham espaço também nas casas das grandes cidades. Independentemente da religião ou da filosofia a que estão ligados, os oratórios representam para seus donos a conexão com os antepassados, Deus, Oxalá, Energia Suprema, Força Maior ou como queiram chamar. “É o local de orar, fazer um exame de consciência e renovar as energias depois de um dia de trabalho. Espaço amplo, um lugar especial ou imagens tiradas de antiquários não são pré-requisitos para montar um local de preces. “Até um espacinho dentro de um armário pode abrigar um pequeno altar”. Já para os japoneses da Ilha de Okinawa, o ideal é que ele ocupe o melhor lugar da casa e que esteja voltado para o leste, onde nasce o sol. Flores, velas, incensos, oferendas ou fotos compõem os santuários que cultuam antepassados. O altar deve ainda estar sempre muito limpo, de preferência, em um local privado e que seja cuidado pelas suas próprias mãos. *** Humor As pérolas abaixo são verídicas, retiradas de Laudos Periciais Judiciais... Laudo de perito judicial descrevendo um barracão: “Um barracão com pé direito de 5 metros e pé esquerdo de 4 metros.” Avaliação feita por um oficial de justiça: “Um crucifixo, em madeira, estilo country-colonial, marca INRI, sem número de série.” Avaliador descrevendo bens para penhora em execução: “O material é imprestável, mas pode ser utilizado.” Despacho judicial em ação de execução, numa comarca de Mato Grosso: “Arquive-se esta execução, porque o exeqüente foi executado (à bala) pelo devedor.” Conclusão de estudo de viabilidade econômica de um empreendimento agropecuário: “O investimento é viável, desde que tenha um começo, um meio e uma eternidade.” Despacho de um juiz, num processo em que o advogado requereu citação pessoal do “de cujus”, em Santo André-SP: “Para que se não venha a alegar cerceamento de direito, venha, em 48 horas improrrogáveis, nova, correta e definitiva emenda à inicial, eis que o “de cujus” encontra-se “nos céus” ou “nos purgatórios”, ou ainda “nos infernos”, não dispondo o Juízo de “dons mediúnicos” para convocá-lo à resposta.” Perito descrevendo problemas na piscina de um condomínio: “O piso e as paredes da piscina apresentam rachaduras tanto nas paredes, quanto no piso (vide fotos). As rachaduras são consideráveis e começam a afundar.” Descrição de imóvel, num laudo judicial: “O imóvel está uma boneca.” Relatório de um fiscal do Banco do Brasil: “Financiado executou o trabalho braçalmente e animalmente.” Frase de um termo de encerramento de laudo judicial de processo na Vara Cível do Fórum João Mendes em SP: “Os anexos seguem em separado.” Perito avaliador iniciando relatório: “Chegando na fazenda do Sr. Pedro Jacaré e em não encontrando o réptil...” Relatório de um fiscal do Banco do Brasil: “Desconfio que o mutuário está com intenção de pagar o débito.” De uma sentença de ação de desapropriação numa comarca do interior de São Paulo: “À vista do trabalho apresentado pelo Assistente Técnico do expropriado, o laudo do perito judicial é de uma pobreza franciscana.” De um relatório de financiamento: “A máquina elétrica financiada é toda manual e velha.” Relatório de um perito do Banco do Brasil: “Visitamos um açude nos fundos da fazenda e, depois de longos e demorados estudos, constatamos que o mesmo estava vazio.” Memorando de funcionário justificando falta ao serviço: “REF.: Cobra: -- Comunico que faltei ao expediente do dia 14 em virtude de ter sido mordido pela epigrafada.” Relatório de um perito avaliador do Banco do Brasil: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe. Ele vai terminar sendo executado pelo Banco.” Relatório de um perito do Banco do Brasil: “Era uma ribanceira tão ribanceada que, se estivesse chovendo e, eu andasse a cavalo e o cavalo escorregasse, adeus perito.” Pergunta: “Informe por que o sacado ainda não pagou a duplicata, que teve a origem na compra da moto?” Resposta: “O sacado fugiu na mercadoria.” "...O sócio faleceu mas a viúva continua com o negócio aberto...” *** Pensamentos “A loquacidade tumultua os ouvidos, a modéstia captura o coração.” Thomas Fuller (1654-1734), médico e escritor inglês. “Nada falta nos funerais dos ricos, exceto alguém que sinta sua morte.” Provérbio chinês. “Perca tempo escolhendo um amigo, mas perca ainda mais, quando tiver que trocá-lo” Benjamin Franklin (1706-1790), estadista americano. “Qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais, serve contra as guerras.” Sigmund Freud (1856-1939), austríaco, pai da psicanálise. “A distância é como o vento: acende os fogos grandes e apaga os pequenos.” Domenico Modugno, (1928-1994), cantor e político italiano. “Nos olhos do jovem arde a chama; nos do velho brilha a luz.” Victor Hugo (1802-1885), escritor francês. “Os crocodilos derramam lágrimas quando devoram suas vítimas. Eis aí sua sabedoria.” Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês. “Fotografia é captar os sons do silêncio.” Jean Baudrillard, sociólogo e escritor francês. “A vida é um jogo em que Deus embaralha as cartas, o diabo corta o baralho e nós temos de fazer os pontos.” Ditado iugoslavo. “Mulheres começam resistindo aos avanços do homem e acabam bloqueando sua retirada.” Oscar Wilde (1854-1900), escritor irlandês. “Quem sou eu? Deixemos de lado as interrogações. Sou um esboço à procura das cores...” Nizar Qabbani (1923-1998), poeta e diplomata sírio. “Deus pode não estar presente em todos os lugares – por isso criou as mães.” Piada judaica. “Os otimistas proclamam que vivemos no melhor dos mundos possíveis; e os pessimistas receiam que isso seja verdade.” James Branch Cabell (1879-1958), escritor e ensaísta americano. "Só saber que um bom livro está à espera, torna o dia mais feliz.” Kathleen Norris (1880-1966), escritora americana. “Se um homem bate na mesa e grita, está impondo controle. Se a mulher faz o mesmo, está perdendo o controle.” Bárbara Soares, antropóloga carioca. “Puritano é a pessoa que coloca indignação correta em coisas erradas.” Gilbert Keith Chesterton ê1874- -1936), escritor e ensaísta inglês. “Privado do direito de dizer não, o homem torna-se escravo.” Albert Camus (1913-1960), ensaísta e escritor existencialista francês. “Quem mata o tempo injuria a eternidade.” Henry David Thoreau (1817-1862), poeta e naturalista americano. “Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar.” Helen Keller (1880-1968), educadora americana. “Praticamente qualquer um pode suportar a adversidade, mas, se quiser testar o caráter de alguém, dê-lhe o po-

der.” Abraham Lincoln. *** História das Frases "Morro pela minha pátria com a espada na mão” -- Última frase pronunciada pelo ditador e militar paraguaio, Francisco Solano López (1826-1870), à beira do riacho Aquidaban, ferido de morte pelo soldado brasileiro que ignorou ordens de seu superior: "capturá-lo vivo". Em 1º de março de 1870, esta frase marcou o fim da guerra do Paraguai. A espada do caudilho estava com a ponta quebrada, fato registrado em carta do Conde d´Eu ê1842- -1922), comandante-chefe das operações, a Dom Pedro II (1825-1891). A guerra foi responsável pelo atraso do Paraguai, que antes dela tinha quase eliminado a miséria. Solano López alfabetizou o Paraguai e equipou o país tecnicamente, com o objetivo de estimular a produção inter- na. *** Etimologia Arena: do latim arena, areia. A área central dos antigos circos romanos, onde eram travados os combates entre os gladiadores ou entre eles e as feras, tinha seu chão coberto de areia. Os circos deixaram de exibir aqueles cruéis espetáculos, mas mantiveram espaço semelhante para exibições de artistas, conservando a mesma denominação. Chama-se também arena o espaço onde atuam tipos especiais de artistas, como os touros e os toureiros. Os melhores toureiros do mundo são espanhóis e é na Espanha que as touradas alcançam desempenhos mais expressivos, o que é garantido pela parceria de qualidade entre homens e animais. Um touro medroso não pode fazer brilhar um tou- reiro. *** Que Intriga... Intriga Por que são coloridas as asas das borboletas? Certamente não são coloridas para agradar aos olhos dos homens ou enfeitar as bandejas de asa de borboleta. Suas cores servem para distinguir uma espécie da outra. Também é uma maneira de cada inseto ser reconhecido pelo parceiro do outro sexo. Às vezes, a cor serve exatamente para o oposto: ela é uma maneira de se disfarçar no ambiente, um meio de se ocultar dos pássaros, lagartixas e outros inimigos. A cobra cascavel é famosa pelo chocalho que tem na ponta da cauda. É possível saber a idade dela por aí. Acontece que cada anel do chocalho, também chamado de guizo, é formado a cada troca de pele que sai no sentido da cabeça para a cauda e, aí, uma parte fica presa, formando um dos anéis. A cascavel, que vive cerca de quinze anos, troca de pele três ou quatro vezes por ano. Isso em cativeiro (na natureza, o número pode ser ainda maior). Portanto, uma cobra com nove anéis no chocalho tem provavelmente entre dois e três anos. *** Receitas Receita da Safra Assado de cascas, talos ou folhas. Ingredientes: 4 xícaras de chá de cascas de abóbora japonesa ou chuchu; folhas de beterraba, cenoura, nabo, rabanete, etc.; ou talos de agrião, beterraba, couve, brócolis, etc., bem lavados, picados e refogados ou cozidos; 2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado; 1 xícara de chá de pão amanhecido molhado no leite; 1 cebola pequena picada; 1 colher de sopa de óleo; 2 ovos batidos; Cheiro verde e sal a gosto Modo de fazer: Bater as cascas cozidas no liquidificador ou passá-las na peneira; colocar a pasta obtida numa tigela; misturar o restante dos ingredientes; untar um pirex com óleo ou margarina; despejar a massa e levá-la para assar até que esteja dourada; servir quente. Aproveitamento: Este prato faz parte do cardápio de alimentação alternativa, onde todas as partes das hortaliças e frutas são aproveitadas. Estas partes também são ricas em sais minerais, vitaminas e proteínas. Arroz com Lentilha Ingredientes: 500 g de lentilha; 1 cebola picada mais 1 cebola cortada em rodelas finas; 1 dente de alho picado; 400 g de arroz; cebolinha verde picada a gosto; azeite de oliva quanto baste; sal a gosto. Preparo: Cozinhar a lentilha em água com sal por 30 minutos; escorrer; em outra panela, dourar a cebola picada, o alho e a cebolinha verde em quatro colheres de sopa de azeite de oliva; juntar o arroz e refogar bem. Escorrer o óleo que ficou na panela; misturar tudo com a lentilha e juntar o arroz cru; colocar dois litros e meio de água quente e um fio de azeite; ajustar o sal e cozinhar por cerca de 20 minutos, até o arroz secar e ficar macio; fritar as rodelas de cebola no azeite e colocar sobre o arroz. Creme de caqui Ingredientes: 6 caquis bem maduros; 1 lata de creme de leite; 1 lata de leite condensado; Modo de preparo: Bata o caqui com casca no liquidificador; em um recipiente misture o purê de caqui com o creme de leite, adoce com leite condensado a gosto. Rendimento: 6 porções Brigadeirão Ingredientes 1 lata de leite condensado; 1 lata de creme de leite, sem soro; 1 xícara de chá de chocolate em pó; 4 colheres de sopa de açúcar; 1 colher de sopa de manteiga em temperatura ambiente; 3 ovos; manteiga para untar; 1 xícara de chá de chocolate granulado para decorar. Modo de preparo: Bata no liquidificador o leite condensado, o creme de leite, o chocolate em pó, o açúcar, a manteiga e os ovos. Quando ficar homogêneo, despeje em uma forma com furo central untada com manteiga. Cubra com papel de alumínio e asse em banho-maria, em forno médio, 180 graus, por cerca de 1 hora e 30 minutos. Desenforme ainda morno e decore toda a superfície com o chocolate granulado. Leve à geladeira por cerca de 6 horas. Informações sobre a receita: Microondas Prepare o Brigadeirão como no modo de preparo convencional. Leve ao microondas por cerca de 8 minutos na potência alta. Desenforme ainda morno e decore toda a superfície com o chocolate granulado. Leve à geladeira por cerca de 6 horas. Rendimento: Mais de 4 pessoas. *** Utilidade Pública De olho na conta de Água Se você utiliza muita água, observe o que fazer para economizar: Um banho de 15 minutos em chuveiro elétrico consome 144 litros de água. Se o chuveiro ficar fechado enquanto nos ensaboamos, o tempo de banho se reduz para 5 minutos – gastando-se, então, 48 litros de água. Ao escovar os dentes com a torneira aberta durante 5 minutos, você gasta 80 litros. Porém, se mantiver a torneira fechada, a economia é de 9 litros. Uma torneira gotejando gasta até 46 litros de água por dia. Se multiplicar, o gasto mensal é de 1.380 litros. Para regar o jardim com a torneira aberta por 10 minutos, gastam-se 186 litros de água; se for regado somente o necessário, pela manhã ou à noite, com uma mangueira de esguicho, a economia é de 96 litros. Apertando a descarga por 6 segundos, você estará gastando 10 litros de água. Quando a válvula está defeituosa, o gasto pode ser de até 30 litros. Lavar o carro com torneira aberta durante 30 minutos, consome 216 litros de água. Utilizar um balde para molhar, ensaboar e enxaguar o automóvel pode economizar 176 litros de água. Ao lavar a louça com a torneira aberta durante 15 minutos, são consumidos 243 litros de água. Mas se a torneira for fechada durante o ensaboamento, o gasto é de apenas 46 litros. Uma máquina de lavar roupas com capacidade para 5 quilos, gasta 135 litros de água. Para economizar, deve-se ligá-la apenas quando estiver com a capacidade total preenchida. :::::::::: Informativo IBC Aulas de Afinação de Piano no IBC -- Os interessados devem procurar a Divisão de Reabilitação, Preparação para o Trabalho e Encaminhamento Profissional – DTR, com o Professor Dilson Mattos Pereira. Av. Pasteur, 350-368 Urca – RJ telefone (0xx21) 2543-1119 Ramal 102 ~,dtr@ibcnet.org.br~, com do- cumentação e disposição para um teste de habilitação es-

pecial *** Sou estudante de jornalismo e tenho a idéia fixa de trabalhar com saúde infantil, na área de comunicação. Ao saber da existência de uma vaga no IBC para estágio não remunerado, certifiquei-me de que nada em nossa vida acontece por acaso. Aqui estou, conhecendo de perto este universo que vê com os ouvidos, lê poesias com os dedos e locomove-se com desenvoltura invejável no escuro. Quero parabenizar a todos do Instituto Benjamin Constant, que este ano celebra o sesquicentenário, pelos serviços admiráveis do ensino especializado e do trabalho voluntário, que nos dá a chance de auxiliar de alguma maneira. Esta reunião diária de tantas pessoas que vivenciam as mesmas dificuldades é o mais grandioso, porque, aparando as arestas, o resultado é sinônimo de sociedade justa e consciente. Fernanda Greppe Universitária, Laranjei- ras -- RJ *** RPG faz parte da nova fase da clínica fisioterápica do IBC. Após uma breve interrupção, o Centro Fisioterapêutico do Instituto Benjamin Constant funcionará sob a direção da Caixa-Escolar CEIBC. Visando atender aos alunos, reabilitandos e servidores, o serviço agora é coordenado pela fisioterapeuta e professora Leonídia dos Santos Borges. O ex-aluno do IBC e fisioterapeuta André Luiz Moraes de Queiroz e a reabilitanda Elza Costa Barboza, especialista em massoterapia, continuam o atendimento clínico. Localizada na Avenida Pasteur n.o 350-368, na Urca, a Clínica Fisioterápica do IBC receberá, para consultas e tratamentos, de segunda a sexta-feira: de 9 às 11 horas, reabilitandos; de 11 a 13, servidores; de 12 a 15 horas, alunos. Mudanças no espaço físico do estabelecimento propiciaram as aulas das 11 às 14 horas, em dias úteis, do curso prático de massoterapia. Além disso, duas salas receberam divisórias e ganharam sete boxes de atendimento individual. Nesta nova fase dos serviços oferecidos à comunidade do Instituto, há uma novidade: Reeducação Postural Global-RPG, tratamento aplicado pela nova fisioterapeuta voluntária Janaína Rosa Paiva, destinado somente aos alu- nos. *** Nova administração e novos serviços -- O Centro Fisioterápico do IBC, além de tratamentos de alta qualidade, oferece também cursos para deficientes visuais. Novas práticas estão disponíveis na Clínica Fisioterápica do Instituto Benjamin Constant-IBC, totalmente grátis para alunos, reabilitandos, funcionários e atletas deficientes visuais; as sessões de tratamentos podem ser marcadas diretamente no local, de segunda a sexta-feira, de 9 às 15 horas, na Avenida Pasteur n.o 350-368, no bairro da Urca. Além de atendimentos fisioterapêuticos, a clínica oferece ensinamentos às pessoas cegas. Durante o expediente normal funciona um curso profissionalizante de massoterapia com duas turmas, sempre de 13 a 16 horas, segundas e quartas ou terças e quintas-feiras e, de 16 a 18 horas, existem aulas diárias de terapias alternativas: drenagem linfática e alongamento. A clínica está sob a responsabilidade da fisioterapeuta Leonídia dos Santos Borges e tem a colaboração de André Luiz Moraes de Queiroz e da estagiária Carolina Oliveira. Além de quatro voluntários de massoterapia – Elza Maria da Costa Barbosa, Thais Muylaert Bueno, Lorena Lúcia Ferreira, Carlos Alberto Fonseca Santos – e um administrador voluntário, Roberval Portela, pai de Leonardo Gabriel, aluno do IBC. Aproximadamente com 100 pacientes, a clínica instalada em 150 metros quadrados possui um ginásio super-equipado para exercícios de mecanoterapia – rampa, escada, bicicleta ergométrica, *step*, barra paralela, tábua para eversão e inversão, balancim, roda de ombro, bola suíça, barra de linga, tablado, cadeira extensora, *teraband*, caneleiras e tábuas proprioceptivas, giroplano e alongamento de panturrilha, e quatro salas com instrumentos para eletroterapia, ondas curtas, corrente galvânica, infra-vermelho, ultra-som, tens e forno de bier, crioterapia utilização de gelo, turbilhão tratamento com água e tração cervical. É bom avisar que, o setor de Reeducação Postural Global-RPG está pronto para funcionar. *** Curso capacita professores há 57 anos para atuarem na área da deficiência visual. Desde 1947 o Instituto Benjamin Constant-IBC ministra o Curso de Especialização de Professores na Área da Deficiência Visual, destinado prioritariamente a candidatos de todas as regiões brasileiras onde o atendimento educacional de pessoas cegas seja inexistente ou possua insuficiência de recursos. Com duração de quatro meses, dividido em teoria e realização de estágios práticos, a carga horária é de oito horas diárias, de segunda a sexta-feira. Os ensinamentos propiciam uma visão global dos problemas relativos à Educação Especial, bem como aplicam métodos, técnicas e recursos especiais ao atendimento. Para tanto, conta com disciplinas embasadas na educação e cidadania, na abordagem médico-oftalmológica, no desenvolvimento e aprendizagem e nas especificidades curriculares. A taxa de inscrição no valor de 100 reais por participante, destina-se a cobrir custos de material didático usado em sala de aula. Ao final do curso de especialização, os professores recebem um certificado que atesta a aprovação por bom desempenho e freqüência. O IBC oferece alojamento grátis aos participantes que não residem na cidade. :::::::::: Noticiário Especializado Novidades para cegos: *kit*, guia e teatro -- Novidade é sempre bem-vinda, ainda mais quando serve para atender a quem precisa. O Projeto *Kit* Pedagógico Para Alunos Cegos, promovido pela Secretaria de Educação Especial-SEESP, do Ministério da Educação-MEC, distribui gratuitamente aos estudantes: uma reglete de mesa e punção, um sorobã, uma bengala, uma guia para assinatura, papel Braille, um par de óculos e mochila. Os interessados em possuir esses equipamentos utilizáveis ao dia-a-dia dos deficientes visuais devem oficializar um pedido à SEESP, informando endereço completo, nome do dirigente da instituição de ensino, telefone, fax, e-mail, a quantidade de *kits* e os nomes dos beneficiados. Outra conquista de grande valia à pessoa cega é o primeiro Guia do Consumidor em Braille, de autoria da socióloga Fernanda Santos e da jurista Margarida Moura, editado, em conjunto, pelas Associações para Defesa do Consumidor-DECO, dos Cegos e Amblíopes de Portugal- -ACAPO, pelo Instituto do Consumidor e através do Secretariado Nacional para a Reabilitação de Pessoas com Deficiência. No mercado editorial lusitano, desde o fim do ano passado, o livro faz parte das comemorações do Ano Europeu das Pessoas com Deficiência. “A obra não é uma listagem de direitos, na verdade é um documento com informações úteis sobre legislação e uma lista de instituições que auxiliam os cegos a defenderem-se. Esse trabalho visa nivelar oportunidades e melhorar a qualidade de vida”, declararam as autoras portuguesas. Mais uma inovação superinteressante é o grupo de teatro Visão Virtual, integrado apenas por atores cegos. Formada há quatro anos, a trupe busca desenvolver e estimular a aprendizagem de seus componentes. Para os artistas, encenar é uma forma de lazer, terapia e expressão pessoal através da arte de representar. “Já estamos bem conhecidos, fizemos o circuito das Lonas Culturais do município do Rio de Janeiro e subimos aos palcos do Sesc, da União dos Cegos, da Administração Regional de Realengo, do Parque Xangai e da Universidade Castelo Branco.” Liderado por Marcelo Guerra, o Visão Virtual escreve e interpreta diferentes personagens que abordam no palco questões sobre preconceito, desigualdade, violência e pobreza. *** Novo implante, de retina pode reverter cegueira -- Cientistas descreveram o primeiro modelo completo de um implante que substituirá as células sensíveis à luz na retina de uma pessoa com deficiência visual. O novo implante será colocado na retina e converterá a luz em substâncias químicas, que estimularão as células nervosas. Os implantes usam *chips*, que convertem a luz em impulsos elétricos, que são levados ao cérebro via nervo ótico. O protótipo do novo aparelho está sendo construído na Universidade de Stanford, na Califórnia. Segundo Stacey Bent, da Universidade de Stanford, o aparelho é uma nova maneira de substituir uma retina danificada, ou seja, a camada de células do olho que detectam a luz e mandam sinais para o cérebro. O implante será formado por um material de polímero, que se adaptará à curvatura do olho. Os componentes-chave serão células nervosas da retina forçadas a crescer atrás do *chip* para que elas possam ser efetivamente estimuladas. A parte posterior do implante será coberta por proteínas que deverão atrair filamentos que crescem nas células da retina. É esperado que as proteínas conectem o implante com o nervo ótico, e assim os sinais poderão ser enviados ao cérebro. Estão sendo planejados testes do novo implante em laboratório. Se estes forem um sucesso, então testes serão feitos em animais. *** Barreiras -- Centro Cultural Louis Braille de Campinas -- "Se trágico não fosse, cômico seria! Assim é a vida do deficiente visual em seu dia-a-dia pelas ruas de nossas cidades, principalmente nas grandes, como Campinas, pois, para dar seguimento a sua caminhada normal como qualquer cidadão, ele se vê obrigado a desvencilhar-se dos mais diversos obstáculos. Não pretendo me prolongar muito no que digo, mas não posso deixar de citar alguns, a começar pelos tapumes de obras, que nunca obedecem às medidas corretas sobre a parte que ocupam nas calçadas. No pequeno espaço que sobra para o pedestre, via de regra, existe um poste, depois os buracos que surgem como num passe de mágica; até se passamos num dia de manhã em um trecho em que tudo está perfeito no piso, não podemos confiar que neste mesmo dia à tarde estará igual. É possível que já exista um novo buraco, e olha que às vezes não é simplesmente “um buraco” e sim uma verdadeira cratera pronta para nos engolir. Em seguida vêm as lixeiras, que não ignoramos o quão importantes sejam para a manutenção da limpeza das ruas, porém o que questionamos é a maneira como são colocadas em nosso caminho. Um outro obstáculo no caminho do DV, também de grande utilidade para a população, é o orelhão público, pela seguinte razão: como ele é projetado para a frente, antes que bengala toca o seu pedestal, boca, o nariz, supercílios e testa já foram, com tudo na capa protetora do equipamento telefônico. Esta é uma discussão de longo tempo e que sabemos que não é de difícil resolução. Basta colocá-los em cima de uma espécie de degrau, em que a ponta da bengala possa tocar, como já acontece em algumas cidades do Sul do país. Agora, uma das mais agressivas armadilhas que apareceu nos últimos tempos são essas caixas de controle eletrônico da sinalização do trânsito. Sendo de ferro, com quinas extremamente finas e na medida exata da cabeça do DV, é só bater e ganhar grandes galos ou profundos cortes." :::::::::: Troca de Idéias Paulo A. Rua São João I, 51 Bairro Feitosa Maceió – AL 57043-180 Tenho 22 anos, gosto de música e sou fã do Legião Urbana. Gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos. Eva D. Teodoro Rua Aureliano Guimarães, 65 ap. 74 Bairro Vila Andrade São Paulo -- SP 05727-160 Desejo corresponder-me a fim de sermos amigos. Ricelli Santos da Costa Rua Araraquara, 87 Bairro São Vicente Boa Vista – PR 69303-010 Sou paciente renal crônica e faço hemodiálise. Gostaria de corresponder-me com pessoas do Brasil e do exterior, que também façam hemodiálise, para troca de experiências. Iderlande Bezerra Rua General Piragibe, 2054 Bairro Centro Icó – CE 63430-000 Tenho 23 anos, sou compositor e violonista, e meu estilo é MPB e POP. Desejo fazer novas amizades e trocar idéias com músicos. Fernando José Branco Ala, 5340-011 Macedo de Cavaleiros P. Portugal Tenho 40 anos e gostaria de fazer novas amizades com moças de qualquer idade, que sejam sinceras e gostem de escrever. Shirley Graziela P. Fernandes Rua Alberto Bosco, 775 Bairro Vila Padre Anchieta Campinas – SP 13110-480 Tenho 23 anos, sou evangélica e gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos, em especial que sejam evangélicas. Gostaria também de ter notícias de: Sandra Aurélia, de Campinas Antonio Martins, de Ma- rília e Manoel Loureiro, de Por- tugal. :::::::::: Ao Leitor Solicitamos, aos leitores da RBC, que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio.