Sumário Editorial :::::::::::::: 1 Burro de Carga :::::::: 3 Assombros :::::::::::::: 7 Bushada Indigesta ::::: 7 O Poder do Toque :::::::::::::::: 10 Este Mar vai Reviver :::::::::::::: 16 Galhos Secos :::::::::: 19 A Primeira Vez ::::::: 20 Perfume do Amor ::::::: 23 Saber Viver ::::::::::: 25 Meu Recado :::::::::::: 30 Eu ::::::::::::::::::::: 31 Histórias Interessantes :::::::: 32 Artes :::::::::::::::::: 40 Brasil ::::::::::::::::: 42 Ecologia ::::::::::::::: 52 Lugares do Mundo :::::: 54 Ciência e Saúde ::::::: 62 Variedades ::::::::::::: 81 Informativo IBC :::::: 106 Noticiário especializado ::::::::: 107 Troca de Idéias ::::::: 125 Ao leitor :::::::::::::: 127 :::::::::: Algumas Mudanças Feliz ou infelizmente, o fato é que foram efetuadas algumas alterações no sistema braille. Somos sempre tentados a resistir quando transformações ocorrem em algo preestabelecido que nos pareceria absolutamente correto. Mas é mister que nos adaptemos, se quisermos seguir o curso da vida, adotando, também nós, os mesmos símbolos da escrita braille que estão adotando os demais companheiros deste "globalizado" planeta. Em nossas revistas, RBC e Pontinhos, foram poucas as modificações e, por isso mesmo, de fácil assimilação. São elas: Ponto final — .é ponto 3; Aspas — " pontos 236, tanto para abrir quanto para fechar; Parênteses — ( pontos 126 e 3, para abrir, e ) pontos 6 e 345, para fechar, quando palavras estiverem dentro dos parênteses; ( pontos 126 para abrir e ) pontos 345 para fechar, quando números estiverem dentro dos parenteses; Itálico, grifo ou sublinhado — * pontos 35 antes e depois da ou das palavras sublinhadas. Contamos com a boa vontade dos usuários do sistema braille para juntos superarmos essas mudanças. Outrosim, queremos anunciar a nova Diretora do IBC, Sr.a Érica Deslandes Magno Oliveira, com a qual estamos coesos por sua integridade de caráter, por seu desejo de justiça e transformações; as mesmas que clamávamos e que, sem dúvida, serão efetuadas. À Sr.a Érica Deslandes, os nossos mais sinceros votos de muito sucesso em sua administração. ::::::::::

Burro de Carga No tempo em que não havia automóveis, na cocheira de um famoso palácio real, um burro de carga curtia imensa amargura, em vista das pilhérias dos companheiros de baia. Reparando-lhe o pêlo maltratado, as fundas cicatrizes do lombo e a cabeça tristonha e humilde, aproximou-se formoso cavalo árabe que se fizera detentor de muitos prêmios, e disse, orgulhoso: — Triste sina a que recebeste! Não invejas minha posição em corridas? Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra dos reis! — Pudera! exclamou um potro de fina origem inglesa: — Como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça? O infortunado animal recebia os sarcasmos, resignadamente. Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou no assunto e comentou: — Há dez anos que vejo este miserável sofrendo rudemente nas mãos do bruto amansador. É tão covarde que não chegava a reagir, nem mesmo com um coice. Não nasceu senão para carga e pancadas. É vergonhoso suportar-lhe a companhia. Nisto, admirável jumento espanhol acercou-se do grupo, e acentuou sem piedade: — Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É animal desonrado, fraco, inútil, não sabe viver senão sob pesada disciplina. Ignora o aprumo da dignidade pessoal e desconhece o amor-próprio. Aceito os deveres que me competem até o justo limite; mas se me constrangem a ultrapassar as obrigações, recuso-me à obediência, pinoteio e sou capaz de matar. As observações insultuosas não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças. — Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade — informou o monarca, um animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança. O empregado perguntou: — Não prefere o árabe, Majestade? — Não, não — falou o soberano, é muito altivo e só serve para corridas em festejos oficiais sem maior importância. — Não quer o potro inglês? — De modo algum. É muito irrequieto e não vai além das extravagâncias da caça. — Não deseja o húngaro? — Não, não. É bravio, sem qualquer educação. É apenas um pastor de rebanho. — O jumento espanhol serviria? Insistiu o servidor atencioso. — De maneira nenhuma. É manhoso e não merece confi- ança. Decorridos alguns instantes de silêncio, o soberano indagou: — Onde está meu burro de carga? O chefe das cocheiras indicou-o, entre os demais. O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho ainda criança, para longa viagem. E ficou tranqüilo, sabendo que poderia colocar toda a sua confiança naquele animal... Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a servir, sem pensar em si mesmos. ::::::::::

Assombros Affonso Romano de Sant'Anna Às vezes, pequenos grandes terremotos ocorrem do lado esquerdo do meu peito. Fora, não se dão conta os desatentos. Entre a aorta e a omoplata rolam alquebrados sentimentos. Entre as vértebras e as costelas há vários esmagamentos. Os mais íntimos já me viram remexendo escombros. Em mim há algo imóvel e soterrado em permanente assombro. :::::::::: Bushada Indigesta Arthur da Távola Poucos cidadãos dão-me a sensação de tacanhez, inteligência curta e ausência de bondade como esse Bush, presidente norte-americano. Ganhou uma eleição por pequena e discutida diferença, votado pela minoria do povo de seu país e até agora só fez desencadear no mundo uma crise atrás da outra. Dele não se conhece uma idéia a respeito de coisa alguma. Suas palavras jamais tiveram temperança, bondade ou sabedoria. Anda feito um caubói de filme de segunda linha e representa um dos traços mais deploráveis dos norte-amencanos: a idéia da força bruta como expressão de superioridade. Em outras palavras, encampa o que a América do Norte tem de pior em agressividade e falta de tino político, espírito guerreiro, muito longe das virtudes dessa mesma América, expressa em seus ideais de liberdade, em pensadores profundos. A América do Norte das grandes universidades, da vida cultural avançada, da sociedade operosa e competente. Enfiou-se numa guerra burra no Afeganistão. Nada conseguiu. Tivesse sensibilidade política, tato e tino, os terroristas de lá, de há muito já estariam achados e presos. Matou inocentes, gastou fortunas e agora ameaça o mundo com a mesma grosseria conceitual que o caracteriza, e às burradas que a sua política externa faz há muitos anos no Oriente Médio. Desconhece que o mundo globalizado é interpendente e que uma guerra envolve a economia e a vida do mundo inteiro. Nada disso o impressiona. Eu de cá, mero cronista de canto de página, penso como é que a América em sua maioria apóia esse cidadão. Vem-me à mente Hitler e isso me aterroriza. Num certo momento, a maioria alemã se sentiu representada por ele. A Alemanha de Goethe, de Beethoven, de Brahms, de Kant, de Wagner, do poeta Holderlin, de Bach, de Schiller, genuflexa dian- te de um alucinado. :::::::::: O Poder do Toque Airton Seligman A pesquisadora americana Tiffany Field diz ter uma receita simples para diminuir a criminalidade, e não se trata de mais um programa de desarmamento da população, nem de uma ação policial de tolerância zero. Para ela, a violência na sociedade, diminuiria se as pessoas simplesmente se tocassem mais. Ela diz que a diminuição da violência é apenas um dos inúmeros benefícios que o toque pode trazer às pessoas. Baseado em pesquisas sobre o assunto no mundo todo, revela que o contato físico tem um poder mais amplo que o de tratar lesões musculares, por exemplo, com um bom massagista. Além de aliviar o estresse e a ansiedade, e seus reflexos no comportamento e no metabolismo, o contato físico teria efeitos positivos no crescimento, na respiração, nas ondas cerebrais, na freqüência cardíaca e até no sistema imunológico, ajudando no combate às doenças. O problema é que as pessoas se tocam cada vez menos. Vivemos em uma época de relações superficiais, influenciadas tanto pela TV e pela Internet quanto pelo enclausuramento e pela exclusão social. A vida moderna caminha para um "não tocar", com a idéia reinante de que, assim, não se corre o risco de mal-entendidos. O resultado é que o tato, um dos mais importantes sentidos do corpo, passa a ser, também, um dos mais negligenciados. O tato é o primeiro sentido que se desenvolve e permanece ativo mesmo depois que a visão e a audição começam a desaparecer. Bebês e crianças dependem do tato para aprender sobre o mundo. No contato com a boca, aprendem sobre temperatura e textura, por exemplo. Fundamental no crescimento, desenvolvimento, comunicação e aprendizado do ser humano, o toque também é essencial para o conforto e a auto-estima. O primeiro estímulo sensorial da vida humana vem da sensação de toque, quando ainda estamos no útero. A primeira ligação emocional de uma criança é construída a partir do contato físico com os pais, base de seu futuro desenvolvimento emocional e intelectual. Há ainda muitas questões abertas no que diz respeito ao estímulo tátil no desenvolvimento das pessoas. Uma delas é se aquelas pessoas que receberam mais contato físico no começo da vida, apresentam menos senilidade na velhice. Também não se sabe se os efeitos da privação do toque podem ser revertidos mais tarde. Mas sabe-se, com certeza, que a privação deixa seqüelas graves. O que acontece com um recém-nascido privado do contato materno? Pesquisas demonstram que a ruptura do contato leva à violência. É em famílias com pais desatenciosos ou violentos que a delinqüência se manifesta com mais freqüência. Um estudo sugere que a privação do toque, do contato e dos movimentos corporais são as causas básicas de vários distúrbios emocionais, incluindo comportamentos depressivos e autistas, hiperatividade, aberração sexual, uso abusivo de drogas, violência e agressão. Mais surpreendente ainda foi a descoberta de que a privação do contato afeta o sistema imunológico. Trabalhando com macacos, pesquisadores encontraram uma relação direta entre a quantidade de contatos e de cuidados que um bebê recebe nos primeiros seis ou sete meses e sua capacidade de produzir anticorpos, ao ser exposto ao bacilo do tétano, depois de completar um ano de vida. O sistema imunológico dos animais que foram separados da mãe, reagiu menos ao ataque. A explicação estaria no fato de que, com menos contato, o nível do hormônio responsável pelo estresse se eleva, o que fragilizaria o sistema imunológico. Da mesma forma, o relaxamento provocado em pessoas que receberam massagens, reduz a adrenalina, hormônio ligado ao estresse, melhorando também a defesa do organismo contra doenças. A falta de sono, causada por privação ao toque, também pode comprometer nosso sistema de defesa. Tiffany Field encontrou doenças freqüentes em crianças em idade pré-escolar, que ficavam separadas das mães, como diarréia, prisão de ventre e infecções respiratórias. Outro estudo revelou que bebês de dez semanas, que recebiam massagens das mães nas costas, tinham menos diarréia e resfriado que as outras. Até mesmo o crescimento pode ser retardado pela falta de contato entre pais e filhos. Em um estudo com ratos, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, descobriram que, longe das mães, os roedores apresentavam um declínio significativo do hormônio do crescimento e enzima que faz parte da cadeia da síntese protéica, importante para o bom funcionamento do sistema imunológico. Como as mamães ratas entram em contato com seus filhotes por meio de lambidas nos ratinhos, os pesquisadores simularam o mesmo comportamento com um pincel com água, conseguindo reverter os efeitos da privação. A maioria dos pesquisadores concorda num ponto: um simples toque humano é um meio eficiente e barato de melhorar a sua qualidade de vida. ::::::::::

Este Mar Vai Reviver Revista Caminhos da Terra Na esteira do tratado de paz firmado em 1994, Israel e Jordânia apostam juntos em um projeto grandioso: uma tubulação de 300 quilômetros de extensão, ao custo de 800 milhões de dólares, para levar água do Mar Vermelho para o Mar Morto. Este último, acreditam os especialistas, poderá secar até 2050, caso seu nível continue a baixar 1 metro ao ano. Partilhado por Jordânia, Israel e a Autoridade Palestina, o Mar Morto é, na verdade, um enorme lago salgado que recebe as águas do rio Jordão e de outras fontes menores. A impiedosa seca que a região vem enfrentando nas últimas décadas, acabou complicando o quadro. Como 90 por cento do volume do Jordão é desviado para o uso doméstico e agrícola, a quantidade de água que chega ao lago tem caído drasticamente. Todo ano, milhares de pessoas visitam o Mar Morto movidas pela curiosidade. Devido à alta concentração de sais minerais, o banhista nunca afunda e pode até se sentar na água. A indústria de cosméticos, que usa a lama escura do fundo e alguns sais, tem deteriorado o ambiene. Calcula-se que as piscinas de evaporação, que permitem isolar componentes da água, respondam por um terço da baixa do nível do lago. Os atributos incomuns dessa água já fizeram o Mar Morto famoso milênios atrás. Seu betume era usado para embalsamar as múmias do Egito. Seu sal foi usado como pagamento a soldados do Império Romano. Acredita-se que entre os agrados que o rei Salomão enviava à amante, a rainha de Sabá, estariam esses tais sais terapêuticos. A própria Cleópatra, supõe-se, adulava Marco Antônio para conseguir dele, como prova de amor, o uso exclusivo dos cosmésticos. O Mar Morto é citado na Bíblia por banhar as cidades de Sodoma e Gomorra, sobre as quais o Senhor, "fez chover enxofre e fogo vindos do céu, destruindo todos os habitantes e toda a verdura da Terra". Teria sido a primeira devastação do Mar Morto? Não se sabe. O que se espera, com o novo projeto, é que a ameaça desapareça de uma vez por todas. Na verdade, esse mar sempre esteve "morto". Além de ser um lago fechado, fica na maior depressão da Terra, quase 400 metros abaixo do nível do mar. Recebe todos os minerais erodidos das montanhas vizinhas. As águas que o alimentam, já ligeiramente salgadas pela falta de chuvas no local, não escoam e, mais ainda, evaporam com uma rapidez assustadora, resultado das altas temperaturas do deserto. Retêm uma quantidade de sais minerais seis vezes maior do que os oceanos. Por isso, com exceção de alguns poucos microrganismos, quase nenhuma forma de vida pôde se desenvolver no Mar Morto. Se um peixe do Rio Jordão por acaso vier dar ali, não há escapatória, morre na mesma hora. :::::::::: Galhos Secos Certo dia, um forte vendaval varreu nossa cidade. A poeira rodopiava, galhos tremiam e se sacudiam ao vento. Mais tarde, quando apanhava os pedaços de madeira, deixados em nossa rua pelo temporal, observei com surpresa que os galhos que pegava estavam secos e mortos. Nenhum dos pedaços tinha folhas verdes. Obviamente os fragmentos caídos não tinham vida e eram inúteis para as árvores. Então recordei-me das muitas vezes em que Deus tem permitido que minha vida seja sacudida e golpeada pelas circunstâncias. Às vezes parece que o meu ser foi desafiado e ameaçado pelos ventos da adversidade. Este pensamento me ocorreu: Será que Deus estava permitindo que eu fosse agitada e sacudida para lançar fora as coisas inúteis da minha vida? Seria possível que, o que parecia ser uma grande perda, era realmente o modo de Deus lançar fora de minha vida todo galho seco e imprestável? :::::::::: A Primeira Vez Revista dos Curiosos O primeiro beijo na boca — Vida Alves e Walter Foster — Os atores que interpretavam o casal protagonista de "Sua Vida me Pertence", a primeira telenovela brasileira, TV Tupi, escandalizaram boa parte do conservador público em 1951. Eles, na verdade, deram um simples toque de lábios, de boca fe- chada. O primeiro beijo entre dois homens — Foi trocado na novela "Um Sonho a Mais", da TV Globo, em 1985. Ney Latorraca, Volpone, travestido de Anabela, e Carlos Kroeber, Pedro Ernesto, deram uma bicota rápida. O primeiro beijo interracial — Na novela "A Cor de sua Pele", exibida pela TV Tupi em 1965, a atriz negra Yolanda Braga foi beijada pelo personagem de Leonardo Villar. A primeira cena de nudez frontal — Aconteceu numa chamada do "Repórter Esso", no ínicio dos anos 50. Foi usada para anunciar uma matéria sobre índios. A reportagem foi ao ar tarde da noite e, mesmo assim, sofreu protestos de uma associação de senhoras. O primeiro orgasmo — Só aconteceu em 7 de junho de 1979, no seriado "Malu Mulher", protagonizado por Regina Duarte. Numa cena de sexo com Mário, Paulo Figueiredo, a câmera focalizou a mão fechada de Regina, que se abriu como num espasmo. O Primeiro palavrão — O ator já falecido Dionísio Azevedo deixou escapar um "Vá a merda!" durante o teleteatro "A Fabulosa História" de Neca do Pato, da TV Tupi, 1960. Ele deveria receber no ar uma carta do personagem de Lima Duarte, com o texto para falar ao vivo. Sem saber disso, o ator Régis Cardoso entregou-lhe um papel em branco. Após longa pausa e percebendo o problema, Régis voltou sorrateiramente à cena e cutucou Dionísio por trás, com o texto do *script* em mãos. Pensando que estava sendo pressionado a impro- visar, ele soltou o palavrão. :::::::::: Perfume do Amor Meire Cavalcante O que faz homens e mulheres terem cheiros diferentes? É o suor e sua interação com os hormônios, mas a questão, que encerra uma das chaves da atração sexual, envolve uma química mais complexa. O cheiro masculino, por exemplo, é mais intenso devido aos homens terem mais pêlos, que estimulam tanto a produção de suor quanto de odor. Já o aroma feminino característico concentra-se na região genital, por causa da sua lubrificação constante e do fato de o interior da vagina ser mais ácido, para proteger a mucosa. Além disso, existe grande concentração de glândulas sudoríparas na virilha e na vulva. O papel principal nessa história toda é justamente o dessas glândulas produtoras do suor. Existem dois tipos: écrinas e apócrinas. As primeiras soltam um líquido que serve apenas para resfriar o corpo. Já as apócrinas liberam uma secreção leitosa, que é a verdadeira responsável pelos cheiros do corpo humano. Essa secreção, que tem a função de manter a pele hidratada e contém gordura, é um alimento rico para as bactérias, que se aproveitam do calor e da umidade de certas regiões do corpo para proliferar, causando cheiros fortes. O odor feminino também é atribuído aos chamados "ácidos alifáticos", substâncias gordurosas presentes no suor e na secreção vaginal. Estudos comprovaram que esses ácidos são uma forte isca sexual entre os primatas. Um exemplo divertido é a famosa carta de Napoleão Bonaparte à sua amada Josephine, avisando que chegaria do campo de batalha em poucos dias e pedindo para ela parar de se banhar, para deixar bem concentrado seu aroma natural. Mas o mais incrível nesse setor da bioquímica erótica são os feromônios, hormônios que produzem aromas que não são percebidos conscientemente, mas que, no mundo animal, regulam a atração que leva ao acasalamento. Entre os humanos, fatores sociais e culturais pesam mais que os feromônios, mas eles não deixam de ter efeitos curiosos: mulheres que dormem ao lado de homens tendem a menstruar e ovular mais regularmente; ao mesmo tempo em que, nestes homens, a barba cresce mais rápido. :::::::::: Saber Viver No primeiro dia de aula nosso professor se apresentou aos alunos e nos desafiou a que nos apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda. Eu fiquei em pé para olhar ao redor, quando uma mão suave tocou meu ombro. Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, sorrindo radiante para mim. Um sorriso lindo que iluminava todo o seu ser. Ela disse: — Ei, bonitão. Meu nome é Rose. Eu tenho oitenta e sete anos de idade. Posso te dar um abraço? Eu ri, e respondi entusiasticamente: — É claro que pode! e ela me deu um gigantesco apertão. Não resisti e perguntei-lhe: — Por que você está na faculdade em tão tenra e inocente idade? E ela respondeu brincalhona: — Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar. Eu estava curioso em saber o que a havia motivado a entrar neste desafio com a sua idade, e ela disse: — Eu sempre sonhei em ter um estudo universitário, e agora estou tendo um! Após a aula nós caminhamos para o prédio da União dos Estudantes, e dividimos um *milkshake* de chocolate. Nos tornamos amigos instantaneamente. Todos os dias, nos próximos três anos, nós teríamos aula juntos e falaríamos sem parar. Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela "máquina do tempo" compartilhar sua experiência e sabedoria comigo. Rose tornou-se um ícone no campus universitários, e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse. Ela adorava vestir-se bem, e revezava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Estava curtindo a vida! No fim do semestre nós convidamos Rose para falar no nosso banquete de futebol. Jamais esquecerei o que ela nos ensinou. Foi apresentada e se aproximou do pódium. Quando começou a ler a sua fala, já preparada, deixou cair três, das cinco folhas no chão. Frustrada e um pouco embaraçada, pegou o microfone e disse simplesmente: — Desculpem-me, estou tão nervosa! Eu não conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo, então deixem-me apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei. Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e começou: — Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque paramos de jogar. Existem somente quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguir o sucesso. Primeiro, você precisa rir e encontrar humor em cada dia. Segundo, você precisa ter um sonho. Quando você perde seus so- nhos, você morre. Nós temos tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem desconfiam! Terceiro, há uma enorme diferença entre envelhecer e crescer. Se você tem dezenove anos de idade e ficar deitado na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará com vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar na cama por um ano e não fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e oito anos. Qualquer um, mais cedo ou mais tarde, ficará mais velho. Isso não exige talento nem habilidade, é uma conseqüência natural da vida. A idéia é crescer através das oportunidades. E por último, não tenha remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem por aquilo que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer. As únicas pessoas que têm medo da morte são aquelas que têm remorsos. Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente "A Rosa". Desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária. No fim do ano Rose terminou o último ano da faculdade que começara há tantos anos atrás. Uma semana depois da formatura, Rose morreu tranqüilamente em seu sono. Mais de dois mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, através de seu exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente ser, se realmente desejar. :::::::::: Meu Recado Gabriel Menezes Monteiro Bastos Apesar de cega, tudo se ilumina quando Virgínia Menezes canta. Pensamentos e sentimentos mais profundos afloram. Tais sentimentos me tomaram. Pude perceber o talento e a capacidade desta cantora, acompanhada pelo seguro e *swingado* piano de Rubem Monteiro Bastos, também deficiente visual. É com prazer, com carinho de filho, que os aprecio, dando-me mais orgulho ao lembrar que artistas tão talentosos são meus pais. Este é meu recado. Eu Ary Rodrigues da Silva — Poeta cego Um pedaço de mim Ficou no berço dos anjos. Dorme nos maternos braços, Onde se prendeu aos laços Do mais sincero amor. Um pedaço de mim Ficou no país das fadas. E brinca, ainda imaculado Naquele reino encantado, Sorrindo ao pássaro e à flor. Um pedaço de mim Ficou no céu de Vênus; E vê no amor primeiro O luminoso roteiro Da grande felicidade. Um pedaço de mim Está no reino dos versos. Integrou-se à poesia, Se embebendo da magia De tudo na imensidade. E o que restar de mim... Onde haverá de ficar? Se ficar adormecido, No sepulcro esquecido, Tudo eu desperdicei; Mas, se o que restar de mim Nos corações dos amigos Florescer como saudade, Cantarei na eternidade! A vida eu aproveitei. :::::::::: Histórias Interessantes Conhecido pela falta de asseio, o rei Dom João VI acabou, a contragosto, lançando moda na cidade, aos 50 anos, ao tomar um banho de mar histórico, em 1817, na Praia do Caju. Isso após resistir, por seis anos, à recomendação médica de que curasse uma infecção na perna, causada por mordida de carrapato, lavando a ferida com a água do mar. — Impossível. E os caranguejos? E os siris? Só um louco pode banhar-se nestas águas — protestava Dom João VI. Por seis anos ele adiou o tal banho. Foi preciso uma solução inusitada para resolver o problema. Devido ao horror que o rei tinha pela água, a solução foi inventar um banho que o protegesse de caranguejos: uma tina gigante foi levada à praia e enchida com água do mar, onde ele mergulhou. *** O Tabaco — Arqueólogos e historiadores acreditam que o tabaco, *Nicotiana tabacum*, começou a ser cultivado no continente americano em torno de 600 a.C., tornando-se uma planta sagrada dos povos pré-colombianos. O primeiro registro pictórico do ato de fumá-la, porém, foi encontrado em um vaso de cerâmica maia do século X, que mostra um charuto feito de folhas amarradas com um barbante. Quando os primeiros colonizadores chegaram à América, a partir do século XV, o hábito já se havia espalhado por toda parte. Os astecas fumavam o tabaco em pedaços de junco oco ou em tubos de cana. Outros nativos do México, da América Central e de parte da América do Sul usavam palha de milho e outros vegetais secos para envolver o fumo. O cigarro como o conhecemos hoje, trazendo as folhas picadas e enroladas em papel, surgiu de uma improvisação européia. No século XVI, os mendigos de Sevilha, na Espanha, que não tinham dinheiro para comprar os já tradicionais charutos, enrolavam em tiras de papel o conteúdo das pontas descartadas nas ruas. Dois séculos depois, o hábito havia-se espalhado por todo o planeta, movendo uma das indústrias mais ricas da história. Até poucas décadas atrás, o cigarro era até visto como um acessório elegante, mas entrou no século XXI como assassino de milhões. *** Uma Fofura de Coleção — Todo o mundo sabe que Stratford-on-Avon, na Inglaterra, é a terra de Shakespeare. Mas poucos lembram que fica ali o museu mais fofo do mundo: o Teddy Bear Museum — o Museu do Ursinho de Pelúcia. Antes de 1900, os ursos estavam longe de ser vistos como fofos. A mudança ocorreu em 1902. Naquele ano, o presidente americano Theodore "Teddy" Roosevelt foi a uma caçada, em que um correligionário capturou um urso negro e amarrou-o para que o presidente desse cabo do bichão. "Teddy", porém, não quis atirar. Contrafeito, mandou que soltassem o animal. A notícia foi tão comentada que um comerciante de Nova York resolveu fabricar ursos de pelúcia, conseguindo a permissão presidencial para batizá-los de *Teddy's Bear*. Desde então, os bichinhos viraram mania. No museu, você verá um certo *Humphrey*. Por anos a fio, ele dormiu agarradinho à Dama de Ferro. Sim, Margaret Thatcher. *** Mendigo por uns dias — A agência de turismo holandesa resolveu oferecer a seus clientes algo ainda mais próximo da vida real: por 400 dólares, eles podem viver durante quatro dias nas ruas de Londres, Paris ou Amsterdã como verdadeiros mendigos. Nada de bermudas nem filmes fotográficos na bagagem. Aos turistas só é permitido levar um cobertor, um instrumento musical ou um caderno de desenhos, acessórios que podem ser úteis na hora de pedir esmola. Com o dinheiro que conseguir arrecadar, o falso mendigo deverá comprar sua comida ou, se for o caso, a bebida para se aquecer nas noites mais frias. Os mendigos de primeira viagem dormem ao relento, como seus colegas verdadeiros. Ao fim desse emocionante *tour*, eles podem desintoxicar-se da experiência passando alguns dias com tratamento cinco-estrelas em um hotel chique da cidade. Mas, depois mesmo de tanta provação, há quem dispense a segunda parte do programa. Foi o caso de alguns holandeses, que brincaram de ser pobres nas ruas de Amsterdã e, mais que satisfeitos, recusaram a esticada num hotel. Eles se espalharam em pequenos grupos pelas ruas da capital. Embora tenha boa dose de realismo, o pacote turístico não deixa de ser um teatrinho. De longe, funcionários da *Kamstra Travel*, a agência responsável pelo programa, vigiam permanentemente os turistas. Eles tanto podem fazer as fotos de recordação da experiência, como estão prontos a intervir caso os falsos mendigos se envolvam em alguma confusão. É esse esquema de segurança que justifica o preço. A programação, porém, não é à prova de risco, segundo os agentes explicam a seus clientes. "Deixamos claro que a experiência pode não dar 100 por cento certo", diz Anneke Bakker, gerente da agência. Por isso, idosos, crianças e adolescentes não são aceitos. "Mas podem garantir que essa é a melhor e mais segura maneira de saber como vivem os sem-teto." A possibilidade de penetrar no modo de vida dos miseráveis, fascina muita gente. Na Alemanha, o escritor *Gunter Wallraff* deu um mergulho sem precedentes nesse universo ao viver no meio de imigrantes ilegais turcos como se fosse um deles, descobrindo como os seus compatriotas humilham essas pessoas e como a sociedade mais rica as atira para atividades insalubres e perigosas, como o trabalho em áreas de alta radiação, em usinas nucleares. No livro "Cabeça de Turco", *Wallraff* conta que, como pobre e estrangeiro, não obteve abrigo nem mesmo nas paróquias administradas por padres alemães, que se recusaram até a batizá-lo. Em outra experiência, o jornalista francês *Marc Boulet* viveu um mês como pária no sistema de casta hindu. Para isso, aprendeu a língua, vestiu-se com roupas surradas e escureceu a pele com uma tintura para cabelo. Na Índia, os Intocáveis, nome dado à casta a que ele fingiu pertencer, são tratados como porcos. Quando conseguia algum alimento, ele tinha de comê-lo com os animais. Em seu livro, "Na Pele de um Intocável", o jornalista conta ter passado por situações em que chegou a preferir a morte. As entidades de apoio aos sem-teto acusam a agência, de tratar a pobreza como mera excentricidade. Jornais londrinos publicaram artigos com severas críticas à *Kamstra Travel*. As autoridades londrinas também não gostaram da novidade, e o porta-voz da *Scotland Yard* já avisou: quem fingir que é mendigo nas ruas de Londres, poderá terminar as férias na prisão. :::::::::: Artes Rio, 215 Degraus Revista Próxima Viagem Há dez anos, um artista plástico azuleja a escadaria que não tem fim — Pode pisar à vontade. Afinal, é uma escadaria, embora histórica — conduz ao convento que deu origem e nome ao bairro de Santa Teresa. Hoje, porém, virou a "Escada do Salerón". Os degraus — 215 ao todo, em dezessete lances — parecem um mosaico bizantino. Dispa-se de seus critérios de "bom gosto" e acredite: você está pisando numa obra de arte. Para o artista plástico chileno Jorge Salerón, a escadaria virou o sonho de uma vida. Ele, resolveu homenagear o Brasil trocando o piso dos degraus por azulejos nas cores verde, amarelo e azul, quebrados em cacos. Mas não bastou: os azulejos "brasileiros" começaram a ser substituídos por peças de outros países, que ele encontrava nos museus de azulejo. Também não foi suficiente. Os turistas estrangeiros foram aparecendo e convencidos a enviar azulejos de suas terras; em troca, Salerón manda uma foto do degrau que abriga a peça. Ele tira e põe, tira e põe. Com isso, a escadaria está em permanente mudança. "Não vou parar nunca", diz ele, pra baixo e pra cima o dia inteiro. A escadaria do Convento, fica atrás da Sala Cecília Meirelles, na Lapa. :::::::::: Brasil Sergipe Jornal O Globo O menor estado brasileiro, com apenas 22 mil quilômetros quadrados, a dimensão de Sergipe é inversamente proporcional à beleza quase intocada de sua natureza. A reverência ao passado histórico na cidade de São Cristóvão, antiga capital, e o passeio de barco pelas comunidades ribeirinhas do Rio São Franscisco, revelam ao turista um Sergipe que transcende às lendárias histórias do Cangaço de Lampião. Mais do que somente um pedaço de terra entre Alagoas e Bahia, Sergipe é um prato cheio para quem gosta de desvendar curiosidades da natureza, como a esperteza dos macaquinhos de Pacatuba, que "pescam" com o rabo os caranguejos dos mangues. Quarta cidade mais antiga do país, depois de Salvador, de São sebastião e de Olinda, e primeira capital de Sergipe, São Cristóvão é uma relíquia do Brasil colonial. Exemplo de preservação da história do país, a cidade faz com que os visitantes tenham a sensação de ter regressado alguns séculos no tempo. Construída segundo o padrão urbano português da época, São Cristóvão dividia a nobreza das camadas popolares. Erguida em 1636 para defender a aristocracia local da invasão holandesa, a cidade alta concentrava os poderes políticos e religiosos. A região, hoje centro histório e turístico da cidade, abriga museus e igrejas dos séculos XVII ao XIX, que carregam resquícios da arquitetura barroca. Os portos, as fábricas e a população mais humilde agrupavam-se na cidade baixa. Na praça de São Francisco, cartão-postal da cidade, destacam-se edifícios históricos como a Igreja e Convento de São Francisco. Fugindo dos impostos, os portugueses ergueram a igreja com apenas uma torre, pois na época construções religiosas de duas torres eram consideradas de luxo. Nas fachadas dos edifícios é possível encontrar vestígios da divisão social do Brasil colônia nos telhados, construídos em três camadas: a eira, a beira, e a tribeira. Só viviam em edifícios com as três camadas quem detivesse o poder econômico. Daí a expressão popular "sem eira nem beira". Na Igreja de São Francisco, ficaram alojadas as tropas que combateram os correligionários de Antônio Conselheiro, na Guerra de Canudos. Ainda na praça, de onde se avista o Rio Vaza-Barris, que corta o município, o Museu Histórico de Sergipe, antigo Palácio Provincial, convida as pessoas a uma viagem ao passado. Virgulino Ferreira da Silva, o folclórico Lampião, tem no museu uma sala dedicada à sua vida e às suas façanhas. Um acervo de fotos de parentes e de vizinhos, dois cofres arrombados a bala de canhão pelo bando do cangaceiro e alguns de seus objetos pessoais resgatam a obscura história do homem mais procurado do sertão, que permanece viva até hoje no imaginário popular. Na Praça do Carmo, as monjas beneditinas da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, sustentam o lugar fabricando objetos de artesanato. Emoldurado por comunidades ribeirinhas que vivem da caça e da pesca, o rio São Francisco, o maior rio genuinamente brasileiro é cercado de paisagens paradisíacas, uma mistura de casas de pau-a-pique com coqueiros e mangues da Mata Atlântica. Na fronteira com Alagoas, ao longo das águas prateadas pelo pôr-do-sol, existe um oásis chamado Pontal do Peba. As cenográficas dunas de areia, que parecem montanhas de pó de ouro, cercam-se de convidativas águas fluviais, incrivelmente limpas. A Praia do Saco, onde se encontram as dunas mais exuberantes do litoral do Estado, é o lugar onde desembarcaram os primeiros jesuítas, Gaspar Lourenço e João Salônio, em sua missão de catequização dos indígenas locais. Foi em sua homenagem que, em 1800, moradores adjacentes construíram, ali, na beira da praia, uma pequena igreja. Sergipe, nome de origem tupi que significa "rio dos siris", justifica o carro-chefe de sua cozinha. O guaiamum, carangueijo de carapaça azulada que cresce nos capins, é o prato mais famoso da região. *** O que por aqui se Lia Sérgio Augusto Foi preciso que a corte portuguesa se estabelecesse no Rio de Janeiro, em 1808, para que os brasileiros pudessem, finalmente, dispor de livros a mancheias e desfrutar do direito de imprimi-los sem atravessar o Atlântico. Até então, possuir e fazer uso de uma prensa, na terra dos papagaios, era crime ignominioso. Os tomos, folhetos e gazetas que nestas bandas eram manuseados vinham todos da Europa, vale dizer de Lisboa, filtrados pela censura régia e inquisitorial. A biblioteca dos reis de Portugal, embrião da nossa Biblioteca Nacional, foi trazida até o Brasil em três viagens sucessivas, e sua odisséia tem como ponto de partida o assédio de Napoleão ao Império luso e algo do que restou do terremoto que arrasou Lisboa em 1755. Faz bem à alma saber que o monarca que de longe nos governava tinha tanto apreço pelos livros. A família real poderia ter fugido apenas com suas riquezas mais valiosas, do ponto de vista material, e no entanto o rei cuidou para que o seu maior tesouro espiritual lhe continuasse fazendo companhia na nova corte. Fomos descobertos em 1500 e, 36 anos depois, estabeleceu-se em Portugal a Censura inquisitorial. Proibía-se tudo que desagradasse ao clero e à corte. Tão intensa era a volúpia censória da corte portuguesa que, nem quando a Inquisição arquivou seu garrote, em 1821, a censura, já então luso-brasileira, topou sair de cena. Predominavam no índex — lista de livros proibidos pela igreja — inúmeros autores franceses, como Voltaire, que mais de uma vez gozou Portugal como uma terra de catástrofes absurdas, atolada por superstições religiosas e autos-da-fé, Diderot, Buffon, Montesquieu, Rousseau, D'Allembert, Condorcet, Condillac, Mably, etc. A fina flor intelectual do Século das Luzes. todos considerados ímpios, heréticos, perigosos, no ibérico paraíso das trevas. A esse se juntaram "A Princesa de Clèves", de Mme. de la Fayette, e "As Fábulas", de La Fontaine. Certas obras, o "Traité de la Manie", do dr. Pinel, o "Ensaio sobre o Homem", de Pope, às vezes podiam ser lidas mediante licença especial, exigência igualmente imposta às "Viagens" de Gulliver, de Swift. Se já era difícil ter acesso a tais obras em Portugal, onde, diga-se, não se imprimiam muitos livros e pouca gente sabia ler, imagine aqui. Quase nada se sabe sobre a presença de livros em Pindorama, na primeira metade do século XVI. Os colonos se ocupavam exclusivamente da formação de lavouras, especialmente de açúcar, e do corte de pau-brasil. Cultura, só extrativa. Mas livros por aqui havia, assim como bibliotecas, de instruções religiosas e particulares, formadas a duras penas e nem todas inteiramente submissas ao crivo da censura. A cultura brasileira brotou nos conventos, mosteiros e abadias de jesuítas, franciscanos, carmelitas e beneditinos. E nesses redutos floresceu até o fim do século XVIII. Os padres adquiriam livros com o cacau e o cravo produzidos em suas lavouras e os remédios de suas afamadas boticas. Também aproveitavam o que funcionários do governo aqui deixavam e vendiam a preço de banana, para evitar o frete da volta a Lisboa. O que liam? Religião, história, geografia, estudos latinos, dicionários, gramáticas, filosofia, ciências, medicina. Era impressionante o interesse dos letrados do Tijuco, Diamantina, onde obras proibidas na Corte, como o "Contrato Social", de Rousseau, o "Espírito das Leis", de Montesquieu, e "Telêmaco", de Fénelon, exerciam enorme influência sobre as mentes locais. Surpreendentemente, nas bibliotecas dos inconfidentes mineiros não havia livros explosivos, exclusividade do cônego Luiz Vieira da Silva, com quase 400 títulos, dos grandes pensadores europeus dos séculos XVII e XVIII. Influenciados por eles é que os Inconfidentes mineiros, os conjurados baianos de 1798 e os rebeldes pernambucanos de 1817 partiram para a luta pela independência. Segundo consta, em 1793 só havia uma livraria no Rio. Vendia livros religiosos e de medicina. Seis anos mais tarde, surgiu uma segunda, igualmente limitada. Acesso maior ao conhecimento, teria de esperar pela chegada da família real e pela abertura dos portos às idéias inimi- gas. :::::::::: Ecologia Natal Ecológico Revista Ecologia e Desenvolvimento Uma multinacional de Hong Kong decidiu acatar o pedido de seus funcionários e suprimiu o envio de cartões-postais de boas festas a clientes e fornecedores. Os trabalhadores, que pediam o fim das ações prejudiciais ao meio ambiente, fizeram a conta e chegaram à conclusão de que suspender os cerca de 70 mil cartões enviados para todo o globo, salvaria 17 árvores e pouparia 280 mil dólares. A quantia foi entregue a uma entidade ecológica, a "Amigos da Terra", que agora pretende persuadir mais gente a assumir comemorações de Natal menos agressivas à natureza. Que tal seguir o exemplo? *** Peixe versus mosquito — Revista Superinteressante — Um peixinho de 10 centímetros de comprimento tornou-se a mais nova arma contra a infestação de mosquitos, principalmente em arredores de lagos e represas poluídas. O herói é o peixe-paraíso, uma espécie ornamental originária da China, que se alimenta de larvas desses insetos. Ele vive sob as plantas aquáticas, justamente onde os mosquitos gostam de depositar as larvas. Cada peixe chega a comer 140 delas por dia, o equivalente a quarenta por cento de seu peso. :::::::::: Lugares do Mundo Bellissima Revista Viagem Florença tem ruas estreitas de pedra, velhas como seus imensos palácios de coloração ocre, e uma beleza opressiva. Apaixonar-se por ela é inevitável, e pode fazer mal à saúde. Dois séculos atrás, o escritor francês Stendhal sofreu um surto durante a sua visita. O incidente deu nome a uma doença psicossomática, a "síndrome de Stendhal". É uma reação ao excesso de beleza. Os sintomas são taquicardia, vertigem e, eventualmente, alucinações. "Eu cheguei ao ponto da emoção em que se encontram as sensações celestes, conferidas pelas belas artes e pelos sentimentos apaixonados", escreveu ele. "A vida tinha-se esgotado em mim, eu caminhava com temor de cair." Tudo bem, ele era francês, mas é bom tomar cuidado. Florença carrega o peso de ter um tesouro em cada esquina, pronto a capturar o seu olhar. De acordo com a UNESCO, a Itália concentra 60 por cento dos patrimônios artísticos do planeta e Florença teria, sozinha, metade dessa porção. Nos séculos XV e XVI, os renascentistas partiram daqui para tirar a Europa das trevas, com o patrocínio da família Medici, banqueiros e comerciantes que comandaram, enriqueceram e embelezaram a cidade. Jamais houve tamanha concentração de gênios, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Rafael, Fra Angelico, Galileu, Botticelli, Maquiavel, Ticiano, Brunelleschi. Antes deles, preparando o terreno, Giotto, Dante, Petrarca, Bocaccio. Recentemente 8 milhões de pessoas estiveram aqui; o Brasil todo recebeu 5 milhões. A revista americana *Travel Leisure* realizou uma pesquisa entre seus leitores, publicada na edição de agosto, que dá Florença como a melhor cidade turística do mundo, à frente de Roma, Paris e Nova York. Sua força está neste passado, muito mais vivo aqui do que em grande parte das cidades européias, inclusive as mais antigas que ela. Florença é velha, sim, mas vibrante. A vida gira em torno da "Piazza del Duomo", onde estão a Catedral de Santa Maria del Fiore, com a cúpula desenhada por Brunelleschi, o Campanário de Giotto e o Batistério. A construção do Duomo, o Domo, terminou em 1436 e é assombrosa. Até dentro, a catedral é estranhamente despojada, principalmente levando-se em conta o assalto visual da fachada, toda em tons de rosa, verde e branco. Para ver os afrescos, é preciso depositar moedinhas em máquinas de iluminação. Do lado de fora, adolescentes italianos sentam-se na escadaria, jogando conversa fora. As meninas, altas, morenas, simpáticas, são mestres na arte de desprezar turistas. Ali em frente, porém, encontramos o Batistério. Foi a primeira sensação de que algo estava errado com meus sentidos. A Porta Leste é coberta de relevos retratando cenas da Bíblia, feitos por Lonrenzo Ghiberti em 1401. No interior, um mosaico do século XIII mostra cenas do inferno, com um diabo devorando almas. Surgiu naquela hora um torcicolo crônico, deliciosamente inevitável, que me atacaria mais algumas vezes durante a viagem. O centro histórico é reservado a pedestres. Somos obrigados a desviar dos desenhistas de giz, que realizam verdadeiros milagres no chão. Na Piazza della Signoria, pausa para um chocolate quente no tradicional Café Rivoire. Estamos no coração político de Florença. Aqui ficava a sede do governo, aqui a plebe se reunia para festejar e protestar. Neste lugar, em 1478, o nobre Francesco de Pazzi foi atirado do Palazzo Vecchio, nu, pendurado pelo pescoço, por planejar um atentado contra a vida de Lonrenzo de Medici, o Magnífico. Vinte anos mais tarde, o monge Savonarola, fanático que pregava a moralização dos costumes, atirava livros e telas no que chamou "fogueira das vaidades". Acabou queimado em sua fogueira por heresia. Em frente ao palácio, o arrogante Davi, de Michelangelo, faz pose para as câmeras. É uma réplica, instalada em 1873 no lugar onde o original sofreu com sol e chuva; as inundações do Arno deixaram marcas terríveis, por 369 anos. O autêntico está na Galeria da Academia, aguardando a minha visita. A galeria Uffizi tem a maior coleção do planeta, de arte renascentista. São mais de 100 mil obras. Foi construída em 1560, para acomodar os escritórios judiciais e administrativos. O prédio, pertinho da mítica ponte Vecchio, é um espetáculo. Caixas de som, instaladas nas paredes, tocam música clássica dia e noite. Lá dentro, seguranças, a maior parte mulheres, ralham a cada *flash* que espouca em frente a um quadro. Que velha síndrome de Stendhal: ali está a Anunciação, de da Vinci, com a Virgem e seu braço direito desproporcionado; a sensual Vênus de Urbino, de Ticiano, com sua mão convidativa sobre o púbis; a carnificina de A Batalha de San Romano, de Paola Ucello; e ela, a única: O Nascimento de Vênus, de Botticelli. Aquela jovem de olhar perdido e cabelos longos é capaz de curar qualquer dor nas costas. Na ala oeste fica a porta para outro paraíso: a entrada do Corredor Vasariano, um passeio reservado aos Medici e trasformado em pinacoteca. Nos fundos do palácio estende-se o Giardino di Bòboli. É um Éden criado em 1549. Pequenas e grandes surpresas. Das pequenas: a Fontana di Bacco, com a estátua do anão Pietro Barbino, da corte de Cosimo di Medici, montado numa tartaruga. Das grandes: a alameda de ciprestes que leva ao Isoloto, uma ilha artificial onde estátuas de cavaleiros saem da água, tendo ao centro a Fontana dell'Oceano. Deus está nos detalhes florentinos de locais como a Farmácia de Santa Maria Novella, uma perfumaria surgida em 1542 que não precisa de endereço: você a encontra pelo cheiro. Possivelmente, nenhuma obra é mais emblemática do que de Davi em Florença. E lá estava ele: "Davi" com 5 metros de altura. Seus cabelos são encaracolados e desembocam em duas costeletas de Elvis Presley. Concentrado, segurando a funda, ele aguarda o combate com o gigante Golias, ou já o teria batido? Parece entediado. A qualquer momento, descerá de seu pedestal e pisará em um ou dois japoneses com suas câmeras fotográficas. Davi é um *popstar* coberto de pó e restaurado, iluminado pela clarabóia da galeria. "Nunca se viu pose tão fluente ou graça igual", escreveu o arquiteto e pintor Giorgio Vasari, no século XVI. Uma multidão o cerca, duas moças trocam comentários e riem baixinho. Daqui a pouco, nós todos voltaremos às ruas de Florença, mas ela já não será a mesma. Florença, depois desta visita, incorporou "Davi": grande, esplêndida, maior que a vida. Uma cidade que também derroto ivíduo urina mais, eliminando com maior rapidez qualquer medicamento que estiver circulando pela corrente sangüínia. No caso do antibiótico, cuja concentração no sangue, deve ser mantida estável para combater a infecção, isso reduz o efeito do remédio. Se a infecção for urinária, há ainda outro agravante: as bebidas alcoólicas irritam os canais que conduzem a urina e pioram a doença. Para aqueles, que diante de uma cervejinha, esquecem qualquer doença, resta um último aviso: alguns antibióticos, como a tetraciclina e outros medicamentos antiinfecciosos, impedem que o álcool seja metabolizado. O resultado é uma série de sintomas muito conhecidos pelos bons de copo: uma baita res- saca *** Tecnologia — Um chip ajuda o cérebro a ouvir — Um novo aparelho desenvolvido no Instituto de Fisiologia III, em Frankfurt, na Alemanha, pode ser a solução contra a surdez. Com 4 centímetros de comprimento, ele é instalado cirurgicamente sob a pele, dentro do ouvido, e conecta-se diretamente ao nervo auditivo. O dispositivo transforma as ondas sonoras em estímulos que o cérebro interpreta como gritos, notas musicais ou ruídos. "A conversão é feita por um chip", explicou o médico Rainer Klinke, autor do trabalho. Ele diz que a audição não volta imediatamente, os neurônios demoram um pouco para se acostumar aos estímulos artificiais. Outro detalhe é que, quanto mais cedo se começa a usar o aparelho, melhor é o resultado obtido. *** Astronomia — Lixo em ór- bita — Desde o lançamento do satélite russo Sputnik I, em 1957, a atmosfera transformou-se em uma grande sucata. O espaço ao redor da Terra é como um grande depósito que abriga quase 2 mil toneladas de lixo. "Classificamos como lixo espacial desde foguetes e satélites inteiros desativados até pequenos fragmentos de tinta, ou partes sólidas que se desprendem de corpos maiores", explica o engenheiro Petrônio Noronha de Souza, do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial INPE. O grande risco são os estragos causados pelos choques entre objetos, mesmo aqueles com massa insignificante, como por exemplo uma tachinha de ferro, mas que podem atingir a velocidade de 3 mil quilômetros por hora. Detectar e monitorar os detritos em órbita, remover satélites inativos e construir estações espaciais protegidas contra colisões de detritos são algumas das providências para evitar que o espaço se transforme em um monte de entulho. "O Brasil ainda não dispõe de um programa para cuidar do assunto, embora já tenhamos pesquisas e projetos que permitirão prever a trajetória de objetos espaciais", diz Petrônio. *** Arqueologia — Tumba da Sagrada Família — Foi encontrada, em Jerusalém, uma tumba do século I que, segundo os arqueólogos, pode ter hospedado o corpo de Cristo, durante os três dias entre sua morte e ressurreição, e contido os restos mortais de sua família. Na sepultura estavam escritos os nomes de Jesus, Maria e José, além de outra Maria, provavelmente Maria Madalena, aquela que dizem ter sido uma das tentações do Messias. Apesar de os nomes serem comuns na época, jamais foram encontrados juntos numa só tumba. Templo perdido de Herodes — Escavando as fundações de uma igreja do século VI em Cesaréa, Israel, Kenneth Holum, da Universidade de Maryland, Estados Unidos, achou um outro templo. Tudo indica que pertenceu ao rei Herodes da Palestina, o mesmo que, segundo a Bíblia, mandou matar centenas de crianças para tentar eliminar Jesus Cristo recém-nascido. O achado confirma o relato de um historiador da época, o judeu Flavius Josephus. As ruínas têm as medidas exatas descritas por Josephus: 30 metros de altura, 30 de lar- gura e 54 de comprimento. *** Paleontologia — Ovos com ossos de dinossauro — A recente descoberta em Portugal, de ovos com ossos de embriões de dinossauro foi considerada de grande importância pela comunidade científica internacional. Isabel Mateus e sua filha encontraram o primeiro ovo, na cidade de Lourinha, onde moram. Escavações no local, realizadas por uma equipe portuguesa, permitiram recolher seis grandes blocos de terra com dezenas de ovos. Em um deles, há 34 ovos com pequenos ossos de embriões de dinossauro. Os ovos, em bom estado de conservação apesar dos seus 140 milhões de anos, foram analisados por uma equipe de cientistas portugueses e franceses. Em comunicado conjunto, o Museu de Lourinha, a 60 km ao norte de Lisboa, a Faculdade de Ciências e Tecnologia de Lisboa e o Museu Nacional de História Natural de Paris ressaltaram que esta é a primeira vez que se encontram na Europa, restos bem conservados de em- briões de dinossauro. *** Pesquisa — Vacinas — Criada a vacina contra o vírus do câncer uterino — Pesquisadores do Instituto do Câncer dos EUA estão desenvolvendo uma vacina contra o HPV, vírus transmitido pelo ato sexual e um dos responsáveis pelo câncer do colo do útero. Composta por partículas do próprio vírus, a vacina age na produção de anticorpos contra o HPV. Brasileiros dão rasteira na tuberculose — A bactéria *Mycobacterium tuberculosis*, que faz 3 milhões de vítimas todos os anos, está prestes a levar um golpe da Medicina. O médico é de um grupo de brasileiros, ingleses e suíços que estão prestes a obter uma vacina feita com o DNA do próprio micróbio vilão. "Ela não só previne a infecção, como também ajuda quem já está doente." Uma das vantagens da nova droga em relação às existentes é que ela pode ser aplicada em dose única, pois seu efeito dura até sessenta anos. Vacina vai evitar vício de cocaína — Pesquisadores da Califórnia — EUA — estão próximos de criar uma vacina contra o vício da cocaína. Os testes em humanos com o novo produto devem começar este ano. Experiência em ratos mostraram que a vacina evita que a cocaína atinja o cérebro. O sistema imunológico não consegue combater a ação da cocaína no sangue porque as moléculas da substância são muito pequenas. Os cientista associaram uma proteína — que o sistema imunológico reconhece — a um de- rivado da droga. *** Auto-Ajuda — Este dia é o seu melhor tempo, o instante de agora. Se você guarda inclinação para a tristeza, este é o ensejo de meditar na alegria da vida e de aceitar-lhe a mensagem de renovação permanente. Se a doença permanece em sua companhia, surgiu a ocasião de tratar-se com segu- rança. Se você errou, está no passo de acesso ao reajuste. Se esse ou aquele plano de trabalho está incubado em seu pensamento, agora é o momento de começar a realizá-lo. Se deseja fazer alguma boa ação, apareceu o instante de promovê-la. Se alguém aguarda as suas desculpas por faltas cometidas, terá soado a hora em que você pode esquecer qualquer ocorrência infeliz e sorrir novamente. Se alguma visita ou manifestação afetiva esperam por você, chegou o tempo de atendê-las. Se precisa estudar determinada lição, encontrou você a oportunidade de fazer isso. Este dia é um presente de Deus, em nosso auxílio; de nós depende aquilo que venha- mos a fazer com ele. *** Infância e Adolescência — Privacidade necessária — Não se preocupe se o seu filho prefere ficar no quarto a sair com a família. Nessa fase, ele quer estar sozinho e é normal desejar independência. Procure buscar um meio-termo. Respeite a privacidade dele, mas não deixe de convidá-lo para os passeios familiares. Em casa, crie um espaço onde todos possam se reunir, nem que seja para ver o programa de que ele gosta. A comunicação entre vocês está difícil? Você fala e só ouve respostas curtas e secas? Evite perguntar demais, dar muitas ordens ou conselhos. Sua conversa soa como uma cobrança, que chateia, mesmo que a intenção não seja essa. Fique atenta às oportunidades de um bate-papo mais íntimo. Elas podem ocorrer antes de dormir ou mesmo no carro. Saiba ouvir, espere que ele termine de falar, antes de fazer observações. Se ele for grosseiro, controle suas reações, saia de perto, esfrie a cabeça e volte com sugestões que possam ajudá-lo. Não o abandone. Pode não parecer, mas ele ainda precisa muito dos pais. *** Mulher — A Imagem da Mulher na Mídia — Gabriela Clayton — 15 anos — Ao ligarmos a televisão para assistir a um programa cultural, ou por simples entretenimento, iremos em algum momento assistir aos comerciais. Uns são bons, outros são ruins e vários são vulgares. Vemos, entre outras peças publicitárias, mulheres seminuas e caladas, normalmente loiras, fazendo propaganda de cerveja. Há pessoas que se ofendem e questionam os princípios de moralidade. É certo relacionar venda de cerveja com a degradação da mulher? Seria necessário implementar um código regulamentador na publicidade para que este abuso da imagem da mulher tenha um fim? Mulheres que assistem a estas propagandas sentem-se humilhadas, pois os anúncios vão contra tudo o que elas já construíram. Se não houver um código regulamentador na publicidade, talvez daqui a alguns anos o nível de vulgaridade suba ainda mais. Somente impondo-se limites, aos poucos a nossa sociedade, e principalmente as crianças, não acharão comum ter que ver beldades seminuas na televisão. Há quem diga que é um equívoco colocar barreiras na criação destes anúncios publicitários machistas. Se o produto vende no mercado, e uma mulher com corpo escultural ajudou a fazer subir as vendas, por que trocá-la por outra coisa? Se já somos expostos a corpos seminus no carnaval, estas propagandas já fazem parte da nossa cultura, é no que alguns publicitários acreditam. Se a mulher que participa do comercial não impõe condições mais dignas de trabalho, por que os seus criadores haveriam de mostrá-la de uma maneira mais edificante? Temos que considerar também que a grande maioria de consumidores de cerveja, são homens; mulheres os satisfazem e os fazem querer comprar o produto. Quem não vê nada de errado em "vender" mulheres ao vender cerveja, deve acreditar que o papel delas na mídia é somente satisfazer os desejos dos telespectadores e consumidores com seus físicos, e não mostrá-las em sua dimensão humana. *** Zoologia — As espécies animais possuem características interessantes e curiosas, sob o aspecto reprodutivo. Na espécie eqüina, por exemplo, as fêmeas só cruzam durante a estação de monta, período que vai da primavera até o início do inverno. A fêmea gestante escolhe o dia do parto, e o filhote, a hora de nascer. O parto ocorre entre 10 horas da noite e 4 horas da manhã. Assim sendo, o potrinho tem duas horas antes do amanhecer para mamar, firmar os ligamentos e seguir a manada. Quanto aos felinos, o espermatozóide do gato só sobrevive em meio sangüíneo. Esses animais possuem, na base do pênis, espículas que, na hora da monta, provocam sangramento no órgão genital da fêmea, propiciando assim, a perpetuação da espécie. Na espécie canina, a ovulação é múltipla e longa, podendo a cadela ter filhos de diferentes pais. O cão possui, na região medial do pênis, um abaulamento "osso peniano", que por conta da ereção, o prende à fêmea para que a ejaculação se complete, pois esses animais não possuem vesícula seminal, sendo sua ejaculação gota a gota. *** Alimentos — Você sabe qual a função dos alimentos? É fornecer às células uma fonte de energia, além de ser a matéria-prima para o crescimento, a restauração e a manutenção dos órgãos e tecidos de um organismo. Saiba quais são e para que servem as substâncias necessárias ao nosso corpo: Carboidratos: são ideais para ingestão antes dos exercícios físicos e são encontrados nas massas, batatas e na maioria das frutas. Fibras: regulam a função intestinal e são encontradas em vegetais e pão integral. Gorduras: ajudam na formação dos hormônios. Existem dois tipos de gorduras: as saturadas manteiga, toucinho, carnes de porco, de boi, de carneiro, ovos e leite integral, e as não-saturadas, encontradas na maioria dos óleos vegetais, no peito de frango, salmão e abacate. Estas são mais saudáveis. Minerais: ajudam a formar novos tecidos e são encontrados nos legumes. Vitaminas: são vitais para as células, ajudando no crescimento e na restauração do organismo. As maiores fontes de vitaminas são as frutas. Proteínas: os aminoácidos, liberados com a digestão de proteínas, auxiliam na formação de novas células e tecidos. Ricos em proteínas, os peixes devem fazer parte do nosso cardápio, pelo menos uma vez por semana. Vitamina A: favorece o crescimento e é encontrada na cenoura, espinafre, batata-doce, couve, alface, ovos, fígado, peixe, leite; B1: auxilia as células na produção de energia e está nos cereais integrais, ervilhas, nozes, feijão, gema de ovo; B2: protege o sistema nervoso e favorece o metabolismo das gorduras, açúcares e proteínas. É encontrada nos cereais em grão, leite, queijo, ovos; B3: protege o fígado, pele, tecidos nervosos e aparelho digestivo, e ajuda a regular a taxa de colesterol. Nas aves, fígado, leguminosas, peixes, carnes magras; B5: ajuda no metabolismo das proteínas, gorduras e açúcares, estando presente em cogumelos cozidos, milho, abacate; B6: favorece a respiração das células. Está na carne de porco, aveia, banana, batata, atum, aves; B12: essencial para o sangue e o sistema nervoso. Nas leguminosas, cereais integrais, peixe, ovos, leite; C: previne gripes, fadiga e infecções. Na laranja, limão, abacaxi, mamão, manga, caju, acerola e verduras; D: fixa o cálcio e fósforo nos ossos. Nos peixes de água salgada, fígado e óleo de fígado de bacalhau; E: vital para o sangue e os tecidos. É encontrado nas nozes, amêndoas, gérmen de trigo, semente de girassol, margarina, verduras, carnes e leite. *** Remédios Caseiros — Chá Melhora Vida Sexual. A erva- para-tudo é capaz de melhorar a memória, a concentração e a atividade sexual. Tome a erva sob a forma de chá. Anote a receita: ferva um copo de água filtrada com duas colheres de sopa de raízes fatiadas da planta, durante um período de 10 a 15 minutos, numa panela tampada. Deixe em infusão. Depois, coe a mistura e beba uma xícara do chá duas vezes ao dia. Pode repetir a receita por uma semana. Hortênsia para Bexiga — A hortênsia ajuda a controlar os problemas ligados à bexiga. Para fazer a mistura, deve-se usar a raiz da planta. Use uma colher de sopa da raiz fatiada para dois copos de água. Deixe ferver durante 15 minutos num recipiente fechado. Depois coe a solução e beba três xícaras de chá por dia até os sintomas desaparecerem. Chá Verde Ajuda as Mamas — A lista de benefícios proporcionados pelo chá verde aumenta a cada dia. Desco- briu-se que ele também funciona contra o Câncer de mama. "O chá verde concentra ingredientes antioxidantes que freiam a formação de células cancerosas." No Japão, a incidência de Câncer de mama é 25 por cento menor nas mulheres que tomam quatro ou mais xícaras de chá verde diariamente. Essa informação é uma colher de chá pra você. Verde, de preferência. Farmácia na Mata Atlân- tica — Novas proprieda- des do guaco, planta nati- va da Mata Atlântica usada como xarope expectorante. Bochechos com o extrato da planta evitam cáries e placa bacteriana. :::::::::: Variedades Dicas Dentes de alho se conservam mais tempo, mergulhados em óleo; este óleo é ótimo para tempero de salada. Salsinhas picadas são conservadas por mais tempo, guardadas em vidro ou plástico. Máscara de clara de ovo — Lave bem o rosto e aplique 1 clara de ovo, sem bater, com um pincel macio, com movimentos de baixo para cima. Deixe por 15 minutos. Remova com água fria abundante e, em seguida, aplique um creme hidratante ou nutritivo. Essa máscara tonifica a pele e atenua sinais de cansaço. Máscara tonificante de pepino — Corte um pepino em rodelas finas e aplique-as sobre todo o rosto, inclusive sobre os olhos. Relaxe e deixe agir de 15 a 20 minutos. Remova as rodelas e o excesso da água do pepino que ficou no rosto. O pepino relaxa e tonifica a pele. Lá em casa — Quando você convidar alguém para jantar em sua casa, por mais informal que seja o clima, cuidado para não passar do limite. Detalhes como *lingerie* pedurado no banheiro que os convidados vão usar, comida que não sai nunca, menu baseado em sobras de ontem e copo de requeijão pegam mal até entre quase íntimos. Dicionário — Há palavras e expressões que arrepiam qualquer ouvido mais requintado. "Esposo" é uma delas. Quando você se referir à sua cara-metade, nunca, mas em hipótese alguma, fale "meu esposo". Diga "meu marido", use o nome dele, apelido, qualquer coisa que não seja "me teima em entrar num elevador em meio aos que estão saindo? Fora aqueles que ficam segurando a porta até acabar o assunto com o companheiro de bordo, que vai continuar viagem. Não há fino que não registre um detalhe desses. Dicas para o vestibular — Todo estudante sofre do mesmo pavor: o de que, na hora da prova, seu cérebro se torne tão branco e vazio quanto a folha de respostas que recebe das mãos dos fiscais. Mas ainda há tempo de evitar tudo isso. Saiba como: Recorde rápida e resumidamente a matéria estudada no dia, imediatamente antes de dormir. Isso facilita a assimilação. O cansaço atrapalha a retenção e a recordação das informações. Portanto, durma sempre bem. Quando for mudar de matéria de estudo, mude também o lugar onde está estudando. Dedique no mínimo, 30 e no máximo, 60 minutos corridos de estudo — pode ser mais, se você estiver bem disposto — e alterne com períodos de 10 a 20 minutos de descanso. Levante-se e faça algo dife- rente. Em caso de sonolência ou desatenção, é bom espreguiçar-se e dar uns gritos; avise ao pessoal de casa antes, para não assustá-los. Evite nutrir sentimentos de raiva ou desprezo por alguma matéria. Não diga "eu detesto..." ou "isto não vai me servir de nada", pois só aumenta o bloqueio para o estudo. Em caso de preocupações, procure relaxar. Ouça uma música suave e pense em um lugar bonito e sereno. Saia para uma caminhada curta. Assista a uma comédia, ouça piadas. O humor facilita o aprendizado. *** Relaxando passo a passo — Fique numa posição confortável sentado ou deitado, feche os olhos e concentre-se totalmente na sua respiração. Inspire e expire suavemente, sentindo o ar entrando e saindo de seus pulmões. Contando até dez, imagine que você está cada vez mais leve, sentindo que toda tensão e estresse estão saindo de você. De forma lenta e ritmada, comece a viajar pelo seu corpo com o pensamento. Sinta seus pés pesados e relaxados, soltos ao peso da gravidade. Imagine que toda tensão escorre dos seus pés para a terra. Vá subindo pelas pernas, sentindo que sua musculatura está cada vez mais solta e sem qualquer rigidez. Imagine os músculos se soltando, se alongando, livres de toda tensão. Agora você está na bacia, sentindo que toda rigidez se desfaz em seu abdômen. Deixe que ela se dissipe. Subindo para as suas costas, pense nos músculos existentes em toda a sua extensão, sentindo-os soltar-se e produzindo uma sensação de profundo bem-estar. Seus ombros começam a ficar relaxados, livres de qualquer peso. Agora vá com a consciência para os seus braços, um de cada vez. Sinta-os livres de qualquer tensão, prazerosamente relaxados. Leve sua consciência para o pescoço, sentindo toda rigidez, aí localizada, desaparecer. Suba para a mandíbula, relaxando-a o máximo possível. Pensando no seu rosto, sinta todos os músculos da face soltos, suaves e muito confortáveis. Agora relaxe bem a musculatura ao redor dos olhos. Indo para a sua cabeça, sinta a tensão, aí localizada, desvanecer-se, ao mesmo tempo em que você é envolvido por uma profunda paz e tranqüilidade. Por alguns minutos, desfrute da sensação de estar com todo o corpo relaxado, em total conforto; sinta-se invadido por uma onda de alegria e vitalidade. *** Simpatias — Para perder a barriga — Pegue uma folha seca de bananeira e corte-a ao meio. Junte as duas partes, amarre com uma fita verde virgem e pendure na porta de seu quarto. Todos os dias, ao acordar, vá até a porta e diga: "folha da natureza, eu te peço para a minha barriga perder; só vou desamarrá-la depois que de barriga sequinha eu ficar, como você." Bata a sua barriga sete vezes na porta; faça isso até perdê-la. Só jogue fora a folha de bananeira quando sua barriga desaparecer. Simpatia — Para acabar o ano sem dívidas — Acenda três velas no centro de um prato branco virgem, de preferência dentro do tanque, para evitar acidentes. Ao lado, coloque três notas de dinheiro de valores diferentes. Faça uma oração à santa Edwiges, pedindo que ela o ajude a saldar suas dívidas antes da chegada do ano novo; apague as velas, e guarde tudo. Repita a simpatia por três segundas-feiras seguidas. Na última segunda-feira, deixe as velas queimarem até o final e dê as três notas de esmola. *** Humor No dentista — O caipira vai ao dentista e pergunta: — Dotô, quanto custa pra arrancá um dente? — São cem reais! — Creio em Deus Padre! Cem rear? Só pra arrancá um dente? — Exatamente! O caipira virou-se para ir embora, mas logo voltou: — E se for só pro senhor deixá meio bambo? A loura visita o médico para perder uns quilinhos. Após examiná-la, ele dá a receita do regime: — Você pode comer normalmente por dois dias, aí, pula um dia; come por mais dois, pula outro dia e assim por diante... Se seguir essa dieta à risca, vai perder pelo menos cinco quilos num único mês. Quando a loura volta ao médico, está 15 quilos mais magra. — Incrível! Vejo que você seguiu minhas recomendações. Parabéns! — Obrigada, doutor! Mas saiba que pensei que fosse morrer! — De fome?! — Não, imagina! De tanto pular! Uma amiga entrou no elevador do hospital com um empregado que empurrava um complicado aparelho. A máquina tinha diversos tubos, mostradores e medidores. Minha amiga comentou que detestaria ser ligada àquele equipamento. — Pois eu também — disse o homem. — É uma máquina de lavar carpetes. Meu professor de filosofia do Direito, conhecido pela formalidade, reclamava da falta de participação da turma em suas aulas. A certa altura, um aluno interveio: — Professor, é que às vezes não entendemos os termos que o senhor usa... E o professor conclui: — Ah!!! Então, trata-se de um obstáculo epistemológico!!! Deitado em seu leito de morte, Salim chama o seu filho mais velho, tira um antigo relógio do bolso com dificuldade e diz: — Filho... Está vendo este relógio aqui? — Sim, papai... Respondeu o filho, com lágrimas nos olhos. — Ele era do meu bisavô! — continuou o pai — Depois ele foi passado para o meu avô... depois para o meu pai... depois para mim... e agora chegou a sua vez... Quer comprar? *** Pensamentos "Se as mulheres entram pelo mau caminho, rapidamente os homens vão atrás." Mae West, 1892-1980, atriz americana. "Nunca se deve engatinhar quando se tem o impulso de voar." Helen Keller, 1880-1968, escritora e conferencista americana, cega e surda. "Para mim, ter idéias é suficiente. Dá certa alegria ao espírito e fica por isso mesmo." Carlos Drumond de Andrade, 1902-1987, poeta mineiro. "As duas coisas mais envolventes de um escritor, são tornar familiares as coisas novas, e tornar novas as coisas familiares." Samuel Johnson, 1709-1784, ensaísta inglês, autor do Dicionário da Língua Inglesa, de 1755. "A filosofia nunca ajudou ninguém a fazer bons negócios, mas tem ajudado muitos a suportar os maus." Voltaire, 1694-1778, filósofo, poeta e dramaturgo francês. "A linguagem da amizade não é de palavras, mas de significados." Henry David Thoreau, 1817-1862, poeta e naturalista americano. "A maior recompensa por se fazer, é a oportunidade de fazer mais." Jonas Salk, 1914-1995, microbiologista americano. "Leis escritas são como teias de aranha. Pegarão os fracos e os pobres, mas serão despedaçadas pelos ricos e poderosos." Anacársis, século VI a.C., legendário príncipe dos citas. "Não há problema tão grande que não caiba no dia seguinte." Millôr Fernandes, escritor e humurista carioca. "Livros não são espelho do mundo, mas uma coisa a mais acrescentada ao mundo." Jorge Luis Borges, 1899-1986, escritor e poeta argentino. "Apenas leiam, leiam de novo, e o entendimento surgirá por si." Paul Celan, 1920-1970, poeta romeno. "Nada pesa tanto quanto um segredo." Ditado francês. "Em repúblicas corrompidas fazem-se muitas leis." Tácio, cerca de 56-120, orador e historiador romano. "Países são como frutas — os vermes estão dentro." Jean Giraudox, 1882-1944, dramaturgo francês. "Há três coisas que jamais voltam: a flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida." Provérbio chinês. "Não acrescente dias à sua vida, e sim vida aos seus dias." Anônimo "Antes um inimigo do que um mau amigo." Provérbio português. "A verdadeira humildade consiste em ser estar satisfeito." Henri Frederico Amiel, 1821-1881, escritor suíço. "Chorar é diminuir a profundidade da dor." William Shakespeare, 1564-1616, dramaturgo e poeta inglês. "se chorares por ter perdido o sol, as lágrimas te impedirão que vejas o brilho das estrelas." Rabindranath Tagore, 1861-1941, poeta e eduacador indiano. ***

História das Frases Quem desdenha quer comprar — A história dessa frase prende-se às origens dos atos comerciais. Querendo comprar um produto, mas sem revelar sua ambição, para que o vendedor não estipulasse um preço muito alto, o comprador passava a desqualificar o bem com restrições. Com o passar do tempo, a frase começou a ser aplicada a situações amorosas. O pretendente que passasse a criticar uma donzela, na verdade estava interessado nela. Diversos escritores registraram a metáfora, como o italiano Umberto Eco, em seu romance "A Ilha do Dia Anterior": "Desprezar uma coisa é o melhor expediente para conquistá-la." Umberto Eco: seu maior sucesso é "O Nome da Rosa", que foi traduzido em trinta idiomas e vendeu cerca de 25 milhões de exemplares. *** Etimologia Ah, os fundamentais ensinamentos da Semântica: você sabe qual a origem da palavra idiota? Quase cinco séculos antes de Cristo, o general grego Péricles, 495-429 a.C., classificou de idiotas, de *idios*: separado, privado, os cidadãos que se ocupavam exclusivamente de seus assuntos particulares e não se envolviam com questões do país. A participação nas decisões coletivas era a essência da democracia ateniense. Os que deserdavam deste dever cívico eram olhados com desprezo e o vocábulo logo passou a ser usado como um insulto, algo como o "alienado" dos tempos da ditadura. Logo o termo passou também a englobar a idéia de alienação do mundo concreto e real. Quando chegou a Roma, que trataria de difundi-lo pela Europa, o termo "idiota" já estava ligado, como hoje, à ignorância ou à debilidade mental. Mas, voltando às origens... deixa pra lá. *** Que Intriga... Intriga Alemão estuda linguagem das vacas — Um especialista alemão em engenharia e bioacústica tenta decifrar a linguagem das vacas, para prevenir doenças. O cientista já indentificou sete mensagens diferentes no espectro dos mugidos, entre eles os correspondentes à fome, sede e pressão do leite, bem como ao desejo de acasalamento. Como ocorrem as miragens? — Como se explicam as miragens nas areias do deserto? Segundo a psicologia, há miragens que são, na verdade, alucinações: não dependem de fatores externos. Nesse caso, o cérebro reproduz imagens conhecidas, armazenadas na memória, como se estivessem sendo vistas naquele momento. Vários fatores podem desencadear o processo, desde uma doença mental ou uma grave privação física, como passar vários dias sem água. *** Receitas Salada americana — Ingredientes: 1 pé de alface; meio abacaxi cortado em cubos; 1 xícara de salsão picado; 2 maçãs ácidas cortadas em fatias finas; 5 rabanetes cortados em fatias finas; suco de 1 limão; sal a gosto; 1 iogurte. Modo de fazer: Guarneça uma saladeira com folhas de alface já lavadas. Distribua então sobre a alface, o abacaxi em cubos, as maçãs cortadas, o salsão picado e os rabanetes. Por fim, despeje o molho de iorgute, o suco de limão e o sal, dê uma mexida de leve e sirva. Assado de ricota e nozes — Ingredientes: 3 xícaras de chá de ricota fresca; 2 fatias finas de pão integral; meia xícara de chá de nozes picadas; 2 colheres de sopa de cebola ralada; 2 colheres de sopa de óleo de gergelim; 2 xícaras de chá de salsa picadinha; sal marinho a gosto. Modo de preparo: Pique as fatias de pão integral e misture os ingredientes. Unte uma forma refratária e acondicione os ingredientes. Leve ao forno moderado e preaquecido até que doure. Rendimento: 8 porções. Tempo de preparo: 25 a 30 minutos. Calorias: 181 por porção. Dica: cai bem durante o lanche. Vai bem com suco de frutas ou vitaminas. Paçoca da Chica — Ingredientes: meio quilo de amendoim torrado e moído; meio quilo de bolacha de maisena moída; 2 latas de leite condensado; 2 colheres de chocolate em pó. Modo de fazer: Misturar muito bem todos os ingredientes. Em seguida despejar numa forma ou numa travessa e nivelar com rolo de macarrão. Colocar na geladeira por 1 hora, não mais do que isso para não ficar muito duro, e cortar no formato que quiser. Musse de chocolate — ingredientes: 1 pacote de manteiga sem sal, tirar do gelo antes; 1 caixa de 200 gramas de chocolate em pó; 5 ovos inteiros; 1 xícara e meia de açúcar; 1 cálice de licor de cacau, podendo aumentar se quiser. Modo de fazer: Colocar no liquidificador: o licor, os ovos e o açúcar, dar uma batida, juntar o chocolate, tornar a bater para misturar; por último, clocar a manteiga, bater bem, até ficar bem leve; colocar na geladeira. É melhor servir no dia seguinte. *** Utilidade Doméstica Nossa casa, onde normalmente é maior a sensação de segurança, reserva algumas armadilhas que podem provocar acidentes domésticos. Crianças, principalmente, e adultos são vítimas constantes de problemas nesse espaço supostamente protegido. O tanque, o fogão, o chuveiro elétrico, o detergente, o boxe do banheiro e a mesinha de cabiceira podem levar qualquer pessoa a se machucar. Todos esses acidentes são evitáveis, mas, quando acontecem, é muitíssimo importante saber como agir antes de procurar o pronto-socorro. Nas queimaduras, as principais causas são o fogão, o ferro elétrico e, em menor escala, o chuveiro. Quem está cozinhando ou passando roupa não deve se descuidar por um minuto, principalmente quando há criança em casa. Antes de retirar qualquer prato do forno aquecido, desligue-o primeiro e espere pelo menos cinco minutos para que a pressão, provocada pelo ar quente, não saia de uma só vez no rosto de quem cozinha. O cuidado vale também para as panelas de pressão. A temperatura do chuveiro nunca deve ser regulada sob a ducha, pois qualquer defeito no aparelho pode despejar água mais quente do que o desejado. Quando a queimadura acontece, nenhuma substância deve ser aplicada sobre a área afetada. Nada de álcool, pomadas, vinagre, gelo, manteiga. Basta lavar com água fria corrente, para resfriar a região e evitar infecções. Quando acontecem fraturas, o mais comum é se partirem ossos longos, em quedas geralmente no banheiro ou na cozinha, no caso dos adultos, ou em outros lugares da casa, quando se trata de crianças. Os pisos lisos tornam-se muito escorregadios quando úmidos ou engordurados. Mantenha-os sempre o mais secos possível. Móveis baixos ou pequenos, como mesinhas de centro, e tapetes soltos, não devem ser deixados em locais de grande circulação, pois facilitam tropeções, quedas e, conseqüentemente, fraturas. Havendo suspeita de algum osso fraturado, a primeira medida é imobilizá-lo. Um palito de sorvete amarrado ao dedo quebrado é o suficiente, assim como um cabo de vassoura serve perfeitamente para imobilizar um braço ou uma perna, antes de correr para o pronto-socorro. Um leve esbarrão no canto de uma mesa é o suficiente para cortar, assim como uma cabeça em uma porta de vidro pode quebrá-la, causando cortes generalizados. Todas as partes periféricas do corpo são muito irrigadas e, por isso, sangram bastante. Em caso de corte, não se impressione com a quantidade de sangue; lave o local e comprima-o até o sangramento parar. Se nos braços ou nas pernas, procure mantê-los erguidos, para diminuir o fluxo sangüíneo no local. As intoxicações costumam ser outro acidente caseiro. As mais comuns são por envenenamento, quando a pessoa ingere qualquer substância tóxica, de derivados de petróleo e produtos de limpeza, até remédios. O vasilhame de PVC, que vem com água mineral, acaba sendo reaproveitado para o suco de laranja e, depois, para guardar querosene; o detergente tem cor e cheiro de frutas; e o remédio é bonitinho, como uma bala. A criança não consegue fazer as distinções e acaba ingerindo o que não deve. Portanto, além de deixá-las fora do alcance, as embalagens não devem ser reaproveitadas. Se houver ingestão de alguma substância tóxica, não tome água, leite ou qualquer outro líquido, nem tente provocar vômitos se ela for corrosiva, pois, neste caso, quanto mais se movimentar pelo sistema digestivo, mais danos haverá. Muito importante é identificá-la para o médico e, principalmente, a quantidade que foi ingerida. A partir dessa informação, ele poderá definir o procedimento adequado para a desintoxicação. Apesar de serem esses os casos mais freqüentes, os acidentes são tão variados quanto imprevisíveis. Quando não se souber o que fazer, o melhor é buscar ajuda, de médicos ou bombeiros. Em todo o Brasil pode-se solicitar ajuda dos bombeiros pelo telefone 193. É só ligar. :::::::::: Informativo IBC Cursos Oferecidos pelo IBC Técnicas de Leitura e Escrita no Sistema Braille; Dificuldades de Aprendizagem; Estimulação Precoce; Baixa Visão num Enfoque Pedagógico; Alfabetização em Braille; Educação Infantil; Educação Física e Procedimentos Desportivos; Psicomotricidade; Arte na Educação; Orientação e Mobilidade; Atividades da Vida diária; Deficiência Múltipla; Superior Seqüencial. Responsável pela Seção de Cursos, prof.a Valéria Rocha Conde Aljan tel: 2543-1119 ramal 143 :::::::::: Noticiário Especializado Sociedade Bíblica do Brasil A Sociedade Bíblica do Brasil lança a primeira edição da Bíblia completa em braille na língua portuguesa do país. O dia 30 de novembro ficou marcado por um evento inédito na história do Brasil: o lançamento da primeira edição da Bíblia em braille na língua portuguesa, que possibilitará às pessoas com deficiência visual o acesso às Escrituras Sagradas. A iniciativa é da Sociedade Bíblica do Brasil, SBB, que, em 2001, integrou ao seu parque gráfico a Imprensa Braille, a primeira do país voltada exclusivamente à produção de literatura bíblica. Composta de 38 volumes, além de um Guia de leitura — o equivalente a cerca de dois metros de altura se os volumes fossem empilhados — a Bíblia completa em braille, em português, recebeu um projeto editorial inovador que resultou na produção de todos os 66 livros da Bíblia em tempo recorde: apenas oito meses, enquanto que no processo tradicional era preciso cerca de dois anos para a conclusão de um único livro. Além disso, todo o projeto levou em conta as necessidades especiais desse público. Com o objetivo de facilitar a leitura, foram abolidas abreviações e foi incluído no rodapé um índice, para que o deficiente visual possa localizar, com rapidez, a que parte do texto bíblico a página corresponde. Com um custo estimado em 35 reais por volume, a Bíblia em braille está sendo elaborada com texto da nova tradução na linguagem de hoje, que adota a estrutura gramatical e a linguagem mais próxima da falada pelo brasileiro. Pela sua simplicidade, essa tradução é mais acessível à maioria das pessoas com deficiência visual alfabetizadas em braille. A distribuição — Os volumes da Bíblia em braille serão distribuídos gratuitamente pela Sociedade Bíblica do Brasil aos deficientes visuais cadastrados no Programa de Inclusão do Deficiente Visual, desenvolvido pela entidade há mais de dez anos. Para captar recursos para o projeto, a SBB lançou o CD Hinos Inspirados na Bíblia. Reunindo uma seleção das mais apreciadas músicas cristãs na voz do cantor Emmanuel e alternadas pela narração de trechos bíblicos, o CD, que custa 15 reais, terá toda a renda obtida com a sua venda, destinada à distribuição de escrituras em braille. Devido ao alto custo da publicação, aproximadamente 1.365 reais a coleção completa, a entidade espera beneficiar a totalidade dessa população por meio da obtenção do apoio financeiro de órgãos governamentais e não-governamentais, e da iniciativa privada, a fim de que a Bíblia em braille esteja disponível em todas as bibliotecas públicas do país, onde um único exemplar poderá ser compartilhado, de forma democrática, por vários leitores. A Imprensa Braille, integrada à gráfica da Bíblia, instalada na Sede Nacional da SBB, em Tamboré, Barueri, SP, reúne equipa- mentos de última geração importados da Empresa Norueguesa Braillo, especializada em insumos para impressão em braille. Com uma capacidade de impressão de 1,2 mil páginas-hora, essa tecnologia possibilita que a Bíblia completa seja impressa em cerca de seis horas. Mais agilidade e custos reduzidos. Esses são os resultados que estão sendo alcançados com a Imprensa Braille que está entre os projetos que integram o Programa de Inclusão do deficiente Visual. "O Programa já vinha proporcionando aos deficientes visuais o acesso gratuito às Escrituras Sagradas, por intermédio de literatura bíblica impressa em outros países", explica a secretária de Ação Social da SBB e coordenadora do projeto, Alice Giraldi. Segundo ela, além de os processos serem dispendiosos e lentos, não existia a publicação completa. Por esse motivo, a SBB criou o Projeto Imprensa Braille, buscando em todo o mundo a melhor forma de atender às necessidades do deficiente visual brasileiro. Para os deficientes visuais do país, a impressão da Bíblia em braille na língua portuguesa é uma iniciativa que resgata a cidadania desta parcela da população. "A possibilidade de poder, pela primeira vez, ler a Bíblia toda numa escrita que podemos entender, é um fato histórico para nós", comemora Paula França, revisora de toda a Bíblia em braille e uma das idealizadoras do projeto. O principal diferencial do equipamento adquirido pela SBB é sua capacidade de impressão sob demanda. O equipamento faz a impressão em braille sem matriz, direto no papel. Dessa forma, pode-se imprimir desde um exemplar da Bíblia completa ou de alguns de seus volumes, até uma tiragem maior. O equipamento adquirido pela SBB é composto por uma impressora alimentada por bobina de papel e conectada a um computador. Um programa transforma qualquer arquivo de texto em arquivo de braille, envia para a impressora que reproduz os pontos e dá saída às folhas já com o acabamento finalizado. Após este processo, basta encadernar, com espiral ou capa dura, tecnologia esta já dominada pela SBB. A entidade também adquiriu uma impressora menor para os serviços de expediente como emissão de cartas e formulários. Endereço: Avenida Ceci, n.o 706 Barueri — SP Tels: (0xx11) 4197-5728 direto ou 4195-9590 ramais 5828 e 5794 *** Cibercafé Para Cegos Da vitrine, vêem-se umas dez pessoas sentadas diante de monitores de computadores ligados, mas nada aparece na tela. Quem entra nessa antiga mansão do bairro Providencia, Zona Leste da capital chilena, percebe que não se trata de um cibercafé qualquer, pelo ruído de vozes humanas e metálicas misturadas. Ao lado do *mouse*, na mesa, há uma bengala; um cão-guia descansa junto a uma cadeira; e, diferentemente de outros lugares que ofercem conexões de Internet ao público, nas paredes não há pôsteres, mas estantes contendo livros em braille. "Não se trata de um cibercafé. Dizemos, por aqui, que é um — não-ver — café", brinca Mario Hiriart, presidente da fundação privada Biblioteca Central de Cegos e gerente do primeiro cibercafé para cegos no Chile. A idéia surgiu da Biblioteca Central de Cegos, uma fundação privada, como resposta à falta de comunicação em que vivem muitos dos 250 mil cegos do Chile em meio a uma população de 15 milhões de habitantes. Apesar de sua cegueira, um brilho percorre os olhos de Hiriart quando se lembra da fundação do cibercafé há uns meses. Hoje, o local conta com 30 clientes que regularmente conferem e-mails, lêem páginas da *Web* ou baixam música nos 12 computadores do lugar. "O principal problema do cego é sua solidão. E esta é uma ferramente para vencê-la e nos comunicarmos", disse Hiriart. Outra diferença entre esse e os demais cibercafés pelo mundo, é que aqui o café é servido longe dos computadores para evitar acidentes. A surpresa é um professor cego de 70 anos, Fernando Henriquez, que ganha a vida como vendedor de rua. Treinado em datilografia e informática, ele é um dos usuários mais experientes do cibercafé. Mas apesar da tecnologia, Henriquez não esquece de seu passado como leitor. Enquanto tecla no computador com uma mão, ele lê em braille com a outra. *** Associação Brasileira de Educadores de Deficientes Visuais Estimado Associado, a ABADEV — Tem no presente, a finalidade de informar fa- tos ocorridos e os respectivos procedimentos adotados como seguem: Em 22 de janeiro próximo passado, em um lamentável acidente automobilístico, ocorrido na BR-101, no Estado da Paraíba, tivemos a infelicidade de sofrer a irreparável perda das ilustres pessoas: Dr. Amilton Garai da Silva — Presidente da ABEDEV; professora Lusia maria de Almeida — 1ª secretária da ABEDEV; professora Nazareth Mendes Silva — Esposa do Dr. Amilton Garai e Delegada da ABEDEV MS; Luís Gustavo Garai da Silva e Nara Cristhina Mendes Silva — Filhos do Dr. Amilton e professora Nazareth; Rogério de Sá — Amigo da Família; Ivan de Paiva Freire — condutor do veículo "falecido dias após"; OBS: O Sr. Severino Amador Oliveira, esposo da Professora Lusia, foi o único sobrevivente. Em reunião extraordinária, em 25 de janeiro próximo passado, realizada na cidade de Campo Grande — MS, o 1º Vice-Presidente, professor Manoel Dias Santa Rosa, foi empossado no cargo de Presidente da ABEDEV, para a conclusão do mandato da atual Diretoria.

*** Novidade: acaba de ser criado um grupo de e-mails para pessoas cegas. Foi criado um grupo de e-mails, cuja finalidade é facilitar a comunicação, por meio de correio eletrônico, entre pessoas cegas. Este grupo possibilitará aos que estiverem cadastrados, o acesso a informações do gênero, além de tornar possível a integração *on line* de pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo. O grupo recebeu o nome de "cegos". Para fazer o cadastro no grupo "cegos", basta enviar um e-mail para: ~,assinar-cegos@grupos.~ com.br~, Depois de alguns segundos, irá aparecer no seu e-mail uma mensagem do grupo pedindo para confirmar a inscrição. Após o recebimento desta mensagem, é só respondê-la e o grupo enviará uma nova mensagem atestando a conclusão com sucesso da inscrição. Para cancelar a assinatura, basta enviar um e-mail para ~,cancelar-cegos@~ grupo.com.br~, O processo de cancelamento é o mesmo da assinatura. Depois de efetuado o cadastro, é só enviar e-mail para:~,cegos@grupos.com.br~, Detalhe: quando a mensagem é enviada para este endereço, todas as pessoas cadastradas receberão automaticamente a mensagem, inclusive a pessoa que a enviou. Este serviço é oferecido gratuitamente aos usuários através do *site* www.grupos.com.br Além deste grupo, o *site* disponibiliza endereços de outros grupos cadastrados. O grupo "cegos" veio para ficar porque irá preencher uma grande lacuna que é a falta de integração entre pessoas cegas dos mais diversos lugares, lacuna esta que até então as assolava. Dados do grupo: Nome: cegos; endereço: ~,cegos@grupo.com.br~, Descrição: grupo de pessoas cegas. Outros endereço. Moderadores: ~,moderadores-cegos@~ grupos.com.br~, Administradores: ~,administradores-cegos@~ grupos.com.br~, Fundador: ~,fundador-cegos@grupos.~ com.br~, Configurações do grupo "cegos": ~,www.grupos.com.br/~ grupos/cegos.~, Jean Schutz, estudante de jornalismo, e-mail: ~,jeansc@saci.org.br~, Remetente: Wiliam Aparecido da silva, Rua: Tiradentes, 43 apto. n.o 41 Bairro — centro

Florianópolis — SC cep: 88010-430 *** Henry Ford — Minha Vida e Minha Obra — Com extrema facilidade nos inclinamos a crer, sem investigação alguma, que a perfeita posse de todas as faculdades constitui a condição para o melhor rendimento em qualquer classe de trabalho. Com o intuito de fazer um real juízo disto, mandei classificar todas as diversas operações da fábrica, segundo a espécie de máquina e do trabalho... A estatística demonstrou que se contavam na fábrica 7.882 espécies distintas de operações... Comprovou-se então que 670 trabalhos podiam ser confiados a homens sem ambas as pernas; 237 requeriam o uso de 1 só perna; em 2 casos podia-se prescindir dos 2 braços. Em 715 casos de um braço, em 10 casos a operação podia ser feita por 1 cego. Das 1.882 espécies de trabalho havia portanto... 1.634 que não exigiam o uso completo das faculdades físicas. Por conseguinte, uma indústria sabiamente desenvolvida é capaz de proporcionar ocupações a um avultado número de pessoas, devidamente pagas, que habitualmente pesam sobre a comunidade." "O regulamento foi publicado a 12 de janeiro de 1924. Nele vinham as declarações de que ninguém seria rejeitado em vista de suas condições físicas..." "Uma vez colocados no posto conveniente, conseguem fazer o mesmo trabalho que os outros, quando não os excedem em atividade. Assim, por exemplo, um cego foi colocado no armazém, com a obrigação de contar parafusos e porcas para remessa às sucursais. Na mesma ocasião se confiou o mesmíssimo trabalho a outros operários fisicamente perfeitos. Dois dias depois o mestre das obras enviava uma nota à seção das transferências, pedindo que se desse outro serviço aos sãos, porque o cego era capaz de fazer o trabalho dos companheiros além do seu próprio." "Um cego ou um mutilado é capaz... de efetuar o mesmo trabalho e ganhar o mesmo salário que um homem completamente são... Seria inteiramente oposto aos nossos fins que procurássemos dar colocação aos operários em vista dos seus defeitos físicos, com salário reduzido, contentando-nos com um tipo baixo de produção. É um desperdício empregar um homem perfeito num trabalho que pode ser executado por um deficiente. É desperdício horrível meter cegos a trançar cestos". "Nas seções da indústria há postos para todos e se a indústria estiver devidamente organizada, haverá nela mais lugares para cegos do que cegos para lugares. O mesmo pode dizer-se em relação aos outros deficientes. Em todos esses ofícios, o homem, que hoje é objeto de compaixão da caridade pública, pode ganhar a sua vida com o mesmo direito do operário mais hábil e robusto". "...Se o trabalho fosse convenientemente dividido até ao mais insignificante ponto da economia, não faltaria lugar onde homens fisicamente incapacitados pudessem desempenhar perfeitamente um serviço e receber, por conseguinte, um salário completo. Economicamente, fazer dos fisicamente incapacitados um peso para a humanidade é o maior despautério, como também ensinar-lhes a fazer cestos ou qualquer outro mister pouco rendoso, com o fim de preveni- los contra o desânimo." ::::::::::

Troca de Idéias Nair da Silva Rua Urussaga, 288, bairro Novo Horizonte Itumbiara — GO CEP: 75500-000. Gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos, do Brasil e dos países de língua portuguesa, para uma forte e sincera amizade. Chislaine Regina Mareli Rua Manoel Gonçalves, 663 bairro Conjunto Habitacional Arlindo Alves de Almeida Aramina — SP CEP: 14550-000 Tenho 21 anos, sou ariana e gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos, sobre diversos assuntos inclusive poesia, pois faço coleção de versos. Edoan Silva Gonçalves Rua Professor Gilson Lucas, 38 bairro Santa Lúcia Tabuleiro dos Martins Maceió — AL CEP: 57081-200 Tenho 31 anos e minha mulher 33. Apreciamos música e somos muito alegres. Gostaríamos de fazer novas amizades. Nilza Almeida Cx. Postal 831 cidade da Praia Cabo Verde. Gostaria de trocar idéias com cegos do Brasil, Portugal, África, etc... Edilma Praciano da Silva Paiva Rua Gonçalo Bezerra, 312 bairro Olavo Oliveira Fortaleza — CE CEP: 60350-720 Tenho 23 anos, sou sincera, romântica e alegre. Desejo corresponder-me com pessoas de todo o mundo, que queiram uma amizade verdadeira. Manuel Augusto Rua Estante Galdêncio Miguel, 483 — casa 4 bairro Jardim Meriti — Vilar dos Teles — São João de Meriti Rio de Janeiro — RJ CEP: 25555-240 Sou Português, residente no Brasil e gostaria de corresponder-me com esperantistas brasileiros, portugueses e espanhóis, a fim de ampliar e aperfeiçoar meus conhecimentos nessa língua. Edna Maria de Albuquerque bairro Sétio Xexéu, s-nº Arapiraca — AL CEP: 57308-000 Gostaria de corresponder-me com pessoas cegas, de ambos os sexos, de qualquer idade, para troca de idéias. :::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos Srs. Geraldo Domiciano e Joaquim Ferreira da Silva, que nos enviem seus endereços completos, para que possamos cadastrá-los em nossas revistas. ::::::::::