äoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäo ä o ä REVISTA BRASILEIRA o ä PARA CEGOS o ä o ä Ano Lx -- n.o 496 o ä Janeiro-junho de 2002 o ä o ä Instituto o ä Benjamin Constant o ä Diretor-Geral do IBC o ä Prof. Carmelino o ä Souza Vieira o ä Fundador da RBC o ä Prof. José Espínola o ä Veiga o ä Responsável pela RBC o ä Kate Q. Costa o ä Impressa na o ä Imprensa Braille o ä do IBC o ä Av. Pasteur, 350-cfh, o ä Urca, Rio de Janeiro, o ä RJ -- Brasil o ä CEP 22290-bdj o ä tel.: (0xx21) 2543-aaai o ä ramal 145 o ä o äoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäo

SUMÁRIO Editorial ,,,,,,,,,,,,,,1 A Violeta ,,,,,,,,,,,,,2 A Lição do Rio ,,,,,,,6 O Nome do Primeiro "Dono" do Brasil ,,,,9 No Dia em que Deus criou a Mãe ,,,,,,,,,,13 E se os Nazistas Ti- vessem vencido? ,,,,,,,16 O que foi a Rota da Seda ,,,,,,,,20 Telefone Amigo ,,,,,,,,22 As gueixas ,,,,,,,,,,,,,30 Alpinista Cego Escala o Everest ,,,,,,,,,,,,32 Histórias Interessantes ,,,,,,,,37 Brasil ,,,,,,,,,,,,,,,44 Ecologia ,,,,,,,,,,,,,,,46 Lugares do Mundo ,,,,,,49 Ciência e Saúde ,,,,,,,51 Variedades ,,,,,,,,,,,,,78 Informativo IBC ,,,,,,93 Noticiário Especializado ,,,,,,,,94 Troca de Idéias ,,,,,,,104 ::::::::::

Aos nossos Assinantes A consideração e o respeito que merecem nossos leitores nos levam, não somente a nos justificar, como (e principal- mente) a transmitir nossos sentimentos de frustração e repúdio por serem RBC e Pontinhos editados com espaços cada vez maiores entre a data de sua elaboração e o momento em que chegam às suas mãos, caro(a) assinante. Ao mesmo tempo, gostaríamos de nos eximir totalmente de tão grande falha, pois nós, da editoria das revistas, estamos sempre vários números à frente da última a ir para o prelo. Portanto, respondendo aos nossos leitores que insistem em declarar seu descontenta- mento pela absoluta falta de periodicidade das revistas, reafirmamos que comungamos da mesma inconformidade e des- gosto.

Provavelmente, caro(a) lei- tor(a), quando você estiver lendo o editorial desta RBC, ela já fará parte de um passado remoto, salvo se mudanças estruturais ocorrerem no IBC. Contamos com tais mudanças, mas nos questionamos se um dia elas virão. ::::::::: A Violeta (Khalil Gibran) Havia num bosque isolado uma bonita violeta que vivia insatisfeita entre suas compa- nheiras. Certa manhã, levantou a cabeça e viu uma rosa que se balançava acima dela, radiante e orgulhosa. Gemeu a violeta dizendo: -- Pouca sorte tenho eu entre as flores! Humilde é meu destino! Vivo na terra e não posso levantar a face para o sol como fazem as rosas. A Natureza ouviu e disse à violeta: -- Que te aconteceu, fi- lhinha? As vãs ambições apoderaram-se de ti? -- Suplico-te, ó mãe poderosa, -- disse a violeta: -- Transforma-me em rosa, por um dia só que seja. -- Tu não sabes o que estás pedindo, -- retrucou a Natureza. -- Ignoras o que se esconde de infortúnios atrás das aparentes grandezas. -- Oh! transforma-me numa rosa esbelta e alta, -- insistiu a violeta. -- E tudo o que me acontecer será a conseqüência dos meus próprios desejos e aspirações. A Natureza estendeu sua mão mágica, e a violeta tornou-se uma rosa suntuosa. Na tarde daquele dia, o céu escureceu, e os ventos e a chuva devastaram o bosque. As árvores e as rosas foram abatidas. Somente as humildes violetas escaparam ao massacre. E uma delas, olhando em volta de si, gritou às companheiras: -- Hei, vejam o que a tem- pestade fez das grandes plantas que se levantavam com orgulho e impertinência. Disse outra: -- Nós nos apegamos à terra; mas escapamos à fúria dos furacões. Disse uma terceira: -- Somos pequenas e humildes; mas as tempestades nada podem contra nós. Então a rainha das violetas viu a rosa que tinha sido violeta, estendida no chão como morta. E disse: -- Vejam e meditem, minhas filhas, sobre a sorte da violeta que as ambições iludiram. Que seu infortúnio lhes sirva de exemplo! Ouvindo essas palavras, a rosa agonizante estremeceu e, apelando para todas as suas forças, disse com voz entrecortada: -- Ouvi vós, ignorantes, satisfeitas, covardes. Ontem, eu era como vós, humilde e segura. Mas a satisfação que me protegia também me limitava. Podia continuar a viver como vós, pegada à terra, até que o inverno me envolvesse em sua neve e me levasse para o silêncio eterno sem que soubesse dos segredos e glórias da vida, mais do que as inúmeras gerações de violetas, desde que houve violetas. Mas escutei no silêncio da noite e ouvi o mundo superior dizer a este mundo: o alvo da vida é atingir o que há além da vida. Pedi então à Natureza -- que nada mais é do que a exteriorização de nossos sonhos invisíveis -- para transformar-me em rosa. E a Natureza atendeu ao meu desejo. Vivi uma hora como rosa. Vivi uma hora como rainha. Vi o mundo pelos olhos das rosas. Ouvi a melodia do éter com o ouvido das rosas. Acariciei a luz com as pétalas das rosas. Pode alguma de vós vangloriar-se de tal honra? Morro agora, levando na alma o que nenhuma alma de violeta jamais experimentara. Morro, sabendo o que há atrás dos horizontes estreitos onde nasci. É esse o alvo da vida. :::::::::: A Lição do Rio (Henfil) E o Rio corre sozinho. Vai seguindo seu caminho. Não necessita ser empurrado. Pára um pouquinho no remanso. Apressa-se nas cachoeiras. Desliza de mansinho nas bai- xadas. Precipita-se nas cascatas. Mas, no meio de tudo isso vai seguindo seu caminho. Sabe que há um ponto de chegada. Sabe que seu destino é para a frente. O rio não sabe recuar. Seu caminho é seguir em frente. É vitorioso, abraçando ou- tros rios, vai chegando no mar. O mar é sua realização. É chegar ao ponto final. É ter feito a caminhada. É ter realizado totalmente seu destino. A vida da gente deve ser levada do jeito do rio. Deixar que corra como deve correr. Sem apressar e sem represar. Sem ter medo da calmaria e sem evitar as cachoeiras. Correr do jeito do rio, na liberdade do leito da vida, sabendo que há um ponto de chegada. A vida é como o rio. Por que apressar? Por que correr se não há necessidade? Por que empurrar a vida? Por que chegar antes de partir? Toda a natureza não tem pressa. Vai seguindo seu caminho. Assim é a árvore, assim são os animais. Tudo o que é apressado perde o gosto e o sentido. A fruta forçada a amadurecer antes do tempo, perde o gos- to. Tudo tem seu ritmo. Tudo tem seu tempo. E então, por que apressar a vida da gente? Desejo ser um rio. Livre dos empurrões dos outros e dos meus próprios. Livre das poluições alheias e das minhas. Rio original, limpo e livre. Rio que escolheu seu próprio caminho. Rio que sabe que tem um ponto de chegada. Sabe que o tempo não inte- ressa. Não interessa ter nascido a mil ou a um quilômetro do mar. Importante é chegar ao mar. Importante é dizer "cheguei". E porque cheguei, estou rea- lizado. A gente deveria dizer: não apresse o rio, ele anda so- zinho. Assim deve-se dizer a si mes- mo e aos outros: não apres- se a vida, ela anda sozinha. Deixe-a seguir seu caminho normal. Interessa saber que há um ponto de chegada e saber que se vai chegar lá. É bom viver do jeito do rio! "Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente." :::::::::: O nome do Primeiro "Dono" do Brasil (Revista Época) Fernando de Noronha, mais do que conhecido, é um nome repleto de ressonâncias mági- cas para virtualmente todos os brasileiros. Trata-se, todos sabem, de um paraíso insular em meio ao Atlântico -- o an- tigo destino favorito de mi- nistros, viajando nas asas da FAB a nossa custa e em nos- sas costas; o reino encantado de surfistas endinheirados, de mergulhadores -- _yuppies e de golfinhos -- todos com sorriso de comercial de dentifrício. Mas o verdadeiro Fernando de Noronha -- o homem cujo nome foi usado para batizar aquela ilha de fantasia -- praticamente ninguém conhece. Embora por vezes ele seja mencionado em livros didáti- cos, ninguém nos conta que, durante cerca de dez anos, Noronha foi praticamente "dono" do Brasil. Noronha, não: Loronha. Mais precisamente, Fernão de Loronha. Cris- tão-novo, mercador e banquei- ro, Fernão de Loronha era um dos homens mais ricos de Lisboa no século Xvi. A primeira menção ao nome de Fernão de Loronha nos ar- quivos portugueses surge em março de 1498, numa "carta de quitação de débitos", assinada pelo rei dom Manuel, que de- clara o comerciante livre de todas as dívidas com a Coroa. No início do segundo semestre de 1502, ao ser informado por Américo Vespúcio de que o território descoberto por Cabral, apesar de não possuir "coisa de metal al- gum", era recoberto por uma infinidade de árvores de pau- -brasil, dom Manuel resolveu privatizar a exploração do Brasil. Em julho daquele ano, firmou um contrato de arrendamento com um grupo de cristãos-novos liderado por Fernão de Loronha. Por três anos, Loronha obteve o monopólio da comercialização do pau-brasil. Em troca, comprometia-se a cons- truir uma fortaleza e explo- rar 1.800 quilômetros de litoral por ano. No primeiro ano, estava isento do pagamen- to de impostos. No segundo, pagaria um sexto do valor to- tal da mercadoria à Coroa, e, no terceiro ano, um quarto. No início de 1504, como reconhecimento por seus bons serviços, Loronha tornou-se também donatário da primeira capitania hereditária concedi- da pelo rei, no Brasil: uma belíssima ilha vulcânica que se erguia em meio à imensidão azul do Atlântico. A ilha (descoberta por Vespúcio em 1502) chamava-se então São Lourenço. Em breve, seria conhecida pelo nome do donatá- rio. O contrato entre o rei e o grupo de Noronha foi renovado em duas ocasiões. Desse modo, por quase dez anos -- de 1502 a 1511 --, o Brasil pouco mais foi que uma imensa fazen- da extrativista da qual gran- des quantidades de pau-brasil (cerca de duas mil toneladas por ano) eram levadas para Portugal. O dono dessa fazenda era Fernão de Loronha. Ele continuou vivendo em Lisboa, sem jamais ter visitado sua enorme propriedade além-mar. Morreu por volta de 1530 -- com toda certeza sem imaginar que seu nome, transfigurado em Fernando de Noronha, iria adquirir um significado idílico para os brasileiros. :::::::::: No dia em que Deus criou a Mãe No dia em que Deus criou a mãe (e já vinha virando dia e noite há seis dias) um anjo apareceu-lhe e disse: -- Por que esta criação está lhe deixando tão inquieto Senhor? E o Senhor Deus respondeu-lhe: -- Você já leu as especificações desta encomenda? Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico. Deve ter 180 partes móveis e substituíveis, funcionar à base de café e sobras de comida. Ter um colo macio que sirva de travesseiro para as crianças. Um beijo que tenha o Dom de curar qualquer coisa, desde um ferimento até as dores de uma paixão, e ainda ter seis pares de mãos. O anjo balançou lentamente a cabeça e disse-lhe: -- Seis pares de mãos Senhor? -- Parece impossível!!!! -- Mas o problema não é esse, falou o Senhor Deus, e os três pares de olhos que essa criatura tem que ter? O anjo, num sobressalto, perguntou-lhe: -- E tem isso no modelo padrão? O Senhor Deus assentiu: -- Um par de olhos para ver através de portas fechadas para quando se perguntar o que as crianças estão fazendo lá dentro (embora ela já saiba); outro par na parte posterior da cabeça para ver o que não deveria, mas precisa saber e, naturalmente, os olhos normais, capazes de consolar uma criança em prantos, dizendo-lhe: -- "Eu te compreendo e te amo!" -- sem falar uma palavra. E o anjo, mais uma vez, disse-lhe: -- Senhor... já é hora de dormir. Amanhã é outro dia. Mas o Senhor Deus explicou-lhe: -- Não posso, já está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando a- doece, que consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e consegue convencer uma criança de nove anos a tomar banho... O anjo rodeou vagarosamente o modelo e falou-lhe: -- É muito delicada, Senhor! Mas o Senhor Deus disse entusiasmado: -- Mas é muito resistente! Você não imagina o que esta criatura pode fazer ou suportar! O anjo, analisando melhor a criação, observou: -- Há um vazamento ali Senhor... -- Não é um simples vazamento, é uma lágrima! E esta serve para expressar alegrias, tristezas, dores, solidão, orgulho e outros sentimentos. -- Vós sois um gênio, Senhor! -- disse o anjo entusiasmado com a criação. -- Mas, disse o Senhor, isto eu não coloquei, apareceu assim... :::::::::: E se os Nazistas Tivessem Vencido? (Denis Russo Burgihman) A idéia de que Adolf Hitler pudesse concretizar seus planos megalomaníacos, hoje soa absurda. Mas os alemães estiveram a milímetros de ganhar a guerra. Tanto que o historiador inglês Stephen Ambrose atribui a derrota dos nazistas a um meteorologista escocês. Ele chamava-se J. M. Stagg e fazia a previsão do tempo para as tropas aliadas. No dia 5 de junho de 1944, apesar da tempestade que castigava a costa francesa, Stagg garantiu que o céu acabaria abrindo mais tarde. Foi um chute, já que o clima naquela região é tão instável que até hoje os satélites erram metade das previsões. Mas Stagg acertou. Se a chuva não parasse, os soldados que desembarcaram na França na manhã seguinte -- o Dia D -- chegariam à praia enjoados, incapacitados para lutar. Também não haveria visibilidade para soltar paraquedistas ou bombas. Toda a operação para libertar a França teria sido um fiasco. Por outro lado, o historiador militar inglês John Keegan acredita que Hitler perdeu sua chance de vencer, três anos antes, em 1941. Nessa época, quase toda a Europa estava em suas mãos ou na de seus cúmplices italianos e simpatizantes espanhóis. Animado com o sucesso, o ditador encarou de frente a Rússia. Acabou derrotado pelo inverno. Keegan argumenta que Hi- tler poderia ter optado por uma invasão indireta. Ele entraria fácil na Turquia e de lá estenderia seus tentáculos pelo Oriente Médio. Garantiria, assim, um suprimento inesgotável de petróleo para mover seus tanques e aquecer suas tropas. Depois, tomaria o sul da União Soviética, onde o inverno não é tão cruel. Desse jeito, deixaria Stálin sem suas principais reservas petrolíferas. Daí para a frente, seria fácil conquistar a Rússia e, depois, a Índia, então colônia inglesa. E não pararia por aí. A Inglaterra é pouco populosa e pobre em recursos naturais. Sem suas colônias, viraria presa fácil. Resultado: antes mesmo de 1950, o império nazista já teria se estendido pela Europa, Ásia e África -- mais do que os impérios romano e mongol somados. Seria um mundo de duas classes. Os arianos, considerados superiores, mandariam. Eslavos, negros e asiáticos virariam cidadãos de segunda classe. Outros povos, como os judeus e os ciganos, seriam exterminados. É bem possível que nem assim o Estado nazista sossegasse. Continuaria invadindo país após país. "Podemos ter um século de luta à nossa frente", disse Hitler certa vez. "Antes isso do que ir dormir." Chegaríamos ao ano 2000 nos reerguendo dos destroços. É bem possível que a ciência estivesse estagnada, depois de décadas torrando todo o di- nheiro em bombas e projéteis. A informática seria ainda bem primitiva. Na próxima vez que você navegar na rede mundial de com- putadores, agradeça, portanto, àquele sortudo meteorologista escocês. :::::::::: O que foi a Rota da Seda? (Revista Superinteressante) Famosa pelos relatos do veneziano Marco Polo, ela foi a maior e mais antiga estrada que a humanidade conheceu. Surgida em meados do século Ii a.C., a Rota da Seda atravessava todo o continente asiático. Até o século Xv d.C., apenas a China sabia fabricar a seda, vendida a peso de ouro para o Império Romano. As caravanas que transportavam a luxuosa mercadoria não foram, porém, as responsáveis pela criação do caminho. Desde a mais remota antigüidade, a China sofria invasões de cavaleiros bárbaros das estepes, como os citas, os hunos, os mongóis e os turcos. Isso fez com que o imperador Wu-Ti enviasse um emissário aos i- nexplorados territórios a leste, para espionar os inimigos e buscar alianças com tribos dissidentes. Esse agente se- creto, Chang-Ch'ien, logo foi feito prisioneiro e só conseguiu fugir dez anos depois -- mas trouxe de volta um relato completo dos costumes desses povos e das rotas comerciais utilizadas por eles através da Ásia Central. Chang-Ch'ien se valeu da localização das cidades-estado estrategicamente erguidas nos oásis dos desertos de areia e pedra do caminho. Também indicou os melhores trajetos para transpor a cordilheira do Himalaia e chegar aos ricos reinos da Índia e da Pérsia. Estabelecida a rota, os produtos que conseguiam chegar a Constantinopla, na entrada do Mediterrâneo, eram levados por mercadores árabes até Roma. A Rota da Seda foi uma ponte importantíssima entre o Oriente e o Ocidente. Não só para mercadorias, como também para idéias e credos. O próprio budismo só ganhou força no Extremo Oriente graças a essa estrada. Hoje resta apenas um resquício da grande via: a Karakoram Highway, que liga a China ao Paquistão. :::::::::: Telefone Amigo (Revista Seleções) Quando eu era criança meu pai comprou um dos primeiros telefones da vizinhança. Lembro-me bem daquele velho aparelho preto, em forma de caixa, bem polido, afixado à parede. O receptor brilhante pendia ao lado da caixa. Eu ainda era muito pequeno para alcançar o telefone, mas costumava ouvir e ver minha mãe enquanto ela o usava, e ficava fascinado com a cena! Então, desco- bri que em algum lugar dentro daquele maravilhoso aparelho existia uma pessoa maravilhosa, e o nome dela era "Informação, por favor" e não havia coisa alguma que ela não soubesse. "Informação por favor" poderia fornecer o número de qualquer pessoa e até a hora certa. Minha primeira experiência pessoal com esse "gênio da lâmpada" aconteceu num dia em que minha mãe foi à casa de um vizinho. Divertindo-me bastante mexendo nas coisas da caixa de ferramentas no porão, machuquei meu polegar com um martelo. A dor foi horrível, mas não parecia haver qualquer razão para chorar, porque eu estava sozinho em casa e não tinha ninguém para me consolar. Comecei a andar pelo porão, chupando meu dedão que pulsava de dor, chegando finalmente à escada e subindo-a. Então, lembrei-me: o telefone! Rapidamente peguei uma cadeira e usei-a para alcançar o telefone. Desenganchei o receptor, segurei-o próximo ao ouvido como via minha mãe fazer e disse: "Informação, por favor!" Alguns segundos depois, uma voz suave e bem clara falou ao meu ouvido: "Informação." Então, choramingando, disse: "Eu machuquei o meu dedo..." Agora que eu tinha platéia, as lágrimas começaram a rolar sobre o meu rosto. "Sua mãe não está em casa?" veio a pergunta. "Ninguém está em casa a não ser eu" falei chorando. "Você está sangrando?" ela perguntou. "Não." Eu respondi. "Eu machuquei o dedão com o martelo e está doendo muito!" Então a voz suave, do outro lado falou: "Você pode ir até a geladeira?" eu disse que sim. Ela continuou, com muita calma: "Então, pegue uma pedra de gelo e fique segurando firme sobre o dedo." E a coisa funcionou! Depois do ocorrido, eu chamava "Informação, por favor" pra qualquer coisa. Pedia ajuda nas tarefas de geografia da escola e ela me dizia onde Filadélfia se localizava no mapa. Ajudava-me nas tarefas de matemática. Ela me orientou sobre qual tipo de comida eu poderia dar ao filhote de esquilo que peguei no parque para criar como bi- chinho de estimação. Houve também o dia em que Petey, nosso canário de estimação, morreu. Chamei "Informação, por favor" e contei-lhe a triste história. Ela ouviu atentamente, então falou-me palavras de conforto que os adultos costumavam dizer para consolar uma criança. Mas eu estava inconsolável naquele dia e perguntei-lhe: "Por que é que os passarinhos cantam de maneira tão bela, dão tanta alegria com sua beleza para tantas famílias e terminam suas vidas como um monte de penas numa gaiola?" Ela deve ter sentido minha profunda tristeza e preocupação pelo fato de haver dito calmamente: "Paul, lembre-se sempre de que existem outros mundos onde se pode cantar!" Não sei o porquê, mas me senti bem melhor. Numa outra ocasião, eu estava ao telefone: "Informação, por favor." "Informação," disse a já familiar e suave voz. "Como se soletra a palavra consertar?" perguntei. Tudo isso aconteceu numa pequena cidade da costa oeste dos Estados Unidos. Quando eu estava com nove anos, nos mudamos para Boston, na costa leste. Eu senti muitas saudades de minha voz amiga! "Informação, por favor" pertencia àquela caixa de madeira preta afixada na parede de nossa ou- tra casa; e nunca pensei em tentar a mesma experiência com o novo telefone diferente que ficava sobre a mesa, na sala de nossa nova casa. Mesmo já na adolescência, as lembranças daquelas conversas de infância com aquela suave e atenciosa voz nunca saíram de minha cabeça. Com certa freqüência, em momentos de dúvidas e perplexidade, eu me lembrava daquele sentimento sereno de segurança que me era transmitido pela voz amiga que gastou tanto tempo com um simples menini- nho. Alguns anos mais tarde, quando eu viajava para a costa oeste a fim de iniciar meus estudos universitários, o avião pousou em Seattle, região onde eu morava quando criança, para que eu pegasse um outro e seguisse viagem. Eu tinha cerca de meia hora até que o outro avião decolasse. Passei então uns 15 minutos ao telefone, conversando com minha irmã que na época estava morando lá. Então, sem pensar no que estava exatamente fazendo, disquei para a telefonista e disse: "Informação, por favor." De um modo milagroso, eu ouvi a suave e clara voz que tão bem conhecia! "Informação." Eu não havia planejado isso, mas ouvi a mim mesmo dizendo: "Você poderia me dizer como se soletra a palavra consertar?" Houve uma longa pausa. Então ouvi a tão suave e a- tenciosa voz responder: "Espero que seu dedo já esteja bem sarado agora!" Eu ri satisfeito e disse: "Então, ainda é realmente você? Eu fico pensando se você tem a mínima idéia do quanto você significou para mim durante todo aquele tempo de minha infância!" Ela disse: "E eu fico imaginando se você sabe o quanto foram importantes para mim as suas ligações!" E continuou: "Eu nunca tive filhos e ficava aguardando ansiosamente por suas ligações." Então, eu disse pra ela que muito fre- qüentemente eu pensava nela durante todos esses anos e perguntei-lhe se poderia telefonar para ela novamente quando eu fosse visitar minha irmã. "Por favor, telefone sim! É só chamar por Sally." Três meses depois voltei a Seattle. Uma voz diferente atendeu: "Informação." Eu perguntei por Sally. "Você é um amigo?" ela perguntou. "Sim, um velho amigo". Respondi. Ela disse: "Sinto muito dizer-lhe isto, mas Sally esteve traba- lhando só meio período nos últimos anos porque estava adoentada. Ela morreu há um mês." Antes que eu desligasse ela disse: "Espere um pouco. Seu nome é Paul?" "Sim". Respondi. "Bem, Sally deixou uma mensagem para você. Ela deixou escrita caso você ligasse. Deixe-me ler para você." A mensagem dizia: "Diga pra ele que eu ainda continuo dizendo que existem outros mundos onde podemos cantar. Ele vai entender o que eu quero dizer". Eu agradeci emocionado e muito tristemente desliguei o telefone. Sim, eu sabia muito bem o que Sally queria dizer. :::::::::: As Gueixas (O Globo) As Gueixas, literalmente, "pessoas das artes," surgiram no que ficou conhecido como "quarteirões dos prazeres" -- áreas criadas no Japão do século Xvii para tirar das ruas, indigentes, prostitutas e artistas. Acabaram se transformando em oásis de diversões para quem queria fugir da rígida estrutura da sociedade japonesa e era ali que os mercadores gastavam seu ouro. Mas para ser uma gueixa, ou seja, apenas apresentar-se tocando ou cantando alguma coisa, nem era necessário ser mulher. Originalmente, homens faziam isso. As primeiras gueixas mulheres surgiram em 1750. As cortesãs eram especialistas nas artes do amor e desprezavam as gueixas, que se dedicavam à dança e à música. As prostitutas acabaram perdendo seu reinado com a a- bertura dos portos japoneses e o início da modernização do Japão. As gueixas eram mais livres, mais chiques e menos envolvidas em intrigas. Atingiram o auge no século Xix, quando os quarteirões onde viviam, atraíam homens de todas as partes. Chegavam às casas de chá que as contratavam, muito meninas para serem treinadas e lá perdiam a virgindade. Algumas se dedicavam a a- penas um cliente -- ou patrão -- que lhes garantia uma vida financeira estável. A decadência começou na década de 30, quando as mulheres passaram a ver quimonos, penteados elaborados e dedicação às artes como atraso de vida. Com a Segunda Guerra Mundial e o aumento do nacionalismo, as gueixas voltaram a ser respeitadas como mantenedoras da tradição. :::::::::: Alpinista Cego Escala o Everest (Revista Time -- Traduzido por Márcia Clayton) Assim que escorregou em uma avalanche, Erik começou a especular qual seria a sua sorte. Por um momento, todos a- queles clichês sobre o que as pessoas cegas deveriam fazer -- tornarem-se afinadores de piano ou vendedores de lápis -- passaram pela sua cabeça, e ele achou que estes estereótipos tinham razão de existir. Pessoas cegas, certamente, não deveriam estar ali, vagueando sobre campos de gelo que estão sempre se movendo, medindo distâncias de mais de 300 m de profundidade em fendas de geleiras com bastões (de esqui), e pulando literalmente "sobre" e "no" desconhecido. Erik Weihenmayer, 33 anos, não é somente um outro alpinista que teve alguns problemas em sua escalada no Himalaia. Cego desde os 13 anos de idade, vítima de uma doença rara na retina, começou a escalar quando tinha 20 anos. Os cegos estão acostumados com padrões. Aprendem a identificá-los em seu ambiente, e a confiar neles em seu caminho pelo mundo. Numa avalanche não há sistema, repetição ou ritmo nas camadas de terra congelada. Mas Erik possui em abundância uma qualidade indispensável em qualquer grande montanhês: resistência mental, ou seja, a habilidade para agüentar uma quantidade considerável de desconforto, frio, dores físicas, tédio, insônia, comida e conversa ruins. Quase 90 por cento daqueles que almejam chegar ao topo do Everest, fracassam. Muitos, pelo menos 165 desde 1953, nunca retornaram aos seus lares e seus corpos permanecem em lugares onde caíram. Para Erik, a chave da sobrevivência foi a aceitação, não transcendê-la, mas entendê-la profundamente de maneira a encontrar capacidade para superá-la. Depois de ter escalado o Kilimanjaro na África e o Aconcagua na Argentina, en- tre outros picos, Erik acre- ditava que o Everest seria impossível. Escalar com Erik requer um sino na mochila para que ele siga o som e prossiga sem bastões especiais ao longo da trilha. Seus companheiros o alertam diante dos perigos. Ele é rápido, e muitas vezes mais ligeiro que alpinistas experientes. Para a grande empreitada, foi montado um time que reunia alpinistas veteranos do Everest, amigos confiáveis de Erik. Para ele, que já tinha numerosos patrocinadores de roupas e aparelhagens, este e- ra o grande desafio de sua vida. Se fracassasse, estaria desapontando não só a si pró- prio, mas a todos os cegos, confirmando a teoria de que certas atividades são estritamente para as pessoas de visão normal. Ironicamente Erik levou alguma vantagem sobre os demais, assim que começou a se aproximar do topo. Naquela altitude, todos os alpinistas tinham que usar máscaras de oxigênio e óculos escuros especiais, restringindo a visão tão severamente, que não conseguiam ver, sequer, seus próprios pés, uma condição a que Erik já está bastante habituado. A escalada final iniciou-se ao cair da tarde, o que acarretou uma subida acompanhada de escuridão total, sendo que a única iluminação provinha das lanternas de mineiros usadas na testa. Com uma caída vertical de 3.000 m adentrando o Tibete, de um lado, e 2.100 m em direção ao Nepal, do outro, o "South Summit" (Pico Sul) a 8.765 m, com ventos que podem exceder a 160 km por hora, obriga muitos alpinistas, a contragosto, darem a volta e desistirem. Graças a uma mudança no tempo para melhor, a expedição de Erik chegou ao "Hillary Step" (Degrau de Hillary), uma rocha de 12 m, que é o maior obstáculo antes de se chegar ao cume. Dali, subiram mais 45 minutos até o ponto mais alto. "Olhe em volta", disse um de seus companheiros a Erik, quando finalmente se encontraram no topo do mundo. É uma conquista única, prova de quanto o homem é capaz de ampliar os seus limites. Erik pode ser considerado o símbolo contemporâneo para os deficientes da visão. De volta à civilização, os únicos empecilhos na vida de Erik têm sido os "brinquedos novos" de sua filha de um ano, Emma. E Erik caçoa, afirmando: "em se tratando de obstáculos fatais, o Himalaia não representa nada em comparação com uma criança que engatinha." :::::::::: Histórias Interessantes Leonardo da Vinci foi um dos maiores gênios da Humanidade. Um pequeno manuscrito seu foi arrematado por 30 milhões de dólares. O documento, que tem apenas 18 folhas dobradas em quatro e formando folheto de 72 páginas, foi apresentado ao pú- blico em exposição realizada no Museu de História Natural de New York, tomadas as precauções de conservação. As folhas foram acondicionadas em caixas de vidro climatizadas, iluminadas por luz especial intermitente para não prejudicar o papel e a tinta; terminais de computador permitiam que os visitantes vissem "de perto" os originais e ouvissem a tradução em inglês, enquanto monitores realizavam as experiências descritas. Os cuidados eram compreensíveis porque aquele folheto continha manuscritos e desenhos relativos a especulações e experiências científicas. Algumas delas antecipavam conhecimentos descobertos muito depois, como a causa do brilho da Lua, a tênue luminosidade das pontas do crescente lunar e, mais importante, a teoria das ondas, que só seria formulada 200 anos mais tarde por Christian Huygens. Mas a grande paixão científica de Leonardo era a água, que modelava a Terra, que o gênio comparava ao organismo vivo, antecipando de séculos a recente hipótese Gaia. Leonardo conhecia tudo e a respeito de tudo criava teorias, corretas, em sua maioria. Ele fundia e integrava a ciência na arte. Em suas paisagens, as pedras e plantas tinham precisão geológica e botânica. No manuscrito não se encontram vistosos dese- nhos, mas esboços ou rascunhos necessários para explicar o texto, escrito da direita para a esquerda, para ser lido a- través do espelho. *** Os Jardins Sagrados -- Sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, o Monte Carmelo -- uma montanha de 546 m na cidade portuária de Haifa, norte de Israel -- agora servirá à peregrinação de outro grupo de religiosos, os bahais (pronuncia-se barrais). Essa congregação inaugurou um tem- plo chamado Patamares do Monte Carmelo, com dezenove jardins que se intercalam até o topo da montanha. Monte Carmelo tem valor histórico: por lá passaram o filósofo grego Pitágoras, a caminho do Egito, e o profeta Elias, que morou em cavernas no local. Foi também nessa monta- nha que viveu o profeta iraniano Bahá'u'llah no final do século Xix, criador da fé bahai, a mais recente das religiões monoteístas do mundo. Bahá'u'llah, é considerado por seus fiéis (há 7 milhões deles no mundo, 50.000 no Brasil) o último dos mensageiro de Deus, depois de Krishna, Buda, Jesus Cristo e Maomé. *** Quando foi construído O Arco do Triunfo? -- Em 1805, a cidade de Austerlitz, República Tcheca, foi o palco de uma das mais importantes vitórias militares de Napoleão. Os seus 68 mil soldados derrotaram 90 mil combatentes da Rússia e da Áustria, que formavam uma coalizão contra seu império. A vitória deixou Napoleão eufórico a ponto de prometer a seus soldados a mesma glória dada aos exércitos romanos: voltar para casa sob arcos triunfais. No ano seguinte, em Paris, foi lançada a primeira pedra do monumento, mas o imperador francês não durou a ponto de vê-lo terminado. As obras foram concluídas em 1836, no reinado de Luís Felipe. Napoleão, ironicamente, passou sob seu monumento triunfal apenas uma vez: no seu cortejo fúnebre, em 1840. O arco ganhou novo significado quando a Primeira Guerra Mundial acabou e o vito- rioso exército francês marchou debaixo dele. Para homenagear os heróis da guerra, o corpo de um soldado foi enterrado no subsolo. A marcha vitoriosa se repetiu em 1944, liderada pelo general De Gaulle, para comemorar a libertação de Paris do controle alemão na Segunda Guerra Mundial. *** Mulher sobrevive em um carro submerso -- Uma americana de 86 anos foi protagonista de um episódio insólito. Wanda Irene Mckinnis sobreviveu quase 48 horas em seu automóvel submerso em um arroio graças a uma bolha de ar. Moradora da cidade de Achille, no estado de Oklahoma, ela viajava de carro até Dallas, no Texas, para buscar seu marido no aeroporto. Como não o encontrou, resolveu voltar para casa. Às 23 h, Wanda se perdeu e acabou caindo num arroio. O carro virou de cabeça para baixo. Para tentar se salvar, Wanda movimentou-se até que sua cabeça parou dentro do que ela identificou como uma bolha de ar. "Foi incrível. Ela não está ferida, apenas um pouco enjoada", contou a enfermeira do hospital onde Wanda estava internada. Wanda chegou a desmaiar várias vezes e teve algumas alucinações. Pessoas que passavam no local a avistaram e a- visaram à polícia. *** Jovens são enforcados por parentes na Índia -- Uma história de amor que repete o trágico destino de Romeu e Julieta. Vishal e Sonu, um casal de namorados adolescentes, de castas diferentes, foi enforcado por suas respectivas famílias, que eram contrárias ao relacionamento. Eles foram flagrados durante um encontro, numa cidade do estado de Uttar Pradesh. As famílias, revoltadas com o relacionamento, levaram os dois para o te- lhado de uma casa e os enforcaram. Seis pessoas foram presas, inclusive quatro membros da família do jovem Sonu -- o pai, a mãe e dois irmãos. Os parentes de Vishal conseguiram fugir. :::::::::: Brasil Nos Passos de Machado de Assis (Revista Caminhos da Terra) O padeiro chega cedo, anunciado pela buzina de sua bici- cleta. Aos domingos, é a vez do verdureiro percorrer as vielas, batizadas com nomes que parecem extraídos das crônicas de Machado de Assis sobre o Rio do século Xix: Rua do Escorrega, Rua Jogo da Bola, Ladeira João Homem. Machado, aliás, morou e se inspirou na região. Em dias mais quentes, cadeiras são postas nas calçadas das casas geminadas, para um ar fresco e um dedo de prosa. Os moradores, não mais do que 1.000, se conhecem há gerações. A batida na porta nunca representa ameaça -- é o vizi- nho pedindo uma xícara de açúcar, ou convidando para uma festa. Estamos num morro do Rio de Janeiro -- uma cidade em que morros significam encrenca. E a apenas alguns degraus da Praça Mauá, uma das zonas mais degradadas da cidade. O Morro da Conceição é um oásis no Rio das balas perdidas. Quando as riquezas do café começaram a migrar para o Rio, em meados do século Xix, o Rio passou a ocupar os morros da região central, na zona do cais, onde desem- barcavam os imigrantes. Os portugueses, preferencialmente, subiram para o Conceição -- onde, em 1713, foi cons- truída a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição. Boa parte dos habitantes de hoje é descendente dos pioneiros. E não quer outra vida. Mas o morro da Conceição está sem- pre aberto. Os turistas estão descobrindo o morro, mas o morro, embora receptivo aos visitantes, não tem vocação para o turismo convencional. Além de uma vendinha, não há comércio, nem restaurantes. E se você acha que morro é sinônimo de violência, suba à noite. E continue se imaginando numa crônica de Machado. Milagre? Bem, a fortaleza citada acima é hoje um quartel do Exército, onde cada praça é um "boa-praça". Como convém ao Morro da Conceição. :::::::::: Ecologia Casca de Arroz Vai Iluminar as Cidades (Folha de São Paulo) Sobra do beneficiamento, a casca do arroz será utilizada por produtores gaúchos para a produção de energia elétrica. A tecnologia está sendo levada para a região de Uruguaiana (Rio Grande do Sul). O projeto envolve ainda uma das maiores beneficiadoras de arroz do país, a Zaeli Alimentos. A casca, que representa cerca de 23 por cento do volume do arroz e não tem até agora nenhuma utilidade, será usada como combustível das caldeiras em uma usina instalada em terreno cedido pela Zaeli. O vapor resultante da queima da casca nas caldeiras, movimentará as turbinas, que a- cionarão os geradores de energia. A lógica é a mesma da queima do bagaço da cana. A usina de Uruguaiana te- rá capacidade para gerar 8 _megawatts, processando cerca de 9 toneladas de casca por hora. Isso é suficiente para abastecer uma cidade de até 60 mil habitantes. Outras duas unidades estão sendo construídas no Estado. A primeira será instalada no município de Capão do Leão (300 quilômetros de Porto Alegre), e a segunda, em Dom Pedrito, a 400 quilômetros. O Estado tem capacidade para abrigar cerca de dez usinas como essas. Com isso, o potencial de produção seria de até 100 _megawatts, o suficiente para atender uma cidade de 650 mil habitantes. *** Estrume Pode Movimentar Geradores Instalações que permitem processar materiais orgânicos, os biodigestores não têm o mesmo potencial de geração de energia que possui a queima do bagaço da cana e da casca do arroz. Eles podem, no entanto, ser uma alternativa para pequenas propriedades rurais, segundo o professor Jorge de Lucas Júnior, da Unesp de Jaboticabal (SP). No caso de fazendas de produção de leite, por exemplo, as fezes dos animais poderiam contribuir para acender algumas lâmpadas. O biodigestor extrai dos dejetos o biogás, que pode movimentar motores a combustão, que, nesse processo, fariam o papel de uma turbina. A turbina, finalmente, movimenta o gerador de energia elétrica. É um processo ainda pouco utilizado, mas que é economicamente viável. :::::::::: Lugares do Mundo A cidade mais antiga dos Estados Unidos (O Dia) Situada na costa leste do Estado da Flórida, Saint Augustine é a cidade mais antiga dos Estados Unidos. Foi fundada pelos espanhóis em 1565. Através do Tratado de Paris, passou ao domínio dos ingleses, que perdurou de 1763 a 1783, quando a cidade retornou ao domínio dos espa- nhóis. As tradições dos espa- nhóis e dos ingleses, resultaram em uma rica herança cultural que faz de Saint Augustine uma cidade histórica com grande potencial turístico. Por ser a cidade mais antiga dos Estados Unidos, Saint Augustine tem importantes marcos históricos. A cidade abriga o local onde, em 1565, foi rezada a primeira missa católica do país. Esse local é denominado Mission of Nombre de Dios, e está marcado com uma Cruz de bronze. Em Saint Augustine está também o forte mais antigo dos Estados Unidos, construído pelos espanhóis entre 1672 e 1695, denominado Forte Castillo de San Marcos. Essa fortaleza nunca foi dominada pelos inimigos. A cidade tam- bém abriga a cadeia mais antiga do país, datada de 1891, assim como o local onde, em 1865, foi fundada uma das primeiras comunidades negras dos Estados Unidos, ante- riormente chamada Little Africa (pequena África). :::::::::: Ciência e Saúde Perigos do Cafezinho -- Que o café causa estresse e aumenta a pressão arterial, muita gente já sabe. Mas o hábito de tomar cafezinhos durante o expediente esconde um outro mal: aquecido, o plástico dos copinhos descartáveis libera uma substância química semelhante ao hormônio feminino estrogênio: o xenoestrogênio. Ao entrar no organismo junto com a bebida, o xenoestrogênio ocupa os receptores desse hormônio, aumentando a chance de as mulheres terem câncer de mama ou útero. Já os homens, ficam mais predispostos ao câncer de próstata, à infertilidade e à diminuição do número de espermatozóides. "Estamos o tempo todo ex- postos ao xenoestrogênio, que é liberado por todos os derivados de petróleo. Por isso, devemos evitar os copos plásticos para o café", alerta a médica ortomolecular Tâmara Mazaracki. O copinho descartável não é o único material a liberar o xenoestrogênio, mas torna-se uma das principais fontes, na medida em que o cafezinho costuma ser ingerido várias vezes ao dia. "As vasilhas plásticas que são levadas ao micro- ondas e qualquer material que contenha derivados de petróleo, ao serem aquecidos, tam- bém liberam xenoestrogênios", adverte a médica Tâmara Mazaracki. Ela diz que ambientes com carpete e pisos colados também são grandes emissores de xeno- estrogênios. As pessoas vão se envenenando aos poucos. Devemos mudar nossos hábitos, tomando café em xícara de louça ou vi- dro. O mesmo vale quando u- sarmos o microondas. Como Cuidar da Voz (Evandro Abelin -- médico cego) -- Falar, cantar, gritar ou até mesmo dar uma sonora gargalhada, só se torna possível enquanto nossas duas cordas ou pregas vocais vibram produzindo a voz; e cuidar faz-se necessário, principal- mente na falta da visão, em que a voz tem que substituir a linguagem do olhar e dos gestos. Para isso, aqui vão medidas simples, mas muito produtivas: Evite abusar do álcool e do fumo, e fuja dos paliativos como a ingestão de conhaque, balas de menta, em nome da "boa voz". Beba bastante água, que é a bebida única e verdadeiramente natural acessível que ainda e- xiste. Se sentir que vai ficar rouco, faça vaporização pela boca, apenas com água bem quente, pois as gotículas ab- sorvem o muco que envolve as cordas; isso em se tratando de gripes. Se o caso for mais grave como calo, pólipo ou edema, só um otorrinolaringologista poderá tomar a medida adequada: tratamento com fonoaudiologia ou cirurgia. Há casos de rouquidão que são causados por refluxo gástrico, um mal do estômago. Isto acontece quando a pessoa come muito à noite e dorme em seguida. Por isso, depois de comer, espere no mínimo duas horas para se deitar. O tratamento para quem tem refluxo é feito através de antibiótico receitado -- repito -- só pelo otorrino. Na verdade, o refluxo é quando o suco gástrico forma um gás e envolve as pregas vocais. Para gargarejar use água morna e sal. Se preferir, junte algumas gotas de própolis. Lembre-se: a sua voz é você. Ela é a sua personalidade traduzida em sons. *** Tecnologia -- Pele de rã ajuda a tratar queimadura -- O Pronto Socorro de Queimados, o Hospital de Goiânia e a Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN) estão utilizando pele de rãs como cobertura temporária da pele humana em casos graves de queimadura. Com a técnica desenvolvida pelo cirurgião plástico Nelson Piccolo em Goiânia, o tempo de cicatrização é reduzido a mais da metade, pois a pele de rã é rica em antibióticos, antiinflamatórios e analgésicos naturais. A pele de rã também é usada em pequenas queimaduras, mas a principal utilização é nos grandes queimados. O pronto socorro de queimados benefi- ciou-se da existência de inúmeros ranários em Goiânia, que exportam a carne, mas costumavam jogar fora a pele da espécie Rana catesbiana Shaw. No Brasil, cerca de 300 mil pessoas sofrem queimaduras por ano, das quais 50 mil são internadas, necessitando de cuidados intensivos. A pele de rã é colocada sobre a queimadura, depois da remoção da pele queimada (excisão), como curativo biológico, e trocada a cada dois dias. Em um tratamento de duas semanas, são usadas de 500 a mil unidades de pele de rã. Em 1998, a clínica de Goiânia recebeu o principal prêmio internacional na área de queimados da Fundação Internacional de Queimaduras, no congresso mundial em Jerusalém. *** Astronomia -- Quanto a luz viaja em uma hora? Quanto tempo a luz do sol leva para chegar a Marte? E por que lá a temperatura oscila tanto? -- A luz viaja pelo espaço vazio à impressionante velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, o que equivale a mais de 1 bilhão de quilômetros por hora. Em função desse valor finito da velocidade da luz, sempre que vemos algo, na verdade estamos olhando o passado, ou seja, como esse objeto era no momento em que a luz foi emitida. No nosso dia-a- -dia, isto não faz muita diferença, porque a velocidade da luz é muito grande. Um raio de luz que deixasse New York, por exemplo, demoraria apenas 25 milésimos de segundo para chegar ao Rio de Janeiro. Já em relação às es- trelas, essas distâncias são tão grandes que, de fato, estamos vendo um passado longínquo. A estrela Rigel Kent, também conhecida como Alfa Centauro, é a mais próxima do Sol. Sua luz demora pouco mais que quatro anos para chegar até nossos olhos. Por isso, pode-se dizer que ela está a quatro anos-luz de distância, ou algo em torno de 40 trilhões de quilômetros. Já o planeta Marte está a 228 mi- lhões de quilômetros do Sol, em média. Viajando com sua velocidade típica, a luz do Sol (e seu calor também) demora quase 13 minutos para chegar até a superfície do planeta vermelho. Para a Terra, esse tempo é de oito minutos. E para Plutão, o planeta mais distante do Sol, a luz da estrela demora cerca de cinco horas e meia. Quanto às temperaturas, Marte, de fato, apresenta variações en- tre 200 e 1.400 graus centígrados. Um dos principais motivos é porque sua atmosfera é muito tênue, ou seja, pouco densa. Em outras palavras, ele se aquece e se resfria muito rapidamente. Mas, quando se fala em variação de tem- peratura em planetas, nenhum outro ganha de Mercúrio. Ele quase não possui atmosfera. Durante o dia faz 3.500 graus centígrados, mas, à noite, a temperatura despenca para 1.700 graus centígrados. *** Arqueologia -- Pinturas Rupestres -- Situado numa região de difícil acesso a 400 quilômetros ao norte de Belo Horizonte, um conjunto de 56 sítios arqueológicos repleto de pinturas rupestres está sendo pesquisado sistematicamente desde 1990 por uma equipe de arqueólogos, biólogos e geólogos do Instituto de Arqueologia Brasileira. São 900 quilômetros quadrados de belezas naturais e exuberância ecológica, na serra do Cabral, situada na cidade mineira de Buenópolis, que, segundo o arqueólogo Paulo Seda, guarda em suas cavernas as maiores pinturas rupestres já descobertas no Brasil, registros deixados por índios que habitavam o atual Estado de Minas Gerais há mais de 2.000 anos. Cidades no fundo do mar no Egito -- Arqueólogos desco- briram relíquias e ruínas de cidades antigas no fundo do mar, na costa do Egito. Segundo uma equipe de especialistas franceses e egípcios, as cidades de Menouthif e Herakleion, submersas há mais de 1.000 anos, estão a cerca de seis quilômetros de Alexandria, no Mediterrâneo. As duas cidades eram famosas na Antigüidade por causa de sua arte e riqueza. Dois anos de exploração trouxeram à tona estátuas, jóias e moedas de ouro da Era Bizantina. Os cientistas também identificaram duas outras cidades sub- mersas na mesma área -- Canopus e Thonis. ***

Paleontologia -- Crânio africano revela novo gênero humano -- Um crânio humano inteiro de 3 a 3,5 milhões de anos foi descoberto no norte do Quênia (leste da África). Pesquisadores informaram que o crânio pertence a um gênero e a uma espécie totalmente novos, sendo impossível classificar sua origem, devido à surpreendente mistura de características. O crânio foi descoberto pela equipe de paleontólogos dirigida por Meave Leakey, do Museu Nacional do Quênia, em Lomekwi (margem oeste do lago Turkana). Devido à sua característica mais marcante, recebeu o nome científico de Kenyanthropus platyopus (homem de cara plana do Quênia). Por algumas de suas características, em particular o pequeno cérebro, o Kenyanthropus assemelha-se a um chimpanzé. Já os dentes parecem com os de duas espécies de australopitecos (Australopithecus afarensis, de 3,2 milhões de anos e Australopithecus anamensis, de entre 3,9 e 4,2 milhões de anos). O rosto lembra uma espécie muito mais jovem, o Homo rudolfensis (2 a 2,5 milhões de anos). *** Pesquisa -- Homem teve cérebro dividido ao meio -- Um tratamento radical para a epilepsia está ajudando cientistas a conhecer melhor o funcionamento do cérebro. O professor Michael Gazzaniga, está pesquisando a concentração da inteligência, a partir de uma cirurgia que rachou ao meio o cérebro de um homem. O britânico Joe (cujo sobrenome não foi divulgado) teve todas as principais conexões entre os hemisférios esquerdo e direito de seu cérebro cortadas e separadas. O cérebro continua funcionando, mas como se fossem duas entidades independentes. Joe consegue, por e- xemplo, desenhar objetos com- pletamente diferentes ao mesmo tempo, cada um com uma das mãos e usando parte do cére- bro. Com a calosotomia parcial, como a cirurgia é conhecida, é possível diminuir a influência que o hemisfério do cérebro doente tem sobre o outro e, conseqüentemente, as crises que são alimentadas por essa ligação. Segundo o neurologista brasileiro Hélcio Alvarenga, a técnica já é conhecida e usada no Brasil. Mas há restrições. Ela só é indicada em casos extremos, em que o pa- ciente epiléptico sofre ataques diários e com intervalos pequenos. E quando nem mesmo a ação de remédios consegue controlar a doença. Os males da maconha -- Estudos recentes realizados na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, mostram que os consumidores habituais de maconha podem sofrer uma diminuição de fluxo sangüíneo em certas áreas do cérebro. Segundo os pesquisadores, esse efeito da droga tende a afetar funções cerebrais importantes, como a coordenação de movimentos e a capacidade de atenção e memorização, mesmo depois de horas de abstinência. Os u- suários que foram objetos da pesquisa apresentaram uma diminuição de até 18 por cento no fluxo sangüíneo do cerebelo posterior. *** Doenças -- Diabetes: vantagens da atividade física -- Os exercícios físicos aumentam consideravelmente a sobrevivência dos diabéticos. É o que mostra uma nova pesquisa, realizada em Dallas, nos Estados Unidos. O estudo avaliou 1.263 homens com diabetes do tipo 2, que foram a- companhados por nada menos de 12 anos. De acordo com os pesquisadores, os diabéticos com pouca ou nenhuma atividade física apresentam probabilidade de morte 2,1 vezes maior do que os demais. O risco diminui à medida que melhora o condicionamento físico. A recomendação dos estudiosos é que os diabéticos façam, no mínimo, 30 minutos de atividade física moderada por dia. *** Auto-Ajuda -- Propostas para querer-se mais -- Para tratar-se bem, é importante oferecer-se diariamente momentos de bem-estar pessoal. Estas são algumas propostas que você pode incorporar ao seu dia-a-dia. Tente oferecer a você a oportunidade de comer bem uma vez ao dia, pelo menos. Uma comida saudável, variada e equilibrada, de que você goste e sabe que lhe fará bem. Coma sem pressa, desfrutando. Se tiver uma boa companhia, amigos ou familiares que seja, a refeição será melhor. Proponha-se praticar com regularidade alguma atividade física que lhe reconecte com seu corpo. Para algumas pessoas, pode ser útil uma ginástica ou algum esporte; para outras, uma dança ou a ioga; ou, ainda, incorpore a massagem à sua vida. Esses hábitos já trarão uma mudança significativa na auto-estima. Conceda-se um espaço pró- prio em sua casa, para ter sempre à mão objetos que você ame. Pode ser uma estante onde coloque seus livros favoritos e alguns objetos. O essencial é que sinta perto de você aqueles objetos que lhe ajudam a ser quem você é, e que você sinta orgulho em mostrar aos demais. Comumente fazemos coisas seguindo um hábito cuja origem já esquecemos. Para que isso não nos atrele, é indispensável mudar de vez em quando a rotina diária. Por exemplo, dê um passeio pelas ruas sentindo a movimentação, ouvindo as vozes das pessoas, o ruído do trânsito ou talvez você prefira sentar numa praça ouvindo o canto dos pássaros. O principal é que você ajude a vida a lhe surpreender. Se dê um presente de vez em quando. Pode ser uma entrada para um espetáculo, um livro, uma massagem ou uma excursão de fim de semana. O importante é que a escolha seja feita com a mesma atenção e carinho que você colocaria na escolha de um presente para uma pessoa a quem você quer bem e admira. Como se trata de você mesmo, quem poderia conhecer melhor o que lhe faz feliz? Ofereça-se a oportunidade de perder tempo. Quase sempre tentamos fazer com que o tempo "renda", mas também é aconse- lhável utilizá-lo em atividades "não produtivas". Observar o céu, passear por um parque ou simplesmente reservar um período para não fazer nada, traz um benefício muito grande para nossa saúde emocional. Inclua todos os dias um tempo para pessoas fora do seu círculo habitual de amizades. Uns minutos de bate-papo com o jornaleiro, com um vizinho, ou alguém que você não conheça, pode aportar um saudável grau de novidade e contato com os semelhantes. *** Infância e Adolescência -- As principais dúvidas -- Umbigo -- Cuidar do umbigo do recém-nascido, é uma das dúvidas mais freqüentes. Após o banho, enxugue com cuidado o umbigo do neném com uma toalha limpa e macia (coloque uma fralda por dentro da toalha para não arranhar a pele do bebê). Envolva o umbigo com uma gaze limpa embebida em ál- cool. Não usar cinteiros, moedas ou faixas. Banho -- O bebê pode tomar banho desde o primeiro dia de vida. O umbigo pode ser mo- lhado sem problema algum. A água do banho deve ser fervida, mas a temperatura tem que ser morninha (só para quebrar a friagem). Nada de água quente. A mãe deve passar um braço por trás do ombro do bebê, segurando-o pelo braço. A cabecinha da criança deve estar apoiada para não entrar água nos ouvidos. Banho de sol -- Depois da primeira semana de vida, o neném já pode tomar banho de sol. No primeiro mês, é aconselhável pegar sol na varanda ou no quintal de casa. Depois do primeiro mês, já pode sair para passear. Mas atenção: o sol deve ser até às 8 h ou o de depois das 16 h. Arrotar -- Colocar o neném para arrotar é obrigatório. A mãe deve pôr o bebê em pé no colo de dez a 15 minutos depois de cada mamada. Se o neném não arrotar, corre o risco de broncoaspirar o leite, que pode ir para o pulmão e provocar pneumonia ou parada cardí- aca. Frio ou calor? -- O recém- -nascido sente a mesma temperatura que o adulto. Se estiver calor, não há necessidade de agasalhar a criança. Ar condicionado também é permitido. Se a mãe estiver com frio, deve vestir o bebê com roupas mais quentinhas; caso contrário, não. Intervalo das mamadas -- No início, pode ser de duas em duas horas. Depois do primeiro mês, já dá para espaçar mais um pouco (de três em três horas). Oferecer cada peito por 15 minutos é suficiente para matar a fome do bebê. Cada mamada duraria então cerca de meia hora. Como deitar -- A mãe deve colocar a criança de lado na hora de dormir. De barrigui- nha para cima, aumentam as chances de o bebê broncoaspirar o leite. Alternar a posição também é importante. Colocar para o lado direito, depois para o lado esquerdo. Cólica -- É normal que o neném tenha cólica até o terceiro mês. Bebês que não mamam só no peito podem ter mais cólicas porque, dependendo da posição da mamadeira, a criança engole ar. Massagear o bebê dobrando e esticando suas perninhas por cima da barriga, ajuda muito. Outra dica é colocar o bebê sobre a mãe (barriga com barriga). O calor do corpo alivia a cólica. Evitar bolsa de água quente porque a pele do bebê é muito fininha. Fraldas -- As fezes do recém-nascido normalmente são moles, o que não significa que ele esteja com diarréia. Muitos evacuam cinco ou seis vezes por dia. Isso é normal. Outros bebês tendem a ter prisão de ventre. Até 48 horas, a mãe pode esperar. Depois disso, ela deve estimular a evacuação com um supositório de glicerina. Mas não introduza o supositório, apenas passe-o no ânus do neném. *** Mulher -- Receitas que ajudam a controlar a TPM (tensão pré-menstrual) -- O médico Eliezer Berenstein chama de "crueldade hormonal" a queda dos níveis de progesterona após a ovulação quando deveria estar em alta, aguçando o lado maternal feminino. Nesses casos, a mulher torna-se agressiva e às vezes violenta. Há quatro características distintas (ansiedade, depressão, compulsão por comida e inchaços) que podem vir todas juntas na época da TPM. A receita contra a TPM, é evitar laticínios, fazer muita atividade física e sexual. O orgasmo, libera ocitocina, substância semelhante à endorfina que eleva o bem-estar. *** Zoologia -- Libélulas altamente machistas -- Pela teoria da seleção natural, não basta apenas sobreviver. É preciso deixar descendentes. "Entre as libélulas, essa te- se é confirmada com determinação", diz o biólogo Cláudio Patto, doutorando em ecologia na Unicamp, SP. A fêmea armazena o esperma do macho até a fecundação, que acontece apenas no momento em que ela bota os ovos. E, na briga en- tre os machos para fecundar o maior número possível de ovos, vale tudo. Os machos das libélulas têm um aparato usado como uma espátula para raspar a cavidade interna onde a fêmea guarda o esperma. A idéia é remover o esperma de outro macho que tenha eventualmente fecundado a fêmea antes dele e, com isso, garantir que os ovos serão os de sua descendência. É também comum ele segurar a fêmea pelo pescoço com uma pinça abdominal, até ela pôr os ovos. Tudo para não correr o risco de outro vir, retirar seu esperma e colocar o dele no lugar. O professor Paulo de Marco Jr., da Universidade Federal de Viçosa, MG, lembra que al- gumas espécies de libélulas usam uma tática ainda mais interessante: São machos que preferem controlar as fêmeas ovuladas voando sobre elas e permitindo assim infidelidades como acasalar com outras fêmeas que passem por ali. *** Alimentos -- Guaraná em pó é uma droga? -- O guaraná em pó é utilizado como estimulante do sistema nervoso central e energético. Ele é composto basicamente por cafeína e teo- bromina -- substância presente no chocolate. Portanto, não faz mais mal do que uns cafezinhos ou umas trufas, nada que se compare a estimulantes mais nocivos, como a cocaína. "Mas, embora não dê para dizer que o guaraná vicie, o organismo com certeza se acostuma com ele e reclama quando falta", afirma José Carlos Nassut, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade do Estado de São Paulo, em Araraquara. É que a cafeína e a teobromina ativam as dopaminas, neorotransmissores cerebrais que deixam a pessoa mais agitada e acordada. O uso prolongado faz com que o cérebro passe a precisar de uma quantidade cada vez maior de dopamina. "Além disso, pessoas que sofrem de epilepsia, Mal de Alzheimer, de Parkinson, ou que já são muito nervosas, devem evitar o guaraná em pó em quaisquer circunstância", diz José Carlos. Açaí previne doença da próstata -- A polpa do açaí protege contra a hiperplasia (crescimento da próstata), revelou estudo da Faculdade de Farmácia da UFRJ. A pesquisa descobriu que a fruta tem propriedades antioxidantes, antimicrobianas e pode ser usada no combate ao caramujo transmissor da esquistossomose. O rato está certo -- O queijo ajuda a prevenir a formação de cáries, segundo um estudo da Universidade de Newcastle, na Inglaterra. O consumo do alimento facilita o acúmulo de cálcio nos dentes, fortalecendo-os. Uma pesquisa da Sociedade Americana do Coração, revelou que quatro colheres de aveia por dia reduzem a quantidade de gordura no sangue. O alimento contém fibras que envolvem as moléculas de gordura como uma capa, impedindo que elas se fixem às artérias. *** Remédios Caseiros -- Erva contra o esquecimento -- Quem anda sentindo dificuldades de memorização e vive esquecendo compromissos, pode usar o chá de alecrim e centelha asiática. A receita do chá é fácil de preparar e também combate cansaço físico e mental. Ferva dois copos de água e despeje sobre uma colher de sopa de folhas fatiadas das duas plantas misturadas. Deixe em infusão por 15 minutos, num recipiente tampado. Coe e beba três xícaras do chá ao dia. Depressão -- Para a de- pressão, a chinesa Hu Pao Yu recomenda chá composto por 10 gramas de boldo, 10 de hortelã e 10 de pétalas de rosa (compradas em qualquer florista). O chá, como todos os das receitas da fitoterapia chinesa, deve ser feito em panela de barro e bebido três vezes ao dia. Lilás para o colesterol -- Pegue duas colheres de sopa das folhas de sete-sangria, uma colher de sopa de bardana e deixe ferver em 250 mililitros de água durante 20 minutos. Coe e beba duas xícaras de chá ao dia para melhorar sua taxa de colesterol. Outra opção é juntar uma porção de flores de lilás para um copo de água quente. Após 15 minutos filtre e beba. :::::::::: Variedades Dicas De Saúde -- Sorria!!! Sem Medo 1) Controle a ingestão de alimentos ricos em enxofre, como alho, bebidas alcoólicas, cebola e gordura animal, que podem levar ao mau hálito. 2) Escove a língua geralmente esquecida no processo de escovação. 3) Use escova de dente e fio dental regularmente. 4) Evite ficar em jejum. A falta de atividade na boca diminui a salivação e favorece a proliferação de bactérias que estão associadas ao mau cheiro. 5) Beba bastante água para estimular a produção da saliva. Etiqueta: 1) Quando se sentar à mesa, ponha o guardanapo no colo. Segure a taça de vinho pela haste. No final, coloque os talheres juntos. Nunca os cruze. 2) Palito de dente não deve ser usado nunca. Se algo ficou preso entre seus dentes, peça licença, vá ao banheiro e tire. Bem escondido. 3) É feio falar alto no celular, ainda mais em restaurantes. Ninguém tem de ouvir sua conversa, principalmente quando está comendo. Para dormir bem: 1) Leite morno -- a tradicional receita da vovó. é ótima. Quando aquecido, o leite libera uma substância que é um indutor fisiológico do sono. 2) Música suave -- qual- quer recurso que tranqüilize e relaxe ajuda a dormir e a manter a pessoa num sono tranqüilo e reparador. 3) Sexo -- antes de dormir é um eficiente sedativo. Relaxa e tranqüiliza. Evidentemente, o sexo ruim funciona ao contrário. 4) Acordar em horários regulares -- ter uma hora certa para acordar, disciplina e ajuda a regularizar o sono, assegurando um descanso mais eficiente. 5) Só deitar com sono -- ir para a cama quando ainda não se está pronto para dormir, estimula e aumenta o período da insônia do início do sono. *** Os signos e suas Pedras -- Áries: Ametista, cornalina, ágata, granada, turmalina rosa, topázio; Touro: água-marinha, esmeralda, kunzita, lápis-lazúli, quartzo rosa, safira; Gêmeos: ágata, crisocola, crisoprásio, safira, topázio; Câncer: crisoprásio, esmeralda, turmalina verde, pe- dra-da-lua, opala, rodocrosita, turmalina rosa; Leão: cornalina, citrino, ágata, granada, turmalina rosa, rubi, topázio; Virgem: amazonita, cornalina, citrino, safira; Libra: água-marinha, esmeralda, fluorita, pedra-da-lua, opala, safira, turmalina rosa; Escorpião: água-marinha, esmeralda, granada, turmalina verde, rubi, malaquita, pedra-da-lua, obsidiana; Sagitário: ametista, azurita, lápis-lazúli, turmalina rosa, sodalita, rubi, topázio; Capricórnio: ametista, cornalina, turmalina verde, rubi, safira; Aquário: água-marinha, crisoprásio, granada, opala, lápis-lazúli; Peixes: ametista, crisoprásio, fluorita, turmalina verde, pedra-da-lua. Pedras para qualquer signo: turquesa, quartzo fumê, quar- tzo rosa, quartzo branco, malaquita azurita, diamante, jade e ametista. Como limpar e energizar sua pedra: 1) Deixar a pedra em recipiente de vidro transparente, por 24 horas, com 2 centímetros de sal marinho (sal de churrasco). 2) Passar em água corrente durante 5 minutos. 3) Colocar no sol por 2 horas, também pode ser na chuva, à luz da lua ou na chama de vela. 4) Fazer um pedido, repetindo-o três vezes com as mesmas palavras. 5) Usar a pedra ou colocá-la num espaço destinado a ela. *** Simpatias Simpatia para trazer de volta um grande amor: peça a uma criança de 7 anos para chamar três vezes pelo nome do seu amor. Faça isso com a porta aberta, pedindo com fé: "Fulano (dizer o nome), pelas mãos de Santo Antônio, volte para mim que tanto te amo." Reze um Pai-nosso e três ave-marias e ofereça ao seu anjo da guarda do seu amor. Simpatia para saldar dívidas: Num papel branco sem pauta escreva os nomes de todas as pessoas a quem você deve. Leve esse papel a uma igreja e coloque aos pés do(a) santo(a) de sua devoção, pedindo para que abra seus caminhos e você possa pagar os compromissos assumidos. Na igreja acenda uma vela para as almas auxiliadoras e outra para as progressistas. Faça esta simpatia numa segunda-feira, Dia das Almas Benditas. Simpatia para proteger seu animal de estimação: vá a uma igreja que tenha a imagem de São Francisco de Assis, levando um objeto ligado ao seu bicho (ou o próprio). Ponha-o aos pés da imagem e peça com fé: "Ó, São Francisco de Assis, protetor dos animais, abençoe meu (dizer o nome do animal), para que ele(a) tenha saúde e vida longa. Amém." Pegue um pouco de água benta e salpique sobre o objeto (ou animal). No caso de ter usado um objeto, em casa coloque-o junto do bicho. *** Humor Os dez mandamentos do preguiçoso 1) Viva para descansar. 2) Ame a sua cama; ela é o seu templo. 3) Se vir alguém descansando, ajude-o. 4) Descanse de dia para poder dormir à noite. 5) O trabalho é sagrado; não toque nele. 6) Nunca faça amanhã o que pode fazer depois de amanhã. 7) Trabalhe o menos possível: o que tiver para ser feito, deixe que outra pessoa faça. 8) Calma! nunca ninguém morreu por descansar. 9) Quando sentir desejo de trabalhar, sente-se e espere que ele passe. 10) Não se esqueça: trabalho é saúde. Deixe o seu para os doentes. *** Pensamentos "Orar não é pedir. Orar é a respiração da alma. Como o corpo que se lava não fica sujo, sem oração se torna impuro." -- (Gandhi, 1869-aidh -- lutou pela independência da Índia) "O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio." (Voltaire, 1694-aggh -- filósofo, historiador e ensaísta) "Em todos os seus sonhos mais belos o homem nunca soube inventar coisa mais bela do que a natureza." (Lamartine, 1790-ahfi) "Não há progresso sem mudança. E quem não consegue mudar a si mesmo, acaba não mudando coisa alguma." (Bernard Shaw) "O que um príncipe aprende melhor é a equitação, porque o seu cavalo não o lisonjeia." (Plutarco, 46-abj -- filósofo grego) "O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página." (Santo Agostinho, 1354-adcj -- teólogo e filósofo cristão) "Sendo o fim doce, que im- porta que o começo amargo fosse?" (Shakespeare, 1564-afaf -- dramaturgo e poeta inglês) "A mais fiel de todas as companheiras da alma é a esperança." (Padre Antônio Vieira, 1608-afib -- orador sacro e missionário português) "Um homem acomodado é um ser estacionado na contramão." (ditado popular) "Confessar que nos enganamos é saber que temos um erro a menos." (ditado popular) "Cada desconhecido é um amigo que ainda não encontramos." (ditado popular) "Quem deixa para fazer depois o que pode fazer hoje, perde o que nunca mais encontrará: o tempo." (ditado popular) "Um objeto, mesmo que não tenha sido adquirido por meio de roubo, deve ser, no entanto, considerado furtado se o possuímos sem dele precisarmos." (Gandhi, 1869-aidh -- político e religioso indiano) "Às vezes, ouço passar o vento: e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido." (Fernando Pessoa, 1888-aice -- poeta português) "Nada agrava mais a pobreza do que a mania de ser rico." (Marquês de Maricá, 1773- -1848 -- político brasileiro) "Só trabalha quem não sabe fazer coisa melhor." (Carlito Maia, 1928 -- escritor e pu- blicitário mineiro) "Não precisa correr, basta caminhar." (Kenneth Cooper) "A cortesia é o artifício dos inteligentes para manter os importunos à distância." (Ralph Emerson, 1803-ahhb -- crítico e poeta americano) "Seja forte! Não como uma onda que tudo destrói, mas como uma rocha que tudo suporta." "Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e fazer bem-feito." (Pitágoras, século Vi ou V a.C. -- filósofo e matemático grego). *** História das Frases "O Poder corrompe" Essa frase é um dos mais célebres aforismos sobre o poder. É de John Emerich Edward Dalberg, mais conhecido como Lord Acton (1834-aijb). Ele combateu todo tipo de autoritarismo, democrático ou socialista, e tinha sobre o poder uma visão cheia de cinismo, esse conceito tão inglês. A frase foi escrita numa carta: "O poder tende a corromper absolutamente." Apesar de inglês legítimo, leva também o nome de sua mãe, da linhagem de respeitável nobreza alemã. Membro do Parlamento, notabilizou-se por seu silêncio em plenário. *** Etimologia Virtude: do latim _virtute, declinação de _virtus, força própria do homem, que em latim é vir. Tornou-se sinônimo de disposição para a prática do bem. Os antigos e os escolásticos prescreviam como virtudes naturais a prudência, a temperança, a fortaleza e a justiça, às quais foram acrescentadas as teologais: fé, esperança e caridade. Também aí dominou a mística do número sete. ***

Receitas Supremo de frango Ingredientes: meio quilo de sobrecoxa, suco de meio limão, 2 dentes de alho amassados, sal a gosto, 2 colheres de sopa de azeite, 1 cebola média ralada, 1 tomate picadi- nho, 1 colher de sopa de gengibre ralado; 2 colheres de sopa de manjericão e alecrim. Modo de fazer: lave os pedaços de frango, tempere-os com o alho, sal, limão, gengibre, manjericão e o ale- crim. Aqueça o azeite e doure os pedaços de frango, adicione a cebola, o tomate e refogue ligeiramente. Coloque meia xícara de água, tampe a panela e, assim que iniciar a fervura, abaixe o fogo e cozinhe por cerca de 5 minutos. Sirva quente com salada ou arroz branco. Torta salgada Ingredientes: 2 xícaras (chá) de leite, 3 ovos, 1 xícara (chá) de óleo, 1 xícara e meia (chá) de farinha de trigo, 1 colher (sopa) de fermento em pó, 1 colher (sobremesa) de sal. Modo de fazer: coloque todos os ingredientes no liquidificador ou misture-os bem em uma tigela. Para montar a torta, unte uma forma. Despeje metade da massa, em seguida o recheio e por fim o restante da massa. Leve para assar até que esteja dourada. Recheio: utilize folhas de beterraba, brócolis, rabanete, nabo, couve-flor, etc. bem lavadas e refogadas com tomate, óleo, cebola, alho e sal. Suspiros de Amor Ingredientes: uma lata de creme de leite, uma lata de leite condensado, a mesma quantidade da lata, de leite de vaca, três gemas, 150 gramas de suspiros (comprados na padaria). Em uma panela coloque o leite de vaca, o leite cndensado e as três gemas. Leve ao fogo, mexendo sempre até engrossar. Espere esfriar, adicione o creme de leite, despeje em um pirex e coloque os suspiros. Por cima de tudo adicione a calda de chocolate e leve à geladeira. Modo de fazer a calda de chocolate: 1 colher de sopa de margarina, 2 colheres de sopa de chocolate em pó, 1 copo de leite; leve ao fogo até formar uma calda encorpada. Bolo sem farinha Bata no liquidificador o seguinte: uma lata de leite condensado, três ovos inteiros, um pacote de coco ralado ou 100 gramas de coco fresco e uma colher de margarina. Leve ao forno preaquecido em forma untada. *** Utilidade Pública Os advogados esclarecem que, de acordo com o artigo 396 do Código Civil, "os parentes podem exigir uns dos outros os alimentos de que necessitem para subsistir." O artigo 397 estabelece que "o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau." E o artigo 401 diz: "Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos do reclamado." :::::::::: Informativo IBC Convênio dá novo impulso a projeto O Instituto Benjamin Constant, ao longo de 147 anos de existência, firmou-se como um norteador das atividades médicas, educacionais e sociais para a pessoa cega. Reconhecido internacionalmente por sua grande contribuição nessa luta, o IBC mantém um convênio com o Instituto Helen Keller International do Brasil, cuidando da oftal- mologia infantil e realizando operações de catarata em maiores de 50 anos. :::::::::: Noticiário Especializado Inventor cego cria bengala com rodinha Cansado de levar tombos no Centro do Rio de Janeiro, o afinador cego Dilson Mattos, de 60 anos, desenvolveu e patenteou uma bengala de aço inoxidável com rodinha na ponta. A rodinha permite que o cego modifique para rotação, em espaços curtos à sua frente, o costumeiro movimento de toque longo, com a bengala oblíqua ao chão. Mattos afirma que o invento resiste mais aos impactos, evita a tendinite e permite que o cego mapeie melhor seu espaço. "Nada melhor do que um cego para saber as necessidades de outro", destaca Mattos. O uso de bengala só foi necessário na década de 80, aos 40 anos, quando a visão de Mattos já estava totalmente comprometida. A partir daí, ele passou a experimentar as bengalas nacionais e importadas disponíveis no mercado. "Recebia muitos esbarrões na rua e as bengalas amassavam, chegando até a envergar. Também não conseguia mapear direito meu espaço e caía em buracos", conta ele. A primeira tentativa de invenção aconteceu em 89, quando Mattos adaptou uma rodinha em bengala de alumínio de um amigo, cego de nascença, porém, sem muito sucesso. "Queria testar o produto em uma pessoa que já nasceu cega porque este público não tem memória visual. Só assim saberia se o invento cumpriria completamente sua função: dar segurança mesmo a quem não tem os contornos e vultos gravados na memória", diz. Em 97, retomou o invento. O primeiro passo foi escolher um material mais resistente que o alumínio, o aço _inox. Depois, cuidou de adaptar ao invento as rodinhas de cadeiras de escritório. Para concretizar sua idéia, transformou um quarto de sua casa em oficina, com direito a cortador, lima, serra, furadeiras e tornos. As bengalas têm cinco gomos (dobram cinco vezes). O pró- prio Mattos testou e aprovou o invento. "Parei de sentir medo de sair à rua", diz ele. As peças estão disponíveis em quatro tamanhos: 1 metro e 8 centímetros; 1 metro e 18 centímetros; 1 metro e 23 centímetros; e 1 metro e 28 centímetros. Mattos também aceita pedidos por encomenda. Endereço: Rua Dr. Xavier Sigaud, 215, casa 6, frente -- Urca -- Rio de Janeiro -- RJ CEP 22290-ahj tel.: (xxba) 2295-bedc, 9131-ebbj, _site: www'afinador'cjb'net *** Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha (Lusia Maria de Almeida -- atual diretora) Fundado em 1944 por D. Adalgisa Duarte da Cunha, o Instituto passou a ostentar o nome de sua fundadora a partir de 1961. Ninguém sabe ao certo que motivos levaram esta senhora a criar o Instituto dos Cegos. O que podemos afirmar, sem medo, é que, numa época em que a educação de pessoas cegas ainda era um desafio no Brasil, e estas eram, na sua grande maioria, vistas como um estorvo para suas famílias, uma senhora da sociedade acreditou que nelas havia um potencial adormecido e resolveu mostrar aos descrentes que, incentivadas, as pessoas cegas seriam capazes de superar suas próprias limitações. D. Adalgisa iniciou seu intento com muita ousadia: rompeu inúmeras barreiras, a- prendeu o sistema braille, escreveu os primeiros livros para seus alunos cegos, e a seu exemplo de coragem e determinação, juntaram-se outras pessoas. Falecida em 15 de novembro de 1971, deixou sua obra firmada em bases sólidas, legando, também, um patrimônio físico que garantiria a continuidade das ações beneméritas. O Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha é uma entidade filantrópica, de direito privado e sem fins lucrativos. Reconhecido como de Utilidade Pública Estadual e Municipal, está registrado no Conselho Nacional de Assistência Social, no Conselho Estadual de Educação, nos Conselhos Municipais de Assistência So- cial, de Saúde, da Criança e do Adolescente. Ele se mantém mediante convênios com instituições governamentais, assim como por doações da sociedade civil. Atualmente, visando prestar assistência a crianças, adolescentes, jovens e adultos portadores de deficiência visual, nas áreas de educação, reabilitação, profissionalização, cultura, esportes e lazer, funciona como escola, até a quarta série do ensino fundamental, nos regimes de internato, semi-internato e ex- ternato. Como internos, são admitidos os deficientes visuais na faixa etária dos cinco aos dezessete anos. No setor reabilitatório, o Instituto ministra cursos de Orientação e Mobilidade (OM), Atividades da Vida Diária (AVD), Técnicas de Braille e Sorobã, Datilo- grafia Braille, Escrita Cursiva, Iniciação à Mi- croinformática e à Música. Na área desportiva, desenvolve as modalidades de atletismo, futebol de salão, natação e golbol, num trabalho de parceria com a Associação Paraibana de Cegos -- APACE. Em 2000, tivemos setenta alunos matriculados e, frente à complexidade do mundo moderno, aos avanços técnico-científicos na área da deficiência da visão, bem como às conquistas sociais das pessoas cegas, o Instituto está construindo o seu projeto político-pedagógico voltado à Escola Inclusiva. Gostaria, portanto, de que este meu relato provocasse nas pessoas, uma vontade férrea de vencer, sobretudo, naquelas portadoras de deficiência visual. Que ele as encorajasse a enfrentar desafios e a tomar conta, com responsabilidade, dos destinos das entidades que nos representam. *** Brasil e Portugal celebram protocolo de colaboração nas áreas de uso e modalidades de aplicação do sistema braille na língua portuguesa A Comissão de Braille, criada pelo Despacho Conjunto número 348-ig, de 6 de outubro, dos Ministérios da Educação, da Solidariedade e Segurança Social e da Cul- tura, representada pelo seu presidente, Dr. Orlando Monteiro e a Comissão Brasileira do Braille, criada pela Portaria 319, de 26 de fevereiro de 1999, representada pela sua presidente, Professora Marilene Ribeiro dos Santos, Secretária de Educação Especial do Ministério da Educação; Conscientes de que o braille constitui um meio fundamental para a alfabetização, para um percurso escolar bem sucedido e para o desenvolvimento cultural das pessoas com deficiência visual, imprescindíveis ao pleno exercício do direito de cidadania; Considerando que o braille, pelas contingências inerentes à sua própria natureza, requer um esforço permanente de a- companhamento, adaptação e regulamentação; Atendendo à necessidade de que o braille se afirme como um instrumento facilitador da comunicação, nas suas múlti- plas formas, entre as pessoas com deficiência visual; decidiram em reunião realizada em Lisboa, na data de 25 de maio de 2000, celebrar o documento intitulado "Protocolo de Colaboração nas Áreas de uso e Modalidades de Aplicação do Sistema braille na Língua Portuguesa". Este documento é constituído por cláusulas afirmativas de cooperação mútua visando o desenvolvimento de políticas públicas, pesquisas e outros fomentos para a uniformização da grafia braille, sua aplicação e uso no idioma português. ABEDEV -- Rua Rui Barbosa, 1961 -- apto. 14 -- bl. B -- Campo Grande -- MS. CEP 79004-dca fax: (67) 782-aeha e-mail: abedevãstarbox'com'br *** Visão de futuro Associação Laramara reabilitando deficientes visuais A Laramara (Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual) trouxe nova luz ao tratamento de três mil crianças e jovens nos seus nove anos de atividade. Brinquedoteca, jogos e corredor sensorial são alguns recursos dos quais seus profissionais lançam mão para reabilitar as crianças. Para os jovens, são oferecidos cursos de informática e de _telemar- keting, focando a colocação dos deficientes visuais no mercado de trabalho. Já os oftalmologistas da Laramara têm à sua disposição equipamentos de última geração cujos exames, em consultórios particulares, chegam a custar até quatrocentos reais cada. A Laramara é mantida graças a taxas pagas pelas famílias associadas -- que possuem renda acima de quatro salários mínimos -- e donativos. O telefone para entrar em contato com a associação é (11) 3660-fdjj e o site, www'laramara'org'br :::::::::: Troca de Idéias Antonio Martins Rua Guilherme Schefer Neto, 66, Jardim Esplanada, Marília -- SP CEP 16521-bhj Tenho 66 anos, sou solteiro e desejo corresponder-me com pessoas de ambos os sexos e de qualquer parte do Brasil. Antenor Gomes de Castro Filho Rua Bom Jesus, 62, Vila Embratel, São Luís -- MA CEP 65080-adj Solicito, se possível, por empréstimo, a quem o possuir, o livro "Torne feliz sua vida familiar," em 5 volumes. Ficarei agradecido e prometo devolvê-lo assim que termine a leitura. Mayara Meirelles Rua Dr. Cícero de Alencar, 250, Butantã -- São Paulo -- SP CEP 05580-jhj Tenho 16 anos, gostaria de fazer novas amizades e trocar receitas culinárias. Cristina Varela Rua Família Marques, 69 Brejos de Azeitão -- Azeitão -- Portugal -- 2088 Desejo trocar correspondência e experiência de vida para uma futura amizade. Maria do Socorro de Souza Rua Antônio Veronese, 149-A, Vila América -- Penápolis -- SP CEP 16300-jjj Tenho 36 anos, gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos para fazer novas amizades. Cristiane Ramos dos Santos Rua São João Ii, 51, Feitosa -- Maceió -- AL CEP 57043-ahj Gostaria de corresponder-me com pessoas de qualquer idade do Brasil e do exterior para fazer novas amizades. Luiz Antônio O. Fadel Rua Monsenhor Topp, 233 Centro -- Florianópolis -- SC CEP 88020-ejj Gostaria de corresponder-me com moças entre 22 e 35 a- nos, solteiras, para compromisso sério. Divanete Rocha Barbosa Rua Mário Baltaiola, 501, bloco E-1, ap. 1, Nova Marina -- Marília -- SP CEP 17523-jbj Gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos da Espanha, Portugal e Brasil. Clair Sergio Figueiredo Rua Juarez Martins Lustosa, 788, Xarquinho 3 -- Guarapuava -- PR CEP 85010-igj Desejo receber correspondência em português ou espanhol de qualquer pessoa. José Narciso Mendes Rua Heliotrópio, 126-B Edgar Pereira -- Montes Claros -- MG CEP 39400-afi Tenho 59 anos e gostaria de corresponder-me com pessoas de mais de 30 anos, para trocar idéias. Luciano Augusto Ferreira Nuzedo de Cima 5320-aic -- Tuizelo Vinhais -- Portugal Gostaria de corresponder-me com moças de qualquer idade e de qualquer país para fazer boas amizades. Luciano de Jesus Matias Rua José Juvêncio Sacramento, 74, Santa Tereza -- Caxambu -- MG CEP 37440-jjj Gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos. Tenho 27 anos. Ricardo Aparecido de Souza Rua Augusto Germano Garcia, 335, Parque Esperança -- Poços de Caldas -- MG CEP 37700-jjj Tenho 24 anos, sou romântico e gostaria de corresponder-me com moças de todo o Brasil. Jacqueline Pedroso Instituto Agronômico do Paraná -- Morretes -- PR CEP 83350-jjj Tenho 27 anos, sou romântica, extrovertida e gostaria de corresponder-me com pessoas de todos os lugares do mundo, que falem português. Maria Josileide Soares dos Santos Rua Tiradentes, 121 Centro -- Santa Luzia do Norte -- AL CEP 57130-jjj Tenho 31 anos e gostaria de corresponder-me com pessoas evangélicas. Cristiane Machado Rua Francisco Figueiredo, 193 Galo Branco -- São Gonçalo -- RJ CEP 24421-gej Tenho 30 anos, sou romântica e gostaria de corresponder-me com pessoas de ambos os sexos, a fim de fazer amizade, principalmente com rapazes de 25 anos em diante. Gilka Franzmann Rua Goiás, 631 Água Verde -- Curitiba -- PR CEP 80610-abj Gostaria de que me escrevessem pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade para uma amizade sincera. ::::::::::