äoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäo ä o ä REVISTA BRASILEIRA o ä PARA CEGOS o ä o ä Ano Lviv -- n.o 495 o ä Julho-Dezembro de 2001 o ä o ä Instituto o ä Benjamin Constant o ä Diretor-Geral do IBC o ä Prof. Carmelino o ä Souza Vieira o ä Fundador da RBC o ä Prof. José Espínola o ä Veiga o ä Responsável pela RBC o ä Kate Q. Costa o ä Impressa na o ä Imprensa Braille o ä do IBC o ä o ä Av. Pasteur, 350-cfh, o ä Urca, Rio de Janeiro, o ä RJ -- Brasil o ä CEP 22290-bdj o ä Tel.: (0xxba) 543-aaai o ä ramal 145 o ä o äoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäo SUMÁRIO Editorial ,,,,,,,,,,,,,, 1 Corrida de Sapos ,,,,,, 4 O Valor da Palavra ,,, 6 Saudade É tudo aquilo daquilo que não Ficou ,,,,,,,,,,,,,,,, 9 A Geração dos Amaldi- çoados ,,,,,,,,,,,,,,,, 13 Namoro ,,,,,,,,,,,,,,,,, 19 Ser idoso ou Ser Velho, ,,,,,,,,,,,,,,, 21 Rafiki, Preso no Deserto Chileno ,,,,, 24 Produtos da má Orien- tação ,,,,,,,,,,,,,,,,, 33 Histórias Interes- santes ,,,,,,,,,,,,,,,, 39 Artes ,,,,,,,,,,,,,,,,,, 46 Brasil ,,,,,,,,,,,,,,,,, 50 Ecologia ,,,,,,,,,,,,,,, 53 Lugares do Mundo ,,,,,, 55 Ciência e Saúde ,,,,,,, 58 Variedades ,,,,,,,,,,,,, 72 Informativo IBC ,,,,,, 92 Noticiário Especia- lizado ,,,,,,,,,,,,,,,, 104 Troca de Idéias ,,,,,,, 114 :::::::::: Aos nossos Ledores-Voluntários (2001, Ano Internacional do Voluntário) Laborioso, cooperativo, paciente e amigo. Assim é o perfil desse maravilhoso ser humano, capaz de desorganizar sua vida, para não faltar ao compromisso de "doar-se" a todos que dele necessitem. Seu senso de responsabilidade garante-lhe a total confiança de seu beneficiado. Exemplo absoluto da indispensável presença do voluntário é a ajuda que prestam nossos ledores à RBC, porquanto, sem qualquer funcionário que nos dê apoio, contamos exclusivamente com sua cooperação: desde os primeiros passos de nossas revistas (escolha de artigos), incluindo a difícil tarefa de seguir a orientação para se reduzir um texto, à subscrição das inúmeras cartas que recebemos. Entretanto, contamos com o melhor -- com a boa vontade de quem trabalha pelo "simples" desejo de servir. Contamos ainda com sua amizade, nascida do harmonioso convívio e dos obstáculos superados em comum. Sua colaboração possibilita-nos levar aos companheiros cegos um pouco de leitura e entretenimento. Por tudo isso e por muito mais, devemos eterna gratidão aos nossos ledores: Renée Grosmann, nossa primeira ledora, a quem muito devemos por ter iniciado conosco, ainda titubeantes, esta nobre missão; Déa Dudenhoeffer, nossa "mentora espiritual", nos orienta a refletir sobre o equilíbrio entre os problemas materiais e espirituais; Anita Torraca, prestimosa companheira, que, com sua sincera opinião, dá-nos a certeza do caminho a seguir; Márcia Clayton, artista plástica, terna e sensível, nos instila o sentimento da beleza; Cristina Cidade, também artista plástica, nossa mais recente ledora, mas nem por isso, menos preciosa; Anésio Nunes, com 82 anos, exemplo de pontualidade e dedicação, é a verdadeira imagem do voluntário com V maiúsculo; Léa Rossi, bondosa e amiga, sua presença sempre necessária, nos impulsiona a buscar o essencial; e Sandra Helena Lacerda, incrivelmente profissional, trabalha como se para perceber vultosos honorários, quando seu único intuito é o de ajudar. É a quem recorremos em todas as ocasiões pois sabemos que a recíproca é sempre verdadeira. A todos "Las más bellas palabras de amor e consideración" ::::::::::

Corrida de Sapos Uma vez aconteceu uma corrida de... sapinhos! O objetivo era atingir o alto de uma grande torre. Havia no local uma multidão assistindo. Muita gente para vibrar e torcer por eles. Começa a competição. Mas como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem al- cançar o alto daquela torre, o que mais se ouvia era: "Que pena!!! -- Esses sapinhos não vão conseguir. Não vão conseguir." E os sapinhos começaram a desistir. Mas havia um que persistia e continuava a subida, em busca do topo. A multidão continuava: "...que pena!!! Vocês não vão conseguir.!" E os sapinhos estavam mesmo desistindo um por um, menos aquele que continuava tranqüilo... embora cada vez mais arfante. Já ao final da competição, todos desistiram, menos ele. E não é que ele CONSEGUE?!?!?! A curiosidade tomou conta de todos. Queriam saber o que tinha acontecido. E assim, quando foram perguntar ao sapinho como ele havia conseguido concluir a prova, descobriram que ele era... surdo! Não permita que pessoas com o péssimo hábito de serem negativas, derrubem as melhores e mais sábias esperanças de seu coração. Lembre-se sempre de que há poder em nossas palavras e em tudo o que pensamos. PORTANTO... PROCURE SEMPRE SER... POSITIVO. Resumindo: seja "surdo" quando alguém falar que você não pode realizar os seus sonhos. ::::::::::

O Valor da Palavra Pítias, condenado à morte pelo tirano Dionísio, passava na prisão os seus últimos dias. Dizia não temer a morte, mas, como explicar que seus olhos se enchessem de lágrimas ao ver o caminho que se abria diante das grades da prisão? Sim, era a dura lembrança dos velhos pais! Era ele o arrimo e o consolo deles. Não mais suportando, um dia Pítias disse ao tirano: -- Permita-me ir à casa abraçar meus pais e resolver meus negócios. Estarei de volta em quatro dias, e sem acrescentar nem uma hora a mais. -- Como posso acreditar na sua promessa? Os caminhos são desertos. O que você quer mesmo é fugir -- respondeu Dionísio, irônica e zombeteiramente. -- Senhor, é preciso que eu vá. Meus pais estão velhinhos e só contam comigo para se defenderem -- insistiu Pítias com o olhar nublado de lágrimas. Vendo que o tirano se mantinha irredutível, Damon, jovem amigo de Pítias, interveio propondo: -- Conceda a licença que meu amigo pede; conheço seus pais e sei que carecem de ajuda do filho. Deixe-o partir e garanto sua volta dentro dos dias previstos, sem faltar uma hora, para lhe entregar a cabeça. A resposta foi um não categórico. Compreendendo o sofrimento do amigo, Damon propôs ficar na prisão em lugar de Pítias e morreria no lugar dele se necessário fosse. O tirano, surpreendido, aceitou a proposta e depois de um prolongado abraço no amigo, Pítias partiu. O dia marcado para sua execução amanheceu ensolarado. As horas passavam céleres e a guarda já se mostrava inquieta. Entretanto, Damon procurava restabelecer a calma, garantindo que o amigo chegaria em tempo. Finalmente chegara a hora da execução. Os guardas tiraram os grilhões dos pés de Damon e o conduziram à praça, onde a multidão acompanhava em silêncio a cada um dos seus passos. Subiu, então, ao cadafalso. Uma estranha agitação levou a multidão a prorromper em gritos. Era Pítias que chegava exausto e quase sem fôlego. Porém, rompendo a multidão, galgou os degraus do cadafal- so, onde, abraçando o amio, entregou-se ao carrasco sem o menor pavor. Os soluços da multidão comovida chegaram aos ouvidos do tirano. Este, pondo-se de pé em sua tribuna, para melhor se convencer da cena que acabava de acontecer na praça, levantou as mãos e bradou com firmeza: -- Parem imediatamente com a execução! Esses dois jovens são dignos do amor dos homens de bem, porque sabem o quanto custa a palavra. Eles provaram saber o quanto valem a honra e o bom nome! Descendo imediatamente daquela tribuna, dirigiu-se a Pítias e a Damon. Dionísio estava per- plexo, e abraçando-os comovidamente, lhes falou: -- Eu daria tudo para ter amigos como vocês! "Quem é bom é livre, ainda que seja escravo. Quem é mau é escravo, ainda que seja um rei." Santo Agostinho :::::::::: "Saudade É tudo aquilo, daquilo que não Ficou" (Miguel F. Filho) Trancar o dedo numa porta, dói. Bater com o queixo no chão, dói. Torcer o tornozelo, dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma ca- choeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num am- biente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar en- tre dois carros, se ele continua preferindo _Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o _McDonald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente está sentindo agora, depois que acabou de ler... ::::::::::

A Geração dos Amaldiçoados (Revista Manchete) Os assírios empalavam seus inimigos e fincavam as estacas com os corpos, em volta das cidades. Os babilônios abriam à espada as barrigas das mu- lheres grávidas, arrancavam os fetos e batiam com eles nas pedras. Os romanos crucificaram milhares e milhares de pessoas. Alemães e ingleses usaram o gás mostarda na Primeira Guerra Mundial. Os nazistas fizeram o Holocausto. Os americanos lançaram bombas atômicas sobre Hiroxima e Nagasáqui. E também lançaram 44 milhões de litros de agente laranja nas florestas do Vietnã, atingindo dois milhões de pessoas, seus fi- lhos, seus netos, talvez até os bisnetos ou mais ainda. Sem esquecer que 3,5 milhões de hectares de florestas e plantações foram destruídos. Quem acompanha os acontecimentos de perto verifica que, de todos esses horrores, o pior foi o agente laranja, pois ele deixou a morte para depois. Muitos dos que o receberam diretamente, morreram anos mais tarde, de câncer e outras doenças. Mas o agente laranja já havia passado para os genes. Os soldados e muitos de seus filhos morreram com as mesmas doenças ou já nasceram com deformações. Os netos também estão morrendo assim. É a terceira geração dos amaldiçoados. O maior crime contra a humanidade. O homem sobre quem cai a culpa desse crime é um almirante, Eluro Russel Zumvalt. Foi ele quem ordenou o derrame do agente laranja sobre as matas vietnamitas para limpar o terreno, dificultando as emboscadas do Vietcong sobre os combatentes americanos e revelando os túneis que o inimigo abrira para se esconder. Eluro recebia ordens do Pentágono, que por sua vez recebia ordens do presidente. O almirante escreveu um livro em que fala da "ironia da História". Seu filho, que serviu sob suas ordens no Vietnã, morreu de câncer provocado pelo agente laranja, e o neto nasceu aleijado. O agente laranja faz parte de um horror conhecido como guerra química. Já em 1855 Lord Dundonald, um almirante inglês, propôs o uso de gases venenosos para romper o cerco de Sebastopol, na Guerra da Criméia, em 1854-ee, mas seus superiores recusaram, achando que seria um barbarismo grande demais. Na Primeira Guerra Mundial, os alemães usaram gás mostarda con- tra os ingleses na batalha de Yprès, em 1915, provocando uma indescritível mortandade. Os ingleses retaliaram, mas o vento contrário voltou o gás contra suas próprias tropas, depois massacradas pelo bom- bardeio alemão. Mais tarde, os britânicos conseguiram que o gás chegasse às fronteiras germânicas, provocando mortandade igual. Uma enfermeira que presenciou algumas dessas mortes conta que a menor inalação do gás mostarda impedia as vítimas de respirar. Seus pulmões estavam acabados, literalmente queimados. Os olhos e faces corroídos pelo gás, os corpos cobertos por queimaduras de terceiro grau. Os moribundos não choravam ou gritavam sua dor. Apenas abriam a boca, num desesperado esforço para sorver algum ar. O máximo que as enfermeiras podiam fazer era injetar morfina para reduzir a dor enquanto a morte não chegava. Este horror repetiu-se na guerra Irã-Iraque. As tropas de Saddam Hussein despejaram gás mostarda contra os iranianos. Suspeita-se de que o Iraque tenha tentado o uso do gás mostarda na Guerra do Golfo, mas o governo americano não dá maiores informações, para não pagar indenizações a soldados que voltaram com sintomas estranhos. Durante as inspeções no Iraque, a ONU não encontrou depósitos ou fábricas do gás, mas a espionagem atesta que ele está lá e em vários países. Espada da morte pendurada sobre o mundo. O agente laranja não tem este horror imediato, mas, para agora e para o futuro, a tragédia é muito maior. Trata-se de uma mistura dos herbicidas 2'd-D e 2'd'e-T. O agente maligno é o TCDD, ou dioxina, um contaminante que surge durante a fabricação do 2'd'e-T. Testes de laboratório com- provaram que fêmeas grávidas expostas a quantidades mínimas, têm filhotes aleijados. Mais tarde, chegam doenças como o sarcoma, a doença de _Hodgkin, a _Porfiria _cutânea _tarda, mielomas múlti- plos, cânceres de pulmões, laringe, traquéia e brônquios, câncer de próstata, neuropatia periférica e _Spina _bifida. Um horrendo retrato desse crime pode ser visto em enfermarias de Saigon, onde a terceira geração das vítimas da dioxina sofre seus efeitos. Numa delas, a menina Lan, tenta fincar seus dedos no colchão. Suas mãos são com- pletamente tortas, uma de suas pernas é normal, mas a outra, do tamanho de um magro braço. De vez em quando, ela bate a pequena cabeça entre duas barras da cama onde passou os cinco anos de sua vida, e de onde não sairá até morrer. Lan é surda, muda e mental- mente retardada. Em volta, outras 60 crianças têm males parecidos. E em todas as áreas do Vietnã atingidas pelo agente laranja, outras crianças nascem assim. O mundo pensava que o agente laranja era só um produto para desfolhar árvores. Ninguém sabia que era o lento assassinato de não se sabe quantas gerações de vítimas que tiveram contato direto com aquele crime que a humanidade nem imaginava existir. :::::::::: Namoro (Fernando Veríssimo) O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no telefone: -- Desliga você. -- Não, desliga você. -- Você. -- Você. -- Então vamos desligar juntos. -- Tá. Conta até três. -- Um... Dois... Dois e meio... Ridículo agora, porque na hora não era não. Na hora nem os apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lem- bra? eram ridículos. Ronron. Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca. Gongonha. (Gongonha!) Mamosa. Purupupuca... Não havia coisa melhor do que passar tardes inteiras num sofá, olho no olho, dizendo: -- As dondozeira ama os dondozeiro? -- Ama. -- Mas os dondozeiro ama as dondozeira mais do que as dondozeira ama os dondonzeiro? -- Na-na-não. As dondozeira ama os dondozeiro mais do que etc. -- E, entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos. Tardes inteiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais. Depois do ridículo, o me- lhor do namoro são as brigas. Quem diz que nunca, como quem não quer nada, arquitetou um encontro casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém, ou para fingir que não vê, ou para ver e ignorar, ou para dar um abano amistoso querendo dizer que ela ou ele agora significa tão pouco que podem até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo. E melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais profundos, apelidos ainda mais lamentáveis, vistos de longe. A gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra?... :::::::::: Ser Idoso ou Ser Velho (Jocardo) Idosa é a pessoa que tem muita idade. Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade. A idade causa degeneração das células. A velhice causa degeneração do espírito. Por isso, nem todo idoso é velho e, há velho que nem chegou a ser idoso. O mesmo ocorre com as coisas: há coisas que são idosas (antigas) e há coisas que são velhas. Um vaso da dinastia Ming (1368-afdd) pode ser uma antigüidade, uma relíquia que não tem preço; um outro de apenas 50 anos ou menos, pode ser um vaso velho a ser relegado a um depósito. Você é idoso quando pergunta se vale a pena. Você é velho quando, sem pensar, responde que não. Você é idoso quando sonha. Você é velho quando apenas dorme. Você é idoso quando ainda aprende. Você é velho quando já nem ensina. Você é idoso quando pratica esportes ou de alguma forma se exercita. Você é velho quando apenas descansa. Você é idoso quando ainda sente amor. Você é velho quando só sente ciúmes e possessividade. Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida. Você é velho quando todos os dias parecem o último da longa jornada. Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs. Você é velho quando seu calendário só tem ontem. O idoso se renova a cada dia que começa. O velho se acaba a cada noite que termina. Pois quando o idoso tem seus olhos postos no horizonte, de onde o sol desponta e a esperança se ilumina, O velho tem sua miopia vol- tada para os tempos que passaram. O idoso tem planos, o velho tem saudades. O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos tempos. O velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade. O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e repleta de esperança, para ele o tempo passa rápido e a velhice nunca chega. O velho cochila no vazio de sua vidinha e suas horas se arrastam, destituídas de sentido. As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso. As rugas do velho são feias porque foram vincadas pela amargura. Em suma, o idoso e o velho são duas pessoas que até podem ter, no cartório, a mesma idade cronológica; mas o que têm são idades diferentes no coração. :::::::::: Rafiki, Preso no Deserto Chileno San Pedro de Atacama é um vilarejo pré-hispânico aninhado sob uma fileira de vulcões andinos cobertos de neve, que, ao lado de uma imensa salina, estende-se no deserto de Atacama, Chile. Gérard e eu chegamos lá de _Land _Rover, vindos do Rio de Janeiro, com Rafiki, nosso cão perdigueiro alemão. Aquela era sua estréia como viajante internacional. Ele ia contente, a cabeça para fora da janela, vigiando os animais selvagens. Fomos visitar um recanto famoso, não muito distante de San Pedro que em muito lem- bra as imagens de uma paisagem lunar. Eram 16 horas e as sombras já se estendiam preguiçosamente pelo chão do deserto. Ao ver a placa que indicava o Valle de la Luna, deixamos o asfalto para pegar uma estrada de terra. Alguns quilômetros adiante, uma trilha abria caminho por um _cânion estreito nas colinas e terminava de forma abrupta num rochedo ín- greme, ao lado de ruínas de casas abandonadas e o que parecia ter sido uma tentativa de mineração. Desapontados, tomamos o caminho de volta. -- Vamos deixar Rafiki dar uma corrida? -- sugeri a Gérard, que se acomodou para um cochilo e eu abri a porta traseira do carro. Rafiki saltou e galopou em direção às ruínas. Sempre tomávamos cuidado ao soltá-lo, para que ele não importunasse os animais selvagens -- lhamas, vicunhas, raposas. Fui andando atrás dele, até que ouvi um latido abafado. Ou seria um ganido de excitação? Ah, não!, pensei, saindo em disparada. Ele conseguiu encurralar algum bicho! Outro ganido. Um pedido de ajuda? Teria sido picado por uma cobra? Gritei na direção de Gérard e subi a trilha correndo. Ao chegar às cons- truções desmoronadas, não havia sinal de Rafiki. Um mau pressentimento tomou conta de mim. Teria ele entrado por um túnel e se perdido? Ali de pé, com os ouvidos aguçados, ouvi outro ganido. Na verdade, parecia um gemido de dor. E vinha bem de perto. Dei um passo na direção do som, vindo do que pensei ser o alicerce de uma casa com vários cômodos pequenos. No meio do segundo cômodo, vi o dorso de Rafiki e sua cabeça emergindo de forma absurda do chão de cimento. Horrorizada, corri em sua direção por cima do muro baixo que ladeava a área de cimento. Ele não abanava o rabo: este já desaparecera. Rafiki vol- tou dois olhos desesperados para mim. Estava afundando num tanque de alcatrão. Trazida pelo vento, a areia do deserto havia coberto a superfície viscosa e derretida, dando-lhe a aparência exata de cimento. E ele pisara ali, confiante. Da mesma forma que você, ou eu, teríamos feito. Fiquei olhando, apavorada, enquanto o restante do corpo dele deslizava para o fundo, como se tragado por areia movediça. Apenas a metade superior da cabeça permanecia na superfície. Seus olhos me olhavam intensamente, num misto de medo e incompreensão. Agarrando-o pela coleira, a fim de impedir que a cabeça submergisse, olhei na direção do carro, que se encontrava a uns 500 metros dali. Na janela viam-se dois pés descal- ços. Gérard não tinha ouvido meus gritos. Ainda dormia. Gritei novamente, tão alto quanto me foi possível, e continuei a berrar até vê-lo levantar-se confuso. Ele começou a correr até onde estávamos, ainda descalço. Gritei outra vez para que trouxesse o carro. Dali a instantes estava ao meu lado, no muro. Eu soluçava. O que nos havia parecido um alicerce de construção, eram na verdade, vários tanques de alcatrão, um ao lado do outro. Era impossível avaliar a profundidade deles. Ficamos ali, agachados, vendo nosso cachorro se afogar naquela substância. Embora o alcatrão devesse estar ali havia alguns meses, o sol do deserto o amolecia durante o dia. Pior ainda: deixava-o muito espesso. Tão espesso que, quando Gérard tentou mergulhar os braços com a intenção de puxar Rafiki pelas patas dianteiras, não conseguiu. Em parte, por causa de nossa posição instável em cima daquele muro. Lutamos desesperadamente para salvá-lo daquela gosma gelatinosa. -- Concentre-se em manter os olhos e as narinas dele fora do alcatrão. Vou buscar uma corda para passar por baixo das patas da frente. Nós vamos tirá-lo daí, eu prometo. Movido pela urgência, Gérard foi buscar uma corda e conseguiu afundar um dos braços a fim de passá-la por baixo do peito de Rafiki. Segurando a coleira com uma das mãos, debrucei-me por cima do alcatrão para mergulhar um dos meus braços também. Tentamos durante algum tempo fazer nossos dedos se encontrarem em meio ao alcatrão, para eu puxar a corda até o outro lado. Agora estávamos os dois tam- bém cobertos daquela substância, contaminando tudo que tocávamos. Equilibrados precariamente naquele muro estreito, sem espaço para nos apoiar melhor, puxamos a corda com toda força. Rafiki pesa 40 quilos, mas, além disso, tínhamos a sensação de estar rebocando um tanque inteiro de alcatrão, que tentava arrastá-lo para baixo. A 2'ddj metros acima do nível do mar, o ar rarefeito logo nos deixou sem fôlego. Todo aquele esforço parecia minúsculo, pois Rafiki não se deslocava um só centímetro. O tempo inteiro ele nos observava com os olhos assustados. Seus lábios já estavam colados com o alcatrão, as narinas a um centímetro da asfixia. O tempo ia se esgotando. Eu podia imaginar o terror de assistir àqueles olhos a- fundarem para sempre na maré negra. Jamais me perdoaria. Enquanto suas narinas tivessem acesso ao ar e ainda pudéssemos ver a vida em seus olhos, precisávamos tentar tudo para salvá-lo. Ele estava tão pertinho, ali a nossos pés. Gérard pegou uma das escadas de metal galvanizado que transportamos conosco para resgatar carros -- tanto nosso quanto de outras pessoas -- atolados no barro ou na areia. Forçando-a pelo alcatrão, ele a passou por baixo de Rafiki, enquanto eu continuava agarrada à coleira -- como vinha fazendo havia uma hora. Então, quando Gérard se posicionava para ajustar a corda, largou a escada, achando que eu a segurava com a outra mão. No instante seguinte ela já havia desaparecido, tragada pelo insaciável buraco negro. Após uma terrível batalha, durante a qual o próprio Gérard poderia ter caído no tanque de alcatrão, ele conseguiu passar outra corda por baixo das patas traseiras de Rafiki. Ao puxá-la, parecia que a corda penetraria em sua pele, cortando-o ao meio. Gérard foi aos poucos puxando as ancas de Rafiki até deixar-lhe o corpo paralelo ao muro. Revigorados por esse progresso, usamos de novas reservas e o puxamos, um centímetro de cada vez, para cima do muro onde nos equilibrávamos. E conseguimos! A perseverança nos valeu contra todas as expectativas. Estávamos exaustos. Uma camisa-de-força de alcatrão, com mais de dois centímetros de espessura, não permitia que Rafiki ficasse de pé. O medo de que pudesse cair no tanque outra vez nos impelia adiante, dando-nos força para puxá-lo pelas pernas escorregadias, de cabeça para baixo, como se estivesse morto, passo a passo por aquela corda bamba de quase dez metros até a terra firme. Nós o deitamos na areia e forramos a traseira do carro com um plástico que por acaso carregávamos. Ele colou no plástico mas ficou ali deitado, resignado. Tudo que tocávamos ficava sujo -- maçanetas, assentos, volante, alavanca de marcha. A parafina que usamos para limpá-lo queimou a pele de Rafiki. Mas o pêlo cresceu outra vez, e ele está vivo e saudável. Restos de alcatrão infiltrados em locais obscuros do carro, lembram-nos da penosa experiência. :::::::::: Produtos da má Orientação (Carla Maria de Souza -- cronista cega) Qualquer pessoa sabe para que serve um espelho. As pessoas se olham nele para corrigir a maquiagem, ajustar a roupa, consertar o penteado. Usamos comumente expressões como: "Mire-se no exemplo de fulano" ou "Isso é um reflexo de nossa realidade." O grande problema é quando não há espelhos. Todos nós usamos algo ou alguém para nos _mirarmos, sobretudo quando somos crianças e é preciso que esta pessoa-espelho tenha características parecidas com as nossas ou jamais refletirá nossa imagem, nem algo que se pareça com ela. A criança, mesmo inconscientemente, guarda e repete no futuro o que viu de seus pais, professores e todos os adultos com quem conviveu, e se esses adultos não se identificaram com ela, quem ela irá imitar, pelo menos em parte? Quem serão seus modelos? Evidentemente que como seres inteligentes, podemos criar o novo e o devemos fazê-lor; mas, até mesmo para criar o novo, devemos conhecer o velho. Nasci com baixa acuidade visual, o que chamamos hoje de visão reduzida e posso dizer que, considerando a inexperiência de meus pais no trato com pessoas deficientes, criaram-me muito bem. Chegando a hora da escola, "graças" ao preconceito de um profissional que disse taxativamente: "Não passem na porta do Benjamin Constant com esta menina!", fui matriculada na escola comum, onde tive apoio nas questões que diziam respeito à minha pouca visão. Vale ressaltar que eu dispunha de condições cada vez mais raras hoje em dia como: Turmas pequenas, escola de qualidade na Rede Pública e uma mãe que não trabalhava fora e era razoavelmente bem instruída, podendo dispor de grande parte de seu tempo para mim, além de condição financeira privilegiada, ao contrário da maior parte dos alunos. Aos 13 anos, iniciei um gradativo processo de perda da visão que terminou aos 15. Eu estava no Curso Normal e por curiosidade própria e, sensibilidade de minha professora de Sala de Recursos, já conhecia bem o sistema braille e o sorobã. Aprimorei meus conhecimentos em ambos e precisava agora ajustar-me à nova realidade de cega. Aí surgiu o grande problema. Estudando na escola comum com atendimentos individualizados nas Salas de Recursos, eu não co- nhecia, senão muito superficialmente, outros cegos. Todos me diziam que os cegos andavam pelas ruas, que cozinhavam, que podiam ser independentes. Porém, onde estavam os cegos que faziam tudo isto? Eu não os via e, por mais que tentassem me ensinar, havia aquele medo, aquela falta de confiança que só o exemplo real de alguém que viva e sinta as mesmas coisas que você, pode tirar. Os macetes da prática estavam com estes cegos, lá no Benjamin Cons- tant, onde eu jamais havia entrado. Foi somente aos 24 anos que chegou o meu grande momento. Ao entrar no IBC como professora, comecei a conviver mais estreitamente com cegos e minha primeira tentativa de realmente caminhar, só se deu quando percebi que eram minhas colegas cegas que me levavam até o ponto do ônibus. Outra coisa que muito contribuiu para minha libertação foi reparar que, para ir a alguns lugares de dentro da própria escola, eu precisava do auxílio dos alunos. Não era mais lógico que eu os conduzisse e ensinasse o caminho? Nestes 7 anos de convivência dentro desta casa, aprendi mais sobre mim mesma do que nos 9 anos anteriores, em que convivi com a cegueira desenvolvendo a parte acadêmica mas isolando-me por não acreditar em mim mesma. Ainda tenho muitas falhas mas sinto que as experiências que troco ajudam a mim e a outros. Fica então a pergunta: Será justo tirarmos de nossos alunos esta convivência tão importante para a base de suas formações? Ou ainda: Se eu tivesse sido orientada de outra forma, não estaria agora muito me- lhor? Sei que meu próprio relacionamento com os demais grupos a que pertenço melhorou, não existindo o isolamento que todos tanto temem simplesmente porque trabalho numa escola especializada. Sócrates, um filósofo grego que merece admiração de todos, dizia: "Conhece-te a ti mesmo." Não tiremos de nossos alunos o direito de se conhecerem, estando desde cedo próximos daqueles que já viveram realidades semelhantes às deles. Meçamos bem as nossas atitudes como educadores para que no futuro não venhamos a nos arrepender por termos seguido belos modelos que só vêm para esfacelar a identidade de nossos alunos. :::::::::: Histórias Interessantes Canudos voltou -- O Açude de Cocorobó, que inundou a maior parte do cenário da guerra de Canudos, chegou ao nível mais baixo de toda sua existência. Aflorou o Vale da Morte, onde se travaram os combates mais sangrentos da última expedição lançada con- tra o arraial do Conselheiro. No leito seco das terras i- nundadas em 1969 encontram-se balas e cartuchos dos combatentes. Durante anos, enquanto as águas cobriam a História, discutiu-se a possibilidade de usar mergulhadores para procurar vestígios da guerra. Agora que a terra está seca, arrisca-se perder a oportunidade de avançar nas pesquisas arqueológicas do maior massacre da história brasileira. Pior: corre-se o risco de facilitar a predação das peças que estão aflorando. A burocracia do patrimônio histórico está ocupada na redefinição de suas atividades. Há dois anos, em nome do centenário da guerra, gastaram-se milhões de reais criando-se um parque e levando-se uma estrada asfaltada ao fim do mundo. Agora, diante da possibilidade de se estudar melhor a vida daqueles jagunços miseráveis, que a terra cobriu e a água selou, espera-se que o Padre Eterno mande logo as chuvas, para que eles não voltem a incomodar a República. *** Milagre salva a vida de aviador -- Parece até história de cinema. O aviador Tomas Wad Trust, 29 anos, ficou 16 dias coberto pela neve no interior de seu carro no Bosque Nacional Deschutes, no Oregon1. Ele foi encon- trado, acidentalmente, pelo casal Chuck e Judy Bloom, que passeavam numa motocicleta pela neve. Sem esperanças de sobreviver, Tomas chegou a escrever uma carta de despedida para a família. Para se alimentar, ele comeu um pacote de amêndoas cobertas de chocolate e tomou suco de laranja. Com a dieta rigorosa, Tomas perdeu nove quilos. Para se aquecer, ele usou o isqueiro do carro. "Fazia pequenos fogos", contou. Ao ser levado ao hospital, ele foi diagnosticado com hipotermia. No entanto, a felicidade de Tomas pode durar pouco. O rapaz é desertor da Aeronáutica americana. Assim que receber alta, ele será detido sob a acusação de deserção. *** Envenenaram Dom João Vi -- Após três anos de análises, pesquisadores portugueses confirmaram que o rei Dom João Vi (pai do Imperador do Brasil, Pedro I) foi envenenado com arsênico. O arqueólogo Fernando Rodrigues Ferreira revelou que fragmentos dos intestinos e do fígado do monarca continham de 400 a 800 miligramas da substância, mais que o suficiente para matar um homem. Dom João, que morreu em 1826, teria começado a passar mal (convulsões e forte diarréia) depois de chupar laranjas nas quais o arsênico fora inoculado. *** Isto é que é cidade gram- peada -- Os segredos dos moradores da cidade mineira de Matias Barbosa, distante 158 quilômetros do Rio, estão com os dias contados. Um túnel, de onde é possível ouvir conversas na igreja, em ruas e praças, foi descoberto e se transformará em atração turística. Construído no século Xviii, o caminho mais parece um labirinto. Ele era usado por policiais e fiscais da alfândega para descobrir sonegadores de impostos e contrabandistas de ouro. Bastava algum comentário sobre um plano de fuga com o metal precioso para o bote ser armado. Cento e setenta metros do labirinto, hoje "o caminho da fofoca", já foram recuperados. Com a proposta de abertura, alguns moradores estão receosos; temem que conversas sejam ouvidas. "Quando começar a visitação, não falarei nada de importante, pelo Centro", confessa o artista plástico Leonardo Miranda, 25 anos. Visitantes indesejáveis eram apanhados por armadilhas -- Para evitar a presença de curiosos, o túnel tinha inúmeras armadilhas. Segundo o historiador Ronei Fabiano Alves, 40 anos, que localizou a construção, policiais permaneciam dentro de buracos feitos nas paredes, próximos aos acessos dos corredores. "Sem iluminação, quem não era convidado e se aventurava a entrar no túnel, seguia munido de uma vela. Os policiais eram alertados pela claridade e disparavam contra os intrusos", conta. Quem passava pelas barreiras policiais, corria o risco de cair num fosso de até cinco metros de profundidade. Ronei explica que as velas iluminavam o teto, usado como guia: "Olhava-se para o alto e não para o chão que, de repente faltava. Os invasores caíam no buraco." Além dos 170 metros já recuperados, outros 250 metros serão preparados para visitação. O túnel foi encontrado durante a restauração da Igreja de Nossa Senhora da Conceição. O piso afundou num dos acessos. Pelo local, garante Ronei, passaram nomes como o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. *** Em nome de Deus -- O líder dos Talibans, Mullah Omar levou ao Tribunal Su- premo a proposta para que todas as estátuas do país fossem destruídas. A herança arqueológica formada entre outras pelo maior Buda do mundo, que media 53 metros, foi destruída. Koichiro Matsuura, diretor-geral da UNESCO, nada pôde fazer para evitar a des- truição da herança cultural do século Iv antes de Cristo. A Convenção de Haia, de 1954, não teve nenhum peso para impedir a destruição, pois o Afeganistão não assinou o tratado que protege monumentos históricos. Para Mullah Omar, o que vale é a sua interpretação do Corão ao falar para uma grande congregação que eles seriam lembrados como os "quebradores de ídolos". Os Talibans não desejam ver as obras arqueológicas e decidiram não permitir que mais ninguém as veja em nome de Deus. As estátuas seriam um excelente chamariz para o turismo, mas essa visão jamais foi vislumbrada pelos fundamentalistas. Em nome de Deus, um pequeno pedaço da história foi destruído no Afeganistão, não por uma guerra de 10 anos com a Rússia, não por conflitos hindus e muçul- manos, mas num momento de suposta paz e calma. Quanta ironia... :::::::::: Artes A Arte e suas diversas Formas (O Mundo das Artes) O mosaico -- É o desenho que se obtém com pedaços coloridos de louça. É também feito com pedaços de pedras, mármore, vidro, esmalte, argila ou madeira, cimentados numa superfície. Mosaicos grosseiros de pedra pavimentam diversas calçadas do Rio de Janeiro, como a Avenida Atlântica, em Copacabana. A duração do mosaico é muito grande, quando o cimento é bom e bem aplicado. Os mosaicos antigos representavam cenas históricas e mitológicas ou eram desenhos geométricos. O mais antigo conhecido até hoje data de 3'ejj anos e foi descoberto em Ur, Mesopotâmia. A cerâmica -- É a arte de fabricar objetos de argila, um tipo especial de barro. Depois de feitos, são cozidos no forno, para que fiquem duros. A palavra cerâmica vem do grego e significa "argila", que é uma substância que se desfaz em água, tornando-se uma pasta fácil de modelar. Depois de modelada é endurecida no fogo: "cozida". Os homens neolíticos já conheciam a cerâmica. Pedaços de cerâmica foram encontrados em palafitas (casas pré-históricas), na Suíça. Todos os povos da Antigüidade também a conheceram. Os chineses criaram a porcelana, aperfeiçoamento da cerâmica comum. A porcelana -- É um tipo fino e caro de massa cerâmica. Foi inventada pelos chineses, há muitos e muitos anos. É feita com uma argila especial, o caulim. Nas Cruzadas os europeus tomaram conhecimento da porcelana. Marco Polo trouxe para a Europa alguns conhecimentos sobre ela. Os europeus conseguiram descobrir o segredo de sua fabricação, sendo até hoje famosas as porcelanas de Sèvres e Limoges, na França. Porcelana especial é em- pregada pelos dentistas nos dentes artificiais, que imitam perfeitamente os naturais. A faiança -- É a louça que usamos em casa. É um tipo de massa cerâmica mais fina, mas não tão fina como a porcelana. A faiança se assemelha à porcelana, não sendo, porém, tão delicada e transparente. Com ela se faz a louça caseira e bibelôs. Chegou à Europa trazida pelos árabes, que a receberam dos persas e babilônios. Por causa da dominação árabe, o centro inicial de sua fabricação foi a Espanha, que mais tarde se deslocou para a Itália. Parece que seu nome vem da cidade italiana de Faenza. O esmalte -- O vidro não se estraga quando se molha. Por isso, certas louças são recobertas com uma camada fina de vidro. É o esmalte. Esmalte é o verniz vítreo que recobre certos objetos, protegendo-os e dando-lhes brilho. Os produtos cerâmicos são geralmente esmaltados. Depois de passado o esmalte, a peça é levada ao forno e a camada de esmalte se vitrifica. Os esmaltes podem ser coloridos. Muitas bijuterias modernas são feitas de metal artisticamente esmaltado. ::::::::::

Brasil Chapada dos Guimarães (O Globo) Há 11 anos foi criado o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, ao norte de Cuiabá, no coração de Mato Grosso, centro geodésico da América do Sul. Uma data a ser lembrada, dada a sua im- portância. Um marco, na en- trada do Parque, registra a situação geográfica, e de lá se descortina uma visão panorâmica do vale. Composta por platôs, pe- nhascos e _cânions, a paisagem da Chapada é bastante variada. Essa diversidade propicia climas diferenciados, que podem ser experimentados ao longo de um mesmo dia. Quando há sol, chega a fazer 35 graus centígrados. Mas quando a noite cai, instala-se o frio e a neblina. A história geológica da Chapada dos Guimarães remonta a tempos imemoriais. Há 500 milhões de anos a região ainda era o fundo de um grande mar. Nos diversos sítios arqueológicos do local, encon- tra-se um tesouro, com inscrições humanas datadas de milhares de anos e ossadas de animais pré-históricos. A chapada dos Guimarães também é chamada de Berço das Águas. Lá, nascem rios que deságuam no Pantanal, a maior área alagada do planeta. As águas da Chapada formam belíssimas quedas d'água -- a Cachoeira Véu de Noiva é a mais famosa delas. São 30 metros em queda livre -- o equivalente a um edifício de 10 andares. Nos _cânions formados pelas cascatas há uma fauna variada, com destaque para os papagaios e araras. O local, batizado de cidade de pedra, oferece uma visão privilegiada da Chapada. Lá, a ação do tempo, da água e do vento sobre as rochas provocou o surgimento de verdadeiras esculturas naturais à beira dos precipícios. Mas o ponto mais alto da Chapada é o Morro de São Jerônimo, com 386 metros de altitude. Além de ser região onde se pratica o ecoturismo, é ponto de encontro de esotéricos, que costumam se reunir no alto do Morro, cantando mantras que buscam energização. Quem gosta e acredita em assombrações, deve ir direto até a Morada das Almas, onde os índios Bororó, nativos da região, enterravam seus mortos, bem antes da chegada dos bandeirantes portugueses, no século Xvi. Apesar de o Brasil ter várias chapadas, as principais e mais visitadas são a dos Guimarães (MT), a Diamantina (BA) e a dos Veadeiros (GO). A criação do Parque, que tem 33 mil hectares, possibilita a preservação do meio am- biente pelos próprios moradores da região. São eles quem guiam os forasteiros e ensinam a maneira correta de visitar este santuário ecológico, sem prejudicar o ecossistema. :::::::::: Ecologia Cerco ao _Foie _Gras Se você não consegue passar sem _foie _gras (patê de fígado de ganso), um _must da cozinha francesa, evite viajar pela American Airlines. Atendendo a uma antiga reivindicação do Grupamento de Cidadãos por um Tratamento Humano aos Animais, a companhia aérea americana decidiu não mais servir _foie _gras em seus aviões, seguindo o exem- plo de uma decisão adotada pela Air Canadá. A organização afirma que o processo artificial de engorda usado pelos produtores de _foie _gras para fazer crescer o fígado de gansos é um tratamento cruel e equivalente a obrigar o ser humano a engolir diariamente 12 quilos de macarrão. A associação francesa dos produtores de _foie _gras protestou e manifestou sua preocupação ao Governo francês diante do "lento, mas inexorável" cerco ao qual as entidades protetoras de animais estão submetendo um dos mais tradicionais produtos nacionais. *** Fibra de Bananeira Dá bom Tecido (Revista Ecologia e Desenvolvimento) Um tear, que utiliza fibra de bananeira na fabricação de mantas, bolsas e tapetes, foi uma das maiores atrações entre os estandes das organizações não-governamentais. É uma realização do Centro de Cul- tura, Informação e Meio Am- biente (CIMA). O trabalho resultou da atividade desenvolvida junto a plantadores de banana de Macaé, no litoral norte-fluminense. Com renda insuficiente apenas com a venda da fruta, os produtores estavam desestimulados e muitos começavam a abandonar a atividade e a mi- grar para centros urbanos, atrás de emprego. A orientação do CIMA permitiu reforçar a economia local, ao in- cluir o aproveitamento de sub- produtos, especificamente a reciclagem da fibra da bananeira. :::::::::: Lugares do Mundo O Império Khmer (Douglas Preston) Em seu apogeu, no século Xii, o Império Khmer dominava todo o sudeste da Ásia, desde a atual Tailândia até o Vietnã. Sua rede comercial estendia-se até pontos mais distantes, na China. Hoje, contudo, pouco se sabe a respeito da cultura khmer. Suas extensas coleções de textos escritos em folhas de palmeira ou peles de animais, desapareceram há séculos sem deixar sinais -- só sabemos da existência delas porque foram mencionadas por um emissário comercial chinês no século Xiii. Imensas cidades edificadas em madeira, apodreceram e caíram no esquecimento. Tudo o que resta da memória do império é um punhado de misteriosas inscrições em pedra. A população cambojana abandonou seu glorioso passado, embora ainda fale a mesma língua e mantenha muitas das tradições de seus antepassados imperiais. Mesmo saqueados e reduzidos a esqueletos de pedras, os templos resistiram ao abraço fatal do tempo e da floresta. Angkor Wat, o maior e mais famoso, tornou-se um mosteiro budista em 1850 e os monges ajudam a mantê-lo em razoável estado de conservação. Em 1860, quando chegou a Angkor Wat, o naturalista francês Henri Mouhot, atônito, perguntou aos cambojanos se eles sabiam quem havia construído aquela estrutura estupenda, esparramada por cerca de 200 hectares no meio da selva. Eles simplesmente deram de om- bros: "Quem poderia ter sido senão os gigantes ou os anjos?" Angkor Wat é a jóia principal do complexo de templos de Angkor, a antiga capital do Império Khmer. E, de fato, não parece obra de seres humanos. Cercado por muralhas e por um fosso, o templo irrompe solitário numa clareira da floresta a cerca de 6 quilômetros da cidade de Siem Reap, no noroeste do Camboja. É um dos maiores e mais belos monumentos religiosos já construídos. Suas cinco grandes torres representam o cen- tro do universo hinduísta. O responsável pela construção de Angkor Wat foi o rei Suryavarman Ii, que subiu ao trono depois de assassinar seu tio-avô no começo do século Xii. Suryavarman foi um governante vigoroso que expandiu o império e estabeleceu relações diplomáticas com a China. Desapareceu por volta do ano 1150, talvez assassinado, e é provável que esteja enterrado sob o templo que idealizou no meio da selva. :::::::::: Ciência e Saúde Vacina contra AIDS entra em fase final -- A vacina contra a AIDS, que conta com descobertas do médico brasileiro Ricardo de Oliveira, entra em fase de comprovação de eficácia. O cientista francês Jean Claude Chermann, um dos descobridores do vírus HIV, anunciou, em São Paulo, o início do protocolo científico da vacina, que vai durar até um ano. A vacina, além de prevenir, poderá ser utilizada no tratamento da doença. Cego processa melhor a linguagem -- Estudo feito na Alemanha chegou à conclusão de que pessoas cegas entendem a fala de maneira mais rápida do que as pessoas com a visão perfeita. A pesquisa indica que certas características no cérebro dos cegos permitem que eles processem a linguagem falada mais rapidamente. Os pesquisadores também descobriram que, nos cegos, as áreas no fundo do cérebro, normal- mente dedicadas à visão, foram tomadas, em parte, por células de processamento de informação. *** Tecnologia -- Ufa, Rússia -- Um cientista russo inventou uma bota que faz uma pessoa normal correr mais rápido do que um campeão de atletismo. A criação do russo Roman Kunikov possibilita que as pessoas dêem passos de até quatro metros. Em testes realizados na cidade russa de Ufa, a bota ajudou seu usuário a atingir uma velocidade de 40 quilômetros por hora. Os mais velozes corredores de 100 me- tros rasos, como o americano Michael Johnson, correm no máximo a 37 quilômetros por hora. Segundo Kunikov, a bota vai ajudar equipes de resgate a chegar com maior rapidez a lugares inacessíveis a veículos ou ajudar a polícia a perseguir bandidos. A bota pesa 1 quilo cada uma e é movida a gasolina. Comporta um tanque de combustível, carburador e outros equipamentos. Na altura da perna, foram colocados pistões de 30 centímetros. Quando o usuário pisa no chão, os pistões acionam uma plataforma de metal na sola da bota, que impulsiona a pessoa para cima. ***

Astronomia -- A composição da superfície de Plutão, sugere que a temperatura por lá seja de 233 graus negativos, o que o torna o planeta mais frio. Já a temperatura da superfície de Vênus, o mais quente, foi estimada em 464 graus, em medições das sondas de superfície _Venera (soviética) e _Pioneer (americana). *** Arqueologia -- Tesouro no Mar: Cidade egípcia -- Uma estátua da deusa Ísis, de 2'jjj anos, é içada por mem- bros de uma missão de arqueólogos franceses e egípcios. Eles descobriram na costa do Egito, ruínas de uma cidade do período greco-romano, sub- mersas por um terremoto há mais de mil anos. *** Paleontologia -- Clonagem de animais extintos -- Pesquisadores norte-americanos e europeus de paleontólogos anunciaram em Washington um estudo que visa extrair material genético de um mamute congelado na Sibéria. O projeto pretende injetar a informação genética numa fêmea de elefante para tentar recons- truir o animal desaparecido há 10 mil anos. A espécie estudada é a _Mammuthus _primigenius ou _mamutes _lanudos, animais que tiveram distintas variedades. Seus mais próximos descendentes são os elefantes asiáticos. Estudos de carbono 14 em amostras de restos de mamutes encontrados na Sibéria, demonstraram que os animais viveram até 4'jjj anos atrás. É possível que seus últimos sobreviventes tenham sido contemporâneos da construção das pirâmides do Egito. *** Pesquisa -- Neurocientistas israelenses e alemães mapearam os neurônios processando informações no cérebro e descobriram que as células ligadas à visão se organizam numa estrutura geométrica "tão alinhada quanto as ruas de Manhattan, em Nova York", na comparação de Mark Huebener, do Instituto Max Planck. A descoberta pode auxiliar na criação de "olhos" artificiais. *** Doenças -- Quem tem episódios repetidos de azia, má digestão, sensação de empanzinamento e queimação, deve deixar de lado os paliativos (antiácidos e digestivos) e procurar orientação de um especialista. Os gastroenterologistas alertam que esses sintomas, quando persistem, podem ser indicativos de que algo mais grave está acontecendo. Os antiácidos podem resol- ver um episódio isolado de queimação, por exemplo; mas não devem ser usados como tratamento, pois podem estar apenas aliviando os sintomas, sem atacar a causa do problema. Outro perigo dos paliativos, principalmente os efervescentes, é que, além de conterem substâncias para amenizar os sintomas da má digestão, podem ter em sua fórmula o ácido acetilsalicílico, que acaba agravando o quadro. Os mais seguros são os antiácidos com hidróxidos de alumínio e de magnésio. Eles previnem dois efeitos colaterais dos antiácidos compostos por apenas uma dessas substâncias: a diarréia e a prisão de ventre. É desmitificado o recurso de tomar leite para aliviar a queimação no estômago. Num primeiro momento, o leite até funciona, mas, por conter cál- cio, acaba estimulando a produção de mais ácido, o que piora a situação. Estresse e ansiedade aumentam a produção de ácidos pelo estômago. Mas, sozinhas, não são responsáveis pelo surgimento de gastrites nem úlceras. Pessoas estressadas e ansiosas podem manifestar pro- blemas do aparelho digestivo com maior intensidade, mesmo sem ter nada grave. Elas podem ter mais queixas do que quem tem gastrite ou úlcera. Os antiinflamatórios não- -esteróides (ou não-hormonais, muito usados para problemas osteoarticulares, ou seja, dos ossos, articulações e músculos) também são responsáveis por diversos desconfortos gás- tricos. Sua ação afeta as barreiras que protegem o aparelho digestivo, que fica mais exposto aos agentes agressores, entre eles, alimentos condimentados, café, álcool e cigarro. *** Estresse -- Cada sexo tem estresse diferente -- A mu- lher lida melhor com o estresse do que o homem. Para pesquisadores americanos, isso ocorre por causa do hormônio oxitocina, relacionado ao controle da ansiedade e da depressão. A mulher produz mais oxitocina -- liberada durante a gravidez -- do que o homem. Além disso, o estrogênio (hormônio feminino) aumenta seu efeito. Enquanto ela busca apoio de amigos, o homem está mais propenso a sofrer de hipertensão e alcoolismo. *** Crianças -- Estudo revela que jovens têm ingerido refrigerantes demais, o que pode comprometer a saúde -- Crianças e adolescentes com dores de estômago, ansiosas e com dificuldades para dormir, podem estar tomando refrigerantes demais. O excesso de cafeína da bebida é capaz de provocar insônia, hiperatividade e problemas de concentração. Nas meninas, doses elevadas da substância fazem com que os ossos retenham menos o cálcio ingerido, enfraquecendo a es- trutura óssea e deixando-a sujeita à fraturas. O fato está preocupando o governo que, através da FDA, agência que controla os alimentos vendidos nos EUA, já recomendou aos fabricantes que coloquem a quantidade exata de cafeína nos rótulos de seus produtos. Segundo os especialistas, doses moderadas de cafeína fazem bem ao organismo: dilatam os brônquios, tiram a fadiga muscular, aumentam a força do músculo cardíaco. Mas, quanto mais se ingere cafeína, mais as pessoas não conseguem ficar sem ela, o que acaba elevando o consumo. Além dos refrigerantes -- especialmente aqueles à base de cola e limão --, chás, chocolates, cafés e bebidas energéticas são ricos em cafeína. O consumo desses alimentos deve ser moderado e, nas crianças (que acabam ingerindo outros produtos com cafeína), monitorado pelos pais. Uma intoxicação por cafeína causa excitação, ansiedade, dores abdominais e pode até desidratar, pois trata-se de uma substância altamente diurética. *** Mulher -- Egípcia dá à luz aos 72 anos -- A egípcia Amina Mohamed, 72 anos, deu à luz seu 11o. filho, num caso que os médicos definiram como "uma raridade científica". Segundo o jornal _Al _Ahrar, o parto ocorreu na cidade de Samanoud, no delta do Nilo, e durou 30 minutos, sem que a mãe sentisse dor. Mohamed teve seu 10o. filho aos 42 anos e vivia uma menopausa normal desde os 45. *** Zoologia -- Reprodução -- Existem espécies que se re- produzem sem a participação dos machos? A maioria das espécies de lagartos se reproduz assim. No sudoeste dos Estados Unidos e no norte do México, por exemplo, vive uma espécie de lagarto (_Cnemidiphorus _uniparens), formada somente por fêmeas que se reproduzem por partenogênese -- ou seja, sem a participação de machos. Nesse tipo de reprodução, cada fêmea é um clone: as filhas são geneticamente idênticas à mãe. A partenogênese pode não ser muito romântica, mas tem lá suas vantagens -- uma delas é dar à espécie um potencial maior de crescimento demográfico. É lógico: afinal, todos os lagartos, e não apenas cerca de metade, são capazes de colocar ovos. Mas o que chama a a- tenção na reprodução dos _Cnemidophorus _uniparens, especificamente, é a simulação do ato sexual: um lagarto se comporta como a fêmea que de fato é; outro age como se fosse macho -- monta sobre a parceira, enroscando-a com o rabo. A cada duas semanas, a- proximadamente, os papéis se invertem: o aumento acentuado da quantidade de progesterona -- o hormônio que regula o crescimento dos ovários -- no organismo da fêmea que acabou de pôr ovos indica-lhe que chegou a sua vez de representar o macho. Passadas mais duas semanas, seus ovários estão crescidos e começam a se- cretar outro hormônio, o es- trógeno: é o sinal de que deve reassumir o verdadeiro papel de fêmea. Qual a finalidade desse teatro todo para a reprodução? Segundo o professor David Crews, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, as fêmeas _Cnemidophorus _uniparens ovulam com mais facilidade, quando há outras fêmeas por perto, imitando ma- chos. *** Alimentos -- Vinho do Sul É santo remédio -- Bebida gaúcha tem mais propriedades medicinais: previne infarto e até câncer. Não é novidade que beber uma ou duas taças de vinho tinto às refeições ajuda a prevenir doenças cardíacas. O que os brasileiros não sabiam é que o vinho nacional tem 50 por cento a mais da molécula reverastrol, responsável pelas propriedades medicinais da bebida. Pesquisadores testaram 60 tipos de vinhos nacionais e constataram que a bebida tam- bém ajuda a prevenir vários tipos de câncer, especialmente o de pele. A reverastrol detém o desenvolvimento do câncer de pele e também evita que ele surja. A razão para a maior concentração de reverastrol estaria no clima úmido da Serra Gaúcha, onde são produzidos 90 por cento do vinho nacional nas famosas vinícolas de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Garibaldi. A reverastrol é produzida para proteger a parreira de fungos, comuns em climas úmidos. O próximo passo dos pesquisadores é testar a ligação entre a molécula e a vida longa. Queremos desco- brir se a reverastrol poderia agir sobre o gene B21, responsável pelo envelhecimento. *** Remédios Caseiros -- Ab- cessos -- Furúnculos: Pimenta -- folhas em emplastros; Dormideira -- folhas em emplastros; Cana de macaco -- folhas frescas em emplastros; Confrei -- folhas frescas em emplastros; Malva-rosa -- folhas frescas em emplastros; Quiabo -- Usa-se o fruto externamente em emplastros. Emplastros -- Socar a planta, pôr no local afetado diretamente ou sob a forma de pasta. :::::::::: Variedades Dicas -- Habitue a criança a não comer doces em demasia; substitua-os por frutas secas como passas, figos, bananas, muito mais nutritivas. -- Para variar o sabor dos bolos, sucos e pães, use baunilha em gotas, canela, erva- -doce, gergelim, café ou chocolate. -- Bolos e broas podem ser feitos com antecedência e congelados. Se a criança estudar de manhã, retire do _freezer de véspera. Se as aulas forem à tarde, retire pela manhã. -- Não mande frutas complicadas de descascar, como man- ga. -- Varie os recheios dos sanduíches, para não enjoar, e evite alimentos que estraguem facilmente, como sardinha, maionese e apresuntados. -- Nas vitaminas de maçã, abacate ou banana, pingue umas gotinhas de limão para que não escureçam. -- Só mande _milk-_shake se a criança tiver lancheira térmica. Beleza Natural -- Máscara de aveia (para pele ressecada) -- Ingredientes: uma xícara (chá) de farelo de aveia e três colheres (sopa) de iogurte. Modo de fazer: misture tudo. Aplicação: passe no rosto e deixe agir durante 30 minutos. Após isso, enxágüe. Repita o tratamento uma vez por semana. Sabonete de fubá (para pele oleosa, com acne) -- Ingredientes: um sabonete neutro picado e três colheres (sopa) de fubá. Modo de fazer: amoleça o sabonete com água quente e deixe esfriar. Feito isso, junte o fubá e misture bem. Aplicação: use todas as vezes que lavar o rosto. Celulite -- A retenção de líquidos não só desencadeia como piora a celulite. Para contrabalançar, faça caminhadas ou passeios de bicicleta. Eles melhoram a circulação sangüínea e favorecem a eliminação de líquidos. Cremes à base de enzimas, de centella asiática e de algas marinhas também são bons aliados para estimular a circulação. Para acabar com a seborréia -- Amasse com garfo uma banana prata e acrescente uma gema e aplique no couro cabeludo, após lavar os cabelos, com eles ainda úmidos. Depois de 2 horas enxágüe com água morna. Para se livrar de calos -- Amasse bem um dente de alho. Com a região bem limpa coloque o alho e proteja com gaze e uma fita adesiva. À noite retire tudo. Após o banho da manhã repita a operação. *** Incensos Absinto -- Perfume exótico, que estimula a imaginação, criatividade e sensualidade. Alecrim -- Planta mágica de longa tradição no esoterismo. Exerce ação geral de proteção. Indicado para mulheres solitárias. Alfazema -- Relaxa e acal- ma a mente. Produz tranqüilidade nos negócios e nos relacionamentos. Almíscar -- Aroma tradicional, que tem ação afrodisíaca. Indicado para momentos de intimidade. Angélica -- Incenso dos anjos. Estimula a conexão com as esferas angelicais. Benjoim -- Atrai energias positivas e combate as negativas. Purifica o ambiente. Camomila -- Ajuda a acal- mar o sistema nervoso, criando uma atmosfera de calma e relaxamento. Cravo -- Estimula a energia, traz prosperidade e aumento de ganhos materiais. Maçã Verde -- Aroma leve e sutil que beneficia a saúde física. Indicado para pessoas que estão enfermas ou convalescentes. Canela -- Tem ação antide- pressiva e aumenta a alegria de viver. Eucalipto -- Estimula a mente. Aumenta a concentração e o raciocínio. Desenvolve o otimismo. Floral -- Buquê de flores perfumadas, que tranqüiliza e relaxa. Jasmim -- Incenso ideal para relaxamento. Lavanda -- Relaxa e acalma a mente. Produz tranqüilidade nos negócios e nos relacionamentos. Capim Limão -- Possui efeito tônico e estimulante. Atua positivamente sobre pessoas tristes e desanimadas. Lírio -- Eleva os pensamentos. Indicado para pessoas em busca de espiritualidade. Mirra -- Usada desde a antigüidade, para criar uma at- mosfera de prece e oração.

Noz Moscada -- Melhora as condições materiais. Atrai dinheiro e aumenta o grau de segurança emocional. _Opium -- Desperta a sensualidade de forma envolvente e sutil. Proporciona a meditação e estimula a intuição. Rosa Branca -- Símbolo da pureza e da paz. Cria uma at- mosfera de harmonia, tranqüilidade e compreensão, produzindo paz interior. Rosa Vermelha -- Símbolo do amor e da paixão. Afrodisíaco, aumenta a alegria de viver. Sândalo -- O aroma de maior uso na Índia. Favorece a meditação e as práticas espirituais. Violeta -- Segurança e iniciativa. Aumenta o poder de decisão. *** Simpatias Para o pai não ser demitido: leve a carteira profissional dele a uma igreja, assista à missa e, no instante em que o padre abençoar os fiéis, levante a carteira com a mão direita, para que seja abençoada, e peça com fé: "Senhor, abençoe o trabalho de meu pai e dê muita saúde a ele. Não permita que meu pai perca o ganha-pão da nossa família. Amém." Reze um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. Em casa, coloque a carteira profissional aos pés da imagem do seu santo de devoção. Para abrir um negócio de sucesso: Sete dias antes de começar seu negócio por conta própria, plante em um jarro de barro três galhos da planta comigo-ninguém-pode. Depois de regar bem, coloque esse jarro próximo à porta de entrada do seu estabelecimento ou de sua residência. Continue regando a planta, com água dormida, de três em três dias. Para arranjar namorado rapidamente: Junte uma boa quantidade de folhas de manacá, girassol e mil-homens. Depois encha uma panela com dois litros de água e coloque as folhas dentro. Quando ferver, espere mais cinco minutos e desligue o fogo. Deixe a água amornar e use-a na hora do banho. Depois de se lavar, jogue essa água pelo corpo, do pescoço para baixo. Não se enxugue. *** Humor Pedido ao Vovô Onze horas da noite. Jaiminho e Aninha, de cinco e seis anos, chegam pro avô e falam: -- Vô... Bate o pé com força no chão! -- Não... É tarde e faz barulho. -- Ah, vai, vô... Só um pouco... Bate!

-- Já falei que não, é muito tarde. -- Ah, bate uma vez só! -- Tum! Tum! -- O velhinho bate os pés no chão. -- Ah... obrigado vovô -- gritam as crianças, felizes da vida. -- Mas por que vocês me pediram pra fazer isso, crianças? -- É que eu escutei o papai falar que quando você bater as botas, a gente vai poder ir pra _Disney _World! Os dois matutos e a aula de História Um matuto estava freqüentando o curso de alfabetização e começou a provocar o outro com perguntas. -- Você sabe quem foi Pedro Álvares Cabral? -- Não. -- Foi quem descobriu o Brasil -- disse o matuto letrado, rindo do outro. -- E Colombo? -- Também não. -- Foi quem descobriu a América. A brincadeira continuou até que o outro matuto se enfezou e resolveu fazer uma pergunta: -- Você sabe quem é Carlos Alberto? -- Não. -- É o cara que visita sua mulher todo dia quando você vai ao curso de alfabetização. Resposta Sincera Dois chefes de seção conversando no café da repartição. -- Quantos funcionários trabalham na sua seção? O outro pensou... pensou... fez alguns cálculos e respondeu: -- A metade... A gordinha vai ao médico e o doutor logo pergunta se ela é casada. -- Sou... Por quê? -- As casadas têm mais tendência para engordar. -- Como assim?! -- A solteira chega em casa, vê o que tem na geladeira e vai para a cama. A casada vê o que tem na cama e vai para a geladeira. *** Pensamentos {Não insulte a mãe do jacaré antes de ter atravessado o rio.} (Ditado haitiano.) {Guarde seus medos consigo, mas partilhe sua coragem com os outros.} (Robert Louis Stevenson, 1850-ahid, escritor escocês.) {A filosofia é o tempo cap- turado no pensamento.} (Friedrich Hegel, 1770- -ahca, filósofo alemão.) {O que o labirinto ensina não é onde está a saída, mas quais os caminhos que não levam a lugar algum.} (Norberto Bobbio, pensador político italiano.) {O tirano morre, e seu reino acaba. O mártir morre, e seu reino começa.} (Soren Kierkegaard, filósofo dinamarquês.) {No Brasil estamos ficando especializados em pensar bastante antes de errar.} (Coluna Opinião,do jornal carioca O Globo.) {Só é tolerante quem se sente seguro.} (Karl Carstens, 1914-aiib, político alemão.) {Ler é para a mente o que os exercícios são para o corpo.} (Richard Steele, 1672- -agbi, dramaturgo e ensaísta inglês.) {Gostar do que é difícil é aceitar um compromisso com o mau humor.} (Stanislaw Ponte Preta, 1923-aifh, escritor e dramaturgo carioca.) {Todos os dias penteamos e arrumamos os cabelos. Por que não o coração?} (Ditado chinês.) {A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.} (Albert Einstein, 1879- -aiee, físico alemão naturalizado americano.) {Prossiga e prepare-se para tropeçar quando menos espera. Só não tropeça quem não sai do lugar.} (Charles F. Kettering, 1876-aieh), engenheiro e inventor ameri- cano.) {É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você talvez seja tolo, do que falar e acabar com a dúvida.} (Abraham Lincoln, 1809- -ahfe, foi presidente dos Estados Unidos.) {Gemas não podem ser polidas sem fricção, homens não podem ser aperfeiçoados sem provas.} (Ditado chinês.) {Na juventude aprendemos, na velhice compreendemos.} (Marie von Ebner- -Eschenbach, 1830-aiaf, escritora austríaca.) ***

História das Frases "O Coração tem Razões que a própria Razão Desconhece" A história desta frase não poderia ter origem mais paradoxal, pois foi escrita por um personagem que deu grande valor à ciência, o matemático, físico, filósofo e escritor francês Blaise Pascal (1623-affb). Aos 16 anos, já havia escrito um ensaio científico e aos 18 inventou uma máquina de calcular, base dos atuais computadores. Quando sua irmã Jacqueline (1626-affa) entrou para um convento. Pascal retirou-se para a localidade de Port- -Royal-des-Champs, que deu nome a uma escola de pensadores, e passou a escrever artigos contra os jesuítas. *** Etimologia Escravidão: foi acrescido o sufixo idão, eliminando-se a última vogal de escravo, para designar o regime de trabalhos forçados, em que o homem é tratado como animal. No caso do Brasil, foi organizado o maior campo de concentração _avant _la _lettre ainda no período colonial, com o fim de alocar a mão-de-obra africana trazida da África nos famigerados navios negreiros. Escravo -- veio do médio grego _sklábos, eslavo, passando pelo latim _sclavu. Era comum os vencedores levarem os vencidos à escravidão, mas o termo escravo consolidou-se com tal denominação depois que o imperador francês Carlos Magno (742-had) submeteu os povos eslavos, fazendo-os trabalhar de graça. Na língua de tais etnias, estabelecidas no Leste Europeu, eslavo significa brilhante, ilustre. ***

Receitas Sopa Creme de Agrião Ingredientes: 1 cebola pequena picada; 2 colheres (sopa) de azeite; 200 gramas de agrião; 300 gramas de batatas em pedaços; 1 litro de água fervente; 2 tabletes de caldo de carne; uma xícara de creme de leite; 1 xícara de leite; sal e pimenta do reino a gosto; meio molho de cheiro verde picado. Modo de fazer: em uma panela média, refogue a cebola no azeite, junte o agrião e a batata. Cozinhe em fogo baixo e panela tampada por 5 minutos. Dissolva o caldo de carne na água fervente e junte com a mistura da panela. Deixe cozinhar até que a batata esteja macia. Espere esfriar e bata no liquidificador ou no processador de alimentos. Junte o leite e coloque um pouco de água se o caldo ficar muito grosso. Coloque o cheiro verde picado. Acrescente o creme de leite e leve ao fogo novamente sem deixar ferver. Sirva bem quente. Esta sopa é conhecida na França como _Potage _de _Santé (sopa da saúde), ótima para servir em noites frias. Pizza de banana Ingredientes: 1 tablete de fermento; 3 xícaras de chá de farinha de trigo; 1 colher de chá de sal; 1 pitada de açúcar; 1 xícara de chá de água morna; 1 ovo; 2 colheres de sopa de margarina. Cobertura: 150 gramas de muzzarela; 4 bananas d'água; 150 gramas de requeijão; açúcar e canela a gosto. Modo de fazer: em uma tigela, dissolva o fermento com a água morna. Despeje o açúcar em uma xícara de farinha e misture bem. Deixe descansar por trinta minutos. Passado esse tempo, junte o ovo, a margarina e o restante do trigo. Misture, amasse bem e se ficar mole, junte um pouco mais de farinha de trigo. Sove a massa e deixe descansar mais trinta minutos. Unte uma forma com óleo e depois abra a massa bem fininha, forrando a forma. Coloque a muzzarela, a banana cortada em rodelinhas e por cima da banana, o requeijão. Polvilhe com açúcar e canela. Leve ao forno preaquecido e espere por quinze minutos. *** Utilidade Pública DDD -- Discagem Direta à Distância Discar 0, n.o da operadora (21, 23 ou 31), código da cidade (2 dígitos) e n.o do telefone. Exemplo de ligação para Brasília: 0 operadora 61-ddcbaa Cidade -- Código Brasília -- DF -- 61 Rio Branco -- Acre -- 68 Maceió -- AL -- 82 Macapá -- AP -- 96 Manaus -- AM -- 92 Salvador -- BA -- 71 Fortaleza -- CE -- 85 Vitória -- ES -- 27 Goiânia -- GO -- 62 São Luís -- MA -- 98 Cuiabá -- MT -- 65 Campo Grande -- MTS -- 67 Belo Horizonte -- MG -- 31 Belém -- PA -- 91 João Pessoa -- PB -- 83 Curitiba -- PR -- 41 Recife -- PE -- 81 Teresina -- PI -- 86 Rio de Janeiro -- RJ -- 21 Natal -- RN -- 84

Porto Alegre -- RS -- 51 Porto Velho -- Rondônia -- 69 Florianópolis -- SC -- 48 São Paulo -- SP -- 11 Aracaju -- SE -- 79 Palmas -- Tocantins -- 63 :::::::::: Informativo IBC O Terceiro Século (Antônio Menescal) O Instituto Benjamin Constant inicia o seu terceiro século de existência. Quase sesquicentenária, nossa Instituição, neste ano de 2001, dá seus primeiros passos no século Xxi. Quem sabe José Alvares de Azevedo e Francisco Xavier Sigaud, em meados do século Xix, jamais tivessem imaginado que a obra por eles iniciada em 1854 chegaria aos nossos dias com a amplitude observada e reconhecida. Contudo, o ano 2001 nos chega com as dificuldades conjunturais próprias do Serviço Público em nosso país: grande limitação na força de traba- lho, impossibilidade de realização de novos concursos, demora na viabilização da con- tratação de professores temporários, restrições orçamentárias, falta de incentivo e de perspectivas aos servidores, que não podem trazer desânimo em nossa missão. Buscar a reversão deste quadro é a função de todos nós. Reivindicar, buscar uma melhor adequação e lutar por direitos é mister; no entanto, temos de estar atentos e não deixar que nossos esforços sofram um viés na busca inócua de culpas internas desvinculando-os, nesse caso, de nosso objetivo maior, ou seja, atuar na melhoria das condições de atendimento à pessoa portadora de deficiência visual em todo o nosso país. ***

Convênios de Futuro O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa) é o mais novo conveniado ao IBC. Em uma cerimônia, no dia 21 de março, ficou estabelecida uma cooperação em prol de um aprimoramento profissional dos deficientes visuais. Estavam na solenidade, o diretor superintendente do SEBRAE, Paulo Maurício Castelo Branco, e o chefe do gabinete, Prof. Antônio Menescal. Um dos cursos de bastante expectativa foi o de autogerenciamento, intitulado "Como abrir o seu próprio negócio". São duas turmas compostas de 20 alunos cada. As aulas a- contecem em dois locais. Uma turma ficou no IBC e outra em Duque de Caxias. As aulas que foram realizadas em Caxias contaram com o apoio do Centro de Estudo Supletivo, do IBC e da Secretaria Estadual de Educação. O curso tem a duração de duas semanas e uma carga horária de 20 horas. Outras turmas estão sendo formadas. Novas turmas deverão ser abertas em Niterói, Nova Iguaçu, Macaé ou Friburgo. Brevemente será realizado um curso de informática. Serão dadas aulas de Informática básica -- _Windows, _Word e _Excel. Na área de qualificação profissional estão sendo buscadas novas parcerias com o objetivo de redimensionar a atuação da divisão do DMR (Departamento Médico e de Reabilitação). Os possíveis novos parceiros do IBC são: SETRAB (Secretaria de Trabalho), Força Sindical, Escolinha de Arte Brasil e EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agrária). Estão sendo planejados novos cursos, quase todos voltados para autogestão. Novos cursos: Tecnologias Desenvolvidas -- Secador de Frutas -- Secador de Produtos Alimentícios -- Produção de Biscoitos -- Produção de Soja Frita. -- Plantas Medicinais Ornamentais -- para Alimentação -- Desidratação de plantas -- Desidratação de frutas. Estes cursos serão financiados pelo SETRAB e, o IBC fará uma parceria com a EMBRAPA. Outro curso que deve ser iniciado é relacionado com música -- "Afinação de Instrumentos de Percussão". *** Uma grande conquista O ano de 2001 será um marco importante no que diz respeito às conquistas dos deficientes visuais que cursam o ensino fundamental nas escolas de todo o país. Os alunos que cursam da 1a. a 4a. série começarão a receber volumes do Guia dos Livros Didáticos em braille, uma luta que vem de algum tempo e que somente agora está se concretizando. A secretaria de Educação Especial, vinculada ao MEC, enviou cartas a 450 escolas públicas e particulares de todos os estados que tinham registros de alunos com deficiência visual. Do total, apenas 90 delas responderam e estas serão as beneficiadas com os primeiros 122 livros dos 321 aprovados pelo MEC que constam no guia. Até então, os alunos portadores de deficiência visual ficavam totalmente desamparados, haja vista que seus colegas de turma recebiam os livros que, para eles, não têm utilidade. O Professor Lucindo Ferreira da Silva Filho, do DTE (Departamento Técnico Especializado), ressalta que, com os recursos da ordem de 1,bi milhão de reais, liberados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), o IBC está modernizando a sua Imprensa Braille e está adquirindo 8 máquinas e 15 computadores novos. O projeto também envolve o trabalho de 7 equipes -- 6 no Rio e uma em São Paulo -- formadas por professores especializados, totalizando 23 pessoas. Além de transcrever os livros didáticos para o sistema braille, as equipes terão de fazer as adaptações necessárias para a melhor compreensão do aluno cego, como descrição de gráficos e fotografias. Portanto, não se trata apenas de trans- crever os livros para o braille, mas também adaptá-los de maneira que o aluno possa assimilar todas as informações. Os alunos receberão os livros numa "caixa-estante" de papelão resistente, evitando que os pontos em alto-relevo sejam comprimidos e sumam. Um livro em braille guardado em boas condições tem vida útil, cerca de 8 anos. Os alunos não precisarão devolvê-los ao final do ano letivo, podendo guardá-los para uma eventual consulta mais tarde. Alguns livros também já estão sendo disponibilizados na Internet, no _site do IBC (www.ibcnet.org.br) , para impressão remota. O Professor Lucindo informou, ainda, que os alunos do IBC também serão beneficiados com o projeto, assim que os professores definam os livros a serem adotados. Uma novidade que também gera expectativa é a atualização e o aperfeiçoamento do _software do programa "Braille Fácil". Disponível no _site do IBC para _download, o programa está sendo aperfeiçoado. Serão inseridos no programa: gráficos e expressões matemáticas. O programa ocupa pouco espaço e requer, no mínimo, um computador Pentium Iii. Os livros que serão adaptados e trans- critos estarão disponíveis, integralmente, no _site do IBC para uma eventual im- pressão em braille. A evolução das negociações, do FNDE, juntamente com a SEESP (Secretaria de Educação Especial) e o IBC, possibilitou esta revolução, no que se refere à transcrição e impressão braille no país. A luta perdurou quatro longos anos. Antes desta nova fase que se inicia, a transcrição em braille era responsabilidade de duas únicas imprensas braille de grande porte: o Instituto Benjamin Constant, no Rio, e a Fundação Dorina Nowill, em São Paulo. Algumas pequenas instituições também produziam li- vros transcritos, mas, em pequenas quantidades. ***

IBC e Helen Keller: parceiros pela prevenção O Instituto Benjamin Constant e o Instituto Helen Keller Internacional do Brasil firmaram uma parceria que vem dando certo na prevenção da cegueira. O projeto visa à saúde ocular em crianças, ao fornecimento de óculos e à realização de cirurgias de catarata em pessoas a partir dos 50 anos de idade. Helen Keller é uma fundação americana que atua em diversos países. Seu nome advém de uma criança que ficou cega e surda quando, aos 18 meses, teve uma forte febre. A partir de então, ela teve que se adaptar à nova realidade e foi a mola propulsora para que seu pai se empenhasse nessa nova luta pela prevenção da cegueira. Olga Torres é a diretora executiva da organização aqui no Rio e, junto com o IBC, vem realizando um importante trabalho neste sentido. O IBC entra cedendo a infra-estrutura e pessoal de apoio. Em contrapartida, os equipamentos do Helen Keller ficam alocados aqui e são usados no atendimento dos pacientes. Além disso, o Helen Keller conta com a participação de médicos qualificadíssimos, como o Dr. Rogério Neurauter, em planos de realização de cirurgias de catarata em outros lugares, como em São Fidélis (RJ), Juiz de Fora (MG) e São Paulo. Já foram realizadas cerca de 600 cirurgias de catarata. O Lions Clube também participa, patrocinando parte das cirurgias. Normalmente, as operações de catarata são parciais: opera-se apenas um olho de cada paciente, com o intuito de a- tender o maior número de pessoas. "Para quem não enxerga nada é uma alegria só começar a ver, mesmo que com um olho", diz a coordenadora do Helen Keller, Denise Barbosa de ALmeida. "Depois a pessoa pode operar a outra vista na rede pública pelo SUS", reitera. *** Evgen Bavcar -- Fotografia da Escuridão Um fotógrafo amador re- conhecido mundialmente pelo seu trabalho. Um filósofo apaixonado pela Arte e um cineasta. Evgen Bavcar, de 55 anos, é mundialmente famoso, mas um detalhe diferencia seus trabalhos dos demais: Bavcar é cego. No dia 3 de abril o fotógrafo compareceu ao IBC para uma palestra. Evgen Bavcar é eslovênio (nasceu na ex-república iugoslava), tinha visão normal e perdeu-a em dois acidentes distintos. Aos dez anos, enquanto brincava com a irmã, um graveto atingiu seu olho esquerdo, provocando a deficiência. Outro acidente, pouco tempo depois o fez perder a visão do olho direito. Aos 12 anos, o fotógrafo já estava completamente cego. A fotografia começou a fazer parte da vida de Evgen aos poucos e, casualmente. Durante o período em que esteve no teatro do IBC, ele frisou sobre o incentivo da irmã, do sobrinho e de amigos. E que eles também são os responsáveis por todo um amparo técnico antes da foto ser tirada. Mais informações sobre o fotógrafo podem ser adquiridas no seguinte _site: www.zonezero.com -- além de Evgen Bavcar, estão no site outros fotógrafos deficientes visuais. :::::::::: Noticiário Especilizado A Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB) está lançando o segundo número do "Catálogo Nacional de Publicações para Cegos" (CNPC), que relaciona 8'bbj (oito mil duzentas e vinte) diferentes obras, es- critas em braille, gravadas em fita cassete ou informatizadas em disquetes. O "CNPC" contém, além do mais, informações sobre o número de volumes, se a obra é escrita no sistema braille, o número de fitas gravadas, o nome do autor da obra, se é feita doação ou em- préstimo. Nesta segunda edição, quatorze 14 (quatorze) entidades, espalhadas pelo Brasil, oferecem seus trabalhos à coletividade de pessoas cegas. A SPLEB pede aos leitores que indiquem entidades que façam semelhantes serviços para que elas se juntem às 14 já inscritas no projeto CNPC, bastando para isso enviar-nos a relação de suas obras, a forma da disponibilidade (es- crita, gravada ou informatizada) e se para empréstimo ou doação. Rua Thomaz Coelho, 51, Vila Isabel, Rio de Janeiro -- RJ, CEP 20540-aaj ou endereço eletrônico: www.fst.com.br/cnpc. *** A SOCERN (Sociedade dos Cegos do Rio Grande do Norte) está com o seu _site atualizado e bem mais interessante, abordando assuntos como: prevenção da cegueira, como lidar com a pessoa cega, com _sites de diversas entidades e uma página muito acessível: www.ufrnet.br/SOCERN. E-mail: SOCERN@ufrnet.br ou SOCERN@ig.com.br. A SOCERN firma convênio em 2001 com o SINE-RN por meio do FATE objetivando realização de vários cursos: Informática, DOSVOX, Gestão de Micro e Pequenas Em- presas, _Telemarketing. Esses cursos são realizados visando qualificar os cegos para a sua inserção no mercado de trabalho. Os cursos de Braille e Sorobã, visam qualificar profissionais que atuem na rede regular de ensino, por meio de parcerias. Foi ainda firmado um convênio com a Fundação Bradesco, onde serão ministrados cursos de _Virtual _Vision em todos os módulos: IMI -- _Virtual _Vision -- _Windows -- _Word -- _Excel e _Internet, buscando qualificar os cegos do RN. *** Porta aberta Com mais de dois mil livros gravados em fita cassete, para empréstimo a deficientes visuais, a audioteca brasileira acaba de criar seu _site. O acervo está no endereço www.audioteca.com.br. Além de solicitar obras, será possível ouvi-las no pró- prio computador, mediante o uso de sintetizadores de voz. ***

Movimento de Mulheres Cegas da União Brasileira de Cegos "Nós da UBC estamos tentando fortalecer o movimento das mulheres cegas; para tanto, elaboramos um questionário de sondagem e divulgação, a- través da Revista Brasileira para Cegos -- RBC" Envie sua resposta em braille ou tinta para: União Brasileira de Cegos, Av. Independência, 779-fjc, Bairro Independência, Porto Alegre -- RS, CEP 90035-jgf, Fax: (051) 212-dggg, e-mail: oshsouza@portiveb.com.br. Questionário de Sondagem 1) Nome: 2) Endereço completo: 3) Fone: Fax: E-mail: 4) Data de nascimento: 5) Estado civil: 6) Filiada à qual entidade: 7) Escolaridade: 8) Grau de deficiência: Total Parcial 9) Situação profissional: 10) Local de trabalho: 11) Função que exerce: 12) Recursos e-ou adaptações para exercer a função: 13) Qual é a sua participação na sua associação: dirigente ou associada? 14) Sugestão de estratégias que possam facilitar o processo de mobilização das mulheres cegas: 15) A sua associação desenvolve alguma atividade voltada para a mulher? sim não Em caso afirmativo, descreva essa atividade resumidamente. 16) Você se interessa por um movimento que venha mobilizar as mulheres cegas do Brasil? sim não *** DECRETO n.o 2'bai, DE 2 DE MAIO DE 1997 Regulamenta o Imposto so- bre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas A Títulos ou Valores Mobiliários -- IOF. CAPÍTULO Iv DA ISENÇÃO Art. 9o. É isenta do IOF a operação de crédito: Vi -- para a aquisição de automóvel de passageiros, de fabricação nacional, com até 127 HP de potência bruta (SAE), na forma do art. 72 da Lei n.o 8'chc, de 30 de dezembro de 1991; DECRETO n.o 219, DE 19 DE SETEMBRO DE 1991 Instituído, no âmbito do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, o Pro- grama Nacional de Educação e Trabalho -- PLANTE. O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 84, inciso Iv, da Constituição Federal, decreta: Art. 1o. Fica instituído, no âmbito do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, o programa Nacional de Educação e Trabalho -- PLANTE, a ser desenvolvido em cooperação com a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Presidência da República e com o Ministério da Ação Social, o Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, o Ministério da Educação, o Ministério da Saúde, com o Programa Ministério da Criança e outras entidades interessadas na formação de mão-de-obra dos jovens, tendo como objetivo: Iii -- favorecer a ajuda mútua, de natureza técnica, gerencial e financeira, entre os organismos que atuam direta ou indiretamente com formação de mão-de-obra, em ações vol- tadas à realização de programas especiais dirigidos aos jovens, inclusive aos portadores de dificiência física, na perspectiva de sua inserção no mercado de trabalho, observada a legislação vigente, inclusive o Estatuto da Criança e do Adolescente; Art. 5o. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Lei n.o 6'ech, de 22 de junho de 1978 Dispõe sobre os Serviços Postais O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO Ii DO SERVIÇO POSTAL Art. 7o. Constitui serviço postal o recebimento, expedição, transporte e entrega de objetos de correspondência, valores e encomendas, conforme definido em regulamento. SS1o. São objetos de correspondência: d) cecograma; TÍTULO Vi DAS DEFINIÇÕES Art. 47 Para os efeitos desta Lei, são adotados as seguintes definições: CECOGRAMA -- objeto de correspondência impresso em relevo, para uso dos cegos. Considera-se também cecograma o material impresso para uso dos cegos. Disposições Finais Art. 48 O Poder Executivo baixará os decretos regulamentares decorrentes desta lei em prazo não superior a 1 (um) ano, a contar da data de sua publicação, permanecendo em vigor as disposições constantes dos atuais e que não tenham sido, explícita ou im- plicitamente, revogados ou derrogados. Art. 49 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Brasília, 22 de junho de 1978; 157o. da Independência e 90o. da República. :::::::::: Troca de Idéias Leisemberg Rodrigues da Silva Rua Alzira Brandão, 281, Tijuca, Rio de Janeiro -- RJ, CEP 20520-jgj "Tenho 19 anos e desejo corresponder-me com pessoas de ambos os sexos para fazer boas amizades e talvez encontrar minha alma gêmea." *** Maria Josileide Soares dos Santos Rua Tiradentes, 121, Santa Luzia do Norte, Alagoas -- Sergipe, CEP 57130-jjj "Tenho 29 anos e gostaria de corresponder-me com evangélicos." *** Elisângela Cristina Rua B2, n.o 174, Vila Atlântida, Montes Claros -- MG, CEP 39400-igj "Tenho 23 anos, sou sol- teira e gostaria de corresponder-me com rapazes de 25 a 30 anos para fazer amizades e, quem sabe, ter um compromisso sério." *** Cristina Varela Rua Família Marques, n.o 69, Brejos de Azeitão, CEP 2925, Azeitão -- Portugal. "Desejo trocar correspondência com pessoas cegas para uma futura amizade." *** João Adriana de Souza L. Bertonia Rua Justino de Carvalho, no. 156, Jardim Promessa, Várzea Paulista -- SP, CEP 13220-jjj "Tenho 25 anos e gostaria de corresponder-me com jovens de 15 a 30 anos para uma sincera amizade ou algo mais, pois sou muito amigo e também carinhoso." *** Eva Divina Teodoro Rua Professor Josias de Souza Lima, 4-f, Bauru -- SP, CEP 17025-fgj "Desejo corresponder-me com homens cegos de 57 anos em diante, para uma boa amizade ou compromisso sério." *** Sergio Manuel da Cunha Rua Francisco Tapajós, 199, Vila Santo Estéfano -- São Paulo, SP, CEP 04153-jjj "Tenho 25 anos, sou sol- teiro, trabalho como analista de sistemas no Banco Bilbao Viscaia, tenho situação financeira definitiva e desejo corresponder-me com moças en- tre 20 e 30 anos para uma boa amizade ou algo mais." ***

Ivanildo do Amparo Marins Rua Terêncio de Oliveira, lote 19, quadra A, Areal -- Itaboraí, RJ, CEP 24800-jjj, Tel.: 91026587 "Gostaria muito de corresponder-me com vocês, que são garotas muito especiais, para uma futura amizade." *** Josué Leandro da Rosa Coelho Rua Vereador Severino Possamai, n.o 23, Nova Brasília, Sombrio -- SC, CEP 88960-jjj "Gostaria de me corresponder com pessoas que façam parte do meio evangélico para troca de informações e amizade." *** Shirley Grazielly Pereira Fernandes Rua Alberto Bôsco, 775, Vila Padre Anchieta, Campinas -- SP, CEP 13068-jji "Tenho 10 anos e gostaria muito de corresponder-me com pessoas simpáticas e alegres de qualquer idade." :::::::::: Ao leitor Solicitamos aos nossos leitores, abaixo mencionados que atualizem seus endereços, pois suas revistas estão voltando por vários motivos: caixa postal cancelada, revista não retirada, etc. Associação Pais e Amigos Pró DV. José Robson da Silva ::::::::::