äoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäo ä o ä REVISTA BRASILEIRA o ä PARA CEGOS o ä o ä Ano Lviii -- n.o 493 o ä Outubro-Dezembro o ä de 2000 o ä o ä Instituto o ä Benjamin Constant o ä Diretor-Geral do IBC o ä Prof. Carmelino o ä Souza Vieira o ä Fundador da RBC o ä Prof. José Espínola o ä Veiga o ä Responsável pela RBC o ä Kate Q. Costa o ä Impressa na o ä Imprensa Braille o ä do IBC o ä Av. Pasteur, 350-cfh, o ä Urca, Rio de Janeiro, o ä RJ -- Brasil o ä CEP 22290-bdj o ä Tel.: (0xx21) 543-aaai o ä ramal 145 o ä o äoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäo SUMÁRIO Editorial ,,,,,,,,,,,,,, 1 Tempos Antigos ,,,,,,,, 2 Meio Sapiens, meio Neandertal ,,,,,,,,,,, 8 Seu Novo Amigo O Robô ,,,,,,,,,,,,,, 10 O Coliseu ,,,,,,,,,,,,, 16 Era uma vez em Olímpia ,,,,,,,,,,,,,, 19 Patrono dos Homens Públicos Improbos ,,, 30 Paris Flui por meio de todos os Sentidos ,,,, 33 Histórias Interessantes ,,,,,,,, 36 Artes ,,,,,,,,,,,,,,,,,, 43 Brasil ,,,,,,,,,,,,,,,,, 45 Ecologia ,,,,,,,,,,,,,,, 48 Lugares do Mundo ,,,,,, 49 Ciência e Saúde ,,,,,,, 54 Variedades ,,,,,,,,,,,,, 76 Informativo IBC ,,,,,, 95 Notciário Especializado ,,,,,,,, 98 Troca de Idéias ,,,,,,, 106 Ao Leitor ,,,,,,,,,,,,, 107 ::::::::::

Liberdade É um bem inerente a todos: ao verme, para aprofundar-se terra adentro; à águia, para alçar vôos estratosféricos, e ao homem, mesmo sob grilhões, para pensar, sonhar e esperar... Há os que são prisioneiros de seus preconceitos, o que os impede do convívio fraterno entre seus pares e os que lhes são contrários. Há os que, incapazes de se libertar do imobilismo, negam- -se a dar o primeiro passo, indispensável à caminhada, fora e dentro de si mesmos. Liberdade para o pensamento -- quando se deseja expressá- -lo através da palavra, e esta é silenciada em nome de obscuros deuses. Liberdade para o movimento -- quando há o espaço azul e infinito, e o pássaro permanece engaiolado, sem possibilidade de fuga. Mas, a pior das prisões é a daquele que tem o coração a- correntado ao poder sem limites, subjugando e impondo condições degradantes ao seu semelhante, que, mesmo dominado, é livre para perdoar. :::::::::: Tempos Antigos (Rachel de Queiroz) Ah, meus tempos, meus bons tempos! suspiram os velhos. E minha sobrinha duvida: será mesmo que nos tempos de antes era melhor? Não, não era me- lhor. Pelo menos no meu tempo não era. E não creio que tem- po nenhum tenha sido melhor. Gente mais velha tem memória fraca, ou pelo menos memória seletiva. Recorda apenas o agradável e trata de esquecer o ruim. Ser moço é uma carga muito dura que só se agüenta porque moço tem força e resistência. Só os velhotes frívolos ou desmemoriados falam sinceramente em saudade dos tempos de juventude. Meninice, adolescência, mocidade são quadras amargas que a gente atravessa porque não tem outro jeito. E, quando se olha para trás, com o recuo que nos dá a idade, nem se compreende como se teve capacidade para viver aquilo tudo e sair incólume -- sair-se pelo menos vivo! Ah, como é dramática na mocidade a carga de responsabilidade pelo mundo! Me lembro quando eu andava entre os 18 e os 20, as culpas que carregava nos ombros, tudo que andava certo ou errado, a bem dizer era meu: as crianças famintas na China, os sem-trabalho ingleses, os oprimidos negros americanos, os nossos moços revolucionários que morriam de febre na Clevelândia, a desigualdade das leis, o casamento indissolúvel, o divórcio, as mães solteiras, a mais-valia, o dia de trabalho de dezoito horas, o _slogan por trabalho igual salário igual, a guerra imperialista, o Tratado de Versailles, Sandino, o Kuomintang, as nacionalizações do México, Saco e Vanzetti -- tudo isso me pesava às costas. Quando Hitler tomou o poder, em 1932, passei a noite chorando. Isso no terreno sócio-político-universal. E no terreno íntimo e pessoal? Não se dá apreço, sendo moço, aos valores reais da mocidade -- a pele fresca, a inteligência intocada, o coração generoso. O que se sente é a peia da inex- periência, é a conspiração dos mais velhos. Aquela vontade de gritar, de furar muralhas e tratar os outros de igual para igual. De parecer sofisticado, seguro de si, irônico e superior! E ainda não aludi aos dramas de coração. O amor, o grande tormento dos moços, que começa na adolescência e se prolonga até a pacificação da meia-idade. Tente lembrar-se, cavalheiro, do seu primeiro namoro -- os temores que padeceu, os ódios, os ciúmes, o diabólico sentimento de inferioridade. O terrível desespero nos rompimentos, os desejos de suicídio, a impressão de que o mundo acabou. Mas de tudo, o que eu lembro pior na mocidade é o vazio do futuro à frente. Não uma promessa, mas um vácuo. Não caminho florido, mas um túnel de conteúdo ignorado. A coisa de que a mocidade tem mais medo é do fracasso e da mediocridade. Despreza e lamenta a gente velha que se acomoda com os seus pequenos êxitos de segundo plano. Meu Deus, que conforto a idade madura e a ve- lhice, quando a gente descobre a doçura de ser pouca coisa. Livre do áspero estímulo da ambição, da falta de fôlego da disputa. Descobrir, com sur- presa e alegria, que não era imperativo categórico a gente ser um sublime romancista, um insuperável artista trágico, um herói popular, um sábio, um santo -- UM GRANDE. Que não se envergonha de ser um romancista menor, um cidadão menor, uma pessoa do comum... Então a gente se contenta com nem ter muito dinheiro, nem muita fama, nem mesmo, sim -- nem mesmo muita felicidade. Aprende a aceitar confortavelmente a meia ração e ainda agradecer por ela. A ceder os primeiros lugares para os mais dotados e os mais sôfregos, sem as fúrias e a pressão que acicatam os favoritos. Desco- brir que o bom é bater palmas e não disputar os aplausos. E ir perdendo, pouco a pouco, a aflição pela sorte do mundo como o português da anedota, constatar, com um suspiro de alívio, que afinal de contas o navio não é nosso. Que, em suma, fizesse a gente o que fizesse, não alterava nada.

Agora a menina vai dizer que, em resumo, a mocidade é generosa e a velhice é egoísta. Claro. Em compensação, a mocidade é ambiciosa e agressiva e a velhice é pacífica, respeitadora do lugar de cada um. Lembre-se também de que a mocidade é a quadra em que se chora. Velho não chora, ou chora pouco. Lágrimas de moço queimam os olhos e maltratam o rosto, enquanto as lágrimas de velho apenas lavam e refrescam. Pensando bem, pensando bem, o que é bom mesmo é a vida. Porque, afinal, todas essas coisas que se louvam no enve- lhecer não significam mais que as prestações pagas, as dívidas arquivadas, as esperanças e os ardores peremptos. A promessa do fim. ::::::::::

Meio Sapiens, meio Neandertal (Revista Superinteressante) Tente se imaginar na pré- -história, em um grupo de homens e mulheres usando peles de animais, empunhando lanças de madeira, de olho atento no horizonte, à espreita de algum animal que possa ser transformado em almoço. Você e seus amigos rumam para o norte, mais frio, porque ao sul, onde é hoje a África, já há gente demais e a comida escasseia. Nenhum conhecido seu jamais havia pisado ali. Então, surge à sua frente um ser fora do comum. Uma espécie nunca vista. Ele e seus companheiros estão adornados mais ou menos como você, mas, ao contrário de todos os ou- tros homens que você conhece, os estranhos não são negros -- eles têm a pele muito branca. Também são baixos, com braços e pernas incrivelmente fortes, crânio grande e larga mandíbula. Cenas como essa provavel- mente começaram a acontecer há uns 100 mil anos, primeiro no Oriente Médio e mais tarde na Europa. Elas colocaram frente a frente, pela primeira vez, as duas espécies humanas que, à época, habitavam a Terra -- o _Homo _sapiens, que é o homem atual, e o _Homo _neandertalensis, ex- tinto cerca de 20 mil anos atrás. A essa altura, você faz uma idéia do susto provocado por esses contatos iniciais. Mas nem os pesquisadores poderiam supor que, em seguida, até casamento entre as duas estirpes teria rolado. O primeiro indício de um possível enlace entre as espécies, foi anunciado pelo arqueólogo João Zilhão, presidente do Instituto Português de Arqueologia, e pelo paleoantropólogo americano Erik Trinkaus. Os dois cientistas divulgaram a descoberta de uma criança de 4 ou 5 anos, morta há cerca de 25 milênios. Tinha a mandíbula delicada e os dentes pequenos, traços típicos dos _sapiens, os negros altos, com 1 metro e 75 centímetros, da reunião imaginária descrita acima. Mas os ossos dos seus braços e pernas eram surpreendentemente grossos e curtos, como os dos neandertais, os brancos baixinhos, com 1 me- tro e 65 centímetros, presentes naquele episódio. Supõe- -se que desse encontro, o primeiro mulato teria surgido. :::::::::: Seu Novo Amigo O Robô (José Augusto Lemos) Quem nunca sonhou em ter uma empregada como Rosie, a andróide da família Jetson? Mais que personagem de um desenho animado, Rosie encarna uma utopia: o ideal de que a tecnologia nos livrará de todo trabalho braçal e de toda tarefa chata e repetitiva. Pois agora você tem Tmsuk, a faxineira andróide fabricada por uma empresa japonesa, capaz de cuidar da casa, limpar janelas, carregar móveis, buscar encomendas e até ser sua enfermeira. Ela ainda custa caro. Em compensação, coloca toda sua força bruta a seu serviço. E o preço ainda vai cair. É só o começo. O mundo en- trou no ano 2000 com 1 mi- lhão de autômatos. Quase 99 por cento são braços mecânicos usados na indústria automobilística, mas nos próximos quinze anos os robôs domésticos estarão integrados ao nosso dia-a-dia. Serão tão comuns quanto microcomputadores e telefones celulares. Tmsuk pode ser a primeira deles. Minimordomos -- Eles medem 44 centímetros de altura, reconhecem a fisionomia dos mem- bros da família e chamam cada um por seu nome. Obedecem a comandos de voz e realizam tarefas simples. Assim é o R100, da empresa japonesa NEC. Cobra versátil -- Robôs parecidos com cobras, feitos de vários módulos, podem ad- quirir diferentes formas, conforme a necessidade do momento. As possibilidades são quase infinitas. Ele é capaz de rastejar sob os escombros de um terremoto em operações de resgate. Pode ajudar na manutenção de sistemas de esgoto e encanamentos. Se você precisa de uma cadeira, _presto! Se mudar de idéia e quiser uma mesa, ele também obedece. Garçonete _high-_tech -- Mei Mei é o nome desta sim- patia de 1 metro e 40 centímetros de altura, que trabalha como garçonete num café, em Tóquio. Ela transporta o cardápio e os copos de bebida para as mesas, sem esbarrar nelas, graças à ajuda de trinta sensores espalhados por seu corpo. Para anunciar sua chegada, ergue os braços e dá boas-vindas -- uma das 26 frases de seu repertório. O rosto-monitor, além de exibir vinte expressões diferentes, é do tipo _touch _screen -- ou seja, é tocando na tela que clientes e funcionários do restaurante, interagem com a robô, selecionando seus pedidos ou indicando a mesa à qual ela deve se dirigir. Confidente noturna -- O nome _Cynthia's _Cyberbar não deixa dúvidas. A atração principal desse _pub londrino é a andróide Cynthia, que não sai de trás do balcão. Ela trabalha como _barmaid, o feminino de _barman, aquela criatura que passa a noite preparando drinques e aturando lamentos, piadinhas e cantadas dos clientes. Cynthia faz 75 coquetéis diferentes -- incluindo um celebrado _dry _martini. Os donos têm uma fábrica de robôs educativos e criaram o bar para a sua es- trela tecnológica. Cynthia tem um repertório de 3 mil frases e descreve o preparo de cada drinque: "Agora, o gim..." "Agora, a azeitona". E nunca perde a paciência. Mas não está a venda. Metal sensível -- Aibo, o cão-robô da Sony, não só interage com o dono como é capaz de "amadurecer" com ele. Um _software registra o tratamento que o brinquedo recebe e produz suas reações de acordo com ele. Os primeiros meses depois de ser adquirido, correspondem à sua fase de "fi- lhote". O robô vai registrando o modo como é tratado e definindo seu "caráter". Quanto mais acariciado for, mais ale- gre fica. Se for ignorado, torna-se "frustrado". Maltratado, fica "raivoso". O repertório de emoções, ações e até frases feitas, também pode ser editado pelo próprio com- prador em um PC, por meio de outro _software, vendido como acessório. A evolução da robótica não se limita aos autômatos de uso pessoal. Na Medicina, braços mecânicos de precisão submilimétrica já estão auxiliando médicos em operações delicadas. Depois da primeira cirurgia cardíaca por controle remoto -- em maio de 1998, no Hospital Broussais, em Paris --, a prática vem-se tornando mais e mais freqüente. Um robô chamado Otto realizou a primeira cirurgia facial na Universidade Humboldt, em Berlim. O chefe da equipe, Tim Lueth, contou que existem hoje 150 robôs cirurgiões no mundo. Outro projeto de orientação médica chama a atenção: a Ibot, uma cadeira de rodas inteligente, desenvolvida pelo inventor americano Dean Kamen, da Johnson e Johnson. Ela se inclina, a- travessa terrenos acidentados e até sobe escadas. Mas o mais importante é o sistema de três computadores que votam entre si que ação tomar quando detectam uma falha. A tecnologia -- em testes, após cinco anos de pesquisa -- deve acelerar o desenvolvimento da inteligência artificial. Entramos na era dos robôs com autonomia decisória -- assunto polêmico. Yuji Shichijo, um dos responsáveis pela andróide Tmsuk, não dispensa o controle em suas mãos: "Temo que o uso incorreto da inteligência artificial em robôs represente perigo para o homem", diz. "Quando uma máquina erra, não dá para corrigir." :::::::::: O Coliseu (Revista Viagem e Turismo) "Salve, César! Aqueles que vão morrer te saúdam." Era assim que os gladiadores romanos reverenciavam o imperador, que assistia aos espetáculos. O maior símbolo do Império Romano resistiu a tudo. Passou por um terremoto no ano 442, perdeu todas as estátuas de bronze que o adornavam para as igrejas cristãs, e atravessou séculos no mais completo abandono. Mesmo assim, reduzido a ruínas -- e ainda ameaçado pela depredação dos turistas e pela poluição de Roma --, até hoje o Coliseu impressiona pela perfeição de suas linhas. Construído entre 70 e 82 d.C., era mais confortável do que muitos estádios atuais. Sua arquibancada acomodava 55 mil espectadores, que não levavam mais do que 10 minutos para entrar ou sair do anfiteatro, graças às 80 entradas em arco, distribuídas em toda a sua volta. As arquibancadas eram divididas em cinco setores, conforme a classe social dos espectadores. Mas todos entravam de graça. E o acesso, por túneis e corredores, era muito fácil. O Coliseu tinha 50 metros de altura e 188 em seu eixo maior. A arena, em forma de elipse, escondia no subsolo um emaranhado de túneis que levavam às celas dos animais ferozes usados nos combates com gladiadores. Calcula-se que 5 mil feras tenham sido abatidas nos 100 dias de pão e circo que marcaram a inauguração do Coliseu. O transporte dos leões à arena era feito em várias etapas. As feras passavam dos abrigos para as jaulas, que eram içadas até um corredor. Dali, os animais eram induzidos a sair por uma passarela e subir uma rampa até o local do _show. Uma rede em volta da arena protegia os espectadores. Os animais eram trazidos da África pelos conquistadores romanos. Já os gladiadores eram, em geral, escravos e prisioneiros. A arena do Coliseu só foi escavada um século atrás, revelando uma intrincada rede de túneis. Ao lado do Coliseu, o Colosso de Nero, uma estátua de bronze de 35 metros de altura. O nome Coliseu -- _Colosseum, em italiano -- derivou daí. A estátua, em homenagem ao imperador Nero, não existe mais. :::::::::: Era uma vez em Olímpia (Revista Estasy) Enquanto esperava a hora da luta, Milo amarrou um cordão na testa e começou a fazer força com os punhos cerrados. Seu rosto ficou vermelho e trêmulo e as veias da cabeça apareceram. Até que o cordão arrebentou. A multidão, eufórica, começou a berrar sob o sol infernal de agosto, auge do verão grego. Já com mais de 40 anos, Milo conservava a força descomunal que lhe dera cinco títulos olímpicos -- em 532, 528, 524, 520 e 516 a.C. Sem contar os jogos de 540 a.C., que ganhou na categoria infantil. Milo era de Crotona. A Grécia não era um país, mas um amontoado de cidades independentes, espalhadas por lugares tão distantes quanto Itália, Espanha, Líbia, Egito, Irã e Ucrânia. Todas se reuniam a cada quatro anos em Olímpia. Como todos os atletas, Milo estava nu -- conta-se que essa tradição começou quando um corredor perdeu as calças em uma prova e tropeçou. À sua frente, um jovem chamado Timotheos esperava o começo do combate, encarando Milo com receio. Era a final do torneio o- límpico de luta. Terminava ali um exaustivo período de preparação. Timotheos e Milo tinham passado dez meses treinando duro para os jogos -- uma exigência dos juízes, para todos os atletas. O vencedor sairia da _skamma (ringue de areia) coberto de glória. Ao perdedor, restaria esperar a olimpíada seguinte. Enquanto o mítico herói Milo partia para cima do seu inexperiente rival, a multidão em pé se acotovelava, numa ou- tra luta, cujo prêmio pela vitória era enxergar, pelo menos, um relance do confronto histórico. Não havia arquibancadas. Todos os torcedores eram homens, já que as mulheres não podiam assistir às o- limpíadas ou tomar parte nelas -- tinham que se contentar com os bem menos importantes "Jogos de Hera". A empolgação da torcida foi diminuindo. O carismático Milo não conseguia agarrar o adversário. Horas depois, a- cabou-se cansando -- a luta não tinha limite de tempo, só terminava quando alguém caísse três vezes. Foi com surpresa que a multidão assistiu a Timotheos, mais ágil, partindo para cima de Milo e derrubando-o. A essa primeira queda, seguiram-se outras duas. Pronto, estava terminada . Apesar da derrota, a torcida ergueu o herói Milo e saudou- -o. Timotheos, reverente, participou da homenagem. Milo de Crotona foi o maior atleta da Antigüidade, um título e tanto. Afinal, as olimpíadas existiram por mais de mil anos. Surgiram por volta de 800 a.C., quando os habitantes da região, que festejavam o final da colheita louvando Zeus e Hera, o rei e a rainha dos deuses, começaram a apostar corridas. Sabe- -se que, em 776 a.C., já havia um evento, que tinha uma prova só: a corrida de 200 metros. Depois, incorporou outras corridas, a luta (esporte de Milo), o boxe, o _pankration (uma espécie de vale-tudo), o _pentatlo, a música e as provas hípicas. A derrota de Milo para Timotheos, que marcou o fim da sua legendária carreira, aconteceu em 512 a.C., na #!(a Olimpíada. Timotheos, como todo cam- peão, nunca mais pagaria por refeições, teria lugar certo na primeira fila dos anfitea- tros, jamais gastaria um centavo com hospedagem e seria reconhecido na rua até morrer. Ganhou, também, o direito de construir uma estátua sua em Olímpia. Sem falar no prêmio que receberia do governo da sua cidade, que os historiadores estimam que fosse equivalente a meio milhão de reais. Mas não há dúvidas de que Milo de Crotona foi um herói do mundo grego, adorado como um semideus depois de morrer. Não foi o único. Leônidas de Rodes foi outro atleta fenomenal. Venceu as três corridas olímpicas -- _stade (200 m, extensão do estádio), _diaulos (400 m) e _dolikhos (5'jjj m). Mais impressionante só a proeza de Arrichion, que foi campeão depois de morto. Não, não se trata de uma espécie de El Cid grego. Arrichion lutava _pankration, uma luta cuja única regra era não morder o adversário, nem enfiar o dedo no olho ou em qualquer orifício do seu corpo (graças a Zeus!). As irregularidades eram punidas pelo juiz com chicotadas. Arrichion tinha vencido o _pankration uma vez, mas estava-se saindo mal naquela final. Seu adversário apanhou-o em uma tesoura com as pernas e espremeu-o. O ex- -campeão ficou sem fôlego, mas conseguiu segurar o pé do ad- versário e quebrar-lhe o tornozelo. O rival desistiu na hora, entregando a vitória. Para Arrichion, no entanto, era tarde: roxo pela falta de ar, caiu morto naquele mesmo momento. Foi premiado postumamente. O boxe era a modalidade de alguns dos maiores mitos da Antigüidade. Um deles foi Theagenes, da Ilha de Thasos. Ele ganhou a prova em 480 a.C. e, quatro anos depois, foi campeão também do _pankration. Quando morreu, o povo de Thasos construiu uma estátua em sua homenagem, como era costume fazer com os grandes campeões. Outro boxeador da cidade resolveu se vingar dos inúmeros socos que tinha levado de Theagenes e ia toda noite bater na estátua. Até que, um dia, ela se soltou e caiu sobre ele, matando-o. Os filhos do rival enfurecido -- derrotado até pela memória de Theagenes -- processaram a estátua por assassinato. Isso soa estranho hoje, mas fazia sentido para a lei helênica. A peça acabou condenada e, como pena, jogada ao mar. Só foi recuperada anos depois, quando uma praga assolou a ilha, e um oráculo aconselhou os nativos a receberem o boxeador de bronze de volta. Muitos dos cavaleiros gregos, que participavam das Olimpíadas, eram também soldados e colheram tantas glórias no hipódromo quanto nos campos de batalha. O mesmo vale para os corredores e os lutadores -- conta-se que Milo de Crotona acabou, certa feita, com uma tropa inimiga inteira. Havia até uma corrida chamada _hoplitodromia, na qual os a- tletas competiam com trajes de soldado (imagine a cena ridícula: um monte de marmanjos pelados, tentando correr com um capacete e segurando um pesado escudo). Mas a mais militar das provas era o _pentatlo, que incluía provas de arremesso de disco e de dardo, salto em distância, luta e corrida. Essas habilidades eram essenciais para um soldado antigo, que o tempo todo precisava jogar pedras e lanças, pular por cima de arbustos, lutar e correr. Havia também torneios para escolher o melhor corneteiro, que ganhava, além da coroa de folhas de oliveira, a honra de anunciar os outros vencedores. Aqui também os soldados se davam bem. Exemplo disso foi o supercampeão Herodoros, de Megara, uma cidade próxima de Atenas. Dez vezes campeão em Olímpia, ele participou, com sua corneta, do ataque à cidade de Argos. Tocou tão bem e tão alto, e inspirou os soldados de tal forma, que foi responsabilizado pela vitória. Para ver de perto heróis desse calibre, multidões rumavam para Olímpia. A maioria ia aos jogos porque sabia que algo espetacular iria acontecer. Acredita-se que alguns jogos tenham atraído até 200 mil pessoas. Para ter uma i- déia do que isso significava, a população de Atenas, principal cidade da época, não passava de 250 mil. Toda essa gente enfrentava a falta de água potável -- muitos morriam desidratados -- e viam as provas de pé, em meio a um empurra-empurra e a uma multidão de vendedores de comida, de vinho e de _souvenirs. Certamente não eram poucos os que sucumbiam pela ponta de um dardo perdido, ou sob as rodas de uma charrete descontrolada -- como você deve imaginar, não havia alam- brados. Os cronistas antigos falam em insolação, queimaduras de sol e reclamam do baru- lho insuportável. Nada a ver com a imagem que muitos têm de um mundo clássico limpo e organizado. Olímpia não tinha casas, a- penas templos e instalações esportivas. Fora da época dos jogos, a cidade sagrada ficava deserta. É fato que os jogos antigos se parecem, em muitos aspec- tos, com os atuais. Mas havia uma diferença fundamental: as olimpíadas tinham uma enorme importância religiosa. Não havia o ambiente profano de hoje. Entre uma prova e ou- tra, o público visitava o sa- grado Templo de Zeus, onde havia uma fabulosa estátua do rei dos deuses, que, com 13 metros de altura, era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Quando o Império Romano instituiu, à força, o cristianismo, os jogos começaram a morrer, junto com a religião grega. Depois, um alagamento e dois terremotos derrubaram os templos e cobriram de pe- dras as glórias de Olímpia. Só em 1875, mais de um milênio depois, arqueólogos alemães começaram a desenterrar a pista onde Leônidas de Rodes brilhou, a arena onde Arrichion morreu, as colunas que ecoaram a música de Herodoros de Megara e as estátuas de Milo de Crotona. Vinte e um anos depois, sob a inspiração trazida pelas escavações, realizou-se, em Atenas, a primeira olimpíada moderna. Os heróis estavam de volta. :::::::::: Patrono dos Homens Públicos Improbos (Revista Época) O suspeito veio na comitiva de Tomé de Sousa. A História colonial do Brasil pode ser vista como um manancial permanente de exemplos, metáforas e lições para qualquer interessado em entender melhor o país que hoje é. Vejamos o caso de nosso primeiro "ministro da Justiça", Pero Borges. Ele desembarcou na Bahia, em 29 de março de 1549, na comitiva do primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Sousa. Ocupava cargo de relevo: meses antes, fora nomeado ouvidor- -geral do Brasil. O posto -- que equivaleria hoje ao de ministro da Justiça -- proporcionava-lhe alto salário: Pero Borges ganhava 200 mil réis por ano (quantia que ele, valendo-se de uma {largueza do rei}, conseguiu receber antes de embarcar). O adiantamento de salário esteve longe de ser o único favor que dom João Iii prestou ao dileto súdito. Corregedor em Elvas, Portugal, o doutor Borges foi por ele incumbido, em 1543, de supervisionar a construção de um a- queduto. Adquiriu o estranho hábito de receber dinheiro em casa, sem a presença do escrivão nem do depositário. Quando as obras foram paralisadas, antes de concluído o aqueduto, "algum clamor de desconfiança se levantou no povo". Os oficiais da Câmara de Elvas es- creveram então ao rei, solicitando que o caso fosse investigado. Uma comissão averiguou detidamente as contas e apurou que o doutor Pedro Borges tinha desviado 114 mil réis, mais de 10 por cento do total da verba -- uma fortuna naqueles tempos. No dia 17 de maio de 1547, condenado a pagar, à custa de sua fazenda, o di- nheiro extraviado, ele também foi suspenso por três anos do exercício de cargos públicos. A 17 de dezembro de 1548, no entanto, passados somente um ano e sete meses da sentença, o mesmo Pero Borges foi nomeado, pelo mesmo rei, para o cargo de ouvidor-geral do Brasil. No dia 1o. de fevereiro de 1549, zarpou com Tomé de Sousa rumo à colônia. No Brasil, Pero Borges se deu bem. Não apenas ficou no posto pelos três anos de duração do primeiro governo- -geral como também acumulou o cargo de provedor-mor da Fazenda (o equivalente a minis- tro da Economia) no governo seguinte, de Duarte da Costa, a partir de 1553. Era a raposa cuidando do galinheiro. ::::::::::

Paris Flui por meio de todos os Sentidos (Alberto do Amaral Júnior -- Cronista Cego) O que é viajar sem ver? O que é conhecer cidades e países sem enxergar? O que é estar em Paris, sem poder admirar os contornos da torre Eiffel, a arquitetura dos e- difícios ou o brilho esfuziante da cidade iluminada? Para a pessoa de visão normal, há uma relação indissociável entre viajar, olhar e conhecer. O olhar é o meio pelo qual o viajante conhece o mundo, que não é seu. Conhecer um lugar confunde- -se assim com as imagens que a retina guarda do que já foi visto. Por acaso, não haverá um olhar sem ver, do mesmo modo que um ouvir sem escutar? Quando Beethoven, já surdo, regia as sinfonias que compôs, não ouvia ele os acordes de cada instrumento da orquestra? O cego não olha; sente e capta formas, sons, gosto e cheiro. Busca a alma do lugar, aquilo que o torna pró- prio, particular. Persegue a totalidade, integrando as partes isoladas. Paris tem formas abundantes. Tem, ao mesmo tempo, as formas das mulheres jovens e maduras, a expressividade das esculturas de Rodin. Exibe os traços doces de Camile Claudel e as feições rudes de Rose Beuret. Em meio à turbulência dos tempos, vibram sons imemoriais, gritos de multidões enfurecidas, gemidos de desespero exprimem a dor dos condenados por Robespierre. O ruído dos passos dos soldados alemães, durante o período de o- cupação, convive com a euforia da liberdade conquistada. Nos cafés, é possível ouvir alguém comentar os problemas governamentais, com a mesma naturalidade com que se discute a rotina morna do cotidiano. Na {gare du nord}, o mendigo não hesita em pedir di- nheiro para comer. O francês com acento africano é ouvido um pouco por toda parte. Pessoas vindas de terras distantes falam de saudades e esperanças, sem esquecer de contestar as restrições impostas pela imigração. Paris tem o gosto do vinho, dos queijos e dos beijos dados ou simplesmente desejados. Nela, o sabor requintado da {ancienne cuisine} está há poucos metros da modernidade das redes de _fast _food. No ar de Paris, flutua o odor dos perfumes finos, das celas imundas e já destruídas da Bastilha. Os {banlieus} afastados, os edifícios de séculos diversos, os mercados de ontem e de hoje exalam mil cheiros, que se fundem. Paris é a sensibilidade, para senti-la em sua unidade múltipla, na qual o grande fotógrafo cego retrata uma realidade imaginada. Para conhecer Paris é necessário desvendá-la com o olhar penetrante da sensibilidade. :::::::::: Histórias Interessantes O Grande Amor de Tiradentes -- O dia 21 de abril de 1792 assinala uma das páginas mais tristes de nossa História. É enforcado, no Rio de Janeiro, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, 46 anos, dragão da tropa lusitana, que trocou a fidelidade jurada ao Rei para semear o sonho de liberdade entre os brasileiros. Naquele sábado, às 11 horas e 45 minutos, o alçapão do cadafalso se abre, deixando o condenado pendurado na ponta da corda. Para abreviar o sofrimento de todos, o carrasco ordena que um escravo pule sobre o corpo do réu, fazendo-lhe aumentar o peso. Em seguida, o cadáver de Tiradentes é levado à Casa dos Canhões, um arsenal que viria a abrigar, mais tarde, o Museu Histórico Nacional, na Praça Marechal Âncora, hoje Praça Xv, Centro do Rio. Lá, é esquartejado a machado. Para não putrefazerem-se rapidamente, os despojos são conservados em salmoura. Posteriormente, são espalhados pelos lugares onde o alferes costumava pregar suas idéias de liberdade, enquanto protegia as tropas que transportavam o ouro das Minas Gerais para a pesagem e a fundição, no Rio. Daqui o metal era enviado aos cofres da Coroa Portuguesa, em Lisboa. A perna direita de Tiradentes é amarrada num poste da pracinha de Cebolas, um pequeno povoado na região do Paraíba do Sul. Ali, fica exposta, para servir de exem- plo aos que ousem imaginar que, um dia, o Brasil poderá livrar-se do jugo lusitano. Os habitantes ficam chocados, evitam sair à rua. As crianças são trancadas em casa, a bodega fecha. Uma mu- lher, no entanto, se enche de coragem e resolve recolher a- quele ícone macabro da tirania. É Ana Mariana Barbosa, uma viúva, que manda cons- truir um túmulo atrás da casa principal de sua fazenda e ali sepulta o que restou de seu grande amor. Quando morrer, será enterrada ao lado de Joaquim José da Silva Xavier, pai de seu filho. *** Uma Linda História de Amor -- Na freguesia de Vila Rica, hoje Ouro Preto (Minas Gerais), no ano de 1782, um lindo amor floresceu, em meio a tantas disputas políticas, troca de acusações, falta de decoro -- aliás, tudo parecido com o que acontece hoje. E nesse clima de total confusão é que o poeta Tomás Antônio Gonzaga se apaixona perdidamente por uma jovem de 15 anos, Maria Dorothea Seixas, que adotou o sobrenome de sua mãe, como se usava na época. Ela era filha de Balthazar Mayrink, um dos antepassados da família Mayrink Veiga. Foi um amor fulminante de ambas as partes. Casamento marcado, ele iria ocupar o cargo de desembargador na Bahia, mas foi preso uma semana antes, encarcerado na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, cumpriu três anos de pena e foi deportado para Angola e depois para a África Oriental. Dorothea, apelidada por Tomás Antônio Gonzaga de Marília -- e ele se assinava Dirceu. Marília -- acabou se tornando a {Musa da Inconfidência}. Desse amor, que se tornou impossível, os mais lindos contos e poemas foram escritos. {Dirceu} faleceu no ano de 1810, sem jamais ter voltado para o Brasil. E {Marília}, com sua famosa beleza, jamais se casou, passando a vida com o rosto coberto por um véu. Jamais saiu de Vila Rica. E assim acabou essa maravi- lhosa história de amor, contada em prosa e verso: {Marília de Dirceu}. *** Depois de recusar que fosse erguida uma estátua em sua homenagem, com dinheiro arrecadado entre a população, D. Pedro Ii mandou cons- truir quatro escolas públicas com essa verba. -- Hoje, dos quatro colégios, só restam dois: o Amaro Cavalcanti e o Centro Cul- tural José Bonifácio, na Gamboa. *** Castração Vigorou até o Século Passado -- Quem foram os eunucos? Eram homens que, por algum motivo, tinham seus órgãos sexuais mutilados, com a retirada do pênis e dos testículos ou apenas dos testículos. Eles existiram desde a Antigüidade. Na Grécia, a castração era pena freqüente de crimes como adultério e estupro, para impedir a reincidência. Mas também castravam- -se auxiliares domésticos. A- creditava-se que isso os deixava mais inofensivos. Entre os romanos, a partir do reinado do imperador Domiciano, no ano 81, começaram a vigorar leis que proibiam a prática. Ainda assim, ela vigorou até o século passado. Os muçulmanos escalavam eunucos como guardiões da tumba de Maomé, na cidade de Medina, na Península Arábica, até o século Xii. Alguns povos orientais os designavam como zeladores dos haréns, nos palácios. Mas o ocidente também teve seus castrados. A partir do século Xvi, meninos que vinham de famílias pobres, principalmente na Itália, eram mutilados para se tornar cantores, pois a retirada dos testículos, costumava impedir que a voz adquirisse um timbre grave. Em 1878, o papa Leão Xiii proibiu a castração no Vaticano, e ela foi desaparecendo aos poucos. *** A Grécia era a terra dos deuses, a Alemanha era a terra dos vampiros, mas, em matéria de castelos mal-assombrados, a Escócia ainda é a tal. Um dos mais conhecidos é o de Holyrood, que foi residência, por algum tempo, da rai- nha Mary Stuart. Em 1560, bela e com apenas dezoito anos, ela já havia enviuvado. Conta-se que Chastelard, um poeta, se apaixonou perdidamente por ela, certa vez, ao vê-la adormecida. Sem pensar no que fazia, inventou de esconder-se nos aposentos da rainha, para estar mais perto de sua amada. Acontece que a rainha não gostou muito da idéia e, ao dar com ele, chamou os guardas e mandou prendê-lo. Por sua ousadia, o po- bre apaixonado foi condenado à morte. Mas seu nome não morreria; ficou ligado a uma lenda, que até hoje perdura. Contam que seu fantasma perambula pelos corredores do castelo, declamando versos em voz cavernosa, e, quando alguém tem o {prazer} de avistá-lo, ele indica o local onde foi decapitado. :::::::::: Artes Música Renascentista (Revista JBM) Na Renascença, os compositores passaram a ter um interesse mais vivo pela música profana, inclusive escrevendo peças para instrumentos, já não mais usados somente com a finalidade de acompanhar vozes. No entanto, os maiores tesouros musicais renascentistas foram compostos para a i- greja, num estilo descrito como {polifonia coral} -- música contrapontística para um ou mais coros, com diversos cantores encarregados de cada parte vocal. Boa parte dessa música devia ser cantada _a _capella: era música essencialmente coral, cantada sem acompanhamento de instrumentos. Se a Inglaterra se encantava com os madrigais italianos, dando-lhes roupagem britânica (existiram três tipos de madrigais ingleses: o tradicional, o balé e o ayre), na Basílica de São Marcos, em Veneza, os compositores se inspiraram na estrutura da i- greja, que possuía dois grandes órgãos e duas galerias para coro. Foram criadas peças para dois coros distintos, chamadas policorais. Assim, uma frase vinda da esquerda era respondida por ela pró- pria, ou também por outra, vinda da direita. Os efeitos obtidos eram ricos e poderosos, quando se combinavam todas as forças. Pouco a pouco, os compositores se libertavam do jugo de compor apenas para vozes, cedendo terreno à música instrumental, que ganharia ainda mais popularidade no período barroco. :::::::::: Brasil Amapá (Revista Ecologia e Desenvolvimento) A história do Amapá é uma história de disputas e litígios, que envolve espanhóis, portugueses, franceses, ingleses, holandeses. Foi, portanto, duro o caminho para Portugal consolidar sua conquista sobre o território, fronteira com as Guianas. dois reinos ibéricos foram unificados, a exploração da região passou a ser conjunta -- Portugal e Espanha. Em 1988, a Constituinte transformou o Amapá em Estado. Na maré baixa, o rio Amazonas avança. Devagar. Despeja 200 mil metros cúbicos de água por segundo no oceano. De repente, o Atlântico se enfeza. Ruge. E se atira no invasor: ondas de até três metros cobrem o rio e o empurram de volta ao continente. Espanto na selva: pássaros gritam e fogem em revoada. A quilômetros, ecoam as trovoadas do confronto. Todos os dias. Desde sempre. As aves migratórias pousam em Macapá, e a fauna tinge de cores a floresta exuberante. São flamingos, tucanos, guarás, jacarés, tartarugas, onças. O rio Amazonas e o Atlântico sacodem a festa da pororoca. As águas rebolam, sobem, se agitam, produzindo redemoinhos numa orquestra de estrondos. O macapaense reinventa lendas e mitos da região. E se acaba nos batuques, danças, folias e desafios. Vale a pena ver: a Igreja de São José -- A mais antiga da cidade, de 1761. Traços coloniais na versão mais despojada dos jesuítas. Trapiche -- Centenário a- tracadouro de madeira que a- vança 500 metros sobre o Amazonas. À volta, barzinhos. Marco Zero -- Suba no monumento à linha do Equador, coloque um pé de cada lado e fique nos dois hemisférios ao mesmo tempo. Fazendinha -- Vila enfeitada com praia do Amazonas, águas calmas, boas para banho. Bares de madeira e quiosques de palha. Forte de São José -- Concluído em 1782, após 18 anos de trabalho índio e es- cravo. Museu Histórico -- Acervo indígena e da História da cidade. Cerâmicas indígenas recuperadas por arqueólogos. Sítio Arqueológico do Pacoval -- Objetos domésticos e urnas funerárias de uma civilização indígena extinta. ::::::::::

Ecologia Tudo se Transforma (Revista Época) A reciclagem entrou na lista de preocupações das grandes empresas para nunca mais sair. Algumas delas criaram setores só para tratar dessa questão. A Fiat instalou uma estação, batizada de Ilha Ecológica, em sua fábrica de Betim (MG), na qual são recicladas centenas de toneladas de papel, papelão, isopor, plástico, chapas e sucata de aço e limalha de ferro. O isopor, por exemplo, é vendido para fábricas de canetas e empresas calçadistas. Até os resíduos orgânicos da empresa, por onde passam 30 mil pessoas por dia, são reaproveitados e usados na composição de ração para suínos. Ainda em Betim, a Fiat investiu 10 milhões em uma estação de tratamento de água usada na limpeza de veículos na fábrica. No final da etapa de reciclagem, a água é purificada biologicamente por bactérias que se alimentam da sujeira. São economizados cerca de 120 milhões de li- tros de água por mês. Mas o projeto mais ambicioso ainda está para ser instalado no Brasil. Na Itália, desde 1997, a Fiat recicla veículos com mais de dez anos de uso, que têm emissão excessiva de gases. Os componentes altamente poluidores da bateria, como ácidos e chumbo, e o óleo combustível, antes descartados, são enviados aos centros de reciclagem da fá- brica. O governo italiano também ganha, ao economizar com a diminuição de investimentos em novos aterros sanitários. :::::::::: Lugares do Mundo Essaouira (Revista Caminhos da Terra) Essaouira é dessas cidades que não se importam com o tem- po -- porque o tempo, por lá, parece não passar. Sobre essa cidadela de pouco mais de 45 mil habitantes, encrustrada no litoral sul do Marrocos, o poeta francês Paul Claudel escreveu: {Existe apenas um castelo, que conheço, onde seria bom ficar trancado. Me- lhor morrer do que entregar as chaves: é Mogador, na África!.} Claudel fazia referência ao Castelo Real de Essaouira, uma pequena fortaleza construída pelos portugueses em 1506, sob o reinado de Manuel Ii, quando a cidade ainda se chamava Mogador. Claudel falava, certamente, do pôr do sol vislumbrado do alto da torre do famoso castelo. Graças ao sol mágico, à sua gente simples e amistosa e à sua exótica cultura, Essaouira consagrou-se como um dos destinos alternativos mais cultuados do mundo, a exemplo de Katmandu, no Nepal, ou Varanasi, na Índia. Outra razão é a sua peculiar geografia. Outra cons- trução importante é a Skala, uma muralha que abraça a cidade, erguida no século Xviii para proteger Essaouira de possíveis ataques marítimos. Ladeando o paredão norte, cai-se no cais do porto. O sol que simboliza Essaouira se apaga no oceano e renasce nas costas da cidade, em pleno deserto. Embora o Saara comece a centenas de quilômetros abaixo, na fronteira com a Mauritânia, respingos do clima árido atingem o litoral marroquino. Resul- tado: no verão, a brisa marítima ameniza as baforadas de calor vindas do continente e, no inverno, impede grandes quedas de temperaturas à noite, coisa comum em regiões desérticas. Vez por outra, a proximidade com o deserto tam- bém atrai curiosos visitantes -- não é raro encontrar camelos pelas dunas da praia com viajantes a contemplar aquele imenso oásis. Além de sua medina (a parte velha da cidade, circundada por uma muralha) e de seu Mellah (o bairro judeu), Essaouira porta outro diferencial em relação às suas conterrâneas. Como Veneza, São Petersburgo ou Brasília -- guardadas, obviamente, as devidas proporções --, Essaouira é das raras cidades do mundo nas quais a arquitetura e o urbanismo foram inteiramente pensados. Em 1765, para punir Agadir por insurreição, o sultão Sidi Mohammed Ben Abdallah, tirou da cidade a condição de entreposto comercial do reino, transferindo o porto de local. O arquiteto francês Théodore Cornut, prisioneiro do sul- tão, foi o responsável pelo projeto. Em sua planta, optou por um estilo uniforme e original, combinando a arte muçulmana e a arquitetura européia. Com um plano em cruz, mas cravada em puro solo muçulmano, Essaouira é a única cidade do país cujas ruas são retilíneas e se cortam em ângulo reto. Das ruelas do _souk (o mercado) emana o aroma das especiarias e de um dos chás mais famosos do mundo: o Real Abdoul, fusão de menta com gengibre, cardamomo, canela, cravo, anis verde, verbena e pétalas de rosa. Antes de beber, o chá deve ser cuidadosamente vertido duas a três vezes na xícara, em movimentos precisos, de baixo para cima, como um mágico embaralhando cartas no ar. A operação é necessária para produzir a espuma que, reza a lenda, confere aos homens de boa índole a virilidade de dez garanhões. Nos fins de tarde, os moradores da cidade costumam ir à Praça Príncipe Moulay Hassan, a principal da cidade, e puxar uma mesinha na calçada de algum dos cafés locais. É lá que a comunidade pratica seu esporte favorito. Essaouirenses adoram sentar para, em silêncio respeitoso, observar a vida passar, serena, sem pressa. Toda a contemplação regada a muito chá de menta, a bebida nacional -- o álcool é proibido no país. Também é na Moulay Hassan que a cidade geralmente anoitece. Restam o barulho do mar nas pedras e o céu, gordo de estrelas. Uma das poucas provas de que o tempo, apesar de tudo, passa. :::::::::: Ciência e Saúde Oxidação Antioxidantes: Os grandes vilões do equilíbrio químico do organismo são os {Radicais Livres}, que são um grupo de átomos com elétrons não-emparelhados, produzidos por fontes exógenas (fumo, radiações, álcool, agrotóxicos, metais tóxicos, poluição ambiental, alguns tipos de alimentos) e por fontes endógenas. Se a presença dos Radicais Li- vres, contribui para {bagunçar} bioquimicamente o organismo, a deficiência de vitaminas, sais minerais e aminoácidos, complica ainda mais a situação. Vitamina \C: é o mais efetivo dos antioxidantes, capaz de neutralizar 100 por cento dos Radicais Livres que são cancerígenos em potencial; diminui os pro- blemas cardíacos, envelhecimento celular, senilidade e envelhecimento precoce associados e diminui a elasticidade do tecido pulmonar, que provoca enfisema e câncer. A vitamina \C é um importante fator nutricional, que aumenta a resistência às infecções, suprime as necessidades de fumantes e pessoas sob estresse, ajuda na formação do colágeno e cicatrização. Diminui o colesterol, fortalece o sistema imunológico, auxilia no tratamento e na prevenção de res- friados, suplementa a necessidade em casos de carência gerada por uso de Anticoncep- cionais, aspirina e a presença de monóxido de carbono (em especial nos fumantes e os ex- postos a poluições ambientais). Curiosamente, está dentro de nós um dos grandes responsáveis pela {oxidação} do nosso corpo. O mesmo oxigênio que é fonte de vida, transforma-se em vilão quando o organismo está em desequilíbrio. Por fatores externos ou internos, deixamos de ingerir ou produzir o antioxidante que impediria a transformação do oxigênio e, conseqüentemente, a liberação dos radicais li- vres. {O homem, na realidade, não envelhece. Ele oxida} -- costumam dizer os médicos que estudam a medicina ortomolecular. É esta nova ciência que estuda justamente a maneira de fazer com que isso não aconteça. {É a forma de você oferecer os nutrientes que estão faltando, retirar os que estão em excesso, e, sobretudo, tentar aliviar o estresse. Para prevenir a aterosclerose ou o envelhecimento, além do fator genético e também dos fatores nutricionais, é preciso administrar o estresse. O indivíduo estressado vai oxidar mais o seu colesterol, vai produzir mais radicais livres, o que se vai manifestar, entre outros, nos mecanismos de concentração e na capacidade cerebral do indivíduo. *** Tecnologia -- Cimento ósseo recupera lesões na coluna -- Vítimas de osteoporose, que fraturavam ou lesionavam alguma vértebra da coluna, estariam, até hoje, sujeitas a ficar de cama ou usar um colete corretivo para o resto da vida. Mas uma nova terapia, desenvolvida pela Clínica Mayo, nos EUA, faz com que muitos pacientes recuperem quase 100 por cento dos movimentos. A vertebroplastia injeta uma espécie de cimento ósseo nos locais onde há a lesão, devido ao desgaste de doenças como a osteoporose. {Ainda não temos certeza de como essa resina, fabricada em laboratório, age. Acreditamos que provavelmente a substância adere aos ossos, interrompendo a dor e fazendo a pessoa recuperar os movimentos}, diz o neurorradiologista David Miller, um dos que desenvol- veram o projeto. A fratura de uma vértebra (um dos 33 ossos que compõem a espinha dorsal) faz cerca de 700 mil vítimas por ano nos EUA e no Brasil. Interessados na nova técnica, podem obter informações, em português, pelo telefone: (00xx1) (904) 953-gjjj *** Astronomia -- Planeta fora do Sistema Solar -- Pela primeira vez, astrônomos conseguiram ver um planeta fora do Sistema Solar. Ele é a- zul, gira em torno de uma es- trela do tamanho do Sol, está a 50 anos-luz da Terra (um ano-luz equivale a 9,e tri- lhões de quilômetros) e é duas vezes maior que Júpiter (o maior do Sistema Solar). *** Arqueologia -- O maior livro do mundo é achado perto de Pequim -- Arqueólogos alemães encontram obra com textos budistas -- Cientistas alemães descobriram o maior e mais pesado livro do mundo. A descoberta, relatada na revista {American Journal of Archaeology}, foi realizada numa caverna próxima a um monastério budista em Yunju, na província de Pequim. O livro é composto de quatorze mil e trezentos blocos de pedra e tem escrituras budistas. Ele já era conhecido por um pequeno grupo de monges de Yunju e permaneceu tanto tempo incóg- nito, porque foi escondido, por séculos, na caverna. Segundo os arqueólogos, 6 mil monges levaram mais de mil anos para gravar nas pedras 35 milhões de caracteres chineses. Além das escrituras budistas, há longos comentários deixados pelos monges de Yunju. Acredita-se que o li- vro tenha sido iniciado no ano de 605, por um monge chamado Jingwan, que quis gravar tex- tos sagrados do budismo em pedra, para evitar que fossem destruídos durante perseguição religiosa. Dezesseis gerações de monges trabalharam no li- vro, que só foi concluído em 1644. Desde então, o livro ficou escondido na caverna, perto do monastério. Brasileira em argila -- Divulgada a reconstituição do rosto de um fóssil de 11 mil e quinhentos anos, o mais antigo da América, desenterrado em Minas Gerais, em 1975. As feições da mulher, apelidada de Luzia, parecem confirmar a hipótese de que o crânio era de uma negra saída da África há 15 mil anos. A idéia contradiz outra teoria, segundo a qual os primeiros a- mericanos descendiam de asiáticos. *** Pesquisa -- Exercício con- tra câncer -- Um estudo do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, mos- tra que o exercício reduz os riscos de câncer de mama: as mulheres que praticam exercício regularmente têm 30 por cento menos chances de apresentarem o tumor. Pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca, hipertensão e diabetes melhoram bastante com a prática de exercícios físicos adequados. É o que revelam pesquisas realizadas por cientistas do Laboratório de Fisiologia Cardiovascular do Exercício, do Instituto do Coração (InCor). No caso da hipertensão, por exemplo, a atividade física, como andar, reduz a pressão arterial e o coração é menos exigido. *** Doenças -- Mexa-se e poupe energia -- Portadores de ar- trite reumatóide gastam cerca de 14 por cento mais energia para caminhar do que indivíduos normais. Esta diferença pode chegar a 18 por cento em pacientes com limitações físicas mais acentuadas. A técnica de conservação de energia ensina ao artrítico como executar atividades do dia-a-dia sem gastar mais e- nergia do que o necessário e sem {machucar} as juntas. Se o excesso de exercício físico pode lesar ainda mais as articulações, piorando o processo inflamatório, o sedentarismo também é um risco para o paciente, que tem sua massa muscular atrofiada. Então, o que fazer? O melhor é praticar exercícios físicos regulares (pelo menos três vezes por semana), com acompa- nhamento médico: -- O médico e o fisioterapeuta podem dosar a atividade física corretamente para o ar- trítico, que deve sempre ter cargas mais leves do que uma pessoa saudável. Por exemplo, se uma pessoa normal caminha por uma hora, o artrítico deve- se limitar a 30 minutos. A fisioterapeuta ressalta que, antes de iniciar as atividades físicas, é preciso fazer um teste ergométrico, principalmente os idosos. -- A caminhada e a hidroginástica são os exercícios mais recomendados aos pacientes com artrite. Manipular massas de modelar também ajuda bastante a melhorar a musculatura das mãos, aumentando a sua força -- ensina a pesquisadora. Para ficar tudo mais sim- ples -- A artrite pode tornar atividades simples do dia-a- -dia em tarefas exaustivas para os portadores da doença. Mas valendo-se de alguns cuidados e adaptações, é possível realizá-las sem gastar mais e- nergia do que o necessário e danificando menos as articulações. -- Ao lavar pratos, apóie- -os sobre a pia para ensaboá- -los, segurando-os só de um lado. Na hora de enxaguar, coloque-os na pia, embaixo da torneira. -- Para abrir recipientes, evite segurá-los com as pontas dos dedos e sobre superfícies lisas e escorregadias. Apóie o recipiente num pano e faça força com a palma da mão. -- Ao carregar bolsas e sacolas, não concentre o peso nos dedos. Elas devem estar apoiadas no antebraço ou no ombro. -- Girar as chaves das portas com as pontas dos dedos, força as articulações. O certo é aumentar a base de apoio para as mãos com a ajuda de um adaptador, semelhante a um chaveiro. -- Abrir gavetas e portas de armários com puxadores pequenos ou arredondados também sobrecarrega as articulações. Prefira puxadores nos quais é possível encaixar a mão. -- Se for carregar pratos e travessas, não os segure pelas laterais com as pontas dos dedos. O ideal é sustentá-los na palma das mãos. E não pegue muitos pratos de uma só vez. -- Prefira sempre lavar a roupa na máquina. Mas se for preciso lavá-la a mão, nunca torça, apenas aperte-a. O movimento de torção compromete ainda mais as articulações. -- Não queira deixar as panelas de alumínio brilhando. A força empregada para arear a panela, pode agravar a ar- trite. *** Melancolia -- A melancolia é o estado mais grave da de- pressão e ataca duas vezes mais o sexo feminino que o masculino. O paciente fica em profunda angústia e falta de forças para enfrentar qualquer tipo de situação. Pode ser genética a origem das disfunções cerebrais que atrapalham o funcionamento dos neuro- transmissores, mas estudos também apontam alguns hormônios como causa. É importante não confundir depressão e melancolia: tristeza todo mundo sente, mas a melancolia é uma doença séria, não melhora com o tempo se não for tratada. Sintomas: Depressão aguda e persistente, vontade de não fazer nada, não falar com ninguém, dormir demais, insônia, sentimento de inferioridade, perda do apetite, total desinteresse sexual, pessimismo e forte sentimento de culpa. Tratamento: Os doentes tomam antidepressivos, que agem diretamente nos neurotransmissores. A quantidade e a fre- qüência do medicamento vão depender da gravidade da doença. Exames: A doença é descoberta através de exames psiquiátricos tradicionais. *** Criança -- Desligue a TV e dê fim à obesidade -- Encorajar as crianças obesas a diminuírem o tempo em que ficam inativas -- como assistindo à TV ou jogando _vídeo _game -- é um passo importante para ajudá-las a perder peso. Qualquer coisa que as famílias possam fazer para reduzir o tempo que as crianças ficam paradas, tem um bom efeito. Durante um período de dois anos, Epstein e sua equipe levaram a 90 famílias com crianças obesas, entre 8 e 12 anos, um programa de perda de peso, que incluía dieta, material educacional, terapia e atividade física. De acordo com o estudo, todos os grupos submetidos à a- tividade física tiveram perda do percentual de gordura no corpo. Segundo Epstein, só mudar a forma como se pensa o sedentarismo já tem um efeito benéfico no tratamento da obesidade. Principalmente, quando se estimula a atividade física. -- Os pais também podem a- judar a criança, mudando a disposição dos móveis, res- tringindo o tempo em frente à TV, não deixando o aparelho tão à mostra e obrigando-a a se movimentar mais. Isso pode ser mais fácil do que obrigá- -la a se exercitar -- garante o autor da pesquisa. Pelo estudo americano, os cientistas descobriram que quanto mais os pais incentivarem as atividades físicas en- tre seus filhos, melhor. Mas não basta desligar o aparelho. Cabe aos pais tam- bém criar alternativas para entreter a garotada. Se desligar a TV e a única coisa que restar à criança for ouvir o rádio, não se terá feito muito por ela. *** Mulher -- Fitoterapia é alternativa -- A natureza também está contribuindo com o bem-estar das mulheres na menopausa. Conhecidos na Europa desde os anos 80, só agora os chamados fito-hormônios estão sendo vendidos no Brasil. Os fito-hormônios são substâncias retiradas de plantas, que atuam da mesma forma que o hormônio em falta na menopausa, o estrogênio. Segundo o presidente da Comissão de Terapias Não- -Convencionais da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Décio Luiz Alves, a grande vantagem da fitoterapia é a menor incidência de efeitos colaterais. Apenas 2 por cento das pacientes em tratamento com os fito-hormônios apresentam os efeitos normais das outras terapias, como dores de cabeça, inchaço das mamas e hemorragia. As plantas mais usadas para a retirada dos hormônios são o inhame selvagem mexicano e a soja. Segundo o Dr. Décio, os fito-hormônios da soja já são utilizados como terapia de reposição hormonal, há dez anos, na Alemanha e no Japão. Até nos Estados Unidos a aceitação já é grande. A extração dos fitoestrógenos da soja é mais simples e barata que a do inhame selvagem mexicano. Os hormônios retirados da soja reduzem os calores e protegem contra doenças como a osteoporose, câncer e problemas de coração. {Por isso as pacientes que aderem à terapia, não precisam tomar a progesterona para evitar o câncer de útero}, explicou. Até agora, os fito-hormônios só chegam ao Brasil pelas importadoras ou manipulados por farmácias especializadas. O tratamento não é caro, custa cerca de 35 reais por mês, mas pode baixar, se a produção brasileira aumentar. *** Zoologia -- Os últimos serão os primeiros -- A fêmea da mosca-da-fruta (_Droso phila _melanogaster) é fecundada por vários machos. O úl- timo deles é o mais beneficiado: será o pai do maior número de mosquinhas. Os cientistas agora sabem que são duas as causas disso. O esperma do primeiro parceiro é acumulado pela fêmea em um reservatório, onde pode ficar armazenado por semanas. O esperma do macho seguinte empurra o do primeiro mais para o fundo do depósito, dificultando o seu acesso ao óvulo, e assim sucessivamente. No experimento realizado pelos pesquisadores da Universidade de Chicago, a fêmea recebeu o material de dois ma- chos. O segundo acabou-se tornando o pai de 80 por cento das novas mosquinhas. Mas o empurra-empurra não é o único responsável. O fluido seminal, líquido no qual os espermatozóides nadam, é tóxico. Com o tempo, os mata. Assim, o último macho a cruzar com a fêmea é o mais habilitado à fecundação. O estudo conclui que os dois processos são igualmente importantes. Ainda há muito a aprender sobre esse processo, comum entre pássaros e insetos. Um dos pontos mais importantes é decobrir por que o último macho leva vantagem sobre o primeiro. *** Alimentos -- Sucoterapia -- Não há o menor problema em misturar sucos diferentes. Muito pelo contrário, quanto mais suco, melhor. Alguns sucos verdes têm o gosto amargo, por isso é sempre bom misturá- -los com pedaços de maçã ou cenoura. Faça o suco de acordo com suas necessidades: Abobrinha: previne distúrbios renais e da bexiga. Agrião: melhora a circulação, previne distúrbios hepáticos e intestinais. Alface: melhora a digestão, fortalece os dentes e a gengiva. Batata: acidez estomacal, cicatrização, artrite, gastrite e úlcera. Beterraba: previne a anemia, distúrbios visuais e pressão sangüínea alta ou baixa. Brócolis: previne câncer de mama e cólon, distúrbios cardíacos e de circulação. Cenoura: previne câncer de mama, leucemia e protege a pele contra as queimaduras do sol. Couve-flor: previne infec- ções, hemorragias, câncer de seio, próstata e cólon. Espinafre: previne artrite, bronquite e vários distúrbios nervosos. Pepino: previne a acne, ec- zema, febre e retenção de líquido. Repolho: previne a colite, piorréia, prisão de ventre e tiróide. Salsinha: beneficia os olhos, limpa os rins, a bexiga e as vias urinárias. Vagem: combate o excesso de peso, doenças da pele e da tiróide. *** Remédios Caseiros -- Chá para pressão baixa -- A raiz do cardo marinho, as folhas da sálvia e a cevadinha, podem ser úteis para combater os problemas de pressão arterial. Quem tem pressão baixa, com sintomas como fadiga e vertigens, deve-se valer da receita. Utilize duas colheres de sopa da raiz fatiada para um copo de água fervendo. Deixe em infusão por 15 minutos em recipiente fechado. Coe e beba três xícaras de chá por dia. Chá para os rins -- A erva-corrente pode ser útil para combater as pedras nos rins, porque ajuda a expeli-las. Para fazer a infusão, utilize três colheres de sopa das fo- lhas fatiadas para dois copos de água fervendo. Em seguida, deixe em infusão durante 15 minutos num recipiente fechado. Coe logo depois. O indicado é que a pessoa beba, pelo menos, três xícaras de chá por dia. Planta contra reumatismo -- A planta flor do paraíso é um excelente tônico, ajuda a com- bater o reumatismo, além de facilitar o fluxo menstrual. Use uma colher de sopa das folhas fatiadas para dois copos de água fervendo. Deixe em infusão durante 10 a 15 minutos num recipiente abafado. Coe e beba três xícaras de chá por dia. Chá para não urinar à noite -- As sementes da vassoura são indicadas para combater o problema de crianças que fazem xixi na cama à noite. Para fazer a receita, utilize uma colher de sopa das sementes esmagadas para um copo de água. Depois, deixe ferver durante 15 minutos num recipiente fechado. Coe e beba três xícaras de chá até no máximo às 17 horas. Ervas contra gengivites -- As ervas tipi e tanchagem são indicadas contra inflamações na boca, como a gengivite. Antiinflamatórias e analgésicas, as plantas são eficazes contra fungos, vírus e bactérias. A receita do chá de tipi é simples de preparar: ferva um copo de água filtrada com duas colheres de raízes fatiadas da planta, durante cinco minutos, numa panela tampada. Depois, coe e beba três xícaras ao dia ou faça bochechos três vezes ao dia. :::::::::: Variedades Dicas Para ter pó de café com aroma de recém-moído, basta embalar bem e guardar na geladeira. Milho de pipoca estoura mais rápido se saído do congelador. Evite comprar parmesão ralado. Ele resseca mais rápido e perde o sabor. Compre um pedaço e rale na hora. O melhor melão é o mais pesado. Umidade -- Dormir com o cabelo molhado não apodrece a raiz do fio. Mas usar bonés e chapéus reduzem a irrigação sangüínea. Cabelos constantemente presos e penteados afros correm risco de cair mais rápido. Contra mãos ásperas -- Faça espuma com sabonete, ponha um pouquinho de açúcar sobre as palmas das mãos e esfregue uma contra a outra. Depois, é só enxaguar normalmente. Queimaduras: Coloque vina- gre sobre a região queimada para aliviar a dor. Frieira -- O frio obriga as pessoas a andarem sempre com calçados fechados e meias sintéticas, que ajudam na proliferação de fungos. Para e- vitar as incômodas frieiras, use meias de algodão, seque bem entre os dedos dos pés após o banho e não use o mesmo sapato dias seguidos. Respirar emagrece -- Ao respirar fundo (antes de ingerir o alimento e com ele den- tro da boca), o sabor espalha- -se pelo cérebro, dando a sensação de saciedade. Assim a pessoa não terá necessidade de comer mais. *** Cristais combatem várias doenças -- Muitas pedras trazem benefícios, quando utilizadas corretamente. A ametista transforma energia negativa em positiva e é a ideal para ambientes onde há desarmonia. É a melhor pedra para quem sofre de enxaqueca, insônia, tensão e ansiedade. Além disso, descarrega a raiva, os medos e combate problemas mentais mais profundos. A turmalina negra neutraliza sentimentos como raiva, ressentimento e insegurança. O quartzo branco é a pedra da espiritualidade, da purificação e da revitalização. Combate o estresse, a úlcera e os problemas digestivos. Pressão alta e dificuldades respiratórias podem ser amenizadas com o quartzo verde. Problemas de laringe ou da tireóide são combatidos com o quartzo azul. Para purificar ambientes, os cristais devem ficar em estantes, mesas de cabeceira ou de centro. Os cristais atuam independentemente de você pensar ou acreditar neles. Uma forma simples de energização é fazer o elixir de cristais: coloca-se o cristal num copo d'água filtrada, deixando-o ao sol da manhã entre 8 e 11 horas. Depois, basta ir tomando a água ao longo do dia. *** Simpatias Para achar documentos perdidos: bata o pé direito sete vezes no chão e peça sete vezes seguidas, em voz alta: {São Lino, me ajude a encontrar meus documentos, que eu perdi em algum lugar.} Assim que encontrar os documentos, acenda sete velas no cruzeiro (veleiro) de uma igreja em intenção da paz de sete al- mas perdidas. Reze um Pai- -Nosso e uma Ave-Maria e vá embora sem olhar para trás. Para realizar um desejo considerado impossível: no Dia de Santa Rita de Cássia, advogada das causas e coisas impossíveis, pegue uma rosa vermelha e vá a uma igreja que tenha uma imagem dela. Assista à missa com a rosa na mão e faça o pedido mentalmente. Quando sair da igreja, deixe a rosa no altar e reze um credo. Ao chegar em casa, acenda uma vela para Santa Rita de Cássia e outra para o seu anjo da guarda. Para trazer a pessoa amada de volta: pegue uma imagem de madeira de Santo Antônio, retire o Menino Jesus de seus braços e diga: {Só vou devolver o menino no dia em que o senhor me devolver meu grande amor (dizer o nome da pessoa).} Enrole o Menino Jesus num pano branco, sem uso, e guarde-o até o dia em que seu amor voltar. Nesse dia, devolva Jesus aos braços de Santo Antônio e reze um Pai-Nosso, agradecendo a graça. Para acabar com problema na coluna vertebral: pegue uma pedra redonda no leito de um rio e passe de alto a baixo, três vezes na sua coluna, dizendo com fé: {O sol e a luz nascem de Jesus. Sai dor na coluna, sai fraqueza nos ossos com a força da Cruz.} Enterre a pedra longe de sua casa e diga: {O mal da minha coluna está debaixo desta pedra; quem botou foi Jesus, para nunca mais voltar.} ***

Humor A Moça e a Falta de Roupa no Armário -- Cornélio chega em casa e encontra sua mulher deitada na cama completamente sem roupa. Espantado com a liberdade repentina da moça, ele diz: -- O que está acontecendo, mulher? Você sempre foi tão pudica! Por que está sem roupa agora!?!?! Chorosa, ela explica: -- Nenhum vestido ficou bonito em mim. Preciso de roupas novas, meu amor... Mas Cornélio não dá o braço a torcer: -- Como você pode dizer isso? Tem tantos vestidos lindos e novinhos! Quer ver? Ele abre o armário e aponta um por um: -- Tem o azul, o verde, o Ricardo, o amarelo... O médico perguntou ao paciente: -- Por que você bebe? -- Para afogar as mágoas, doutor! -- E resolve? -- Que nada! Todas elas já aprenderam a nadar... O Irmão da Freira e a Conta do Hospital -- O sujeito passa mal e precisa ser operado de emergência. Ao acordar, vê uma simpática freira. -- Calma, seu José. A operação foi um sucesso. Logo o senhor terá alta. E mudando de assunto: -- O senhor tem seguro de saúde? -- Infelizmente não. -- Dinheiro? -- Nem um tostão, irmã. -- Algum parente que possa pagar a conta? -- Só tenho a minha irmã solteirona, uma pobre freira. -- Freiras não são solteironas, seu José. São casadas com Deus! -- Ah! Nesse caso, pode mandar a conta para o meu cu- nhado. *** Pensamentos {Saber ouvir é quase responder.} (Pierre Maurivaux, 1688-agfc, dramaturgo francês.) {O pai e o filho são dois. A mãe e o filho são um.} (Lao-Tsé, século Vi a.C., filósofo.) {Perde-se muito ao perder os bens. Perde-se mais ao perder um amigo. Perde-se tudo perdendo a coragem.} (Miguel de Cervantes, 1547- -afaf, escritor, dramaturgo e poeta espanhol.) {Se eu não ardo, se tu não ardes, se nós não ardemos, como é que das trevas faremos claridade?} (Nazim Hikmet, 1902-aifc, poeta, escritor e dramaturgo turco nascido na Grécia.) {O espírito esboça, mas é o coração que modela.} (Auguste Rodin, 1840-aiag, escultor francês.) {Ilumine o amanhã com o hoje.} (Elizabeth Barrett Browning, 1806-ahfa, poetisa inglesa.) {Felizes os amados e os a- mantes e os que podem prescindir do amor. Felizes os felizes.} (Jorge Luis Borges, 1899-aihf, escritor argentino.) {Nós, liberais e progressistas, sabemos que os pobres são iguais a nós em tudo, ex- ceto nessa história de ser iguais.} (Lionel Trilling, 1905-aige, escritor americano.) {Segredo é isso que vai rolando de ouvido em ouvido e volta sempre com mais deta- lhes.} (Leon Eliachar, 1923-aihg, jornalista e es- critor carioca.) {Abra bem os olhos antes de casar. Mantenha-os semicerrados depois.} (Benjamin Franklin, inventor.) {Como um político nunca acredita no que diz, surpreende-se quando os outros acreditam nele.} (Charles de Gaulle, 1890-aigj, estadista e escritor francês.) {Quem não impede um crime, encoraja-o.} (Sêneca, 4 a.C. a 65 d.C., filósofo romano nascido em Córdoba.) {A recordação da alegria já não é alegria, enquanto a da dor é ainda dor.} (Lord Byron.) {A mentira arranha. A verdade dói profundamente.} (Mauro Mota, 1912-aihd, poeta e jornalista pernambucano.) {Três pessoas são capazes de manter um segredo, se duas delas estiverem mortas.} (Benjamin Franklin, 1706- -1gij, político americano, um dos autores da Constituição de seu país.) {A maioria das pessoas é como os alfinetes: suas cabeças não são o mais importante.} (Jonathan Swift, 1667-agde, escritor irlandês.) {De todas as aberrações sexuais, a mais singular talvez seja a castidade.} (Rémy de Gourmont, 1858-aiae, escritor francês.) {As palavras são as penas do coração, mas a música é a pena da alma.} (Shneur Zalman.) {A minha fé mais profunda é que podemos mudar o mundo pela verdade e pelo amor.} (Gandhi.) {A glória do soldado é a vitória da guerra; a glória do estadista é a paz.} (Julio Maria Sanguinetti, 1959, advogado, presidente do Paraguai, pertence ao Partido Colorado.) *** História das Frases {Vencereis, mas não Convencereis} Esta frase foi dita pelo escritor e professor espanhol Miguel de Unamuno (1864- -aicf), reitor da Universidade de Salamanca, em outubro de 1936, interrompendo o discurso de um general franquista, que deu o seguinte viva: {Morra a inteligência!} Ele surpreendeu aos que aplaudiram o militar, dizendo a frase e acrescentando: {Este é o tem- plo da inteligência, e eu sou seu sumo sacerdote. Vencereis, porque tendes força; no entanto, não convencereis, pois convencer significa persuadir e, para isso, necessitais de algo que não tendes: razão e direito.} Foi destituído e morreu em 31 de dezembro do mesmo ano. *** Etimologia Idioma: do grego _idiõma, pelo latim _idioma, língua própria de um povo. Os gregos foram os primeiros a perceber que cada língua tinha suas peculiaridades e índole característica, como os complexos sistemas para definir o gênero das palavras e conjugar os verbos. Em grego _ídios sig- nifica próprio. O português, com quase 200 milhões de falantes, está entre os seis idiomas mais utilizados hoje no mundo, ao lado do espanhol, do hindi, do bengali, do in- glês e do mandarim, este último com 850 milhões de falantes. Língua oficial de 45 países, o inglês é o latim deste século, como foi o francês, do século Xvii ao Xix. *** Receitas Salpicão Ingredientes: um peito de frango, um saco de batatas- -palha, duzentos gramas de presunto, uma lata de ervilha, um pimentão médio, uma cenoura grande, uma cebola, uma colher de margarina, um tomate, um pacotinho de uva- passa, três colheres de maionese e uma pitada de sal. Modo de fazer: Cozinhe o peito de frango na água com uma pitada de sal. Reserve até esfriar e desfie. Rale a cenoura em lascas grossas, corte a cebola e o presunto em quadradinhos e o pimentão em tirinhas. Numa outra panela, coloque uma colher de sopa de margarina, para refogar a cebola e o pimentão, apenas até amolecerem. Em seguida, junte todos os ingredientes. Quando esfriarem, misture com três colheres de sopa de maionese. Torta Surpresa de Maçã Ingredientes: cinco pãezinhos dormidos (cortados em rodelas), cinco maçãs sem casca e sem sementes, três ovos, duas xícaras de açúcar, duas colheres de sopa de manteiga, um litro de leite, nozes ou castanhas de caju picadas, passas e canela. Modo de fazer: untar um pirex e forrar com o pão. Espa- lhar metade da maçã cortada na parte maior do ralador (fatias finas). Salpicar pedacinhos de manteiga entre as camadas. Misturar as nozes ou casta- nhas de caju, as passas, o açúcar e a canela. Espalhar a metade sobre as maçãs. Repetir mais uma vez. Pão, maçã e outra metade da mistura. Bater os ovos com o leite no liquidificador. Espalhar sobre a torta. Assar em forno quente. *** Utilidade Pública Cuidado com a Água da Bica A água mineral é um dos produtos mais procurados. Mas a Secretaria Estadual de Saúde (SES) alerta para os perigos de contaminação. Ob- servar a embalagem da água mineral, para checar a procedência do produto e assegurar-se de que não é água da bica, é tão importante quanto medidas simples de higiene, como evitar colocar a boca diretamente na embalagem. -- O gelo que os ambulantes usam para refrigerar as bebidas que vendem, deveria ser produzido com água tratada com cloro. Mas boa parte do gelo desses isopores que testamos nos últimos nove anos, estava contaminada -- alerta Oscar Berro, diretor-geral do Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels. Entretanto, mesmo quando o gelo é tratado, o contato da mão do ambulante acaba contaminando-o. -- A incidência de doenças diarréicas, que podem dar fe- bre, vômito e calafrios, e de hepatite \A, aumenta assustadoramente no verão, devido à contaminação por fezes, que chegam à boca pelas mãos das pessoas -- diz o biólogo. Evitar colocar a boca diretamente na embalagem, também pode proteger o consumidor, de possível contaminação por leptospirose. -- As bebidas geralmente são guardadas em locais onde há grande quantidade de roedores. Para Combater o Golpe -- Observar o rótulo, que é o- brigatório em garrafas e copos de água mineral, e o aspecto do líquido é o primeiro cuidado que se deve ter ao comprar o produto. Depois de beber a água, destrua a embalagem. Isso pode ajudar a evitar seu reaproveitamento. -- Perfure o plástico com uma chave ou amasse bem a em- balagem. Depois de beber, retire totalmente o selo de alumínio do copo e amasse-o. Com um ferro elétrico é possível colar o selo de novo no copo, facilitando as fraudes -- ad- verte Oscar Berro. Identifique a Fonte -- De acordo com as normas da Se- cretaria estadual de Saúde, as garrafas e os garrafões de água mineral devem conter rótulos e estar vedados com chapinhas, lacres ou tampas de rosca. O rótulo deve indicar: os registros do produto no Departamento Nacional de Produtos Minerais do Ministério de Minas e Energia, registro no Ministério da Saúde, nome da fonte da água, data em que foi engarrafada e data de validade. Atenção a essas dicas: ao beber água mineral em copo, não retire a tampa metálica totalmente. Vire-a para o lado de fora do copo e beba a água apoiando a boca sobre a parte interna da tampa. Depois de beber a água mineral, amasse bem a garrafa ou o copo, destaque o selo metálico do copo e rasgue-o. Assim, dificulta a sua reutilização em fraudes. Prefira comprar água mineral de marcas conhecidas. O risco de fraudes também pode ser menor em produtos vendidos em estabelecimentos

comerciais. :::::::::: Informativo IBC DTE -- Capacitando Sempre O Departamento Técnico- -Especializado -- DTE continua com o trabalho iniciado neste ano, através da ação integrada de suas quatro divisões. A Divisão de Capacitação e de Recursos Humanos -- DCRH capacitou nove alunos em Atividades para a Vida Diária -- AVD e disponibilizou 25 vagas, todas pre- enchidas, em sua maioria por pais e mães de alunos do IBC, para o curso de braille. A grande procura obrigou a DCRH a oferecer mais aulas, iniciadas dia 15 de maio. Começou, também, no dia 8, o curso de Orientação e Mobilidade -- OM, destinado a professores e servidores, com duração de um mês.

DED -- Ensino e Trabalho Visam ao Estudante O Departamento de Educação -- DED participou da solenidade comemorativa dos 500 anos do Descobrimento, no Instituto Militar de Enge- nharia -- IME, e do dia do Exército, 19 de abril. Neste dia, também foi comemorado o dia do Índio. Compareceram à solenidade: o Diretor-Geral do IBC, Prof. Carmelino Souza Vieira, o diretor do DED, Prof. Paulo Augusto da Costa Rodrigues, mestres e alunos de #,a e #;a séries. Os estudantes do Instituto Benjamin Constant apresentaram um trabalho durante a exposição e receberam uma significante muda de pau-brasil. O IBC, através do DED firmou parceria com o Parque Nacional da Tijuca, para criar uma trilha na floresta, adaptada para pessoas portadoras de necessidades especiais. O objetivo é a independência e o acesso do deficiente através da instalação de placas sinalizadas em tinta e braille, produzidas pelo Instituto. O Departamento tam- bém implantará o conselho escolar, composto pela Direção, Coordenação, Chefes de Divisão, pais e alunos, visando a uma gestão participativa junto ao educandário. DMR -- Lions Club Visita o IBC O DMR recebeu a visita do representante do Lions Club International, que assistiu a uma demonstração da técnica realizada em cirurgias de catarata. Esse procedimento faz parte do programa de prevenção às causas da cegueira desenvolvido pelo IBC-DPMO, em convênio com o Lions Club para a realização de 500 operações de catarata. *** A Divisão de Orientação e Acompanhamento -- DOA desenvolve dois projetos para auxiliar os pais de alunos e o público que visita o IBC. A Escola visa conscientizar os pais de alunos sobre a importância da participação no processo educativo dos filhos, a- través de palestras, oficinas e convivência social. O projeto Seja Bem-Vindo objetiva melhorar o atendimento aos visitantes. :::::::::: Noticiário Especializado Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos Por proposta de seu Diretor, o professor Edison Ribeiro Lemos, o Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos, fez realizar, em 3 e 4 de novembro de 2000, nas dependências do Instituto Benjamin Constant, o "Seminário Sobre a _Praxis do Sistema Braille". Comemorou-se, então, o "2000 -- Ano do Sesquicentenário do Sistema Braille no Brasil". Vários palestrantes brindaram os presentes com belas peças de oratória, em que revelaram pesquisas sérias e profundas sobre a figura do jovem José Alvares de Azevedo, seu amor ao braille, sua inteligência brilhante; sobre os cegos brasileiros que historicamente se destacaram a partir da chegada do sistema braille ao Brasil; a vantagem do uso do sistema no domínio de uma língua; advertência aos usuários de gravações e produtos informatizados; o uso da informática nos dias atuais e vários outros temas que enriqueceram a cultura dos presentes, engrandecendo o encontro. Tomando como modelo a Academia Brasileira de Letras, que elege seus membros em regime vitalício, o Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos criou a comenda "Galeria dos Seis Pontos", para homenagear cegos brasileiros, vivos, usuários, estudiosos e divulgadores do "Sistema de Seis Pontos em Relevo". Na ocasião foram eleitos os 6 primeiros mem- bros que são: Professora Dorina de Gouveia Nowill Professor Edison Ribeiro Lemos Gildo Soares da Silva Professor João Delduck Pinto Filho Manoel da Costa Carnayba Walter Boschiglia Além do bonito certificado de "Brailista José Alvares de Azevedo", cada agraciado recebeu uma medalha cunhada com o rosto do grande benfeitor do cego brasileiro. Joil Menezes Guimarães Secretário Geral do Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos *** Hospital Universitário Opera Catarata de Graça Cirurgias são feitas no Clementino Fraga, da UFRJ. Trezentas pessoas já foram atendidas. Pessoas com catarata e indicação cirúrgica poderão vol- tar a enxergar, graças a uma campanha nacional do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. No Estado do Rio, o programa -- que oferece cirurgias gratuitas -- está sendo coordenado pelo Hospital Clemetino Fraga Filho, da UFRJ. Maior causa de cegueira reversível na América Latina, a catarata é a turvação do cristalino, uma espécie de lente natural do nosso olho. Ao se tornar opaco, ele não deixa que as imagens luminosas cheguem à retina (região do olho onde se formam as imagens), impedindo que a pessoa enxergue. A triagem (para definir quem deve ser operado) é feita de segunda à sexta-feira, pela manhã. Os pacientes aprovados são encaminhados para exames. Após os resultados, a opera- ção é marcada. Até mesmo a técnica mais moderna, a de facoemulsificação, está sendo empregada, de acordo com a indicação. Nesta técnica, a incisão é pequena e nem sempre é necessário dar pontos. Na o- peração convencional, a facec- tomia extracapsular, a incisão é maior e é necessária sutura. Mas o resultado, a longo prazo, é o mesmo. A recuperação total da visão acontece em até dois meses. Quem quiser-se candidatar à cirurgia, deve procurar o am- bulatório de oftalmologia no segundo andar do hospital, que fica na Rua Brigadeiro Trompowsky, na Ilha do Fundão. Não existe um número limitado de vagas. O professor Adroaldo de Alencar Costa Filho, da UFRJ, disse que o objetivo do Conselho e do Governo Federal (que doou as lentes) é atender o maior número possível de pessoas. *** Olho Biônico para Cegos O primeiro olho artificial completo, conectado ao nervo ótico, está pronto para ser implantado numa mulher cega. O olho, ainda experimental, traz esperança de um dia restaurar parcialmente a visão de muitos cegos, incluindo aqueles cujas retinas foram danificadas ou destruídas. Desenvolvido pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, o olho artificial eletrônico provoca sensações visuais no cérebro, pela estimulação direta de diferentes partes do nervo ótico. Os implantes testados até agora, estimulam apenas determinadas áreas, como as células da retina ou o córtex visual (no próprio cérebro). Claude Veraart, da equipe de Louvain, diz que essas técnicas requerem um grande número de eletrodos para criar uma imagem reconhecível e só podem ser usadas num número reduzido de pacientes. A técnica belga parte de outra estratégia. O olho tem um anel que se prende em volta do nervo ótico, com apenas quatro pontos de contato elé- trico. Através de mudanças de fase e de variação da intensidade dos pulsos elétricos, o anel pode estimular diferentes partes do nervo ótico. Sinais de vídeo são emitidos por uma câmara externa e transmitidos para o olho e um _microchip implantado atrás da orelha. Os pesquisadores esperam que o olho artificial, pelo menos, ajude pessoas cegas a evitarem obstáculos. Eles frisaram, porém, que serão necessários mais testes, antes que o novo olho possa ser im- plantado normalmente em hospitais. *** Audioteca {Sal e Luz} -- Livros Falados para Deficientes Visuais A Audioteca {Sal e Luz} oferece ao deficiente visual um acervo de 1'ijj títulos -- educacionais e de literatura clássica -- (contemporânea e religiosa) gravados em fitas cassete. Esses livros {falados} são enviados via correio (usando o sistema gratuito de envio -- Cecograma) para residências em todos os Estados Brasileiros. Informações e inscrições pelo telefone: (0xx21) 221-haij, ou pela Internet, no endereço www.audioteca.com.br. *** A Instituição para Deficientes Visuais {Os Amigos} Nosso objetivo é dar todo atendimento possível aos deficientes visuais e ensinar- -lhes o método braille, português, inglês, complementação escolar, além de música, canto e teatro. Rua São Simão, 85 -- Rudge Ramos -- Telefone: (0xx55) 4332-ieic, São Bernardo do Campo, São Paulo, CEP 09629-jgj, CNPJ 03'idc'dhj-jjja-ab. :::::::::: Troca de Idéias Francisco Domingos da Silva Rua Paulo Húngaro, 4-bb, Pousada I, Bauru -- SP -- CEP 17023-aej Deseja corresponder-se com pessoas de países de língua portuguesa. Aos que escreverem, desde já agradece. Antônio Martins Rua Guilherme Cheffer Neto, 66, Jardim Esplanada, Maritia -- SP -- CEP 17521-bhj. Deseja corresponder-se com pessoas de qualquer idade, so- bre qualquer assunto, exceto religião. Jucilene Braga Caixa Postal 156, Embu, Guaçu -- SP -- CEP 06900-igj, Tel.: (0xx11) 7941-ebaf. Tem 19 anos, é romântica e gostaria de fazer novas amizades, de escrever e quer corresponder-se com pessoas que falem português. :::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores citados abaixo que nos enviem seus endereços completos e a- tualizados, pois suas revistas foram devolvidas: Sebastião Dionísio, Luis Cláudio do Nascimento Cardoso, Walter Aragão, Silvia Regina Pacheco, Antonio Mimoso da Encarnação Lisboa, Graciana Isabel Antunes, Isabel Veras, Ionara Rosa da Silva, Alcyr de Oliveira, Luciene -- moradora de Maracanaú -- CE, Walkíria de Amorim Silva, André Alves da Silva, Wagner Alves Ribeiro Maia, Edilson Rodrigues da S. Júnior, Maria Barbosa de Souza, Nelza Mariana Braga, Dorival Santana da Silva, Artulino Rodrigues de Brito, Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias -- Coordenação de Educação Especial, David Farias Costa e Maria Rocha Viveiros. Agradecemos ao nosso leitor Hudson Salvador Marques, que, gentilmente, nos alertou para o fato de que, à época da publicação do número 490 da RBC, janeiro-março de 2000, o Sr. Célio de Castro, então apresentado por nós como ex-prefeito, era, na verdade, prefeito. ::::::::::