Revista Brasileira para Cegos Ano LXXIV, n.o 541, abril/junho de 2016 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Informação e Cultura Editada na Divisão de Pesquisa, Documentação e Informação Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 -- Urca Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-240 Tel.: (55) (21) 3478-4458 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Daniele de Souza Pereira João Batista Alvarenga Leonardo Raja Gabaglia Maria Luzia do Livramento Raquel Chagas de Araújo Regina Célia Caropreso Revisão Inês Chagas Ribeiro Paulo Felicíssimo Ferreira Distribuição gratuita de acordo com a Lei n.o 9.610 de 19/02/1998, art. 46, inciso I, alínea *d*. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ ?itemid=381~,

¨ I Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 O que é resiliência? (E por que isso é importante) ::::::::::: 2 Trocando ideias -- O IBC nas Paralimpíadas: Conquistas do Corpo e da Mente :::::::::::: 12 Chapeuzinho vermelho na linguagem do politicamente correto :::::::::::::::: 25 Pensamentos ::::::::::::: 34 No Mundo das Artes Leniro Alves ::::::::::: 36 Maravilhas do Mundo História de Porto de Galinhas :::::::::::::: 47 Direitos de Todos :::::: 54

Nossa Casa ::::::::::::: 58 Vida e Saúde ::::::::::: 62 Culinária ::::::::::::::: 65 Humor ::::::::::::::::::: 69 Espaço do Leitor ::::::: 71 Editorial É inegável que as atividades físicas promovem o bem- -estar, a melhoria da qualidade de vida, assim como trabalha a autoestima. Mas o fato de que as pessoas com deficiência visual também as praticam é um tanto desconhecido pela sociedade, pois sua difusão ainda é pequena, se comparada à daquelas praticadas pelos não deficientes. Vale destacar que os meios de comunicação limitam-se a veicular as Paralimpíadas. Obviamente tal divulgação é de grande importância, tanto que, nesta edição, há um artigo sobre este evento. É importante ressaltar, contudo, que existem diversas competições ocorrendo durante todo o ano, inclusive no exterior, o que requer mais espaço na mídia, para que a população conheça a história e as especificidades desses esportes. Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo O que é resiliência? (E por que isso é importante) O termo resiliência quer dizer -- em seu significado original, na Física, -- o nível de resistência que um material pode sofrer frente às pressões sofridas e sua capacidade de retornar ao estado original sem a ocorrência de dano ou ruptura. A Psicologia pegou emprestada a palavra, criando o termo resiliência psicológica para indicar como as pessoas respondem às frustrações diárias, em todos os níveis, e sua capacidade de recuperação emocional. Falando de uma maneira bem simples, quanto mais resiliente você for, mais fortemente estará preparado para lidar com as adversidades da vida. Embora exista certa controvérsia a respeito dos indicadores de uma boa resiliência, não se acredita que ela seja resultante de um traço de caráter ou de personalidade. Na verdade, a melhor definição da palavra seria o resultado de um processo de aprendizagem de vida. Portanto, você, assim como eu, está apto para desenvolvê-la. O treinamento começa desde cedo Desde a infância, pessoas que ativamente se esquivam das dificuldades ou que são isoladas dos problemas cotidianos (como fazem alguns pais para “poupar” a criança), deixam de “treinar” suas habilidades resilientes. Desta forma, quando crescem, tais indivíduos não conseguem apresentar repertórios adequados de enfrentamento aos problemas e, desta forma, perdem as habilidades de atravessarem as situações de crises de maneira construtiva. Suas faltas de habilidades fazem com que reajam em excesso, aumentando assim, o tamanho das adversidades, ou, no polo oposto, respondam de maneira passiva, ou seja, permanecem anestesiados frente aos dilemas, perpetuando-os. Um dos princípios mais importantes neste aprendizado diz respeito ao que chamamos de capacidade de enfrentamento de uma pessoa. Eu explico: em todas as situações adversas por que passamos podemos compreendê-las de duas formas: A primeira, diz respeito a uma interpretação mais negativa dos fatos, entendemos que coisas ruins que acontecem a nós estão fora de nosso raio de ação, pois não temos a menor responsabilidade a respeito de sua ocorrência. Nesta posição, como não temos controle pelo acontecido, não exibimos nenhuma atitude de mudança. Assim, assumimos uma postura de vítima das circunstâncias da vida. Uma segunda possibilidade diz respeito a uma interpretação mais ativa dos fatos, podemos assumir que parte dos problemas e das dificuldades que vivemos dizem única e exclusivamente respeito a nossa forma de agir no mundo, portanto, entendemos que possuímos alguma responsabilidade sobre o fato. Assim, quando eu me vejo parte integrante do problema e pelo que acontece à minha volta, recupero a possibilidade de mudar as coisas que não me fazem bem. Aqui, exatamente, encontra-se um dos maiores dilemas humanos. Embora muitas pessoas desejem ativamente mudar as situações de sua vida, dificilmente querem se automodificar. Mudar, então, é apenas um desejo. Nesse sentido, nossa atitude mental frente às adversidades é uma das primeiras lições para construir uma boa resiliência psicológica, pois nos possibilita uma postura mais ativa: a de nos tornarmos responsáveis pelo que acontece a nossa volta. Um bom exemplo deste posicionamento pode ser compreendido através de antigo ditado que diz: “não importa o que fizeram conosco, mas sim, o que fazemos com aquilo que fizeram de nós”.

Buscando um sentido Um segundo ponto que aumenta de forma significativa nossa resiliência é o desenvolvimento de um projeto pessoal de vida. Conhecemos pessoas que vivem apenas contando com o dia de hoje e assim passam por sua vida de maneira quase que inconsciente, alheias a tudo e a todos. Uma importante lição deve ser aprendida neste ponto. Uma história que merece ser contada aqui é a do psicólogo existencialista Viktor Frankl. Prisioneiro dos campos de concentração, ele teve a oportunidade de observar as mais diversas reações dos prisioneiros frente às atrocidades cometidas pelos nazistas. Em seus relatos, descreve que muitas pessoas em certo ponto não mais conseguiam tolerar o sofrimento e assim, deliberadamente, desistiam de viver. Faziam isso se jogando contra as cercas ele- trificadas, deixando de se alimentar, ou, finalmente, se atirando contra os militares e seus cachorros. Em suas notas, descreveu que aquelas que mais suportavam a dor de uma prisão (e que sobreviveram) eram aquelas que desenvolviam um sentido de vida como, por exemplo, guardar comida para um prisioneiro mais fragilizado ou mobilizar-se para conseguir medicações para algum outro mais necessitado. Tais ações, segundo ele, traziam de volta a dignidade humana, pois abasteciam as pessoas com força e determinismo pessoal. “O sucesso como a felicidade, não podem ser perseguidos; eles devem acontecer, e só têm lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior”, dizia Frankl. Desta forma, temos em nosso cotidiano que desenvolver projetos que tragam um sentido a nossa existência, pois isso nos torna mais resilientes frente às adversidades da vida. Quando eu tenho um projeto maior para me apoiar, entendo que os problemas são apenas obstáculos a serem superados, pois persigo algo muito maior. E você leitor, tem algum projeto pessoal maior de vida? O que realmente você espera de sua existência? Veja que não vale desejar ficar rico, pois sabemos que isso por si só não traz dignidade a ninguém. Ter um projeto maior é possuir uma causa que lhe traga sentido. Algo que nos faça sair da cama todos os dias e que seguramente poderá trazer- -lhe de quebra mais resiliência.

Entendendo emoções Finalmente, o tripé da resiliência se apoia na capacidade de compreender o que sentimos. Pode parecer algo mais simples, entretanto, não é o que ocorre. Vivemos usualmente sem entrar em contato com nossas sensações subjetivas e isso pode nos confundir bastante. Estar atento aos nossos sentimentos é uma das maneiras mais simples de desenvolver nossa capacidade de enfrentamento emocional. Entenda que estar em contato com nossas emoções nos faz sermos mais ágeis na busca daquilo que efetivamente nos faz bem, como também na evitação das situações que nos fazem mal. É a chamada inteligência emocional. Em função de não estarmos habituados a nos conectar, estamos sempre procurando aliviar nossos sentimentos ruins através de atitudes externas como, por exemplo, comprar quando não nos sentimos bem, comer quando estamos ansiosos etc. Agimos de uma maneira esquiva, na qual nos protegemos de nossos próprios sentimentos desconfortáveis. O ponto central aqui é perceber nosso estado subjetivo para então poder mudá-lo. Fonte com alterações: ~,http:`/`/cristianonabuco.~ blogosfera.uol.com.br`/~ 2013`/05`/24`/o-que-e-~ resilencia-e-porque-~ isso-e-importante-2`/~ #kfotoNav=7~,

Vocabulário Evitação: s. f. Ação de evitar situações ou pessoas desagradáveis. Revisado por Inês Chagas Ribeiro :::::::::::::::::::::::: Trocando Ideias O IBC nas Paralimpíadas: Conquistas do Corpo e da Mente O nosso entrevistado desta edição do “Trocando ideias” é o professor de Educação Física do IBC, Paulo Sérgio de Miranda, que deixa claro a importância dos esportes na recuperação e (re)tomada da autoconfiança das pessoas com deficiência visual. O professor Paulo Sérgio fala também sobre cada uma das modalidades praticadas pelos alunos desportistas do IBC e das possibilidades destes atletas nas próximas Paralimpíadas. P: Qual o perfil dos alunos que praticam esportes de alto rendimento no IBC? R: Os alunos que têm interesse em praticar esportes, primeiramente, entram na Escolinha, onde se dá sua iniciação esportiva. Esses alunos iniciantes são observados e é feita uma análise de suas potencialidades para tornarem- -se atletas de alto rendimento. Dependendo da modalidade, certos aspectos são considerados importantes, mas não necessariamente essenciais, para o desenvolvimento dos futuros atletas. De um modo geral, é desejável que tenham boa estatura, força, boa massa muscular, agilidade e muita força de vontade.

Um judoca, por exemplo, não necessita ser alto, mas deve demonstrar boa técnica e ter boa massa muscular. Já o *goalball* e o futebol de 5 demandam boa orientação espacial e uma audição desenvolvida devido à complexidade dos esportes. Existem muitos fatores relacionados a ruídos e vozes. São os chamadores, técnicos, juízes, público, etc. Uma partida requer dos jogadores grande concentração e acuidade auditiva para se saírem bem em quadra. No *goalball*, como o gol tem a mesma largura da quadra (9 m), se os jogadores forem ágeis e altos as chances de protegerem o gol aumentam. Na natação e no atletismo, a altura também é um fator, que se for bem aproveitado, pode trazer vantagem para o atleta. P: Como a prática esportiva auxilia o desenvolvimento global (bio-psico-pedagógico- -social) desses alunos? R: O trabalho realizado pela Educação Física e no Esporte é de extrema importância para o deficiente visual auxiliando na independência, melhoria da autoestima e orientação e mobilidade. A limitação que a deficiência impõe causa medo e desconfiança. Devolver a autoconfiança a essas pessoas é um dos desafios dos professores e dos outros profissionais que lidam com eles nesse processo de reabilitação. Passar segurança e fazer com que confiem em quem os treina é vital. Só assim é possível realizar esse trabalho que requer muita dedicação e cuidado. Com o tempo, esse bloqueio a situações e ambientes novos vai sendo quebrado. O deficiente começa a recuperar gradativamente a confiança em relação ao ambiente que ele outrora dominava, ou mesmo, passa a acreditar que é capaz de superar obstáculos, acreditando em suas potencialidades. Orientação e mobilidade para aqueles que ficaram cegos por acidente ou doenças são fatores de grande importância para a retomada da autonomia e confiança em sua capacidade para alcançar seus objetivos. A Educação Física e o Esporte dão sua contribuição global no desenvolvimento dos vários fatores necessários à reabilitação dessas pessoas de uma forma mais fácil. P: Existe alguma especificidade na prática de judô para pessoas com cegueira e baixa visão? R: De um modo geral, não há grandes diferenças. Como no judô convencional, ambos devem pertencer à mesma categoria. Pode haver diferença entre a altura dos lutadores, mas devem ser da mesma categoria de peso. O lutador cego tem um círculo vermelho na manga de seu quimono para ser identificado como B1 (*Blind 1*, ou cego total) pelo juiz. A diferença que há na luta entre pessoas com deficiência visual é que ambos os lutadores, no início da luta, são autorizados pelo juiz a agarrarem o quimono do oponente, diferentemente do judô convencional, quando no início da luta, eles mantêm a distância para então, tentar agarrar o quimono do adversário. P: Em que se fundamenta a criação do *goalball* como esporte específico para pessoas cegas? R: O *goalball* foi criado na época da guerra visando reabilitar os soldados que sofreram lesões oculares. A necessidade de fazer com que eles se movimentassem levou dois professores, um austríaco e outro alemão, a criarem esse esporte. A quadra do *goalball* é do mesmo tamanho de uma quadra de vôlei, 9 m por 18 m, com regras pró- prias.A bola possui guizos para que o atleta possa saber onde está sendo arremessada. O *goalball* teve grande aceitação entre os deficientes visuais em escolas e clubes. É um dos esportes que mais cresce. A primeira participação em jogos paralímpicos aconteceu em 1984, quando se deu a primeira participação de atletas com deficiência visual. P: Quais são as particularidades do futebol de 5 no que diz respeito ao espaço do campo, à organização e movimentação dos jogadores e às regras? R: São quatro jogadores cegos, todos igualmente vendados com óculos opacos para garantir que a competição seja em pé de igualdade, e um goleiro com visão normal. Durante o treinamento, o técnico determina o posicionamento de cada um desses quatro jogadores, na quadra. Não existe lateral, mas sim uma banda em cima da linha lateral, que impede que a bola saia. Ainda que a bola bata ali, o jogo continua em andamento. Existe o chamador que fica atrás do gol do oponente. Ele tem a função de orientar o chute na direção do gol adversário. Ou seja, o chamador orienta o ataque. O goleiro do time adversário também fala durante o jogo para orientar os jogadores do seu time na defesa do seu gol. Além deles, os técnicos, que ficam nas laterais, na altura do meio da quadra, também dão suas orientações. Todas as vezes que um dos jogadores vai tirar a bola dos pés do oponente, ele precisa avisar dizendo “voy” (Vou). Se o jogador não disser “voy” antes de tentar impedir a jogada, ele é penalizado. A complexidade à qual nos referimos anteriormente se dá justamente por conta de todos esses ruídos (jogadores, bola, técnicos, chamadores, goleiros, além do público, é claro). P: Como o nadador cego ou com baixa visão se orienta na piscina e em mar aberto? R: O treinamento é basicamente o mesmo de pessoas sem deficiência visual. Na piscina, o nadador pode desviar um pouco dentro da raia, ou até mesmo, encostar-se a ela. Para alertar sobre a aproximação da borda e com isso evitar um acidente, existe a figura do *tapper*. Os *tappers* são pessoas que ficam nas bordas da piscina, segurando uma vara com uma bola de isopor na ponta, para tocarem com ela a cabeça ou as costas do nadador. Este sinal indica a virada ou chegada. Todos os nadadores cegos (B1) têm seus olhos vendados com óculos tamponados, opacos, para dar iguais condições a todos os competidores, já que um nadador cego, que tenha a percepção de claro-escuro, poderia tirar vantagem ao ver a linha preta no fundo da piscina. Os nadadores de baixa visão (B2 ou B3) usam óculos normais e têm treinamento igual aos nadadores de visão normal. Em mar aberto, existe o guia que nada de pé de pato ao lado do nadador cego (B1). A função dele é alertar o atleta quando este estiver se desviando da rota. Nadadores de baixa visão (B2) também podem requisitar um guia, caso desejem.

P: Como acontece a relação entre o atleta e seu guia na prática do atletismo? R: A relação entre o guia e o atleta deve ser a mais coesa possível. Eles convivem o tempo todo. O guia e o atleta treinam juntos, depois do treino continuam juntos, o guia auxilia o atleta no que é preciso. Esse convívio permite que o guia possa observar o atleta todo o tempo. O guia acaba por conhecer todas as nuances do atleta, como por exemplo, sua perna de impulsão, se ele prefere correr mais de um lado que de outro, etc. Todos esses detalhes são importantes para trazer mais confiança e tranquilidade para o atleta. Quando procuramos um guia para nossos atletas no IBC, dizemos o tempo que o nosso atleta costuma fazer para sabermos se o guia é capaz de acompanhá-lo com tranquilidade. O guia precisa ser mais rápido para não prejudicar o desempenho do atleta. P: Algum aluno/atleta do IBC participará das Paralimpíadas em 2016? R: No momento não sabemos, pois ainda teremos as seletivas. A convocação final ainda não saiu. Nossos atletas dependem exclusivamente das suas atuações para serem convocados. P: Quais são as expectativas de êxito dos alunos/atletas do IBC nas Paralimpíadas e quais as perspectivas profissionais desses alunos/ /atletas? R: No caso do judô, depende exclusivamente deles (alunos/atletas), por ser uma modalidade individual. Acredito que vamos ganhar medalhas. No caso do *goalball*, uma modalidade coletiva, o êxito depende de toda a equipe. Acredito que tenhamos medalha também. Só não posso precisar qual cor será. P: Há alguma outra modalidade esportiva contemplada no IBC que não tenha sido abordada nesta entrevista? R: Não, todas as modalidades estão representadas aqui: futebol de 5, *goalball*, natação, judô e atletismo, incluindo além da corrida, salto em altura, salto em distância e arremesso de peso. Fonte: ~,http:`/`/www.ibc.gov.~ br`/media`/common`/bce`/2016`/~ Boletim{-do{-Centro{-de{-~ Estudos{-de{-Janeiro{-e{-~ Fevereiro{-de{-2016.pdf~,

Vocabulário Nuances: s. f. Sutilezas. Revisado por Inês Chagas Ribeiro :::::::::::::::::::::::: Chapeuzinho vermelho na linguagem do politicamente correto Me deu um impulso de reescrever a estória do Chapeuzinho Vermelho para os dias de hoje, seguindo as linhas da *Politically Correct Language*, mesmo porque não há criança que acredite na estória como foi escrita. Era uma vez uma jovem adolescente a quem todos conheciam pelo apelido de Rúbia. Rúbia é uma palavra derivada do latim, *rubeus*, que quer dizer vermelho, ruivo. Rúbia era ruiva. Ruiva porque tingira o seu cabelo castanho que ela considerava vulgar. Ela pensava que uma ruiva teria mais chances de chamar a atenção de um empresário de modelos que uma morena. Morenas há muitas. O vermelho dos seus cabelos era confirmado pelo seu temperamento: ela era fogo e enrubescia quando ficava brava. [Nota 1: Se, nessa estória, eu lhe desse o nome de Chapeuzinho Vermelho ninguém acreditaria. As adolescentes de hoje não andam por aí usando chapeuzinhos vermelhos...] Rúbia morava com sua mãe numa linda mansão no condomínio "Omegaville". Pois numa noite, por volta das 10 horas, sua mãe lhe disse: "Rubinha querida, quero que você me faça um favor..." Rúbia pensou: "Lá vem a mãe de novo". E gritou: "De jeito nenhum. Estou vendo televisão...". "Mas eu ia até deixar você dirigir o meu BMW...", disse a mãe. Rúbia se levantou de um pulo. Para guiar o BMW, ela era capaz de fazer qualquer coisa. "Que é que você quer que eu faça, mamãezinha querida?", ela disse. "Quero que você vá levar uma cesta básica para sua vovozinha, lá no Parque Oziel. Você sabe: andar de BMW, depois das 10 da noite, no Parque Oziel é perigoso. Os sequestradores estão à espreita..." [Nota 2: a estória original contém dois problemas, relativos ao caráter e às intenções da mãe. Primeiro: mandar uma menina pequena, sozinha, pela floresta, sabendo que havia um lobo solto -- ou a mãe era uma tola irresponsável, ou ela estava com impulsos assassinos em relação à filha, desejando que o lobo a comesse. O segundo problema: viviam sozinhas a mãe e a filha; não há referências a um pai ou marido. Então, qual a razão para que a avó morasse do outro lado da floresta? Não seria mais prático que elas vivessem juntas? Chapeuzinho não teria que enfrentar um lobo para que a vovozinha comesse queijos, bolos e ovos...] Rúbia já estava saindo da garagem com o BMW quando sua mãe lhe gritou: "A cesta básica! Você está se esquecendo da cesta básica!" Com a cesta básica no BMW, Rúbia foi para a casa da vovozinha, no Parque Oziel. Foi quando o inesperado aconteceu. Um pneu furou. Até mesmo pneus de BMWs furam. Rúbia se sentiu perdida. Com medo, não. Ela não tinha medo. O pro- blema era sujar as mãos para trocar o pneu. Foi quando uma Mercedes se aproximou dirigida por um senhor elegante que usava óculos escuros. Há pessoas que usam óculos escuros mesmo de noite. A Mercedes parou e o homem de óculos escuros saiu. "Precisando de ajuda, boneca?", ele perguntou. "Claro", ela respondeu. "Preciso que me ajudem a trocar o pneu furado". "Pois vou ajudar você", disse o homem. "Você precisa de proteção. Esse lugar é muito perigoso. A propósito, deixe que me apresente. Meu nome é Crescêncio Lobo, às suas ordens". Aí ele se pôs a trocar o pneu cantarolando baixinho uma canção que sua mãe lhe cantara: "Hoje estou contente, vai haver festança, tenho um bom petisco para encher a minha pança..." Rúbia, olhando para o Crescêncio Lobo, pensou: "Que homem gentil e prestativo! E ainda canta enquanto trabalha... É dono de uma Mercedes! Acho que minhas orações foram atendidas!" "Pronto", ele disse. "Para onde você está indo, boneca?" "Vou levar uma cesta básica para minha avó." "Pois eu vou segui-la para protegê-la..." E assim, Rúbia, sorridente sonhadora, se dirigiu para a casa de sua avó escoltada por Crescêncio Lobo. Ao chegar à casa da avó, Crescêncio Lobo se surpreendeu. Pensou que ia encontrar uma velhinha, parecida com a avó de Chapeuzinho Vermelho. Que nada! Era uma linda mulher, uma senhora elegante, fina, de voz suave, inteligente. Logo os dois estavam envolvidos numa animada conversa, Crescêncio Lobo encantado com o suave charme e a inteligência da avó, a avó encantada com o encantamento que Crescêncio Lobo sentia por ela. Crescêncio Lobo pensou: "Se não fossem essas rugas, ela seria uma linda mulher..." Rúbia percebeu o que estava rolando, e foi ficando com raiva, vermelha, até que teve um ataque histérico. Como admitir que Crescêncio Lobo preferisse uma velha a uma adolescente? Começou a gritar, e por mais que os dois se esforçassem, não conseguiram acalmá-la. Passava por ali, acidentalmente, uma viatura do 5º Distrito Policial. Os policiais, ouvindo a gritaria, imaginaram que um crime estava acontecendo. Pararam a viatura e entraram na casa. E o que encontraram foi aquela cena ridícula: uma adolescente ruiva, desgrenhada, gritando como louca, enquanto a avó e o Crescêncio Lobo tentavam acalmá-la. Os policiais perceberam logo que se tratava de uma emergência psiquiátrica e, com a maior delicadeza, (os policiais do 5º DP são sempre assim. Também pudera! O delegado chefe trabalha ouvindo música clássica!) convenceram Rúbia a acompanhá-los até um hospital para ser medicada. Rúbia não resistiu porque ela já estava encantada com a força e o charme do policial que a tomava pela mão. Afinal, aquele policial era lindo e forte! Quanto à avó e ao Crescêncio Lobo, aquela noite foi início de uma relação amorosa maravilhosa. Crescêncio Lobo percebeu que não há cara de adolescente cabeça de vento que se compare ao estilo de uma senhora inteligente e experiente. E a avó, que ouvira de uma feminista canadense que o melhor remédio para a velhice são os galetos ao primo canto, entregou-se gulosamente a esse hábito alimentar gaúcho. Crescêncio Lobo pagou-lhe uma plástica geral, e a avó ficou novinha. E viveram muito felizes, por muitos anos. Quanto à Rúbia, aquela crise foi o início de uma feliz relação com o policial do 5º DP, que tinha um mestrado em psicologia da adolescência... Fonte: Rubem Alves -- Texto extraído do jornal *Correio Popular* -- Campinas, edição de 02 de maio de 2002. Vocabulário Desgrenhada: adj. Despenteada, desarrumada. Enrubescer: v. corar; ficar ou tornar-se vermelha. Escoltar: v. acompanhar, proteger. Estória: s. f. Conto (variante de história). Histérico: adj. Nervoso.

*Politically Correct Language*: Versão inglesa da expressão "linguagem politicamente correta". Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Pensamentos "Dizem que a vida é para quem sabe viver, mas ninguém nasce pronto. A vida é para quem é corajoso o suficiente para se arriscar e humilde o bastante para aprender." Clarice Lispector (1920-1977) "Não existe falta de tempo; existe falta de interesse. Porque, quando a gente quer mesmo, a madrugada vira dia, quarta-feira vira sábado e um momento vira oportunidade." Pedro Bial (1958) "Que o ódio dê lugar ao amor; a mentira, à verdade; a vingança, ao perdão; a tristeza, à alegria." Papa Francisco (1936) "Façamos da interrupção um caminho novo; da queda, um passo de dança; do medo, uma escada; do sonho, uma ponte; da procura, um encontro." Fernando Sabino (1923- -2004) "Divergência de opinião jamais deve ser motivo para hostilidade." Gandhi (1869- -1948) "Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos." Martin Luther King (1929-1968) Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

No Mundo das Artes Leniro Alves Catarinense nascido em 1956, chegou ao Rio de Janeiro um ano depois, trazido por sua mãe, Dona Norma Izaltina Alves, que tinha dentro de si o objetivo único de oferecer ao filho aquilo que ela mesma não tivera: a oportunidade de estudar. Cego por glaucoma desde o nascimento, foi aluno do IBC no período de 1962 a 1977, vindo a tornar-se músico e compositor. Na área de Programação de Computadores, foi funcionário da Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica ao município do Rio de Janeiro, por onde se aposentou. Como guitarrista e contrabaixista, atuou em ambientes variadíssimos, desde presídio

feminino a hotel cinco estrelas. Letrista de muito talento, Leniro possuiu fino senso de humor e sutil ironia em tudo quanto escreveu, fosse em prosa, fosse em verso. Mas é, ainda, um poeta encabulado, daqueles que deixam os versos trancados na gaveta, e dos quais apresentamos abaixo alguns exemplos. Meu Piano (música e letra), esta ganhadora do 4º Festival da Canção da Rádio MEC, Rio de Janeiro-RJ Ah! o amor é insano; ah! ele apronta demais; Trilha caminhos profanos se isso lhe apraz. Pouco se importa com danos; Vive de guerra e de paz;

é o maior dos tiranos ele faz e desfaz. Esse moleque mundano rouba, e depois, tão sagaz, reza ao Todo Soberano, diz: voltei atrás! E é das mãos desse fulano que, afinal, tu terás uma Canção, meu piano, clamando por paz. Vocabulário Aprazer: v. causar prazer, agradar. Insano: adj. Insensato, demente. Profano: adj. não sagrado. Sagaz: adj. Astuto, astucioso, manhoso, malicioso. Tirano: adj. cruel, tirânico.

Musa única Quando lhe parecer que todos os nãos desabaram-lhe sobre a cabeça, quando sua cabeça não encontrar a solução buscada, quando seu coração, ao invés de bater, apenas apanhar, quando suas mãos só encontrarem o vazio no lugar de outras, quando seus olhos sequer enxergarem a tal luz no fim do túnel, quando de sua boca você sentir que o melhor que poderá sair será o silêncio, quando seus dedos não encontrarem um caminho a percorrer, quando sentir que seus pés não têm onde lhe levar, quando você achar que se perdeu, abra os ouvidos para as belas canções que elas lhe mostrarão que você tem um coração que ainda pulsa, que sua cabeça pode, pensando no que já foi, projetar o que será, que seus olhos podem, olhando para trás, enxergar no espelho do bom que passou o melhor que pode vir, que seus pés vão saber trilhar o caminho que o levarão a mãos que acolham as suas, e que seus dedos saberão tocar o tempo de modo tal que lhe façam entender que tudo passa, exceto a vida trazida nas canções enquanto vida houver; estas são notas criadas por Deus e não pelo homem. Esta é a Santíssima Trindade: ritmo, melodia e harmonia que pode tocar em nós nos lugares que só ela conhece;

este é o jeito divino que, impalpável como o próprio Deus, faz com que possamos constatar-lhe a presença. Música, divina música, que meus ouvidos possam ser sempre um caminho por onde você chegue em mim, no mais fundo do meu eu, para curar minhas feridas e que seja você também sempre a estrada por onde meus dedos possam traçar minha rota de fuga do nada. Música, divina música, reza de todos os homens, religião de todos os amantes, porto de todos os perdidos. Música, divina música, que faz meu corpo se embalançar no seu ritmo, que me encanta com suas melodias e que me veste a própria alma com sua harmonia. Música, divina música, que me faz saber que a harmonia é possível, que me faz entender que os ritmos existem nas formas, as mais diversas, e que me faz ouvir as melodias que a vida sabe cantar. Música, divina música, minha musa, musa única. Espelho Calou-me fundo, em todo o meu sentido, Calou-me tanto que calei a voz! Quando em seus olhos vi, bem refletido, Alguém, nem tu nem eu -- nenhum de nós. Pensei: se os olhos são o espelho d'alma, Aquele olhar a quem espelharia? Um ser tão frágil, corpo tão sem alma, Eu ou você, qual de nós dois seria? E percebi, para meu desencanto, Muito custou-me acreditar... no entanto, Era a maneira qual você me via. E tive assim a tal questão imposta: Ou se me amando, você não se gosta, Ou se gostando, a mim não amaria! Grato Agradeço-lhe, amigo, esta homenagem. Não a mereço mas caiu-me bem. É por isso que eu digo, de passagem, Que aceito apenas por vir de quem vem.

¨ Caiu-me bem por ter-me levantado. Não sou poeta mas digo, no entanto, Meu verso é sempre assim, algo forçado, Maneira estranha de calar meu pranto. Que bem me faz este seu ombro raro Em que me acolho, por saber, meu caro, Que nele choro, triste, a minha dor. São os ouvidos de um amigo nobre Que não se vexam com a rima pobre, Ouvindo histórias de um final de amor. Vocabulário Vexar: v. Sentir vergonha; envergonhar-se.

Aprendi (letra e música) Com você eu apreendi a amizade; aprendi o que é saudade; aprendi que a verdade não consegue ser mais que metade, se só sabe ser verdade só pra um. Com você eu aprendi que a parceria é o pão de cada dia; é o bálsamo das almas, é o desaprender dos traumas e que não dá pra ser mais só de jeito algum. Aprendi que o amor é feito uma semente que faz das almas da gente uma só se, de repente, cai na terra de dois corações carentes

e assim, corpos e mentes, são um só pra dois contentes. Com você eu aprendi que o amor, de fato, é bem mais que os dois, no ato, se encontrarem e perderem seu céu e seu chão e na batida de um só coração se embriagarem dois. Aprendi, de forma enfim definitiva, que ele é flor que se cultiva e que a um o que cativa é saber que há nos dois verdades que nunca serão deixadas pra depois. Vocabulário Apreender: v. Assimilar mentalmente; entender, compre- ender. Apreende rapidamente tudo o que lhe ensinam.

Aprender: v. Reter na memória, mediante estudo, observação ou experiência. Bálsamo: s. m. Conforto, lenitivo. Cativar: v. Ganhar a simpatia, a estima de; seduzir. Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Maravilhas do Mundo História de Porto de Galinhas Localizada a 65 quilôme- tros de Recife, litoral sul de Pernambuco, a praia de Porto de Galinhas ficou tão famosa que ofuscou o nome da cidade à qual pertence, Ipojuca. Originariamente chamada de "Porto Rico", devia seu nome ao envio do pau-brasil para a Europa durante os séculos XVI e XVII. Já no século XIX, “Porto Rico” tornou-se um importante lugar de desembarque de escravos trazidos da África, os quais passavam a ser utilizados no cultivo da cana-de- -açúcar nos engenhos da região. O comércio de escravos estava proibido desde a Abolição, o que tornava a atividade ilegal e altamente lucrativa. Segundo a história popular, os traficantes burlavam o controle das autoridades ocultando os escravos nos porões dos navios encobertos por engradados de galinhas d'angola, ave originária da África e prato preferido da nobreza pernambucana naquela época. Assim, as tripulações dos barcos utilizavam a senha: "tem galinha nova no porto" para indicar a chegada de uma nova remessa de escravos. Por causa desses acontecimentos, o lugar ficou conhecido como "Porto das Galinhas" ou "Porto de Galinhas". Porto de Galinhas permaneceu como local de veraneio dos senhores de engenho e porto pesqueiro até a década de 60, quando foi descoberta pela classe média e passou a ganhar pouco a pouco a projeção que a transformou num dos balneários mais conhecidos do Brasil. Costumes locais Se você vai a Porto de Galinhas e quer se sentir totalmente ambientado, é interessante conhecer os costumes dos moradores da região. Seguem algumas dicas: -- Um passeio pela vila de pescadores, onde é possível conversar com as pessoas que moram e trabalham na região;

-- Visita às lojas de artesanato, onde são encontradas peças que retratam a cultura nordestina; -- Saborear a culinária local oferecida por restaurantes, bares e lanchonetes. Você pode optar por peixes frescos, preparados e fritos na hora, bem como outros pratos que incluem ostras cruas, agulhas fritas, lagostas, quebradinho de caranguejo ou espetinhos de camarão; -- Uma visita ao Engenho Canoas, que fabrica, até hoje, a rapadura -- tipo de doce em barra que tem a cana-de-açúcar como matéria- -prima. Baobá Quem chega a Porto de Galinhas, certamente, ouve comentários sobre o baobá gigante -- uma árvore que se encontra no Distrito de Nossa Senhora do Ó, a cerca de nove quilômetros do balneário. O vegetal tornou-se conhecido pela grossura de seu tronco, para abraçá-lo são necessárias cerca de 20 pessoas. O baobá foi plantado no local pelos escravos vindos da África e possui mais de 400 anos de existência. A árvore é considerada sagrada pelos povos da África e da Oceania, pois é a "árvore da vida", podendo atingir até mil anos ou mais de existência. Também é chamada de "árvore mãe", pois através dela consegue-se alimento, água, roupas, matéria- -prima para construção de cabanas, cola, remédios, abrigo, colares e até doces para crianças.

Engenho Gaipió Além de oferecer uma bela região litorânea, Porto de Galinhas também tem outros atrativos como, por exemplo, os pontos históricos da região. Dentre esses, encontra- -se em perfeito estado de conservação o Engenho Gaipió, distante 17 quilômetros de Ipojuca. O local, que possui um imponente casarão datado de 1863, revela como viviam os senhores de engenho da época. Na antiga construção, podem ser observados cristais, louças e mobília -- peças originais do século XIX. Em frente à casa grande, aconteceu um importante episódio da história pernambucana: em 1848, ocorreu um fato relacionado à Revolução Praieira que apoiava a monarquia. O engenho ainda oferece um pas-

seio ao rio Gaipió e ao Morro da Pedra Selada. Fontes: ~,www2.uol.com.br`/portode~ galinhas`/porto{-historia.~ htm~, ~,www.destinoportodegalinhas.~ com.br`/porto-de-galinhas`/~ porto-de-galinhas.php~, Vocabulário Balneário: s. m. Região ou área situada à beira-mar, em que há praias que podem ser frequentadas. Pau-brasil: Árvore de madeira dura e cor avermelhada, valorizada por sua utilização na coloração têxtil e fabricação de instrumentos musicais.

Peixe-agulha: O animal tem esse nome por causa de seu corpo alongado com numerosas vértebras. Revisado por Inês Chagas Ribeiro õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Direitos de Todos Celular roubado ou perdido. Saiba o que fazer Consumidor pode solicitar o bloqueio do aparelho informando apenas o número do telefone Quem nunca teve um celular roubado, furtado ou perdido pode se considerar uma pessoa de sorte. 63 aparelhos são roubados, por hora, nas capitais brasileiras segundo levantamento realizado por uma seguradora em 2015. A partir de março de 2016, pelo menos, ficou mais fácil para o consumidor bloquear a linha e o aparelho perdido. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determinou que as operadoras de telefonia móvel devem realizar o bloqueio pelo número do celular, dispensando a necessidade de informar o IMEI -- sequência numérica criada internacionalmente para identificar os celulares. A exigência de informar o código de IMEI dificultava o bloqueio; pois, sem o aparelho em mãos, em geral, as únicas fontes dessa informação são a caixa em que o celular foi vendido ou a nota fiscal, que nem sempre são acessíveis no momento de urgência. Por isso, para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a simplificação do procedimento representa um avanço.

Além disso, em alguns estados é possível solicitar o bloqueio do celular na delegacia, ao registrar o boletim de ocorrência do roubo ou furto do aparelho. Desde março de 2016, existe esta possibilidade na Bahia, Ceará e Espírito Santo. Havia expectativa de parceria breve com as polícias de Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo. Aviso rápido Comunicar a ocorrência à operadora o quanto antes é fundamental para evitar co- branças indevidas pelo uso da linha e também para impedir o acesso de terceiros a informações e arquivos pessoais registrados no celular -- com o bloqueio, o aparelho é inutilizado.

Ao fazer a solicitação, é importante anotar o número de protocolo de atendimento, a fim de comprovar que o pedido foi realizado. Com o protocolo, o consumidor pode solicitar a gravação da ligação, se necessário. Celular de segunda mão Ao comprar um celular usado, é importante verificar sua procedência e checar se ele não consta dos registros de aparelhos bloqueados. Para isso, é possível consultar o *site* ~,https:`/`/www.consulta~ aparelhoimpedido.com.br`/~, por meio do número de IMEI. Com o aparelho em mãos, é simples encontrar o código. Basta fazer uma ligação para *#k06#k. Se o celular estiver em condições de uso, o re-

sultado da busca vai informar: "Não cadastrado na base". Fonte: ~,http:`/`/www.idec.~ org.br`/consultas`/dicas-e-~ direitos`/celular-roubado-~ saiba-como-proceder~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Nossa Casa Recupere suas plantas Poucas coisas trazem tanta vida a um ambiente quanto as plantas. Mas, de repente, sem que você faça nada errado, suas espécies começam a mur- char ou apresentam manchas estranhas. Uma dica é mover a sua plantinha tristonha para um novo vaso, o que pode fazer uma grande diferença. Escolha um vaso com cerca de três centímetros a mais na largura do que o atual. Pode ser o suficiente para fazer as raízes crescerem mais fortes. Veja mais dicas a seguir Que tal turbinar aquela terra antiga com uma mistura de adubos naturais de extrema qualidade? Vale usar borra de café, leite, casca de ovos e frutas, por exemplo. Finque o dedo na terra para sentir o grau de umidade e águe somente se ela estiver seca. Tome cuidado com a água em demasia para evitar o aparecimento de fungos. Quando sua espécie já se encontra fragilizada, ser exposta diretamente ao sol forte e muito quente pode só piorar as coisas. Até que ela

se recupere, aposte no sol indireto. Fonte: Seção *Bela Casa*, *Jornal Extra* -- 28 de maio de 2016. Como limpar o liquidificador Se há algum resíduo difícil de tirar e próximo às lâminas do seu liquidificador, use bicarbonato de sódio para deixá- -lo brilhando! A receita funciona assim: use um terço de xícara de bicarbonato para meia de água. Basta colocar esta mistura dentro do liquidificador e bater por uns 3 minutinhos. O bicarbonato é um abrasivo ótimo para usar na limpeza de eletrodomésticos e vai deixar seu liquidificador limpinho, pronto para outra.

Evitar o aparecimento de baratas nos armários Para você evitar que baratas apareçam, espalhe dentro do armário folhas de louro secas, trocando a cada duas semanas. Lavanda tem um cheiro maravilhoso, mas a barata tem mau gosto e detesta esse cheiro gostoso, sendo assim, passe perto dos armários e nos locais onde as baratas costumam aparecer. Fonte: ~,http:`/`/www.tupi.am`/~ show-do-heleno-rotay~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Vida e Saúde A importância de lavar as mãos Lavar as mãos é uma das medidas mais importantes para impedir a propagação de doenças. A higienização adequada das mãos pode impedir que você fique doente e também é capaz de interromper a transmissão de infecções virais, bacterianas e parasitárias para outras pessoas. Grande parte das infecções comuns, tais como resfriados, gripes, intoxicação alimentar, hepatite A, parasitoses intestinais e muitas outras, são transmitidos habitualmente por mãos contaminadas. Mesmo as infecções respiratórias, que podem ser transmitidas através da tosse ou do espirro, são, na verdade, transmitidas com mais frequência pelas mãos do que pelo ar.

Não é exagero, portanto, dizer que o simples hábito de lavar as mãos com frequência pode salvar vidas, não só a sua, como também as das pessoas com quem você tem contato. Isso é especialmente importante se você tiver contato próximo com bebês, idosos ou pessoas debilitadas. Como lavar as mãos de forma eficiente Umedeça as mãos com água corrente. Coloque sabonete em quantidade suficiente em ambas as mãos e esfregue-as entre si. Esfregue a palma de uma das mãos contra o dorso da outra mão e vice-versa. Esfregue todos os dedos, entrelaçando-os e esfregando o espaço entre eles.

Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da outra mão e vice-versa. Esfregue um polegar com a palma da outra mão e vice- -versa. Esfregue a palma de uma mão com os dedos e as unhas da outra mão fechada e vice- -versa. Enxágue bem as mãos, evitando tocar na torneira. Caso esteja em um ambiente público, utilize a mesma toalha de papel que usou para secar as mãos para fechar a torneira. Fontes: ~,http:`/`/www.~ mdsaude.com`/2015`/10`/~ lavar-as-maos.html~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Culinária Pizza no liquidificador Ingredientes: 2 ovos; um quarto de xícara de chá de leite; 2 colheres de sopa de queijo parmesão; 5 colheres de sopa (bem cheias) de farinha de trigo; 1 colher de sopa de fermento em pó. Modo de preparo: Bater tudo no liquidificador. Untar e enfarinhar uma fôrma de pizza de 30 cm, despejando nela a massa. Levar para assar em forno preaquecido a 200°C, até começar a dourar. Retirar do forno, passar molho de tomate, colocar muçarela e o recheio a gosto e voltar ao forno para derreter. Empadão de frango para diabéticos Ingredientes para a massa: 2 xícaras de chá de farinha de trigo; 4 colheres de sopa de margarina light; meia lata de creme de leite light; 1 colher de chá de fermento em pó e sal a gosto. Ingredientes para o recheio: 1 peito de frango sem osso; meia lata de creme de leite light; 3 ovos ligeiramente batidos; 2 colheres de sopa de cebolinha picada; 1 gema para pincelar e sal a gosto. Modo de preparo da massa: Coloque a farinha em um recipiente, faça um buraco no centro e adicione a margarina, o creme de leite, o sal e o fermento. Misture até que a massa fique homogênea e solte das mãos. Deixe descansar por uma hora. Modo de preparo do recheio: Primeiramente cozinhe o peito de frango, deixe esfriar e desfie. Depois, junte os outros ingredientes, misture tudo e reserve. Forre uma fôrma redonda de tamanho médio com uma parte da massa, recheie e cubra com a massa restante. Pincele com a gema e leve ao forno preaquecido a 200°C para assar. O tempo estimado é de 40 minutos, mas isso depende de cada forno. A dica é a seguinte: quando estiver bem dourado por cima, está pronto. Fonte: ~,http:`/`/www.tupi.am`/~ show-do-heleno-rotay~, Leite condensado diet Ingredientes: 1 xícara de água fervente; 1 xícara de adoçante culinário; 2 xícaras de leite em pó desnatado; 2 colheres de sopa de margarina light. Modo de preparo: Bata tudo no liquidificador por cinco minutos, leve à geladeira por 2 horas ou ao freezer por 20 minutos. Essa receita substitui o leite condensado tradicional em dietas com restrição de açúcar. Fonte: ~,http:`/`/www.tupi.am`/~ show-do-heleno-rotay~, Bolo integral para diabéticos É tão gostoso que não só os diabéticos devem comer: todos devem experimentar. Ingredientes: 4 ovos; 1 xícara de leite desnatado morno; 1 colher de margarina; 2 xícaras de adoçante culinário; 2 xícaras de farinha inte- gral; 1 xícara de chocolate em pó sem açúcar; 1 colher de fermento em pó. Ingredientes para cobertura: 1 xícara de leite condensado diet e raspas de limão. Modo de preparo: Bata as claras em neve. Reserve. No liquidificador, bata todos os ingredientes restantes, colocando primeiro os líquidos. Coloque a mistura numa bacia e junte as claras em neve, misturando delicadamente. Passe para uma fôrma untada e enfarinhada. Coloque para assar em forno preaquecido, tem- peratura média, por aproximadamente 35 a 40 minutos. Depois, quando estiver morno, desenforme e cubra com leite condensado diet e as raspinhas de limão. Fonte: ~,http:`/`/www.tupi.am`/~ show-do-heleno-rotay~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Humor Quem é o melhor? O leite e o vinho estão conversando. Todo vaidoso, o

leite começa a se vangloriar da vida: -- Olha pra mim: eu sou natural! E você? Você deixa as pessoas passando mal, vomitando e tontas. -- É! Mas você já viu alguém comemorar alguma coisa bebendo taça de leite? -- rebate o vinho. Sem querer sair por baixo na discussão com o vinho, o leite volta a se envaidecer de seus "feitos": -- Mas eu posso ser misturado com qualquer coisa: café, chocolate e até açúcar. E você, o que acontece com as pessoas quando elas misturam você com outra bebida? O vinho ri e retruca: -- Eu não me misturo, porque eu sou único, caro e muito apreciado. E você, quanto você vale? Vendo que está perdendo a briga, o leite começa a se

irritar e, sem a menor compostura, começa a falar mais alto: -- É mesmo? Mas eu sou doce! E você, senhor vinho? Agora te peguei, hein! Tem gente que nem consegue beber você... Irônico, o vinho balança a cabeça e ataca de novo: -- Pelo menos a minha mãe é uma uva. E a sua, que é uma vaca? Fonte: Jornal *Meia Hora* -- 19 de maio de 2016. Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do Leitor “Sou Jacqueline Pedrozo, deficiente visual total, tenho 42 anos e quero corresponder- -me para amizades sinceras com pessoas do Brasil, de Portugal ou de qualquer país, desde que escreva em Português.” Endereço: Rua 15 de novembro, casa 1477 -- Sítio do Campo -- Morretes -- PR -- CEP: 83350-000. “Meu nome é Maria das Graças Silva Dias, moro na cidade de Itaguaí (RJ). Sou espírita kardecista e quero fazer novas amizades, preferencialmente com pessoas acima de 50 anos. Meus telefones são (21) 3036-2022/96864-5835.” õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Erica Araujo Souza Revisão Braille: João Batista Alvarenga e Abel Ricardo