Revista Brasileira para Cegos Ano LXXIV, n.o 546, julho/setembro de 2017 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Informação e Cultura Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 -- Urca Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-240 Tel.: (55) (21) 3478-4457 -- 3478-4531 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal: Ordem e Progresso

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Daniele de Souza Pereira João Batista Alvarenga Leonardo Raja Gabaglia Regina Celia Caropreso Revisão Equipe de Adaptação da Divisão de Imprensa Braille-DIB Paulo Felicíssimo Ferreira Colaboração Carla Maria de Souza

¨ I Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita segundo a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de setembro de 1949. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~,

¨ III Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 PFDC e Sindicato de Editoras firmam acordo para garantir disponibilização de livros em formato acessível :::::::::::::: 5 A menina por trás da porta :::::::::::::::::: 11 Meu reino por um pente :::::::::::::::::: 16 Um pé de milho :::::::::: 25 Tirinhas :::::::::::::::: 28 Pensamentos ::::::::::::: 32 No Mundo das Artes Di Cavalcanti :::::::::: 34 Belchior :::::::::::::::: 40 Maravilhas do Mundo Borobudur ::::::::::::::: 45 Nossa Casa ::::::::::::: 50 Vida e Saúde ::::::::::: 57 Culinária ::::::::::::::: 64 Humor ::::::::::::::::::: 72 Espaço do Leitor ::::::: 78 Editorial Em abril de 2017, um fato ocorrido num campo de futebol chamou a atenção de muita gente, suscitando comentários na imprensa, de torcedores e atletas. Não foi um gol ilegal nem uma agressão entre jogadores ou de alguém da arbi- tragem, porém um lance no qual a honestidade falou mais alto. No primeiro jogo da semifinal do Campeonato Paulista, durante uma disputa acirrada pela bola, o zagueiro do São Paulo, Rodrigo Caio, avisou ao juiz que ele, e não o jo- gador Jô, atacante do Corinthians, havia pisado no goleiro Renan Ribeiro. A demonstração de jogo limpo de Rodrigo impediu que o jogador rival, que havia marcado um gol na partida, recebesse um cartão amarelo e não pudesse participar do próximo jogo, no qual eventualmente marcaria o gol de empate, garantindo a classificação do tricolor no campeonato. Este ato de honestidade gerou comentários de torcedores, que alegavam não ter sido ele esperto, pois deveria ter ficado calado. Como se vê, uma atitude simples, que deveria ser considerada normal, e não dar origem a manchetes, acabou censurada por razoável parcela da própria opinião pública. Como pensamos a honestidade? Seria ela questão de escolher opiniões ou manter-se fiel a uma atitude ética, que garanta relações pessoais e sociais sadias? Acreditamos que se deve ser honesto em qualquer circunstância, ou admitimos, ante um interesse pessoal, que não há mal algum em "nos darmos bem", de vez em quando?

Afinal, não é raro que tenhamos opiniões recheadas de ética e conceitos de honestidade em relação a terceiros. Mas, basta que surja para nós a possibilidade de sermos favorecidos com algum ato que condenaríamos, para que nossa tendência passe a ser a de aceitá-lo. Temos toneladas de desculpas para justificar: "furadas de fila", compras de mercadoria pirata, suborno a guardas de trânsito e outras situações, que já não nos parecem desonestas. Frases como "Este país não tem mais jeito, cheio de desonestos como está!" saem da nossa boca com a maior facilidade, enquanto nos esquecemos do iogurte aberto e tomado dentro do supermercado, sem pagarmos. Alguns dirão que não se pode comparar isso ao roubo de milhões; mas o que conta: A aparente insignificância de um furto, ou o alto valor monetário de um roubo? Sem a pretensão de entrarmos em discussões político- -partidárias, que não conviriam neste espaço, convidamos você, leitor, a refletir sobre a honestidade do dia a dia: a dos pequenos gestos, como o do jogador do São Paulo, que livrou o companheiro de outro time de uma suspensão injusta; a daqueles que devolvem carteiras com dinheiro, sem jamais se valerem de suas necessidades como justificativa para a posse do que não lhes pertence; a dos trabalhadores que não se apresentam a seus chefes como doentes, unicamente para curtirem a praia, deixando de prestar o serviço pelo qual são pagos, além de so- brecarregarem colegas com as atividades que deveriam estar executando. Pensemos juntos em todos esses e mais alguns casos, que por certo todos nós conhecemos, busquemos neles nossos modelos de vida e descobriremos que o mundo tem jeito, porém que isso depende mais de nossos atos do que de nossas palavras. Comissão Editorial Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo PFDC e Sindicato de Editoras firmam acordo para garantir disponibilização de livros em formato acessível Mais de 30 editoras de livros em todo o Brasil -- o que corresponde a aproximadamente metade do mercado editorial nacional -- firmaram compromisso com o Ministério Público Federal (MPF) para garantir a pessoas com deficiência visual o direito de acesso à leitura. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a oferta de li- vros em formato acessível foi assinado no dia 05/07/ /2017, entre a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF) e o Sindicato Nacional de Editoras de Livros (SNEL). A medida deve beneficiar mais de 6 milhões de brasileiros com deficiência visual, além de pessoas com paralisia ou amputação de membros superiores. De acordo com o TAC, o livro em formato acessível estará disponível para compra em uma plataforma online, que será administrada pelo SNEL e entrará em funcionamento em até 180 dias. No portal, será possível solicitar diretamente às editoras títulos que não estejam disponíveis no mercado em formato acessível. O atendimento das solicitações pode variar de cinco a 60 dias, a depender da quantidade de ilustrações que com- ponham a obra. O valor não poderá ser superior ao cobrado pelas editoras pelo livro no formato impresso. A produção do livro exclusivamente em formato impresso deixa excluída de seu acesso toda pessoa que não possa ler ou manipular suas páginas -- como pessoas cegas, com baixa visão, dislexia, paralisadas ou amputadas de membros superiores. Assim, o termo de ajustamento busca concretizar a garantia de todos ao pleno exercício de direitos, sem qualquer forma de discriminação -- conforme determina a Constituição Federal e tam- bém a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. Descumprimento “As editoras nunca cumpriram essa obrigação legal, recentemente reforçada pela Lei Brasileira de Inclusão (n.o 13.146/2015), que entrou em vigor em janeiro de 2016. O compromisso firmado entre o MPF e as editoras marca uma nova etapa na concretização dessa garantia. Antes, a pessoa interessada em adquirir o livro em formato acessível precisava solicitar a obra diretamente à editora -- que ficava livre de qualquer reclamação. Com a nova plataforma, isso muda. Haverá um portal onde o consumidor acessa, solicita o livro e a editora terá a obrigação de disponibilizar a obra”, detalha o procurador da República Fabiano de Moraes, coordenador do Grupo de Trabalho Inclusão para Pessoas com Deficiên-

cia, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. De acordo com o Grupo de Trabalho (GT), a proposta é ampliar o número de editoras que disponibilizam livros em formato acessível. Para isso, uma das cláusulas do termo de compromisso estabelece que o Sindicato Nacional de Editoras deverá realizar campanhas de esclarecimento junto a essas empresas até que 50% das mais de 500 associadas ao SNEL assumam o compromisso da oferta de obras acessíveis. A mobilização deve ocorrer pelos próximos dois anos. O termo de compromisso foi assinado pelo presidente do Sindicato Nacional de Editoras, Marcos da Veiga Pereira, pela procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, e pelos procuradores da República Fabiano de Moraes e Felipe Fritz, que integram o GT Inclusão para Pessoas com Deficiência. Saiba mais A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) considera como formato acessível os arquivos digitais que possam ser reconhecidos e acessados por *softwares* leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí- -los, permitindo a leitura de voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão em braile. De acordo com a LBI, todos os livros publicados pelas editoras em formato físico também devem estar disponíveis em formato acessível. A negativa não justificada no fornecimento desse produto pode constituir prática de discriminação de pessoa em razão de sua deficiência -- crime com pena de reclusão de um a três anos e multa, conforme o art. 88 da LBI. Assessoria de Comunicação e Informação -- ACI Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão -- PFDC/MPF Tel.: (61) 3105-6083 ~,pfdc-comunicacao@mpf.mp.br~, ~,twitter.com/pfdc{-mpf~, :::::::::::::::::::::::: A menina por trás da porta Durante a maior parte da infância, dividi o quarto com o meu irmão mais moço. Havia duas camas, uma cesta de vime onde guardávamos os brinquedos e um armário pequeno. Jamais brigamos por espaço, porém, mesmo havendo uma convivência amistosa, eu mal podia esperar para ter um quarto só meu. Nunca fui muito otimista quanto a ter meus sonhos realizados: fui daquelas meninas que se achavam meio esquecidas pelos deuses. Tinha uma vida boa, com o básico sendo plenamente atendido (amor familiar, escola, amigos), mas desconfiava que meus desejos secretos continuariam secretos por um tempo indefinido. Até que aos 11 anos trocamos de endereço e eu tive, afinal, um quarto só pra mim. Impossível descrever meu sentimento naquela primeira noite no apartamento novo, a sensação de poder ficar sozinha comigo mesma, de poder desligar o abajur na hora que quisesse, de colar nas paredes alguns pedaços de poemas e os pôsteres dos meus ídolos, de escutar meus discos sem que ninguém se sentisse perturbado. Foi o início da minha existência, valendo.

Não era apenas um local para dormir. Era uma sala de visitas. Muita gente entrou no meu quarto, alguns escondidos na mochila, sem que meus pais soubessem. Os Beatles não só me visitaram: moraram no meu quarto durante anos. Nós cinco cantávamos juntos, enquanto eu me apaixonava por Londres sem ter noção de quão longe ficava. Gostava também de ópera- -*rock*, tanto que os LPs de *Jesus Cristo Superstar* e *Tommy* não saíam do toca- -discos. Eu trancava a porta do quarto para que ninguém me surpreendesse em cena com a trupe: o elenco inteiro dançava sobre o meu tapete. Ganhei uma máquina de escrever e através dela recebi outras centenas de convidados: todos os personagens e situações que inventei. Do lado de fora, a casa escutava apenas um tlec, tlec, tlec abafado e inofensivo, mas o barulho que minhas ideias faziam era de quem estava dando uma festa para 500 pessoas. Não bastasse essa bagunça, o quarto ainda passou a ser compartilhado com Monteiro Lobato, até o fim da infância, e mais tarde com Hermann Hesse, Anaïs Nin, Charles Bukowski, Fausto Wolff, Caio Fernando Abreu e demais visitantes vindos de universos distantes do meu, alguns até do além. Foram eles que me fizeram sonhar com histórias de amor inventadas e que roubavam meu sono a madrugada inteira. Nunca fui punida nas poucas vezes em que mereci. “Vá para seu quarto e só saia de lá quando eu mandar.” Sério, era pra ser um castigo? Criança deve brincar na rua, praticar esportes, ter contato com a natureza, socializar com a turma. Eu fazia tudo isso e bastante. Mas ainda lembro a sensação de voltar à tardinha pra casa, tirar os tênis sujos de grama úmida, tomar um banho quente, jantar e então entrar num mundo ao mesmo tempo íntimo e megapovoado. Não, não era um *smartphone*. Era um troço bem mais avançado. Imaginação. Martha Medeiros Fonte: Revista *Ela*, 21/05/2017. Vocabulário Anaïs Nin (1903-1977): Escritora francesa. Caio Fernando Abreu (1948-1996): Escritor, jornalista e dramaturgo brasileiro.

Charles Bukowski ê1920- -1994ã: Poeta e escritor alemão. Fausto Wolff (1940-2008): Jornalista e escritor brasileiro. Hermann Hesse (1877-1962): Escritor alemão. *Jesus Cristo Superstar*: Musical de ópera-*rock* de Andrew Lloyd Webber, apresentado nos anos 70. *Tommy*: Quarto álbum de estúdio e uma das duas óperas-*rock* do *The Who*, banda de *rock* britânica. Vime: s. m. Vara de vimeiro, flexível e usada em trabalhos trançados. :::::::::::::::::::::::: Meu reino por um pente Filhos -- diz o poeta -- melhor não tê-los. Já o professor Aníbal Machado me confiou gravemente que a vida pode ter muito sofrimento, que o mundo pode não ter explicação alguma, mas, filhos, era melhor tê-los. A conclusão parece simples, mas não era; Aníbal tinha ido às raízes da vida, e de lá arrancara a certeza imperativa de que a procriação é uma verdade animal, uma coisa que não se discute, fora de alcance do radar filosófico. "Eu não sei por que, Paulo, mas fazer filhos é o que há de mais importante." Engraçado é que, depois dessa conversa, fui descobrindo devagar a melancólica im- postura daquelas palavras corrosivas do final de “Memórias Póstumas”: "não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria". Filhos, melhor tê-los, aliás, o mesmo poeta corrige antiteticamente o pessimismo daquele verso, quando pergunta: mas, se não os temos, como sabê-lo? Resumindo: filhos, melhor não tê-los, mas é de todo indispensável tê-los para sabê-lo; logo, melhor tê-los. Você vai se rir de mim quando souber que comecei a crônica desse jeito depois de procurar em vão o meu bloco de papel. Pois se ria a valer: o desaparecimento de certos ob- jetos tem o dom de conclamar, por um rápido edital, todas as brigadas neuróticas alojadas nas províncias de meu corpo. Sobretudo instrumentos de trabalho. Vai-se-me por água abaixo o comedimento quando não acho minha caneta, meu lápis-tinta, meu papel, minha cola... Quando isso acontece (sempre), até taquicardia costumo ter; vem-me a tentação de demitir-me do emprego, de ir para uma praia deserta, de voltar para Minas Gerais, renunciar...

Ridículo? Sim, ridículo, mas nada posso fazer. Creio que seria capaz (talvez seja presunção) de aguentar com relativa indiferença uma hecatombe que destruísse de vez todos os meus pertences. O que não suporto é a repetição indefinida do desaparecimento desses objetos sem nenhum valor, mas, sem os quais, a gente não pode seguir adiante, tem de parar, tem de resolver primeiro. Stanislaw Ponte Preta andou espalhando que eu usava ventilador para pentear os cabelos. Calúnia. Sou o maior comprador de pentes do Estado da Guanabara. Compro-os em quantidades industriais pelo menos duas vezes por mês, de todos os tamanhos, de todas as cores. Sou quase amigo de infância do vendedor de pentes que estaciona ali na esquina de Pedro Lessa e Rua México. A princípio, pensou que eu estava substabelecendo o comércio dele, comprando para vender mais caro, mas um dia eu lhe contei a minha tragédia familiar e ele sorriu e confessou: "Lá em casa é a mesma coisa." Chego em casa com os meus pentes e os distribuo a man- cheias. Dois para você, três para você, quatro para você -- segundo o temperamento e a distração de cada um. Aviso a todos que vou colocar um no armário do quarto, um no banheiro, um em cada mesa de cabeceira, dois na minha gaveta. Terminada essa operação ostensiva, fico malicioso e furtivo; secretamente, vou escondendo outros pentes por todos os cantos e recantos, debaixo do colchão, no alto de um móvel, atrás do meu exemplar dos “Suspiros Poéticos e Saudades”. Em seguida, reúno solenemente toda a família, inclusive o Poppy, tiro do bolso um pente singular, o mais característico encontrável na praça, e digo: "Este é o meu pente; este ninguém usa; neste, sob pretexto algum, ninguém toca. Estão todos de acordo ou algum dos presentes deseja levantar qualquer objeção?" Estão todos de acordo. A sinceridade do meu clã nesses momentos é de tal qualidade que, por um dia ou dois, te- nho a ilusão de que, afinal, venci, de que descobri o *approach* certo para a família incerta. Mas, meu São Luís de Camões, ó caminhos da vida, sempre errados! Os dias passam, o vento passa a descabelar-nos, e os meus pentes, os meus pentes também passam. Misteriosamente, inexplicavelmente, eles desaparecem, pouco a pouco, com certa malícia, um a um, dois a dois, até chegar o momento dramático no qual, depois de vasculhar todos os meus esconderijos, fico em cabelos no meio da sala e, como Ricardo III em plena batalha, exclamo, patético: "Um pente, um pente, meu reino por um pente!" Eu não fui -- diz o primeiro; eu não fui -- diz o segundo; eu não fui -- diz o terceiro; Poppy, cuja especialidade é comer meias e sapatos, não diz nada, mas abana o rabo negativamente. Não foi ninguém, foi *Mr. Nobody*, foi o diabo, foi a minha sina. A minha mansão tem apenas três quartos e uma sala. Pois é inacreditável a quantidade de objetos que estão desaparecidos aqui dentro. Um dia, quando me mudar, a gente vai achar tudo, e sorrir um para o outro com uma nostalgia imprecisa, e dizer em

silêncio que, filhos e pais, é melhor tê-los. Paulo Mendes Campos Fonte: CAMPOS, Paulo Mendes. *Alhos e bugalhos*. Civilização Brasileira, 2006. Vocabulário A mancheias: Em grande quantidade, abundantemente. Antiteticamente: adv. Contraditoriamente. *Approach*: Atitude. Conclamar: v. Convocar, incitar, chamar. Corrosivo: adj. Que corrói, que provoca corrosão; ácido; cáustico. Hecatombe: s. f. Calamidade; catástrofe. Impostura: s. f. Característica do que é hipócrita; falsidade; hipocrisia. Legado: s. m. Aquilo que se transmite às gerações seguintes. Luís de Camões (1524-1580): Foi um poeta português. Autor do poema "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da literatura portuguesa. “Memórias Póstumas de Brás Cubas”: Obra do escritor Machado de Assis. *Nobody* (inglês): Ninguém. Pedro Lessa: Nome de rua, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Ricardo III (1452-1485): Rei da Inglaterra. Stanislaw Ponte Preta: Pseudônimo de Sérgio Marcus Rangel Porto (1923-1968), cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro. “Suspiros Poéticos e Saudades”: Título do livro poético de Domingos Gonçalves de Magalhães (1811-1882), tido como a primeira obra do Romantismo no Brasil. :::::::::::::::::::::::: Um pé de milho Os americanos, através do radar, entraram em contato com a lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais importante da semana aconteceu com o meu pé de milho. Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim -- mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa. Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo veio um amigo e declarou desdenhosa-

mente que na verdade aquilo era capim. Quando estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana. Sou um ignorante, um pobre homem de cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas folhas além do muro -- e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais, mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um canteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua -- não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas -- mas na glória de seu crescimento, tal como o vi em uma noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo empina-

do, as crinas ao vento -- e em outra madrugada parecia um galo cantando. Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico la-

vrador da Rua Júlio de Castilhos. Rubem Braga Fonte: BRAGA, Rubem. *200 crônicas escolhidas*. Edições *Bestbolso*, 2011. Vocabulário Exíguo: adj. Muito pequeno. Júlio de Castilhos: Rua do bairro de Copacabana, Rio de Janeiro. Pendoar: v. Brotar. :::::::::::::::::::::::: Tirinhas A tira de jornal ou tirinha, como é mais conhecida, é um gênero textual que surgiu nos Estados Unidos devido à falta de espaço nos jornais para a publicação de passa-

tempos. O nome "tirinha" remete ao formato do texto, que parece um "recorte" de jornal. Estrutura-se em enunciados curtos e traz um conteúdo em que predomina a crítica, com humor, a modos de comportamento, valores, sentimentos, destacando-se, portanto, nessa composição, códigos verbais e não-verbais. Garfield Garfield, o mais famoso, preguiçoso e guloso gato das tiras, surgiu na imprensa diária dos EUA, em 1978, criado por Jim Davis. Presunçoso e egocêntrico, insuportável e exigente, baixinho e redondinho (nunca o chamem de gordo!), de pelo cor de laranja e olhos verdes, Garfield, como qualquer gato que se preze, gosta muito da sua vida pacata

na casa de Jon Arbucle, o seu dono. Fonte: ~,https:ÿÿ~ humordemulher.wordpress.~ comÿa-histria-de-garfieldÿ~, _`[{tirinha em três quadrinhos; adaptada a seguir_`] 1º: Jon contando algo: “Então, a moral da história é...” 2º: Jon, surpreso, olha para o lado e vê Garfield, comendo um sanduíche: Garfield pensa: “Voltei!” 3º: Jon, aborrecido: “Eu tava te contando uma história e você foi embora!” Garfield, assustado, pensa: “Você não vai começar tudo de novo, vai?” _`[{tirinha em sete quadrinhos; adaptada a seguir_`] 1º: Jon está sentado lendo jornal. A campainha toca: “Ding Dong”

2º: Ele se levanta em direção à porta. A campainha continua: “Ding Dong” 3º: Jon abre a porta e vê Garfield. 4º: Enquanto Garfield entra, Jon, emburrado, diz: “Garfield, gatos não tocam campainhas!” 5º: Garfield sai novamente pensando: “Certo...” 6º: A porta está fechada, e Jon, junto a ela, ouve um ruído: “Scratch, Scratch, Scratch, Scratch, Scratch, Scratch, Scratch” 7º: Jon abre a porta, que está toda arranhada por fora, fica furioso. Garfield entra pensando: “Feliz agora?”

_`[{tirinha em três quadrinhos; adaptada a seguir_`] 1º: Jon, de braços cruzados, afirma: “Você está muito gordo.” Garfield, com cara de tédio, pensa: “Estou ouvindo.” 2º: Jon, com o dedo em riste: “Quero que você perca peso, ouviu bem?” Garfield, batendo continência: “Falou.” 3º: Jon: “Ei, aonde vai?” Garfield, saindo, pensa: “A um planeta cuja gravidade seja menor.” Adaptado e Revisado pela Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Pensamentos “Nas nossas vidas diárias, devemos ver que não é a felicidade que nos faz agradecidos, mas a gratidão é que nos faz felizes.” Albert Clarke (1916-1944) “Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim.” Buda (563-483 a.C.) “Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.” Platão (428-348 a.C.) “A razão escraviza todas as mentes que não são suficientemente fortes para a dominarem.” George Bernard Shaw (1856-1950) “Não ergas alto um edifício sem fortes alicerces; se o fizeres viverás com medo.” Autor desconhecido “Quanto mais fortes somos, menos provável é a guerra.” Otto von Bismarck (1815-1898)

“Violência gera violência; os fracos julgam e condenam, porém, os fortes perdoam e compreendem.” Augusto Cury (1958) “Não fortalecerás os fracos, por enfraquecer os fortes. Não ajudarás os assalariados, se arruinares aquele que os paga. Não estimularás a fraternidade, se alimentares o ódio.” Abraham Lincoln (1809-1865) õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo No Mundo das Artes Di Cavalcanti Pintor, ilustrador e caricaturista, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo ficou conhecido por Di Cavalcanti. Carioca, nasci- do no dia 6 de setembro de 1897, era filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Rosália de Sena. Iniciou sua trajetória artística muito cedo, desde criança tomava aulas de pintura, e aos 17 anos fez seu primeiro trabalho de ilustração para a revista *Fon-Fon*. Di Cavalcanti era uma figura proeminente na cena cultural de São Paulo e, em 1922, juntamente com os amigos Mário de Andrade e Oswald de Andrade, idealizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. Criou para o evento peças promocionais como o catálogo e o programa, além disso, expôs 11 telas. Morou em Paris, Rio de Janeiro e Recife, realizando vários trabalhos para jornais da época. Em 1926, morando no Rio de Janeiro, fez a ilustração da capa do livro “O Losango Cáqui”, de Mário de Andrade. Tempos mais tarde, ilustrou livros de Vinicius de Moraes e Jorge Amado. Entre os anos de 1936 e 1940, Di Cavalcanti voltou a morar na Europa, muito provavelmente, fugindo das perseguições políticas devido aos seus ideais comunistas. Na Europa, expôs trabalhos em Bruxelas, Amsterdã, Paris, Londres e ainda pôde conviver com artistas como Picasso e Matisse. Em 1951, o artista participou da Bienal de São Paulo e, nos anos seguintes ganhou o prêmio de melhor pintor brasileiro e, na Itália, recebeu o prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Suas obras têm notável influência do Expressionismo, Cubismo e dos muralistas mexicanos como Diego Rivera. Di Cavalcanti foi um dos

primeiros pintores a abordar temas sociais e da cultura brasileira como o samba, os operários e as festas populares, por exemplo. Também ex- plorou temas ligados à sensualidade tropical do Brasil. Entre as principais obras de Di Cavalcanti estão: “Pierrete” (1922); “Pierrot” (1924); “Samba” (1925); “Mangue” (1929); “Mulheres com Frutas” (1932); “Músicos” (1963); “Rio de Janeiro noturno” (1963); “Mulatas e Pombas” (1966) e “Baile Popular” (1972). Di Cavalcanti morreu no dia 26 de outubro de 1976 no Rio de Janeiro. Fontes, com alterações: ~,http:ÿÿwww.e-biografias.~ netÿdi{-cavalcantiÿ~,

~,http:ÿÿwww.dicavalcanti.~ com.brÿdec20.htm~, ~,www.infoescola.comÿ~ biografiasÿdi-cavalcantiÿ~, Vocabulário Cubismo: Movimento artístico do início do século XX, iniciado na pintura e que se estendeu à escultura, caracterizado por representar a visão tridimensional de pessoas e objetos por meio de formas geométricas como que percebidas simultaneamente nas três dimensões. Expressionismo: Movimento artístico do início do século XX em que se procura representar a realidade não como ela é objetivamente, mas como percebida pela subjetividade do artista, suas emoções, ideias, etc. Muralismo Mexicano: Foi um movimento artístico que surgiu no México, no início do século XX, criado por um grupo de pintores, após a Revolução Mexicana. Proeminente: adj. Que sobressai; notável. Semana de Arte Moderna: Realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, de 11 a 18 de fevereiro de 1922, teve como principal propósito renovar e transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes plásticas, na arquitetura e na música. Descrição do quadro "Mulata nua adormecida" (1940), Di Cavalcanti: Mulher de cabelos longos, nua e adormecida sobre o lado direito num divã verde-escuro. O braço esquerdo está sob a cabeça, e a mão direita segura

o outro pulso. Parte do seio esquerdo está à mostra. As pernas, dobradas, se mostram até pouco acima dos joelhos, enquanto uma pequena toalha encobre as partes íntimas. Comissão Editorial. :::::::::::::::::::::::: Belchior Antônio Carlos Gomes Belchior era conhecido apenas no Ceará, quando, em 1971, fez-se notado nacionalmente ao vencer o IV Festival Universitário da MPB, promovido pela extinta TV Tupi, com “Na hora do almoço”. Na le- tra dessa canção seminal, Belchior já deixava claro que não fazia parte do bloco dos contentes. O país vivia sob a égide da ditadura militar e,

nos primeiros versos da letra, ele cantava: “No centro da sala, diante da mesa/ No fundo do prato, comida e tristeza/ A gente se olha/ Se toca e se cala...” O cantor e compositor, nascido em 26 de outubro de 1946, na cidade de Sobral (CE), iniciou a carreira artística no início da década de 1970, depois de se mudar para Fortaleza. Na capital cearense, tomou contato com Fagner, Ednardo, Rodger Rogério, Cirino, Teti e Amelinha. Informalmente, criaram um grupo que ficou conhecido como Pessoal do Ceará. Belchior se antecipou aos amigos e desembarcou no Rio de Janeiro, em 1971. Antes disso, nos encontros que mantinham com regularidade, no

Bar do Anísio, em Fortaleza, já era ouvida a canção “Mucuripe”, nome da praia em que o estabelecimento se localizava. A composição ganhou nova versão criada por Raimundo Fagner, que viria a ser gravada por Elis Regina e Roberto Carlos. Com “Mucuripe”, Fagner, morando em Brasília, venceu o 1º Festival do Ceub em 1971, mas, nas entrevistas que concedeu ao *Correio Brasiliense*, sempre fez questão de afirmar que a música era uma parceria dele com Belchior. O certo é que “Mucuripe” contribuiu de forma decisiva para os dois se popularizarem nacionalmente. Foi com “Como nossos pais” que Belchior alcançou um patamar ainda mais alto na MPB. Isso, depois de Elis tê-la incluída em “Falso bri-

lhante”. No elogiado espetáculo, de 1976 -- registrado posteriormente em disco --, a cantora contava a história de sua vida e da trajetória artística. A interpretação dessa canção sempre foi a mais aplaudida pelo público. E se transformaria num clássico. Dezoito títulos fazem parte da discografia do cantor, sendo 12 LPs e 6 CDs. O de maior êxito foi “Alucinação”, de 1976, que reuniu canções como “Apenas um rapaz latino-americano”, “A palo seco”, “Como nossos pais” e “Velha roupa colorida”, todas incorporadas à antologia da música popular brasileira. “Autorretrato”, que saiu pe- la gravadora BMG (depois incorporada à Universal Music) foi o último. Há ainda uma coletânea de sucessos, lançada pela série “Sempre”, da Som Livre. No decorrer da carreira, Belchior teve muitas solicitações para *shows* em todo o país. Em Brasília, apresentou-se algumas vezes, inclusive na Sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional. No começo da década passada, ele fez um recital de voz e violão, no extinto Café Cancun, acompanhado pelo violonista e guitarrista paulista Diego Figueiredo, que integrou a banda brasiliense de baile Squema Seis. Em 2009, Belchior saiu de cena e tomou destino incerto. Turistas brasileiros o viram no Uruguai, onde concedeu entrevista para a TV Globo. Desde que deixou o Uruguai, passou a morar em Porto Alegre. Belchior morreu aos 70 anos, em 30/04/2017, en-

quanto dormia em razão do rompimento da artéria aorta. Fonte, com alterações: ~,http:ÿÿwww.~ correiobraziliense.com.brÿ~ appÿnoticiaÿdiversao-e-~ arteÿ2017ÿ05ÿ01ÿ~ interna{-diversao{-arte,~ 592483ÿsaiba-mais-sobre-~ a-trajetoria-de-belchior.~ shtml~, Vocabulário Seminal: adj. Fértil, inventivo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Maravilhas do Mundo Borobudur A ilha de Java, na Indonésia, conserva em seu interior um misterioso templo de nome curioso: Borobudur, o maior monumento budista do planeta. Patrimônio Mundial da Humanidade, Borobudur, ou o “santuário dos intocáveis budas”, fica na parte central de Java, a 40 quilômetros da cidade de Jogiacarta, ponto de partida para quem visita as ruínas. Sua história é tão fascinante quanto incerta. Acredita-se que foi construído no século 8 como templo hinduísta, que depois se tornou budista. Por volta do ano 1000 foi parcialmente soterrado pelas cinzas de um vulcão e, com o passar do tempo, foi envolvido pela selva. Permaneceu assim, por quase um milênio, escondido pela vegetação, até sua redescoberta em 1814, durante escavações arqueológicas. Desde então, passou por duas restaurações. Hoje, Borobudur é um centro de peregrinação de budistas e a atração turística mais popular da Indonésia. Visto de longe, o templo tem o formato de uma pirâmide com dez pavimentos. Os seis primeiros, de base quadrada, representam o mundo terreno. Os quatro últimos são circulares e simbolizam o céu. Observado de cima, o templo tem a curiosa forma de uma mandala, diagrama usado na prática de meditação. Um impressionante santuário com 34,5 metros de altura, cujas escadarias são uma referência à ascensão do ser humano ao Nirvana, descrito pelo budismo como um estado de paz e plenitude. Para alcançar o topo do templo, os visitantes percorrem, sempre em sentido horário, cerca de 5 quilômetros de galerias a céu aberto, ornadas por ricos desenhos entalhados em alto relevo. As figuras representam antigas escrituras budistas que falam da transição da existência, dominada pelas paixões, a estados de evolução espiritual. “Você segue viajando pelos painéis esculpidos dos corredores e nem percebe que está sendo levado para cima. Quando chega ao último terraço, amplo e ensolarado, não há mais paredes -- a sensação é libertadora”, diz Iara Venanzi, fotógrafa deste ensaio. No centro há uma grande estupa (estrutura em forma de sino criada para guardar peças religiosas), cercada por mais 72 estupas menores. Ao todo são 432 estátuas de Buda, muitas sem cabeça ou desgastadas pela ação do tem- po. Pudera: a região emoldurada pela silhueta de vulcões ativos, tem terremotos frequentes, temperaturas altas e chuvas abundantes. Devido às condições naturais desse pedaço da Indonésia, combinadas aos séculos de desinteresse do governo local, o estado do santuário tornou-se crítico. Em 1973, Borobudur come- çou a ser reconstruído pela Unesco, numa reforma que durou quase uma década. O monumento foi totalmente desmontado, e cada pedra foi marcada, tratada e limpa quimicamente, antes de ser novamente recolocada. Tudo para preservar o lugar sagrado, que busca unir o céu com a terra. Fonte: *Vida Simples*, edição 61. Vocabulário Ornado: adj. Ornamentado; enfeitado; adornado. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Nossa Casa Bem-vindo Receber os amigos em casa pode ser divertido e prazeroso. Aprenda a ser um bom anfitrião, sem ter o maior trabalho nem dar vexame Qual foi a última vez que você abriu as portas de casa para receber os amigos? Caso tenha sido coisa recente, não será difícil lembrar aquele gostinho de intimidade e acon- chego que só uma visita em casa tem. Se nosso lar é onde nos sentimos bem, onde expressamos nosso jeito de ser, por que não dividi-lo por alguns momentos com as pessoas de quem gostamos? “As pessoas têm que se lembrar de como é bom estar junto, suplantar o $"vamos combinar$" ou o $"talvez semana que vem$", pois quando conseguimos nos reunir é tão bom que sempre pensamos: Ah, por que não fizemos isso antes?”, diz Heloísa Bacellar, autora do livro “Cozinhando para Amigos”. Antes Tem gente que diz que o melhor da festa é esperar por ela. Exageros à parte, o prazer de receber pode começar na preparação do encontro, afinal você estará pensando num momento gostoso que está por vir. Pense em quantas pessoas virão e qual é a melhor data para todos. Depois, que tipo de programa seria legal para reunir essas pessoas? Se você não estiver muito a fim de agito, pode convidar uma ou duas amigas para uma sessão de vídeo -- regada a pipoca e guaraná, por exemplo. Pois, venhamos e convenhamos, inde-

pendentemente do programa, receber em casa sempre pede uma comidinha. Então, pense nas preferências e restrições alimentares das pessoas. Se você tem uma amiga vegetariana e quer chamá-la para o jantar da turma, faça uma salada substanciosa ou uma segunda receita, já que ela não vai comer carne. Se o Zezinho tem trauma de infância com vegetais, nem pensar em servir palitos de cenoura! Pensar no outro também vale na hora de escolher um jogo, um filme ou uma trilha sonora. Se a Maricota odeia *rock*, não vá torturá-la com um CD do *Guns N'Roses*. Agora, se é você que tem um trauma, como não saber cozinhar, não esquente. Aquela história de que oferecer comida comprada é feio já era. “É muito melhor receber com uma

pizza que deixar de conviver. Estar junto é mais importante que qualquer outra coisa”, diz Heloísa Bacellar. Tem quem não goste de cozinhar, mas é craque numa sobremesa ou faz uma boa trilha sonora. O que faz a diferença é a visita sentir que é bem-vinda ali. Não existe regra quanto ao melhor lugar para receber as pessoas. Não é à toa que as salas de visita estão em processo de extinção. Você é quem sabe qual o lugar mais espaçoso e aconchegante do seu lar. Durante Se você planeja tudo antes, fica tranquilo para curtir a ocasião, sem se levantar a toda hora com um “ai, não botei sabonete no banheiro”, “onde

será que deixei os CDs?” ou “meu Deus, tocou a campainha e eu ainda estou de toalha”. Se o anfitrião está estressado, não há milagre que faça o encontro ser prazeroso. Cuidado também para não sufocar seus amigos de tantos cuidados. Nada pior que ficar tentando entupi-los de comida ou perguntando de cinco em cinco minutos se precisam de alguma coisa. Tenha em mente que imprevistos acontecem. O elevador pode pifar, a luz acabar, a torta queimar. Se o cachorro devorou a receita que você passou a tarde toda prepa- rando, conte a verdade aos seus convidados e peça um *delivery*. Um convidado deixou cair vinho na toalha? Diga que não tem problema, que você manda para a lavanderia e contorne rapidamente a situa-

ção com um sorriso. Com bom humor, você lidará bem melhor com os imprevistos. É bom sempre lembrar que você está entre amigos. Às vezes, a gente perde essa noção e acha que tudo tem que ser perfeito. O que deu errado depois pode virar um caso engraçado e deixar aquele encontro ainda mais memorável. Depois Quando o último convidado vai embora, é hora de ajeitar a bagunça. E quem disse que esse momento tem que ser chato? Se há louça para lavar, aperte o *play* no som e enfrente a pilha de copos sem medo e com muita ginga. Aproveite para lembrar como foi legal o encontro, as horas mais emocionantes, os apuros

cômicos. E, quem sabe já começar a planejar um próximo encontro? Afinal, quem foi bem-vindo pode voltar sempre. Como não ser um convidado trapalhão: -- Não apareça sem avisar; -- Se você recebeu um convite, responda o mais prontamente possível; -- Se o encontro for só para adultos, não leve as crianças; -- Não custa retribuir ao anfitrião com uma lembrança simpática; -- Ligue no dia seguinte para agradecer e comentar o encontro; -- Enviar flores como pedido de desculpa por não poder comparecer é muito gentil;

-- Abra sua casa para as pessoas também. Fonte, com alterações: *Vida Simples*, edição 54. Vocabulário *Delivery*: Serviço de entrega de mercadorias em domicílio, especialmente de comida pronta. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vida e Saúde Epilepsia Epilepsia é um distúrbio comum a várias doenças. Na verdade, é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam determinada condição e indicam que, por algum motivo, um agrupamento de células cere-

brais se comporta de maneira hiperexcitável. Isso pode gerar manifestações clínicas, ou seja, crises epiléticas parciais (se os sinais elétricos estão desorganizados em apenas um dos hemisférios cerebrais), ou totais (se essa desorganização ocorrer nos dois hemisférios). Na grande maioria dos casos, as crises desaparecem espontaneamente, mas a tendência é que se repitam de tempos em tempos. Crise que dura mais de cinco minutos ou crises recorrentes indicam uma situação de emergência neurológica conhecida como estado do mal epilético. Nesse caso, o paciente precisa de atendimento médico imediato. Diagnóstico Para caracterizar a epilepsia, é indispensável haver recorrência espontânea das crises com intervalo de no mínimo 24 horas entre elas. Um episódio único não é indicativo da síndrome. Ouvir a história do paciente e o relato das pessoas que presenciaram a crise também ajuda a determinar o diagnóstico. Além disso, é preciso certificar-se de que não existe nenhum fator precipitante da crise, seja tóxico, seja provocado por alguma outra doença. Tratamento O tratamento da epilepsia é indicado apenas a partir da segunda crise. O uso da medicação tem o objetivo de bloquear as crises, eliminando a atividade anormal do cérebro, a fim de assegurar boa qualidade de vida para o paciente. Antigamente, acreditava-se que a associação de vários remédios ajudaria a obter melhores resultados, mas ficou provado que esse tipo de conduta é inadequado porque favorece o acúmulo dos efeitos colaterais. O sucesso do tratamento depende fundamentalmente do paciente que precisa fazer uso regular da medicação por algum tempo, não necessariamente por toda a vida. Ele precisa entender sua condição, saber que medicação está usando e quais são seus efeitos colaterais. Enquanto toma o remédio -- um só -- que é fornecido pelo Ministério da Saúde ou pela Unidade Básica de Saúde, é importante manter o acompanhamento médico regular para controle. Recomendações: -- Não deixe de tomar a medicação sob nenhum pretexto. Da adesão ao tratamento, depende o controle das crises e, consequentemente, a qualidade de vida; -- Não interrompa as visitas ao médico enquanto estiver tomando o medicamento. É preciso evitar que possíveis efeitos colaterais possam ser atribuídos erroneamente à epilepsia. No entanto, caso eles ocorram, há como ajustar a dose ou trocar o medicamento por outro; -- Não reduza a dose do remédio prescrito pelo médico por conta própria. O controle das crises depende do uso contínuo da dose adequada para o seu caso; -- Não se preocupe. O fato de pai ou mãe serem portadores de epilepsia não aumenta o risco de o filho nascer com o distúrbio. A possibilidade é semelhante à dos casais que não apresentam a síndrome; -- Procure assistência médica para avaliação, mesmo que a crise epilética tenha sido uma só e de curta duração; -- Mantenha a calma diante de uma pessoa com crise do tipo convulsivo que geralmente dura poucos segundos ou minutos e passa sozinha. Enquanto ela está se debatendo, apoie sua cabeça para evitar um trauma e vire seu rosto de lado para eliminar o acúmulo de saliva ou para impedir que se asfixie com o próprio vômito. É preciso ficar claro que ela jamais conseguirá engolir a língua, um músculo que também se contrai durante a crise por causa da contratura muscular generalizada característica da epilepsia. O máximo que pode acontecer é o paciente mordê-la e feri-la, mas ela cicatrizará sem problemas depois. Portanto, não coloque colheres, cabos de garfos ou qualquer outro objeto na boca do doente; -- Não restrinja os movimentos da pessoa que está recobrando a consciência e parece confusa e sonolenta depois de uma crise; -- Não tenha medo nem preconceitos. Epilepsia não é uma doença contagiosa, nem é sinal de loucura. Fonte: ~,https:ÿÿ~ drauziovarella.com.brÿ~ doencas-e-sintomasÿ~ epilepsiaÿ~, Vocabulário Erroneamente: adv. Erradamente, de modo errôneo. Hiperexcitável: adj. Que se excita com facilidade. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Culinária Picadinho de carne Ingredientes: 2 colheres de sopa de óleo; 1 kg de acém ou coxão mole picado em cubos; 3 tomates sem pele e sem sementes; 2 tabletes de caldo de carne; 1 litro e meio de água fervente; 5 batatas cortadas em quatro; 1 cenoura média em rodelas. Modo de preparo: Aqueça o óleo em uma panela de pressão e doure bem os pedaços de carne. Junte os tomates e refogue bem. Adicione o caldo de carne dissolvido na água fervente; tampe a panela e cozinhe por 40 minutos, após iniciar a fervura. Abra a panela, junte a batata e a cenoura e cozinhe sem colocar pressão por mais 10 minutos, aproximadamente. Sirva a seguir, acompanhado de arroz branco.

Tempo de preparo: 1 hora. Rendimento: 6 porções. Chuchu com camarão Ingredientes: 2 tabletes de caldo de camarão; 1 xícara de chá de água; 2 colheres de sopa de azeite; 1 cebola picada; 2 dentes de alho amassados; 3 chuchus médios picados; 3 tomates sem pele e sem sementes, picados; 1 kg de camarão médio, limpo; 2 colheres de sopa de salsa picada. Modo de preparo: Em uma panela, ferva a água e junte os tabletes de caldo de camarão. Reserve. Refogue a cebola e o alho no azeite e junte o chuchu e os tomates. Mexa bem. Adicione o caldo reservado e cozinhe por cerca de 15 minutos para amolecer o chuchu. Acrescente os camarões e deixe por mais 5 minutos. Polvilhe a salsa e sirva a seguir, com arroz branco. Dica: se desejar, substitua a salsa pela mesma quantidade de coentro. Tempo de preparo: 30 minutos. Rendimento: 6 porções.

Pudim de banana com calda de chocolate Ingredientes: 1 xícara de chá de açúcar; meia xícara de chá de chocolate em pó; meia xícara de chá de água; 1 lata de leite condensado; 2 latas de leite (use a lata de leite condensado para medir); 4 unidades de bananas nanicas maduras; 4 unidades de ovos. Modo de preparo: Em uma panela, coloque o açúcar, o chocolate em pó, a água e misture bem. Leve ao fogo médio, mexendo até derreter e virar caramelo. Espalhe por uma fôrma de buraco no meio de 20 cm de diâmetro e reserve. No liquidificador, bata os demais ingredientes e despeje na fôrma. Leve ao forno médio, preaquecido, em banho maria, por 45 minutos ou até que, ao enfiar um palito, ele saia limpo. Retire do forno, leve à geladeira por 3 horas, desenforme e sirva. Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ receitaculo.comÿreceitaÿ~ 14573ÿ~, Sorvete de gelatina sem lactose Ingredientes: 1 gelatina (sabor a escolher); 1 lata de leite condensado sem lactose; 1 lata de creme de leite sem lactose; 1 colher de emulsificante para sorvetes; frutas picadas e granulados para decoração (opcionais). Modo de preparo: Faça a gelatina como de costume, junte com o leite condensado e o creme de leite e bata no liquidificador até ficar uma mistura homogênea. Leve ao congelador por aproximadamente 4 horas ou até a mistura ficar congelada. Retire a mistura do congelador e bata na batedeira juntamente com o emulsificante durante 5 minutos. Para ficar ainda mais delicioso, pode misturar frutas picadas no sabor do sorvete ou misturar granulados para confeitar. Leve novamente ao congelador, aguarde o sorvete ficar consistente e bom apetite! Fonte: ~,http:ÿÿgshow.globo.~ comÿreceitas-gshowÿreceitaÿ~ sorvete-de-gelatina-sem-~ lactose-55ecbc5e4d~ 388571bd000040.html~, Filé de frango napolitano Ingredientes: 1 filé de frango; meia xícara de chá de cerveja *light*; folhas de manjericão; sal a gosto; 2 fatias de tomate; 2 fatias de cebola; 1 colher de sopa de ricota amassada com garfo. Modo de preparo: Bata o filé de frango com martelo até ficar bem fino. Reserve. Em uma vasilha, despeje a cerveja, o manjericão e o sal e deixe-o marinando por 15 minutos. Coloque sobre o filé de frango o tomate, a cebola e a ricota e enrole como se fosse um rocambole. Em uma frigideira, coloque um pouco da marinada e o rocambole para dourar por 4 minutos. Acrescente o restante da marinada e deixe cozinhar por 15 minutos. Pronto! É só desfrutar dessa delícia. Tempo de preparo: 30 minutos. Fonte: ~,http:ÿÿgshow.globo.~ comÿreceitas-gshowÿreceitaÿ~ file-de-frango-napolitano-~ 54cbd1a54d38855b~ #dgjjjjd~a.html~,

Vocabulário Marinada: s. f. Molho preparado à base de vinagre ou vinho, sal, alho, cebola e outros condimentos. Neste caso, trata-se de molho à base de cerveja, manjericão e sal. Capeletti de frango com alho-poró Ingredientes: 1 pacote de capeletti ou raviolli de frango; 2 alhos-porós fatiados (tronco e folhas); 1 cebola grande picadinha; 3 dentes de alho fatiados; 1 colher de manteiga ou margarina; 2 cubos de caldo de carne ou de galinha. Modo de preparo: Refogue o alho e a cebola na manteiga. Junte o alho-poró fatiado, refogue um pouco e acrescente 1 litro de água e os cubos de caldo. Quando levantar fervura, acrescente o capeletti e cozinhe pelo tempo determinado na embalagem. Não precisa escorrer. Sirva em seguida. Tempo de preparo: 30 minutos. Suco tricolor Ingredientes: meia fatia de melancia; meia pera; 3 folhas de hortelã; 100 ml de água. Modo de preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador. Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ hortifruti.com.brÿreceitasÿ~ sucosÿsuco-tricolorÿ~, õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Humor Tolerância zero Eu vou falar de Seu Lunga Um cabra muito sincero, Que não tolera burrice Nem gosta de lero-lero. Tem sempre boas maneiras, Mas se perguntam besteiras, Sua tolerância é zero! Ao entrar num restaurante, Logo depois de sentar, Um garçom lhe perguntou: -- O senhor vai almoçar? Lunga disse: -- Não, senhor! Chame o padre, por favor, Vim aqui me confessar. Seu Lunga tava pescando E alguém lhe perguntou: -- Você gosta de pescar? Ele logo retrucou: -- Como você pode ver, Eu vim pescar sem querer, A polícia me obrigou. Em sua sucataria, Alguém tava escolhendo: -- Por quanto o senhor me dá, Essa lata com remendo? Lunga, sem pestanejar, disse: -- Não posso lhe dar, Porque eu estou vendendo. E, ainda irritado, A seu freguês respondeu: -- Tudo que eu tenho aqui, Eu vendo porque é meu. Se o senhor quiser ver Coisas sem ser pra vender, Vá visitar um museu. Fonte: ~,http:ÿÿ~ culturanordestina.blogspot.~ com.brÿ2009ÿ08ÿseu-lunga-~ tolerancia-zero.html~, Questão de boa comunicação Do presidente para o diretor: Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17 horas, o cometa Halley estará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam todos os funcionários no pátio

da fábrica, usando capacete de segurança, quando eu explicarei o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu; sendo assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde será exibido um filme documentário sobre o cometa Halley. Do diretor para o gerente: Por ordem do Presidente, na sexta-feira, às 17 horas, o cometa Halley vai aparecer no pátio da fábrica, a olho nu. Se chover, por favor, reúnam todos os funcionários, com seus capacetes de segurança, e os encaminhem ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 78 anos. Do gerente para o supervisor: A convite do nosso querido Diretor, o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer nu, às 17 horas, no refeitório da fábrica, usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o raro problema da chuva na segurança. O Presidente levará a demonstração para o pátio da fábrica. Do supervisor para o chefe de produção: Na sexta-feira, às 17 horas, o Presidente, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer nu, no refeitório da fábrica, para filmar o Halley, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois vai ser apresentado um *show* so- bre a segurança na chuva. O Diretor levará a banda para o pátio da fábrica. Do chefe de produção para os funcionários: Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima sexta-feira, às 17 horas, pois o Sr. Diretor e o Sr. Halley (deve ser algum guitarrista famoso) estarão lá para mostrar o raro filme "Dançando na Chuva". Caso comece a chover, é para ir pro refeitório de capacete na mesma hora. O *show* ocorre a cada 78 anos. Aviso Geral: Na sexta-feira, o Presidente irá fazer 78 anos e liberou geral pra festa às 17 horas, no refeitório. Vão estar lá, pago pelo mandachuva, Bill Halley e seus cometas. Todo mundo deverá comparecer nu e de capacete. O espetácu-

lo vai rolar mesmo que chova, porque a banda é um fenômeno. Fonte: ~,https:ÿÿwww.piadas.~ com.brÿpiadasÿempregadosÿ~ questao-boa-comunicacao~, õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do Leitor Caro leitor, agora temos dois números para contato telefônico: (21) 3478-4457/ /4531. Um forte abraço! Coordenação das Revistas em Braille :::::::::::::::::::::::: Pontos... Bastam seis pontos para compor diferentes pontos de vista questionar como era antes do relevo os contos, as lendas, os cantos dos que experimentam agora o mundo todo nas pontas dos dedos Essa é a leitura da vida dentro dos olhos de cegos- -sentidos colorindo novos horizontes desvendando a acepção elusiva Ah, se não fossem os pontos de Barbier! talvez demorasse mais -- muito mais para que a iluminação de Braille derrubasse a fronteira entre diferentes-normais para torná-los iguais Nercy Luiza Barbosa, professora do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre. Vocabulário Acepção: s. f. Sentido em que se emprega um termo; significação. Charles Barbier de la Serre (1767-1841): Oficial do exército francês, criou um sistema de escrita noturna que permitia a comunicação entre os soldados em campanha. Elusivo: adj. Indefinido, vago, de difícil compreensão. Benedicta de Mello Quem dera que eu tivesse conhecido Ilustre e talentosa poetisa Muito bom para mim teria sido O poeta seus versos eterniza

Benedicta de Mello era o seu nome A poetisa cega que enxergava O valor do que escreveu nunca some Pela causa dos cegos se empenhava A poesia dela sei de cor Seu talento pra mim é o maior Pra todos o que escreveu muito ensina Com carinho por muitos foi amada Por eles será sempre bem lembrada Contou-me sua filha Severina Silvio Souza, poeta da Casa do Poeta de São Paulo. Benedicta de Mello, cega, foi professora do Instituto Benjamin Constant. Também

poetisa de admirável talento e sensibilidade. Revisado pela Comissão Editorial õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Gregório Brandão Revisão Braille: Natália Medeiros e João Batista Alvarenga