PONTINHOS Ano LVI, n.o 353, abril/junho de 2015 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Educação, Cultura e Recreação Editada na Divisão de Pesquisa, Documentação e Informação Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1959 por Renato M. G. Malcher Av. Pasteur, 350/368 -- Urca Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-240 Tel.: (55) (21) 3478-4458 E-mail: ~,pontinhos@ibc.~ gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~,

Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito País Rico É País sem Pobreza

¨ I Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Ana Paula Pacheco da Silva Daniele de Souza Pereira João Batista Alvarenga Leonardo Raja Gabaglia Regina Célia Caropreso Revisão Karine Vieira Pereira Paulo Felicíssimo Ferreira Colaboração Maria Luzia do Livramento Marlene Maria da Cunha

Transcrição conforme as Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, MEC/SEESP, 2006. Distribuição gratuita consoante a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de Setembro de 1949. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.~ brÿ?itemid=381~,

¨ III Sumário Seção Infantil Cantigas de roda :::::::: 1 Trava-línguas ::::::::::: 3 Cordel :::::::::::::::::: 4 Histórias para Ler e Contar Plaft zum ::::::::::::::: 10 Coça-coça na roça ::::::: 12 Leio, Logo Escrevo :::: 17 Seção Juvenil Quebra-Cuca :::::::::::: 21 Você Sabia? :::::::::::: 28 Vamos Rir? ::::::::::::: 36 Historiando Ayrton Senna `(1960- -1994`) :::::::::::::::: 39 Leitura Interessante Empenho ::::::::::::::::: 51 Cuidando do Corpo e da Mente Diabetes infantil ::::::: 54 Tome Nota Revisor de textos Braille ::::::::::::::: 67 Leio, Logo Escrevo :::: 71 Espaço do Leitor ::::::: 75 Vocabulário ::::::::::::: 76 Seção Infantil Cantigas de roda Balãozinho Venha cá, meu balãozinho. Diga aonde você vai. Vou subindo, vou pra longe, vou pra casa dos meus pais. Ah, ah, ah, mas que bobagem. Nunca vi balão ter pai. Fique quieto neste canto, e daí você não sai. Toda mata pega fogo. Passarinhos vão morrer. Se cair em nossas matas, o que pode acontecer? Já estou arrependido. Quanto mal faz um balão. Ficarei bem quietinho, amarrado num cordão. Fonte: *Revista Ciência Hoje das crianças* -- n.o 246 -- junho de 2013. O carimbó é uma tradição do Pará. É uma mistura de canto e dança com influências indígenas e que, como várias outras manifestações culturais, miscigenou-se recebendo outras influências, principalmente a africana. Na região, o ritmo é marcado pelo curimbó, um tipo de tambor. O primeiro registro desta tradição foi feito por padres jesuítas, na época da colonização do Brasil. Para dançar, as mulheres ficam descalças, usam saias rodadas e bem coloridas. Apresentam-se em pares, e quando a mulher esbarra no parceiro escolhido, o casal deve seguir requebrando para o centro da roda. A dança do carimbó Dona Maria que dança é essa Que a gente dança só Dona Maria que dança é essa É carimbó, é carimbó (bis) Braço para cima Braço para baixo Agora, eu já sei como é que é Só falta bater a mão Batendo também o pé. (bis) Fonte: *Revista Ciência Hoje das crianças* -- n.o 253 -- janeiro/fevereiro de 2014. Revisado por Karine Vieira Pereira :::::::::::::::::::::::: Trava-línguas A naja egípcia gigante age e reage hoje, já. A vaca malhada foi molhada por outra vaca molhada e malhada. Luiza lustrava o lustre listrado; o lustre lustrado luzia. Ao topar com três tigres tagarelas, três tatus ficaram tão atarantados que tocaram terra na própria toca. Um bode bravo é uma barra! E o bode berra e o bode baba na barba. :::::::::::::::::::::::: Cordel Dom Quixote (parte I) Vou contar neste cordel Com jeito bem brasileiro A história dum fidalgo E seu fiel escudeiro Dom Quixote se chamou Este nobre cavaleiro. O andarilho Dom Quixote Viveu em terras distantes O seu gênio criador Digo, foi Miguel de Cervantes Dom Quixote pelo mundo Está vivo nas estantes. Lá pras bandas da Espanha Onde nuvem se desmancha Viveu um nobre fidalgo Dotado de muita cancha Conhecido pelo nome Dom Quixote de la Mancha. Gostava muito de ler História de cavaleiro Acabou se confundindo Com um desse aventureiro Saiu pelas redondezas Em garbo de justiceiro. De tanto que leu na vida Acabou-se delirando Via visagem todo dia De monstro lhe visitando Com sua espada veloz Mil monstros ia matando.

¨ Era homem de vida sóbria Com um apetite exemplar Comia carne e chouriço No almoço e no jantar Ovos fritos e lentilhas Sabia bem apreciar. Sua casa era composta De pouca gente a viver Tinha uma governante Dos afazeres a fazer Também tinha uma sobrinha De vinte anos a crescer. Um menino lá morava Sendo de forte exemplar Era pau pra toda obra Na hora de trabalhar Serviço de campo ou de casa Fazia bem sem reclamar. Quixano já amadurecido 50 anos no cangote Preferiu trocar de nome E passar pra Dom Quixote Por ser título de cavaleiro Com cavalo de bom trote. Bastante rico ele foi Mas em pobre se tornou Não perdeu a elegância Roupas boas sempre usou E quem via sua figura Pensava ver um doutor. Era magro, muito comprido E com gestos de altivez Fugiu da realidade Na vida pirou de vez Talvez por sabedoria Desta forma ele se fez. De tudo via na frente Via bruxas e feiticeiros Via duelos em combates De andantes cavaleiros Via reis enfeitiçados E dragões com escudeiros. Via bichos por todos os lados E inocentes por defender Gigantes por derrubar E justiça por fazer

Natureza por zelar E donzelas a socorrer. Cavaleiro de verdade Nunca pode andar a pé Dom Quixote só encontrou Um magrelo pangaré Como amava os animais Botou nele muita fé. Cavalo que não tem nome Não leva ninguém adiante O cavalo então ganhou O nome de Rocinante Dom Quixote se tornou Nobre cavaleiro andante. De posse do Rocinante Aí faltava a armadura Encontrou uma enferrujada No porão da casa escura Agora já se achava Quase pronto pra aventura. Dom Quixote em aventuras Como andante cavaleiro Precisava urgentemente De um fiel escudeiro Sancho Pança, seu vizinho Foi o tiro mais certeiro. Sancho Pança era gordo E ingênuo lavrador Homem de bem e honesto E também trabalhador Na sua ingenuidade Fez-se fiel ao seu pastor. O Sancho Pança escutava Da boca de Dom Quixote Tantas imaginações E promessas sem calote Até uma ilha ganharia Com animal de bom trote. Sancho Pança resolveu Ser o fiel escudeiro Largando tudo de vez Foram ser aventureiros

Vivendo com Dom Quixote As façanhas de cavaleiros. Fonte: Alfredo, Olegário. *Dom Quixote em cordel*. Belo Horizonte: Crisálida, 2010. Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Histórias para Ler e Contar Plaft zum Eu ouvia dizer que aí, na biblioteca, a gente podia viajar lendo um livro. Fui então ver se era mesmo verdade. Eu não sou uma dessas garotas que gosta muito de ler, mas vou te contar o que aconteceu comigo ao ler um livro. Eu escolhi o livro "Voando sobre as Estrelas", vesti o meu traje de astronauta, entrei no foguete e me preparei para decolar. E eu subi, subi até chegar no espaço sideral. Lá era muito escuro. Só as estrelas iluminavam toda a escuridão. Tudo aquilo era muito bonito. Decidi então pousar em algum planeta até que percebi que pousei no planeta Plaft zum. Lá existiam uns bichinhos engraçados com um nariz de corneta, orelha de tambor, braços e pernas de flauta e corpo de triângulo. O mais curioso é que eles conversavam através de instrumentos. Pensei então que poderia levar um para a Terra, para ser o meu mascote musical. Fui me aproximando dele e abaixei para pegá-lo, quando senti um cutucão no ombro. Sabem quem era? A bibliotecária querendo fechar a biblioteca. Desde este dia em diante, a biblioteca virou para mim um ponto de encontro com a minha imaginação! Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ contandohistoria.comÿ~ Plaf{-zum.htm~, Revisado por Karine Vieira Pereira :::::::::::::::::::::::: Coça-coça na roça No interior da mata, vivia uma onça muito bem-sucedida, que tinha uma roça. O lugar estava com o mato muito alto. Então, a bichana resolveu contratar alguns animais para limpar o roçado. Mas tinha um "porém" na história. Apesar das inúmeras tiriricas, um mato que faz a pele coçar muito, ninguém poderia parar o trabalho para se coçar. Como recompensa, a onça falou: -- Quem fizer todo o trabalho e não se coçar ganha um boi inteirinho. O macaco, o veado e o bode correram na frente para começar a limpeza da roça e ganhar o boi. Mas logo tiveram de parar para se coçar. O mato batia na pele e era impossível não parar com a comichão. A onça avistou o coça-coça e mandou todos embora. E agora? Ela teria de limpar a roça sozinha. Foi então que surgiu, todo serelepe, um coelho saltitante: -- Dona onça, eu vou fazer todo o trabalho sem me coçar nem um pouquinho. A onça olhou meio desconfiada para o coelho, mas resolveu dar crédito ao pequeno animal e disse: -- Tudo bem, seu coelho. Mas se começar a se coçar, já sabe! -- disse ela. O coelho, todo bobo, começou o trabalho. Roça daqui, corta o mato de lá... E, com seus dentinhos afiados, limpou boa parte da roça. A onça, vendo que o coelho não estava ali para brincadeira, resolveu descansar um pouco. No seu lugar, ela deixou o seu filho e disse: -- Onçonildo, fique de olho neste coelho. Se ele se coçar, já sabe! -- Pode deixar mamãe, não vou perder ele de vista -- disse o filhote de onça. O coelho, que já estava se segurando todo para resistir à coceira danada, aproveitou a deixa: -- Olá, pequena onçaaa... Como vai? Você poderia me dar uma informação? Onçonildo, todo sério, disse: -- Pode falar, mas seja rápido. Não podemos perder tempo. Minha mãe quer ver logo esta roça pronta -- disse, estufando o peito, o filhote de onça. O coelho perguntou: -- Você sabe dizer onde ficam as manchas do boi que eu vou ganhar? Elas ficam aqui, ali, neste lugar ou nesse? Enquanto mostrava ao filhote de onça os possíveis lugares onde o boi tinha manchas, o coelho aproveitava para se coçar todo. Onçonildo, meio confuso, respondeu: -- Tem manchas aí sim, ali também, lá e acolá... Era só isso? Mas enquanto a onça mãe estava longe, o coelho parava o trabalho e fazia sempre a mesma pergunta. Aproveitava para se coçar e voltava ao trabalho. Com isso, ele conseguiu deixar o roçado bem limpinho, sem abrir mão do coça-coça. A onça voltou de seu descanso e perguntou a Onçonildo: -- E, então, meu filho. Vejo que o coelho terminou seu trabalho. Está uma beleza. Ele se coçou? -- Não, mãe, ele não se coçou nem um pouquinho, danado este coelho -- disse Onçonildo. A onça, então, fez o pagamento. Mal sabia ela da astúcia do pequeno saltitante e muito esperto coelho! Fonte: *Revista Ciência Hoje das crianças* -- ano 26 -- n.o 251 -- novembro de 2013. Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Leio, Logo Escrevo -- textos dos alunos do IBC Primeira fase Daniel Pedroso Barbosa Idade: 14 anos Local de nascimento: Ilha do Governador -- Rio de Janeiro-RJ Turma: 303 E-mail: ~,danipbmusical68@~ gmail.com~, As músicas As músicas são importantes para a gente aprender a cantar, a ter ritmo, a respeitar os tempos dos compassos. Eu gosto de cantar, estou aprendendo a tocar flauta transversa. Gosto de músicas clássicas e também de religiosas. As músicas são boas para todos, muitas são boas de ouvir e dançar. Existem vários gostos musicais como: samba, rock, religiosas, pagode, MPB, entre outros. Penso que todos devem tentar tocar ou cantar músicas. Maria Carolina Santos Idade: 15 anos Local de nascimento: Belford Roxo-RJ Turma: 303 Frase preferida: “Eu adoro meu avô." Músicas As músicas da MPB são muito bonitas. Eu gosto muito do Djavan, Preta Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso e muitos desse estilo. Quando as músicas estão tocando, eu gosto de ouvir e cantar junto; eu gosto também de ficar cantando baixinho no ônibus, em casa e nas aulas aqui na escola, de música e musicoterapia. As músicas que eu canto são “Oceano” e “Flor de Lis”, que são do Djavan. Também canto a música “O amor e o poder”, da cantora Rosana. Acho que as músicas fazem bem. Robert Santiago Andrade de Souza Local de nascimento: Belford Roxo-RJ Idade: 15 anos Turma: 301 As coisas que faço em casa Na minha casa, eu faço muitas coisas para poder ajudar a minha mãe, como lavar a louça e guardá-la, pendurar roupas no varal, arrumar sua cama e passar pano no chão do seu quarto. O que eu cobro da minha mãe é amor e carinho. Eu sempre vou ajudá-la. Thiago Portella Ferreira Local de nascimento: Rio de Janeiro-RJ Idade: 11 anos Turma: 502 A escola Na minha escola existem muitas atividades como: atletismo, natação, judô e futebol de 5. Lá também tem uma brinquedoteca (lugar onde existem muitos brinquedos, como uma sala de jogos). Na minha escola tem vários outros lugares, por exemplo: o teatro, a biblioteca infantojuvenil, a biblioteca Louis Braille, os dormitórios feminino e masculino, também há o dormitório para os atletas que compõem as equipes de futebol, natação, atletismo e judô. Eu conheço a maioria dos alunos da minha escola, muitos gostam de estudar. Acho que todos nós deveríamos nos dedicar aos estudos, pois é o nosso futuro que está em jogo. Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Seção Juvenil Quebra-Cuca Caça-palavras Desafio 1 Localize as seguintes palavras: girafa, urso, cobra, tatu e tigre. Lembre-se de que as palavras estão dispostas na horizontal e na vertical.

girafamib jlgiotavb uihumktra rxcobragu stbelhtni obrmpoucv htigrevzo Desafio 2 Localize as seguintes palavras: noite, vento, boi, dia, circo e lua. noiterxp psventot awypyrws boivwdia wtxcirco apbiilua Desafio 3 Localize os nomes das seguintes flores: lírio, tulipa, rosa, cravo, azaleia, ipê, lavanda, íris, camélia e jasmim. Lembre-se de que a busca deve ser feita horizontal (nas duas direções) e verticalmente (nos dois sentidos). Uma palavra está na diagonal. mimsajuowê oapilutycp fsqblírioi voidhdnvjj rraadnaval lkguhrvubh nkitcanriw cczwpeíris rxcaméliap oxazaleiag :::::::::::::::::::::::: Jogo dos erros de português Qual a forma correta de escrever? 1) Há muita intimidade entre eu e você. 2) Há muita intimidade entre mim e você. Resposta: Opção (2) Depois de preposição, usa-se “mim”. Dica: Outra forma correta “seria entre você e eu”. 3) Não sei aonde ela foi. 4) Não sei onde ela foi. Resposta: Opção (3). Quando o verbo sugerir movimento, devemos usar “aonde”. Nos demais casos, usamos “onde”. Exemplo: Não sei onde coloquei o livro. 5) É meio-dia e meio. 6) É meio-dia e meia. Resposta: Opção (6). O meia concorda com a hora, que está subentendida na frase. Ele tem a função de quantificar: metade de uma hora, portanto o correto é sempre dizer meio-dia e meia (hora).

7) Espero que você seje aprovado no concurso! 8) Espero que você seja aprovado no concurso! Resposta: Opção (8). A única forma correta é “seja”. “Seje” não existe. A terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo do verbo ser é seja. Dica: O mesmo vale para o verbo estar: diga “esteja” e nunca “esteje”. 9) Precisamos nos conscientizar e usar menos água. 10) Precisamos nos conscientizar e usar menas água. Resposta: Opção (9). Menos, tanto advérbio quanto pronome, é invariável. Independente de vir antes de uma palavra feminina -- nunca use

“menas”, pois esta palavra não existe. Fonte: ~,http:ÿÿ~ educarparacrescer.abril.~ com.brÿ100-errosÿindex.~ shtml~, Revisado por Karine Vieira Pereira :::::::::::::::::::::::: O adivinhador de números Zíper chegou da escola garantindo que era um autêntico adivinhador de números. Diná e Rex, claro, logo quiseram saber do que se tratava. Foi aí que nosso zangão disse aos amigos: -- Peguem lápis e papel que vocês já vão descobrir! E com ar de mistério, ele lançou o desafio aos dois dinossauros de uma só vez: -- Cada um pensa em um número e não me conta. Agora cada um multiplica esse número por dois. Somem três, multipliquem o resultado por cinco e, finalmente, subtraiam seis. Quando Rex e Diná chegaram ao final de suas contas, Zíper perguntou: -- E então, Diná, qual foi o seu resultado? -- Noventa e nove -- respondeu ela. E o seu, meu caro Rex? -- Mil e setenta e nove -- falou ele. E aí Zíper deixou os dois boquiabertos: -- Você pensou no número nove, Diná. E você, Rex, no 107. Como pode??? Resposta: O número pensado é sempre o resultado encontrado excluindo-se a última casa. Assim: 99 sem o último 9 é igual a 9; e 1.079 sem o no-

ve é igual a 107. Funciona sempre, tente! Fonte: *Revista Ciência Hoje das crianças* -- ano 26 -- n.o 251 -- novembro de 2013. Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Você Sabia? Por que gêmeos idênticos têm digitais diferentes? Os gêmeos idênticos ou univitelinos são chamados assim porque se desenvolveram a partir de uma única célula-ovo ou zigoto, que se dividiu dando origem a dois bebês com características físicas iguais ao nascer. Tanto é assim que até mesmo o DNA deles é igual. Mas, veja só que curioso: apesar de serem cópia fiel um do outro, os gêmeos idênticos têm impressões digitais diferentes! A explicação da ciência para a formação de impressões digitais diferentes em todo e qualquer ser humano -- inclu- indo os gêmeos -- é que esta é uma característica que não depende do DNA. As impressões digitais são formadas por volta da 17ª semana de gestação e dependem de como a pele em crescimento se acomoda, quando se multiplica nas mãos do bebê. Acompanhe: os cientistas perceberam que as células de uma camada mais interna da nossa pele, chamada basal, se multiplicam mais rapidamente do que camadas mais externas, a epiderme e a derme. Como as três camadas estão ligadas entre si, essa divisão mais rápida, da camada mais profunda (basal), acaba por criar uma pressão, que produz dobras nas camadas superiores (epiderme e derme). São elas as impressões digitais que você pode observar na ponta dos seus dedos. Essas dobras se distribuem de maneira imprevisível, o que faz com que não haja padrões iguais, ou seja, faz com que cada pessoa tenha impressões digitais diferentes, até mesmo os gêmeos idênticos! As impressões digitais são chamadas assim porque ao tocarmos uma superfície lisa "carimbamos" o lugar, ou seja, deixamos uma marca de dedo impressa nele. Logo, as impressões digitais são nosso registro pessoal. A simples análise delas pode levar a polícia a descobrir o autor de um crime, por exemplo. Os peritos criminais sempre analisam nos objetos as marcas deixadas por quem os tocou, comparam com as de um suspeito e, muitas vezes, desvendam o caso por meio delas. No caso de um crime cometido por alguém que tivesse uma irmã ou irmão gêmeo, a análise das digitais não permitiria uma injustiça. Fonte: *Revista Ciência Hoje das crianças* -- ano 26 -- n.o 251 -- novembro de 2013. Revisado por Karine Vieira Pereira :::::::::::::::::::::::: Por que temos sobrenomes? Silva, Oliveira, Faria, Ferreira... Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos por isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos ergueu um império com a conquista de boa parte das terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda. Eles tiveram a ideia de juntar ao nome comum, ou prenome (do latim *praenomen*), um nome (ou *nomen*). Por quê? Porque o Império Romano crescia e eles precisavam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o lugar onde tinha nascido. Com a decadência do Império Romano, essa prática foi se enfraquecendo, até que na Idade Média os sobrenomes caíram em desuso e as pessoas passaram a ser chamadas apenas pelo seu prenome. Eu, por exemplo, seria apenas Raquel nessa época. Que grande confusão isso deveria causar, não é mesmo? Imagine quantas outras pessoas com o nome "Raquel" não deviam existir? Por isso mesmo, os sobrenomes voltaram a ser usados e passaram a ser obrigatórios no século XI. Assim, não tinha mais como confundir uma Raquel Pereira com uma Raquel Valença e isso era muito importante na hora de cobrar impostos das pessoas certas e evitar casamentos entre pessoas da mesma família. Você sabe dizer de onde vêm os sobrenomes brasileiros? A maior parte dos sobrenomes que circulam no Brasil é de origem portuguesa e chegou aqui com os colonizadores. A maioria tem origem geográfica. Ou seja: no local em que a pessoa nasceu ou em que morava. Desta forma, Guilherme, nascido ou vindo da cidade portuguesa de Coimbra, passou a ser Guilherme Coimbra. Alguns sobrenomes não se referem a localidades, mas a simples propriedades rurais de onde um determinado tipo de plantação era privilegiado. Por exemplo, os moradores de uma quinta em que se cultivavam oliveiras passaram a ser conhecidos como Oliveira, o mesmo acontecendo com Pereira, Macieira e tantos outros. Outra origem de sobrenomes foram as alcunhas, ou apelidos, atribuídos a uma pessoa para identificá-la e que, depois, se incorporava a seu nome como se dele fizesse parte. É o caso de Louro, Calvo e Severo, por exemplo. Muitos nomes de família se originaram, também, de nomes de animais, fosse por traços de semelhança física ou de características de temperamento: Lobo, Carneiro, Aranha, Leão e Canário são alguns deles. Também por derivação foi possível formar sobrenomes. Fernandes, por exemplo, seria, na origem, o filho de Fernando; assim como Rodrigues, o filho de Rodrigo; Álvares, o de Álvaro.

Negros, índios e Silvas Negros africanos, que vieram para o Brasil como escravos, e dos quais tantos de nós descendemos, foram obrigados a deixar para trás seu passado, seu nome e a identificação de sua origem tribal. Aqui foram batizados com um nome cristão e os sobrenomes que recebiam muitas vezes eram os mesmos de seus senhores. Quando isso não ocorria, os senhores lhes davam sobrenomes de origem religiosa, como Batista, de Jesus, do Espírito Santo. Também o leigo “da Silva” (silva em latim, é selva, o que significa que a pessoa assim denominada tinha origem imprecisa, não se sabia ao certo de que cidade ou região ela procedia) foi fartamente atribuído àqueles que não traziam consigo um nome de família. Não é, portanto, por acaso que Silva é hoje no Brasil o sobrenome mais comum, aquele usado pelo maior número de cidadãos. Fontes: ~,http:ÿÿchc.~ cienciahoje.uol.com.brÿ~ silva-leao-oliveiraÿ~, *Revista Ciência Hoje das crianças* -- ano 27 -- n.o 254 -- março de 2014. Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vamos Rir? Aprendendo cálculo com o Joãozinho A professora pergunta para o Joãozinho: -- Joãozinho, quanto é um menos um. -- Não sei, fessora. -- Bom, vamos fazer um exemplo: eu tenho uma manga, se eu como essa manga, o que sobra? -- O caroço, fessora. Zezinho pergunta para sua mãe: -- Mãe, você sabia que vermelho é a cor do amor? -- Sei sim. Por quê? -- Te amo! Toma aqui meu boletim... Pedrinho, assustado, pergunta: -- Professora, alguém pode ser castigado por algo que não fez? -- Não, Pedrinho, nunca!!! -- Eba!!! Tô livre, não fiz a lição de casa... O que é, o que é? Qual é o cachorro que não tem rabo nem cabeça? R: O cachorro-quente. Por que a água foi presa? R: Porque matou a sede. Na estrada e no mato é sinal de perigo, mas na cidade o homem precisa dele? R: O barbeiro. O urubu tem na frente e atrás? R: A letra “u”. Os livros têm e as árvores também? R: Folhas. Tem chifres, mas não é touro. É preto, mas não é carvão. Tem asas, mas não é pássaro. Ronca, mas não é avião. O que é? R: O besouro. Tem orelha de porco, nariz de porco, olho de porco e não é porco? R: A porca. Está direito quando está torto? R: O anzol. Se diz uma vez num minuto e duas vezes num momento? R: A letra “m”. O que o filho do vampiro faz na escola no final do ano? R: Exame de sangue. Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Historiando Ayrton Senna (1960-1994) Há 21 anos, as manhãs de domingo não são mais as mesmas. Um grave acidente na curva Tamburello, no circuito de Ímola, na Itália, vitimou um dos maiores ídolos do esporte nacional: o inesquecível Ayrton Senna, três vezes campeão mundial da Fórmula-1 (1988, 1990 e 1991) e vice-campeão em 1989 e 1993. Naquele feriado de 1º de maio de 1994, o Brasil parou para acompanhar atônito a partida de um gênio das pistas, um piloto que a cada etapa da Fórmula-1 tinha o poder de renovar o orgulho dos brasileiros. Desde criança, Ayrton Senna adorava pilotar e já era muito determinado. Quando tinha quatro anos, ganhou de seu pai o primeiro *kart*, o 007. Logo, Ayrton estava se dedicando de corpo e alma a essa modalidade. Sem esquecer os estudos, é claro. Um dia, no kartódromo de Interlagos, o jovem viu um carro de Fórmula-1 e ficou impressionado. Naquele momento, ele percebeu que dentro de si nascia um sonho: ser piloto de Fórmula-1! Para realizar esse sonho, não bastava pilotar bem. Era preciso algo mais: determinação, disciplina, dedicação. Foi assim que ele conseguiu derrotar a chuva. Uma vez, Senna estava vencendo uma prova de *kart* quando começou a chover. Com isso, perdeu posições até sair da corrida. Ele não se deixou abater pela derrota. E decidiu que a chuva nunca mais atrapalharia seu desempenho. Treinava horas e horas, debaixo de chuva, até anoitecer. Treinou tanto que alcançou a perfeição em pistas molhadas. Venceu várias corridas debaixo de muita água. Passou a ser conhecido como o “Rei da Chuva”. Com essa garra, foi campeão em todas as categorias que disputou. Senna não se contentava apenas em competir. Queria ser campeão do mundo. Para isso, teve de se superar, fazer o que parecia impossível. Como, por exemplo, no Grande Prêmio do Japão, 1988. Quando foi dada a largada, todos os carros dispararam. Menos um: o de Ayrton Senna, que era o *pole position*. O carro ficou parado na pista, com o motor apagado! Tentava fazê-lo pegar, sem sucesso. Até que, na última tentativa possível, o motor funcionou! Por causa desse problema, nosso campeão caiu do 1º para o 14º lugar. Então começou a fazer o que parecia impossível. Foi ultrapassando todos os outros carros, de todas as maneiras imagináveis. E, na 27ª volta, conquistou o 1º lugar! Faltando duas voltas para o final, já comemorava dentro do *cockpit*. Essa vitória entrou para a história da Fórmula-1. E deu o primeiro título mundial ao piloto brasileiro! Sua primeira vitória em casa também viria com muita superação. O ano era 1991 e Ayrton liderava com tranquilidade quando começou a ter problemas com o câmbio de sua *McLaren*. Levou o carro até a linha de chegada somente com duas marchas funcionais, emocionando mais uma vez os seus compatriotas. Senna tinha muito orgulho de ser brasileiro. Quando vencia uma corrida, ele erguia uma bandeira de dentro de seu *cockpit* e mostrava para o mundo todo o amor pelo seu país. Os torcedores brasileiros, nos domingos de manhã, acostumaram-se a ver suas vitórias e a nossa bandeira desfilando pela pista e subindo ao pódio. Uma emoção! E não apenas nas vitórias, ele era um herói. Em 1992, durante os treinos para o Grande Prêmio da Bélgica, após notar que o piloto Erick Comas havia se acidentado, o brasileiro parou o carro, atravessou a pista pondo em risco sua própria vida, para socorrer o companheiro de corrida. Apesar do perigo, o francês relembra até hoje com emoção o momento em que “o coração sensacional” de Ayrton Senna o ajudou. Ele não só sonhava em brilhar na Fórmula-1, sonhou muito mais alto: queria ajudar seu país a ser transformado, sonhou com um país com igualdade e oportunidade para todos os brasileiros. Deste sonho, nasceu o Instituto Ayrton Senna que, há 20 anos, trabalha para que crianças e jovens de todas as regiões do Brasil tenham acesso à educação pública de qualidade e oportunidade de ter sucesso na escola e na vida. Depoimentos Os grandes legados de Ayrton Ayrton não nos deixou somente as emoções incríveis que vivenciamos naqueles domingos mágicos quando nossa alegria em ser brasileiros era reforçada pela bandeira verde e amarela que ele tremulava no pódio. Ayrton deixou para nós dois grandes legados. O primeiro são seus valores: determinação, motivação, garra, coragem, busca da perfeição, superação e orgulho de seu país. Também reforçou uma postura diferente da que muitos adotavam e adotam até hoje, o tal “jeitinho brasileiro” de conseguir as coisas levando vantagem. Para ele, tudo tinha de ser conquistado com trabalho árduo, dedicação extrema, competência, ética e bom humor. Além dessa dedicação total ao seu trabalho e à conquista de seus objetivos como piloto, Ayrton era um homem e um cidadão que cultivava um amor imenso pelo povo brasileiro. Ele tinha uma inquietação enorme diante da desigualdade social, tão mais crítica nos anos 1980 e 1990, mas que hoje ainda persiste. Afinal, ele via um punhado de pessoas, como ele, tendo tudo, mas muito mais gente sem nada, na miséria, especialmente crianças e jovens, por quem nutria um afeto especial. Seu desejo de defender nas pistas um Brasil também campeão no dia a dia, com mais justiça e dignidade, acabou influenciando-nos a criar o Instituto e a trabalhar para que a educação se tornasse a principal bandeira social do País, levando muito mais gente ao pódio capaz de traçar um futuro melhor, de vitórias pessoais, como Ayrton fez e continua fazendo por meio de seu legado. Por Viviane Senna, irmã de Ayrton e presidente do Instituto Ayrton Senna.

Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil!!! “Meu nome é Ayrton Senna da Silva, vou chegar à Fórmula-1 e o senhor vai narrar muita corrida minha.” O ano era 1982, estávamos na sala de imprensa do circuito de Zolder, na Bélgica, e na minha frente se apresentava um rapaz magrinho, orelhudo, 10 anos mais jovem que eu e me chamando de “seu” Galvão. Foi nosso primeiro encontro. Dois anos depois, o menino começava a virar adulto, em memoráveis batalhas contra os melhores da sua geração. Nos anos seguintes, tornou-se nosso grande campeão, o herói brasileiro das pistas internacionais, o garoto que levantava uma bandeira do Brasil em todos os pódios onde estourava garrafas de champanhe. No começo, nosso relacionamento era profissional apenas. Eu era o jornalista e narrador da Rede Globo e ele, uma privilegiada fonte de informação sobre o circo da Fórmula-1. Ao longo dos anos nos tornamos amigos. Ayrton Senna era uma pessoa incrível, fantástica. Um profissional intenso, detalhista, que passava horas e horas analisando dados técnicos e transformava décimos de segundo em vantagens estratégicas que ele fazia valer nos momentos decisivos de uma corrida. Implacável com seus adversários, era exigente consigo mesmo, a ponto de se cobrar resultados mesmo já sendo tricampeão. Como muitos de sua profissão, Ayrton amadureceu cedo e eu, que era 10 anos mais velho, acabei tendo nele um conselheiro sempre pronto e atento. Me considero um privilegiado por ter sido o narrador de praticamente toda a carreira dele. Eu me sentia genuinamente emocionado com aquelas vitórias, que alegravam os domingos brasileiros. Foram 41 vitórias, 41 vezes chamando o Tema da Vitória. "Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil." Sempre tive a certeza de que ele era um grande ídolo. Hoje, 21 anos depois de sua partida, tenho consciência de que ele é mais do que isso. Parece que ele pertence à outra dimensão. As pessoas conheciam muito o Senna como piloto determinado, corajoso, dedicado, valente... Mas poucos conheceram o Ayrton ser humano, de coração grande e alma de menino. Ayrton gostava de brincar, vivia pregando peças em amigos e colegas de trabalho, eu mesmo fui “vítima” de algumas de suas malandragens. Tinha um humor fino, sofisticado. Um ser humano especial, educado por uma família que sempre pregou o respeito ao próximo. Resumindo: era uma pessoa adorável. Tivemos uma amizade muito intensa, muito bacana. Eu gosto de me lembrar do Ayrton pelos bons momentos que passamos juntos, pelos momentos divertidos, pelas grandes emoções das pistas. Não penso em tragédia. Por Galvão Bueno, narrador da TV Globo e grande amigo de Ayrton Senna. Fontes: ~,https:ÿÿwww.dgabc.com.~ brÿNoticiaÿ526492ÿ~ duas-decadas-que-o-brasil-~ chora-a-perda-de-um-de-~ seus-maiores-idolosÿ~, ~,http:ÿÿwww.ayrtonsenna.~ com.brÿ~, ~,http:ÿÿsenna.globo.comÿ~ senninhaÿayrton1.asp~, ~,http:ÿÿwww.clicrbs.com.brÿ~ sitesÿswfÿzh{-senna{-20{-~ anosÿ~, Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Leitura Interessante Empenho Edgar foi chamado, por um cliente, para pintar um barco. Pegou seu material de trabalho, tinta, pincéis, e foi para a praia onde faria o serviço. Não demorou muito e já estava pintando o barco com uma tinta vermelha brilhante, como foi pedido. Enquanto pintava, Edgar percebeu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Descobriu então que havia um vazamento, e decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e foi para casa com a certeza de ter feito um bom trabalho. No dia seguinte, o proprietário do barco procurou Edgar e lhe entregou um cheque com uma grande quantia. Surpreso, Edgar disse: -- Mas o senhor já me pagou pela pintura do barco. O homem então explicou: -- Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por você ter consertado o vazamento do barco. Edgar, muito humilde e sincero, falou: -- Foi um serviço tão pequeno que nem pensei em cobrar ao senhor. Mas o senhor não acha que este valor é muito para pagar por um pequeno conserto do seu barco? O dono do barco, emocionado, disse: -- Meu amigo, você não entendeu. Então vou explicar: Quando pedi para você pintar o barco, esqueci de dizer que existia aquele vazamento. Depois que a tinta secou, meus filhos pegaram o barco e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento. Quando voltei, e minha esposa contou que as crianças tinham saído com o barco, fiquei desesperado, pois me lembrei que havia um furo nele. Imagine o alívio e a alegria que senti, quando vi meus três filhos voltando sãos e salvos! Foi aí que examinei o barco e vi que você o consertou. Você percebe, agora, o bem que fez? Você salvou a vida dos meus filhos! A minha maior riqueza! E eu não tenho dinheiro suficiente para pagá-lo pela sua "pequena" boa ação. Lição de vida: Não importa quem, quando, como... ajude! ampare! faça a sua parte! Em tudo o que fizer, se empenhe, faça o seu melhor, conserte os vazamentos, sempre, pois uma coisa boa vai acontecer na vida de alguém. Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ showdoclovismonteiro.comÿ~ empenho.htm~, Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Cuidando do Corpo e da Mente Diabetes infantil Com o tratamento adequado, crianças diabéticas podem levar uma vida normal Oi, gente! Meu nome é Pedro. Eu tenho 10 anos. E estou aqui para contar uma história que aconteceu comigo. Um dia meus pais notaram que eu estava bebendo muita água e fazendo xixi a toda hora. Apesar de comer bastante, comecei a emagrecer e me sentia sempre cansado; nem conseguia mais brincar com a turma... Então minha mãe me levou ao médico. Ele me examinou e, depois de fazermos um exame de sangue, disse que o meu sangue estava com muito açúcar. Foi a primeira vez que eu ouvi falar em diabetes. Levei um susto, fiquei com medo e cheio de dúvidas. Não conseguia entender bem essa história de ter muito açúcar no sangue. Sangue tinha açúcar?! O meu pediatra nos encaminhou para o Instituto da Criança com Diabetes (ICD), onde nós teríamos um tratamento integrado para o meu diabetes. Fui atendido primeiro pela enfermeira, uma moça muito tranquila que me explicou direitinho o que é esse tal de diabetes: -- Pedrinho, tu sabias que o teu corpo é formado por células? Elas são estruturas tão pequeninhas que só podem ser vistas com a ajuda de um microscópio e cada uma delas precisa se alimentar para viver como nós. Só que as células não comem *cheeseburguer*, pizza, arroz, feijão... Elas se alimentam do açúcar que vem de todas as coisas que nós comemos. Para se alimentarem, as células precisam usar -- como nós usamos talheres -- um hormônio chamado insulina, que é produzido pelo pâncreas, um órgão que fica na nossa barriga. Com a ajuda da insulina, as células ficam alimentadas, e as pessoas têm energia para correr, brincar, pensar, etc. O diabetes aparece quando o pâncreas para de produzir insulina como deveria, e as células do corpo não conseguem se alimentar direito. Daí, o açúcar que vem dos alimentos fica sobrando no sangue. Depois dessa explicação, entendi que ninguém é culpado por eu ter ficado com diabetes, e isso não aconteceu porque eu comi muitos doces ou bebi muito refrigerante. Aprendi também que existem várias causas para o aparecimento do diabetes. O pâncreas pode ser atacado por um vírus ou por anticorpos e ficar doente e muito fraquinho. A enfermeira continuou conversando com a minha mãe: -- Quando as células não estão bem alimentadas, a pessoa sente fome, fica fraca, cansada e emagrece, apesar de comer a toda hora. O açúcar excessivo no sangue sai pela urina, por isso a pessoa com diabetes urina tantas vezes e assim perde água do corpo e fica com muita sede. Eu já estava apavorado, pensando no que iria acontecer comigo dali para a frente. Será que eu ia morrer? Parece que a enfermeira adivinhou meus pensamentos: -- Mas tem remédio, viu Pedrinho? No teu caso, que é o diabetes tipo 1, o teu corpo está com pouca insulina, por isso tu terás que aplicar a insulina produzida em laboratório, que fará com que todas essas coisas que tu estás sentindo desapareçam. Existe também outro tipo de diabetes, o tipo 2, que é diagnosticado quando o organismo não produz insulina suficiente para funcionar adequadamente, ou as células do corpo não reagem à insulina. Isto é conhecido como a resistência à insulina. Se isso acontece, aumenta o açúcar (glicemia) no sangue. Esse diabetes está sendo cada vez mais diagnosticado em crianças. Ao contrário do diabetes tipo 1, os sintomas do tipo 2 são geralmente leves ou ausentes, tornando este tipo difícil de detectar. Em geral, os sinais mais comuns são os mesmos: perda de peso, muita sede, vontade de fazer xixi, fraqueza. Diferente do teu caso, Pedrinho, os fatores de risco associados ao tipo 2 são histórico familiar de diabetes, excesso de peso, alimentação inadequada e sedentarismo. Daí ela me mostrou como a insulina vem em vidrinhos para usar com uma seringa especial que tem uma agulha bem pequena para a picada não doer. A enfermeira ensinou à minha mãe como aplicar insulina até que eu aprenda a fazer sozinho. Para tratar o diabetes tenho que usar insulina todos os dias, ter uma alimentação adequada, fazer exercícios físicos e conhecer bem a doença que, por enquanto, não tem cura, embora cientistas e médicos estejam sempre envolvidos nessa busca. Ela me ensinou que a dose de insulina que eu preciso muda de acordo com a quantidade de açúcar que tem no meu sangue. E como é que eu vou saber isso? -- Uma maneira de testar a glicose no sangue, Pedro, é colocar uma tira com uma gota do teu sangue em um aparelho que já dá o resultado da glicose em números. Ela então me mostrou o aparelho e eu fiz o meu primeiro teste. Fiquei bem contente quando me disseram que o resultado estava melhor. -- Lembra-te sempre de lavar as mãos antes de picar o dedo ou aplicar insulina. A enfermeira me levou depois para a sala da nutricionista, que me ajudou a montar uma refeição saudável com alimentos de brinquedo, para depois saber fazer uma refeição de verdade, que precisa seguir algumas regras que ela chamou de: A regra dos 3 Q~s (qualidade, quantidade, quando). Qualidade é saber escolher os alimentos dos seguintes grupos: Grupo do pão: pães, bolachas, batatas, arroz, massas... Grupo das frutas: maçã, laranja... Grupo das carnes: frango, peixe, gado, ovos... Grupo do leite: leite, iogurtes, queijos... Grupo dos vegetais: alface, brócolis, cenoura, tomate... Quantidade é comer de acordo com teu plano alimentar, que é baseado no teu peso, idade, altura, atividade, além dos valores dos testes da gota de sangue. Quando é saber que quem usa insulina não deve pular ou atrasar as refeições combinadas com a nutricionista. Aproveitei e perguntei o que poderia fazer a minha taxa de açúcar no sangue subir (hiperglicemia). Os endocrinologistas me explicaram: comer demais (ou comer alimentos com açúcar), deixar de fazer exercícios físicos, estar com alguma doença (gripe, infecção na garganta ou no ouvido) ou quando se usa uma quantidade de insulina menor do que a necessária. Mais tarde fui para a quadra de esporte, onde um professor de educação física me ensinou exercícios físicos divertidos que vão me ajudar no tratamento. Quando a gente faz alguma atividade física, os músculos retiram mais açúcar do sangue, mas se o exercício for intenso e prolongado, tu precisas fazer uma pausa para um lanche extra, evitando uma hipoglicemia. Ih! Agora falei complicado, né? Vou explicar: a hipoglicemia ocorre quando o sangue fica com muito pouco açúcar, e as células ficam fraquinhas, fraquinhas. A hipoglicemia pode acontecer se: não fizeres uma refeição ou lanche; não comeres o suficiente ou fizeres muito exercício; aplicares mais insulina do que teu corpo precisa; se isso acontecer, tu podes sentir muitas coisas como, por exemplo: tremedeira, suores, tonturas, sensação de fraqueza, fome, dor de cabeça, irritação, sono ou pesadelos. Quando tu sentires sensação de hipoglicemia deves: comer ou beber alguma coisa com açúcar imediatamente; contar para alguém que estás sentindo que o açúcar está baixo e, se puderes, fazer um teste de açúcar no sangue. Então, tu podes comer um ou dois tabletes de glicose ou beber meio copo de água com uma colher rasa de sopa de açúcar, ou podes tomar um suco de fruta natural. Esses alimentos aumentam o açúcar no sangue rapidamente. Logo após, escolhe entre um sanduíche, bolachas de água e sal, leite ou fruta, caso o horário da tua próxima refeição esteja distante, para que teu açúcar não baixe novamente. Em casa, comecei a pensar como a minha vida estava mudando por causa do diabetes. Como eu iria fazer no colégio e nas festinhas? Senti e pensei muitas coisas ruins: medo de aplicar insulina, vergonha de ser diferente do resto da turma. E se eles não quisessem mais brincar comigo por causa do diabetes?! No dia em que voltei com meus pais ao ICD, contamos para o médico sobre as minhas dúvidas. Ele nos explicou que a gente pode se sentir assim quando descobre que tem diabetes. Por isso, poderíamos conversar com uma psicóloga que nos ajudaria a enfrentar esses sentimentos e medos. Gostei muito dela, era uma moça bem legal e nos falou que no começo da doença sempre é difícil lidar com o que a gente sente, mas isso é natural. Medo, revolta e insegurança surgem em toda família, e o melhor a fazer é falar sobre o que sentimos. Ela me disse que eu posso me sentir triste ou brabo às vezes, pois todos que têm diabetes já se sentiram como eu alguma vez. Perguntei para a psicóloga se eu precisava contar sobre meu diabetes na escola. Ela me disse que era importante meus pais falarem com a professora, que poderá me ajudar se for preciso. Decidi também que, aos poucos, iria contar para os meus amigos mais legais. Por isso, eu estou aqui te contando a minha história, porque também quero ajudar as outras crianças que têm diabetes como eu a serem felizes, aprendendo a viver com essa doença. Se precisares de ajuda ou tiveres mais dúvidas, faz como eu, procura o médico. Um grande abraço, Pedrinho Fontes, com alterações: ~,http:ÿÿwww.icdrs.org.brÿ~ arquivosÿpdfÿManual{-da{-~ Crianca{-com{-Diabetes.~ pdf~,

~,http:ÿÿwww.idf.orgÿkids-~ um-pacote-educativo-para-~ informar-sobre-diabetes-~ nas-escolas?destination=~ nodeÿ28261~, Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Tome Nota Revisor de textos Braille O revisor de textos Braille é o profissional responsável pela verificação de possíveis erros no processo de produção de um texto em Braille. Tais incorreções podem ser de transcrição, impressão ou no uso da língua em que foi escrito (concordância, regência ou ortografia, por exemplo). Contudo, vale ressaltar que, em respeito aos direitos autorais, quando a grafia de uma palavra, a construção de frase ou período forem aceitas pelas normas gramaticais, não poderão ser corrigidas. Atualmente transita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n.o 5.732, de 2013, originário do Senado Federal, que regulamenta o exercício das profissões de transcritor e revisor de textos Braille, tornando obrigatória a participação destes na produção de tais textos, tanto para fins educacionais e culturais, quanto comerciais. Até agora, pela falta de lei que defina as atribuições, os direitos e deveres destes profissionais, seu perfil ainda é traçado pelo empregador. Mercado de trabalho Basicamente é constituído por instituições públicas. Porém, com o surgimento de novos centros privados de produção Braille, a tendência é que cresça a oferta de empregos, sobretudo quando a profissão for regulamentada. Perfil profissional õo Ensino médio completo; õo Curso de revisor de textos em Braille. Atribuições do Revisor Ler bem no Sistema Braille, isto é, de maneira segura e com boa velocidade: nem lenta, nem rápida demais. Verificar as adaptações de acordo com as regras contidas nas Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, na Grafia Braille para a Língua Portuguesa, nos códigos de notações de musicografia, matemática, física, química e demais ciências exatas. Localizar rapidamente uma página, um título ou subtítulo, um parágrafo, um item, sendo capaz de identificar e interpretar gráficos, tabelas e esquemas. É importante que o revisor tenha poder de concentração, pois seu trabalho, em resumo, consiste em detectar erros para que o texto original fique o mais "limpo" possível. As incorreções variam desde pontos baixos, falta ou troca de letras e palavras, vocábulos "colados", até trechos suprimidos. Isto acontece porque os textos são digitados ou digitalizados. Jornada de trabalho Atualmente a jornada de trabalho é de 8 horas diárias ou 40 semanais; mas, havendo a regulamentação da lei, pas-

sará a ser de 6 horas diárias ou 30 semanais. Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Leio, Logo Escrevo -- textos dos alunos do IBC Segunda fase Nome: José Luiz Perdigão Maia Data de nascimento: 25/03/99 Local de nascimento: Rio de Janeiro-RJ Turma: 902 O preço da libertação No peito, o peso da responsabilidade; nos olhos verdes, contrastantes com a pele branca e os cabelos pretos, é visível a apreensão. Eles escaneiam o mato e se fixam em um ponto; suas mãos tensionam sem tremer o arco, a flecha voa limpa e o coração de uma capivara deixa de bater. Atlas perde o seu fardo. Um pálido braço a golpeia no peito. E a confirmação: a capivara era a mulher que um dia amara. Ela cai, o mundo gira, cabelos até os ombros, vestes negras de couro, anel de osso, facas sibilantes e faíscas, uma banda, ela sobre ele, uma estocada limpa no coração, duas últimas palavras dele: -- Eu te amo! E ela: -- Eu também. Um lento beijo e muitas lágrimas.

Nome: Marcos Vinicius da Costa Idade: 22 anos Local de nascimento: Rio de Janeiro-RJ Turma: 602 Frase preferida: “Gosto dos meus amigos.” Minha paixão Minha história de amizade começou quando a vi pela primeira vez. Ela e a mãe vieram em 2004 ao Instituto Benjamin Constant fazer um laboratório para a novela das 9 horas da Globo, chamada “América”. Tenho admiração pelo trabalho dela. Será que ela lembra de mim, agora que terminou com o Neymar? Gostaria de reencontrá-la e conhecer a Rede Globo.

Nome: Yuri Capini da Silva Data de nascimento: 10/04/99 Local de nascimento: Rio de Janeiro-RJ Turma: 801 Frase: “Nunca olhar para o passado!” A senhora de preto Fui taxista por trinta anos. Um dia, fiz uma viagem pelo deserto nordestino e, no caminho de volta, avistei uma senhora de idade, que usava um vestido longo e preto. Ela estava parada no acostamento, pedindo carona, parei o carro e ela se aproximou, perguntando: -- Será que o senhor pode me dar uma carona até a entrada da próxima cidade? Eu não neguei. Durante a viagem fomos conversando e ela me aconselhou a não dar carona para estranhos, pois estavam roubando muitos carros por ali. Chegando à entrada da cidade, bem no meio de um viaduto, ela me pediu para parar. Eu parei, ela desceu e agradeceu. Em seguida, arranquei com o carro; mas, quando olhei pelo retrovisor, ela tinha desaparecido. Revisado por Karine Vieira Pereira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do Leitor Leitor amigo, este espaço é exclusivamente seu. Participe enviando suas criações (crônicas, pequenos contos, lendas, poesias, cantigas, curiosidades de sua região, trava-línguas e dicas de temas a

serem abordados pela sua revista). õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vocabulário -- A Alcunha: s. f. Denominação, geralmente de valor depreciativo, dada a alguém devido à característica física ou moral. Altivez: s. f. Nobreza. Andarilho: adj. Aquele que anda muito. Anzol: s. m. Pequeno gancho em que se coloca a isca para pescar. Astúcia: s. f. Esperteza. Atarantados: adj. Confusos, desnorteados. Atlas: Figura mitológica condenada por Zeus, deus do Olimpo, a carregar eternamente o mundo nas costas. Atônito: adj. Espantado, pasmo, abismado. -- B Barbeiro: s. m. Mau motorista; inseto que transmite a doença de Chagas, por meio das fezes; profissional que faz a barba e bigode dos clientes. Bichana: s. f. Normalmente é um termo que se refere a gato; mas, como ocorreu no texto, pode significar qualquer outro felino. -- C Cancha: s. f. Experiência em determinada situação ou ofício. Clã: s. m. Grupo formado por famílias com ancestrais comuns. *Cockpit* (inglês): Compartimento do automóvel de corrida destinado ao piloto. Comichão: s. f. Sensação na pele que provoca vontade de coçar. -- D Desuso: s. m. Falta de uso ou emprego. -- E Endocrinologistas: s. m. Médicos que tratam das glândulas endócrinas, produtoras de hormônios. -- F Façanhas: s. f. pl. Feitos heróicos. Fidalgo: s. m. Indivíduo que tem título de nobreza. -- G Gado: s. m. Conjunto de animais criados em propriedade rural (bois, cabritos, porcos, etc.). Garbo: s. m. Elegância. -- L Legado: s. m. Qualquer coisa, conhecimento ou bens materiais ou culturais, que se

transmite às gerações seguintes. Luzia: v. Emitia luz, brilhava. -- M Miscigenou-se: v. Misturou-se. -- N Naja: s. f. Espécie de serpente venenosa. Ela pode ser encontrada em toda a África, Sudoeste, Sudeste e Sul da Ásia. -- P Pâncreas: s. m. É uma glândula em forma de gancho situada na parte superior do abdômen, atrás do estômago. É responsável pela produção de enzimas, que atuam na digestão dos alimentos, e pela insulina -- hormônio responsável pela diminuição do ní-

vel de glicose (açúcar) no sangue. Pangaré: s. m. Cavalo sem raça definida. Peritos criminais: Especialistas em encontrar ou proporcionar prova técnica, mediante a análise de vestígios deixados e produzidos na prática do crime. *Pole position* (inglês): Piloto que inicia a corrida na primeira posição. -- S Sedentarismo: s. m. Qualidade de quem tem vida ou hábitos sedentários; que não exercita o corpo. Serelepe: adj. Esperto, ágil. Sibilantes: adj. Que sibila; que emite som agudo. -- T Textos digitalizados: Textos convertidos (escaneados) ao formato digital para serem processados por computador e armazenados em arquivo. -- Z Zangão: s. m. Inseto da família das abelhas. Zigoto: s. f. Célula que se forma da fusão do gameta masculino (espermatozoide) com o gameta feminino (óvulo), dando origem ao feto (ovo). Revisado por Karine Vieira Pereira õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Fernanda Hélen Souza de Figueiredo Revisão Braille: João Batista Alvarenga e Chyene Kelen