PONTINHOS Ano LVI, n.o 352, Janeiro/Março de 2015 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Educação, Cultura e Recreação Editada na Divisão de Pesquisa, Documentação e Informação Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1959 por Renato M. G. Malcher Av. Pasteur, 350/368 -- Urca Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-240 Tel.: (55) (21) 3478-4458 E-mail: ~,pontinhos@ibc.~ gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~,

Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito

¨ I Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Ana Paula Pacheco da Silva Daniele de Souza Pereira João Batista Alvarenga Leonardo Raja Gabaglia Regina Célia Caropreso Revisão Paulo Felicíssimo Ferreira Victor Luiz da Silveira Colaboração Marlene Maria da Cunha

Transcrição conforme as Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, MEC/SEESP, 2006. Distribuição gratuita consoante a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de Setembro de 1949. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.~ brÿ?itemid=381~,

¨ III Sumário Seção Infantil Cantigas de roda :::::::: 1 Trava-línguas ::::::::::: 4 Cordel :::::::::::::::::: 5 Histórias para Ler e Contar Lépida :::::::::::::::::: 6 Nem tudo o que seu mestre mandar! :::::::::::::::: 9 Seção Juvenil Quebra-cuca ::::::::::::: 14 Você Sabia? :::::::::::: 21 Vamos Rir? ::::::::::::: 24 Historiando Marcos Pontes -- Astronauta do Brasil :::::::::::::::: 28

Leitura Interessante Não se pode agradar a todos :::::::::::::::::: 41 Cuidando do Corpo e da Mente Casos de AIDS entre jovens aumentam mais de 50% em seis anos no Brasil :::::::::::::::: 44 Tome Nota Psicologia :::::::::::::: 57 Espaço do Leitor ::::::: 69 Vocabulário ::::::::::::: 70 Nota da Comissão Editorial Excepcionalmente neste número não publicaremos a coluna “Leio, Logo Escrevo”. Seção Infantil Cantigas de roda Sonho de papel O balão vai subindo Vem caindo a garoa O céu é tão lindo E a noite é tão boa! São João! São João! Acende a fogueira No meu coração Sonho de papel A girar na imensidão Soltei em teu louvor Um sonho multicor Ó meu São João!

Meu balão azul Foi subindo devagar E o vento que soprou Meu sonho carregou Não vai mais voltar! Fonte: ~,http:ÿÿ~ cantigasroda.blogspot.~ com.brÿ2012ÿ05ÿsonho-de-~ papel.html~, Revisado por Victor Luiz da Silveira Se esta rua fosse minha Se esta rua, se esta rua fosse minha, Eu mandava, eu mandava ladrilhar Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes, Para o meu, para o meu amor passar. Nesta rua, nesta rua tem um bosque Que se chama, que se chama solidão; Dentro dele, dentro dele mora um anjo Que roubou, que roubou meu coração. Se eu roubei, se eu roubei teu coração, Tu roubaste, tu roubaste o meu também; Se eu roubei, se eu roubei teu coração, É porque, é porque te quero bem. Fonte: ~,http:ÿÿ~ cantigasroda.blogspot.com.~ brÿsearchÿlabelÿCan%~ C3%A7%C3%B5es%~ 20de%20Ninar~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira ::::::::::::::::::::::::

Trava-línguas Eu cantarolaria, ele cantarolaria, nós cantarolaríamos, eles cantarolariam. A vida é uma sucessiva sucessão de sucessões, que se sucedem sucessivamente, sem suceder o sucesso. Uma placa de prata pregada numa pedra preta. Cozinheiro cochichou que havia cozido chuchu chocho num tacho sujo. Chega de cheiro de cera suja. Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ alzirazulmira.comÿtrava.~ htm~, ~,http:ÿÿwww.fonosp.org.brÿ~ publicarÿconteudo.~ php?id=435~, Revisado por Victor Luiz da Silveira ::::::::::::::::::::::::

Cordel Viva a mãe natureza Esse pequeno poema Fala da mãe natureza De toda sua importância E também sua beleza Um tesouro valioso A nossa maior riqueza Toda criança já sabe Mas não custa reforçar Vivemos no Planeta Terra Esse é o nosso lugar E o meio ambiente Nós devemos preservar Devemos pois entender Que não estamos sozinhos Pois aqui existem rios Onde moram os peixinhos E também as nossas matas Lugar de outros bichinhos Então vamos todos juntos Contra a poluição Erguer a nossa bandeira Que é a da preservação Consciência na cabeça E a paz no coração Fonte: ~,http:ÿÿtarciocosta.~ com.brÿÿindex.~ php?option=com{-~ content&task=view&id=~ 179&Itemid=45~, Revisado por Victor Luiz da Silveira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Histórias para Ler e Contar Lépida Tudo lento, parado, paralisado. -- Maldição! -- dizia um homem que tinha sido o melhor corredor daquele lugar. -- Que tristeza a minha! -- lamentava uma pequena bailarina, olhando para as suas sapatilhas cor-de-rosa. Assim estava Lépida, uma cidade muito alegre, que no passado fora reconhecida pela leveza e agilidade de seus habitantes. Todos muito fortes, andavam, corriam e nadavam pelos seus limpos canais. Até que chegou um terrível pirata à procura da riqueza do lugar. Para dominar Lépida, roubou de um mago um elixir paralisante e despejou no principal rio. Após beberem a água, os habitantes ficaram muito lentos, tão lentos que não conseguiram impedir a maldade do terrível pirata. Seu povo nunca mais foi o mesmo. Lépida foi roubada em seu maior tesouro e permaneceu estagnada por muitos anos. Um dia nasceu um menino, que foi chamado de Zim. O único entre tantos que ficou livre da maldição que passara de geração em geração. Diferente de todos, era muito ágil e, ao crescer, saiu em busca de uma solução. Encontrou pelo caminho bruxas de olhar feroz, gigantes de três, cinco e sete cabeças, noites escuras, dias de chuva, sol intenso... Zim tudo enfrentou. E, numa noite morna, ao deitar-se em sua cama de folhas, viu ao seu lado um velho de olhos amarelos e brilhantes. Era o mago que havia sido roubado pelo pirata muitos anos antes. Zim ficou apreensivo. Mas o velho mago (que tudo sabia) deu-lhe um frasco. Nele havia um antídoto e Zim compreendeu o que deveria fazer. Despejou o líquido no rio de sua cidade. Lépida despertou diferente naquela manhã. Um copo de água aqui, um banho ali e eram novamente braços que se mexiam, pernas que corriam, sal-

tos e sorrisos. E a dança das sapatilhas cor-de-rosa. Carla Caruso Fonte: ~,http:ÿÿ~ revistaescola.abril.com.brÿ~ fundamental-1ÿ~ lepida-634242.shtml~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira :::::::::::::::::::::::: Nem tudo o que seu mestre mandar! Xang era um sábio chinês. Seus alunos aceitavam seus ensinamentos sem pestanejar: -- Sim, mestre! -- Eu ouço e obedeço, mestre! Um dia, Xang resolveu fazer uma viagem com três dos seus fiéis alunos. Instalaram-se numa carroça puxada por dois burrinhos e lá se foram: nhec, nhec. Xang, já velhinho, logo sentiu sono. Tirou as sandálias e pediu aos jovens: -- Por favor, me deixem dormir! Fiquem bem quietos! Dali a pouco roncava. Na primeira curva do caminho, as sandálias dele rolaram pela estrada. Os discípulos nem se mexeram. Quando o mestre acordou, logo as procurou. -- Rolaram pela estrada -- disseram. -- E vocês não pararam a carroça? Não fizeram nada? -- Fizemos sim, senhor. Obedecemos: ficamos bem quietos. -- Ai, está bem -- conformou-se o mestre. Mas, se eu cochilar de novo, prestem atenção se alguma coisa cair da carroça, ouviram? -- Ouvimos e obedecemos! Xang cobriu os pés com uma coberta e adormeceu. Entretanto, no balançar da carroça, a coberta deslizou e lá se foi. O mestre acordou com frio. -- Mas, cadê a coberta? Será que?... -- Escorregou pela estrada -- confirmaram os três. -- E o que vocês fizeram? -- Fizemos só o que mestre mandou: prestamos atenção. -- Não! -- esbravejou Xang. Vocês tinham de pegar a coberta de volta! Atenção: se eu dormir e alguma coisa cair da carroça, peçam para parar e ponham o que caiu de volta na carroça! entendido?! -- Perfeitamente! E a viagem continuou: nhec, nhec. O mestre foi cabeceando e cochilou. Dali a pouco, os jumentos sentiram necessidade de fazer... suas necessidades. Ploft, ploft, ploft, caíram os cocozinhos pelo caminho. Os discípulos mandaram parar a carroça e, com muito cuidado, foram pondo as fedidas pelotinhas para dentro. Aquela agitação fez Xang acordar. Nossa, que cheirinho! -- Esperem! O que estão fazendo? -- Apenas obedecendo! -- juraram os três: pondo de volta o que caiu da carroça. -- Não, mas isso não! Ai, com aqueles cabeças-duras, só mesmo muita paciência: -- Está bem, vamos começar de novo. Vou fazer uma lista de tudo o que há na carroça. Se algo cair, verifiquem se está nela. Se não estiver, não peguem de volta, certo? -- Somos pura obediência, ó mestre! Xang escreveu a lista. Que canseira! Mas agora podia dormir tranquilo... E a carroça subiu uma estradinha íngreme. Numa curva mais fechada, ops... Quem é que caiu dessa vez? O mestre! Ele escorregou e se foi ribanceira abaixo. -- Socorro! -- gritou -- Venham me pegar! Graças aos céus, ele conseguiu se agarrar numa raiz do barranco. -- Ei, o que estão esperando? Me ajudem! -- chamou. Mas os discípulos, imperturbáveis, consultavam a lista. -- Seu nome não está escrito aqui -- explicaram: não podemos pegá-lo, ó mestre! Não teve jeito: Xang, com muito esforço, subiu o barran-

co e voltou para a carroça. Mas não dormiu mais... Rosane Pamplona Fonte: http:ÿÿrevistaescola.~ abril.com.brÿ~ fundamental-1ÿnem-~ tudo-seu-mestre-mandar-~ 634200.shtml~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Seção Juvenil Quebra-cuca Caça-palavras Desafio 1 Localize as seguintes palavras: cocheira, canil, garagem, lago, sótão, quiosque, varanda, forno, lavanderia. As palavras estão dispostas na horizontal e na vertical. crpmzjuaqoxiac ofelgaragemara cvcppdbhzvetbl haaeeoclesgaaa etnjpspivójqav igiulagortauoa rulfbfodmãoicn abmtuvvxaotoad qieotiewosisie zexnqmqeparqmr wnvarandadvuai eajglxiaiaaeaa dporãotolifauu ohaiihngabszds clfdfornouaoaa Desafio 2 Localize as palavras: vencedor, bonito, amigo, esperto, esquisito, cheiroso, ciumento, curioso, otimista, leviano, fofoqueiro, divertido, corajoso, chato, curioso. Lembre-se de que a busca deve ser feita horizontal (nas duas direções) e verticalmente (nos dois sentidos). Algumas palavras estarão na diagonal, nos dois sentidos. goefcherwbatgug ooxkuvosoriehce srywrrbiprjomua oiuoiciumentoyt jerdopmqbmrcdgs auoisnyhwwstwai rqdtoxhbonitotm ooerinyywtbsgei cfcemsaomlaciat ponvxpiidcjzmjo lfeiqgnuvbkpals sdvdqzpcqepxnze lyotahcmyslodgp wjmmyjpxlteilpd hpkzbvdrhtxxdqf ::::::::::::::::::::::::

Jogo dos erros de português Qual a forma correta de escrever? 1) O refém ficou sob a mira do assaltante. 2) O refém ficou sobre a mira do assaltante. Resposta: Opção (1). “Sob” significa debaixo de, portanto o correto é "sob a mira do assaltante". Já “sobre” significa em cima de. 3) Nesta madrugada, em Porto Alegre, os termômetros marcaram zero graus. 4) Nesta madrugada, em Porto Alegre, os termômetros marcaram zero grau. Resposta: Opção (4). Trata-se de uma simples questão de concordância de número. Se zero é singular, logo grau também será singular.

5) A comissão organizou um jantar beneficente. 6) A comissão organizou um jantar beneficiente. Resposta: Opção (5). A palavra “beneficiente”, com "i", não existe. O correto, sempre, é usarmos “beneficente”. 7) A lata de atum está na despensa. 8) A lata de atum está na dispensa. Resposta: Opção (7). “Despensa” é o lugar da casa onde se guardam mantimentos, enquanto “dispensa” quer dizer licença, permissão para praticar determinados atos. 9) Eu queria muito ter ido ao baile, mas não pude. 10) Eu queria muito ter ido ao baile, mais não pude. Resposta: Opção (9). Nessa frase, "mas" quer dizer, porém, entretanto, todavia. "Mais" significa em maior quantidade e expressa aumento, crescimento, superioridade. Fonte: ~,http:ÿÿ~ educarparacrescer.abril.~ com.brÿ100-errosÿindex.~ shtml~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira Como se escreve? 1) Usufluir ou usufruir. Resposta: usufruir. 2) Bueiro ou boeiro. Resposta: bueiro. 3) Lagartixa ou largatixa. Resposta: lagartixa. 4) Toráxica (relativo ao tórax) ou torácica (relativo ao tórax). Resposta: torácica. 5) Lâmpada florescente ou lâmpada fluorescente.

Resposta: lâmpada fluorescente. 6) Mexirica ou mixirica. Resposta: Mexirica. 7) Asterístico ou asterisco. Resposta: Asterisco. 8) Arruaça ou arroaça. Resposta: Arruaça. 9) Prostação ou prostração. Resposta: prostração. 10) Retógrado ou retrógrado. Resposta: Retrógrado. Fonte: ~,http:ÿÿ~ educarparacrescer.abril.~ com.brÿcomo-se-escreveÿ~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Você Sabia? Como uma planta carnívora come carne se não tem estômago? Ela tem estômago, sim! A armadilha que captura as presas funciona como uma câmara digestiva. A maioria das mais de 700 espécies de plantas carnívoras identificadas se alimenta de insetos; por isso também são chamadas de plantas insetívoras. Há, entretanto, poucas espécies maiores, com cerca de meio metro de comprimento, capazes de aprisionar rãs e pássaros. Já o homem não faz parte da dieta: se você colocar o dedo nas folhas de uma carnívora, ela vai fechar e abrir em seguida. A maior fonte de energia das insetívoras, porém, não é a carne, mas a fotossíntese, como qualquer planta. As presas

servem como complemento nutricional, ajudando a suprir a necessidade de nitratos e fosfatos, escassos nos solos ácidos e pobres em que as carnívoras vivem. Instinto selvagem -- A digestão pode durar até 12 dias, dependendo da espécie e do tamanho da planta e da presa. Para comer com os olhos -- Cores vivas e odores adocicados ou podres são os mecanismos usados para iludir e atrair as presas. Os insetos chegam achando que vão se deliciar com um bom néctar ou cadáver e eles é que acabam virando banquete... Barriga cheia -- A digestão começa já na captura. A luta do animal para se livrar da armadilha estimula a produção das enzimas que irão acabar com ele. Algumas plantas contam, ainda, com ajuda de microrganismos para sintetizar o alimento ingerido. Digestão seletiva -- Ao terminarem a refeição, as plantas colocam para fora o que não foi digerido. Elas percebem quando capturam algo que não é alimento, como uma pedra, e expelem o corpo estranho. Hora do bote Cada espécie tem sua própria estratégia para captura. São três tipos básicos de armadilhas: Folhas colantes -- No caso da Dionea, as folhas se fecham para prender a vítima. Urna alagada -- Nas Nepenthes, o bicho desliza pelas paredes e se afoga no fundo de um bolsão. Bico adesivo -- A Drosera, espécie mais comum no Brasil, tem pelugem grudenta

nas folhas. Elas se curvam sobre a presa para devorá-la. Fonte: ~,http:ÿÿ~ mundoestranho.abril.com.brÿ~ materiaÿcomo-uma-planta-~ carnivora-come-carne-se-~ nao-tem-estomago~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vamos Rir? A professora pergunta aos alunos: -- Se eu for à feira e comer 3 peras, 7 bananas, 15 laranjas e 1 melancia, qual será o resultado? Do fundo da sala, alguém grita: -- Uma dor de barriga! No primeiro dia de aula, a professora passou uma lição de casa. No outro dia, ela cobrou o dever dos alunos: -- Todos fizeram sua lição de casa? Todos os alunos disseram que sim, menos o João. A professora perguntou: -- Por que você não fez sua lição de casa, João? -- Ora, professora, porque eu moro em apartamento. O descobridor A professora pergunta para o Jorge: -- Onde fica a América? E o Jorge responde apontando no mapa. A professora então pergunta para o Pedrinho: -- Quem descobriu a América? E Pedrinho responde: -- Foi o Jorge, professora!

Matemática da alegria A professora tenta ensinar matemática ao Joãozinho. -- Se eu te der 4 chocolates hoje e mais 3 amanhã, você vai ficar com... com... com... E o Joãozinho: -- Con... tente!? Fonte: ~,http:ÿÿpiadas-~ infantis.blogspot.com.brÿ~, O que é, o que é? O que é preciso para apagar uma vela? R: Que ela esteja acesa. Quanto mais cresce, mais baixo fica? R: Rabo de cavalo. Não tem pernas, mas sempre anda? R: Sapato. Responda bem depressa: um gato caiu num poço; como foi que ele saiu? R: Molhado. Corre em volta do pasto inteiro sem se mexer? R: A cerca. O ferreiro faz, o cavalo usa, no jardim é flor, na comida é tempero, mas no rosto é marca? R: Cravo. Pode passar diante do sol sem fazer sombra? R: O vento. Tem uma porção de dentes, mas não tem boca? R: O serrote. Com dez patas vai de lado, Constelação tem seu nome, Não tem pescoço e é caçado Porque é gostoso e se come. R: Caranguejo. Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Historiando Marcos Pontes -- Astronauta do Brasil Tudo começou em Bauru... Nasci em Bauru no dia 11 de março de 1963. Meu pai, seu Vergílio, era servente de serviços gerais do Instituto Brasileiro do Café. Minha mãe, dona Zuleika, era escriturária da Rede Ferroviária Federal. Morávamos em uma casa de madeira no Jardim Bela Vista. A casa era simples, a rua não tinha calçamento, eu era um dos garotos de periferia que corriam descalços pela vila e eu era feliz. Vivíamos em um ambiente familiar de muito amor e compreensão. Tenho dois irmãos mais velhos: Luiz Carlos e Rosa Maria. Hoje, os dois são como pais para mim. Meu sonho: queria ser piloto e, quem sabe, um dia, alcançar o espaço. Com esse sonho, todos os finais de semana eu ia de bicicleta ao aeroclube da cidade para ficar mais perto dos aviões e dos meus sonhos. Como não tinha dinheiro para pagar pelas caras horas de voo, os pilotos do local me aconselharam a entrar para a Força Aérea. Lá eu poderia ser piloto e ter uma carreira militar. Contudo, eu precisava também garantir o meu futuro, obtendo alguma qualificação profissional, caso os planos de entrar para a FAB (Força Aérea Brasileira) não funcionassem. Assim, como sempre gostei de ciência e tecnologia, quando terminei o ensino fundamental, decidi fazer dois cursos técnicos, um de eletricista no SENAI e um de técnico em eletrônica, no Liceu Noroeste. O segundo era o chamado “segundo grau profissionalizante”, e a escola era privada. Era uma maneira inteligente de associar o ensino médio com uma formação profissional. Na época, eu tinha 14 anos de idade e muita energia. O problema era que eu não tinha dinheiro para pagar a mensalidade da escola privada. Como solução, e também para ajudar no orçamento de casa, consegui associar o curso do SENAI com um trabalho de aprendiz de eletricista na Rede Ferroviária Federal (RFFSA). Aquele foi meu primeiro emprego. E com carteira assinada e tudo. Pela manhã, eu estudava no SENAI, durante a tarde trabalhava na RFFSA e à noite estudava no Liceu. Ganhava meio salário mínimo. Era o suficiente para pagar pelo meu curso noturno, deixar um dinheiro em casa e ainda comprar alguma coisinha para mim. Mas ainda havia o sonho de voar. Eu não tinha nem tempo e nem dinheiro para fazer um cursinho preparatório para o vestibular da Academia da Força Aérea (AFA), e a prova era bastante difícil e concorrida. Solução: estudar nos momentos de folga do trabalho dentro das locomotivas e pedir ajuda aos professores do colégio nos assuntos que eu não entendesse. Em um daqueles dias, estudando no trabalho, meus amigos me perguntaram o porquê dos livros. Eu disse que faria o vestibular da AFA. Eles deram muitas gargalhadas e disseram: “Você! Piloto da Aeronáutica! Impossível! Isso é para filhos de ricos. Você é um ‘zé ninguém‘ pretensioso que nunca conseguirá colocar os pés em um avião. Largue mão disso e vá cuidar da sua vidinha que ganhará muito mais. Você só irá ficar frustrado com isso!” Aquilo me deixou muito chateado e desanimado. Naquele mesmo dia, eu estava jantando quando minha mãe chegou do trabalho e me perguntou a razão da minha aparência desanimada. Contei sobre a conversa no trabalho e completei: “Talvez eles estejam corretos. Isso é um sonho impossível para mim...” Ela me interrompeu: “Não existem sonhos impossíveis! Não dê ouvidos às palavras ruins das pessoas. Eles têm a vida deles e, no fundo, eles não se importam com o seu fracasso. Talvez o seu sucesso possa incomodá-los.” Nesse instante, ela olhou para mim séria e profundamente com seus olhos azuis e completou: “Você pode ser e fazer o que quiser na vida, desde que estude, trabalhe, persista e sempre faça mais do que esperam de você!” Foi acreditando na dona Zuleika, e não nas palavras negativas dos meus “amigos” que fiz a prova da AFA e passei! Fui o segundo colocado no Brasil. Começava ali minha carreira militar. Depois de 4 anos de curso como cadete aviador na AFA em Pirassununga, fui graduado como Aspirante Aviador e transferido para o 2º/5º Grupo de Aviação (Esquadrão Joker) na Base Aérea de Natal, onde, em um ano, completei a minha formação de Piloto de Caça (Ala da Aviação de Caça). De Natal fui transferido para o 3º/10º Grupo de Aviação (Esquadrão Centauro), em Santa Maria, RS. Ali, durante quatro anos, eu casei, meu primeiro filho, Fábio, nasceu, e eu me tornei Instrutor e Líder de Esquadrilha da Aviação de Caça. A vida ficou tranquila. Meu sonho de voar havia se realizado. Eu era um piloto de combate da Força Aérea Brasileira! Mas a vida é uma constante mudança. Pedi ao comandante do esquadrão para deixar a aviação de caça e fazer o vestibular para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A minha ideia não era sair definitivamente da aviação de caça, mas aumentar minha qualificação, agora com o curso de engenharia, para criar mais oportunidades profissionais. Meu objetivo era ser piloto de testes de aviões, e eu havia notado que, na época, a FAB tinha pilotos de testes e engenheiros de teste em “corpos separados”. Não havia nenhum “híbrido”, alguém que fosse, ao mesmo tempo, engenheiro e piloto de testes. Era uma oportunidade a ser criada, mas antes eu precisaria de 5 anos de trabalho com sucesso no ITA e depois mais um ano de curso na Divisão de Ensaios em Voos (IPEV) para juntar as duas coisas -- minha experiência operacional como piloto de caça e o curso de engenharia -- e me tornar o primeiro piloto de testes e engenheiro formado no Brasil. Agora, esse era o objetivo. Estudei, prestei o vestibular, passei para a Engenharia Aeronáutica, completei o curso do ITA com sucesso, participei da seleção para piloto de testes da FAB, fui selecionado, fiz um ano de curso no IPEV e atingi o meu objetivo. Foram 6 anos de trabalho para atingi-lo. Ao me tornar um piloto de testes “híbrido” eu consegui ajudar no desenvolvimento de sistemas importantes para a FAB e para a Aviação de Caça, como mísseis, bombas e outros equipamentos. Além disso, abri um caminho que hoje é trilhado por muitos pilotos de caça. Atualmente, muitos dos pilotos de teste são também engenheiros, o que aumentou a qualidade e produtividade da Divisão para a Força Aérea. Foram anos de muito trabalho e diversão também! Afinal, eu estava somando duas coisas que sempre adorei: voo e engenharia! Nesse período, também aproveitei para fazer um mestrado no ITA em “Otimização de Trajetórias Orbitais”. Chances de ir ao espaço naquela época? Nenhuma! Mas lembre-se: Nunca feche as portas para os seus sonhos! Em 1996, fui selecionado pelo Alto Comando da Aeronáutica para outro mestrado na Califórnia, EUA. Agora em “Engenharia de Sistemas”. Eu teria 2 anos e meio para concluí-lo. Lembrei-me da minha mãe: “Sempre faça mais do que esperam de você!”. Concluí o mestrado em 18 meses e comecei o PhD na mesma área. Em 1998, recebi um e-mail do meu irmão dizendo que a Agência Espacial Brasileira (AEB) faria um concurso público para selecionar o primeiro astronauta brasileiro. Acontece que o Brasil havia entrado no Programa da Estação Espacial Internacional (ISS) através da NASA e agora precisava selecionar um astronauta para integrar a turma de astronautas da NASA para a manutenção e operação da ISS. A seleção era aberta a todos que tivessem os requisitos. Portanto, eu podia participar! No final do processo, o chefe de seleção me disse: “Marcos Pontes, você foi o escolhido para representar o Brasil na NASA, como candidato a astronauta, no Johnson Space Center, em Houston, junto aos outros 15 países participantes do programa da ISS. Você, se aceitar, poderá se tornar o primeiro astronauta da história do Brasil.” A partir daquele momento, minha carreira militar, pelo menos no que se trata de funções militares, estava encerrada. Assim segui para a Johnson Space Center, em Houston, Texas, e me apresentei, em agosto de 1998, na turma de Astronautas da NASA. Éramos 32 candidatos. Depois de dois anos de curso, em dezembro de 2000, finalmente recebi o “brevê de astronauta”. Agora eu era um astronauta profissional “Especialista de Missão”, aguardando escalação para meu primeiro voo espacial. O chefe dos astronautas, Charlie Precourt, me entregou o “brevê” e disse: “Parabéns, Marcos! Você agora é oficialmente o Primeiro Astronauta Brasileiro! Aliás, não sei se você sabe, mas você é o Primeiro Astronauta Profissional de um país do Hemisfério Sul do Planeta Terra!” Eu achava que voaria em 2001, levando a primeira parte construída pela indústria nacional (EMBRAER), o Express Pallet, para a ISS. Mas isso não aconteceu. Finalmente, em 2005, a AEB me escalou com os russos, que são, como os americanos, parceiros majoritários da ISS. Finalmente, depois de praticamente perder as esperanças de voar pelo Brasil, eu teria minha chance de realizar o sonho de ir ao espaço. Minha principal tarefa no espaço foi manter os sistemas funcionando plenamente, isto é, fazer operação e manutenção dos sistemas, montar e configurar equipamentos, etc. Depois de concluir a Missão Centenário, com pleno sucesso, em 10 dias no espaço, voltei às minhas atividades normais como astronauta em Houston. Permaneço até hoje à disposição do Programa Espacial Brasileiro, aguardando a escalação para meu segundo voo espacial. Em 2010, criei a Fundação Astronauta Marcos Pontes, cujos detalhes e projetos po-

dem ser vistos no website ~,www.marcospontes.net~, Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ marcospontes.netÿhome~, Revisado por Victor Luiz da Silveira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Leitura Interessante Não se pode agradar a todos Um pai andava pelas ruas com seu filho e um jumento. O pai ia montado no animal, enquanto o filho o conduzia puxando o bicho por uma corda. Uma pessoa passou perto e disse: -- Pobre criança! Tão pequena e se esforçando tanto! Como o pai pode ficar montado em cima do jumento, vendo o menino sofrendo de tanto correr? O pai levou a sério a observação, desmontou do animal na esquina seguinte e colocou o menino em cima da sela. Não demorou muito, uma outra pessoa passou e falou: -- Que absurdo! O menino vai sentado, feito um rei, enquanto seu velho pai corre ao lado. Esse comentário magoou o menino, e então ele pediu ao pai que montasse junto com ele no jumento. Depois de virarem uma outra esquina, uma mulher que passou disse indignada: -- Que crueldade com o animal! Onde já se viu uma coisa dessas? O lombo do pobre jumento já está envergando. Como pode esse velho e seu filho usarem o animal, como se ele fosse um sofá? Pobre bicho! O pai e o filho se olharam e, sem dizer uma palavra, desceram do jumento. Mas, logo em seguida, um homem passou falando: -- Graças a Deus não nasci tão otário assim! Por que vocês dois conduzem esse jumento se ele não lhes presta serviço algum, se nem mesmo serve de montaria para um de vocês? O pai colocou um punhado de palha na boca do jumento, pôs a mão sobre o ombro do filho e disse: -- Independentemente do que fizermos, sempre haverá alguém discordando da nossa atitude. Acho melhor nós mesmos determinarmos o que é correto. Lição de vida: Não determine a sua vida pela opinião dos outros, pois você nunca vai conseguir agradar a todos. Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ showdoclovismonteiro.comÿ~ naosepodeagradar.htm~, Revisado por Victor Luiz da Silveira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Cuidando do Corpo e da Mente Casos de AIDS entre jovens aumentam mais de 50% em seis anos no Brasil Dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, uma doença que infelizmente ainda precisa ser lembrada. O doutor Dráuzio Varella explicou por que a AIDS voltou a assustar e a preocupar tanto: “Houve um aumento absurdo dos casos de AIDS entre os jovens nos últimos anos. Neste sentido, nós no Brasil estamos indo na contramão de outros países”, afirma. O aumento é de mais de 50% em seis anos. “O principal motivo é o comportamento sexual dos jovens. Eles acham que ninguém mais morre de AIDS hoje, e que, se pegarem o vírus, é só tomar o remédio que acabou e está tudo bem. Está tudo bem, não. É uma doença grave. Vai ter que tomar remédio pelo resto da vida. E esses remédios provocam efeitos colaterais. A AIDS não tem cura, você pega o vírus, o tratamento pode controlar a doença, mas você vai ter problemas pelo resto da vida”, alerta Dráuzio. “Quando eu saio à noite eu quero me divertir, me alegrar, distrair a mente um pouco”, conta um jovem. Sábado à noite, Ivan, Guilherme e Edson saem para a balada. A cena é comum em qualquer cidade do Brasil e do mundo. Ruas, bares e boates lotadas de jovens. “Noitada perfeita é isso: bebida, amigos e mulher”, diz um jovem. “Curtir, beijar na boca”, conta outro jovem. “Conhecer alguém e ficar”, afirma um outro jovem. “É, hoje eu espero que tenha muita azaração, beijo na boca”, diz Ivan. Ivan, Guilherme, Edson. Ao olhar para eles, alguém conseguiria dizer quem é portador do HIV? “Eu sou soropositivo e descobri que tenho HIV com 23 anos. Eu tinha um relacionamento. A gente morava junto e tal. Ele sentou no sofá comigo e falou: ‘Olha, eu fiz o exame, o exame deu positivo‘. Aí eu perguntei qual era o exame, né? Ele virou pra mim e falou: ‘Fiz o exame de HIV‘”, lembra Ivan Monsores. Mesmo estando em um relacionamento estável, Ivan contraiu o vírus da AIDS. Foi contaminado pela pessoa em quem mais confiava. “Hoje eu tenho certeza que a AIDS não tem cara. Certeza absoluta”, conta Ivan. Ivan faz parte de uma estatística assustadora. “A taxa de detecção de AIDS entre jovens de 15 a 24 anos vem crescendo em uma velocidade bem maior que a da população em geral”, diz Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde. Desde 2006, os casos de AIDS nos jovens entre 15 e 24 anos aumentaram mais de 50%, o que quer dizer mais jovens soropositivos. No resto do mundo, o número de novos casos de HIV entre os jovens caiu 32% em uma década. Por que estamos indo para trás? “A gente não deixa de transar porque não tem camisinha”, conta um jovem. “A rapaziada de hoje em dia não pensa muito nisso”, diz outro jovem. Hoje é possível saber em menos de 20 minutos se você está ou não infectado pelo HIV. Um teste rápido, que pode ser feito de graça na rede pública de saúde, disponível para qualquer um. Não precisa marcar hora: é chegar e fazer. Rafaela transou sem camisinha, há um mês, e agora veio se testar. “Estava solteira, acabei conhecendo pela internet, a gente se envolveu. Fui à casa dele, chegou lá, não tinha, desprevenido. E aí acabou acontecendo. Aí no dia seguinte, fiquei naquela neurose e tal, e aí estou aqui hoje para fazer o teste”, diz Rafaela Araújo, de 19 anos. Rafaela tem motivo para se preocupar. Ela já viu de perto como é viver com o HIV. “Minha mãe faleceu. Ela era portadora do vírus. Ela tinha muito cuidado para não contaminar os filhos. Cuidado redobrado”, conta Rafaela. Mesmo vendo o sofrimento da mãe, ela se descuidou. A médica traz o resultado: “Rafaela, eu estou com o resultado do seu teste, você não tem o vírus do HIV. Como você está se sentindo?”, pergunta. “Aliviada. Acho que vai me conscientizar mais, né? A me cuidar, a ter a postura de levar a camisinha”, responde. Rafaela teve sorte dessa vez. Uma segunda chance que nem todo mundo tem. Na última década, 34 mil jovens contraíram o vírus da AIDS. Basta um deslize, uma única vez sem preservativo para se infectar. Mas se transar sem camisinha, como Rafaela, você sabe o que fazer? Não adianta você esquecer de usar camisinha e sair correndo para fazer o teste. O exame pode levar 3, 4 semanas para ficar positivo. Em vez disso, procure a rede pública para receber o tratamento preventivo, os remédios que vão evitar que o HIV penetre o seu organismo. Não é para fazer isso todo fim de semana. É uma medida de emergência, que deve ser tomada até 72 horas depois do contato sexual. Passou de 72 horas, é tarde demais. O tratamento dura um mês, e os remédios devem ser tomados todos os dias, rigorosamente. Falhou, perdeu o efeito. Esses remédios de emergência, chamados de profilaxia pós-exposição, ou PEP, estão disponíveis na rede pública, mas pouca gente sabe. No ano passado, só foram usados pouco mais de 20 mil kits de PEP em todo o país. “Existe hoje uma falsa sensação de que a AIDS está controlada. Que a AIDS não existe mais. Porque não estamos mais vendo, na mídia, grandes ícones falecendo com essa doença”, diz Fernando Ferry, clínico geral especializado em AIDS do Hospital Gaffrée Guinle, no Rio de Janeiro. No início dos anos 90, Cazuza expôs ao público a luta pessoal contra a doença. Depois dele, em 1996, foi Renato Russo quem morreu de complicações da AIDS. “Houve uma semana que eu fui três vezes ao cemitério porque as pessoas morriam assim uma por dia”, conta Ney Matogrosso, cantor. “Quem se criou e cresceu depois não acredita nessa doença. Então as pessoas não estão nem aí para essa doença. É como se a doença não existisse no mundo”, diz Ney Matogrosso. No país, morrem 11 mil por ano. É muita gente. “O remédio que existe é um remédio maravilhoso, porque as pessoas não morrem e não se acabam do jeito que se acabavam, mas não é a cura. Não tem a cura ainda”, diz Ney Matogrosso. Cazuza e Renato Russo morreram antes que o coquetel de remédios, os chamados antirretrovirais, que ajudam a controlar o HIV, se tornassem realidade, a partir de 1996. Os remédios fazem o vírus parar de se multiplicar e entrar em um estado de “dormência”. A pessoa não desenvolve mais a AIDS. O número de mortes diminuiu drasticamente e permitiu aos portadores do HIV levar uma vida quase normal. O Ivan Monsores toma os medicamentos do coquetel diariamente. “Eu tomo seis comprimidos, de 12 em 12 horas. Tomo há três anos, todos os dias”, conta ele. Além da obrigação de ter que tomar um monte de remédios todos os dias para o resto da vida, os pacientes também sofrem efeitos colaterais. “Meu primeiro efeito colateral foi tontura, a náusea e, no caso, eu na hora de dormir tinha muito pesadelo. Eu tenho essa percepção de que eu preciso da medicação para viver. Mas eu posso parar de tomar a medicação agora e daqui a um mês, dois meses, uma semana, eu cair doente dentro de um hospital”, diz Ivan. Um em cada cinco jovens não aguenta essa rotina e abandona o tratamento. Marvin Teixeira, 22 anos, descobriu que estava doente ano passado. No entanto, não seguiu o tratamento como devia. “Tinha dia que eu tomava, tinha dia que eu não tomava. Eu achava que ficar um dia sem tomar meu remédio, acho que isso não vai me matar”, declarou o jovem. A AIDS se desenvolveu. Resultado? “Eu estou perdendo a visão”, conta Marvin. “A visão dele tem sido afetada por um vírus chamado citomegalovírus. Esse citomegalovírus destrói a retina. Vai ficar cego do olho direito e nós estamos tentando salvar o olho esquerdo”, explica Fernando Ferry, clínico geral especializado em AIDS do Hospital Gaffrée Guinle. Marvin era pintor de paredes. Sem a visão, não tem mais como trabalhar. “Eu achava que eu não ia pegar isso, que não ia chegar a encontrar isso”, conta ele. Como ele, um terço dos jovens diz não usar preservativo quase nunca ou nunca, de acordo com uma pesquisa da Unifesp. “Eu achava mais que era de homossexuais”, afirma Marvin. “O que tem nos preocupado muito é que uma grande quantidade de meninos de 20, 21, 22 anos, estão comparecendo ao nosso hospital já com AIDS avançada e com doenças graves”, diz o doutor Fernando Ferry. "Entre os jovens de 15 a 24, ela vem crescendo. Principalmente entre os jovens do sexo masculino. É um crescimento importante. Em uma década, cresceu praticamente 68%", conta Jarbas Barbosa, secretário de vigilância e saúde do Ministério da Saúde. Na população geral, quatro em cada mil pessoas são portadoras do HIV. Mas entre os jovens gays, esse número é vinte vezes maior: cem em cada mil. Hoje, 150 mil pessoas no Brasil não sabem que têm a doença. “Desde dezembro, quem testa positivo para o HIV já começa o tratamento imediatamente. E isso a gente espera que em 4, 5 anos já produza uma redução muito importante na transmissão do HIV no Brasil”, diz Jarbas Barbosa. “As campanhas só ‘Use Camisinha‘ não terão a repercussão necessária. É preciso mudar. Sem educação não há mudança de cultura”, diz Regina Bueno, coordenadora do grupo de jovens Vivendo e Convivendo com HIV e AIDS. Depois de um mês internado, Marvin volta para casa. Sem a visão, os pincéis e a tinta agora são apenas uma lembrança da profissão que teve desde menino. “Sem a visão vai ser difícil. Não sei o que eu vou fazer. Eu só acho que eu estou muito novo para morrer agora. Uma coisa eu sei: eu não desejo o que eu estou passando para ninguém, não. Peço que as pessoas se cuidem melhor, pensem direitinho. Se eu soubesse que ia ficar assim, eu tinha me prevenido. Tinha me cuidado, usado preservativo. Cuidado melhor de mim”, lamenta Marvin. Fonte: ~,http:ÿÿg1.globo.~ comÿfantasticoÿnoticiaÿ~ 2014ÿ11ÿcasos-de-hiv-~ entre-jovens-aumentam-~ mais-de-50-em-6-anos-~ no-brasil.html~, Revisado por Victor Luiz da Silveira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Tome Nota Psicologia A psicologia é a ciência que estuda os fenômenos e os processos mentais dos indivíduos (psiquismo). Para isso, faz análise das emoções, das ideias e até dos valores dos seus pacientes. Dessa forma, esse profissional atua na promoção, na prevenção, na recuperação e na reabilitação de pessoas com distúrbios mentais, emocionais e de personalidade. Ele observa as atitudes, os sentimentos e os mecanismos mentais do paciente e procura ajudá-lo a identificar as causas dos problemas e a rever comportamentos que não são adequados. O psicólogo pode atuar em consultórios, hospitais e nas mais variadas instituições de saúde, contribuindo, do ponto de vista psicológico, para a recuperação da saúde das pessoas. Outra possibilidade de trabalho é nas escolas e instituições, colaborando na orientação educacional de crianças e jovens, principalmente aquelas que apresentam dificuldade de aprendizado. Uma resolução do Ministério da Educação-MEC do ano de 2011 determinou que a licenciatura em Psicologia deve ser oferecida apenas como complemento ao bacharelado. Em geral, o licenciado desenvolve metodologias pedagógicas para professores, desde os ensinos básicos aos cursos profissionalizantes e técnicos. Outra possibilidade para esse profissional é a elaboração de estratégias psicossociais para ONGs, abrigos comunitários e centros socioeducativos. Assim como tantas outras áreas, o psicólogo pode optar também pela carreira acadêmica, realizando pesquisas e lecionando em universidades. Entrevista Para sabermos mais sobre as oportunidades da carreira, convidamos para um bate-papo Priscila Corazza, psicóloga formada pela UNIMEP (CRP 06/109665), atualmente Analista de Recrutamento e Seleção na ALL (América Latina Logística). P: Por que escolheu o curso de Psicologia? R: Escolhi o curso de Psicologia por diferentes motivos. Na escola me identificava mais com as matérias voltadas às áreas de Humanas: sempre gostei de escutar as pessoas e entender o que estava acontecendo para tentar ajudar, me colocar no lugar do outro. Um dos motivos que me levaram a optar pela Psicologia foi essa possibilidade de entender os problemas, angústias e medos que as pessoas normalmente trazem em seu cotidiano, saber de onde vêm esses conflitos e ter conhecimento para solucioná-los. Outro importante fator que me levou a essa escolha foi o grande número de opções no ramo de atuação. O profissional de psicologia pode atuar em diferentes ambientes de trabalho, como: hospitais, fóruns, consultórios, ONGs, empresas, escolas, clubes esportivos, penitenciárias, instituições sociais e, dentro de cada ambiente destes, ainda pode atuar em diferentes áreas. Exemplo: dentro de uma empresa, psicólogo pode atuar com a parte organizacional (Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Cargos e Salários, Benefícios, Administração de Pessoal e Avaliação de Desempenho); junto à medicina do trabalho, visando à saúde mental dos trabalhadores, ou na área de Marketing, ajudando na captação de público-alvo e no desenvolvimento de projetos. E, por último, acredito que, assim como a maioria dos candidatos à Faculdade de Psicologia, eu tinha uma grande curiosidade a respeito do inconsciente, de como essas informações que ficam "escondidas" em nossa mente afetam nossas vidas, qual o peso que elas têm em nossa interação com as pessoas, com o meio e em como poderia acessar essas informações. P: No atual cenário econômico brasileiro, qual sua opinião em relação ao mercado de trabalho e às oportunidades para os psicólogos? R: A saúde mental das pessoas vem ganhando importância no decorrer dos anos. Hoje em dia, não é interessante para uma empresa, por exemplo, ter um funcionário com um excelente currículo, se a "cabeça dele não estiver no lugar", para poder desenvolver suas atividades. Cada vez mais as empresas estão se preocupando não só com a produtividade, mas também com o bem-estar de seus trabalhadores. Na área social, os psicólogos também têm tido papel fundamental em muitos movimentos, como o da Luta Antimanicomial, no trabalho com drogaditos e na criação e atendimento em CAPS [Centros de Atenção Psicossocial]. Com a mudança no estilo de vida das pessoas, em decorrência do ritmo acelerado que a sociedade adotou nos últimos anos (rotina profissional, sucesso, casa e estudos), muitas doenças, das quais até então se ouvia falar muito pouco, tornaram-se comuns, tais como: stress, depressão, crises de ansiedade, síndrome do pânico, além de fobias sociais. Junto com essa mudança no estilo de vida das pessoas, emergiu também a necessidade de um profissional para resolver esses conflitos. Durante muito tempo a atividade profissional de psicologia ficou quase que restrita aos consultórios e instituições sociais (como nos antigos manicômios). Nos últimos anos esse cenário mudou: os psicólogos passaram a se inserir de forma ativa nos mais diversos ambientes, aumentando assim, as possibilidades de atuação. A sociedade na qual estamos inseridos encontra-se doente, muitas mudanças acontecendo em um espaço muito curto de tempo (estrutura familiar, educação, tecnologia, supervalorização do trabalho, precocidades infantis, etc). Cada vez mais a presença do psicólogo terá espaço e será de extrema importância nos mais diferentes meios. P: Quais as principais características que você acredita serem necessárias para quem escolher Psicologia? R: Característica imprescindível para uma pessoa que deseja cursar Psicologia é ser despida de conceitos preestabelecidos, ser "cabeça aberta": durante o curso haverá a desconstrução de crenças, tabus e regras sociais (religiosas, culturais, de ordem sexual, entre outros), que muitas vezes fazem parte de nossa criação. Tem que estar disposto a entender as diversidades e ter consciência de que as diferenças não tornam as pessoas nem melhores nem piores. Julgamentos baseados em conceitos próprios não são aceitos. É preciso desenvolver a capacidade de empatia: colocar-se no lugar do outro, sentir como o outro, sofrer como o outro. Quem pretende tornar-se psicólogo tem que ser sensível aos problemas do outro; porém saber a distância necessária para não se deixar envolver: ter a frieza e a sensibilidade necessárias em doses exatas. Se você não sabe guardar segredos, essa com certeza não é a melhor profissão para você. Toda relação psicólogo-paciente deve ser mantida em sigilo absoluto, sob pena de ter o diploma caçado. Outra característica que o candidato à faculdade de psicologia precisa ter é gostar de leitura, gostar muito de leitura: a teoria é extensa e "pesada" e, na maioria das vezes, os textos são de difícil entendimento, tendo que serem lidos mais de uma vez. P: Gostaríamos que desse dicas, conselhos ou qualquer outro tipo de informação que ajude nossos leitores a decidir seguir (ou não) a sua profissão. Fique à vontade! R: Muitas pessoas buscam o curso de Psicologia procurando autoconhecimento, para isso o ideal é que essas pessoas sejam os pacientes e não os Psicólogos. Gostar de ouvir os amigos e dar conselhos sobre determinadas situações também não é o suficiente para a escolha do curso. Ser psicólogo exige tempo e muito estudo. Psicólogos não têm bolas de cristal (como muitas pessoas imaginam); não conseguimos olhar ou conversar 5 minutos com uma pessoa e descobrir qual é o problema: o processo para o conhecimento da mente e dos comportamentos humanos é lento, contínuo e exige paciência. A ética na Psicologia também é uma coisa importantíssima: trabalhar com o conteúdo que está "trancado a sete chaves na cabeça das pessoas" exige muito cuidado; é fascinante e, ao mesmo tempo, perigoso. As palavras de um psicólogo podem mudar drasticamente a vida de uma pessoa. Trabalhar com o subconsciente de alguém sem interferir no livre arbítrio é desafiante. A intenção não é desanimar ninguém, apenas ressaltar a responsabilidade por trás dessa profissão. Os corajosos que encararem esse desafio descobrirão o "mundo" incrível e complexo que há por trás de cada indivíduo. Cursar Psicologia traz grandes mudanças na nossa forma de enxergar as coisas, as pessoas, as relações sociais e as relações com o meio em que vivemos. A pessoa que entra para a graduação com certeza não é a mesma que sai: somos transformados de forma significativa durante o curso e o amadurecimento pessoal é evidente. Vale lembrar que é muito importante que todo psicólogo também faça terapia/análise, para poder lidar, da melhor forma possível, com as situações que aparecerão durante toda a vida profissional. Falando sobre remuneração, dependendo da área de trabalho que for escolhida, o retorno financeiro e o reconhecimento profissional são demorados; mas, a longo prazo, o retorno costuma ser muito gratificante. Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ infoenem.com.brÿguia-de-~ profissao-2013-~ psicologiaÿ~, Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do Leitor Leitor amigo, este espaço é exclusivamente seu. Participe enviando suas criações (crônicas, pequenos contos, lendas, poesias, cantigas, curiosidades de sua região, trava-línguas e dicas de temas a serem abordados pela sua revista). Correspondências "Meu nome é Fernando Sbrana Mendonça, tenho 12 anos. Gostaria de fazer novos amigos." Endereço: Rua Magda Perona Frossard, n.o 260 -- Apto. 92 -- Nova Aliança -- Ribeirão Preto-SP -- CEP: 14026-596. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vocabulário -- A Apreensivo: adj. Preocupado, receoso. Arruaça: s. f. Confusão, tumulto, briga.

Asterisco: s. m. Sinal gráfico (*) utilizado para indicar uma chamada de nota ou para assinalar supressão (retirada), dúvida ou outra convenção previamente estabelecida. Antídoto: s. m. Remédio contra a ação de um veneno. -- B Beneficente: adj. Que traz benefício. Bacharelado: s. m. Curso de graduação universitária em qualquer área do conhecimento. Brevê: s. m. Diploma de aviador. -- C Contramão: s. f. Atitude contrária ao que está estabelecido.

-- D Despida: adj. Livre. Drogadito: s. m. Pessoa viciada em drogas. -- E Efeitos colaterais: Reações indesejáveis, esperadas ou não, a quaisquer medicamentos. Elixir: s. m. Substância a que se atribui propriedades mágicas. Empatia: Processo de identificação com as ideias e os sentimentos do outro. Estagnada: adj. Parada, inativa. Estratégias psicossociais: Aplicação de meios que envolvem, a um só tempo, aspectos psíquicos e sociais. -- F Fotossíntese: s. f. Processo pelo qual as plantas e alguns outros organismos utilizam luz solar, clorofila, água e dióxido de carbono (gás carbônico) na produção do próprio alimento. -- G Garoa: s. f. Chuva miúda e contínua; chuvisco. Gratificante: adj. Que gratifica, que dá satisfação interior. -- H Híbrido: s. m. Composto de elementos diferentes. -- I Ícone: s. m. Pessoa que, por sua fama, torna-se representativa das ideias e atitudes de seu tempo, ou do grupo a que pertence. Íngreme: adj. Muito inclinado; difícil de subir ou descer.

-- L Licenciatura: s. f. Grau universitário que autoriza o professor a trabalhar no ensino fundamental e médio. Leviano: adj. Indivíduo inconstante; irresponsável, sem seriedade. Luta Antimanicomial: Movimento contrário à existência dos manicômios (hospitais para internação e tratamento dos psicopatas). -- M Mestrado: Curso de Pós-Graduação que, mediante estudos aprofundados em determinada área e apresentação de trabalho escrito, concede o grau de Mestre a quem o conclui. Multicor: adj. De várias cores.

-- N Néctar: s. m. Líquido adocicado produzido por algumas flores. -- P PhD: Abreviatura da expressão latina "Philosophiae Doctor" (Doutor em Filosofia), denominação reservada àquele que tenha concluído o doutorado, curso de Pós-Graduação, constante de estudos avançados, pesquisas e defesa de tese, cuja conclusão lhe confere o título de Doutor. Precocidade: s. f. Qualidade de quem é precoce, ou seja, que tem mais capacidade mental do que a esperada para sua idade. Prostração: s. f. Fraqueza, abatimento, debilidade.

-- R Retrógrado: adj. Que se locomove para trás; que se opõe ao progresso. -- U Usufruir: v. Usar, desfrutar. Revisado por Paulo Felicíssimo Ferreira õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Fernanda Hélen Souza de Figueiredo Revisão Braille: João Batista Alvarenga e Chyene Kelen