õieieieieieieieieieieieieieieo õ PONTINHOS o õ o õ Ano LII -- n.o 341 o õ outubro-dezembro de 2011 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Maria Odete o õ Santos Duarte o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ Tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ País Rico É País o õ sem Pobreza o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O Sapo e a Cobra :::: 1 Cachorro Velho ::::::: 3 Como Surgiu a Noite ::::::::::::::::: 6 Divertimentos: O que É, o que É? ::: 8 Só Rindo ::::::::::::: 11 Vamos Aprender: Trava-Línguas :::::::: 13 Para você Recitar: Oração do Burrinho ::: 14 Zoologando: Como a Lagarta se Transforma em Bor- boleta ::::::::::::::::: 15 Historiando: O Reino do Sol :::::: 17 Seção Juvenil Narrando a História: O Homem que Salvou a Pátria :::::::::::::::: 21 Helen Keller ::::::::: 22 Um novo Egito no Paquistão ::::::::::::: 23 A Lenda do Tsuru :::::: 26 Conhecendo nossos Escritores: Hélio Pellegrino ::::: 32 Um Benfeitor da Huma- nidade ::::::::::::::::: 33 Não custa Saber :::::::: 36 Moedas que Contam Histórias ::::::::::::: 38 Nosso Brasil: São Luís do Mara- nhão ::::::::::::::::::: 43 Sapatos ::::::::::::::::: 46 Curiosidades :::::::::::: 50 O Beijo :::::::::::::::: 53 Ecoando: A Terra está com Febre ::::::::::::::::: 55 Como fazíamos sem Sabão ::::::::::::::::: 57 Conhecendo o Mundo: Em Colmar, História contada pela arqui- tetura ::::::::::::::::: 60 Ameno e Instrutivo: Por que Temos que Tomar Vacina? :::::::: 62 A História do Futebol no Brasil ::::::::::::: 64 É Útil Saber: Tucky ::::::::::::::::: 66 Nossa Senhora Aparecida ::::::::::::: 69 Proclamação dos Direi- tos da Criança :::::::: 71 O Pêndulo da Vida ::: 75 Consciência Negra :::: 77 Música, Forma de ex- pressão para Enaltecer Sentimentos ::::::::::: 79 De onde Veio o Natal? :::::::::::::::: 80 O Elefante Amarrado ::: 86 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 88 Fontes de Pesquisa ::::: 90 Ao Leitor :::::::::::::: 91 ¨ :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O Sapo e a Cobra Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho. -- Olá! O que você está fazendo estirada na estrada? -- Estou me esquentando aqui no sol. Sou uma cobrinha e você? -- Um sapo. Vamos brincar? E eles brincaram a manhã toda no mato. -- Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando sobre o tronco -- disse a cobra. E eles subiram. Ficaram com fome e foram embora, cada um para a sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte. -- Obrigada por me ensinar a pular. -- Obrigado por me ensinar a subir na árvore. Em casa, o sapinho mostrou para a sua mãe que sabia rastejar. -- Quem ensinou isso a você? -- A cobra, minha amiga. -- Você não sabe que a família da cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem... Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular. -- Quem ensinou isso a você? -- O sapo, meu amigo. -- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu com a família do sapo? Pare de pular e... bom apetite. Nós, cobras, não fazemos isso. No dia seguinte, cada um ficou no seu canto. -- Acho que não posso rastejar com você hoje. -- pensou o sapo. A cobrinha olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou: -- Se chegar perto, eu pulo e o devoro. Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que tinha aprendido com o sapinho. Suspirou e deslizou para o mato. Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos. Mas ficaram sempre no sol, pensando no único dia em que foram amigos. ¨*** Cachorro Velho Uma velha senhora foi para um safári na África e levou seu velho vira-lata com ela. Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, sentiu-se perdido. Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebeu que um jovem leopardo o vira e caminhava em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço. O cachorro pensa: -- Oh! oh! Estou mesmo enrascado! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, ajeitou-se junto ao osso mais próximo, e começou a roê-lo, dando as costas ao predador. Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclamou bem alto: -- Cara, este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí? Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspendeu seu ataque, já quase começado, e se esgueirou na direção das árvores. -- Caramba! pensou o leopardo, essa foi por pouco! O velho vira-lata quase me pegou! Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que viu: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum... E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensou: -- Aí tem coisa! O macaco logo alcançou o felino, cochichou-lhe o que interessava e fez um acordo com o leopardo. O jovem leopardo ficou furioso por ter sido feito de bobo, e disse: -- Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado! Então o cachorro viu um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensou: -- E agora, o que é que eu posso fazer? Mas, em vez de correr (sabia que suas pernas doídas não o levariam longe), o cachorro sentou, mais uma vez dando as costas aos agressores e, fazendo de conta que ainda não os tinha visto, e quando estavam perto o bastante para ouvi-los, o velho cão disse: -- Cadê o safado daquele macaco? Estou com fome! Eu o mandei buscar outro leopardo para mim! Bem, o cachorro safou-se mais uma vez; quanto ao macaco, pergunte ao leopardo. Moral da história: Não mexa com cachorro velho... Idade e habilidade se sobrepõem à juventude e à intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência. ¨*** Como Surgiu a Noite Para algumas tribos, no começo dos tempos, a Lua vivia na Terra. Era uma moça branquinha, tão branca, que brilhava. Chamava-se Capei, vivia nas matas e, à noite, acendia as luzes dos vaga-lumes. Conhecia todas as coisas e punha ordem em tudo o que existia, desde marés até nascimento de crianças. Todos iam consultá-la antes de fazerem qualquer coisa, porque ela sabia de tudo. Certo dia ela foi ofendida por um feiticeiro; então decidiu buscar outros caminhos. Resolveu ir para o céu e, para isso, construiu uma grande escada de cipós. Mas tinha de haver alguém para segurar a ponta lá de cima, e a coruja fez esse favor. Capei subiu até chegar ao céu e lá ficou, instruindo suas filhas estrelas sobre como brilhar para ensinar os caminhos aos homens. Capei continua brilhando no céu e mantendo a ordem das coisas na Terra. Sua grande ajudante é a coruja, que enxerga à noite e tornou-se o símbolo da sabedoria, a ponto de conseguir aconselhar os homens. ¨:::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. Rapaz para para descansar e senta em um cachorro. Qual o nome do filme? R: Sento em um Dálmata. 2. Você sabe por que os homens têm a consciência limpa? R: Porque não a usam. 3. Por que a sala de aula se parece com o mar? R: Os professores navegam, os alunos boiam e as notas afundam. 4. Por que o elefante guarda a sua namorada na geladeira? R: Porque ela é fanta. 5. Qual é a diferença entre a galinha e o tecido? R: A galinha bota e o tecido desbota. 6. Por que a loura fala ao telefone deitada? R: Para não cair a ligação. 7. O que é uma pimenta no alto da torre do castelo? R: Pimenta do reino. 8. O que a ostra nova falou para a ostra velha? R: Você já está ostragada. 9. Qual o país que só vende hambúrgueres de luxo? R: Luxem-burgo. 10. O que é um caloteiro? R: Um vendedor de calotas. 11. Qual parte do automóvel é feita no Egito? R: Os faraóis. 12. Qual é o cúmulo da paciência? R: tomar sopa de garfo. 13. Qual é a parte do corpo que, perdendo uma letra, fica leve? R: A perna. Sem o "R" fica, pena. 14. O que um cogumelo disse para o outro? R: We are the champignons. 15. Qual é o país em que tudo se acabou? R: Finlândia. 16. Você sabe por que a planta quando pequena não fala? R: porque ela é muda. 17. Como o átomo costuma atender o telefone? R: Próton. 18. O que se pode encontrar debaixo do tapete de um manicômio? R: Um doido varrido. 19. O que um prédio falou para o outro? R: Você tem um andar lindo. 20. O que é artesão? R: Um ventinho gostoso. ¨ ***

Só Rindo A família está reunida na sala, quando Joãozinho chega para seu avozinho e faz um pedido: -- Vô, fecha os olhos... por favor. -- Mas para quê, meu netinho? -- pergunta o avô. -- Fecha os olhos, vai! -- Está bem... E o senhor fecha os olhos. -- Xii!... não aconteceu nada! -- diz Joãozinho, decepcionado. -- O que você esperava que acontecesse? -- pergunta a mãe. -- É que ouvi o papai dizer que quando o vovô fechasse os olhos a gente nadaria em dinheiro. Piada Chorar É Feio Durante uma aula na escola, Joãozinho recebe seu boletim: -- Tá aqui, Joãozinho... Você foi muito mal esse ano, hein! -- diz a professora decepcionada. O menino vê suas notas, começa a chorar e entra em desespero. A professora, que não aguenta mais o menino chorando, diz: -- Não chora, porque menino que chora fica feio quando cresce! O moleque então enxuga as lágrimas e responde: -- Ô, Fessora, a senhora deve ter sido uma péssima aluna, hein? -- E você está suspenso! A Tia de Joãozinho e a Afirmação Num belo dia, a tia de Joãozinho estava se preparando para uma festa, na esperança de despertar a atenção de algum pretendente. Observando-a fazer a maquiagem, com uma porção enorme de cremes, pós, tintas e outros utensílios femininos misteriosos, Joãozinho pergunta: -- Tia, para que serve tudo isso? Ela, orgulhosa, responde: -- É para a titia ficar mais bonita! Joãozinho fica imerso em seus pensamentos durante alguns instantes, e então dispara: -- E quando é que começa a fazer efeito? Galileu, quando afirmou que o mundo girava, apenas confirmou o que os bêbados já sabiam. ¨:::::::::: Vamos Aprender Trava-Língua Os trava-línguas são frases folclóricas criadas pelo povo. É uma espécie de brincadeira, onde se fala uma frase difícil de pronunciar como um desafio para a outra pessoa. Estas frases tornam-se difíceis, pois possuem muitas sílabas parecidas (exigem movimentos repetidos da língua) e devem ser faladas rapidamente. Exemplo: Gato escondido com rabo de fora tá mais escondido que rabo escondido com gato de fora. ¨:::::::::: Para você Recitar Oração do Burrinho Meu Deus, que me criastes para que eu caminhe pela estrada, sempre, e carregue fardos pesados, sempre, e viva sempre apanhando! Dai-me bastante coragem e mansidão. Fazei que um dia me compreendam, e já não tenha vontade de chorar porque não sei me exprimir e caçoam de mim. Fazei que eu encontre, e tenha tempo de colher, um belo ramo de capim. Fazei que eu possa juntar-me um dia ao meu irmãozinho do Presépio. Amém. ¨::::::::: Zoologando Como a Lagarta se Transforma em Borboleta? A transformação acontece em quatro fases: o ovo, a larva, a pupa e o estágio adulto. O início do ciclo começa com os ovos, postos pelas borboletas geralmente em folhas de plantas. "Esse período dura de alguns dias até um mês." Um mecanismo no corpo do inseto faz o embrião permanecer inativo no ovo até as condições do clima e do crescimento da planta se tornarem favoráveis. Ele se transforma, então, em larva (lagarta). Nessa fase, com duração de meses até mais de um ano, o animal come mais, geralmente folhas, para crescer e guardar energias. Durante esse estágio, a larva produz fios de seda ou semelhantes, que se prendem à superfície onde ela está. Apesar de ainda não ser o casulo, esses fios servem como abrigo contra os predadores. Ao atingir a fase de pupa, depois de várias mudanças de pele, o animal usa esses fios para construir o verdadeiro casulo. É nessa terceira fase que acontecem as grandes mudanças. A larva fica em estado de total repouso por um período que varia de uma semana a um mês, e os tecidos do seu corpo vão se modificando. Quando a borboleta está pronta, ela rompe o casulo e libera as asas. A principal atividade na fase adulta, que dura de uma semana a alguns meses, é a reprodução. 1. A borboleta adulta põe os ovos nas folhas. 2. Dos ovos saem as larvas, também conhecidas como lagartas. 3. A lagarta libera fios de seda, mais tarde usados para construir o casulo. 4. Dentro do casulo, ela se transforma em borboleta. 5. Após abrir as asas. está pronta para voar e se reproduzir. ¨::::::::: Historiando O Reino do Sol Era uma vez um grande reino cujo povo habitava as montanhas. Vestiam-se com belíssimas túnicas bordadas pelas virgens do reino, e usavam sandálias e ornamentos feitos com ouro e prata. Eram chamados Incas. As colheitas de batata, cevada e milho dos Incas eram sempre abundantes, porque eles adoravam a luz do sol. O astro-rei, então, orgulhoso dessa devoção dos Incas por ele, transformava o metal do reino em ouro. Os Incas acreditavam que esse ouro fosse o próprio suor do sol, e assim, construíram centenas de castelos e palácios espalhados pelo reino todo. Levavam a vida trabalhando durante o dia nos campos, e prestando homenagens ao deus Sol depois do serviço. Viviam bastante felizes com as feiras e as festas que aconteciam durante o ano. Além de trocarem mercadorias nessas ocasiões, bebiam e dançavam até se cansarem. Retornavam às suas casas exaustos e adormeciam, sonhando com futuras oportunidades para se divertirem tanto. As moças mais belas e talentosas se tornavam princesas e iam morar nos castelos e palácios construídos de ouro. Lá aprendiam a bordar, a modelar, a tecer e a pintar. Levavam essa vida até se casarem. E dessa maneira os Incas viveram por muitos séculos, expandindo o seu império para além das montanhas, conquistando o deserto e a selva para que houvesse lugar suficiente para todas as famílias que aumentavam de ano para ano. Um belo dia, quando o sol brilhava muito forte na praça do reino, os Incas viram chegar alguns homens barbudos a cavalo, e outros com túnicas escuras e crucifixos. Os ingênuos Incas foram logo pensando que esses forasteiros eram deuses, pois nunca tinham visto gente como aquela. Mas, infelizmente, em vez de conversar, esses homens a cavalo possuíam armas de fogo. Todas as vezes que desejavam alguma coisa que não podiam obter, iam logo disparando suas armas, independente de onde estivessem. Quando esses cavaleiros viram todo aquele brilho nos castelos do reino do Sol, desejaram imediatamente possuí-lo. Mas como não sabiam dialogar, apertaram o gatilho de suas armas. Quem estava na praça, não teve tempo para fugir ou como reagir. Caíram todos no sono mais profundo que a história jamais ouviu falar. Dentre os Incas que não se encontravam na praça na hora do disparo, estavam as virgens mais belas do reino. Sabendo da terrível explosão, rezaram e pediram ao deus Sol que as protegessem. O Sol, então, fiel às suas seguidoras, transformou-as nas lhamas que hoje vemos correndo pelos campos. ¨ ::::::::::

Seção Juvenil Narrando a História O homem que salvou a pátria -- Uhuru significa liberdade em kiswahili, a língua nativa do Quênia. Uhuru também foi, por muitos anos, o grito de revolta dos quenianos sob o tacão dos colonizadores. O país só conquistou sua independência graças à determinação de um homem: Jommo Kenyatta, o "pai" (mzee, no idioma local) da nação. Nascido Johnstone Kemaus, filho de camponeses kikuyus, Kenyatta participou de movimentos clandestinos desde que mudou para Nairobi, na adolescência. Entre 1931 e 1946, como estudante na Inglaterra, defendeu a tese da independência. De volta à África, foi reconhecido como líder natural dos movimentos nacionalistas e, durante a chamada Revolta Mau-mau (um movimento libertário que resultou em 20 mil prisões e quase 14 mil mortes), acabou preso por sete anos. De volta às ruas, engajou-se na União Democrática Africana do Quênia (KANU), obteve a independência do país em 1963 e foi seu primeiro-ministro até morrer, em 1978. ¨ *** Helen Keller -- Escritora e conferencista americana, nasceu em 1880 no estado do Alabama. Com 19 meses de idade, HELEN KELLER foi vítima da febre escarlate que a deixou cega e surda. A sua grande força de vontade na superação das próprias deficiências, a tornou um símbolo mundial. Orientada por Anne Sullivan, a partir de 1887, por meio do método Braille, Helen Keller aprendeu a ler e a escrever e, posteriormente, a falar. Ela estudou muito durante sua vida e chegou a diplomar-se com louvor no Redliffe College de Cambrigde, em 1904. Helen Keller escreveu 13 livros, entre eles "A História da Minha Vida", além de contribuições para jornais e revistas sobre cegueira, surdez, assuntos sociais e direitos da mulher. No Brasil, foi condecorada com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul. Helen Keller morreu aos 88 anos e continua viva até hoje na mente das pessoas por seu importante trabalho e através do Helen Keller International. A biografia completa dessa grande personalidade mundial pode ser vista em ~,http:ÿwww.hki.org~, ¨ *** Um novo Egito, no Paquistão -- O último grande enigma da Antiguidade está na escrita de uma civilização imponente, que desapareceu por volta de 1300 a.C. É o que sustenta o pesquisador Mayank Vahia, do Institute of Fundamental Research, de Mumbai, na Índia. A civilização que ocupou a região, hoje dividida entre Índia e Paquistão, teve 5 milhões de habitantes. Surgiu por volta de 3300 a.C. e atingiu o auge entre 2600 e 1900 a.C. -- nessa época, não devia nada aos povos contemporâneos. Os indo-arianos ergueram cidades planejadas e praticaram a agricultura recorrendo a sistemas de drenagem muito eficientes. Entre eles estavam os primeiros dentistas conhecidos. Artesãos, tecelões e metalúrgicos também se destacavam, assim como os comerciantes. Suas rotas de comércio chegaram ao golfo Pérsico e as feiras que eles realizavam na época sobrevivem, com pouquíssimas mudanças, até hoje. Entre 1300 e 1000 a.C, os harappianos (como são hoje conhecidos por causa da sua capital, Harappa) simplesmente sumiram. As ruínas das cidades da civilização estão cheias de vasos e selos de argila com desenhos de animais e figuras geométricas, tudo disposto da direita para a esquerda. Ali estão registradas transações comerciais e informações administrativas, acredita-se. Mas ainda falta uma Pedra de Roseta, como a que revelou a escrita egípcia porque tinha a mesma inscrição em grego. A própria existência de Harappa era desconhecida do Ocidente até 1842. "Sabemos que esse povo era pacífico e, possivelmente, prezava a igualdade econômica", diz o arqueólogo Jonathan Kenoyer, professor da Universidade de Wisconsin. "Mas, enquanto não decodificarmos a escrita dele, vamos continuar fazendo mais suposições do que afirmações." Sobre o desaparecimento da civilização, faltam dados e sobram opiniões. Há quem defenda que os governantes foram incapazes de lidar com tantos habitantes. Como no caso dos maias, também existem os defensores das causas climáticas -- mudanças bruscas de temperatura, aliadas ao desmatamento, teriam provocado longas secas e migrações. Uma terceira linha considera que os harappianos foram derrotados militarmente e incorporados pelos indo- -arianos. ¨:::::::::: A Lenda do Tsuru A ave tsuru simboliza saúde, fortuna, boa sorte e felicidade (além de ser considerada como ave-símbolo do Origami). A lenda do tsuru diz que quem fizer mil dobraduras desse pássaro, com o pensamento voltado para aquilo que deseja alcançar, terá bons resultados. Costuma-se dizer que esta ave é o símbolo da longevidade. A figura do tsuru (grou) em origami é uma das mais populares e também considerada a dobradura mais perfeita, pois sua forma principal serve de base para outras figuras de papel, desde animais até plantas. Antigamente costumava-se pendurar estas aves de papel no teto para distrair as crianças, especialmente bebês que não sabiam andar. Os grous de papel também eram oferecidos nos templos e altares, juntamente com as orações para pedir proteção. Acredita-se que, originalmente, eles tinham apenas função decorativa, e só mais tarde foram associadas às orações, sorte e fortunas. Atualmente no Japão, nas festas de ano novo, casamento, nascimento e em comemorações festivas de modo geral, a figura do tsuru aparece presente na decoração ou nas embalagens de presentes simbolizando saúde e fortuna. Quando uma pessoa se encontra hospitalizada, oferecem-se mil grous (senbazuru) para que ela se restabeleça o quanto antes. Ao dobrar cada figura, as pessoas depositam nela toda a fé e esperança na recuperação do doente. No Monumento da Paz em Hiroshima, onde caiu a bomba atômica, há vários conjuntos de mil grous, vindos de todas as partes do Japão. São feitos por alunos de escolas, enfim por pessoas que se uniram para pedir uma coisa: a paz mundial. Para a confecção destes mil grous é preciso fé, união e esforço de muitas pessoas, formando-se assim uma corrente de pensamento positivo. Expressões: Tsuru wa sennen kame wa mannen: tsuru (grou) vive mil anos, kame (tartaruga) vive dez mil anos. Exprime uma longa vida com alegria e satisfação. Conta a história que Sadako Sasaki tinha quase dois anos quando a bomba atômica explodiu a cerca de uma milha de sua casa em Hiroshima. Aparentemente ilesa, ela escapou com a mãe e o irmão mais velho em direção ao Rio Oto. Na fuga foram encharcados pela chuva preta radioativa que caiu ao longo do dia. Até a idade de doze anos, Sadako aparentava estar normal, uma menina saudável, quando desenvolveu leucemia, decorrente da radiação recebida pela descarga da bomba. Sua melhor amiga, em uma visita ao hospital, contou-lhe da lenda do tsuru, propondo que dobrasse os mil tsurus, na intenção de obter a cura. E a menina começou então a dobrar Tsurus; porém sua enfermidade se agravava a cada dia. Sadako disse aos tsurus: "Eu escreverei paz em suas asas e vocês voarão o mundo inteiro." Mas Sadako não teve força para dobrar os mil pássaros... Dobrou 964 tsurus até 25-10-1955, quando morreu. Seus amigos de classe completaram os tsurus de papel que faltavam a tempo para seu enterro, iniciando uma campanha nacional para construir um monumento em sua memória, e de todas as crianças feridas ou mortas pelo efeito da bomba. Estudantes de mais de 3 mil escolas no Japão e em 9 outros países contribuíram, e em 5 de maio de 1958, o Monumento da Paz das Crianças foi inaugurado no parque da Paz de Hiroshima. Todos os anos no Dia da Paz (06-08) pessoas do mundo inteiro enviam tsurus de papel para o Parque. Desde então o tsuru de papel tornou-se um símbolo internacional do movimento para desarmamento nuclear. A corajosa luta de Sadako para ter o seu desejo concedido, terminou antes que ela dobrasse os mil pássaros, mas ilustra paciência, coragem, esperança e ativismo criativo em face da dor e da morte. É uma história do poder de crianças, que trabalhando juntas por uma causa comum, abriram um canal criativo para a expressão pacífica do medo, sobre a guerra e sobre a esperança por um mundo melhor. ¨ ::::::::::

Conhecendo nossos Escritores Hélio Pellegrino Mineiro, filho e neto de italianos, só íntimos sabiam que o psicanalista Hélio Pellegrino ê1924-1998ã, sete filhos, era poeta; publicou em edição reduzida: "Poema do Príncipe Exilado", alguns poemas em jornais e revistas, e parou. No entanto, sempre fez versos sobre suas paixões: psicanálise, socialismo, paisagens, amor, revolta contra a repressão política. No cotidiano, defensor da liberdade e dos direitos humanos, seu senso de humor produziu cenas antológicas. Numa passeata antes do Ato Institucional n.o 5 (AI-5), em 1968, no Rio, ao falhar o jato de água do veículo que dispersava manifestantes, gritou: "O brucutu brochou!" Esteve preso no início de 1969. Na Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, que o expulsou e teve de readmiti-lo, denunciou o analista didata Leão Cabernite, acobertador do cliente Amílcar Lobo, que dava assistência médica a torturadores em ação. Segundo o professor de Literatura e escritor Antonio Candido, "ninguém, como ele, sabia falar e escrever a palavra mais certa... Foi luminoso e é insubstituível". Do seu único livro, "Minérios Domados", editado pela Rocco em 1993, dois de seus poemas foram denúncias políticas: "A Cólera-Esperança", sobre o golpe de 1964; "As Rosas Possíveis", a dor pela amiga torturada. ¨:::::::::: Um Benfeitor da Humanidade O nome dele era Fleming e era um pobre fazendeiro escocês. Um dia, enquanto trabalhava para ganhar a vida e o sustento de sua família, ele ouviu um pedido desesperado de socorro vindo de um pântano nas proximidades. Largou suas ferramentas e correu para lá. Ao chegar, encontrou um menino, imerso numa lama negra até a cintura, gritando e tentando safar-se da morte. O fazendeiro Fleming salvou o rapaz de uma morte lenta e terrível. No dia seguinte, uma carruagem riquíssima chegou à humilde casa do escocês. Um nobre elegantemente vestido saiu e se apresentou como o pai do menino que o fazendeiro Fleming tinha salvo. -- Quero recompensá-lo -- disse o nobre. -- Você salvou a vida do meu filho. -- Não, eu não posso aceitar pagamento para o que eu fiz --, respondeu o fazendeiro escocês, recusando a oferta. Naquele momento, o filho do fazendeiro veio à porta do casebre. -- É seu filho?! -- Perguntou o nobre. -- Sim. -- O fazendeiro respondeu orgulhosamente. -- Eu lhe farei uma proposta: Deixe-me levá-lo e dar-lhe uma boa educação. Se o rapaz for como seu pai, crescerá e será um homem do qual você terá muito orgulho. E foi o que ele fez. Tempos depois, o filho do fazendeiro Fleming se formou no St. Mary's Hospital Medical School de Londres, ficou conhecido no mundo como o notável Senhor Alexander Fleming, o descobridor da Penicilina. Anos depois, o filho do nobre estava doente com pneumonia. O que o salvou? Penicilina. O nome do nobre? Senhor Randolph Churchill. O nome do filho dele? Senhor Winston Churchill. Alguém disse uma vez que a gente colhe o planta. Trabalhe como se você não precisasse do dinheiro. Ame como se você nunca tivesse tido uma decepção. Dance como se ninguém o estivesse assistindo. ¨:::::::::: Não custa Saber Mais de uma pessoa "participou" ou "participaram" do evento? Toda vez que formamos frases com expressões do tipo "mais de", "menos de", "cerca de", "perto de" etc, o verbo combinará com o numeral que aparecer depois dessas expressões. Assim, "Mais de uma pessoa participou", já que "uma" é numeral singular. O exemplo de respeito à Língua Portuguesa deve começar pelas autoridades constituídas. Isto não vem ocorrendo. Numa obra da prefeitura, na Rua do Riachuelo, foram colocadas as placas: "Atenção obras a 100 mts" e, mais à frente, outra: "Atenção obras a 50 mts!". Lamentável! O que é mts? A abreviatura de metros é "m" minúsculo. Muito mais simples! Por que complicar? Prejuízo -- "Antônio perdeu um cheque ao portador de cincoenta reais." Bem feito! Não deveria escrever assim. A palavra "cincoenta" não existe. O numeral cardinal 50 deve ser escrito por extenso com "que". Frase correta: "Antônio perdeu um cheque ao portador de cinquenta reais." Má ideia -- "D. Joana mandou enladrilhar a cozinha do seu apartamento." Não deve ter ficado satisfeita. Não existe o verbo "enladrilhar". Cobrir com ladrilhos é "ladrilhar". Frase correta: "D. Joana mandou ladrilhar a cozinha do seu apartamento." ¨:::::::::: Moedas que Contam Histórias Com a exceção dos comerciantes, que necessitam delas para troco, as moedas não gozam de muito prestígio entre o restante da população. Os argumentos do time do contra são variados: barulhentas, volumosas, pesadas, fáceis de serem perdidas, enfim, não faltam justificativas para fugir à sua adesão. Já as cédulas, estas não enfrentam problemas, já que dificilmente são rejeitadas. Mas o que poucas pessoas percebem é que as moedas, por serem feitas de material de difícil deterioração, têm servido ao longo dos séculos de suporte para estampar símbolos e anotações que ajudam a recontar o passado de civilizações, atuais ou já extintas. Prova disso é o luxuoso e detalhado catálogo com cerca de 1.750 moedas cunhadas pela civilização grega -- mas também por romanos e outros povos que viveram sob sua influência. As peças, que integram o acervo do museu, foram organizadas após um minucioso trabalho de pesquisa realizado pela especialista em Epigrafia e Arqueologia greco-romana Maricí Martins Magalhães. A historiadora do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IH-UFRJ) passou quatro anos debruçada sobre a importante coleção de numismática greco-romana do museu, cujo acervo, o maior da América do Sul, conta com quase 150 mil peças. O material reúne moedas de regiões de três continentes, que, do fim do século VII a.C. até o fim do século III d.C., estiveram diretamente sob a influência grega ou sob o domínio romano: Europa, Ásia Menor e Central, e norte da África. "Na Antiguidade, moedas de ouro, prata e bronze começaram a ser usadas no lugar de objetos de escambo. Essas pequenas chapas de metal tinham diferentes padrões e se difundiram desde a costa atlântica europeia até o noroeste da Índia. Em um dos artigos que pu- blicou no boletim da Sociedade Numismática Brasileira, sobre a colônia grega de Elea, na Magna Grécia, a pesquisadora destaca, por exemplo, as informações históricas contidas em moedas cunhadas entre 465 e 440 a.C. Nessa época, foram fundidas as primeiras moedas com os tipos Ninfa e Coruja em suas duas faces, e onde a Ninfa aparece com touca nos cabelos. A data aproximada, anterior ao surgimento desse período, é a derrota dos etruscos por Hieron I de Siracusa, em 474 a.C., o que deve ter dado início a um período de prosperidade e maior expansão para Elea e outras cidades gregas. Esta maneira de representar divindades femininas, no início do século V a.C., caracterizou as moedas cunhadas nas cidades da Magna Grécia e da Sicília. A coruja, por sua vez, funciona como um pré-anúncio da oficialidade que o culto da deusa Athena assumiria a partir do início do século V a.C. O trabalho, extremamente minucioso, incluiu a análise detalhada de cada uma das 1.916 peças classificadas como "gregas". Chamam a atenção algumas relíquias encontradas. Entre elas, estão uma moeda da Ásia Menor, cunhada no fim do século VII a.C.; as esplêndidas coleções da Península itálica, da Sicília e da Grécia; moedas provinciais romanas, como o busto de Cleópatra VII ou o perfil de Antínoo, favorito do imperador Adriano, do século II d.C.; e exemplares de Alexandria, da época do imperador Augusto até Diocleciano, no século III d.C. No entanto, todas elas, sem exceção, têm inestimável valor histórico e artístico. Podemos observar que as figuras impressas na superfície das moedas mostram as características socioeconômicas daquelas civilizações, em representações bem realistas. Pelas moedas, é possível observar como as pessoas da época se vestiam e como eram seus penteados. Os romanos não usavam barba até a época do imperador Adriano, no século II d.C. Depois dele, todos os imperadores passaram a ter barba. Da próxima vez que receber uma moedinha, pense duas vezes antes de reagir negativamente. No futuro, quem sabe, esse pequeno pedaço de metal pode servir para contar também um pouco da sua história. ¨:::::::::: Nosso Brasil São Luís do Maranhão Estamos em São Luís do Maranhão, cidade fundada há 385 anos pelos franceses (batizada em homenagem a Saint Louis), cobiçada pelos holandeses, que dali pretendiam dominar os mares do sul, e colonizada por ciumentos lusitanos, que a transformaram na mais portuguesa das cidades brasileiras. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, São Luís aguarda homologação oficial da UNESCO, que anunciará sua inclusão no seleto grupo de cidades declaradas patrimônios da humanidade. Não é à toa que coleciona vários títulos, como: Atenas Brasileira, berço de grandes poetas e escritores; Ilha do Amor, pelas belezas das praias e romantismo das ruas; e o moderníssimo Capital Brasileira do Reggae, o único lugar onde o ritmo jamaicano é dançado agarradinho, como manda o chamego maranhense. A porta de entrada de São Luís é o Centro Histórico, onde estão concentradas mais de três mil edificações em estilo arquitetônico português dos séculos XVIII e XIX. Em cada sobrado há uma história para se contar. E se ouvir. Paredes guardam segredos como os da negra Catarina Mina, que comprou sua alforria e escravizou barões em seu leito de amor. Gratos pelos caprichos e preocupados com o silêncio da ex-escrava, estes senhores mandaram construir uma escada de 32 degraus em pedra de liós, para que ela não cansasse as belas pernas. Vale a pena conhecer a Rua do Trapiche ou Rua de Portugal, a mais azulejada da América Latina. A Praça do Comércio, feita aos moldes do Largo do Comércio, em Lisboa, era um símbolo da linha de negócios entre São Luís e a capital lusitana, sem intermediários. Naquela época, o maranhense era o primeiro a consumir produtos europeus, antes do que qualquer outro brasileiro. Um passeio pelas Praias, do Calhau, Olho d'Água e Araçagi também é obrigatório. Arrematando o prazer com arroz cuxá, camarões graúdos e uma cervejinha bem gelada, que ninguém é de ferro. ¨:::::::::: Sapatos Eles surgiram para proteção, mas logo já indicavam o status de quem os calçava. Enquanto chinesas eram obrigadas a deformar seus pés para conseguir usá-los, novos modelos foram criados para se adequar à forma de um rei europeu. Odiados como ostentação por revolucionários filipinos ou eleitos símbolo de emancipação por escravos brasileiros, os sapatos deixaram pegadas além da moda. 3500 a.C. -- O modelo mais antigo já encontrado é da Armênia, feito de uma única peça de couro de boi com palha dentro para esquentar os pés. Pinturas rupestres indicam seu uso em 10000 a.C. 3150 a 30 a.C. -- Os egípcios usavam sandálias com ponta levantada, que apontava à divindade Sol e facilitava o movimento do pé na areia quente. As dos faraós eram de ouro; as dos plebeus, de palha, papiro ou palmeira. 753 a 476 a.C. -- Em Roma, o calceus, um tipo de bota de pelica, cobria o pé inteiro e indicava a classe social. A cor púrpura era usada pelo imperador e o branco, associado à limpeza, pelos senadores. Século XI -- Um fetiche do imperador chinês obriga chinesas a quebrar os dedos e arquear os pés para torná-los do tamanho de uma flor. O "sapato de lótus" foi usado até o século XX. 1305 -- O rei Eduardo I, da Inglaterra, cria a primeira padronização. Um sapato receberia a numeração de acordo com a quantidade de grãos de cevada correspondentes ao seu comprimento. 1370 a 1400 -- Na França, quanto maior o tamanho dos bicos dos sapatos *poulaine*, mais alto o nível social. Alguns bicos chegavam a 60 centímetros de comprimento e ficavam presos à perna por uma corda. A parte vertical entre os degraus das escadas era inclinada para trás para que coubesse o bico do *poulaine*. Por ter seis dedos em cada pé, o rei francês Carlos VIII não conseguia usar os *pouaines* e lançou sapatos largos de bico achatado. 1553 -- Uma das precursoras do salto alto foi a rainha da França, Catarina de Médici. Por ter baixa estatura, usou o artifício durante seu casamento, influenciando as damas de sua corte. 1643 a 1715 -- Na França, o rei Luís XIV já usava saltos que lembravam uma ampulheta para ficar mais alto. Mas foi com Luís XV que eles ficaram famosos. Tanto que o rei dá nome ao modelo até hoje. 1808 -- A corte portuguesa traz sapatos mais elaborados ao Brasil (antes só eram usados por militares e jesuítas). Escravos eram impedidos de usá-los e, quando alforriados, compravam um par. 1876 -- Sapatos especiais feitos para o jogo de críquete são os precursores dos tênis. Usavam uma nova tecnologia de vulcanização da borracha. 1890 -- Franca (SP) tem as primeiras oficinas brasileiras de sapatos. A primeira fábrica aparece oito anos depois, em Novo Hamburgo (RS). 1940 -- Carmen Miranda usa salto plataforma em Hollywood para ficar mais alta. 1962 -- A Alpargatas, de São Paulo, lança as Havaianas, inspiradas nas sandálias de dedo de "palha de arroz" usadas pelos agricultores japoneses. 1986 -- A primeira dama das Filipinas, Imelda Marcos, passa a ser conhecida como "a mulher dos 3 mil pares de sapatos" após fugir de uma revolução e deixar para trás a sua coleção. 2009 -- É lançado o tênis biodegradável BIO-D. Feito de materiais orgânicos, contém milhões de micróbios que fazem com que ele se decomponha após jogado no lixo. ¨:::::::::: Curiosidades De onde vem o nome montanha-russa? -- Conta-se que no século XV os russos subiam em montanhas geladas, sentavam-se em cobertores e desciam em alta velocidade. Com o tempo, a brincadeira se sofisticou e passou a ser feita com trenós de madeira. No século XIX, a moda se espalhou pela Europa e pelos Estados Unidos, onde foi se transformando até chegar às montanhas-russas de hoje em dia. Quem inventou o ferro de passar? -- No século IV, chineses usavam uma espécie de panela de latão com cabo, contendo brasa, para alisar roupas. No Ocidente, o precursor do ferro de passar foi o alisador, feito de madeira, vidro ou mármore, usado sempre a frio, porque até o século XV o hábito de engomar as roupas impedia trabalhos a quente. No século XIX, era um ferro de lavanderia que se esquentava no fogão. O ferro elétrico foi inventado pelo americano Henry W. Seely em 1882. O ferro a vapor apareceu em 1926. Multa de seis mil e quinhentos -- Vietnamita muda de nome -- O título aí de cima é o significado do nome do vietnamita Mai Phat Sau Nghin Riou. Ou pelo menos era. Depois de 19 anos de sofrimento, o pobre homem conseguiu a autorização de seu pai para mudar o fardo que ele carregava em sua certidão de nascimento. O motivo de tanta inspiração na hora de batizar o rebento? A multa de 6,5 mil dongs para casais que têm mais que dois filhos. Qual o ser mais pesado do mundo? -- É a baleia-azul *Balaenoptera musculus*. As fêmeas têm em média 26,2 metros de comprimento e pesam cerca de 29 toneladas. Os recém-nascidos pesam três toneladas. Em 1947, uma baleia-azul medindo 27,6 metros foi capturada na Antártica. Quantos ossos tem o corpo, qual o maior e qual o menor? -- Um adulto tem 206 ossos. Dos pequenos, o estribo, no sistema auditivo, tem 0,25 centímetro. Um dos grandes é o fêmur, que fica na coxa e tem até 50 centímetros. ¨::::::::: O Beijo Seu significado mudou, mas ele existe desde antes da humanidade -- Um sinal de afeto, um simples cumprimento ou a prova de que o clima a dois está esquentando, o beijo teve e tem diferentes significados conforme a cultura e o período histórico -- já serviu para Judas trair Jesus Cristo, para selar acordos na Idade Média e, mais recentemente, para que jogadores de futebol da Europa Central e Oriental demonstrassem sua alegria na hora do gol (com um ligeiro selinho). O que é certo é que ele está há muito tempo entre nós. Um dos registros mais antigos está nas paredes do templo de Khajuraho, na Índia, onde escritos de 1500 a.C. falam de pessoas se beijando. Segundo o livro "A História Íntima do Beijo", de Julie Enfield, antropólogos afirmam que esse é um ato instintivo do ser humano e que ele pode derivar da alimentação infantil -- as mães mastigavam os alimentos para dar de comer aos filhos, como fazem animais de outras espécies. Outra teoria é a de que o beijo vem unicamente do prazer tátil. "A paixão pelo contato pode ter evoluído das primeiras experiências de reprodução sexuada praticada por organismos unicelulares", diz a autora. Ou seja, antes do beijo, já fazíamos sexo, e o prazer sexual acabou sendo cada vez mais atrelado a outras sensações e experiências, entre elas o beijo. Há ainda pesquisadores que afirmam ser o beijo originário das mordidas que algumas espécies de macacos trocam em ritos pré-sexuais -- os bonobos, geneticamente os animais mais próximos do homem, são populares por darem muitos beijos, sem distinção de sexo. Já os antigos egípcios, por exemplo, preferiam esfregar os narizes (o hoje chamado beijo de esquimó). Portanto, antes da invenção do beijo na boca, provavelmente os casais apaixonados se mordiam ou trocavam leves narigadas. ¨:::::::::: Ecoando A Terra Está com Febre Como é possível controlar chuva e neve, calor e frio plantando árvores? Normalmente, isso não faria muito sentido, mas, hoje, a Terra não está atravessando um período de normalidade climática. Está doente e com febre. A temperatura do planeta está em alta devido ao lançamento constante de gases poluentes na atmosfera. Esses gases têm a capacidade de armazenar calor. Hoje, esse efeito de armazenar calor é agravado sobretudo pelo gás carbônico o {c{o;, eliminado pela queima de conbustíveis. Estamos entupindo o ar com cerca de nove bilhões de toneladas de {c{o; ao ano, quase três milhões de toneladas todos os dias. O problema é: o que fazer diante dessa situação? Não há saídas simples, isso é certo. Especialmente levando em conta que a poluição pelo {c{o; começou com a revolução industrial, há cerca de 150 anos, e que, uma vez lá em cima, o gás demora em torno de um século para sair. Se há uma coisa que as florestas podem fazer para atenuar o aquecimento global, é engolir gás carbônico. Esse é o prato principal dos vegetais, que, além de gás carbônico, só precisam da energia que absorvem do Sol, e de vitaminas e sais minerais, extraídos do solo pelas raízes. ¨:::::::::: Como Fazíamos sem... Sabão Água, espátula, paninho ou perfume. Tudo valia para se livrar do bodum -- A humanidade descobriu o sabão há milênios -- escavações na região da antiga Babilônia encontraram cilindros de argila datados de 2800 a.C. com resíduos de um material saponáceo. Em um deles está gravada sua receita -- uma mistura de gordura animal fervida com cinzas de madeira. Mas desde então foi um produto de extremo luxo (afinal, mais urgente era usar a gordura na comida) que só se popularizaria com a Revolução Industrial. Em Roma, os cidadãos se esbaldavam na água. A partir do século II a.C., o Império começou a construir banhos públicos, onde ricos e pobres podiam se exercitar, tomar banho, fechar negócios, fazer compras e eventualmente usar os serviços de prostitutas. Nesses verdadeiros spas, passavam por saunas, piscinas quentes, frias e pela exfoliação com o estrígil -- uma espátula de ferro que raspava a pele untada com óleo e coberta de areia ou barro. Já na Idade Média, a Igreja encafifou com o erotismo dos banhos públicos. A solução era se limpar com um pano úmido -- e de tempos em tempos trocar de camisa. Mesmo passada a idade das trevas, o sabão continuou sendo um artigo exótico -- tanto que a aristocracia francesa do século XVII partia para os perfumes para disfarçar seus cheiros. Ao chegar às Américas, os viajantes europeus encontraram nativos surpreendentemente apegados à água. Eles podiam não conhecer o sabão, mas, com tanto calor, banhavam-se várias vezes ao dia. O momento decisivo para o sabão foi o século XIX. Discutia-se se suas propriedades emulsificantes eram essenciais para a higiene ou se só irritavam a pele. O sabão saiu vencedor num momento estratégico: descobriu-se o processo para obter a soda, usada no lugar de cinzas, e novas máquinas levaram sua produção do fundo dos quintais para as indústrias. Foi assim que ele entrou para nosso dia-a-dia. ¨::::::::: Conhecendo o Mundo Em Colmar, História Contada pela Arquitetura -- Não é raro ouvir que Colmar, com 67 mil habitantes, parece cenário de filme. Ela é a mais preservada cidade da Alsácia, com mais de 500 casas da Idade Média e dos séculos XVI e XVII em perfeito estado, entremeadas por canteiros floridos e belas praças. Àquela época, os bairros dividiam-se segundo guildas (associações de artesãos): dos mercadores de peixe, dos curtumes, dos açougueiros... A antiga vizinhança dos peixeiros, *Quai de la Poissonnerie*, por exemplo, é agora uma valorizada área batizada de Pequena Veneza, por causa dos canais que a cortam. Era por esses rios que se escoava a produção de vinho da região -- branco, fresco e delicioso. O movimento era tamanho que, no século XVI, Colmar foi um importante porto. Impossível perder-se nesse simpático centro histórico alsaciano, de ruas com nomes que mesclam alemão e francês. Em pouco tempo se conhecem as principais atrações. O essencial? Das sete igrejas destacam-se duas: a Dominicana e a de Saint Martin, cuja construção começou no século XIII e levou 150 anos. Os museus mais bacanas também são dois: o Unterlinden, instalado num antigo convento, e o Bartholdi, na casa onde nasceu Frédéric Auguste Bartholdi, o escultor da Estátua da Liberdade. À noite, as ruas ganham uma aura ainda mais mágica. Um projeto especial de iluminação realça o patrimônio histórico com 1.500 pontos de luz. Mas o ponto alto do turismo por lá é o fim do ano. Por cinco semanas, entre novembro e 31 de dezembro, as ruas são tomadas por cinco mercados natalinos ~,www.noel-colmar.com~, com perfumados biscoitinhos, lâmpadas decorativas, castanhas assadas, caixas de música, guirlandas, vinho quente... Deu gostinho de "quero mais", não? ¨:::::::::: Ameno e Instrutivo Por que Temos que Tomar Vacina? No instituto criado há mais de cem anos para produzir vacinas e remédios, FIOCRUZ, aprendemos sobre a vida do médico Oswaldo Cruz. Ele combateu doenças como febre amarela, varíola e peste bubônica, que mataram milhares de pessoas no Rio, no início do século passado. A doença que deu mais trabalho foi a varíola, que é transmitida por um vírus. E vírus são invisíveis a olho nu. Os vírus só são visíveis por microscópios e a única forma de combater a varíola era a vacina. Mas não pense que bastava tomar duas gotinhas, como hoje, ou uma injeção comum. Naquela época, a vacina era muito mais dolorosa que as atuais. Como a vacina era pastosa, era necessário fazer um corte na pele para injetar a substância. Doía tanto que era preciso chamar a polícia para forçar as pessoas que se recusavam a se vacinar. Como a vacina era obrigatória e, muitas vezes aplicada sob violência, o povo saiu às ruas para protestar, destruindo tudo que via pela frente. Esse protesto, em 1904, conhecido como Revolta da Vacina, durou cerca de 15 dias até ser controlado com ajuda do Exército. As pessoas só se convenceram da importância da vacinação a partir de 1907, quando houve um surto de varíola e só quem tinha se vacinado não ficou doente. Mais de cem anos depois, há quem ainda tenha medo de vacina. A substância da vacina, conhecida como antígeno, produz anticorpos em nosso organismo, que são como soldadinhos que nos defendem das doenças. Algumas são de gotinhas, e outras, injetáveis. A FIOCRUZ estuda um método sem agulha, só encostando na pele. ¨:::::::::: A História do Futebol no Brasil Nascido no bairro paulistano do Brás, Charles Miller viajou para a Inglaterra aos nove anos de idade para estudar. Lá tomou contato com o futebol e, ao retornar ao Brasil, em 1894, trouxe na bagagem a primeira bola de futebol e um conjunto de regras. Podemos considerar Charles Miller como sendo o precursor do futebol no Brasil. O primeiro jogo de futebol no Brasil foi realizado em 15 de abril de 1895 entre funcionários de empresas inglesas que atuavam em São Paulo. Os funcionários também eram de origem inglesa. O primeiro time a se formar no Brasil foi o São Paulo Athletic, fundado em 13 de maio de 1888. No início, o futebol era praticado apenas por pessoas da elite, sendo vedada a participação de negros em times de futebol. Em 1950, a Copa do Mundo foi realizada no Brasil, sendo que a seleção brasileira perdeu o título, em pleno Maracanã, para a seleção do Uruguai por 2 a 1. Em 2014, a Copa do Mundo de Futebol será realizada novamente no Brasil. ¨:::::::::: É Útil Saber Tucky, o Cão Assassino O Tucky deve ter sido o pior cachorro que passou pela face da Terra. No mínimo, foi o mais barulhento: ele latia um latido agudo sempre que eu chegava de uma noitada, ou que uma visita passava pela porta da sala. Perdi a conta das vezes em que me mordeu o dedo -- porque era mordendo que ele respondia ao cafuné que eu fazia para agradá-lo. Meus amigos o apelidaram de Chucky, injustiça com o Brinquedo Assassino, nem de longe tão agressivo quanto nosso poodle toy. Tucky também era um animal inteligente, a ponto de saber que não deveria fazer xixi pela casa, e fazia mesmo assim, só para provocar. Era comum deitar para dormir e sentir um cheiro estranho no meu travesseiro. Xixi. Certa vez, encontrei montinhos em cima do colchão. Cocô. E então um dia aconteceu de o Tucky morrer. Foi em grande estilo: deu seu último suspiro enquanto toda a família estava à mesa para o jantar de sexta-feira. Minha irmã encontrou o defunto quando se levantou para ir ao banheiro. Foi um dos dias mais tristes da história lá de casa. O pessoal chorou de verdade -- eu inclusive. Porque com o Tucky não tinha esse papo de ser o melhor amigo do homem. Todos nós sabíamos que ele era um de nós, membro integral da família. O que sentíamos era amor incondicional, desses que sobrevivem a qualquer obstáculo. E amor assim a gente só entrega aos familiares. Fosse o Tucky um amigo, eu já teria deixado de ligar para ele há anos. Ir ao enterro? Sem chance. Isso para não falar nos outros animais que dividiram a casa conosco. O dia que nossos periquitos "fugiram" foi igual a qualquer outro. O peixinho foi parar no lixo menos de 5 minutos após deixar este mundo, e ninguém derramou uma lágrima. Os jabutis, eu não sei que fim levaram. Mas a morte do Tucky foi diferente. Para a família, ela é nosso 11 de Setembro, nossa morte do Tancredo, nossa chegada à Lua. O dia que jamais esqueceremos. Tudo isso por um cachorro que mordia quem tentava lhe fazer cafuné. Um abraço.

"Dia Mundial dos Animais -- 5 de outubro" ¨ *** Todo dia 12 de outubro é comemorado o dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. No ano de 1717, o Rio Paraíba, que nasce em São Paulo e deságua no litoral fluminense, era o local de onde muitas pessoas tiravam seu sustento. Um dia, os pescadores estavam tristes porque não conseguiam pescar nada. Eles eram Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, que decidiram jogar a rede uma última vez, antes de ir para casa. Ao puxá-la, trouxeram junto o corpo de uma imagem sem cabeça e resolveram jogar a rede mais uma vez, encontrando, assim, a cabeça da peça. O dia terminou de uma maneira surpreendente para eles: o rio, se encheu e os pescadores voltaram para suas casas com as canoas lotadas de peixes. A imagem, feita de terra cozida, era de Nossa Senhora da Conceição. Os pescadores construíram um oratório para a santa na margem do rio e não levou muito tempo para que o lugar se transformasse em um ponto de peregrinação de fiéis da região, que passaram a chamar a santa carinhosamente de Aparecida. A quantidade de pessoas era tamanha, que logo construiu-se uma capela no morro dos Coqueiros, em 1745. Em torno dessa capela, surgiu a cidade de Aparecida, no Vale do Paraíba, em São Paulo, transformado no maior centro de peregrinação e fé do país, que anualmente recebe cerca de 500 mil pessoas. Durante uma visita ao Brasil, em 1980, o Papa João Paulo II esteve em Aparecida do Norte, onde consagrou a Basílica numa cerimônia que emocionou os fiéis. Todas as réplicas da imagem original representam uma Nossa Senhora negra, a única em todo o Brasil. "Dia de Nossa Senhora Aparecida -- 12 de outubro" ¨ *** No dia 20 de outubro comemoramos o Dia da Proclamação dos Direitos da Criança, data que foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas no ano de 1959. Esta declaração traz os direitos e as liberdades de que todas as crianças necessitam para desfrutar uma vida normal e sadia. Muitos desses direitos já faziam parte da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, mas chegou-se à conclusão de que seria preciso uma declaração específica para a criança. Veja o que diz a Declaração Internacional dos Direitos da Criança: 1. A criança desfrutará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Esses direitos serão outorgados a todas as crianças, sem qualquer exceção, distinção, discriminação por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou origem social, posição econômica, nascimento ou outra condição que seja inerente à própria criança ou à sua família. 2. A criança gozará de proteção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei ou por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. (...) 3. A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade. 4. A criança deve gozar dos benefícios da Previdência Social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde (...). Terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados. 5. A criança que possua deficiência física ou mental ou aquela que sofra de algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular. 6. A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade. Sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afeto e segurança moral e material. (...) 7. A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Será dada à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita, em condições de igualdade de oportunidades, desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral, chegando a ser um membro útil à sociedade. (...) 8. A criança deve, em todas as circunstâncias, figurar entre os primeiros a receber proteção e auxílio. 9. A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração. Não será objeto de nenhum tipo de tráfico. Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada. (...). 10. A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar suas energias e aptidões ao serviço de seus semelhantes. "Dia da Proclamação dos Direitos da Criança -- 20 de outubro" ¨*** O Pêndulo da Vida "A vida é a infância da nossa imortalidade." Goethe Dormem os olhos, dormem os ouvidos, Dormem o olfato e todos os sentidos. Dormem também o cérebro, a razão; Dormem a língua, o canto, a exclamação. Dormem prazer e dor como criança, A lágrima, o riso e a esperança. Só o coração não pode repousar, Pulsando dia e noite sem parar! Marcando sempre, batida a batida, O ritmo isócrono da Vida! Existem para todos noite e dia, Sono e vigília, em suave harmonia. Mas para o coração só está presente O Sol no zênite, perpétuo e quente! Tudo adormece, exceto o coração, Santuário do Amor e do Perdão. É o pêndulo da Vida e da Bondade, Sempre a oscilar por toda a Eternidade! "Dia Nacional da Cultura -- 5 de novembro" ¨ *** Consagrado como data de sensibilização nacional para conquista de direitos e de valorização da história e cultura da população negra, o 20 de Novembro é festejado em todo o país há 36 anos. Mais de 260 municípios já decretaram o dia de reverência a Zumbi dos Palmares como feriado municipal. Com inúmeras atividades de reflexões, debates e mobilizações, o Dia Nacional da Consciência Negra envolve grande parcela da sociedade brasileira em torno dos ideais de igualdade racial e respeito à diversidade. Em 2007, quilombolas do Piauí e Maranhão receberam das mãos do presidente Lula e da ministra Matilde Ribeiro títulos de posse de nove comunidades, em cerimônia realizada também no Dia Nacional da Consciência Negra. Resistência negra -- O Dia Nacional da Consciência Negra lembra o dia em que Zumbi dos Palmares foi assassinado, em 1695. A República de Palmares é um dos principais símbolos da resistência negra à escravidão. Em 1971, ativistas do Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, constataram a data da execução de Zumbi e iniciaram uma série de comemorações anuais, elevando-a como data de referência negra. Sete anos depois, o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial incorporou a data como celebração nacional. "Dia da Consciência Negra -- 20 de novembro" ¨ *** A palavra música tem origem grega e significa "as forças das musas". As musas eram ninfas que ensinavam às pessoas as verdades dos deuses, semideuses e heróis, usando a poesia, a dança, o canto lírico, o canto coral, o teatro, entre outros. No dia 22 de novembro, comemora-se o "Dia da Música", porque também é dia de "Santa Cecília", conhecida como a "padroeira da música e dos músicos". A tradição conta que Santa Cecília cantava com tal doçura que um anjo desceu do céu para ouvi-la. A música é, sem dúvida alguma, uma forma única de expressão, para enaltecer a palavra e o sentimento humano, que utiliza a voz como instrumento artístico. "Dia da Música -- 22 de novembro" ¨ *** De onde veio o Natal -- Fim de ano é época de festas, e talvez a mais aguardada delas seja o Natal. Você sabe o que essa palavra significa? Natal quer dizer nascimento. No caso, comemora-se o nascimento de Jesus Cristo. Se o Natal é a comemoração do nascimento de Jesus Cristo, de onde foi que surgiu aquele velhinho de barbas brancas e roupas vermelhas que dizem levar presentes para as crianças? Antes do nascimento de Cristo já existia o costume de se trocarem presentes. Isso acontecia numa festa realizada dois dias depois do solstício de inverno, o dia com a mais longa noite do ano no Hemisfério Norte. Os povos que celebravam a data, como celtas e babilônios, sabiam que o dia marcava o início da volta da fertilidade. O inverno iria ficar menos rigoroso até chegar a primavera e depois, o verão. Assim, eles se reuniam para homenagear o Sol, numa celebração que resistiu ao tempo. Mais tarde, a data foi adotada pela Igreja para marcar a comemoração do aniversário de Jesus. O significado mudou, mas o costume de trocar presentes permaneceu. Papai Noel não existia. As pessoas simplesmente presenteavam-se umas às outras. Até que escolheram um santo para ser patrono da data. O eleito foi São Nicolau, que viveu no século IV e foi bispo de uma cidade da Europa, localizada numa região onde hoje é a Turquia. Sua fama de generoso ia longe. Se era dia de ganhar presentes, nada mais justo que o patrono ter sido uma pessoa que gostava de distribuí-los. A lenda começou a se espalhar. Todo Natal, São Nicolau surgia para presentear a adultos e crianças. Mais tarde, as crianças passaram a ser as únicas beneficiadas. Foi quando a essa lenda misturou-se outra, vinda da Escandinávia -- a região que engloba atualmente Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca. Lá, existia a história de um feiticeiro que vivia no gelo e punia as crianças levadas e presenteava as que se comportavam bem. Como o tempo acaba confundindo as pessoas, misturando significados e apagando lendas, o feiticeiro logo se juntou com o santo e dessa mistura surgiu o Papai Noel. Desde então, ele aparece todo Natal vestindo sua roupa vermelha. Para nós, ela é muito calorenta. Mas não poderia ser diferente, já que a lenda veio de países onde faz muito frio. Se Papai Noel tivesse nascido no Brasil, talvez vestisse uma roupa mais fresca. Mas como importamos a tradição vinda de lugares frios, os papais noéis que circulam por aqui sofrem um bocado com o calor. Como Natal é a comemoração do nascimento de Jesus, apenas as culturas cristãs celebram a data. As demais não dão a mesma importância. Só que, mesmo entre os países cristãos, ainda existem lugares em que as comemorações são diferentes. Os cristãos da Nigéria, por exemplo, costumam presentear quem não tem dinheiro para comprar as coisas. Na Noruega, os costumes são ainda mais diferentes. No interior do país, as famílias preparam várias comidas especiais e arrumam as casas para a festa. Lá, em vez do Papai Noel, há o Nisse, um duende que habita as florestas geladas. Na véspera de Natal, as famílias deixam para ele uma tigela de mingau do lado de fora das casas. Em troca, ele traz presentes para as crianças. Os presentes são dados ao redor de uma árvore, detalhe que não existia até há pouco mais de cem anos. Também não havia árvores de Natal até cerca de 20 anos atrás na Turquia, a terra de São Nicolau, que inspirou a lenda do Papai Noel. É nessa data que são trocados os presentes. Mas por que isso? É que nesse país, o Natal não é uma festa muito importante. A maior parte da população é da religião islâmica. Por isso, a celebração do nascimento de Jesus não faz muito sentido por lá, embora seja respeitada. Já em outro país islâmico, a Arábia Saudita, outras religiões não são permitidas e o Natal não é comemorado. Perto dali, em Israel, também não se comemora o Natal. Apesar de essa ser a região onde nasceu Jesus, as principais tradições locais são judaicas. Em Israel, celebra-se na mesma época o Hanuká, ou Festa das Luzes. Ela comemora uma vitória dos judeus muitos séculos atrás, quando conseguiram tomar de volta um templo que lhes havia sido roubado e transformado em santuário grego. Quando os judeus conseguiram apagar todos os símbolos gregos, acenderam a lâmpada de óleo que deve estar sempre acesa nos templos judeus. Apesar de conter óleo suficiente para apenas um dia, a lâmpada permanece acesa por oito dias. A partir de então, em todo o mês de dezembro tem início uma grande festa. Por oito dias consecutivos, os judeus acendem uma vela em um candelabro especial. Apesar do significado diferente, a comemoração judaica inclui comidas típicas e troca de presentes, como no Natal. Muitas culturas podem até nem conhecer os símbolos da festa, como Jesus, Papai Noel, árvores e presentes. Mas as tradições de outros povos, mesmo diferentes, são tão importantes quanto as nossas e devem ser respeitadas. "Natal -- 25 de dezembro" ¨::::::::: Elefante Amarrado Você já observou elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir. Que mistério! Por que o elefante não foge? Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta: o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno. Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar. E, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele. E o elefantinho tentava, tentava e nada. Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo. Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode. Para que ele consiga quebrar os grilhões é necessário que ocorra algo fora do comum, como um incêndio, por exemplo. O medo do fogo faria com que o elefante em desespero quebrasse a corrente e fugisse. ¨:::::::::: O Dicionário Esclarece antológicas -- notáveis; memoráveis; que merecem ser lembradas antígenos -- substância que, injetadas em alguém, podem produzir anticorpos específicos antropólogos -- pessoas que estudam a espécie humana bodum -- mau cheiro; fedor camuflagem -- disfarce; dissimulação cobiceis -- ambicioneis descomunais -- que são fora do comum; colossais; extraordinárias emulsificantes -- que formam emulsões estratégico -- refere-se à arte de traçar o plano de uma guerra fetiche -- amuleto homologação -- confirmação, ratificação isócrono -- realizado com intervalos iguais, ou ao mesmo tempo mandíbula -- maxilar inferior óbvio -- evidente oscilar -- mover-se alternadamente em sentidos opostos; movimentar-se em vaivém outorgados -- concedidos e facultados patrimônio histórico -- herança histórica púrpura -- substância corante vermelha réplicas -- argumentos para refutar uma afirmação solstício -- época do ano em que o sol está mais afastado do equador temática -- que se refere a uma composição a ser desenvolvida zênite -- o ponto mais elevado; ponto em que uma linha perpendicular ao solo encontra a esfera celeste. ¨::::::::: Fontes de Pesquisa Caderno de Apoio Pedagógico da Língua Portuguesa Jornal O Dia Jornal O Globo Livro Moral da História Livro Oração dos Bichos Livro Os Japoneses Revista Aventuras na História Revista Galileu Revista Mundo Animal Revista Mundo Estranho Revista Rio Pesquisa Revista Superinteressante Revista Veja ¨:::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores de Pontinhos abaixo mencionados, que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Cátia Santos Ribeiro Carlos Sérgio Melo Crismara Aparecida Crispim Francisco Pedro Silva Fundação Educacional do F. Ensino Especial Ivone Moreno Avilés Ocete José Ricardo Camacho Sociedade Bíblica do Brasil -- Ana Paula Adão ¨ ::::::::::