õieieieieieieieieieieieieieieo õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano L -- n.o 338 o õ janeiro-março de 2011 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Maria Odete o õ Santos Duarte o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ Tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: Maria do Céu ::::::::: 1 Dois Amigos e um Urso :::::::::::::::::: 2 A Pedra e o Metal ::: 3 Divertimentos: O que É, o que É? ::: 4 Só Rindo ::::::::::::: 7 Vamos Aprender: O Planeta Azul ::::::: 8 Para você Recitar: Morro Azul ::::::::::: 9 Zoologando: Mamíferos Des- dentados ::::::::::::::: 10 Historiando: Muro das La- mentações :::::::::::::: 14 Seção Juvenil Narrando a História: A Ascensão Oto- mana ::::::::::::::::::: 15 Haiti Livre :::::::::: 17 D. João :::::::::::::: 19 Carlota Joaquina ::::: 20 O Poder da Língua ::::: 21 Conhecendo nossos Escritores: Humberto de Campos ::: 25 Como Era o Ritual de Canibalismo ::::::::::: 26 Do Líquido ao Choco- late ::::::::::::::::::: 30 Nosso Brasil: Prédios Barrocos ::::: 34 Museus do Mundo :::::::: 37 Curiosidades: O Caju ::::::::::::::: 39 O Menino que Domou o Vento ::::::::::::::: 40 Ecoando: Vida Selvagem :::::::: 45 A Vida na Estrada ::::: 47 Conhecendo o Mundo: Maurício :::::::::::::: 48 Decálogo do Leitor ::::: 50 Ameno e Instrutivo: Por que o Focinho dos Cães É Gelado? :::::: 52 Quantos Litros de Sangue o Corpo Humano Tem? :::::::::::::::::: 53 Presidentes ao Redor do Mundo ::::::::::::::::: 54 É Útil Saber Soneto a Louis Braille ::::::::::::::: 56 Notícias do Himalaia :::::::::::::: 57 Origem do Amor Remonta a 1 Milhão de Anos :::::::::::::::::: 62 Como Servir a Deus :::::::::::::::::: 64 Viva a Mulher :::::::: 65 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 66 Fontes de Pesquisa ::::: 68 ¨ :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias Maria do Céu Maria do Céu escorregou num raio de lua até a Terra. Era um momento em que todos dormiam mesmo nas casas. Ninguém viu a fada entrar. Na manhã seguinte, Maria do Céu acordou com o sol. Saiu sozinha e cedo para saber em que cidade estava. Andou pelas ruas e pelas praças, no meio do povo. Maria confundia a todos. Uns diziam: é bailarina, é artista de circo que anda no arame, é moça de novela de televisão. Outros teimavam que ela era resto de carnaval, garota-propaganda, cigana que tira sorte. O mundo mudou -- pensou Maria, que veio do céu.

Nem os meninos mais conhecem as fadas e seus poderes. ¨*** Dois Amigos e um Urso Certo dia, dois homens viajavam juntos quando um urso se atravessou no caminho. Um deles subiu a uma árvore e escondeu-se nos seus ramos. O outro, percebendo que ia ser atacado a qualquer momento, deitou-se no chão. Quando o urso começou a cheirá-lo, o homem susteve a respiração fingindo-se de morto. Ao fim de algum tempo, o urso foi-se embora. Certificando-se de que o urso não voltava, o outro viajante desceu da árvore e, com ar brincalhão, perguntou ao amigo: -- Afinal o que é que o urso te segredou ao ouvido? -- Deu-me este conselho: -- Nunca viajes com um companheiro que te abandone diante do perigo -- respondeu-lhe o amigo. Moral da história: Os amigos conhecem-se nos momentos difíceis. ¨*** A Pedra e o Metal Certo dia o metal começou a bater numa pedra; ela, sur- presa e indignada, virou-se e lhe disse: -- Que é isso? Você deve estar me confundindo com alguém, porque não conheço você. Deixe-me em paz, pois nunca fiz mal a ninguém! O metal olhou para a pedra, sorriu e, em seguida, respondeu: -- Se você tiver um pouco de paciência, verá que coisa maravilhosa posso fazer você produzir. A estas palavras, a pedra conformou-se e suportou, com grande paciência, os golpes que o metal lhe infligia. por fim, de repente, fez-se uma faísca, que acendeu um fogo maravilhoso, com o poder de fazer coisas fantásticas. Esta fábula é dedicada àqueles que iniciam seus estudos de má vontade, apesar dos incentivos para prosseguirem, mas que, se forem pacientes e persistentes, obterão resultados magníficos. ¨::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. Qual é a diferença entre a namorada tímida e a chata? R: A tímida pega na mão, a chata pega no pé. 2. O que é que, em vez de dormir, fica correndo no leito? R: O Rio. 3. Qual o nome completo de um homem que está armando um presépio na igreja? R: Armando Nascimento de Jesus. 4. Qual a palavra que nunca fala a verdade? R: Somente. 5. Qual é o país que a gente só come a metade? R: Japão. 6. O que o manual do computador disse ao estudante? R: O que você acha de fazermos um programa? 7. O que é que é sempre o último, mas sempre chega antes do primeiro? R: O último dia de cada mês. 8. O que é que cinco têm sobrenomes e dois não têm? R: A semana. 9. Quem é que matou lampião? R: A luz elétrica. 10. Quem é que sempre estende a mão ao próximo? R: O mendigo. 11. Qual a semelhança entre um pirata e uma cadeira? R: A perna de pau. 12. O que tudo ouve e nada fala? R: O ouvido. 13. Quais os pares que estão sempre no carrossel? R: Os "rr" e "ss". 14. São sete irmãs, cada uma tem um irmão; quantos filhos são ao todo na família? R: Oito. 15. Minha tia tem uma irmã que não é minha tia, quem é? R: Minha mãe. 16. Qual a parte do seu corpo que você só pode tocar com uma das mãos? R: O cotovelo. 17. Colocaram um ovo na linha do trem, o trem passou e não o quebrou; em que estação estava o trem? R: Cascadura. 18. Como é que se pronuncia o nome da capital dos Estados Unidos: Nova Iorque ou New York? R: Washington. 19. Qual é a semelhança entre um desempregado e um peixe? R: Nada. 20. Enxugar é com "x" ou com "ch"? R: É com a toalha. 21. Qual é a letra que vê a outra? R: U V X. 22. Por que a letra "i" é infeliz? R: Porque está em dívida, nunca está fora de perigo e nunca está em paz. ¨*** Só Rindo -- Como se pode conhecer se uma galinha é nova? -- Pelos dentes. -- Ora! O Senhor não sabe que a galinha não tem dentes? -- Sei, perfeitamente, mas tenho os meus. -- Minha irmã está no time de futebol do colégio. Todos os meus colegas dizem que, quando ela joga, é garantia de gol. -- Que bom! Em que posição ela joga? -- É goleira... Num salão de beleza terminam de lavar o cabelo de uma menina e lhe perguntam: -- Querida, enrolo sua cabeça com a toalha? -- Não, obrigada, eu levo assim mesmo! Como se faz para afogar uma garota? Colocando um espelho no fundo da piscina... ¨:::::::::: Vamos Aprender O Planeta Azul Vamos falar do mundo; deste planeta azul e belo, que viaja silencioso pelo céu, com suas florestas, rios, lagos, montanhas e oceanos; com seus bichos grandes e pequenos, baleias e formigas, beija-flores e leões. Este planeta viaja há milhões de anos pelo céu: sempre a mesma viagem, cheia de beleza e de silêncio. A Terra, com sua natureza, é a casa do homem. É este planeta que ele habita, é aí que constrói sua vida e seus sonhos. É neste planeta Terra que o homem nasce, cresce e morre, como toda e qualquer semente. É aí que o homem ama e faz seus filhos, e foi assim desde sempre. ¨:::::::::: Para você Recitar Morro Azul Edna Fernandez O trem cansado Abraça morros, Espuma fumaça, Solta os cachorros. Vem chegando... vem... vem. Puf! Último gemido. Morre a viagem. Nasce a vida. É Morro Azul. Cidadezinha dos meus amores. Neblina mágica envolve tudo. O morro verde já é azul. Passa gente, passa boi, passa boiada. Lá está a namorada de vestido novo e sandália dourada. ¨:::::::::: Zoologando Mamíferos Desdentados Os tatus, tamanduás e preguiças são bichos bem brasileiros e praticamente só vivem na América do Sul. Apesar de parecerem tão diferentes, os cientistas colocaram esses animais num mesmo grupo: os desdentados, que quer dizer sem dentes. Na verdade, só os tamanduás é que não têm dentes. Os tatus e as preguiças têm dentes pequenos e iguais. Todos eles têm unhas muito compridas e curvas, em forma de garras. Os tatus -- Têm o corpo coberto de placas duras que formam uma carapaça, como uma armadura. A carapaça dos tatus tem umas "dobras", onde é mais mole, permitindo que o animal dobre o corpo. O tatu-bola chega a se enrolar como uma verdadeira bola, sempre que é perturbado. Os dentes dos tatus são redondos e iguaizinhos! Como vivem? -- Usam as garras, principalmente das patas da frente, para cavar, com grande rapidez, as tocas onde moram. Comem insetos, minhocas e até carniça. Você sabia? -- Que o tatu-bola está desaparecendo dos Cerrados e Caatingas do Brasil? -- Que o maior tatu do mundo é o tatu-canastra? Ele tem mais de um metro de comprimento e pode pesar 60 quilos! Os tamanduás -- Parentes dos tatus, os tamanduás também têm grandes unhas, que usam para cavar os cupinzeiros, formigueiros e cascas de árvores, atrás de cupins e formigas. Para comê-los, os tamanduás usam a língua comprida e grudenta. Como vivem? -- Vivem nos campos, cerrados e florestas. O tamanduá-bandeira vive no chão, e o tamanduá-de-colete e o tamanduaí, nas árvores. Geralmente são vistos à tardinha, quando saem para procurar comida, usando para isso o seu olfato, que é muito bom. Você sabia? -- Que a língua do tamanduá-bandeira pode ter mais de meio metro? -- Que o tamanduá-bandeira é o maior do Brasil? Só a sua cauda tem mais de um metro! As preguiças -- As preguiças andam lentamente, penduradas pelos braços e pernas, nos galhos das árvores, comendo principalmente folhas. Os dentes das preguiças vão-se gastando e crescendo a vida toda! Como vivem? -- Só moram nas florestas e vivem no alto das árvores. A comida de que mais gostam são as folhinhas novas da embaúba, muito comum nas nossas matas. Você sabia? -- Que o pelo das preguiças nasce ao contrário, da barriga para as costas, para a água da chuva poder escorrer? -- Que algas verdes crescem no pelo das preguiças, para ajudar a disfarçá-las no meio da folhagem? ¨:::::::::: Historiando Muro das Lamentações O local é o que restou do templo de Jerusalém -- De todos os diversos lugares sagrados da capital de Israel, o Muro das Lamentações é um dos mais significativos. Sua história começa em 957 a.C., com o Templo de Jerusalém. Erguido pelo rei Salomão, teria abrigado a Arca da Aliança e as tábuas com os Dez Mandamentos. "O templo simbolizava o elo com Deus", diz André Chevitarese, professor da UFRJ. Em 586 a.C., o prédio foi derrubado pelos babilônios. Após cinco décadas, os judeus o reergueram. A obra ficou intacta até Roma dominar a cidade e, em 40 a.C., Herodes assumir o controle sobre a região. A mando do rei da Judeia, começou então uma grande ampliação, que demorou 46 anos. Mas o esplendor durou pouco. No ano 70, uma revolta contra os romanos levou a nova destruição do templo. Os judeus iniciaram uma grande diáspora e, no século VII, construções islâmicas surgiram no local, como o Domo da Rocha. Da grandiosa obra de Herodes só restou uma pequena parte da parede que a rodeava: o atual Muro das Lamentações. ¨:::::::::: Seção Juvenil Narrando a História A Ascensão Otomana O sultão Maomé II tinha apenas 21 anos quando tomou Constantinopla dos cristãos, em 1453. A batalha marcou o colapso do império bizantino e a ascensão do império otomano, que iria florescer por meio milênio, estendendo sua influência a boa parte da Europa e do mundo árabe. "Inspira medo, em vez de reverência", diria um visitante veneziano de Maomé II, que transformou Constantinopla de uma cidade decrépita em centro de comércio e criatividade, um ímã para os mais ambiciosos e talentosos intelectuais, poetas, artistas e arquitetos do Islã. Eles escreveram ali algumas das melhores obras da época e construíram mesquitas espetaculares. A influência otomana não foi só benigna. Dominando o Bósforo, estreito entre a Ásia e a Europa, Constantinopla foi o trampolim perfeito para as conquistas militares do império. Expandiu-se no rumo oeste, até Marrocos. Para o norte, até a Hungria. A leste chegou a Damasco, Bagdá e às cidades santas de Meca e Medina. A ocupação de Constantinopla forçou a Europa cristã a procurar novas rotas de comércio para o Oriente, levando à circunavegação da África. O império acabou depois da Primeira Guerra Mundial, quando Mustafa Kemal Atatuk fundou a moderna República da Turquia e mudou o nome da velha capital imperial para Istambul. ¨ *** Haiti livre -- Eles simplesmente não aguentavam mais. Em 1791, meio milhão de homens e mulheres negros esfalfavam-se nas plantações de café, anil e cana-de-açúcar nessa ilha colonial francesa. As massas ouviram, em agosto daquele ano, quando Boukman Dutty, um sacerdote de vodu nascido na Jamaica, mandou "jogar fora os pensamentos do Deus branco que tem sede de nossas lágrimas". Armadas de machetes e de vingança, incendiaram as plantações e ceifaram milhares de vidas na luta pela liberdade. Um ex-escravo autodidata chamado François- -Dominique Toussaint- -L'Ouveiture formou um exército que resistiu às tentativas da França de retomar o controle, até 1802, quando se rendeu às tropas de Napoleão Bonaparte. A insurreição incomodou o imperador a tal ponto que ele vendeu aos Estados Unidos, no ano seguinte, o território da Louisiana, enclave francês no continente, encerrando o sonho de expansão territorial no hemisfério ocidental. Tous-saint não sobreviveu para ver o sonho realizado, mas no Ano-Novo de 1804, os rebeldes finalmente cumpriram sua vontade: o Haiti tornou-se a primeira república negra livre do mundo. As ondas de liberdade propagaram-se pela Inglaterra e pelos Estados Unidos, onde as notícias da revolta deram fôlego novo às lutas abolicionistas. Esta velha fazenda perto de Les Cayes, Haiti, é uma ironia: o que foi a colônia mais rica da França é hoje uma das repúblicas mais pobres do mundo. ¨ *** D. JOÃO: Feio, covarde, deprimido e indeciso. D. João era tudo isso. E a despeito disso tudo, foi o único monarca que enganou Napoleão. Se por mérito próprio ou de seus ministros e dos ingleses, é motivo de discussão. Mas muito da imagem de D. João está contaminada pela historiografia dos primeiros tempos da República, que o caricaturou como um rei gorducho, bobo e com franguinhos na algibeira. Estes últimos são verdadeiros. Mas D. João não era bobo nem bonachão. Soube se equilibrar no poder numa época turbulenta, em que reis eram mortos ou encarcerados. Governou um reino religioso, corrupto, conservador e escravagista. Mas trouxe para o Brasil -- onde ficou até 1821 -- os elementos da civilização. Morreu em 1826, dois meses antes de completar 59 anos. Carlota Joaquina: Como o marido, ela virou caricatura. A rainha era desprovida de qualquer traço de beleza e possuía um gênio terrível. E as muitas histórias de infidelidade conjugal tinham indícios fortes. Carlota Joaquina jamais gostou do Brasil. Nascida na corte espanhola, ela não se habituou ao provincianismo da colônia. Mas a rainha também foi uma mulher inteligente, apaixonada por política e defensora dos interesses de sua terra natal, a Espanha. Ela nunca se conformou com o papel de consorte do rei com o qual se casara aos 10 anos. Tentou, por mais de uma vez, tomar as rédeas do poder e isso a indispôs não só com D. João e o filho Pedro, mas principalmente com os seus ministros. Morreu empobrecida e sozinha em 1830, aos 54 anos. ¨:::::::::: O Poder da Língua Existe um provérbio japonês relatando que a língua tem 8 centímetros de comprimento, mas consegue matar um homem de 2 metros de altura. Já o provérbio árabe adverte: "Cuidado para que a língua não corte o seu próprio pescoço." A língua é um músculo achatado; com ela salivamos, comemos e engolimos. Vejamos como uma língua maldosa pode causar perigos e males como: A língua é o órgão favorito do Diabo para destruir pessoas, famílias e causar sérias dificuldades à Igreja. Apreciemos as declarações de Tiago na carta que leva seu nome: "Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno" (Tg 3:5-6). Existe um provérbio popular com os seguintes dizeres: "Caveira, quem te matou? Foi a língua, meu senhor." A língua provoca insegurança e desconfiança entre pessoas. São as fofocas, comentários maldosos, críticas infundadas e destrutivas, contendas entre irmãos, palavras torpes e grosseiras, mentiras e outras realidades deletérias, deixando, assim, feridas na alma. Configura, no coração, sentimento de vingança. A língua provoca mágoa, raiz de amargura nas pessoas. O mau uso da língua pode gerar contendas e desconforto a outrem. Língua de pais que exortam os filhos a ler a Bíblia, ir à igreja. Todavia, ao chegar em casa, falam mal do pastor, da liderança da igreja e de outras pessoas. Língua de pregadores que pregam e ensinam, mas não vivem o que pregam. Um dos efeitos mais desastrosos da língua é a calúnia, a injúria e a difamação, que constitui crime no código penal. Leia Provérbios 26:20-24. Portanto, que medidas se devem tomar para se usar bem a língua: 1. Seguir o exemplo de Isaías expondo a língua para que Deus a purifique (Is 6:5 -- "Então disse eu: Ai de mim, que vou perecendo porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!"). 2. Refletir antes de falar. Procurar verbalizar palavras agradáveis. "Favo de mel são as palavras suaves, doces para a alma, e saúde para os ossos" (Pv 16:24ã. "Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Libertador meu!" (SL 19:14). "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um" (Cl 4:6ã. 3. Proferir palavras certas na hora certa. "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo" (Pv 25:11ã. Se fizermos bom uso da língua, seremos abençoados e abençoaremos os outros. Como o Salmo 19:14: "Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Libertador meu!" Concluo com o seguinte pensamento: "Cuidado em dizer alguma coisa. Cuide-se para que as suas palavras não sejam piores do que o seu silêncio." ¨:::::::::: Conhecendo nossos Escritores Humberto de Campos Humberto de Campos Veras (1886-1934), contista, poeta, crítico, biógrafo, ensaísta e memorialista, nascido e criado até os 7 anos na cidade maranhense de Miritiba, amava a leitura, talvez o único prazer do menino órfão e pobre. Foi lavador de garrafas e aprendiz de tipógrafo. Começou a escrever para jornais, e sua obra abrange todos os gêneros da literatura. Fez parte da Academia Brasileira de Letras (1920). Faleceu em 5-12-1934, após ser operado na Casa de Saúde Dr. Eiras, no Rio de Janeiro. Obras: "A Serpente de Bronze" (1921); "A Bacia de Pilatos" (1924); "Pombos de Maomé" (1926); "Grãos de Mostarda" (1926); "O Monstro e Outros Contos" (1932) e "Memórias 1886-1900" (1933). ¨:::::::::: Como Era o Ritual de Canibalismo Praticada por várias tribos nas Américas, a cerimônia antropofágica tupinambá se tornou um "sucesso" mundial com os relatos do alemão Hans Staden, que viveu de 1553 a 1555 com esse povo e quase foi devorado por ele. À época do Descobrimento, os tupinambás habitavam todo o litoral, desde o Pará até São Paulo. E, nas muitas guerras que disputavam, transformavam em iguarias os índios, os mamelucos e os brancos que capturavam. Para os nativos, ser comido era uma honra reservada a guerreiros. Mas, aos olhos dos colonizadores europeus, nada poderia ser tão diabólico. Ao chegar à aldeia, o prisioneiro tinha que dizer uma frase ritual -- Aqui chegou a sua comida! As mulheres raspavam sua sobrancelha e dançavam de alegria. Depois, o cativo podia passar meses vivo, até chegar o momento propício do sacrifício. A data do ritual era definida pelos anciãos da tribo. Para "abrilhantar" a cerimônia, na véspera do sacrifício, diversas aldeias eram convidadas e se reuniam para beber o cauim, uma bebida alcoólica feita de milho e mandioca fermentados. Chegado o dia, os tupinambás pintavam a testa do prisioneiro e o amarravam pela cintura com uma corda. O carrasco provoca: "Vou matar você, pois sua gente matou e comeu meus amigos." ¨:::::::::: Não custa Saber Uma artista de novela está vivendo o papel de uma menina fútil que quer se tornar famosa a qualquer preço. Num capítulo em que a personagem está na praia, a atriz disse: -- Os troféis vão diminuindo. O plural de troféu é troféus. Confraternização -- "Os alunos se confraternizarão no fim do ano numa churrascaria". Garanto que o encontro não será legal. Não existe o verbo pronominal confraternizar-se; é sempre confraternizar. Logo, o pronome oblíquo (se) é dispensável. Frase correta: "Os alunos confraternizarão no fim do ano numa churrascaria". Curiosidade -- Segundo os leitores que atenderam a nossa solicitação, a maior palavra da Língua Portuguesa é pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico ê46 letras). É uma doença rara provocada pela aspiração de cinzas e gases vulcânicos. Locução -- "Maria casou com Jorge acerca de vinte anos e são felizes até hoje." Só acertou no marido! A língua portuguesa não está feliz, porque a locução prepositiva acerca de está mal colocada. O certo é: há cerca de. Acerca de -- a respeito de. Há cerca de -- faz aproximadamente. ¨:::::::::: Do Líquido ao Chocolate Muito antes de ser descoberto pelos europeus, o cacau já seduzia as civilizações. Quando queriam comemorar um acontecimento especial, como o nascimento de uma criança ou um casamento, os maias preparavam uma bebida com as sementes de kakáw. Passavam o líquido, geralmente aromatizado com pimenta ou baunilha, de uma jarra para outra, o que fazia levantar uma desejada espuma. Bebiam-na quente durante opulentos banquetes e a ofertavam aos deuses. Outra importante civilização da Mesoamérica pré-colombiana tam- bém elaborava a tal bebida. Segundo Alan Davidson, autor da enciclopédia britânica "The Oxford Companion to Food" (1999), os astecas preferiam saboreá-la fria. Chamavam-na de chocolatl e era consumida por guerreiros e representantes da elite. Esse líquido espumoso ocupava o centro das cerimônias sociais e dos rituais maias e astecas, sendo oferecido por aqueles que buscavam prestígio social e político. A fonte do chocolatl é o fruto do cacaueiro, uma planta tropical, originalmente nativa das florestas quentes e úmidas que se estendem desde o norte da Bacia Amazônica ao sul do México. O naturalista sueco Carlus Linneu classificou-a de Theobroma cacao, o alimento dos deuses. Árvore melindrosa, cresce à sombra de outras mais altas, pois não tolera sol forte nem vento. Quando adulta, chega a 6 metros de altura. Os frutos pendem dos galhos e do tronco, têm forma ovalada e a casca de cor amarelo-açafrão ou avermelhada. Em seu interior, estão as gordurosas sementes envoltas por uma polpa macia e esbranquiçada. A domesticação e o cultivo do cacaueiro são obras das populações mesoamericanas que se estabeleceram na Península de Yucatán e por toda a América Central e sua utilização não se restringiu apenas às sementes. Em 2007, um estudo do Departamento de Arqueologia da Cornell University, nos Estados Unidos, revelou uma nova descoberta. Analisando quimicamente fragmentos de utensílios de cerâmica recolhidos num sítio arqueológico em Honduras, os pesquisadores concluíram que o cacau já era usado na elaboração de bebidas desde 1100 a.C. pelo menos. Baseando-se na diferença de jarras encontradas, apresentaram como hipótese mais provável a de que os locais fermentavam a polpa, e não as sementes, para produzir um tipo de cerveja. Ao fermentar, secar e eventualmente torrar as amêndoas, para depois moê-las e misturá-las à água, astecas e maias desenvolveram um estilo próprio para obter o líquido divino. Um preparado amargo que não inspirou de início os conquistadores espanhóis no século XVI. O ciclo de produção do cacau ocorre em dois períodos: temporão, de abril a agosto, e safra, entre setembro e março. Depois de colhido, ele é aberto e o conteúdo -- polpa e sementes -- retirado e submetido a duas fermentações responsáveis pelo aparecimento dos precursores do aroma e sabor típicos da fruta. Em seguida, as amêndoas são colocadas para secar sob o sol. É dessa forma que são exportadas para as fábricas, onde passarão pelo complexo processo de manufatura do chocolate. ¨:::::::::: Nosso Brasil Prédios Barrocos Ney Soares Filho Belo Horizonte -- A cidade histórica de Congonhas, a 80 quilômetros de Belo Horizonte, reconstruiu e acaba de reinaugurar uma das principais construções de seu conjunto arquitetônico. A Romaria, que reúne quatro alas de casas em círculo e um imponente portal com duas torres, ocupando uma área de mais de 50 mil metros quadrados, está novinha em folha. A Romaria foi erguida para abrigar os romeiros -- principalmente os mais pobres -- que lotam a cidade para as festividades do jubileu do Bom Jesus de Matosinhos desde 1770. Por isso era chamada de "curral dos pobres". Embora seja do início deste século, ela foi construída em estilo barroco, para não destoar do casario e das igrejas, que datam do século XVIII. Na década de 60, as casas da Romaria foram demolidas para dar lugar a um hotel, que nunca foi construído. Restou apenas o portal. A reconstrução respeitou as linhas originais, recuperadas através do estudo de plantas e fotos. Porém, a Romaria não servirá mais como pousada para os romeiros. Será transformada num centro histórico e cultural, abrigando um museu de mineralogia e outro de memória da cidade; uma galeria de arte; um auditório e um anfiteatro com capacidade para 400 pessoas. Também terá uma oficina de arte e uma loja para a venda de artesanato e produtos típicos, além de um restaurante e uma lanchonete. E ainda vai abrigar a Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo. Quem for a Congonhas, além da Romaria, tem obrigatoriamente que visitar o Santuário Bom Jesus do Matosinhos, que reúne o mais importante conjunto artístico criado pelo Aleijadinho. Foi lá que o gênio do barroco brasileiro esculpiu em pedra-sabão as figuras dos 12 profetas que, ao ar livre, ornamentam o adro da Basílica Senhor Bom Jesus. Integram o conjunto seis capelas onde estão mais 66 figuras esculpidas em cedro pelo Aleijadinho, que contam os Passos da Paixão e Morte de Cristo. As esculturas, em tamanho natural, foram pintadas por Francisco Xavier Carneiro e pelo mestre Manoel da Costa Ataíde, outro grande expoente da arte barroca nacional. Outras igrejas -- como a de São José e a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, ambas com frontispício de Aleijadinho e pinturas dos melhores artistas da época barroca -- também valem uma visita. ¨:::::::::: Museus do Mundo Kelly Alves Prédio abriga maior museu de miniaturas do Mundo -- Inaugurado em 15 de maio de 2007 na cidade espanhola de Valência, o Líber é o maior museu de miniaturas do mundo. Por enquanto, ele tem 76.500 figuras, montadas em cenários que reproduzem guerras e passagens épicas da História, em especial a da Espanha. Mas a coleção ainda está longe de ficar completa. Quando o museu estiver totalmente pronto, em 2011, o número de personagens deverá passar de 1 milhão. Tudo isso é resultado das pesquisas de dom Álvaro Noguera Giménez, um empresário espanhol que esteve entre os fundadores do jornal "El País". Ao morrer, em 2006, Giménez deixou milhares de miniaturas, compradas em leilões ao redor do mundo e tam- bém fabricadas sob encomenda, especialmente para o museu que ele pretendia criar. O próprio dom Álvaro desenhou os cenários onde foram encaixados os personagens. Os dioramas, como são chamadas as maquetes, foram construídos pela equipe de historiadores do museu. Foi um trabalho detalhista, em que cada figura foi criada graças a uma reconstituição cuidadosa da época. O prédio onde estão as atuais dez salas da exposição também vale a visita: trata-se do palácio do marquês de Malferit, uma casa construída entre o fim do século XIV e o começo do XV. O edifício, de estilo gótico e fachada neoclássica, está localizado na Calle Caballeros, que foi a via principal da cidade medieval espanhola. ¨:::::::::: Curiosidades Caju -- O maior cajueiro do mundo, em Pirangi do Norte, cobre 7.500 metros quadrados, tem 500 metros de perímetro ê95 por cento do parque) e foi plantado em 1888 por um pescador, Luiz Inácio (de Oliveira?), que morreu aos 93 anos, sob suas sombras. O ovo do caju -- "Um ovo de pata": assim André Thevet, em 1558, fez a primeira descrição do fruto. Depois, Nassau protegeu os cajueiros por decreto e fez seu doce chegar em compotas às melhores mesas da Europa. O pseudocaju -- Ao contrário do tomate, que é uma fruta quando todos pensam que não é, o caju, que todo mundo pensa que é fruta, não é: trata-se de um "pseudofruto". Fruta, mesmo, é a castanha. A pílula do caju e o caju arábico -- Na casca da castanha há um corante dito anticoncepcional. No tronco, uma resina, a goma arábica, repele insetos e serve para preservar livros. ¨:::::::::: O Menino que Domou o Vento Uma seca terrível no ano 2000, deixou grande parte da população do Malauí em situação desesperadora. Com as colheitas reduzidas drasticamente, as pessoas começaram a passar fome. "Meus familiares e vizinhos foram forçados a cavar o chão pra achar raízes, cascas de banana ou qualquer outra coisa pra forrar o estômago", diz Kamkwamba. A miséria o impediu de continuar na escola, que exigia a taxa anual de 80 dólares. Se seguisse a lógica que vitima muitos rapazes na mesma situação, o destino dele estava definido: "Se você não está na escola, vai virar um fazendeiro. E um fazendeiro não controla a própria vida; ele depende do sol e da chuva, do preço da semente e do fertilizante", diz Kamkwamba. Para escapar dessa sentença, começou a frequentar uma biblioteca comunitária a 2 quilômetros de sua casa. No meio de três estantes com livros doados pelo Reino Unido, EUA, Zâmbia e Zimbábue, Kamkwamba encontrou obras de ciências. Em particular, duas de física. A primeira explicava como funcionam motores e geradores. "Eu não entendia inglês muito bem, então associava palavras e imagens e aprendi física básica." O outro livro se chamava "Usando Energia", tinha moinhos na capa e afirmava que eles podiam bombear água e gerar eletricidade. "Bombear um poço significava irrigar, e meu pai podia ter duas colheitas por ano. Nunca mais passaríamos fome! Então decidi construir um daqueles moinhos." "Você está fumando muita maconha. Tá ficando maluco." Era isso que Kamkwamba ouvia enquanto carregava sucata e canos para seu projeto. "Não consegui encontrar todas as peças para uma bomba d'água, então passei a produzir um moinho que gerasse eletricidade." Seu primo Geoffrey e seu amigo Gilbert o ajudaram, e após dois meses as pás giravam. O gerador era um dínamo de bicicleta que produzia 12 volts, suficientes para acender uma lâmpada. As pessoas próximas a ele só acreditaram em sua conquista quando ele ligou um rádio, que na hora tocou reggae nacional. "Fiquei muito feliz. Finalmente as pessoas reconheceram que eu não estava louco." "Conseguimos energia para quatro lâmpadas, e as pessoas começaram a vir carregar seus celulares", diz. No Malauí, a companhia telefônica se recusou a fornecer infraestru- tura para as vilas, e as empresas de celulares chegaram com torres de transmissão e baratearam os aparelhos. Por isso, hoje há mais de um milhão de aparelhos celulares no país, uma média de oito para cada cem habitantes. A história chegou aos ouvidos do diretor da ONG que mantinha a biblioteca. Ele trouxe a imprensa, e o menino foi destaque no jornal local. E daí alcançou o diretor do programa TED-Global, uma organização que divulga ideias criativas e inovadoras que convidou Kamkwamba para uma conferência na Tanzânia. O jovem aumentou o primeiro moinho para 12 metros de altura e construiu outro que bombeia água para irrigação. "Agora posso ler à noite, e minha família pode irrigar a plantação", diz. Depois de cinco anos, com ajuda daqueles que descobriram sua história, Kamkwamba voltou à escola. Passou por duas instituições no Malauí, estudou durante as férias no Reino Unido e agora cursa o segundo ano da African Leadership Academy, instituição em Johannesburgo que reúne estudantes de 42 países com o intuito de formar a próxima leva de líderes da África. Apesar de não ter mudado em nada a sua humildade, o sucesso e as oportunidades de estudo tornaram mais ambiciosos os planos de Kamkwamba: "Quero voltar ao Malauí e botar energia barata e renovável nas vilas. E implementar bombas d'água em todas as cidades. Em vez de esperar o governo trazer a eletricidade, vamos construir moinhos de vento e fazê-la nós mesmos". ¨:::::::::: Ecoando Vida Selvagem Céu sem pardais -- Nativo da Europa, da Ásia e do norte da África, o pardal sempre esteve ligado às pessoas. Eles se alimentam de nossas migalhas e encontram abrigo nos beirais de casas e prédios. Mas a população dessas aves vem diminuindo -- e talvez por nossa causa. Na Europa Ocidental, mudanças nas práticas agrícolas resultaram em menor desperdício de sementes e grãos -- e em uma diminuição dos pardais na zona rural. Depois se registrou também redução nas populações urbanas dessas aves. Em Londres, em que a Real Sociedade para Proteção das Aves vem estudando a questão, sabe-se que, dos 2.603 ninhos de pardal identificados nos Kensington Gardens em 1925, restavam apenas oito em 2000. Segundo recente estudo, os pardais não estão capturando insetos suficientes para manter seus filhotes no verão. Para alguns ambientalistas, isso talvez se deva ao aumento

das áreas pavimentadas e à redução de áreas verdes. ¨::::::::: A Vida na Estrada Não há uma prova cabal sobre o lugar de onde os ciganos partiram em diáspora pelo mundo. Mas o estudo das raízes linguísticas do romani, o principal dialeto desse povo nômade, deu a pista de que suas primeiras correntes migratórias teriam saído das regiões do Punjab e do Rajastão, na Índia. As semelhanças entre o romani e o hindustani foram apontadas em 1782 pelo pesquisador Johan Christian Rüdiger, e são até hoje a melhor explicação para a trajetória cigana. Acredita-se que as levas pioneiras de ciganos deixaram a Índia por volta do ano 1050, estabelecendo-se na Europa e no norte da África. Na Europa, os ciganos ergueram seus acampamentos inicialmente na Grécia, Turquia, Hungria, Rüdiger e Boêmia. Ao longo do século XV, entraram na Alemanha, França, Suíça e Espanha. Em 1500, desembarcaram na Inglaterra. A população cigana, distribuída entre dezenas de países, é calculada em cerca de 7 milhões de pessoas. As nações com mais representantes são a Turquia (entre 500 mil e 2 milhões de descendentes), a Bulgária (de 70 mil a 800 mil), a Espanha (de 600 mil a 800 mil) e o Brasil (com cerca de 680 mil). ¨:::::::::: Conhecendo o Mundo Maurício Port Louis é a capital e o principal centro comercial. Possui o único porto da ilha, o qual se encontra protegido do vento sudeste em um semicírculo de montanhas, tendo em um dos seus lados instalado o terminal de cana-de-açúcar. É uma cidade com características tão peculiares quanto as demais partes da ilha. A arquitetura predominante é bastante rudimentar, onde o emprego de chapas de zinco ou madeira é muito comum, assim como são as casas espalhadas pelo interior da ilha, nas quais acrescentam pedras nos telhados para que os esperados ciclones não os carreguem. O jardim de Pamplemousses é um dos mais lindos do mundo. Árvores raras e variadas podem ser admiradas nesse incrível jardim botânico, como é o caso das palmeiras do tipo "Talipot", que florescem simplesmente a cada 60 anos e então morrem. Em seus lagos há vitórias-régias gigantescas

e tartarugas com mais de 100 anos de idade. ¨:::::::::: Decálogo do Leitor Alberto Mussa 1. Nunca leia por hábito. Leia por vício. A leitura amplia a compreensão do mundo, aprimora a capacidade de expressão, diminui a ansiedade. Mas é essencialmente lúdica, como devem ser as coisas que nos dão prazer. 2. Comece a ler desde cedo. E comece pelos clássicos. 3. Nunca leia sem dicionário. Se estiver fora de casa, anote as palavras que você não conhece, para consultar depois. Elas nunca são escritas por acaso. 4. Perca menos tempo diante do computador, da televisão e estabeleça metas. Se puder ler um livro por mês, dos 16 aos 75 anos, você terá lido 720 livros. 5. Faça do livro um objeto íntimo. Escreva nele; assinale as passagens emocionantes. O livro é o mais interativo dos objetos. Você pode avançar e recuar, folheando, e ele vai com você a todos os lugares. 6. Leia sempre literatura brasileira: ela está entre as grandes. 7. Das letras europeias e da América do Norte vem a maioria dos nossos grandes mestres. A literatura hispano-americana é indispensável. Busque também o diferente: há grandezas literárias na África e na Ásia. Volte à Idade Média, ao mundo árabe, aos clássicos gregos e latinos. Chegue, finalmente, às mitologias dos povos ágrafos, mergulhe na poesia selvagem. São eles que estão na origem de tudo; é por causa deles que estamos aqui. 8. Tente evitar a repetição de temas, estilos e autores. A grande literatura está espalhada por romances, contos, crônicas, poemas e peças de teatro. Nenhum gênero é, em tese, superior a outro. 9. Não tenha pena de abandonar pelo meio os livros desinteressantes. 10. Forme o seu próprio cânone. Se não gostar de um clássico, não se sinta menos inteligente. E faça o seu próprio decálogo: neste momento, você será um leitor. ¨:::::::::: Ameno e Instrutivo Por que o Focinho dos Cães É Gelado? Felipe Miotto Na verdade, o focinho dos cães não é gelado, mas, sim, bastante úmido. Isso acontece porque os cães possuem uma quantidade pequena de glândulas sudoríparas -- glândulas que liberam o suor para auxiliar o corpo a eliminar calor. Para controlar a temperatura interna, o melhor amigo do homem precisa transpirar pela boca e pelo focinho. Isso explica por que os cães andam com a boca aberta, respirando como se estivessem ofegantes. O ato não significa necessariamente cansaço, mas, sim, um processo de eliminação de calor do corpo: o ar quente sai e o frio entra. Essa mesma troca ocorre no focinho. Quando o ar quente interno sai por ali e entra em contato com o ar ambiente mais frio, ele sofre o processo de condensação e ganha a forma líquida, molhando e resfriando o focinho. ¨ *** Quantos litros de sangue o corpo humano tem? -- No corpo de um adulto circulam, em média, cinco litros de sangue, variando de acordo com o peso. O sangue é formado por uma parte líquida (plasma), formada por água, sais, vitaminas e fatores de coagulação, em que estão misturadas as partes sólidas; hemácias, leucócitos e plaquetas. ¨:::::::::: Presidentes ao Redor do Mundo Qual foi o primeiro Presidente? -- Foi o americano George Washington. De 1776, com a independência dos Estados Unidos da Inglaterra, a 1789, o título "presidente dos Estados Unidos" era aplicado a quem presidia as sessões do Congresso Continental. A promulgação da nova Constituição do país criou a Presidência dos Estados Unidos, e seu primeiro ocupante foi George Washington, que ficou no poder de 1789 a 1797. Presidente mais Jovem -- Aos 30 anos, Joseph Kabila se tornou o chefe de Estado mais jovem do mundo ao substituir o pai, assassinado, na República Democrática do Congo. Aos 35 anos, foi eleito presidente. Presidente mais Velho -- Robert Mugabe, 84 anos, preside o Zimbábue. Antes de ser presidente do país, foi primeiro-ministro, em 1980, e continuou no poder quando o país mudou para o presidencialismo. Primeira Presidenta -- A primeira mulher a ocupar um cargo de presidente foi Maria Estela Martinez de Perón, conhecida como Isabelita Perón. Ela substituiu o marido, Juan Perón, na Argentina em 1974. Primeiro presidente do Brasil -- O Brasil, assim como a maioria dos países da América Latina, adota o presidencialismo como sistema de governo. Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente, em 1889. ¨:::::::::: É Útil Saber Soneto a Louis Braille Aquele Menino genial inquieto, dos Cegos transmudou a própria Vida quando em sua Alma a glória foi concebida na grandeza de um tátil alfabeto! Louis Braille, Pedagogo ou Arquiteto, se teve um dia sua visão perdida buscou em sua Alma brava e destemida seu tesouro real e predileto. Sistema de pontos bem ordenados representam os sinais convencionados: outra forma de ler e escrever. Sistema novo de escrita e leitura tirou os cegos da vida obscura que levavam à margem do Saber! "Nascimento de Louis Braille -- 4 de janeiro" ¨ *** Notícias do Himalaia -- Um carteiro hindu conta como é seu dia-a-dia -- Vale de Ani, Índia, março 2000. Eu me chamo Saug Mausaram. Todos os dias às 5 horas e 30 minutos, enquanto caminho sozinho pelo Vale de Ani em direção ao posto do correio, sou eu quem primeiro saúda o sol, cumprindo um ritual hindu do amanhecer. Aos poucos vislumbro a silhueta imponente dos picos eternamente nevados do Srikhandi Mahadeo, com seus 5.227 metros. Apuro os ouvidos. O ronco do braço do Rio Sutlej, que corta nossa pequena vila, me impressiona menos com a luz e os sons do dia. Respiro a pureza do ar e, sozinho, rendo homenagens silenciosas às montanhas Himachal-Pradesh, que batizam nossa região. A 1.300 metros de altitude, sei que marcho na borda da Índia além do Himalaia; meus olhos por vezes alcançam terras chinesas. A manhã traz frescor, mesmo sendo fim da primavera. À minha espera estão as cartas vindas de ônibus de Simla, a capital de nosso Estado. Vou separá-las e colocá-las em minha sacola. São 6 horas e 45 minutos e inicio a primeira peregrinação do dia, parte dos 20 quilômetros que, subindo e descendo pelas montanhas, percorro pelas vilas de nosso distrito, levando de mão em mão a esperança de boas notícias. Sou um Dak Harkara, ou melhor, um carteiro, um mensageiro do Himalaia. Pode ser trabalhoso, mas igualmente gratificante. Acredito que cada um deva ter seu lugar no mundo e, com o meu trabalho, sei que tenho o meu. Saindo da vila, o asfalto só cobre algumas centenas de metros, dando lugar ao caminho de terra que se divide em dois: em frente, margeando o rio, chego a Khanag, a 2.692 metros de altitude. Chowai fica à esquerda, três quilômetros adiante. Tenho que passar pelos dois lugares. Enquanto decido o roteiro, me permito uma pausa, a primeira de muitas ao longo do dia, para fumar um *beedi*, cigarro muito popular na Índia. Estudantes com seus uniformes azuis e amarelos me saúdam a caminho da escola e pessoas comuns do povoado puxam conversa ou, por não saberem ler ou escrever, me pedem que leve mensagens de viva voz. E sigo o meu destino, por trilhas que meus pés já percorrem sem sentir. Hoje escolhi começar por Chowai. A primeira casa desse caminho é a da família Gupta. Baixa, de paredes grossas e portas de madeira, ainda está em construção. Acompanho diariamente todos os familiares trabalhando para terminar a obra até a chegada do verão. Sinto saudade de minha família, que está a duas horas de ônibus e mais uma de caminhada daqui, em minha vila natal, que visito apenas nos fins de semana. Pensar neles ajuda a passar o tempo. Quando vejo, já são 11 horas e meu primeiro lote de cartas chega ao final. Hora de ir à vila de Ani apanhar e tirar o segundo lote de cartas do dia e começar tudo novamente, depois do almoço. Volto para minha casa e, morando só, tenho que cozinhar: arroz, dal, uma espécie de lentilha indiana, chapati, um tipo de pão caseiro e legumes. O sol já está muito forte. Na volta para o trabalho, às 14 horas, vejo pelas trilhas o desfile de guarda-chuvas pretos que eu e meus colegas carregamos para nos proteger do sol, da chuva ou da neve. A cada encontro, uma nova pausa: fumamos um *beedi* e conversamos sobre o tempo, rezando por chuva. E nesse ritmo ditado pela entrega das cartas, que muitas vezes tenho que ler e ajudar a responder, a jornada termina. Na volta para casa sempre visito Pradup, um Dak Harkara aposentado que em 31 anos de serviço percorreu, inclusive nas extintas rondas noturnas, o equivalente a mais de quatro vezes a volta à Terra. Como sabemos? Dois carteiros quando se encontram, têm como diversão calcular quanto caminham trabalhando. Por isso sei que, com a jornada de hoje, chego mais perto dos 5.760 quilômetros que tenho para cumprir neste ano. Uma rotina de seis dias por semana na minha vida e na de meus 329 companheiros de profissão, que percorrem as 354 linhas de correios espalhados pelo Himalaia por um salário de 50 dólares por mês. Amanhã, tudo se repetirá com novas notícias. "Dia do carteiro -- 25 de janeiro" ¨ *** Origem do amor remonta a 1 milhão de anos -- Sentimento não é um fenômeno cultural, revela um estudo -- Ninguém sabe ao certo quando o amor romântico surgiu. Mas especialistas concordam num ponto: não se trata de um fenômeno cultural, criado há apenas alguns séculos. Estudos cada vez mais sofisticados, realizados na Universidade de Rutger pelo grupo da antropóloga Helen Fisher, vêm demonstrando que o amor remonta a, pelo menos, um milhão de anos, como mostra uma reportagem da edição número 89 da revista "Scientific American Brazil". As pesquisas sugerem que, por trás da manifestação do sentimento, existe uma poderosa química cerebral talhada pela evolução com o único objetivo de perpetuar os genes humanos, ou seja, de deixar descendentes. Os circuitos cerebrais ligados ao amor, observam os especialistas, não podem ter sido criados em pouco tempo, mas sim ao longo da evolução humana e antes mesmo do surgimento do homem moderno. Em reportagem especial sobre origens -- do Universo à fita adesiva, passando pelo amor --, a revista revela que o advento de um cérebro humano maior, há mais de um milhão de anos, teria determinado também um aumento significativo nas relações monogâmicas. Entre outras coisas porque foi a expansão do cérebro que determinou o bipedalismo. Andando sobre os dois pés, as mães passaram a ter que levar os bebês no colo, e não mais nas costas. Com as mãos ocupadas, a presença de um parceiro para ajudar na criação do rebento se tornou imperativa. "Dia do Amor -- 14 de fevereiro" ¨ *** Como servir a Deus -- O monge Chu Lai descansava perto de um riacho, quando um jovem aproximou-se. -- Quero saber qual a melhor maneira de servir a Deus -- pediu. -- Oração -- respondeu o monge. -- E qual a pior maneira? -- Ofensas ao próximo. -- Pensei que fossem as ofensas a Deus. -- Está enganado -- respondeu Chu Lai -- Deus está em toda parte, e você poderá encontrá-lo sempre que se arrepender. Mas o próximo pode viajar para um lugar distante, e você não terá oportunidade de pedir perdão. "Dia Mundial da Oração -- 7 de março" ¨ *** Viva a Mulher -- A mulher não precisa de um dia específico, de uma data preestabelecida; o seu dia, são todos os dias, pois ela está sempre atuante. A mulher sabe transformar a rotina do seu dia-a-dia numa sucessão de novidades e descobertas, nunca desistindo dos seus sonhos. Ser mulher é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora, é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos. Viva a mulher, não somente no dia 8 de março, não somente no segundo domingo do mês de maio (dia das mães), não somente no dia das avós (que são mães e mulheres duas vezes), mas viva a mulher todos os dias, todas as horas, todos os minutos e todos os segundos, porque a "mulher" é sempre "mulher" todo o tempo. "Dia Internacional da Mulher -- 8 de março" ¨:::::::::: o Dicionário Esclarece ágrafos -- que não estão escritos antropofagia -- ato de comer carne humana cânone -- forma de imitação polifônica carapaça -- casco de tartaruga e outros animais de casco colapso -- falência de função, de força, ou estado geral; esgotamento; situação anormal e grave; crise contendas -- debates, controvérsias, pelejas corruptela -- modo errado de escrever ou pronunciar as palavras ou locuções decrépita -- muito idosa ou gasta diáspora -- dispersão dos judeus, no decorrer dos séculos esfalfaram-se -- extenuaram-se estratégia -- arte de traçar os planos de uma guerra infligia -- aplicava pena, castigo, repreensão iniquidade -- injustiça; crueldade; perversidade; ruindade interativos -- aqueles que exercem ações ou influências recíprocas lúdica -- relativa a jogos; brinquedos e divertimentos notória -- sabida de todos; pública perecendo -- morrendo; acabando peregrinação -- romaria sofisticados -- requintados ao extremo tédio -- enfado; aborrecimento torpes -- desonestos; infames transmudou -- transformou ¨:::::::::: Fontes de Pesquisa Jornal do Brasil Jornal O Dia Jornal O Fluminense Jornal O Globo Jornal Pôr-do-Sol Livro Desafios Livro De Mãos Dadas com a Natureza Livro de Fábulas Revista Aventuras na História Revista Caminhos da Terra Revista Galileu Revista História Ilustrada Revista National Geographic Revista Nossa Língua em Letras e Músicas Revista Viagem Revista Ganesha ¨ ::::::::::