õieieieieieieieieieieieieieieo õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano L -- n.o 337 o õ outubro-dezembro de 2010 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ Tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seão Infantil A Vovó Conta Histórias: O Prato que Traz Sorte ::::::::::::::::: 1 Mula-sem-Cabeça :::::: 2 A Figueira ::::::::::: 4 Divertimentos: O que É, o que É? ::: 5 Só Rindo ::::::::::::: 8 Vamos Aprender: De Onde Vem a Água? ::::::::::::::::: 12 Para você Recitar: Oraão do Cavalo ::::: 13 Zoologando: A Baleia ::::::::::::: 14 Historiando: Como o Povo Árabe Foi Criado ::::::::::: 16 Seão Juvenil Narrando a História: Peru :::::::::::::::::: 20 Um pouco sobre Esopo ::::::::::::::::: 28 Quem Inventou o Aplauso? :::::::::::::: 29 Conhecendo nossos Escritores: Monteiro Lobato :::::: 31 O Homem Produz Obje- tos Metálicos :::::::::: 32 Não custa Saber :::::::: 36 Primeiros Versos ::::: 37 Nosso Brasil: Palco da História :::: 39 Igreja da Penha :::::: 40 Curiosidades :::::::::::: 42 Por que a Vaca Sagrada na Índia? :::: 45 Ecoando: Impacto das Aões Humanas sobre os Oceanos ::::::::::::::: 49 Conhecendo o Mundo: Bosques de Paris ::::: 53 Ameno e Instrutivo: A África Vista do Céu :::::::::::::::: 56 É Útil Saber: Santos Dumont :::::::: 59 Um Cartão-Postal :::: 62 Proclamaão da República ::::::::::::: 65 Espírito do Natal :::: 67 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 69 Fontes de Pesquisa ::::: 70 ¨ :::::::::: Seão Infantil A Vovó Conta Histórias O Prato que Traz Sorte Segundo a tradião italiana, comer nhoque todo dia 29 traz boa fortuna. Uma das primeiras massas caseiras, o nhoque existe desde os tempos dos antigos gregos e romanos. Adotado pelos italianos, ele começou a ser produzido com diversos tipos de farinha e, na falta dela, com miolo de pão. Mas a coisa ficou melhor ainda com a entrada da batata na jogada, lá pelos séculos XVI e XVII. Como ela se tornou também uma combinaão de sorte? A versão mais conhecida para a crendice se refere a um frade andarilho que, no dia 29 de um mês qualquer, chegou morto de fome a uma cidadezinha na região por onde peregrinava. Resolveu pedir ajuda a um casal de velhinhos, que deram ao pobre homem uma porão de nhoque, único alimento disponível. Qual não foi a surpresa dos anfitriões quando, tempos depois, o religioso voltou a bater na sua porta, agora para contar que havia conquistado muita sorte e fortuna. Como atrair sorte e dinheiro com seu nhoque no dia 29: Separe sete bolinhas de nhoque em um prato. Coloque debaixo dele uma nota de valor qualquer. Coma de pé as sete bolinhas e faça um pedido. Pegue a nota e guarde na carteira. Ela funcionará como um amuleto até o próximo dia 29. ¨*** Lenda Mula-sem-Cabeça Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras pode haver apariões de Mula-sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que foi uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta- -feira ela vai a uma encruzilhada e ali se transforma na besta. Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém, chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro. Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a mula, deve-se deitar de bruços no chão e esconder unhas e dentes para não ser atacado. Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-sem-Cabeça voltará a ser gente, ficando livre da maldião que a castiga, para sempre. ¨*** A Figueira Era uma vez uma figueira que não dava frutos. Todos passavam por ela sem olhá-la. Durante a primavera as folhas cresciam, mas quando chegava o verão, e as outras árvores estavam carregadas de frutos, nada aparecia em seus galhos. -- Eu gostaria tanto que me apreciassem! suspirou a figueira. -- Queria só produzir frutos como as outras árvores! Tentou e tornou a tentar até que, em certo verão, viu- -se carregada de figos. O sol fez os figos crescerem e incharem, tornando-os doces e perfumados. Todos repararam nisso. Jamais alguém tinha visto uma figueira tão carregada de frutos. E imediatamente houve uma correria para ver quem colhia mais figos. Subiram pelo tronco. Curvaram os galhos mais altos com varas compridas e o peso das pessoas fez com que alguns ramos ficassem partidos. Todos tentavam roubar os deliciosos figos, e em breve a pobre figueira viu-se toda torta e quebrada. Portanto, a àqueles que querem chamar a atenão, pode acontecer, para sua desgraça, receberem mais do que desejam. ¨:::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. Quem é que não fica envergonhado quando é pego com as calças na mão? R: O alfaiate. 2. Qual é o homem que tem pé de porco, sangue de boi e língua de vaca? R: O açougueiro. 3. Quem é que não sabe para onde vai quando sai para trabalhar? R: O motorista de táxi. 4. Que parte do corpo é mais medrosa? R: A perna, porque sempre dá no pé. 5. O que tem cara, mas não se lava? R: A moeda. 6. O que é que nasce a socos e morre a facadas? R: O pão. 7. Qual a orelha em que não se pode pôr brincos? R: Orelha do livro. 8. Está sempre molhada; quando chove, não se molha; quem é? R: A língua. 9. Onde é que todos podem sentar-se, menos eu? R: No meu colo. 10. Por que o boboca foi chutado do serviço num submarino? R: Porque gostava de dormir com as janelas abertas. 11. O que é que todas as pessoas dão, mas poucos aceitam? R: Conselhos. 12. O que é que sustenta a mulher a vida toda? R: As pernas. 13. O que é que o homem, depois que faz, não tem? R: A barba. 14. Qual a bebida quente ou fria que dá sempre maus conselhos? R: O mate. 15. O que é que quanto mais seca mais molhada fica? R: A toalha. 16. Qual o militar que está na vassoura? R: O cabo. 17. Qual a comida que o melhor cozinheiro não consegue fazer direito? R: A torta. 18. O que é que está no princípio da rua, no meio da terra e no fim do mar? R: A letra “R”. 19. O que é que começa na mulher e acaba no homem? R: A letra “M”. 20. Sobe pelada e desce vestida de branco; o que é? R: A pipoca. 21. O que é que existe entre lágrimas e risos? R: O nariz. ¨*** Só Rindo -- Maria, vá ver se o açougueiro tem pé de porco. A empregada saiu e voltou cerca de meia hora depois, anunciando: -- Não pude ver, Dona Zilda, ele estava calçado. Aquele jogador de basquete era tão ruim, mas tão ruim, que, quando jogava na cesta, acertava no sábado. -- Acorda patrão, acorda! -- Está na hora do senhor tomar o remédio para dormir... Na biblioteca O assaltante: -- A bolsa ou a vida? A bibliotecária: -- Qual é o autor? Viajante Noturna Minha cunhada e o marido explicaram aos filhos pequenos que viajariam de carro por muito tempo. Disseram às crianças que só chegariam ao destino depois que escurecesse e avisaram que não ficassem perguntando sempre “Já chegamos?” Decorridos alguns minutos de uma viagem tranquila, a filha de 5 anos perguntou: -- Já escureceu? Quando meu marido ainda era estudante universitário, o dinheiro mal chegava para nossa família de sete membros. No casamento de um de nossos amigos, nossa filha Christy, de 4 anos, estava sentada a meu lado quando o padre disse: -- Aceita este homem, para o melhor e para o pior, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde? Nossa filha virou-se para mim e disse, numa voz segredada, mas bem audível: -- Você escolheu a pobreza, não foi, mamãe? Flagrado enquanto dormia na sala de aula, o menino foi mandado para casa. Quando a mãe o viu em casa cedo, perguntou o motivo. -- Fui mandado para casa porque meu colega de banco ronca muito alto -- disse o menino. -- Espere aí -- disse a mãe. -- Se seu colega estava dormindo, por que mandaram você para casa? -- Não sei -- respondeu o menino. -- Até acordei quando ele começou a roncar. Certa noite, ao passar pela cidade onde nascera, minha filha mostrou aos filhos a casa onde tinha morado quando era criança. Vinda do banco de trás, uma vozinha comentou: -- Olhe, mamãe, você se esqueceu de apagar a luz! Zezinho, assustado, pergunta: -- Professora, alguém pode ser castigado por alguma coisa que não fez? -- Não, Zezinho, nunca! -- Então, estou livre! Não fiz a lião... ¨::::::::: Vamos Aprender De Onde Vem a Água? Assim como você nasceu da barriga da mamãe, a água também nasce de vários lugares. Veja só: Mar Sem Fim -- Quase toda a água que existe no mundo vem dos oceanos. Só dá para beber se for bem tratada, mas com ela brincamos na praia. Ai, Que Frio! -- Neve é a água que cai do céu em forma de gelo. No alto de algumas montanhas faz tanto frio que o gelo quase nunca derrete. Atmosfera -- O ar que respiramos está cheio de água invisível em forma de vapor. Ele sobe para as nuvens e vira chuva. A chuva enche os rios,

lagos e oceanos de volta. Não é incrível? ¨::::::::: Para Você Recitar Oraão do Cavalo Dá-me comida e cuida de mim, e quando a jornada terminar, Dá-me abrigo, uma cama limpa e seca e uma baia ampla para eu descansar em conforto. Fala comigo; tua voz, muitas vezes, significa, para mim, o mesmo que as rédeas. Afaga-me, às vezes, para que eu possa te servir com mais alegria e aprenda a te amar. Não maltrates minha boca com o freio e não me faças correr ao subir um morro. Nunca, eu te suplico, me agridas ou me espanques quando eu não entender o que queres de mim, mas dá-me uma oportunidade de te compreender. E, quando não for obediente ao teu comando, vê se algo não está correto nos meus arreios, ou maltratando os meus pés. E, finalmente, quando a minha utilidade se acabar, não me deixes morrer de frio ou à míngua, nem me vendas para alguém cruel para eu ser lentamente torturado ou morrer de fome. Mas, bondosamente, meu amo, sacrifica-me tu mesmo e teu Deus te recompensará para sempre, e não me julgues irreverente se te peço isso. Em nome d'Aquele que também nasceu num estábulo. ¨::::::::: Zoologando Cinco coisas que talvez você não saiba sobre a baleia e que está na hora de aprender. 1. Existem cerca de 40 espécies de baleia. Estima-se que 2 milhões de animais tenham sido caçados no século XX. 2. Em junho, o Japão aprovou uma declaraão contra a proibião da caça às baleias durante reunião da Comissão Baleeira Internacional. 3. O documento não muda nada na prática, mas sua aprovaão fortalece países como Noruega e Islândia, também a favor da caça. 4. A baleia-azul é o maior animal do planeta e pode chegar a 150 toneladas. Elas comem 4 toneladas de krill por dia, igual ao peso de um elefante. 5. O âmbar cinza, produzido para a digestão e “vomitado” pelas baleias, é usado na indústria de perfumes e pode custar 20 dólares por grama. ¨ :::::::::

Historiando Como o Povo Árabe Foi Criado Paulo Coelho Em um de seus raros escritos, o sábio Sufi Hafik comenta que o caminho do ser humano na Terra está cheio de contradiões e desafios, que só podem ser superados à medida que cada um aceita ser o único responsável por suas decisões: “Só os ignorantes procuram imitar o comportamento dos outros. Os homens inteligentes não perdem seu tem- po com isso, e desenvolvem suas habilidades pessoais; sabem que não existem duas folhas iguais numa floresta de cem mil árvores. Não existem duas viagens iguais no mesmo caminho. Segundo outros sábios, Deus também busca a diversidade em tudo que faz. E foi isso que inspirou Alejandro Dolina a associar a história da areia a uma das lendas da criaão do povo árabe. Diz ele que, assim que terminou de construir o mundo, um dos anjos advertiu o Todo-Poderoso que esquecera de colocar areia na Terra; grave defeito, se considerarmos que os seres humanos estariam privados para sempre de caminhar junto aos mares, massageando seus pés cansados e sentindo o contato com o chão. Além disso, o fundo dos rios seria sempre ríspido e pedregoso, os arquitetos não poderiam usar um material indispensável, as pegadas dos namorados seriam invisíveis. Disposto a remediar seu esquecimento, Deus enviou o arcanjo Gabriel com uma enorme bolsa, para que derramasse areia em todos os lugares que julgasse necessário. Gabriel fez as praias, o leito dos rios, e quando voltava para o céu trazendo o material que havia sobrado, o Inimigo -- sempre disposto a estragar a obra do Todo-Poderoso -- conseguiu fazer um furo na bolsa, derramando todo o seu conteúdo. Isso aconteceu no lugar que é hoje a Arábia, e quase toda a região se transformou num imenso deserto. Gabriel, desolado, foi pedir desculpas ao Senhor, por ter deixado que o Inimigo se aproximasse sem ser visto. E Deus, em Sua infinita sabedoria, resolveu recompensar o povo árabe pelo erro involuntário do seu mensageiro. Criou para eles um céu cheio de estrelas, como não existe em nenhum outro lugar do mundo, para que sempre olhassem para o alto. Criou o turbante, que, debaixo do sol do deserto, é muito mais valioso do que uma coroa. Criou a tenda, permitindo que as pessoas se movessem de um lugar para o outro, sempre descobrindo novas paisagens ao redor, e sem as obrigaões aborrecidas de manutenão de palácios. Ensinou o povo a forjar o melhor aço para a espada. Criou o camelo. Desenvolveu a melhor raça de cavalos. E lhe deu algo mais precioso que essas e todas as outras coisas juntas: a palavra, o verdadeiro ouro dos árabes. Enquanto os outros povos modelavam os metais e as pedras, os povos da Arábia aprendiam a modelar o verbo. O poeta passou a ser sacerdote, juiz, médico, chefe dos beduínos. Seus versos têm poder: podem trazer alegria, tristeza, saudade. Podem desencadear a vingança e a guerra, unir os amantes, reproduzir o canto dos pássaros. E conclui Alejandro Dolina: “Os erros de Deus, como os de grandes artistas, ou dos verdadeiros enamorados, desencadeiam tantas compensaões felizes, que, às vezes, vale desejá-los.” ¨::::::::: Seão Juvenil Narrando a História Peru Ombro a ombro e quase nuas, estátuas com jeito de gnomos passaram séculos em Los Pinchudos, um complexo de pedra e argamassa de nove túmulos, encravados na rocha elevada das florestas nebulosas do norte do Peru. As esculturas de 60 centímetros de altura de mogno testemunharam as levas de saqueadores que escalaram a montanha para depredar as câmaras funerárias. Os vândalos chegaram até a despedaçar uma das seis estátuas, cuja anatomia masculina robusta serviu de inspiraão para o nome "Los Pinchudos" (gíria para "os pênis grandes"). Quando moradores locais conduziram cientistas até o local, em 1980, os túmulos já estavam quase vazios. Mas a ausência de múmias não deteve o arqueólogo Warren Church, que trabalha há 19 anos para salvar Los Pinchudos e descobrir seus segredos. Pouco se sabe a respeito das tribos que, no século X, começaram a entalhar povoados nas florestas nebulosas das montanhas localizadas entre os rios Maraón e Huallaga. Os contemporâneos dos incas os chamavam de chachapoya, "povo das nuvens". Apesar de não haver registro de linguagem escrita, esse povo deixou dezenas de ruínas de pedra nessa região vertical. Durante mais de 500 anos, os chachapoya construíram terraços de cultivo e povoados nessas encostas íngremes, criaram lhamas e porquinhos-da-índia -- e lutaram uns contra os outros. Por volta de 1470, os incas conquistaram a região. Quando os espanhóis chegaram, em 1535, os chachapoya sobreviventes uniram-se a eles para aniquilar os incas. Em 1700, a varíola e outras doenças já haviam matado a maioria dos chachapoya. Los Pinchudos representa um elo fundamental com esse povo perdido. Os pesquisadores não sabem quem foi enterrado ali, mas acham que os túmulos têm relaão com as ruínas chachapoya de Gran Pajatén, próximas dali. Mesmo depois de tantos saques, o local produziu artefatos encantadores como joias feitas com conchas -- que sugerem o contato com habitantes do litoral. As estátuas são o mais surpreendente. Objetos de madeira raramente sobrevivem à umidade extrema das florestas nebulosas. Os cientistas atribuem a conservaão dessas figuras à localizaão da área, em um microclima árido. Se não fosse por Church e pelo restaurador peruano Ricardo Morales Gamarra -- que recuperou as fundaões atingidas pela erosão --, os túmulos talvez estivessem perdidos. Los Pinchudos: um complexo funerário dos chachapoya. Para chegar lá: três dias de trilha. Obstáculos: ar rarefeito, deslizamentos, enchentes. Susto: uma pedra gigante quase esmagou o acampamento. Status: parte do Parque Nacional do Rio Abiseo, é um Patrimônio Mundial Cul-

tural e Natural da UNESCO; é fechado ao público. ¨ *** Fuga Frustrada em Paris -- Na França -- Em meio aos acontecimentos da Revoluão Francesa, o rei Luís XVI (1754-1793) tenta escapar do país durante a noite, acompanhado de sua esposa, a rainha Maria Antonieta ê1755- -1793ã, e dos quatro filhos do casal. Eles seguiam rumo à Bélgica, mas foram reconhecidos na fronteira e enviados de volta à capital francesa. A Taça do Mundo É Nossa -- Na Cidade do México -- Depois de ganhar os campeonatos de 1958 e 1962, o Brasil se torna tricampeão mundial de futebol ao sair vitorioso da final da Copa do Mundo daquele ano. A partida foi contra os Italianos, no estádio Azteca, e terminou 4 a 1 para os brasileiros, com gols de Pelé, Gerson, Jairzinho e Carlos Alberto Torres. Pelo feito, a seleão conquistou o direito de ficar em definitivo com a taça Jules Rimet. Eu me Lembro -- "Fomos nos classificando e, no dia da final, havia o sentimento de que não podíamos desistir. O jogo contra a Itália foi fácil, comparado aos outros, e o placar poderia até ter sido maior. Quando tudo terminou, a emoão foi tão grande que eu desmaiei. Só quem venceu uma Copa do Mundo sabe o que se sente. Fui campeão com a melhor seleão de todos os tempos." Roberto Rivellino, ex-jogador de futebol. Pequeno César -- filho de Júlio César ê100-44 a.C.) e Cleópatra VII ê70-30 a.C), nasce Ptolomeu XV ê47-30 a.C), rei do Egito de 44 a 30 a.C. Também conhecido como Caesarion, ou "pequeno César", ele governou ao lado de sua mãe -- que lhe deu o título de faraó aos 3 anos de idade. Viagem Napoleônica -- No rio Nemen, em Belarus -- O imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821) inicia sua campanha contra a Rússia. Nesse dia, ele e sua tropa de 600 mil homens começam a cruzar o rio Nemen em direão ao país. A invasão foi provocada pelo descumprimento do czar Alexandre (1777-1825) ao bloqueio imposto pelos franceses ao comércio com a Inglaterra. Tentativa de Invasão -- Em Buenos Aires, Argentina -- Para conquistar uma porão do império espanhol nas Américas, tropas britânicas tomam Buenos Aires. Menos de dois meses depois, os ingleses eram expulsos. Um ano mais tarde, os Invasores retornariam, apenas para sofrer uma nova derrota. Terceira Conquista -- Em Pydna, atual Kítros, Grécia -- Na Batalha de Pydna, os romanos, sob a liderança do general Paulo Emílio, vencem os macedônios, comandados pelo rei Perseu, durante a Terceira Guerra Macedônica. O êxito de Roma põe fim à monarquia da Macedônia e a divide em quatro repúblicas autônomas que pagavam tributos. Quase 20 anos mais tarde, teria início uma quarta guerra, com nova derrota dos macedônios. Acerto de Contas Nazista -- Em Berlim -- Acontece o episódio conhecido como Noite das Facas Longas. Durante a noite e nos dois dias seguintes, unidades da SS (corpo de elite do Partido Nazista), sob o comando de Heinrich Himmler (1900-1945), exterminam líderes da SA (grupo paramilitar nazista). ¨ *** Um pouco sobre Esopo -- Quem inventou a fábula "O lobo e o cordeiro" foi um contador de histórias chamado Esopo. Ele viveu na Grécia Antiga muitos séculos antes de Cristo nascer. Esopo era um escravo inteligente que contava histórias muito bem. A fábula "O lobo e o cordeiro" mostra um fato que sempre existiu e preocupou as pessoas de todas as épocas: a questão do poder injusto, do uso da força física. Por isso esta fábula chegou até nós. Quando uma história é muito bem escrita e fala de um assunto que é do interesse de todas as pessoas -- como é o caso de "O lobo e o cordeiro" --, ela é capaz de atravessar os séculos. ¨:::::::::: Quem Inventou o Aplauso? Ninguém sabe ao certo. De acordo com uma das teorias mais bizarras, ele teria surgido entre os homens das cavernas como forma de comemorar caçadas bem-sucedidas. A princípio, nossos antepassados celebrariam o banquete dando cabeçadas uns nos outros, até que, finalmente, algum sujeito cansado dos galos na cabeça sugeriu a troca da dolorosa celebraão. A versão mais plausível, contudo, aponta que o surgimento do aplauso, ocorrido há cerca de 3 mil anos, teria conotaão religiosa: seria o instrumento usado por membros de tribos pagãs para chamar a atenão dos deuses nos rituais. Mais tarde, na Grécia antiga, a plateia de espetáculos teatrais passou a usar as palmas para invocar os espíritos protetores das artes. Já no Império Romano, o gesto começou a ser utilizado também como sinal de aprovaão a autoridades que faziam apariões públicas. Por volta do século XVIII os franceses inventaram a claque teatral: grupo de pessoas previamente contratadas por um artista espertalhão para aplaudir seu espetáculo. Mas nem sempre um aplauso é sinônimo de elogio. Com o tempo, as palmas ganharam significados bem variados, como você pode conferir abaixo. Os modos variados de elogiar ou não alguém com o aplauso: Bater palmas lenta e sincronizadamente é um sinal irônico para mostrar desaprovaão ao espetáculo. Bater palmas num crescente é a maneira de "avisar" um artista enrolão que está na hora de começar o show. Estalar o polegar e o dedo médio em ambientes refinados -- diga-se, pedantes -- é considerado um modo mais elegante de aplaudir. Bater os dedos de uma mão contra a palma da outra é outra forma sarcástica de aplauso. ¨::::::::: Conhecendo nossos Escritores José Bento Monteiro Lobato (1882-1948), era paulista de Taubaté. A chácara do Visconde de Tremembé (seu avô), onde nasceu, é conhecida, hoje, como Sítio do Pica-Pau-Amarelo e foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Foi preso e condenado a seis meses de prisão, por expor suas ideias políticas ao então ditador Getúlio Vargas (1941), sendo libertado após 90 dias por intervenão de amigos. Foi o criador da nossa literatura infantil: em 1919 publicou "Ideias de Jeca-Tatu". Principais obras na literatura infantil: "Reinaões de Narizinho", "Viagem ao Céu", "O Saci", "Caçadas de Pedrinho", "Emília no País da Gramática", "Geografia de D. Benta", "O Poço do Visconde" (1944). ¨:::::::::: O Homem Produz Objetos Metálicos Idade do ferro -- 1200 a.C. -- O metal abundante que reinou no lugar do bronze -- A produão do ferro começou na região da Anatólia (a mesma do cobre). Sua descoberta também é um mistério. Uma hipótese é a de que, involuntariamente, rochas com minério de ferro tenham sido colocadas em fornos para auxiliar no derretimento de outros metais, deixando pedaços de ferro derretido como resquício. Seja como for, o ferro se espalhou rapidamente, trazendo impactos profundos. Por exemplo, impulsionou a formaão das primeiras cidades. Idade do Cobre -- 8000 a.C. -- Início da história da metalurgia -- A jornada da metalurgia começou com a descoberta do cobre na Anatólia (atual Turquia). Mas nos primórdios o processo de fundião ainda não existia. Os objetos eram moldados só na base da pancada. Acredita-se que a inauguraão da metalurgia propriamente dita tenha ocorrido totalmente por acaso. A teoria mais aceita é a de que, por acidente, um minério de cobre tenha caído nas brasas de uma fornalha; o "heureca" se deu quando alguém notou o derretimento e o posterior endurecimento do material numa forma diferente. Idade do Bronze -- Nova era de força e durabilidade -- O bronze -- liga de cobre e arsênio ou de cobre e estanho -- foi inicialmente produzido na região da Mesopotâmia (atual Oriente Médio). Acredita-se que sua descoberta também tenha sido acidental: quando ferreiros lançaram ao fogo um minério de cobre que, por sorte, estava "contaminado" por arsênio ou estanho. A presença desses compostos aumentou bastante a durabilidade do cobre, fazendo do bronze um metal muito mais duro e resistente. A introduão do bronze surtiu tal efeito no mundo que é o marco definitivo para o fim da Idade da Pedra. O Homem de Cobre -- Com vocês, Ötzi, o mais antigo representante conhecido da era dos metais -- Em 1991, a descoberta do corpo congelado de um homem numa geleira no vale de Ötzal, nos Alpes Austríacos, deixou a comunidade científica em polvorosa. Tratava-se do representante mais antigo da era dos metais de que se tinha notícia. Apelidado de Ötzi, o "homem de cobre" viveu por volta do ano 3350 a.C. e trazia vestígios para comprovar sua procedência "metálica": um machado com lâmina de cobre e fios de cabelo com traços de arsênio. As análises científicas revelaram outros detalhes de sua vida, assim como de sua morte violenta. Uma ponta de flecha de pedra lascada encontrada em seu ombro, por exemplo, mostrou que Ötzi passou seus úl- timos momentos tentando -- em vão -- fugir de perseguidores. ¨:::::::::: Não custa Saber Qual é a forma mais adequada à frase? 1. O problema será resolvido. (a nível ou em nível) federal. R: Em nível. 2. Cheguei antes (dele ou de ele) sair. R: De ele. 3. Ele dormiu (ao ou no) volante. R: Ao volante. 4. Ele ficou (ao ou no) sol. R: Ao sol. 5. Ele entrou (de ou em) férias. R: As duas formas estão corretas. 6. Ele ficou (de ou em) pé. R: As duas formas estão corretas. 7. O Vasco ganhou (de ou por) 3 a 0. R: Por 3 a 0. 8. O depósito fica (junto à ou junto da) estrada. R: As duas formas estão corretas. 9. O problema só será resolvido (junto à ou com a) gerência. R: com a gerência. 10. conseguimos um empréstimo (junto ao ou no) Banco Mundial. R: No banco. ¨:::::::::: Primeiros Versos Varal de Poesia O hábito de fazer poemas tem uma longa história. Começa com os gregos antigos que, muito antes de nós, já haviam descoberto a importância das artes e da poesia na vida dos homens. Foram os primeiros a dividir a literatura em três grandes gêneros: o lírico, o dramático e o épico. O gênero lírico era a mais direta expressão da alma: Falava do amor e da tristeza, da dor e da alegria. O dramático é o que hoje chamamos teatro. Encenava os conflitos da sociedade, às vezes de um modo sério (tragédia) e às vezes de um modo cômico (comédia). O poema épico era o que cantava as guerras e as conquistas da pátria, exaltava o povo grego e marcava sua identidade cultural. Era assim "A Odisseia de Homero", o mais importante poeta dos gregos. No tempo de Homero não havia escrita. E durante alguns séculos seus longos poemas foram transmitidos oralmente, pelos aedos, pessoas com uma capacidade de memorizaão que espantaria qualquer um de nós. ¨ :::::::::

Nosso Brasil Palco da História Cada cidade tem seus segredos. A parcela invisível dessa vila está nas boas histórias. Longe de duvidar. O Chafariz de São José, de 1749, tem três fontes: uma para beber, outra para lavar roupa e a terceira a serviço dos cavalos. A imagem que encima o chafariz é a única que se conhece de São José das Botas. Conta-se também que os escravos nem ali podiam ficar sem fazer nada, indício de que paqueravam as lavadeiras, atrapalhando o serviço. Mas os escravos eram gente séria e obreira. Foram eles que, à noite, e às escondidas de seus senhores, edificaram a igreja do Rosário dos Pretos. No interior dela, três altares são dedicados aos santos negros: Benedito, Antônio de Cartagerona e Elesbão. Era também na moita que, na casa do Padre Toledo, hoje museu, se reuniam os inconfidentes mineiros, verdadeiros patriotas, para criar o primeiro grande racha contra a coroa portuguesa, voraz sugadora da terra descoberta. Entre eles, Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, nascido em 1746 na Fazenda Pombal. ¨:::::::::: Igreja da Penha Renato Lemos A primeira igrejinha foi erguida ali em 1675 por um certo capitão Baltasar de Abreu Cardoso, o português proprietário das terras que iam até o Caju. Acostumado a subir ao alto do morro (a tal penha, ou pedra, que deu origem à designaão da santa) para apreciar a sua propriedade, um dia ele foi mordido por uma cobra. No desespero, recorreu à Nossa Senhora ("Valhei-me, Nossa Senhora", é o que, diz a lenda, ele teria gritado), sendo mila- grosamente salvo por um lagarto predador de cobras. Cardoso resolveu erguer um santuário em homenagem à Virgem. Dali pra frente foram pelo menos quatro grandes obras, sendo que na última, em 1900, foram erguidas as torres que agora serviriam como ponto de observaão para os traficantes. O resto é história feita de fé, devoão e, claro, muito peregrino com o joelho ralado nos degraus. Do pé ao topo são 382 degraus esculpidos na própria pedra em 1819 -- ou três minutos no bondinho pelo plano inclinado, para os menos dispostos. O bondinho, com capacidade para 25 pessoas, sai de graça. Ainda assim, a maioria das pessoas prefere a escadaria. A nave central, com apenas 15 bancos de cada lado, é limpa e pintada de azul e branco. Há poucos enfeites. Uma bandeira do Brasil e outra de Portugal no altar. Um vento fresco circula pelas portas laterais e pela principal, que dá para o pátio maior. Nos dias de procissão -- primeiro domingo de cada mês -- o povo circula pelas laterais e enche o lugar com estandartes e flores. A igreja é um dos primeiros pontos da cidade a ser avistado por quem chega no Galeão. ¨:::::::::: Curiosidades Anota aí... A palavra *pencil* -- lápis em inglês -- vem de *penicillus* -- do latim, pequeno rabo ou pincel -- com o qual os romanos escreviam sobre folhas rústicas, o papiro, que vem do grego *pápyros* e originou a palavra papel. Ah, sim, vem do italiano e quer dizer pedra. Antes da borracha, usava-se miolo de pão para apagar a escrita do lápis. A invenão da borracha, como conhecemos hoje, foi feita em 1770 pelo engenheiro inglês Edward Naime. A tradião de fabricar lápis pintados de amarelo vem do fato de, no final do século XIX, a melhor grafita do mundo vir da China e, nesse país, essa cor está associada à realeza e ao respeito. Ainda hoje, 70 por cento dos lápis fabricados nos Estados Unidos são amarelos. Torre Eiffel -- Em janeiro de 1888, um manifesto de 380 intelectuais e artistas exigiu a demolião da horrenda monstruosidade que estava sendo construída em Paris. Era a Torre Eiffel, hoje o símbolo da cidade. Tem esse nome porque foi idealizada e construída por Gustave Eiffel. O mar Morto é um mar? -- Não, ele é muito salgado e grande, mas é um lago que fica na Jordânia. Beber água alivia a ardência da pimenta? -- Cuidado: a água só espalha; o que alivia a ardência é mastigar miolo de pão. Faça um pedido à estrela cadente -- Na verdade, o pedido será feito a um meteorito que se queimou ao entrar na atmosfera da Terra. Fruto "light" -- O fruto menos calórico é o pepino, com apenas 16 calorias em cada 100 gramas, isto porque ele é constituído de aproximadamente 97 por cento de água, além de 0,5 a 1 por cento de proteína, 1,5 por cento de carboi- dratos e 0,5 por cento de minerais. Aspirina -- Os princípios ativos da aspirina, a salicina e o salicilato, eram usados 3000 a.C. na Mesopotâmia contra a cefaleia. Ambas são extraídas da casca do salgueiro. ¨::::::::: Por que a Vaca Sagrada na Índia? Martinho Massao Omura A santidade da mimosa é um dos preceitos da religião hindu. Textos sagrados, como os Vedas, compilados por volta de 1500 a.C, associam o animal à fertilidade e a divindades como Krishna, que teria sido pastor. O hinduísmo sofreu ainda a influência de outra crença, o jainismo, que prega o vegetarianismo e a não-violência. Assim, associada à figura materna por fornecer leite, a vaca também virou objeto de devoão por suas qualidades simbólicas, como humildade e docilidade. Para ter uma ideia do *status* da ruminante, ela é considerada mais "pura" que a casta mais elevada da sociedade indiana: os brâmanes (sacerdotes). Não à toa, na maioria dos estados indianos o abate desse animal é proibido e, para desespero de muitos guardas de trânsito, ela pode circular com desenvoltura pelas ruas sem ser incomodada. Mas a adoraão da mimosa não é uma unanimidade na Índia. Embora cerca de 80 por cento da populaão seja hindu, há milhões de devotos de outras crenças, como cristãos e mulçumanos, que não cultuam a vaca. Seja como for, todo mundo respeita o animal por lá, e, como você pode ver abaixo, até seus excrementos são usados em rituais! Santa multiuso -- Até o xixi e as fezes das vaquinhas são usados em rituais de purificaão. No couro dos outros é refresco -- Para a alegria dos mais de 200 milhões de vacas indianas, devido à proibião do abate do animal em quase todo o país, a maior parte do couro utilizado na Índia vem de cabras e búfalos, deixando o gado em terceira posião. Caubóis do asfalto -- A superpopulaão bovina nas cidades -- onde as vacas "pastam" entre carros, anarquizando o trânsito já caótico -- criou até uma profissão: os caubóis urbanos. Eles caçam as desgarradas com laços, mas têm de driblar os hindus radicais, que atiram pedras nos "molestadores" das mimosas. Mcvegetal -- As mais de cem lojas do McDonald's espalhadas pela Índia contam com dois menus: um vegan radical, cuja maionese nem leva ovos e os hambúrgueres são de vegetais, e outro que inclui frango e peixe. Carne de vaca nem pensar! Asilo ruminante -- Para cuidar de vaquinhas atropeladas, idosas ou doentes, muitos indianos largam seus afazeres e criam hospitais e casas de repouso para onde os bichos são levados e passam o resto de seus dias pastando na boa. Aproveitamento total -- Além de servir como alimento, o leite e seus derivados, como manteiga, são usados em oferendas e cerimônias de purificaão. Já o esterco, depois de seco, pode virar lenha em rituais. Há até um refrigerante feito de urina de vaca e que promete curar doenças! ¨ :::::::::::

Qual o Impacto das Aões Humanas sobre os Oceanos? William Lopez Coelho Uma pesquisa recém-divulgada pela revista "Science" mostrou que 41 por cento dos oceanos já foram afetados pela aão do homem. As áreas mais degradadas são o Mar do Caribe, o Mar do Norte, o Mar Mediterrâneo e as águas que vão do entorno do Japão até a Austrália. Um exemplo da Science gradaão neste último trecho é a Grande Barreira de Corais australiana, que pode sumir se a devastaão continuar. Somente por lá vivem mais de 12.000 espécies de peixes, moluscos e crustáceos. O ciclo de destruião desemboca nos oceanos, mas tem início longe do litoral. Quase todos os rios carregam poluentes das cidades por onde passam. E 80 por cento disso chega aos oceanos sem tratamento. A isso se somam a pesca predatória, a poluião gerada pela navegaão e outros fatores. Resultado: quase 40 por cento das espécies marinhas correm o risco de perder até 90 por cento da populaão original até 2050. E o aquecimento global? Ele piora as coisas. A elevaão da temperatura das águas mata diversos tipos de corais, que servem de alimento para caramujos e crustáceos, sem contar que a água salgada degelada acaba invadindo fontes doces e prejudicando o abastecimento de populaões. ¨:::::::::: Passaporte Maria Carolina Cristianini Viagens ao exterior só eram autorizadas por salvo-condutos emitidos pelos reis. Dá um certo trabalho, mas tirar passaporte é uma atividade muito comum. Todos os dias, só no Brasil, são emitidos 5 mil documentos que autorizam pessoas a viajar para o exterior. Nem sempre foi assim. Embora documentos para viajar, chamados de salvo-condutos, existam há tempos, na Antiguidade era preciso autorizaão de soberanos para conseguir um. Um dos primeiros registros dessa prática está na Bíblia, no Livro de Neemias. No texto, datado de cerca de 450 a.C, Neemias pede ao rei persa Artaxerxes I cartas de apresentaão que lhe dessem segurança para ir até Judá. Já na Roma antiga, só quem estava em missão oficial recebia o documento. E entrar no império também era difícil. "Pessoas de fora só eram admitidas se justificassem a vinda e passassem por uma vistoria dos soldados", diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Durante a Idade Média, só era permitido transitar entre os diferentes territórios com autorizaão do senhor feudal. Apenas no século XVI, o termo passaporte, que significa passar por um porto ou portão, começou a ser usado em permissões de viagem dadas a emissários de governos. No século XIX, a melhoria nos transportes, trazida pela Revoluão Industrial, fez aumentar o número de viagens e a emissão de passaportes. Para facilitar a identificaão, na falta da foto, que só apareceria nos documentos a partir do começo do século XX, os britânicos incluíam descriões físicas, como o tamanho do nariz. Até então, o passaporte abria caminhos, mas não era obrigatório. A fiscalizaão só cresceu com o aumento da imigraão, entre o fim do século XIX e o começo do XX, quando vários países, como os Estados Unidos, passaram a exigir documentaão de estrangeiros. Na Primeira Guerra Mundial, tal controle se tornou uma necessidade militar para a segurança dos países. Terminado o conflito, a Liga das Naões fez, na década de 1920, duas conferências para padronizaão do passaporte. Foi quando o documento ganhou o formato atual. ¨::::::::::: Conhecendo o Mundo Bosques de Paris Existem cerca de 340 hectares de parques e zonas verdes em Paris, sem incluir os extensos bosques de Boulogne e de Vincennes, que ocupam cerca de 2.000 hectares nas redondezas da cidade. Dois parques dignos de uma visita são os "Jardins des Tuileries" e o "Jardin de Luxenbourg", ambos no coraão de Paris. O terreno ocupado pelo primeiro foi comprado pela Rainha-Mãe, Catarina de Medici, em 1562, com o objetivo de acrescentar um jardim de estilo italiano ao seu novo castelo, situado ao lado do Louvre. Hoje é uma espécie de museu ao ar livre, com flores, tanques e estátuas. O Jardin de Luxembourg foi obra da segunda rainha Medici, Maria, que em 1612 encomendou a construão de um palácio com jardins para o seu próprio prazer. O parque, aberto do amanhecer ao anoitecer, é o lugar ideal para crianças, com passeios de cavalinhos, um carrossel, um pomar de maãs e peras, piscinas, bancos e um café com um terraço sob as árvores, o lugar perfeito para um descanso à sombra num dia de calor. Paris é também uma cidade de igrejas espetaculares, que marcaram o desenrolar da História. Ao subir às torres da catedral de Notre Dame, a igreja dominante e mais histórica da cidade, pode-se contemplar suas famosas gárgulas. Do alto, a obra-prima medieval também oferece uma vista impressionante de Paris. Decorada com magníficos vitrais, a Sainte Chapelle ergue-se como uma joia arquitetônica; foi construída por Luís IX (1226-1270) para abrigar o que se julgava ser a coroa de espinhos de Cristo e fragmentos da Verdadeira Cruz. Sob a abóbada da igreja barroca *du Dome*, em Les Invalides, jazem os restos mortais de Napoleão em meio a um esplendor imperial. ¨ :::::::::::

Ameno e Instrutivo A África Vista do Céu Estamos no voo de número 3.112, do piloto texano Joe Brown, a bordo de um balão de 5.500 metros cúbicos de ar aquecido a gás propano. E se você acha Incrível que um comandante anote a quantidade de vezes em que ergueu um balão, diga lá: o que não é Incrível quando se está no meio da África, na fronteira do Quênia com a Tanzânia, a bordo de uma (quase) incontrolável aeronave de almanaque, prestes a sobrevoar uma savana infestada de grandes animais selvagens? Se você souber de uma ou duas experiências mais fascinantes do que essa, por favor escreva para a Redaão. Mas antes saiba que o voo 3.112 ocorre justamente no momento em que o Sol se levanta Iluminando o Monte Killmanjaro, em pleno período da Grande Migraão. Assim se chama a época seca nessa região em que cerca de 2 milhões de elefantes, zebras, antílopes, gazelas, girafas, gnus, búfalos, leões, leopardos, rinocerontes e outros gigantes cruzam, em procissão, o Parque Nacional de Masai Mara em busca de paragens mais férteis ao norte. Sobre eles -- algumas vezes quase a ponto de tocá-los -- viaja nosso balão com seis passageiros embasbacados e um piloto de olhar ligeiramente enlouquecido. A luz ainda é baixa e os fotógrafos amaldiçoam os retratos perdidos, enquanto quase se jogam da cesta, no meio da manada. Os jipes de apoio nos seguem em algum lugar, mas ninguém a bordo pensa em outra coisa a não ser no privilégio incomparável de participar do imparticipável. Mas eis que um vento nordeste começa a nos afastar da mar- cha. Joe Brown sobe em busca de novas correntes -- e nada feito, estamos à deriva, rumo à Tanzânia, onde nem sequer poderemos entrar. "Pouso forçado! Abaixem-se!", avisa o piloto, pouco antes de jogar o cesto ao chão, para uma série de cambalhotas e a parada final. Os jipes chegam cinco minutos depois, com champanhe e canapés. Pode? ¨::::::::: Por que Temos a Impressão de Ouvir o Barulho do Mar quando Encostamos o Ouvido em uma Concha? Com seu interior semelhante a um labirinto em espiral, a concha funciona como uma caixa de ressonância, que concentra e amplifica os sons, produzindo um efeito apenas parecido com o barulho do mar. Esse fenômeno, conhecido como reverberaão, é a soma dos vários ecos gerados dentro da concha. "Ela está, na verdade, captando os sons residuais do ambiente, aqueles que não são registrados normalmente porque se propagam em todas as direões; isto é, passam direto pelo ouvido". As ondas sonoras repercutem dentro da concha, refletindo em suas paredes como a fala de alguém numa caverna. Vale lembrar que a reverberaão não surge do nada: se estivermos em um compartimento fechado, em silêncio absoluto, não adiantará levar a concha ao ouvido. ¨::::::::::: É Útil Saber Aviador Santos Dumont realizou, há um século, o primeiro voo a bordo de um dirigível -- Cem anos antes do ataque às torres do World Trade Center, a populaão de outra capital mundial assistiu atônita ao voo de uma aeronave: foi em Paris, no dia 19 de outubro de 1901, quando o brasileiro Santos Dumont contornou a Torre Eiffel, pilotando o seu dirigível n.o 6, em um voo de 29 minutos e 30 segundos. O feito foi registrado como o primeiro voo mecânico do mundo em um aparelho mais pesado do que o ar. Pacifista e idealista, o aviador brasileiro não resistiu à utilizaão bélica de seu invento e se matou, 31 anos depois, no hotel La Plage, no Guarujá (SP). "Acho que se Santos Dumont estivesse vivo, ele se mataria de novo vendo essa cena na TV", diz Pedro Azambuja, presidente da Federaão Nacional dos Aeronautas e Aeroviários. O aviador se enforcou no quarto do hotel depois de ver o seu invento usado para lançar bombas na Revoluão Constitucionalista, em 1932. A causa mais aceita do suicídio é a depressão aliada à esclerose múltipla, doença que Dumont tinha há mais de 20 anos. A tecnologia de Dumont é utilizada até hoje -- o advento da aviaão foi uma das mais revolucionárias descobertas do século passado. "Mesmo com os avanços tecnológicos, a construão de todos os modelos de avião ainda é baseada nos princípios básicos demonstrados pela primeira vez por Dumont", conta Azambuja. O astrônomo Ronaldo Mourão concorda. "Dumont nos deu a dirigibilidade no voo. Antes dele, os balões só voavam para onde a corrente de ar os levava", conta. "Ele também foi o primeiro a fazer o avião decolar por si próprio. Os irmãos Wrigth, que muitos americanos acreditam ter inventado o avião, precisavam da ajuda de uma catapulta", acrescenta. Na opinião de Azambuja, o desenvolvimento da aviaão brasileira deve muito ao insentivo do pai da aviaão. "Ele sempre fez questão de estimular o uso das aeronaves no Brasil. Sem ele, possivelmente as empresas de aviaão nacional não concorreriam, hoje, em pé de igualdade com as do primeiro mundo", explica. Santos Dumont também deve ser lembrado como um pesquisador humanista. Nunca registrou uma patente, pois queria que o seu invento fosse utilizado pelo bem da humanidade. "Dia do Aviador -- 23 de outubro" ¨ *** Um cartão-postal -- Em 1931, o dia 12 de outubro ainda não era feriado nacional, mas o Rio de Janeiro parou para assistir à inauguraão da estátua do Cristo no alto do Morro do Corcovado. Considerada uma obra audaciosa para a época, pois juntou engenharia, arquitetura e escultura, a imagem foi desenhada pelo pintor e gravador brasileiro Carlos Oswald e projetada pelo escultor francês Paul Landowski. Os moldes em gesso da cabeça e das mãos foram feitos em Paris e vieram para o Brasil em dezenas de pedaços numerados para serem montados e moldados em cimento armado. O corpo e os braços, ocos, são obra de engenharia e arquitetura e seguiram a maquete do projeto original. O conjunto, depois de pronto, totalizou 1.145 toneladas em seus 38 metros de altura. Apesar de inaugurada na década de 30, a história do Cristo do Corcovado começou na época do Império, com a idealizaão de um monumento que simbolizasse a fé cristã dos brasileiros. Mas o projeto só saiu do papel em 1921, quando se decidiu pela localizaão da estátua no Corcovado. Após uma campanha de arrecadaão de fundos, as obras tiveram início em 1927, e todo o material empregado na construão teve que subir o morro através de um complicado sistema de cabos. O grande feito da inauguraão foi o sistema de iluminaão da estátua, acionado da Itália por Guglielmo Marconi. Mas o sinal de rádio enviado pelo inventor do telégrafo sem fio não funcionou totalmente, pois chegou fraco ao Brasil e teve que ser amplificado para chegar até o Corcovado. Apesar de tombada em 1973, a estátua do Cristo Redentor resistiu abandonada ao tempo até sua restauraão em 1990, um trabalho que durou sete meses. A festa de reinauguraão foi no dia 10 de dezembro do mesmo ano, com uma missa e um show de fogos, deixando o monumento-símbolo do Brasil prontinho para a sua festa dos 60 anos, em 1991, e as outras que vieram a seguir. Atualmente o monumento é uma das 7 maravilhas do mundo moderno. "Inauguraão do Cristo Redentor -- 12 de outubro" ¨ *** Em 15 de novembro comemoramos a Proclamaão da República. Nesta data, há 121 anos, o marechal Deodoro da Fonseca entrou no Quartel- -General do Exército (hoje Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste, no Rio), montado num cavalo e terminou com o último Gabinete da Monarquia, em reunião no local. O sistema monárquico de governo já não tinha apoio da Igreja, nem dos militares, nem das lideranças civis, e antigos senhores de escravos. Essa insatisfaão generalizada enfraqueceu a monarquia e o gesto do marechal Deodoro foi o marco decisivo para implantar a República (sistema de governo em que um ou vários indivíduos eleitos pelo povo exercem o poder supremo por tempo determinado). Marechal Deodoro marcou o início de uma nova era no país, a partir do ano de 1889, mas a era republicana se firmou de fato com o marechal Floriano Peixoto, seu sucessor. Marechal Deodoro nasceu em Alagoas, em 1827, combateu revoltas contra o Império e lutou nas guerras do Prata e do Paraguai. "Dia da Proclamaão da República -- 15 de novembro". ¨ *** Quem sou?... Mantenho vivo em muitos coraões o encanto e ilumino as suas noites com sonhos repletos de magia. Reúno famílias em torno de mesas fartas, onde não falta a prece, gratidão que alimenta os espíritos. Lembro que é com o próximo, mais próximo, ou com o parente com quem não nos afinamos, que iniciamos o nosso curso de fraternidade. Em lares ou orfanatos faço crianças desnutridas e tristes arregalarem os olhos e sorrirem com admiraão. Nos asilos faço os velhos reviverem o passado e alegro seus coraões solitários e saudosos. Entro em hospitais e ajudo corpos e espíritos fracos a sentirem a presença e o Amor de Deus, aliviando a sua dor física e espiritual. Faço o avarento abrir a mão e ofereço-lhe a oportunidade de dar algo e receber luz em sua alma. Convido o esbanjador a parar, por um momento, no seu caminho desenfreado de consumir egoisticamente, e enviar aos que o amam um presente ou um cartão, que certamente provocará neles a emoão de terem sido lembrados. Subo morros carregando bolsas cheias e visito recantos escuros e esquisitos, deixando nas pessoas alegria e fé na bondade do mundo. Visito celas sombrias e levo, a mulheres e homens marcados pela revolta e o arrependimento, a esperança num mundo melhor, pois nem tudo está perdido. Enfim, de várias formas, com muita gente boa que entendeu o amor ao próximo, durante o ano todo, faço este mundo cansado pensar, sentir Deus e, por breves momentos, esquecer as coisas ruins e deixar entrar em seu íntimo a certeza de que o amor existe, de que o amor é Deus, e de que sem amor não se vive, nada se faz e nada se é. Eu sou o espírito do natal. Eu sou a irmã e amiga que tem certeza de que é assim que vocês sentem a festa Magna da Cristandade e, com muita alegria, lhes deseja. Feliz Natal!!! "Natal -- 25 de dezembro". ¨::::::::: O Dicionário Esclarece anfitriões -- os que recebem convidados autônomas -- que não dependem de outros baia -- boxe de cavalos beduínos -- árabes do deserto bizarras -- extravagantes; esquisitas compilados -- reunidos (textos) num volume, grande ou pequeno épicos -- que dizem respeito aos heróis gnomo -- espírito feio e de baixa estatura que, segundo crendices, vive no interior da Terra grafita -- carbono puro, usado na fabricaão de lápis hipótese -- suposião; eventualidade plausível -- razoável; admissível resquício -- indício; vestígio sarcástica -- escarnecedora savana -- planície das regiões tropicais de longa estaão seca, com vegetaão característica ¨:::::::::: Fontes de Pesquisa Jornal do Brasil Jornal O Dia Livro Oraão dos Animais Livro Professor Pasquale Livro Varal de Poesia Revista Expressions Revista Galileu Revista Mundo Estranho Revista National Geographic Revista Sendas Revista Superinteressante Revista Prhama ¨ ::::::::::