õieieieieieieieieieieieieieieo õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano L -- n.o 335 o õ abril-junho de 2010 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ Tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O Cisne e o Corvo ::: 1 A Lenda do Gua- raná ::::::::::::::::::: 3 A Neve ::::::::::::::: 4 Divertimentos: O que É, o que É? ::: 6 Só Rindo ::::::::::::: 11 Vamos Aprender ::::::::: 14 Para você Recitar: Oração do Rato ::::::: 14 Zoologando: O Egagro ::::::::::::: 15 Historiando: Dragões ::::::::::::::: 17 Seção Juvenil Narrando a História: Cimento ::::::::::::::: 19 Ovídio, Virgílio e Cícero :::::::::::::::: 21 O Homem dos Besouros :::::::::::::: 22 Como o João-de-Barro Constrói sua Casa? ::: 24 Conhecendo nossos Escritores: Darcy Ribeiro :::::::: 26 Não custa Saber :::::::: 28 A Perda de uma Mãe :::: 29 Nosso Brasil: A Missa Sincrética do Pelourinho ::::::::: 31 Parlez-Vous Français? ::::::::::::: 32 Curiosidades :::::::::::: 35 Ecoando: Flamingos ::::::::::::: 39 A Maldita Sexta- -Feira 13 :::::::::::: 40 Conhecendo o Mundo: Kunas, os Donos do Paraíso ::::::::::::::: 42 Como Surgiram o Passa- porte e o Visto? :::::: 44 Ameno e Instrutivo: Alfabeto Grego ::::::: 46 Os Cumprimentos :::::::: 47 É Útil Saber: São Jorge -- o Santo Guerreiro ::::::::::::: 53 Os Ciganos ::::::::::: 57 Festas Juninas ::::::: 58 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 62 Fontes de Pesquisa ::::: 64 Ao Leitor :::::::::::::: 64 ¨ :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O Cisne e o Corvo Era uma vez um corvo negro que queria ser um cisne branco. Esse corvo vivia, como os outros corvos, numa árvore. Ele tinha uma vida perfeitamente feliz, tendo um ninho resistente onde viver e boa comida para comer, mas não estava contente. Via os belos cisnes voando pelo ar com suas fortes asas, nadando orgulhosamente nos rios, e ficou com desejo de ser um deles. -- Gostaria que minhas asas e meu corpo fossem brancos como os dos cisnes -- disse ele a si mesmo. -- Por que não posso ser como um cisne? É apenas uma questão de tentar com afinco suficiente. Assim, o corvo resolveu transformar-se em cisne. Antes de tudo, foi morar na margem de um rio, como fazem os cisnes, deixando seu ninho quente na árvore. Durante semanas, observou os cisnes flutuando na água e cruzando o céu, tentando lembrar-se de tudo o que eles faziam. Depois, dedicou-se a copiá-los em cada detalhe. Aprendeu a flutuar em água corrente. Todos os dias a ave esfregava suas penas pretas, tentando torná-las brancas. Além disso, comia a mesma comida dos cisnes. Nada funcionou. O corpo do corvo continuou preto. A comida dos cisnes não lhe servia e ele começou a emagrecer. A água tornou suas asas fracas e desgastadas. No final, o corvo se deu conta de que nunca se tornaria cisne. Isso o desapontou de tal maneira que voou para longe do rio e morreu de desgosto. MORAL: Podemos mudar de hábitos, nunca modificar a nossa natureza. ¨*** A Lenda do Guaraná Conta a tradição dos índios Saterê-Mawê que um casal sem filhos desejava muito uma criança. Um dia, o casal pediu que Tupã, o rei dos deuses, lhe desse um filho. Tupã, sabendo que o casal era cheio de bondade, atendeu o desejo, e nasceu um lindo menino, que cresceu bonito e generoso. No entanto, Jurupari, o deus da escuridão, sentia inveja da criança, da paz que ela transmitia. Assim, um dia, quando o menino foi colher frutos na floresta, Jurupari transformou-se em uma serpente venenosa e mordeu o menino, matando-o. A notícia da morte espalhou-se, e, nesse momento, trovões ecoaram e relâmpagos caíram sobre a aldeia. A mãe entendeu que era uma mensagem de Tupã, dizendo-lhe para plantar os olhos da criança, dos quais uma nova planta cresceria dando saborosos frutos. Os índios plantaram os olhos do menino, e no lugar cresceu o guaraná, cujas sementes negras, cercadas pela polpa branca, lembram olhos humanos. ¨*** A Neve No cume de uma montanha muito alta, havia uma pedra e, na borda da pedra, havia um floco de neve. A neve olhou para o universo em torno e pôs-se a pensar consigo mesma: -- As pessoas devem achar que sou convencida e presunçosa, e é verdade! Como pode um pedacinho de neve, um mero floco de neve, como eu, permanecer aqui no alto sem sentir vergonha? Qualquer pessoa que olhe para esta montanha pode ver que todo o resto da neve está mais embaixo. Um pequenino floco de neve, como eu, não tem direito a alturas tão vertiginosas, e chego a merecer que o sol faça comigo o mesmo que fez ontem com meus companheiros, derretendo-me com um simples olhar. Mas vou escapar à justa ira do sol descendo para um nível mais apropriado para alguém tão pequeno como eu. Ao dizer isto, o pequenino floco de neve, rígido de frio, atirou-se do alto da pedra e rolou para baixo do cume da montanha. Porém quanto mais rolava, maior se tornava. Em breve transformou-se numa grande bola de neve e depois em avalanche. Finalmente parou numa colina, e a avalanche era tão grande quanto a colina que ficava por baixo dela. E por isso, quando chegou o verão, essa foi a última neve a ser derretida pelo sol. Esta fábula é para os humildes, pois eles serão exaltados. ¨:::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. Qual foi a primeira fórmula que um cientista inventou? R: A fórmula 1. 2. Quem é que passa o dia de cabeça para baixo? R: O morcego. 3. Um prédio se chama Brasil; cada andar é um Estado. Como se chama o elevador? R: Apertando o botão. 4. Quem precisa de uma mãozinha para trabalhar? R: A manicure. 5. Como é que o homem invisível chama seus parentes? R: Transparente. 6. Qual é a diferença entre um dedo no nariz e uma televisão nova? R: O dedo pega mal e a TV pega bem. 7. Qual programa as ostras gostam de ver? R: Ostrapalhões. 8. O que as ostrinhas querem ser quando crescer? R: Ostranautas. 9. O que a ostra falou para o garçom que lhe atendeu mal? R: Não venho ostravez aqui. 10. Qual a diferença entre o porco e a rua? R: Porco tem lombinho e rua, lombada. 11. Por que o louco colocou água no computador? R: Para navegar na rede. 12. Se vem da cobra, pode matar; do navio, pode salvar. O que é? R: O bote. 13. O que sai do cruzamento de um urso polar com um canguru? R: Uma bolsa térmica. 14. São irmãos tão parecidos que, quando um erra, todos erram também. R: Os botões da camisa. 15. Onde você pode encontrar solidariedade? R: No dicionário. 16. Por que o cachorro resolveu ligar o ventilador? R: Para não virar hot dog. 17. O que é que, quando está branco, está sujo e, quando está preto, está limpo? R: O quadro-negro. 18. Temos forma de oito e braços nas pontas. Somos usados pelos novos e, mais ainda, pelos idosos. Quem somos? R: Os óculos. 19. Quando é que se abre a porta aberta? R: Quando a Berta bate à porta. 20. O que enche uma casa mas não enche uma mão? R: O botão. 21. Qual o presente que, quando se ganha, dá vontade de chutar longe? R: A bola. 22. O que há no meio da uva? R: A letra V. 23. Qual a semelhança entre um trabalhador que ganha salário mínimo e um contorcionista de circo? R: Ambos se viram para sobreviver. 24. O que é que, onde quer que se meta, fica no mesmo lugar? R: O nariz. 25. Não é palhaço nem piada, mas faz todo mundo sorrir. R: A máquina fotográfica. 26. O que acontece se uma girafa cruzar com um porco-espinho? R: Uma escova de dentes. 27. O que acontece com o lápis quando ele cai? R: Ele fica desapontado. 28. Por que o elefante não consegue tirar carteira de motorista? R: Porque ele vive dando trombadas. 29. Por que os médicos se vestem de verde? R: Eles estão de plantão. 30. Por que a mamãe canguru não gosta de dias chuvosos? R: Porque os filhos brincam em casa. 31. O que é que não é sapatilha mas vive no pé da bailarina? R: Calo. 32. Quando é que a quarta-feira vem antes de terça-feira? R: Quando está no dicionário. 33. De que flor gostam mais os apaixonados? R: O amor-perfeito. 34. Por que aquela moça se parece com abrigo dos pobres? R: Porque dá muita sopa. 35. Como os pais-monstros de um bebê se chamam? R: Papai e mamãe. 37. Por que você faz as suas lições com um lápis? R: Porque o lápis não pode fazê-las sem você... 38. Qual a luva que não tem cinco dedos? R: Luva de boxe. ¨*** Só Rindo Ao saber que meu gato tinha morrido, meu neto de 6 anos perguntou onde ele estaria enterrado. Respondi que seu avô o havia enterrado no jardim. Como filho de aficcionados por jardinagem, ele então perguntou: -- Vai brotar outro gato? Lição da escola O garoto chega da escola e o pai pergunta: -- E aí, filhão? O que foi que você aprendeu hoje lá na escola? Todo animado, o filho responde: -- Papai, aprendi o que é um ladrão! E o pai, demonstrando interesse, diz: -- É mesmo? E o que é um ladrão? -- Por exemplo -- diz o garoto, copiando a fala da professora -- Se eu pego uma nota de cem reais do seu bolso, pai, o que é que você acha o que eu sou? -- E o pai responde: -- Um mágico! No museu A professora reúne sua turma de 1ª série para fazer um passeio cultural pelo Museu Imperial. Ao chegarem ao local, ela comunica aos alunos que não é permitido tocar em nenhuma das relíquias expostas. Joãozinho, menino levado, dá uma escapulida até a sala onde estavam os pertences de Dom Pedro II e logo se senta no trono do imperador. Passa um guarda no corredor e reclama: -- Não pode sentar aí não, garoto! É a cadeira do Dom Pedro! E o menino responde: -- Ué! Quando ele chegar, eu saio! Poeminha Chegou jururu da escola o Joaquim Trazendo seis zeros no seu boletim. Ao ver essas notas, o pai alarmado O filho interpela, perplexo e zangado: -- Por que este zero, este aqui, o primeiro? Como é que foi isto, moleque arteiro? -- É que o professor, pai, é meu desafeto. Foi só porque eu disse que eclipse é um inseto. ¨:::::::::: Vamos Aprender A Palavra Certa é Óculos ou Óculo? Óculos, objeto usado para corrigir a visão ou proteger os olhos contra a luz solar, é palavra plural. Logo, o correto é sempre "os óculos". ¨:::::::::: Para você Recitar Oração do Rato Sou tão cinzento, meu Deus! Lembrais de mim? Sempre vigiado, sempre caçado, Vou roendo mediocremente a vida. Nunca ninguém me deu nada. Por que me acusam de ser rato? Não fostes Vós meu criador? Só peço uma coisa: ficar escondido. Dai-me apenas com que matar a fome longe das garras daquele demônio de olhos verdes. Amém! ¨::::::::: Zoologando O Egagro Vivo na Ásia, em rebanhos de 40 a 50 animais. Sou rápido e seguro, corro ao longo dos caminhos mais difíceis e também sou capaz de dar os saltos mais audaciosos com uma naturalidade incrível. Meu olfato é muito desenvolvido, o que me permite farejar o inimigo a uma distância muito grande e minha audição é excelente (ouço qualquer ruidinho). Posso medir até 1 metro e 50 de comprimento e ter 90 centímetros de altura. Meus chifres são imensos e atingem quase 2 metros, formando um arco que se curva para trás. Tenho barbicha e pelagem fina, curta, áspera, dura, de cor cinzenta e avermelhada. Nos estômagos das fêmeas são encontradas pedrinhas formadas com os pelos e fibras misturados a restos de comida. Minha carne é muito gostosa, podendo ser comida fresca ou conservada, depois de seca, em sal grosso. Por isso, cada vez há menos egagros. Hoje em dia, somos raros nos Jardins Zoológicos. ¨ ::::::::::

Historiando Dragões -- Três Perguntas para Entender Qual a origem desses seres mitológicos? Considerando as origens de pinturas dos aborígenes australianos, esses répteis mágicos e mitológicos “existem” há pelo menos 40 mil anos. Essa longevidade pode explicar sua aparição em quase todas as culturas do planeta. Os mais famosos são o chinês e o europeu. O primeiro lembra uma enorme serpente e o segundo parece um dinossauro com asas de morcego. Até quando acreditou-se que eles existiam? Para dizer a verdade, ainda há muitas pessoas que creem na existência de dragões, especialmente na China, onde são considerados seres profundamente sábios, geralmente instrutores de alguma ciência ou magia. Cientistas atribuem a origem do mito a fósseis de dinossauros ou antigas baleias, que lembram a ossada de uma serpente de grandes proporções. Por que São Jorge matou um dragão? Para converter 15 mil pessoas ao cristianismo. Diz a lenda que num vilarejo da Líbia havia um dragão que exigia ser alimentado em troca de poupar as vidas de todos. Assim que acabaram as ovelhas, jovens donzelas passaram a ser oferecidas, até que um dia a eleita foi a filha do rei. Prestes a ser devorada, a princesa foi salva por Jorge, que capturou o dragão e propôs um acordo: se ele o matasse ali mesmo, todo o vilarejo se converteria ao cristianismo. Dito e feito. ¨ ::::::::::

Seção Juvenil Narrando a História Cimento Surgido no século XIX, o material teve antecedentes nobres. É impossível construir grandes obras duradouras com apenas barro ou pedras. Sem um material que faça a liga entre as peças, nenhuma construção ficaria em pé. Como a humanidade ergue edifícios grandiosos há pelo menos 5 mil anos, pode-se imaginar que os precursores do cimento fossem antigos -- e eficientes. Cimento é um pó fino, com propriedades de aglomeração, que endurece em contato com a água. Para erguer suas pirâmides, os antigos egípcios usavam algo parecido: uma liga formada com gesso calcinado. Já os gregos recorriam a terras vulcânicas, que também ficavam mais resistentes quando umedecidas. Os romanos criaram um produto mais sofisticado que seus antecessores. A própria palavra cimento vem do latim *caementu*. De acordo com o engenheiro e pesquisador Arnaldo Forti Battagin, era assim que se chamava, em Roma, “uma espécie de pedra natural de rochedos e não esquadrejada”. Para melhorar o desempenho, os construtores da cidade, misturavam calcário calcinado com cinzas vulcânicas a areia e pedaços de telha. Dessa forma, criaram uma argamassa durável e resistente. O problema é que o cimento romano era uma espécie de segredo de estado, tão bem guardado que desapareceu com a queda do império. Foi só em 1758 que esse material voltou a evoluir. Nesse ano, o inglês John Smeaton (1724-1792) conseguiu obter uma liga resistente à ação do mar, que foi utilizada para construir um farol. Em 1824, surgiu o cimento tal como o conhecemos nos dias atuais. Seu criador foi outro inglês, Joseph Aspdin (1778-1855). Ele desenvolveu um pó fino que, misturado à água, se tornava sólido. Por ter a cor e a resistência das rochas da ilha de Port- land, na Inglaterra, o material ganhou o nome de cimento Portland. É basicamente a mesma mistura à base de clínquer, composta por sílica e cálcio e usada até hoje em construções. ¨*** Ovídio, Virgílio e Cícero A crença na vida após a morte, tão comum e importante na Roma antiga, levou grandes expoentes do pensamento romano a discutir e defender a metempsicose ou a transmigração das almas. Para o escritor Domério de Oliveira “... célebres figuras da Roma antiga eram notoriamente adeptas da reencarnação. Cícero, Virgílio, Ovídio e o próprio Júlio César defendiam os princípios da imortalidade da alma e do seu regresso à matéria...” ¨*** O homem dos Besouros Josy Fischberg Na casa de Charles Darwin, as coisas funcionavam assim: os filhos rastreavam os caminhos das abelhas; uma governanta ajudava a contar as espécies de plantas; e um serviçal fervia corpos de pequenos ratos para conseguir seus esqueletos para estudo. O inglês Charles Darwin ficou muito famoso por sua teoria da seleção natural e da origem de um ancestral comum. Segundo ele, todos somos descendentes de um animal de quatro patas que viveu há 365 milhões de anos. As estruturas dos ossos de mãos, asas, nadadeiras e patas são parecidas, o que comprova que tivemos um ancestral comum. Os pais de Darwin sempre quiseram que ele fosse médico, mas o menino sempre se interessou muito mais por besouros e outros bichos esquisitos. Sua vida mudou mesmo quando, aos 22 anos, embarcou em uma expedição que durou cinco anos pelo mundo, a bordo de um navio chamado Beagle. Ele pôde explorar toda a América do Sul e esteve, inclusive, no Brasil. Darwin, fascinado, fez muitas anotações e coletou milhares de espécimes que encaixotava e enviava para casa. ¨ :::::::::

Como o João-de-Barro Constrói sua Casa? 1. Tudo começa com a coleta da matéria-prima. Além de barro úmido, retirado do solo, a ave, cujo nome científico é *Furnarius rufus*, usa esterco misturado a palha. A casa é construída em conjunto pelo macho e pela fêmea, que chegam a fazer centenas de viagens no transporte do material. 2. Galhos de árvores, postes e beiradas de casas são os locais preferidos pelo joão- -de-barro para instalar seu ninho, que, em geral, tem formato esférico e cerca de 30 centímetros de diâmetro. Para construir as paredes (de 5 centímetros de espessura), o casal amassa as bolas de barro com os bicos e os pés. 3. Uma engenhosidade do ninho é a divisão em dois cômodos. O acesso ao primeiro se dá pela porta, feita na medida para que a ave entre sem precisar se abaixar. A câmara mais interna, forrada com penas, pelos e musgo, serve para a postura de ovos e acomodação dos filhotes, que ficam a salvo de predadores. 4. Outra peculiaridade da casa é a localização da porta de entrada, estrategicamente posicionada na direção contrária à chuva e ao vento. Até hoje os ornitólogos (os estudiosos das aves) não sabem como o joão-de-barro desenvolveu essa habilidade, que o mantém protegido das intempéries. 5. Após cerca de duas semanas, o ninho fica pronto e a fêmea põe seus ovos. Inexplicavelmente, depois de tanta ralação, o casal só usa o cafofo por um ano, período em que tem até quatro ninhadas. Em seguida, a dupla abandona o lar e começa a construção de um novo! Vá gostar de trabalhar... Fama sem fundamento -- Reza uma lenda popular que o joão-de-barro seria extremamente ciumento e vingativo. Se ele desconfia que está sendo traído, toma uma atitude radical: prende a companheira no ninho, tapando a porta, e deixa a coitada morrer lá dentro. Essa história toda, contudo, não tem o menor fundamento científico. O que não impediu, claro, que ela virasse até tema de uma famosa música caipira. ¨:::::::::: Conhecendo nossos Escritores Darcy Ribeiro A Editora Record lançou "Eros e Tanatos", volume que reúne a poesia do antropólogo e político Darcy Ribeiro (1922-1997). São 60 poemas sobre seus tempos de exílio, a volta ao país, suas casas e temas eternos, como felicidade, solidão e morte. Um dos destaques são os textos dedicados à mulher, amante inveterado que foi. “Em seu formidável legado de lições e saudades, ele deixou um gordo punhado de poemas” revela o jornalista e escritor Eric Nepomuceno. “Mais que um livro de poesia, é uma espécie de conversa íntima, de confissão de amigo, dessas que surgem antes do alvorecer. Uma espécie de inventário dos temores e dos desvarios de alguém que viveu cada segundo da vida com cada um dos poros da pele e da alma.” Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros (MG). Foi reitor da Universidade de Brasília e ministro da Educação e da Casa Civil de João Goulart (1918-1976). Com a revolução de 1964, exilou-se no Uruguai. Voltou ao país em 1968. Pouco depois, foi processado e cassado. Exilou-se na Venezuela, Chile, Peru e França. Publicou 32 livros. ¨::::::::: Não custa Saber No Programa "Mais Você", o jornalista que informou sobre a falta de chuva, o que possivelmente acarretará racionamento de água, disse: -- Esses próximos meses é assim mesmo. Certamente, faltará água. A eterna concordância errada. O verbo (ser) não pode ficar no singular, pois tem que concordar com esses próximos meses. O rapaz deveria ter dito: -- Esses próximos meses são assim mesmo. ¨ ::::::::::

A Perda de uma Mãe A manada de mamutes aproxima-se de um rio. Um filhote segue ao lado de sua mãe, em cujo pelo longo e luzidio ele esfrega a tromba. Um vento seco sopra na relva, como se fosse um mar na estepe com 18 mil quilômetros de extensão -- toda a porção setentrional do mundo na Era Glacial. O longo inverno chegou ao fim. Agora, o canto dos pássaros e o cheiro da terra preta e úmida invadem o ar. Talvez o calor do Sol tenha deixado a mãe mamute mais descuidada e, de repente, ela perdera de vista o filhote. O bebê aproxima-se cada vez mais da água. Então resvala no barranco, escorrega e cai em uma mistura mole de lama, areia e neve derretida. Enquanto tenta se libertar, cada movimento desesperado faz com que ele afunde ainda mais. A lama penetra na boca, na trom- ba, nos olhos. Desorientado, ele começa a arfar, mas, em vez de ar, sua boca fica cheia de lama suja, asfixiando-o. Tentando vomitar, aprisionado em uma voragem de pânico, por fim consegue emitir um grito agudo e medonho, que faz com que sua mãe venha a toda velocidade. O filhote suga a lama até o fundo da traquéia e com isso bloqueia o acesso a seus pulmões. Quando a mãe chega ao barranco, o bebê está parcialmente submerso na gosma gelada, agitando-se e entrando em choque. A mãe berra em desespero junto do barranco escorregadio, atraindo o resto da manada. E, sob o olhar de todos, o bebê desaparece da superfície. Cai a noite. A manada segue em frente, mas a mãe não consegue deixar o local. O luar lança a sombra de seu corpo corcovado sobre o lamaçal. As estrelas reluzem no firmamento gélido. Pouco antes da aurora, a fêmea lança um derradeiro olhar ao ponto em que a terra engoliu seu bebê, faz meia-volta e segue para o norte, atrás da manada, na direção das pastagens de verão. ¨:::::::::: Nosso Brasil A Missa Sincrética do Pelourinho Quem entra para o serviço das 18 h de terça-feira na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, em Salvador, nota que tudo é muito diferente. A batina do padre tem desenhos afro. Os atabaques ecoam pelas centenárias paredes, junto com canções de inspiração africana. Na homilia, ou sermão, o padre fala do continente negro. Sentados nos bancos, muitas pessoas usam trajes iguais aos que vestem no terreiro. A missa das terças no Pelourinho é o retrato mais bem acabado do sincretismo religioso (quando elementos de duas ou mais religiões se encontram) de Salvador. Seu palco não poderia ser mais adequado: a igreja levou quase 100 anos para ser construída, de 1704 a 1796, já que os escravos que a fizeram, só podiam trabalhar no (pouco) tempo livre que tinham. Em tempo: chegue mais cedo para pegar um lugar junto ao corredor e apreciar a passagem das oferendas. ¨::::::::: Parlez-Vous Français? Mary Del Priore Desde a vinda da família real para o Brasil, em 1808, foi grande a influência da França entre nossos antepassados. Novos hábitos invadiram o cotidiano e produtos importados de Paris ganharam as prateleiras. Viajantes que chegavam à Rua do Ouvidor, na Corte, sentiam-se na Rua Vivienne. Ali, em 1817, o negociante francês Carlos Durand, por exemplo, anunciava novidades: água de Cologne, diversas essências e vinagres para toucador, luvas, suspensórios, sabão, leques de toda a sorte, escovas e pentes de todas as qualidades, sapatos e chinelas para homens e senhoras em seda e marroquim, caixas de costura, chapéus de palha, castor ou seda, penachos, fitas, filós e flores artificiais. Palavras francesas ganhavam espaço nos anúncios de jornal: “No salão do maitre-coiffeur, se quiser cortar o cabelo, será conduzido a um gabinete de espelhos onde poderá fazer o corte *á française* ou *á anglaise*. (...) César, o maitre-tailleur, acaba de instalar seu atelier duplo, apresentando os tecidos mais elegantes, recém-chegados de Paris”. Onde também se anunciavam prestadores de serviços: “mancebo francês” para dar a “famílias, lições de francês com perfeição gramatical” ou “Auguste, cozinheiro francês”. Ou ainda “pintor de miniatura, chegado proximamente de Paris ou veterinário “para curar cavalos, bois e cachorros, e outros animais que lhe forem confiados”. Também se ofereciam doutores “em Medicina pela Universidade de Paris” ou parteiras, como a célebre Madame Durocher que, contrariando a regra, vestia-se de homem. Um preconceito, contudo, subsistia: aquele contra o livro francês, portador de ideias “ímpias, libertinas e ateias”, sobretudo durante a Revolução Francesa. Só depois da chegada dos monarcas portugueses, foi estabelecida a aula regular de língua francesa ao lado da língua latina. Em poucas décadas, o padre Lopes Gama, inimigo das inovações, escreveria, indignado, em seu jornal panfletário, "O Capuceiro": “O francês já toma hoje o lugar do latim!” ¨:::::::::: Curiosidades Quando os Sapatos Foram usados pela Primeira Vez? -- O homem primitivo já usava pele animal amarrada aos pés. Os egípcios tinham grande variedade de sandálias. Em 1790 foi montada a primeira máquina de costurar sapatos. Até que em 1839 os sapatos passaram a ser feitos com formas de madeira. Qual a primeira participação feminina na Olimpíada? -- Os únicos jogos em que as mulheres não competiram foram os de Atenas, em 1896. Nos demais, elas estavam presentes e cada vez mais. Em 1900, em Paris, onze atletas marcaram a primeira participação feminina em Olimpíada. Qual o maior inseto do mundo? -- O *Phamacia kirbuy*, um bicho-pau das florestas tropicais de Bornéu, é o maior inseto do mundo. O maior exemplar conhecido media 32,8 cm de extensão de corpo. Qual é o animal mais pesado do mundo? -- Segundo o Livro dos Recordes, o animal mais pesado foi uma baleia-azul fêmea, capturada no Oceano Antártico em março de 1947. Ela pesava 190 toneladas e media 26,7 metros. Qual a maior cobra do mundo? -- A Anaconda, cujo nome científico é *Eunectes murinus*, é a maior cobra do mundo. Ela vive em lagos, rios e pântanos e chega a medir 11 metros. Batom -- No Egito antigo, as mulheres usavam a tintura castanho-avermelhada extraída da hena para colorir os lábios. O uso do baton em bastão, bombou de vez durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Imitando a moda lançada nos filmes, mulheres recebiam, com lábios coloridos, o marido que voltava da batalha. Cueca -- As togas dos homens pré-históricos já eram uma espécie de cuecão. Mas roupa íntima de verdade só no século XII, quando os cavaleiros passaram a usar pedações de linho para proteger “as partes” do contato com o metal áspero das armaduras. A partir da década de 1830, as cuecas passaram a ser feitas de tecidos e elásticos, como hoje. Rolha -- Introduzido no século XVII, o uso da rolha de cortiça para vedar vinhos é atribuído a dom Pérignon, monge francês a quem também se credita a invenção da champagne. Antes da rolha, o vinho era consumido fresco, por não haver um sistema de vedação eficiente. A rolha é retirada da cortiça, que nada mais é que a casca de uma planta, a sobreira. Palito de Dente -- O palito veio antes do homem. Já foram encontradas dentadas de neandertais com claros sinais de uso de palitos de dente, e outros primatas já foram flagrados utilizando pedaços de madeira para o mesmo propósito. O palito de dente é conhecido por todas as culturas humanas, seja feito de madeira, plástico, bronze, ferro ou outros metais. Já a primeira máquina para fabricá-los foi patenteada em 1872. Cotonete -- Ninguém sabe quem foi o primeiro a ter a ideia de enrolar um chumacinho de algodão na ponta de um palito de dente, mas quando o americano Leo Gerstenzang viu sua mulher fazer isso na década de 1920, imediatamente registrou a versão que conhecemos hoje, indicada para ajudar com a higiene dos bebês. Não tardou para que fossem usados quase exclusivamente para limpar as orelhas, embora hoje esse uso seja contraindicado pelos médicos. ¨::::::::: Ecoando Flamingos Foi uma vitória para os especialistas em aves do SeaWorld Florida e do SeaWorld San Diego, dos EUA. Trezentos filhotes de flamingos nasceram de 900 ovos resgatados na Península de Yucatã, no México. Os ovos foram colhidos numa colônia de flamingos recém-atacada por jaguares. Os serviços de seaWorld são requisitados em todo o mundo. Em junho seus técnicos socorreram a terceira maior colônia de pinguins do planeta, depois que um enorme pe- troleiro afundou no litoral da cidade do Cabo, na África do Sul. ¨::::::::: A Maldita Sexta-Feira 13 A má fama desta data está ligada a dois mitos nórdicos. Segundo o primeiro, Loki, o deus do mal, penetrou na morada dos deuses, onde rolava um banquete para 12 divindades, e acabou matando o amado deus Balder. A partir daí, o número 13 virou sinônimo de desgraça. Outro mito conta que, quando os nórdicos se converteram ao cristianismo, a formosa deusa do amor, Friga -- cujo nome deu origem à palavra *Friday*, sexta-feira, em inglês -- foi transformada em bruxa e exilada numa montanha. Para dar o troco, ela passou a se reunir às sextas- -feiras com 11 bruxas e o demônio -- num total de 13 participantes -- para amaldiçoar os homens. Para reforçar a crença, a Bíblia fala da reunião de 13 pessoas na Última Ceia, às vésperas da crucificação de Jesus, que se deu numa sexta-feira. A urucubaca em torno desta data é tão grande que, segundo estudos da seguradora britânica Norwich Union, o número de acidentes nas sextas-feiras 13 é maior do que em qualquer outro dia: temerosas com a data, as pessoas ficariam mais nervosas ao volante. Detalhe: o aumento

no índice de batidas é de -- adivinhe -- 13 por cento! ¨::::::::: Conhecendo o Mundo Kunas, os Donos do Paraíso Os kunas são índios de sorte. Talvez os mais sortudos de todo o continente americano. Vivem em 360 ilhas das mais idílicas que o inconsciente coletivo pode imaginar: pequenas, perfeitamente redondas, enfeitadas de coqueiros, com praias de areia clara e cercadas pelas translúcidas águas do Caribe. Igual ou parecido, só na Polinésia ou no Índico. E o melhor é que eles são os donos legítimos desse lugar, conquistado a golpes de tacape e tiros de zarabatana após três séculos de batalhas sangrentas. Desde fevereiro de 1925, só eles mandam em Kuna Yala, o primeiro território indígena autônomo da América Latina. Na prática, isso significa que os kunas podem fazer o que quiserem com essas ilhas do Arquipélago de San Blas, na costa leste do Panamá. Não pagam impostos, têm liberdade total para cultivar suas tradições e instituíram as pró- prias leis. Uma delas deixa claro que nenhuma ilha pode ser vendida a estrangeiros. Não faltaram ofertas milionárias, a maioria vinda de redes hoteleiras americanas, mas o orgulho kuna tem se revelado bem mais forte que a cobiça. Até porque os dólares não seriam de muita valia aqui: a moeda vigente em San Blas são os cocos. Tem até taxa de câmbio: 10 cents de dólar por coco. Para os kunas, dinheiro dá em árvore, literalmente. Isso explica por que só 38 das mais de 360 ilhas são habitadas. As que apenas têm coqueiros são, na verdade, plantações particulares -- de dinheiro. As aldeias kunas chegam a ter 5 mil habitantes e muitas dispõem de telefone público, escola, bar e até hotéis rústicos, que recebem turistas do mundo inteiro. A modernidade poderia ter arruinado a cultura local, mas esses índios fazem questão de manter a língua e a fé de seus antepassados. As mulheres, que aliás atuam como chefes de família, ainda insistem em circular pelas ilhas vestindo os panos coloridos tradicionais, que chamam de molas -- o que torna a visão do paraíso ainda mais exuberante. ¨::::::::: Como Surgiram o Passaporte e o Visto? Passaporte -- a palavra apareceu no final da Idade Média, quando viajantes começaram a levar na bagagem um documento oficial com a lista das cidades em que podiam “passar o portão”. Mas o Antigo Testamento já menciona um episódio ocorrido ali por 450 a.C., quando um imperador persa forneceu a seu oficial Neemias uma carta destinada “aos governadores além do rio”, para facilitar sua passagem pela Judéia. Visto -- Em alguns casos, só portar o passaporte não é suficiente; ele precisa ser “visto” pela nação de destino (o nome vem do latim *carta visa*, literalmente “documento visto”). Seu uso se generalizou após as Grandes Navegações, para permitir que colonos visitassem sua metrópole. Atualmente, 137 dos 192 membros da ONU exigem visto para brasileiros, segundo o

Ministério das Relações Exteriores. ¨::::::::: Ameno e Instrutivo Alfabeto Grego O alfabeto grego é composto por 24 letras, além do “s” minúsculo, que é usado no final de algumas palavras. São 17 consoantes e 7 vogais. Baseado no alfabeto fenício, ele foi desenvolvido por volta de 1050 a.C. Naquela época, cada cidade da Grécia usava diferentes tipos de sinais. O padrão atual apareceu apenas em 403 a.C., quando Atenas decidiu adotar o conjunto de sinais usados pela cidade de Mileto. O mesmo procedimento foi tomado pelas demais regiões da Grécia. Quando foi criado, o alfabeto grego continha somente letras maiúsculas. As minúsculas surgiram no Período Helenístico (entre os séculos IV e I antes de Cristo). Apesar disso, as le- tras minúsculas só se popularizaram a partir do século VII, durante a Idade Média. O alfabeto grego moderno é escrito em letras maiúsculas e minúsculas. Não é costume grego usar palavras em língua inglesa na escrita. Nomes próprios são sempre traduzidos de uma forma que se possa pronunciá-los claramente como na língua de origem. ¨::::::::: Os Cumprimentos Tradicionais desde o século VIII, os cumprimentos são usados de acordo com a ocasião. Conheça os cinco principais. Abaixar o corpo é a forma de cumprimento mais tradicional do Japão desde o século VIII. Pode parecer simples, mas o ato de curvar-se em reverência, chamado de *ojigi*, é cheio de significados. Dependendo de como é feito, pode apontar o grau de importância tanto de quem é cumprimentado quanto de quem cumprimenta. Também é necessário trocar palavras apropriadas durante a saudação, e por isso não é raro que dois japoneses, ao se encontrar, façam cinco ou seis reverências enquanto conversam. Essa demonstração de respeito é tão importante que os nipônicos se curvam mesmo quando falam ao telefone. Existem vários tipos de saudação, que variam conforme o contexto. Mas, para todas elas, alguns gestos são constantes: deve-se dobrar o corpo a partir da cintura, cuidando para manter a cabeça reta. A mulher coloca as mãos juntas, com as palmas sobre as coxas, enquanto o homem mantém os braços ao longo do corpo. E o olhar acompanha a curvatura. Para os japoneses, encarar outra pessoa diretamente é uma séria agressão à intimidade alheia. Como boa parte da etiqueta japonesa, esse tipo de saudação tem origem nos ensinamentos do pensador chinês Confúcio ê551 a.C-479 a.C.). Chegou ao Japão no século IV da nossa era, mas só ganhou força 400 anos depois, já no século VIII, quando a cultura chinesa começou a influenciar fortemente o país. Fiéis à tradição e à hierarquia, os japosenes resistiram muito antes de aceitar o jeito ocidental de cumprimentar. A maior dificuldade é entender o jeito como outras culturas saúdam pessoas do sexo oposto. A razão disso é histórica: durante o sistema feudal, homens e mulheres não podiam trocar cumprimentos de forma amistosa, e dar as mãos era impensável. Atualmente, as executivas japonesas lidam com clientes orientais e ocidentais, e dar as mãos está se tornando uma prática habitual e aceitável. No entanto, o beijo ainda é um grande tabu, mesmo para os mais jovens. Até quando é dado no rosto, ele ainda tem alto apelo sexual. Não é por acaso que a tradução literal do verbo "beijar" para o japonês é "sugar os lábios". Outra forma de dizer oi. Selinho. Quando se encontram, dois amigos russos homens se abraçam com força. Depois, se beijam nas bochechas. Em alguns casos, o beijo na boca, de leve, é aceitável. Gregos e turcos também têm esse hábito. Nariz com nariz. Para se cumprimentar, os esquimós tocam-se uns nos outros com a pontinha do nariz. Já os maoris, da Nova Zelândia, são mais violentos: as pessoas apertam os rostos com força, nariz contra nariz. Mãos ao ar. Nos países islâmicos do Oriente Médio, as pessoas costumam fazer gestos bem específicos quando se encontram: primeiro tocam o coração, depois a testa e, por último, fazem um meneio no ar, para cima da cabeça. Keirei -- Esta é a saudação padrão, usada para cumprimentar os amigos e familiares. Ao se encontrar ou se despedir, as pessoas sempre inclinam o tronco em 45 graus. Kirei -- Muito utilizada no passado, caiu em desuso nas últimas décadas. A saudação, adotada tanto em ambientes internos quanto na rua, era realizada a partir de uma postura chamada *kiza*, em que a pessoa fica de joelhos. Eshaku -- Tem inclinação de 15 graus e é praticada o tempo todo. Não é uma demonstração de respeito ou afeição, mas apenas de cordialidade. serve, por exemplo, para agradecer ao sair de um restaurante. Saikeirei -- Feita como prova de respeito à hierarquia, existe uma inclinação de 75 graus. Até o fim da Segunda Guerra Mundial, era utilizada para louvar o imperador. Fazia-sa a reverência até para quadros com imagens do monarca. Dogeza -- Reverência muito usada no Japão feudal. Quando encontrava o senhorio, o homem comum tinha que se ajoelhar e fazer uma saudação profunda, tocando a testa no chão. Hoje em dia, só é utilizada para pedir perdão por uma falta grave. ¨ :::::::::

É Útil Saber São Jorge O Santo Guerreiro Em torno do século III d.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal. Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido à sua dedicação e habilidade -- qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções. Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses. Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: -- O QUE É A VERDADE?. Jorge respondeu: -- A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu Redentor Jesus Cristo, e, Nele confiando, me pus no meio de vós, para dar testemunho da verdade”. Como São Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: -- Não, Imperador! Eu sou servo de um Deus vivo! Somente a Ele eu temerei e adorarei. E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de Seu servo Jorge, de modo que muitas pessoas passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303. Sua sepultura está na Lídia, Cidade de São Jorge, perto de Jerusalém, na Palestina. A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente. Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas. Por isso sua imagem mais conhecida é a dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.

"Dia de São Jorde -- 23 de abril" ¨*** Os Ciganos Brasil, um país de todos os povos, também acolhe em seu coração os ciganos, os verdadeiros Cidadãos do Mundo através dos séculos, um povo sofrido, andarilho, pessoas muitas vezes discriminadas por causa de seus costumes, de suas festas e de sua maneira livre de viver a vida, mas que sabiamente fizeram do planeta Terra, sua pátria. E agora eles encontram no Brasil, a nação que respeita todos os cultos religiosos do mundo, uma acolhida digna e humanitária para compartilhar com o povo brasileiro seus costumes, suas tradições, sua sabedoria ancestral, sua gastronomia e seu coração. Nunca será demais lembrar das palavras de nosso querido e finado Papa João Paulo II em seu discurso em 1999: "Enquanto a humanidade não resgatar sua enorme dívida para com nossos irmãos ciganos, nenhum de nós poderá falar em direitos humanos e cidadania." "Dia dos ciganos: 24 de maio" ¨*** Festas Juninas História -- A tradição de festejar o mês de junho antecede o nascimento de Cristo. Para os antigos, o verão -- que nos países do hemisfério norte se inicia nessa época -- era a estação do início das colheitas. Numa época em que as alterações climáticas eram vistas como sinais dos deuses, o fogo representava proteção contra a falta de chuvas, as pestes e a seca. Desde os tempos pagãos a data é comemorada com fogueira, dança, música e muita comida. Somente no século VI o catolicismo passou a associar esta celebração ao aniversário de São João. No século XIII os portugueses incluíram São Pedro e Santo Antônio nas festanças e, desde 1583, a data é comemorada no Brasil. Símbolos -- Fogueira -- Em sua concepção original, era usada para limpar o mato, pedir uma colheita vigorosa e, principalmente, afastar os maus espíritos das comunidades. Nas festas juninas, a fogueira é um símbolo de união. Famílias sentam-se ao seu redor para “prosear”, assar alimentos e dançar. Havia ainda, há algum tempo, um ritual onde homens tornavam-se compadres ao pular a fogueira juntos e dançarem pedindo as bênçãos de São João. Para os católicos, a fogueira, que é o maior símbolo das comemorações juninas, tem suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel acendeu uma fogueira sobre um monte. Balão -- Originalmente os balões eram lançados junto às fogueiras para levarem os pedidos dos fiéis aos santos. Se eles se queimassem durante a subida, os pedidos não seriam atendidos. Com o tempo, porém, começaram a se realizar verdadeiros campeonatos de baloeiros, onde o que importava era o tamanho e a beleza do balão e não os pedidos dos fiéis. Isso fez com que um número muito grande de incêndios começasse a ocorrer, pondo em risco milhares de vidas e florestas. Sendo, atualmente, sua prática proibida. Quadrilha -- A quadrilha seria a suposta festa após o casamento caipira. Foi introduzida no Brasil durante a regência da família imperial, sendo uma dança francesa *quadrille* surgida em Paris no século XVIII. Como era muito popular, logo foi adaptada pelo povo, que modificou seus passos e até sua música. Seus comandos, dados pelo marcador da quadrilha, são distorções de termos em francês como o “anarriê” e o “elevantú”. As roupas dos integrantes são um exagero dos trajes usados pelos camponeses. Arraiá -- O Arraial ou Arraiá é uma forma de se resgatar os costumes de como se comemoram as festas Juninas na Roça e consiste no seguinte: o lugar é todo enfeitado com bandeirolas (mais comuns nas cores azul, verde, amarelo, vermelho), palhas de coqueiro, balões e fogueiras. É neste local, que serve como uma minicidade totalmente voltada para a festa, que as Quadrilhas se apresentam. ¨:::::::::: O Dicionário Esclarece abordagem -- ato de acercar-se de alguém para falar, para tratar de um assunto afinco -- perseverança; obstinação amadoristicamente -- aquele que pratica ato ou ação não profissionalmente ancestral -- antepassado andarilho -- aquele que anda muito avalanche -- grande massa de neve e gelo que se desprende das montanhas borda -- beira; beirada; margem; extremidade de uma superfície côncavas -- menos elevadas nos meios que nas bordas convexos -- arredondados externamente exaltadas -- facilmente irritáveis expande -- amplia; alarga; dilata lascívia -- luxúria; sensualidade lúbrica -- propensa à luxúria mediocremente -- vulgarmente menções -- registros; referências; atos de nomear ou citar algo ou alguém mero -- comum; simples metempsicose -- transmigração das almas peculiaridade -- particularidade; especialidade presunçosa -- vaidosa proscrito -- desterrado resvala -- escorrega; desliza sílfide -- gênio elementar do ar sincretismo -- mistura de religiões

vertiginosas -- rápidas; impetuosas ¨::::::::: Fontes de Pesquisa Jornais: Do Brasil O Dia O Fluminense O Globo Jornal Samadi. Livros: Aventura de Ler Livro de Fábulas Oração dos Bichos Revistas: Aventuras na História Caras Coquetel Mundo Estranho National Geographic Próxima Viagem Seleções Superinteressante. ¨::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores de Pontinhos abaixo mencionados, que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Adélia Kalaf Alindembergue de Araújo Oliveira Ana Claudia Nunes Pontes Angélica Neves Saraiva Antonia de Maria Vieira Antonio Medeiros Bezerra APADEVI -- Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais Biblioteca Alfredo Rusins Carlos Magno Matias dos Santos Centro Estadual de Educação Continuada -- CESEC Cristiane Aparecida Rufino Cristina A. Leite Fernando Daniel Estevão Dorsina Ruella Edinalva da Paz Eugênio Pechin Neiva Fernando Antonio Medeiros Bezerra Francisco Vidal da Silva Geraldo do Carmo e Silva Gonçalo Rodrigues Melo Gualter Dulci da Costa Ivone José de Oliveira Janete Marisia Pacheco Joaquim Ferreira da Silva José Bezerra de Melo José Helmt Tenório Padilha Luiz Carlos do Nascimento Luiza Vilela Bertani Maria Ivone da Silva Michael Carvalho de Sousa Murilo Negrizolli Nalva Brito Gondin Orlando Barroso Vieira Raimundo do Vale Lucas Renato Gomes de Oliveira Rogério Alexandre da Silva Sandra Conceição Simone Facciolli Alves Sirlei Maria Montes Sivonaldo Teodoro da Silva Sociedade Francana de Instrução para Cego Solange Pereira Leite Maia dos Santos Suzelândia Ferreira Vânia Ferreira de Santana Teixeira Wacktuza Alves ¨ ::::::::::