õieieieieieieieieieieieieieieo õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano XLVIII -- n.o 327 o õ Abril-Junho de 2008 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sr.a Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O Menino do Gorro ::: 1 A Pedra e a Estrada ::::::::::::::: 6 Lenda do Caiçara ::::: 8 Divertimentos: O que É, o que É? ::: 10 Só Rindo ::::::::::::: 14 Vamos Aprender ::::::::: 16 Para você Recitar: Quem Tem Medo do Quê? ::::::::::::::: 18 Zoologando: A Raposa ::::::::::::: 19 Historiando: Luizinho, o Resmun- gão :::::::::::::::::::: 21 Seção Juvenil Narrando a História: O Pão na Idade Média ::::::::::::::::: 25 Rui Barbosa :::::::::: 27 O Crescente Fértil :::::::::::::::: 29 Conhecendo nossos Escritores: Joaquim Manoel de Macedo :::::::::::::::: 31 Ninguém É melhor que Ninguém ::::::::::::::: 32 Não custa Saber: A Importância da Pontuação ::::::::::::: 34 A Nova Biblioteca de Alexandria :::::::::::: 37 Música na Selva :::::::: 38 Nosso Brasil: Praia de Jericoa- coara :::::::::::::::::: 39 Esforço Individual ::::: 40 Curiosidades :::::::::::: 43 Museu da Infância :::::: 45 Como Fazíamos sem Elevador :::::::::::::: 47 Ecoando: Uma questão de Orgulho ::::::::::::::: 49 Gigante de Es- timação :::::::::::::::: 51 Olha o Passarinho :::::: 52 Conhecendo o Mundo: Champs-Elysées -- A Alma de Paris :::::::: 53 Como Eram os Óculos ::: 57 Ameno e Instrutivo: Abrindo o Bocão :::::: 60 Máquina do Tempo ::::::: 63 É útil Saber: Povos Indígenas :::::: 64 Não É Comigo :::::::: 66 Ter ou não Ter Namorado :::::::::::::: 67 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 69 Fontes de Pesquisa ::::: 72 Ao Leitor :::::::::::::: 73 ¨ :::::::::: A Vovó Conta Histórias O Menino do Gorro A porta bateu forte. Ana tinha discutido com a mãe e saiu de casa. Estava decidida a fugir. Enquanto caminhava, ela chutava pedrinhas e dizia para si mesma: “Assim não dá. Todos querem mandar em mim: Ana, faça isso! Ana, não fale assim! Será que ainda não perceberam que não sou mais um bebê?” Ana não percebeu que alguém se aproximava. Levou um grande susto quando ouviu: -- Você pode me ajudar? Ao virar-se, Ana viu um menino de gorro, que deveria ter a mesma idade que ela. Estava vestido com roupas sujas e rasgadas. Suas unhas estavam imundas. Seus olhos eram muito tristes. -- Você está com algum problema? -- perguntou Ana ao garoto. -- Sou assim mesmo -- respondeu ele. -- E você parece zangada. -- É, estou zangada com o pessoal lá de casa. -- Sei o que você quer dizer -- falou o menino. -- Seu padrasto espancou você, não foi? Ana se admirou: -- Não, eu não tenho padrasto. O menino continuou: -- Então, sua mãe mandou você voltar para a rua, para arranjar dinheiro. Ou alguém xingou você. Acertei? -- Nem uma coisa nem outra – respondeu Ana. -- Em casa, ninguém fala palavrão. -- Não falam?! -- Espantou-se o garoto. -- Então como é que eles brigam com você? Ana resolveu contar seus problemas. -- Agora que o vovô morreu, minha vó veio morar com a gente. Tive que dividir meu quarto com ela. Sabe o que é ter uma avó o tempo todo perguntando o que você quer, se quer ouvir uma história, lan- char, conversar ou...? -- Não sei mesmo -- falou o garoto. -- Nunca tive uma avó nem um quarto. Ana estava tão empolgada em seu desabafo que nem ouviu direito o que o menino havia dito e continuou falando: -- Meu pai fica pegando no meu pé, para eu estudar. Minha mãe vive falando para eu arrumar minhas roupas no armário. Meu irmão mexe nos meus brinquedos. Até a empregada se intromete na minha vida, querendo que eu coma a comida que ela faz. Já estou cansada disso. Tenho vontade de fugir de casa e da minha família. De repente, Ana parou de falar porque percebeu que o menino chorava muito e ela ficou preocupada. -- Por que você está chorando? Está passando mal? O garoto soluçou e respondeu: -- Eu queria ter sua vida e uma família igual à sua, que se importasse comigo. Ninguém liga para mim. Vivo pelas ruas porque não tenho casa e nem família. Como aquilo que encontro nos lixos. Só tenho estas roupas que você está vendo. Nunca fui à escola. Sempre quis ter uma boneca. -- Uma boneca? Você é um menino, por que...? Antes que Ana completasse sua pergunta, o “menino” tirou o gorro da cabeça. -- Você é uma menina! -- admirou-se Ana. -- Por que deixa as pessoas pensarem que é um menino? -- Porque já vi acontecer muita coisa ruim com as meninas mais velhas. Não quero que aconteça o mesmo comigo. É verdade que eu apanho dos meninos, principalmente na hora de arrumar comida, mas as meninas têm que fazer coisas bem piores. Bem, acho que já falei demais. Você tem ou não uns trocados aí para mim? Ana não conseguia falar. Apenas fez sinal que não com a cabeça. -- Então vou embora. A garotinha colocou o gorro na cabeça e já saía, quando... -- Espere -- chamou Ana. -- Você tem amigos? -- Ninguém é amigo de ninguém. -- Quero ser sua amiga – insistiu Ana. -- Estou sempre por aqui. Outro dia, a gente se vê.A garotinha desceu a rua correndo e desapareceu na primeira esquina. Ana olhou para os lados. Não estava longe de casa. Resolveu voltar. Quando chegou, entrou pela porta dos fundos, pediu desculpas à mãe e contou sobre o encontro com a menina. Dona Celeste falou que, se Ana concordasse, poderiam dar algumas roupas e brinquedos para a menina. Poderiam trazê-la para fazer algumas refeições com Ana. Com o tem- po, talvez até encontrassem uma família para ela. É claro que Ana concordava com isso. Mal esperava reencontrar o “menino” do gorro, que ela sabia ser uma menina, e contar-lhe as novidades. ¨*** A Pedra e a Estrada Era uma vez uma grande e linda pedra que havia sido polida pela água. Depois que a água se foi, a pedra ficou num local bastante elevado, à beira de um bosque sombreado. De onde estava, rodeada por flores coloridas e ervas perfumadas, ela podia ver uma estrada de pedra que passava mais abaixo. Um dia, olhando para a estrada sobre a qual haviam colocado diversas pedrinhas para reforçar a superfície, a pedra grande sentiu um enorme desejo de estar lá embaixo, junto às outras. -- Que estou eu fazendo aqui entre as flores? Quero viver com minhas irmãs. Acho que é um direito meu. Assim dizendo, moveu-se e rolou para baixo, terminando seu caprichoso percurso exatamente no meio das pedrinhas cuja companhia tanto almejava. Na estrada passavam carretas com rodas de ferro, cavalos com ferraduras, camponeses de botas que pisavam forte, rebanhos e manadas de animais. A bela pedra logo viu-se maltratada. Alguns faziam-na rolar, outros batiam nela com os pés, outros ainda chutavam-na para mais adiante. Às vezes via-se toda suja de lama. Olhando para o lugar de onde viera, a pedra suspirou pela perda de sua solidão e teve, em vão, saudades da paz que outrora conhecera. Esta fábula é dedicada àqueles que, saem da paz e do silêncio do verde campo para irem viver na cidade. ¨*** Lenda do Caiçara É um mito do Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento. Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas. É um anão de cabelos vermelhos com pêlo e dentes verdes. Como protetor das árvores e dos animais, costuma punir os agressores da natureza e o caçador que mate por prazer. É muito poderoso e forte. Seus pés, voltados para trás, servem para despistar os caçadores, deixando que sempre sigam rastros falsos. Quem os vê, perde totalmente o rumo e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele às vezes chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caipora. Para os índios guaranis, ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um porco- -do-mato. Uma carta do Padre An- chieta, datada de 1560, dizia: “Aqui há certos demônios, que os índios chamam de Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante.” Os índios, para agradá-lo, deixavam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores. De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um rolo de fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com ele. ¨:::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. É uma ave grande e afamada, de vôo sensacional, que, embora sem sentir nada, só vive passando mal... R: Condor. 2. Nasce somente no mar, na terra viaja distante; mas, se para o mar voltar, morre já, no mesmo instante. R: Sal. 3. Não se faça de rogado e me responda ao ouvido: -- O que pode ser quebrado sem ser, porém, destruído? R: Segredo. 4. Solicito que me diga, sabidão que sempre foi: -- Que coisa é que a formiga tem sempre maior que o boi? R: O nome. 5. É capital européia e de grande tradição. Seu nome lembra odisséia, sofrimento e maldição. R: Praga. 6. Num moinho existem sete cantos, em cada canto há sete gatos, cada gato tem sete gatinhos. Então, o moleiro e a mulher entram no moinho. Diga depressa: quantos pés estão agora no moinho? R: Quatro -- gatos têm patas. 7. Quem é que só tem quatro dentes e não morde nada? R: O garfo. 8. Por que o dono da fábrica de fósforos não participava de corridas? R: Porque queimava na largada. 9. O que uma pessoa de 2 metros de altura faz para falar com uma pessoa de 1 metro de altura? R: Abre a boca. 10. O que é que cai mas não se machuca? R: A noite. 11. Qual é a diferença entre o soldado e o poço? R: O soldado é raso, e o poço é fundo. 12. Qual é a diferença entre o chope e o amor? R: A temperatura: o amor não deve esfriar e o chope não deve esquentar. 13. O que é que, quando se perde, jamais se conseguirá encontrar de novo? R: O tempo. 14. Onde se encontra o centro de gravidade? R: Na letra “I”. 15. Se um homem carrega um saco de farinha e outro homem carrega dois sacos, qual deles carrega mais? R: O homem com um saco de farinha, porque um saco de farinha pesa mais que dois sacos... vazios. 16. Se está na guerra... é o fim! Morte, caos por todo lado; mas em casa, em paz, é assim: lavar a roupa é o seu fado. R: Tanque. 17. Qual a diferença entre um gato e o sabonete? R: Tome banho com os dois. O que deixá-lo todo arranhado é o gato. 18. Quando é que o leite é música? R: Quando é só nata. 19. Qual é a semelhança entre um carro a álcool e o goleiro do seu time? R: Quando a gente precisa, eles nunca pegam. 20. Por que aquele time de futebol feminino não pôde jogar no Maracanã?

R: Porque só jogavam peladas... ¨*** Só Rindo Imperdível Durante um jogo de futebol do campeonato entre escolas do bairro, um juiz marca falta a favor da equipe que enfrenta a turma do Juquinha. Ele forma a barreira com alguns amigos, mas, ao contrário dos outros, fica de costas para a bola quando descobre que o artilheiro do campeonato é quem vai cobrar. -- Você não vai se virar para ajudar o seu time a se defender? -- pergunta o juiz, espantado com a reação do garoto. -- Claro que não! -- responde. O senhor acha que vou arriscar não ver um golaço desses?

Vinho e Leite Na geladeira, o copo de vinho xinga o copo de leite: -- Ô branquelo! Por que você não vai pegar um sol pra ficar bonitão que nem eu, hein? Sol faz bem pra saúde, cara! O leite, nervoso, responde: -- Olha só quem fala de saúde! Logo você, que ferra com todo mundo! Ataca o fígado, causa cirrose, gastrite, embriaga, mata pessoas no trânsito... -- Tá certo, tá certo! Tudo isso é verdade, mas tem um detalhe que você não pode contestar. -- Posso saber qual? -- A minha mãe é uma uva... Enquanto que a sua é uma vaca. -- Não gosto de ninguém que meta o nariz em meus negócios. -- Já eu gosto! -- É porque você não tem amor-próprio. -- Tenho, mas sou fabricante de lenços. Dois jacarés conversando: -- Cara, o meu pai está cheio da grana! -- Ganhou na loteria? -- Não, fizeram uma carteira com ele! ¨:::::::::: Vamos Aprender Cada estado do Brasil tem um adjetivo pátrio. Conheça-os: Acre -- acreano Amazonas – amazonense Amapá -- amapaense Alagoas -- alagoano Bahia -- baiano Ceará -- cearense Espírito Santo -- capixaba ou espírito-santense Goiás -- goiano Minas Gerais -- mineiro Maranhão -- maranhense Mato Grosso -- mato-grossense Mato Grosso do Sul -- mato-grossense-do-sul ou sul-mato-grossense Paraíba -- paraibano Pará -- paraense Paraná -- paranaense Pernambuco -- pernambucano Piauí -- piauiense Rio de Janeiro -- fluminense Rio Grande do Norte -- potiguar; norte-rio-grandense ou rio-grandense-do-norte Rio Grande do Sul -- gaúcho; rio-grandense-do-sul ou sul-rio-grandense Rondônia -- rondoniense Roraima -- roraimense Santa Catarina -- catarinense São Paulo -- paulista Sergipe -- sergipano Tocantins – tocantinense ¨ ::::::::::

Para você Recitar Quem Tem medo do Quê? Ruth Rocha Eu vou contar pra você O que é meu maior segredo. Há uma coisa no mundo Que me mete muito medo! Não tenho medo do pai, Nem da mãe e nem do irmão. Mas eu tenho muito medo Do barulho do trovão! Do trovão? Mas que bobagem! Que medo mais infantil! Quando o trovão faz barulho O raio até já caiu... Medo eu tenho, vou dizer... De uma coisa muito mixa... Mas o que é que eu vou fazer? Eu detesto lagartixa! Lagartixa? Vejam, só! Isso parece piada... Nem ligo pra lagartixa! Acho ela uma coitada! Sabe do que eu tenho medo? Que me dói o coração? Até me arrepia a espinha... Tenho medo... de injeção! ¨:::::::::: Zoologando A Raposa A raposa vive, principalmente, na Europa e na Ásia Setentrional, em florestas e matas. Mas pode ser encontrada praticamente em todos os continentes. É um animal carnívoro, famoso por atacar os galinheiros; tem a cabeça larga, o focinho alongado e pontiagudo, olhos amendoados, orelhas levantadas, largas na base e estreitas na ponta; tem bastante pêlo, mas o corpo é magro. Possui patas finas e curtas, que lhe ajudam a saltar com facilidade. A cauda é grande e a cor do pêlo varia, harmonizando-se com o habitat. Quando os filhotes, em número de quatro ou cinco, nascem, permanecem de olhos fechados durante quinze dias, sempre perto da mãe. Mas o pai sai para procurar alimento. Muitas vezes, ele traz ratos, rãs e insetos vivos para os espertinhos aprenderem a caçá-los. Depois de seis semanas, perdem a pelagem de bebê e saem para brincar e se aquecer ao sol. Aos três meses, já possuem as características dos pais e passam a sair com a mãe à procura de aventuras. A raposa é conhecida por sua esperteza, mas, mesmo assim, sua pele pode se transformar em belos casacos. Amada por uns e odiada por ou- tros, ela também precisa viver. ¨ ::::::::::

Historiando Luizinho, o Resmungão Luizinho era o caçula dos cinco irmãos, de uma família fraterna. Todos já trabalhavam, menos Luizinho. Quando atingiu a idade de nove anos, também lhe foi atribuída uma tarefa, pois queriam ensinar-lhe o valor do trabalho. Quando Luizinho começou a trabalhar, passou a revelar uma certa insatisfação. -- Oh! que vida! Trabalhar debaixo deste sol! Se chovia: -- Como essa chuva atrapalha o meu serviço. Quando fazia frio, resmungava: -- Por que este sol não aparece? Estou tiritando de frio. Luizinho precisava ver, com seus próprios olhos, o valor das coisas. Um dia sonhou que estava do tamanho de um polegar e dentro de um frasco. Chegou um garoto, encheu o frasco de água e sabão e começou a fazer bolhas de sabão. Numa dessas, lá foi Luizinho pelo ar, numa bolha. O vento batia... e ele subia cada vez mais. O vento o levou para bem alto, e ele estava admirando o céu azul, quando passou por ele uma gaivota branquinha que lhe disse: -- olá! Luizinho! Que está fazendo por aqui? -- Passeando -- respondeu o menino -- Mas, você me conhece? -- Sim -- falou a gaivota -- você é aquele menino resmungão. Resmunga do sol, da chuva, do vento, do frio... Passo sempre por aqui e do alto eu ouço, por causa das vibrações que circulam na atmosfera. Bem, até logo, amigo. Preciso trabalhar para levar alimento aos meus filhotes. Já estava escurecendo, quando o vento conduziu a bolha sobre um ramo florido. Ali ele ficou. Quando amanheceu, o sol surgiu majestoso, dando vida a tudo. Luizinho ficou deslumbrado ao verificar que, com a presença do sol, as flores iam se abrindo e exalando um perfume... E ele podia ver de perto! -- Oh, meu Deus! Que maravilha! Estava assim extasiado, quando uma abelha veio sugar o mel das flores, depois outra e mais outra. E pensou no trabalho dessas abelhinhas, nesse vai-e-vem contínuo. Algo tocou o seu íntimo e começou a sentir a grandeza das coisas. Nisso, o vento bateu no ramo florido, levando a bolha sobre uma plantinha ressequida, quase sem folhas, sedenta, parecia sem vida, quase morrendo. Uma nuvem escura se aproximou, o sol desapareceu, e começaram a cair os primeiros pingos de chuva. E ele pôde ver como aquela plantinha saciava sua sede. A cada gota, era como um sopro de vida. Seus raminhos caídos, já se colocavam mais altivos. E Luizinho pôde sentir mais uma vez a grandeza das coisas. Novo golpe de vento soprou, levando a bolha de um lugar para outro; e o menino, observando tudo a seu redor, começou, agora, a observar o próprio vento que o conduzia, ora para mais alto, ora para mais baixo, e notou que muitas sementinhas bailavam no ar que ele ia deixando pelo caminho. Quando transportou as últimas sementinhas, o vento pousou a bolha num capim macio, perto delas. Ali Luizinho ficou. Veio o sol, veio a chuva, e eis que ele viu desabrochar no solo uma plantinha. Ela foi crescendo, dando folhas, flores, e surgiram os frutos. De repente, ouviu-se um burburinho. Eram crianças que vinham apanhar os frutos e os saboreavam felizes, graças ao vento, ao sol e à chuva. Nesse instante ele agradeceu a Deus a grandeza da vida e de tudo que Ele fez para nós. Luizinho despertou, guardando no seu coraçãozinho a grandiosidade do ensinamento e passou a trabalhar feliz. ¨:::::::::: Seção Juvenil Narrando a História O Pão na Idade Média Eliza Muto Ele era uma das poucas unanimidades nas refeições da Europa medieval. Fosse na távola dos senhores ou na mesa dos camponeses, o pão estava sempre presente. Mas havia uma marcante diferença na aparência e no gosto do alimento, que variava de acordo com o *status* de quem se sentava para comer. O pão branco, feito com o mais puro trigo, era reservado à alta sociedade. Macio, chegava fresquinho à mesa da aristocracia. Já o pão preto, feito com uma mistura de cereais rústicos e legumes secos -- como cevada e ervilha --, era o que restava aos plebeus. A receita dos pobres era dura de engolir: a massa seca, preparada sob cinzas ou sobre uma placa de terracota aquecida, precisava ser mergulhada na água, no vinho ou em algum caldo para ser consumida mais facilmente. Esse tipo de distinção alimentar entre nobres e camponeses era comum na Idade Média, período que se estendeu do século V até o século XV. De acordo com as regras da época, os produtos do solo eram reservados aos camponeses. Essa camada mais baixa da sociedade, que correspondia a cerca de 90 por cento da população, tinha que cultivar as terras do senhor feudal, com a obrigação de prestar-lhe serviços e pagar-lhe diversos tributos em troca de proteção. Seus alimentos eram as leguminosas, os legumes e os cereais – com exceção do trigo. Já as carnes, associadas à idéia de força e poder, eram praticamente exclusivas das classes dominantes. ¨*** Rui Barbosa No dia 5 de novembro de 1849, na cidade de Salvador, Bahia, nascia Rui Barbosa, que viria a ser um dos grandes exemplos brasileiros de cul- tura. Desde o início, Rui Barbosa mostrou possuir uma grande inteligência, sendo sempre dedicado aos estudos, nos quais se iniciou com apenas cinco anos de idade. Em 1866, Rui Barbosa entra para a Faculdade de Direito do Recife, vindo a concluir seus estudos em São Paulo, onde trabalhou como jornalista e foi um dos grandes defensores da libertação dos escravos. Participou da vida política do Brasil desde a Proclamação da República, em 1889. Em 1893, devido a problemas de ordem política, foi para a Argentina e depois para a Europa, regressando ao Brasil em 1895. Sua principal preocupação foi defender a igualdade dos direitos das nações. Graças também à sua atuação e à sua cultura, Rui Barbosa deu uma grande projeção ao Brasil. Usando a inteligência, a fraternidade e a cultura como armas para conseguir o sucesso em Haia, tornou-se conhecido no mundo inteiro por todos os governantes. Por isto, se destacou como um dos brasileiros mais ilustres. Trabalhou efetivamente pela sua pátria, o Brasil, e é sempre lembrado como um modelo de cultura. ¨:::::::::: O Crescente Fértil Quando a última Idade do Gelo terminou, por volta de 10.000 a.C., uma região de terras altas se destacou com sua riqueza natural de animais, trigo e cevada selvagens. Era o Crescente Fértil, região que vai do Egito até a fronteira entre Iraque e o Irã, passando pelo sudeste da Turquia. Lá, caçadores-coletores encontraram uma fonte abundante de alimentos nos cereais. Logo descobriu- -se que esses alimentos podiam ser armazenados por muito tempo, incentivando esses homens a abandonarem de vez a vida nômade. Aos poucos, as pessoas começaram a descobrir outras propriedades dos cereais: quando umedecidos, os grãos começam a brotar com gosto doce. Esse efeito é resultado da produção da enzima diástase, que converte amido em açúcar maltado. Conseqüentemente, percebeu-se que um mingau de cereais tornava-se levemente efervescente e embriagante, à medida que as leveduras presentes no ar, fermentavam o açúcar e o transformavam em álcool. Não é à toa que muitos historiadores defendem que essa descoberta foi um forte impulso ao desenvolvimento da agricultura. Com essa prática, preparou-se o terreno para o surgimento da civilização e das primeiras cidades do mundo na Mesopo-

tâmia, área correspondente ao atual Iraque. ¨:::::::::: Conhecendo nossos Escritores Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), romancista, poeta, teatrólogo e jornalista, era fluminense. Nasceu em Itaboraí-RJ. Formou-se em Medicina, mas preferiu ser professor de História e Geografia no Colégio Pedro II. Suas obras têm caráter essencialmente brasileiro, simplicidade de estilo e fidelidade aos costumes da sociedade da época. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras. Faleceu pobre, pois seus bens foram penhorados antes da sua morte. Obras: "A Moreninha"; "Memórias da Rua do Ouvidor"; "Um Passeio pela Cidade do Rio de Janeiro"; "Moço Loiro"; "Os Dois Amores" (dois volumes); "O Cego" (ópera); "O Forasteiro" (três volumes); "As Mulheres de Mantilha" (histórico); "Lições de História do Brasil" (didático) e "Mulheres Célebres" (adotado como livro de literatura didática). ¨:::::::::: Ninguém É melhor que Ninguém José Mello Salgado Conta-nos um antig apólogo que, certo dia, um alfinete e uma agulha encontraram-se numa cesta de costuras. Estando os dois desocupados, começaram a discutir, porque cada um se considerava melhor e mais importante do que o outro: -- Afinal, qual é mesmo a sua utilidade? -- disse o alfinete para a agulha. -- E como pensa você vencer na vida se não tem cabeça? -- A sua crítica não tem a menor procedência –- respondeu a agulha rispidamente. -- Responda-me agora: de que lhe serve a cabeça se não tem olho? Não é mais importante poder ver? -- Ora, e de que lhe vale seu olho, se há sempre um fio impedindo a sua visão? Retrucou o alfinete. -- Pois fique sabendo que, mesmo tendo um fio atravessando o meu olho, eu ainda posso fazer muito mais do que você. Enquanto se ocupavam nessa discussão, uma senhora pegou a cesta de costura, desejando coser um pequeno rasgo no tapete. Enfiou a agulha com linha bem resistente e se pôs a costurar o mais rápido que pôde. De repente, a linha emaranhou-se, formando uma laçada que dificultou o acabamento da costura. Apressada, a mulher deu um puxão violento que rompeu o olho da agulha. Tendo que ultimar aquele trabalho, ela amarrou a linha na cabeça do alfinete e conseguiu dar os pontos finais; mas na hora de arrematar, a cabeça do alfinete se desprendeu. Impaciente com tudo, jogou a agulha e o alfinete na cesta e saiu resmungando. Ambos estavam enganados: o alfinete e a agulha! Nenhum dos dois era insubstituível. Nenhum dos dois era perfeito. Nenhum dos dois era tão versátil que pudesse julgar-se com o direito de se considerar melhor do que o outro. ¨::::::::: Não custa Saber A Importância da Pontuação Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e caneta e escreveu assim: Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro concorrentes. O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres. Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a diferença. ¨:::::::::: A Nova Biblioteca de Alexandria Tatiana Achcar Fundada em 290 a.C. por Ptolomeu Filadelfo, rei de origem grega, a célebre biblioteca de Alexandria – um centro cosmopolita onde circulavam intelectuais e comerciantes de todo o mundo – foi a principal referência científica e cultural do mundo antigo. Navios de passagem pela cidade, tinham seus livros retidos para o acervo, recebendo de volta apenas a cópia deles. Ao longo de quase mil anos de existência, a grande biblioteca reuniu manuscritos em 700 mil rolos de papiro de 25 centímetros de altura, de até 30 metros de comprimento, que eram classificados e organizados em prateleiras. O acervo resistiu a muitos ataques, mas ruiu no incêndio da invasão árabe no século VII. Não se sabe com exatidão o local onde se situava a biblioteca de Alexandria, nem mesmo se haveria propriamente um edifício. Supõe-se que teria sido nas proximidades do museu e do palácio real, junto ao grande porto do Mar Mediterrâneo. De qualquer modo, foi ali que o governo egípcio inaugurou a novíssima versão da biblioteca. O prédio, de onze andares, é coberto por um disco gigante de vidro, inclinado 20 graus ao norte em relação ao Mediterrâneo, que representa o sol nascente da civilização egípcia. Cerca de 240 mil livros já ocupam os 45 mil metros quadrados do edifício de linhas arrojadas. A previsão é chegar-se a um acervo de 8 milhões. As maiores bibliotecas do mundo: 1. Biblioteca do Congresso Americano, em Washington D. C. ê23 milhões de volumeýã. 2. Biblioteca Nacional da China, em Pequim ê16 milhões). 3. Biblioteca Nacional do Canadá, em Otawa ê14,5 milhões). 4. Biblioteca Alemã, em Frankfurt ê14,4 milhões). 5. Biblioteca Britânica, em Londres ê13 milhões). ¨:::::::::: Música na Selva Quando dois religiosos chegaram à vila de Urubicha, há trinta anos, no meio da selva boliviana, encontraram os índios guarayos desocupados e entregues à bebida. Aos poucos foram transformando o lugar num modelo próximo ao das antigas missões jesuítas. Em 1996, fundaram um conservatório de música barroca e, hoje, Urubicha tem uma orquestra e mais de 300 crianças dedicadas à arte musical. O gosto dessa gente pela música, não é à toa: uma crença diz que o guarayo que não toca um instrumento, vira presa das feras da floresta. ¨::::::::: Nosso Brasil Praia de Jericoacoara A praia cearense de Jericoacoara, a 300 quilômetros de Fortaleza, é uma das mais belas do Brasil – quiçá do mundo. Descoberta há pouco mais de dez anos pelos turistas, “Jeri” era uma vila isolada de pescadores, cercada de dunas de areia dourada. Ainda hoje não há estradas que cheguem até lá, e a energia elétrica é recente e não abastece as ruas para não prejudicar a luz natural -- do sol e da lua. Esse charme rústico ajuda a manter a paz do lugar, aumentando o contato com a natureza – que esculpiu belezas como a Pedra Furada à beira da praia e as dunas, de onde é possível apreciar o pôr-do-sol emoldurado por coqueiros. ¨::::::::: Esforço Individual Você já pensou no valor do esforço individual? Uma demonstração desse valor, foi realizada numa noite escura, sem estrelas, durante um comício patriótico no Coliseu de Los Angeles. Havia cerca de cem mil pessoas reunidas no local, quando o presidente de uma empresa avisou que todas as luzes seriam apagadas. Disse que, embora ficassem na mais completa escuridão, não havia motivo para receio. Quando as luzes se apagaram e as trevas tomaram conta do ambiente, ele riscou um fósforo e perguntou à multidão: “Quem estiver vendo esta pequenina luz, queira exclamar: Sim!”. Um vozerio ensurdecedor partiu da assistência. Todos percebiam aquela minúscula chama. O silêncio se fez novamente e o presidente falou: “Assim também fulgura um ato de bondade num mundo de maldade.” E, insistindo em suas idéias, lançou um desafio: “Vejamos agora o que acontece se cada um de nós acender um palito de fósforo.” Num instante, quase cem mil minúsculas chamas banharam de luz a imensa arena, fruto da colaboração de cem mil indivíduos, cada um fazendo a parte que lhe tocava. Essa foi a maneira singela que um homem utilizou para despertar nos indivíduos o valor do esforço pessoal. Geralmente, na busca de soluções para os problemas, imaginamos que somente grandes feitos poderão ter um resultado eficiente. Quando olhamos uma imensa montanha, por exemplo, concluímos que muito trabalho foi preciso para que ela tomasse as dimensões que possui, mas nos esquecemos de que ela é formada de pequenos grãos de areia. Olhando o mundo sob este ponto de vista, e fazendo a parte que nos cabe, em pouco tempo teremos um mundo melhor. Mas se pensarmos que somos incapazes de mudar o mundo, o mundo permanecerá como está, por muito tempo. Todos temos valores íntimos a explorar. Todos temos condições de contribuir com uma parcela para a melhoria do mundo em que vivemos. Como pudemos perceber, um palito de fósforo aceso é capaz de derrotar as trevas. Pode ser uma pequena chama, mas a sua claridade é percebida a grande distância. Jesus falou das possibilidades individuais de cada um com a recomendação: “Brilhe a vossa luz.” ¨:::::::::: Curiosidades Curiosidades Sobre a Cidade de Natal... Natal é assim chamada porque foi fundada no dia de Natal: 25 de dezembro de 1598. No vizinho município de Nísia Floresta há um baobá -- aquela estranha árvore de tronco muito grosso e galhos tão finos, que parece estar com as raízes para o ar -- que, dizem, inspirou Saint-Exupéry a escrever o Pequeno Príncipe. Não foi esse baobá, mas que a árvore é curiosa, é. Natal foi a primeira cidade do Brasil a vestir jeans, mascar chiclete e usar catchup, por causa da base militar norte-americana que se instalou ali na Segunda Guerra Mundial. Não estranhe ver caminhões limpa-neve em Natal. Eles são usados para tirar a areia das ruas. O Cabo de São Roque, a 55 quilômetros de Natal, é o ponto da América do Sul mais próximo da África. Dali, menos de três horas de avião separam o Brasil do Senegal. O célebre cajueiro de Pirangi é, na verdade, uma anomalia da natureza. Tem o tamanho de um campo de futebol e é o maior do mundo, segundo o Livro dos Recordes. Ocupa um quarteirão inteiro e continua crescendo. Tem mais de 100 anos de idade, mas ainda produz quase 70 toneladas de fruto por temporada. Quem for visitá-lo, de dezembro a março, pode comer quantos cajus quiser, pelo preço de uma en- trada. ¨:::::::::: Museu da Infância A coleção do museu, não se resume a bonecos, bichos de pelúcia, jogos, casas e carrinhos de diferentes tamanhos -- embora eles existam aos milhares -- só o acervo de bonecas, por exemplo, conta com 8 mil peças, datadas a partir de 1300. No Museu da Infância, o visitante também conhece peças e objetos referentes ao cotidiano infantil. Roupas -- como ternos ou vestidos de seda -- e equipamentos -- como berços de madeira e talheres -- dão uma idéia de como era ser criança há 400 anos. O melhor é que todo o acervo está exposto na altura dos olhos da meninada. Lar em miniatura -- A casa de bonecas de Nuremberg é a mais antiga do museu. A data em que foi construída, 1673, está escrita na chaminé. A casinha serve como um importante registro da vida de famílias abastadas da época, já que era construída como uma miniatura da própria casa. Na porta da esquerda há um unicórnio, símbolo que indica que o pai da família que mandou construí-la era químico ou farmacêutico. No balanço do rei -- O cavalo de balanço de 1610, foi feito de madeira; foi provavelmente um presente para o futuro rei Charles I, então com 10 anos. Charles I teve diversas complicações na infância, como dificuldades para falar e caminhar. Ele reinou entre 1625 e 1649, até ser deposto e executado durante a Guerra Civil inglesa. A cara de cera -- Na coleção de mais de 8 mil bonecas e bonecos do museu destacam-se as de cera, de 1870, produzidas pela companhia fundada por Domenico Pierotti, italiano radicado na Inglaterra. As bonecas de cera tornaram-se muito populares no início do século XIX na Europa por suas feições realistas -- para alguns críticos da época, isso tirava das crianças seu poder de imaginação. ¨:::::::::: Como Fazíamos sem Elevador Cynthia de Miranda A resposta parece óbvia: íamos pela escada. Nada óbvio, porém, é saber que os elevadores e as escadas vivem juntos por mais de 4 mil anos. Como tantas outras tecnologias, a versão mais antiga do elevador, surgiu no Egito, por volta de 2500 a.C. Era movido a tração animal e humana, mas não levava gente, apenas água e grãos para habitações faraônicas. Durante a Idade Média, elevadores de polias foram usados para levar pedras na construção das muralhas em volta das cidades – os chamados burgos. No fim do período, as casas deram lugar a prédios de até sete andares. Era preciso aproveitar melhor os espaços das cidades. Mesmo assim, o elevador continuou sendo privilégio de frangos e garrafas de vinho, até mesmo nos grandes castelos. Elevador de gente mesmo, só surgiu com a Revolução Industrial, no século XIX. Elias Graves Otis – cuja empresa sobrevive até hoje – criou em 1853 o primeiro elevador para o transporte de passageiros. Nova Iorque e Chicago começaram a construir os primeiros arranha-céus nessa época. Para subir até o oitavo andar, a geringonça, movida a vapor, levava mais de dois minutos. Imagine que hoje há equipamentos que percorrem 100 andares em um minuto. Em 1889, em Nova Iorque, foi lançado o primeiro elevador movido a eletricidade. No Brasil, essa maravilha do sedentarismo, apareceu em 1906: foi instalada no Palácio das Laranjeiras, prédio oficial do governo do Rio de Janeiro. ¨::::::::: Ecoando Uma questão de Orgulho Há cidade que se orgulha de seus prédios altos. Palmas, capital do Tocantins, tem orgulho do título de cidade brasileira com mais áreas verdes por habitante. Mas isso tem suas desvantagens – todos os meses, 11 toneladas de galhos, folhas e grama se acumulam por lá. A solução para o “lixo verde” surgiu quando o engenheiro ambiental Hebert Nunes, da Agência de Meio Ambiente e Turismo da prefeitura, adaptou ao espaço urbano a técnica agrícola da compostagem. O lixo verde, antes jogado num aterro, passou a ser misturado a esterco de galinha. Com o calor do cerrado, surge daí um adubo barato e orgânico, que não polui e ainda corrige a acidez do solo, um problema local. O processo é acompanhado por adolescentes pobres que aprendem tudo e usam o adubo na produção de mudas para novas áreas verdes. “Dá orgulho saber que estamos melhorando o lugar em que vivemos”, diz Cibele Nascimento, de 17 anos que, depois que aprendeu a técnica, passou a cultivar uma horta em casa e a vender o que sobrava aos vizinhos. ¨:::::::::: Gigante de Estimação Agressivos por natureza, os hipopótamos metem medo em quem os encontra pelos rios africanos. Mas uma fêmea robusta de 2 toneladas, chamada África, foge à regra. Curiosamente, é mansa e carinhosa como um gatinho de estimação. Órfã, ela foi adotada aos 5 meses pelos moradores de Garoua -- uma pequena cidade ao norte de Camarões -- e gosta de se alimentar na mão das pessoas. Mascote do lugarejo, África se tornou a principal diversão das crianças que a utilizam para atravessar o Rio Benoué de uma margem para outra -- o

mesmo rio onde foi encontrada há cinco anos. ¨:::::::::: "Olha o Passarinho” A ave na gaiola deixava a criançada imóvel na hora da foto -- Quando a fotografia foi inventada, a impressão da imagem no filme, não se dava rapidinho como hoje. Ver a foto numa telinha digital, segundos após ela ser tirada, podendo apagá-la e fazer de novo se alguém piscou, tampouco passava pela cabeça dos fotógrafos. Por isso posar era um processo bastante lento. Na metade do século XIX, os fotografados tinham de permanecer parados por até 15 minutos a fim de que sua imagem fosse impressa dentro da máquina. E fazer as crianças ficarem imóveis por tanto tempo era um verdadeiro desafio. Por isso, gaiolas com pássaros ficavam penduradas atrás dos fotógrafos e chamavam a atenção dos pequenos, tornando mais fácil a brincadeira. Assim, a expressão "olha o passarinho" ficou conhecida como a frase dita pelo fotógrafo na hora da pose. ¨:::::::::: Conhecendo o Mundo Champs-Elysées: A Alma de Paris Mais bela do mundo, a Avenida dos Champs-Elysées, autêntica alma de Paris, é marcada pela história. Durante seus mais de duzentos anos de existência, ela testemunhou eventos gloriosos como a entrada triunfal de Napoleão, em 1852, além da comemoração da vitória na Primeira Guerra Mundial, em 1918, e, 26 anos mais tarde, a aclamação do General Charles de Gaulle, à chegada das forças aliadas que libertaram a capital francesa. Além disso, ela foi também palco de acontecimentos que os franceses -- e o mundo -- prefeririam esquecer, como os desfiles das então vitoriosas tropas alemãs nas duas Grandes Guerras. Lembrando que Paris é sempre uma festa e que os Champs-Elysées são o coração da Cidade-Luz, os italianos dizem que passar o reveillon na avenida é sinal de boa sorte. Para os franceses, porém, ela é acima de tudo motivo de orgulho. Assim, cercada por lendas e mitos, a avenida ganha brilho especial nos dias de festa, quando cavaleiros em roupas de gala desfilam na monumental parada militar do 14 de Julho, a data nacional francesa, em comemoração à Queda da Bastilha. Mas a história de Paris tem também alguns tristes momentos vividos na avenida, como o cortejo fúnebre do escritor Victor Hugo. Há também na memória da tradicional e austera via, a lembrança de fatos inusitados, como o que aconteceu no ano de 1919 e foi contado pela crônica diária da época: um orangotango fugiu de um circo armado na cidade e foi em direção à avenida. Ali, atacou a primeira-dama da República, a Senhora Poincaré, que estava tranqüilamente reclinada em uma espreguiçadeira instalada nos jardins do Palácio do Eliseu. O grande animal -- tal qual o King Kong do filme de Hollywood -- agarrou a dama em seus braços e foi procurar abrigo em cima de uma das árvores do local. As duas extremidades dos Champs-Elysées -- o Arco do Triunfo e a Place de La Concorde -- também guardam histórias. Esta última, o imenso quadrilátero nascido em 1772, foi palco da decapitação do Rei Luís XVI e de sua jovem e infeliz rainha, Maria Antonieta. O Arco do Triunfo, monumento construído para celebrar os feitos de Napoleão, é o símbolo do orgulho nacional francês e se impõe na confluência das cinco largas avenidas que desembocam na Étoile. Ele ocupa o lugar onde, em 1758, planejou-se um imenso elefante, cujo projeto não foi concretizado. Apoiado num pedestal ornamentado com a figura do rei, o animal teria em seu interior um salão de baile, uma sala para concertos e um chafariz. Em 1806, Napoleão mandou edificar ali o arco em glória às suas conquistas militares, a exemplo dos imperadores romanos. Com 49,5 metros de altura e 45 metros de largura, o Arco do Triunfo é hoje uma das maiores vítimas da poluição atmosférica, da trepidação do metrô e das infiltrações de água. Ele foi limpo, pela primeira vez, em 1965, quando várias de suas esculturas foram restauradas. Vinte anos depois, porém, o monumento já estava em estado lamentável. A segunda obra de recuperação foi realizada em novembro de 1987, quando suas rachaduras foram totalmente restauradas. Hoje, faz parte dos projetos de urbanização dos Champs- -Elysées mantê-lo em estado ideal de conservação. Assim como a Place de La Concorde, o Arco do Triunfo e todos os estabelecimentos comerciais, são uma parte indispensável da mais encantadora avenida do mundo. ¨::::::::: Como Eram os Óculos Bárbara Soalheiro Três graus de miopia. Hoje, um diagnóstico como este é bobagem. Afinal, você pode viver normalmente usando um par de óculos. Mas, há alguns séculos, um problema de visão assim era sinônimo de aposentadoria. O senador romano Marco Túlio Cícero, por exemplo, quase teve que abandonar o emprego quando a idade o impediu de ler sozinho. Como tinha dinheiro, Cícero resolveu o problema do jeito que se fazia na época: comprou escravos que pudessem ler para ele. As primeiras lentes apareceram no ano 500 a.C. na China -- mas, como se acreditava que os problemas de visão eram culpa de espíritos malignos, elas serviam apenas como amuleto. Quase mil anos depois, no século IV, o grego Sêneca, autor de tragédias, conhecido por ter lido todos os livros que existiam na época, usava um pote com água para deixar as letras maiores. Foi só lá pelo ano 1000 que as lentes apareceram na Europa. As primeiras, as pedras de leitura, foram criadas pelos monges católicos, dos poucos alfabetizados na época. Cristais de quartzo, topázio ou berilo eram lapidados em forma de semicírculo e polidos. O resultado era uma lupa primitiva, usada em cima do material que se pretendia ler. Outras centenas de anos se passaram até que os homens tivessem a idéia de aproximar a pedra dos olhos. Ou melhor, do olho -- os primeiros modelos de óculos, no século XIV, eram feitos só para uma vista. Quando surgiu a versão para dois olhos, tinha o formato de um V invertido. Era preciso segurar as armações com as mãos ou ficar completamente imóvel para que elas permanecessem apoiadas sobre o nariz. Nessa época, os óculos eram caríssimos, a ponto de aparecerem listados em testamentos e inventários. Foi só em 1752 que o inglês James Ayscough criou os óculos com duas hastes laterais. Mas, apesar de terem aberto os olhos de muita gente, os óculos não pegaram de cara. Principalmente na Europa, as pessoas tinham vergonha de aparecer em público usando o acessório. Menos na Espanha -- lá, as pessoas achavam que ter um objeto de vidro, as deixava com ar mais importante. ¨::::::::: Ameno e Instrutivo Abrindo o Bocão Toda vez que algum amigo começa com um papo chato ou quando a aula está um tédio, dá aquela vontade de bocejar, não dá? Isso acontece no momento em que rola aquele desinteresse geral. Aí o corpo relaxa, há uma queda de oxigenação no sangue e o primeiro reflexo é abrir o bocão. O nosso organismo, então, precisa de oxigênio. Quando bocejamos, inspiramos mais ar, o pulmão dilata e a quantidade de oxigênio que entra no organismo é maior. Isso ajuda a nos manter alerta. Um caso mais raro é o bocejo nervoso. Algumas pessoas, de tão nervosas que ficam em determinadas situações, passam a bocejar sem parar e não têm o menor controle sobre essa reação. Mas isso não é considerado uma doença grave pelos médicos. Se alguém começa a bocejar do seu lado, em pouco tempo você estará fazendo a mesma coisa. O bocejo é um comportamento imitativo. Assim como os macacos, os homens também gostam de imitar os outros. Mas não são só os humanos que bocejam. A maioria dos mamíferos também tem o mesmo com- portamento, e a causa é a preguiça, que chega quando a taxa de oxigênio no sangue está abaixo do normal. Você já ficou com o ouvido entupido ao descer uma serra? É a mudança de pressão que causa esta sensação e, para aliviá-la, a melhor maneira é bocejar. Abrindo bem a boca, os músculos faciais e auditivos são repuxados e ocorre uma despressurização do ouvido. É por isso que sentimos o nosso ouvido sendo destapado. A produção excessiva de lágrimas durante o bocejo está associada aos músculos que movimentam a boca. Os nervos que controlam esses músculos estão ligados às glândulas lacrimais. Quando o maxilar faz movimentos bruscos ou um esforço muito grande, tais glândulas são atingidas. A sensibilidade a esse estímulo varia muito. Há pessoas que choram sempre que bocejam, outras, não. ¨:::::::::: Máquina do Tempo Exposição mostra herança científica dos muçulmanos Eles criaram as primeiras universidades e hospitais, desenvolveram a matemática, foram pioneiros em tecnologias de irrigação na agricultura, navegação, elaboração de mapas, planejamento arquitetônico das cidades e no comércio internacional; fabricaram instrumentos astronômicos e até construíram um protótipo de uma “máquina de voar”, no século IX. O inventor árabe Abbas Ibn Firnas entrou para a História como o primeiro homem que tentou voar quando desenvolveu uma espécie de planador, em 852. Com seu instrumento, lançou-se de uma montanha em Córdoba e conseguiu flutuar até o solo. Os muçulmanos foram responsáveis por grande parte do desenvolvimento. ¨:::::::::: É Útil Saber Povos indígenas "Os povos indígenas estão aqui faz aproximadamente 30 mil anos." Cada um desses povos tem sua língua própria e desenvolveu, ao longo desses milhares de anos, naquela área da terra em que estão, seu modo próprio de vida: a maneira de construir moradias, o trabalho que executam para sobreviver, os instrumentos que criam para realizar os trabalhos, os mitos, as regras -- o que pode e o que não pode --, etc. Cada um desses povos poderia ser imaginado como um "país" diferente. Embora existam tantas diferenças entre eles, é possível perceber algumas características fundamentais que são comuns à grande maioria desses povos. Vejamos uma delas, talvez a mais importante. O território em que vivem pertence a todos os habitantes da aldeia. Todos os homens adultos protegem o território. Por isso, todos os habitantes podem plantar, colher, pegar frutas e raízes, caçar, pescar. Enfim, utilizar tudo que a natureza e a terra fornecem, de acordo com as necessidades naturais de sobrevivência do homem. Nas sociedades que praticam a agricultura, cada grupo de parentes possui sua própria roça. Esses povos conhecem a natureza, mas não esgotam suas riquezas. Usam instrumentos de trabalho simples, porém eficientes. E como tudo que é importante para viver é produzido na aldeia, eles não fazem comércio nem usam dinheiro. Mas é muito importante entre eles a troca generosa de coisas -- alimentos, utensílios, enfeites etc -- e de serviços. Para viver numa sociedade dessas, cada pessoa tem de trabalhar o quanto precisa: 3 ou 4 horas por dia. Não é necessário mais que isso para garantir a sobrevivência. Por isso, têm bastante tempo para conversar, ensinar às crianças, fazer visitas, realizar cerimônias e festas, aprender ensinamentos com as pessoas mais velhas de seu grupo... "Dia do Índio -- 19 de abril" ¨*** Não É Comigo Esta é uma história sobre 4 pessoas: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém Havia um trbalho muito importante a ser feito numa empresa, e Todo Mundo tinha certeza de que Alguém o faria. Qualquer Um poderia tê-lo feito, mas Ninguém o fez. Alguém zangou-se porque era um trabalho de Todo Mundo. Todo Mundo pensou que Qualquer Um poderia fazê-lo, mas Ninguém imaginou que Todo Mundo deixasse de fazê-lo. Ao final, Todo Mundo culpou Alguém quando Niguém fez o que Qualquer Um poderia ter feito. "Dia do Trabalho -- 1.o de maio" ¨*** Ter ou não Ter Namorado Arthur da Távola Se você não tem namorado, é porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pensando duzentos quilos de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternura; escove a alma com leves fricções de ternura; massageie a alma com leves toques de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fadas. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

"Dia dos namorados -- 12 de junho" ¨:::::::::: O Dicionário Esclarece acatamos – respeitamos, obedecemos acervo – conjunto de bens que constituem um patrimônio; obras de uma biblioteca, de um museu amuleto – objeto que se acredita ser válido contra malefícios ou desgraças aristocratas feudais – fidalgos; nobres proprietários de terras arrojadas – audazes; denodadas; com características inovadoras asceta – pessoa que pratica as virtudes pelo exercício da vontade, pela meditação, pela mortificação austera – severa; rigorosa; sem luxo, sem conforto barroca – arquitetura ou escultura sacra predominante no Brasil colonial bruma – nevoeiro cíclicas – que ocorrem em ciclos; que retornam em intervalos regulares compostagem – prensagem confluência – lugar onde se encontram dois ou mais rios e, por extensão, também duas ou mais estradas, avenidas ou ruas contemporâneas – da mesma época convencionado – combinado; estipulado; estabelecido por convenção emaranhou-se – embaraçou-se; enredou-se empolgada – entusiasmada faraônicas – monumentais; grandiosas; relativo aos faraós ou à sua época infalíveis -- que nunca falham; que nunca se enganam ou erram inusitados – estranhos; extraordinários; esquisitos irreverente – sem respeito latifúndio – propriedade rural de grande extensão não explorada economicamente liturgia – ritual complexo de cerimônia eclesiástica lúpulo – condimento amargoso usado para dar gosto à cerveja odisséia – narração de aventuras extraordinárias; poema de Homero parábola – narração que contém algum preceito moral persuasiva – habilidade para aconselhar, convencer reiterar – fazer de novo; renovar; repetir reivindicando – reclamando sucumbiu – morreu; pereceu; abateu-se; transcender – ultrapassar ultimar – terminar; acabar; concluir

versátil – que possui qualidades múltiplas e variadas ¨:::::::::: Fontes de Pesquisa Apostila “Qualificação Profissional para o Magis- tério” Fundação TVE -- RJ Jornal do Brasil Jornal O Dia Jornal O Globo Lifran Livro de Fábulas Livro O Amiguinho Livro Viajando Através da História Revista Aventuras na História Revista Caminhos da Terra Revista Galileu Revista Geográfica Uni- versal Revista Saúde Revista Seleções Revista Superinteressante ¨ ::::::::::

Ao Leitor Solicitamos aos leitores de Pontinhos abaixo mencionados, que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Alberto Furtado de Mendonça Ana Jurema Ribeiro da Silva Ana Paula de Resende Rosa Associação de Cegos do sul da Bahia Associação dos Deficientes Visuais do Mato Grosso do Sul Associação de Pais e Amigos do DV -- APDEVI -- PR Biblioteca Pública Municipal Dr. Velar CAP -- MS Centro Municipal Integrado de Educação Especial -- RR Climério da Silva Junior Edson Pereira Rosário Emanuel Ortiz Moreira Escola Municipal Lions Club Bandeirantes Eugênio Baunur Eugênio Pechim Neiva Gerson José G. de Andrade Gilberto Araújo Irmã Cecília Von Zubenn Jackson Mercado Freitas João Batista Rosa Jonys Ribeiro da Silva José Carlos dos Santos José Ferreira Mateus Filho Lindomar de Souza Costa Luciana Catalão de Albuquerque Luzia Maria Lúcio Silveira Marcos Vanderley de Souza Pires Maria Verônica de Melo Noely Ferreira Bequer Odete Fiuza Paulo Roberto Alves de Lima Paulo Roberto Fonseca Neves Sandra Maria Carneiro Oliveira Sidney José Moreira da Silva Tânia Maria Tostes Lima da Silva Vera Lucia Sábio Walmir de Souza Serpa ¨::::::::::