õieieieieieieieieieieieieieieo õ PONTINHOS o õ o õ Ano LI -- n.o 322 o õ Julho-Dezembro de 2006 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sr.a Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ tel: (0xx21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seção Infantil A Vovó Conta História: O Soldadinho de Chumbo :::::::::::::::: 1 A Raposa Esfomeada ::::::::::::: 5 Lady Godiva :::::::::: 7 Divertimentos: O que É, o que É? ::: 8 Só rindo :::::::::::::: 12 Vamos Aprender: Caixa d'Água ::::::::: 13 Para você Recitar: A Girafa ::::::::::::: 13 Zoologando: Cuidados Maternos :::: 15 Historiando: Gengis Khan e seu Falcão :::::::::::::::: 16 Seção Juvenil O Vovô Narra a História: Terra de Gigantes :::: 20 Tales de Mileto :::::: 22 Conhecendo Nossos Escritores :::::::::::: 23 A História do Lápis ::: 26 Ágata, História e Origem :::::::::::::::: 29 Não Custa Saber ::::::: 30 A Segunda Vida de Aristóteles ::::::::::: 31 S.O.S. :::::::::::::::: 32 Nosso Brasil: A Mina de Mariana ::: 33 A História do Cartão- -Postal ::::::::::::::: 35 Lawrence da Arábia ::::: 37 Curiosidades :::::::::::: 39 O Céu na Terra :::::::: 41 Seda por Acaso ::::::::: 43 Ecoando: Sementes que se Espalham :::::::::::::: 44 A Prata da Casa ::::::: 45 Não Adiar :::::::::::::: 46 Conhecendo o Mundo: Cracóvia :::::::::::::: 47 Gosto Musical Reflete Personalidade ::::::::: 50 Berimbau :::::::::::::::: 51 Ameno e Instrutivo: Como Surgiram os No- mes dos Dias da Se- mana? :::::::::::::::::: 52 É Útil Saber: O Tempo :::::::::::::: 55 O Futebol :::::::::::: 56 Vacinas ::::::::::::::: 57 Um Estímulo Es- pecial ::::::::::::::::: 59 Avestruz :::::::::::::: 63 Em Ritmo de Agita- ção :::::::::::::::::::: 66 Qual é a Origem da Árvore de Natal? ::::: 68 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 70 Fontes de Pesquisa ::::: 72 Ao Leitor :::::::::::::: 72 :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O soldadinho de chumbo Hans Christian Andersen Era uma vez 25 soldados de chumbo, todos irmãos, como brotos que vinham da mesma planta. Cada um deles carregava seu fuzil, vestidos em seus lindos uniformes vermelhos e azuis. As primeiras palavras que o pequeno batalhão ouviu, vieram dos lábios de um menino: “Soldados, soldados!” O garoto festejava seu presente de aniversário. O exército era exatamente igual, com exceção de um soldado, que tinha apenas uma perna, pois o chumbo acabara antes que estivesse pronto. Mas ele se equilibrava tão bem, que o menino resolveu guardá-lo. Sobre a mesa havia muitos outros brinquedos, sendo que o mais atraente era um encantador castelo de papelão, onde uma bailarina -- também de papel, com um vestido de gaze muito fino e uma lantejoula muito brilhante -- estendia seus delicados braços para o céu. Seu passo era tão belo, alçava-se tão alto no ar, que o soldado de chumbo imaginou que a ela também faltasse uma perna. “Seria a esposa mais adequada para mim”, pensou. “Mas ela vive em um palácio.” Resolveu esconder seu amor e passar o resto da vida apenas contemplando a pequena bailarina. Todas as noites, quando a gente da casa se retirava para dormir, chegava a hora de os brinquedos brincarem e se divertirem visitando uns aos outros, fazendo batalhas ou dando bailes. Os soldados de chumbo se aborreciam em sua caixa, mas tinham sido educados para ter disciplina e educação. Certo dia, a empregada viu que havia um soldado aleijado e o jogou pela janela. Meninos que passavam viram o brinquedo quebrado, e o colocaram em um barco de papel, que seguiu pela sarjeta até o esgoto -- que, por sua vez, desembocou em um rio. Ali, um peixe engoliu o soldado, mas ele continuava impávido, com seu fuzil ao ombro e sonhando com os dias felizes que passara junto do seu amor. O peixe terminou sendo pescado e vendido para a mesma casa onde, um dia, o menino recebera 25 soldadinhos de presente. A mesma empregada que o tinha jogado fora, achou-o no ventre do peixe e desta vez jogou-o no fogo. Antes de cair entre as chamas, ele pôde ver, pela última vez, as mesmas crianças, os mesmos brinquedos sobre a mesa e o formoso castelo com a linda bailarina à porta. E viu, nos olhos da bailarina, uma lágrima de papelão -- ela também havia sentido sua falta. Pouco a pouco, circundado pelas chamas, ele começou a derreter-se. À medida que suas roupas perdiam as cores, ele procurava manter seu porte marcial, com os olhos fixos naquela a quem jurara seu amor eterno. Os dois se contemplavam, tristes por estarem longe, contentes pela oportunidade de se encontrarem mais uma vez. Não se sabe como, mas uma corrente de vento atravessou a sala e arrebatou a pequena bailarina, que voou como uma fada e também caiu na lareira. Dizem que Deus é generoso com os que amam e por isso sempre dá oportunidade para que estejam juntos. No dia seguinte, quando a empregada retirava as cinzas, notou um pequeno coração feito de chumbo, tendo no centro uma lantejoula que, ela sabia, pertencia a um outro brinquedo que estava na mesa das crianças. ¨*** A Raposa Esfomeada Pedro Bandeira Ou a raposa estava velha demais e não conseguia alcançar a caça, ou os bichos estavam muito espertos e sempre conseguiam escapar da fome da raposa. O certo é que a raposa andava esfomeada e doida por uma refeição. Lá estava ela, roendo-se de fome, quando um delicioso cheiro de comida chegou-lhe ao nariz, muito antes de chegar-lhe aos olhos a tentadora imagem de uma carroça carregada de peixes, que ia em direção ao mercado. Assim que a raposa viu a carroça, o carroceiro viu a raposa. E, se a raposa pensou em comer os peixes, o carroceiro pensou em vender a valiosa pele da raposa no mercado. Levantou a espingarda e, pimba!, mandou bala na direção da pobre esfomeada. Sorte da raposa que o carroceiro era míope e tinha péssima pontaria. E azar do carroceiro que a fome da raposa aguçava-lhe o raciocínio: na hora em que ouviu o tiro, a espertalhona teve uma idéia brilhante e caiu para trás, fingindo-se de morta. Assombrado com a própria pontaria, o carroceiro correu feliz, jogou o “cadáver” da raposa na carroça e continuou a viagem, sonhando com o lucro inesperado que o encontro tinha-lhe trazido. Só não viu que, lá dentro da carroça, a raposa empanturrava-se com os peixes e depois fugia feliz, carregando nos dentes o que não tinha conseguido devorar! ¨*** Lady Godiva Diz uma lenda que, entre os anos 968-1057, na Inglaterra, na região de Coventry, havia um rei, Leofric III, que cobrava pesados impostos de seu povo. Sua mulher, Lady Godiva, implorava ao marido que fosse mais humano com seus súditos. Ele não cedia. E um dia, como ela tornasse a insistir, ele fez uma contraproposta, evidentemente para humilhá-la e mostrar uma vez mais seu poder sobre o povo. Que ela desfilasse nua sobre um cavalo pela cidade e ele aboliria os impostos ex- cessivos. Pois a Lady aceitou o desafio. O marido, aparentemente liberal, era, no entanto, ciumento, e botou uma condição: ninguém poderia vê-la desfilar nua, todas as portas e janelas deveriam estar trancadas. E no dia ansiado, lá estava Lady Godiva sobre o cavalo, coberta apenas pelos seus cabelos, oferecendo sua nudez real e imaginária, porque ninguém deveria ou poderia vê-la. Um certo Peeping Tom resolveu fazer um buraco na janela de sua casa para ver a nudez real passar. O fato é que o cidadão curioso foi punido com a cegueira. Ele viu o que não deveria ver. ¨:::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. O que é que falta numa casa para formar um casal? R: A letra L. 2. Se você rolar da escada, contra o que vai cair? R: Contra sua vontade. 3. Qual a palavra mais comprida do mundo? R: A que vem depois da frase: “E agora, uma palavrinha do nosso patrocinador”. 4. Qual o animal marinho que, sem a primeira sílaba, manda ler? R: Baleia. 5. Qual é a letra mais usada no alfabeto? R: T, porque está em tudo. 6. O que é que flutua na água, é leve como uma pluma, e nem mil homens conseguem erguer? R: Bolha. 7. O que vem sempre para casa pelo buraco da fechadura? R: A chave. 8. Por que os rios são preguiçosos? R: Porque não saem dos seus leitos. 9. Qual o lugar cujo nome os barbeiros detestam? R: Barbados. 10. Qual é a parte do carro que se originou no Antigo Egito? R: Os faraóis. 11. O que é que tem mais de quarenta cabeças e não pode pensar? R: Uma caixa de fósforos. 12. Qual é o Estado do Brasil que queria ser veículo? R: Sergipe. 13. O que é que sempre sobe e jamais desce? R: A sua idade. 14. Qual é o homem que tem de fazer mais de três barbas por dia? R: O barbeiro. 15. O que foi que a uva disse quando o elefante pisou nela? R: Não disse nada. Só chiou. 16. Qual a coisa mais valiosa que um homem nunca teve e nem terá, mas pode dar a uma mulher? R: Um marido. 17. Você usa da cabeça aos pés; quanto mais ele trabalha, mais magro fica. O que é? R: Sabonete. 18. O que é que não tem pernas, mas sempre anda? R: O sapato. 19. Quem são os pais antigos que tiveram poucos filhos e milhares de netos, embora eles próprios não tivessem tido pais? R: Adão e Eva. 20. O que é que tem cidades, mas não tem casa; tem florestas, mas não tem árvores; tem rios, mas não tem peixes? R: Mapa. ¨ ***

Só Rindo Doca traz frango frito de lanche, só que dentro de uma gaiola. A professora fica intrigada e pergunta: -- O que é isso, menino? -- É frango a passarinho... E o Juquinha bronqueia: -- Ô mãe! Tem uma mosca dentro da minha sopa! O irmãozinho mais novo intervém: -- Não liga não. Mosca não come muito. Na aula de Ciências a professora explica: -- A baleia se alimenta de pequenos peixes, principalmente de sardinhas. E o Zequinha: -- Como é que as baleias abrem as latas, professora? ¨ ::::::::::

Vamos Aprender Caixa d'Água Nós ainda utilizamos um monte de descobertas dos antigos gregos e romanos. "O direito romano e o pensamento grego são as duas maiores heranças que esses povos nos deixaram". Eles também bolaram algumas engenhocas que são usadas até hoje. Você pode não saber, mas a caixa d'água é invenção de um cientista grego chamado Arquimedes. ¨:::::::::: Para você Recitar A Girafa A girafa não vê tevê mas isso não lhe faz mal, pois anda sempre bem informada e passa notícias frescas pra bicharada. Com um pescoço que é um colosso, num jeito estranho de se informar, fareja furos sensacionais e cria manchetes pros maiorais. Apanha a notícia e sai rebolando. Mal avista o bando, a jornalista vai informando. Ligeira e fofoqueira conta o que viu, conta o que ouviu. E como no conto, aumenta um ponto. Sucesso diário o girafanoticiário! ¨ ::::::::::

Zoologando Cuidados Maternos Por que a tartaruga enterra seus ovos na areia? -- Como todo animal ovíparo, os embriões de tartarugas marinhas precisam de um tempo de incubação dentro dos ovos e fora do corpo da fêmea, antes de nascerem. Para proteger sua ninhada nesse período, a fêmea deposita os ovos na areia, em um buraco de cerca de 80 centímetros. Além de proteger de predadores e da maré, a areia também os mantém aquecidos. A temperatura dos ovos, aliás, é fundamental para definir o sexo das futuras tartarugas. Temperaturas mais altas geram mais machos; já as mais baixas, tendem a criar mais fêmeas. Depois de cerca de 60 dias, os filhotes, devidamente formados, rompem a casca do ovo, escavam a areia até atingir a superfície e, em praias sem iluminação artificial excessiva, caminham para o mar, onde irão passar o resto de suas vidas. Ameaçados pelo clima e alvo constante dos predadores, como caranguejos e aves, as tartaruguinhas precisam superar grandes dificuldades para sobreviver. Estima-se que, de cada mil filhotes, apenas dois ou três chegarão à idade adulta. ¨:::::::::: Historiando Gengis Khan e seu Falcão Certa manhã, o guerreiro mongol Gengis Khan e sua corte saíram para caçar. Enquanto seus companheiros levavam flechas e arcos, Gengis Khan carregava seu falcão favorito no braço -- que era melhor e mais preciso que qualquer flecha, porque podia subir aos céus e ver tudo aquilo que o ser humano não consegue ver. Entretanto, apesar de todo o entusiasmo do grupo, não conseguiram encontrar nada. Decepcionado, Gengis Khan voltou para seu acampamento -- mas, para não descarregar sua frustração em seus companheiros, separou-se da comitiva e resolveu caminhar sozinho. Tinham permanecido na floresta mais tempo que o esperado e Khan estava morto de cansaço e de sede. Por causa do calor do verão, os riachos estavam secos, não conseguia encontrar nada para beber, até que -- milagre! -- viu um fio de água descendo de um rochedo à sua frente. Na mesma hora, retirou o falcão do seu braço, pegou o pequeno cálice de prata que sempre carregava consigo, demorou um longo tempo para enchê-lo e, quando estava prestes a levá-lo aos lábios, o falcão levantou vôo e arrancou a taça de suas mãos, atirando-o longe. Gengis Khan ficou furioso, mas era seu animal favorito; talvez também estivesse com sede. Apanhou o cálice, limpou a poeira e tornou a enchê-lo. Com a taça pela metade, o falcão de novo atacou-o, derramando o líquido. Gengis Khan adorava seu animal, mas sabia que não podia deixar-se desrespeitar em nenhuma circunstância, já que alguém podia estar assistindo à cena de longe e mais tarde contaria aos seus guerreiros que o grande conquistador era incapaz de domar uma simples ave. Desta vez, tirou a espada da cintura, pegou o cálice, recomeçou a enchê-lo -- mantendo um olho na fonte e outro no falcão. Assim que viu haver água suficiente e quando estava pronto para beber, o falcão de novo levantou vôo e veio em sua direção. Khan, em um golpe certeiro, atravessou seu peito. Mas o fio de água havia secado. Decidido a beber de qualquer maneira, subiu o rochedo em busca da fonte. Para sua surpresa, havia realmente uma poça d'água e, no meio dela, morta, uma das serpentes mais venenosas da região. Se tivesse bebido a água, já não estaria mais no mundo dos vivos. Khan voltou ao acampamento com o falcão morto em seus braços. Mandou fazer uma re- produção em ouro da ave e gravou em uma das asas: “Mesmo quando um amigo faz algo que você não gosta, ele continua sendo seu amigo”. Na outra asa, mandou escrever: “Qualquer ação motivada pela fúria é uma ação condenada ao fracasso”. ¨:::::::::: Seção Juvenil O Vovô Narra a História Terra de Gigantes Os antigos gregos acreditavam em gigantes -- heróis míticos e criaturas semidivinas maiores que as pessoas comuns. Entre eles estavam Atlas, os ciclopes e os titãs, mas talvez o maior de todos fosse Pélops. Os poetas o viam como um belo forasteiro vindo do Oriente e dotado de uma escápula de marfim. Após trapacear para vencer uma corrida de carruagens, Pélops teria fundado os Jogos Olímpicos para agradecer aos deuses por sua vitória. Ele também reinou sobre a península meridional da Grécia -- o Peloponeso, “ilha de Pélops”. No noroeste da península ficava Olímpia, um complexo religioso onde eram realizados os Jogos Olímpicos e no qual um santuário abrigava uma relíquia do gigante -- sua escápula. Durante a Guerra de Tróia, conta-se que ela foi enviada à cidade assediada, para servir de talismã aos gregos. Os autores gregos, desde o historiador Heródoto, no século V a.C., até o viajante Pausânias, no século II d.C., relataram achados de outros resquícios gigantes. Esqueletos imensos apareciam ao longo de litorais instáveis, e ossos enormes destacavam-se de colinas e penhascos fustigados cruelmente pelos elementos. Hoje, a maioria dos estudiosos considera fictícios tais relatos. Mas Adrienne Mayor, folclorista e historiadora dos primórdios da ciência, acredita que eles não são invenção dos gregos. “Desde o século XIX”, diz ela, “os modernos paleontólogos descobriram abundantes ossadas de imensos mamíferos extintos nos mesmos locais em que os gregos antigos haviam assinalado a presença de ossos de heróis e gigantes.” Segundo Mayor, o que os gregos acharam de fato foram ossos fossilizados e dispersos de criaturas como o mamute meridional, -- um parente do mamute lanudo. ¨*** Tales de Mileto Tales de Mileto nasceu, provavelmente, em Mileto, Ásia Menor, colônia cretense no Mediterrâneo, entre 650 e 625 a.C. e morreu em 560 a.C. Foi comerciante de grande talento, o que o fez tornar-se rico e viajar muito. Em 582 a.C., foi proclamado pelo Oráculo de Delfos, o primeiro dos 7 sábios da antigüidade. Considerado o “primeiro matemático” verdadeiro, descobriu que o âmbar quando friccionado atraía pequenas partículas. Suas obras não sobreviveram até nossos dias, mas são conhecidas por intermédio de Aristóteles, Diógenes, Laércio, Heródoto, Teofrasto e Simplício. ¨*** Conhecendo nossos Escritores Ziraldo -- Ziraldo Alves Pinto, faz humor como só sabem fazer os grandes observadores do comportamento do bicho homem. Publicamos uma das inúmeras histórias daquela que talvez seja a sua personagem mais famosa: “The Supermãe”. Ela protagoniza pequenas aventuras ternas e divertidas, nas quais cada um de nós, de algum modo e em algum momento, se reconhece um pouco. A obra desse mineiro de Caratinga, nascido em 24 de outubro de 1932, diversifica-se em histórias em quadrinhos, livros infantis, cartuns para jornais e revistas, sím- bolos, logotipos, literatura. Ou, como ele mesmo define, “tenho uma consciência cidadã, e tudo que faço é usar essa capacidade, a facilidade de transmitir o que está na minha cabeça, pelo escrito, pelo desenho. O tempo que você gasta sonhando é o mesmo que você gasta fazendo. Então eu não sonho nada, eu faço!" Ziraldo tem carinho pelos inúmeros tipos que criou, em seus 55 anos de profissão, como A Turma do Pererê, O Menino Maluquinho, O Bichinho da Maçã, Jeremias, o Bom, Coleção ABZ e tantos outros, sendo que nenhum dos seus livros está fora de catálogo (todos editados pela Melhoramentos), como ele registra, com orgulho. Ziraldo afirma que sempre foi exibido, nunca soube o que fosse uma depressão, não precisa de análise nem de terapia. A morte de Wilma, há três anos, com quem foi casado por 43 anos (49 de relacionamento), foi para ele “como se me tivessem tirado um braço”. Fora esse episódio, Ziraldo é capaz de falar por horas, sempre em alto-astral, especialmente se for dos três filhos e dos seis netos. Uma das filhas, Daniela Thomas, é cenógrafa de destaque internacional; a outra, Fabrizia, foi do elenco do coreógrafo Bob Wilson, rodou com ele o mundo inteiro. Além de dançar, é mímica. Também enche o peito para falar do filho, Antonio, que, mesmo sem formação musical, cria trilhas sonoras para filmes, como Central do Brasil e Cidade de Deus, e produziu a trilha musical do último filme do diretor Michael Mann, Colateral, com Tom Cruise. Com a neta Nina, (então com 7 anos), filha de Fabrizia, o avô encantado já fez um livro, a quatro mãos, com ilustrações. Este é um rápido perfil de nosso mais novo companheiro de aventuras. ¨:::::::::: A História do Lápis O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou: -- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E, por acaso, é uma história sobre mim? A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto: -- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria de que você fosse como ele, quando crescesse. O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. -- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida! -- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele, e se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo. “Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer jamais que existem mãos que guiam seus passos. Estas mãos nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.” “Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.” “Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos, não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.” “Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis, não é a madeira ou a sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.” “Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação.” ¨ ::::::::::

Ágata, História e Origem O nome desta pedra vem provavelmente de Achates, um rio da Sicília, de onde era ex- traída na Antigüidade. A sua característica básica é ser formada por microscópicos cristais de quartzo, dispostos em bandas de cores distintas. As cores e formas são tão variadas que uma coleção de pe- dras de ágata, pareceria uma coleção de muitas pedras diferentes. A maioria das ágatas coloridas que vemos hoje, são tingidas artificialmente. Há 3.000 anos, a Ágata já era trabalhada no Egito sob a forma de selos, pedras para anéis, gemas e vasilhas. Foi utilizada também como amuleto, para proteger do raio e da tempestade. A ágata musgosa, uma variedade que tem, em sua estrutura, filamentos de musgo, era levada pelos agricultores penduradas em seu corpo ou amarradas no chifre do boi do arado, para garantir colheitas abundantes. ¨:::::::::: Não Custa Saber “Eu tive um dia ruim.” Essa palavra é oxítona; logo, a sílaba tônica é a última (im), e a palavra se pronuncia ruím. Fica ruim errar na prosódia (colocação correta do acento tônico das palavras). Existem algumas expressões que são exemplos de redundância ou pleonasmo -- igual a repetição desnecessária --. Por exemplo: “O anúncio era uma novidade inédita”. Ora, “novidade” é uma inovação, aquilo que é visto pela primeira vez, ou seja, inédito. ¨ ::::::::::

A Segunda Vida de Aristóteles Ibn-Rushd, filósofo e cientista muçulmano, foi tradutor, não só de livros, mas de civilizações. Córdoba era seu laboratório, e as obras de Aristóteles, os materiais que usou nas experiências. O resultado foi o que se conhece como o renascimento europeu do século XII. Desde o século VI, a Igreja Católica tinha esquecido, ignorado ou escondido a cultura clássica sob o peso das Sagradas Escrituras. Centros de erudição islâmica, no entanto, preservaram as obras de filósofos da Antigüidade, com lugar de honra para Aristóteles. Em 1169, Ibn-Rushd, homem de cultura enciclopédica, conhecido tam- bém como Averróis, começou a traduzir e comentar a obra de Aristóteles. O ambiente era perfeito para isso. Havia séculos a Espanha estava sob controle dos muçulmanos, cuja cultura literária e artística superava em muito a da Europa medieval. A biblioteca de Córdoba tinha mais de 400 mil volumes -- mais que todas as outras bibliotecas européias juntas. Durante 26 anos, Ibn- -Rushd concentrou-se em trazer Aristóteles de volta à vida, traduzindo-o do grego para o árabe e para o latim e injetando-o na corrente san- güínea da vida intelectual européia. A filosofia transformou-se, do Oriente para o Ocidente, passando do dogmatismo árido para uma nova e robusta síntese entre razão e fé. ¨:::::::::: S. O. S. Estas letras são usadas no mundo todo, através do telégrafo, para pedir socorro. Elas querem dizer “Salvem nossas almas” (em inglês: Save our souls). O sinal telegráfico corresponde a 3 batidas rápidas, 3 longas e mais 3 rápidas. ¨:::::::::: Nosso Brasil A Mina de Mariana Jorge de Souza Minas de ouro sempre fre- qüentaram o imaginário das pessoas como algo quase fictício. Coisa de contos de fadas. Pois em Minas Gerais as minas não só existem de fato como algumas até são abertas à visitação dos turistas. É o caso desta aqui, a Mina da Passagem, de Mariana, a cinco minutos de Ouro Preto, que não produz mais ouro, mas não deixa de ser uma mina de verdade. Criada no século XIX, a Mina da Passagem produziu normalmente até 1985, quando o custo para a extração do metal tornou-a economicamente inviável. Virou, então, um centro de visitação -- e tão interessante quanto as pró- prias igrejas de Ouro Preto. Ali, pelo preço de um ingresso, pode-se sentir a febre do ouro correndo nas veias e o calafrio de penetrar 120 metros terra adentro, na espetacular malha de 30 quilômetros de caminhos subterrâneos da mina. A maior parte desse incrível labirinto de túneis está hoje inundada pela água que brotou dos lençóis freáticos da região e, por isso mesmo, fechada aos visitantes. Mesmo assim, quem fizer o passeio (que começa com a íngreme descida no trenzinho original dos antigos mineiros) terá uma boa idéia de como é uma autêntica mina. Oficialmente, 35 toneladas de ouro saíram daquelas galerias escuras. Na prática, muito mais ouro, escondido dentro de estátuas sacras do passado -- os chamados santos de pau oco. Isso, e muito mais, você fica sabendo através dos guias especializados, que conduzem os visitantes dentro da mina e vão contando histórias e apontando os minérios ainda existentes por lá. Incluindo, sim, ouro. Mas as partículas são tão minúsculas que você custará a acreditar que aqueles grãozinhos amarelos nas paredes da rocha nua, são o que parecem ser. Mas são. ¨:::::::::: A História do Cartão-Postal A idéia do cartão-postal surgiu em 1865, quando um cidadão chamado Heinrich von Stephan, dos Correios da Prússia, propôs a seus colegas europeus a adoção de um meio de comunicação simples, breve, e, principalmente, barato, porque teria uma tarifa postal diferenciada. Grande idéia! Tão grande que foi imediatamente rejeitada. Todo mundo achou que, em vez de atrair novos clientes, o cartão-postal faria com que os usuários trocassem as volumosas cartas que escreviam, pelo cartãozinho meia-boca, e isso acabaria levando os serviços postais à falência. Quatro anos depois, o mesmo conceito foi desenterrado por um professor de economia de Viena, o dr. Emmanuel Hermann, que, em vez de propor, mandou fazer. Em #,o de outubro de 1869, a Áustria colocou à venda o primeiro cartão-postal do mundo. Menos de cinco anos depois, a coisa já tinha virado mania universal. Não demorou muito para o nome cartão-postal acabar extrapolando aquele pedacinho de cartolina e passar a ser usado figurativamente: “A Torre Eiffel é o cartão-postal de Paris”. Assim como a Estátua da Liberdade é o de Nova York, o Big Ben, o de Londres, o Elevador Lacerda, o de Salvador, o Gaúcho Laçador, o de Porto Alegre. Não há lugar neste mundo que não tenha o seu ponto de referência, o seu cartão-postal. O nosso, até para quem nem sabe onde fica exatamente o Brasil, é o Cristo Redentor. ¨:::::::::: Lawrence da Arábia Nos primeiros anos do século XX, eram muitos os lugares desolados e inexplorados. Quem quisesse conhecer um país distante tinha que se alistar no Exército ou ir por conta própria. Fascinado por uma das regiões mais antigas e disputadas do mundo, o jovem inglês Thomas Edward Lawrence não poupou alternativas. Passou três anos na Síria, trabalhando como arqueólogo, e, com o início da I Guerra Mundial, em 1914, foi enviado para o Cairo como cartógrafo do exército inglês. Mas Lawrence era um homem diferente. Além de falar árabe, conhecia como ninguém a história do poderoso Império Otomano, liderado pelos turcos. Em 1916, foi designado para uma delicada missão diplomática: entrar em contato com os árabes, que queriam a independência de seu povo. A identificação do inglês com esse povo foi imediata. Dali em diante, o mapa do Oriente Médio começaria a mudar. E o jovem Thomas passaria a ser conhecido como Lawrence da Arábia. ¨:::::::::: Curiosidades Qual o segredo dos encantadores de serpente? -- Não se trata de magia musical e sim de pura esperteza. Todas as cobras -- inclusive a naja, a mais usada para esse tipo de apresentação -- são praticamente surdas. O som da flauta, portanto, não tem nada a ver com a história. Quando o encantador abre o cesto onde está a serpente, ela se levanta naturalmente, pois faz parte do seu comportamento instintivo manter parte do corpo ereta. O que desperta a curiosidade do animal é o movimento que o encantador faz com a flauta. “Se ele executar o mesmo movimento com a mão ou com o braço, a cobra ficará interessada do mesmo jeito”, afirma o biólogo Giuseppe Puorto, do Instituto Butantã de São Paulo. Outro truque pode ajudar no sucesso da apresentação. “Alguns especialistas contam que os encantadores também passam urina de rato na ponta da flauta, o que atiça o faro da naja e ajuda a manter sua atenção fixa no instrumento.” ¨ *** Na Grécia Antiga, as mulheres eram proibidas de entrar nos estádios para assistirem aos jogos olímpicos, até mesmo as mães e esposas dos participantes. Já as virgens tinham livre acesso aos jogos. A punição para quem ousasse quebrar esta regra era ser jogada dos penhascos do Typaion. ¨ *** Para evitar o transtorno de tratar dos seus escravos doentes, os romanos construíram um templo dedicado ao deus Esculápio e ali os colocavam para serem “cuidados” pelos deuses. Os que conseguiam se recuperar, passavam a cuidar dos que ainda estavam doentes. Mas a maioria morria. ¨ *** Camaleão -- Célebre por sua faculdade em trocar de cor, o camaleão é igualmente espetacular por sua impressionante língua. Esse réptil pode projetar, fora de sua boca, uma língua com o comprimento igual a seu corpo 25 a 50 cm, conforme a espécie. Ele pega, assim, os insetos dos quais se alimenta. ¨:::::::::: O Céu na Terra Há quase 900 anos, um homem chamado Suryavarman II tentou construir o céu na Terra. Não conseguiu. O templo-monte que seu povo ergueu onde agora fica o Camboja, é quase um milagre. Ainda hoje seria uma façanha arquitetônica, montar um edifício inteiriço com pedras de até 3.600 quilos. Angkor Wat, o maior monumento religioso do mundo, terminado por volta de 1150, foi erguido sem argamassa. Sustenta-se pelo atrito e pelo peso. O conjunto é uma escultura de cerca de 2,5 quilômetros quadrados. Os relevos em arenito -- cenas de lendas hindus e de batalhas dos khmers -- estão entre os mais lindos do mundo. Sua influência artística talvez fosse maior se o Império Khmer, que controlou boa parte do Sudeste Asiático, não se tivesse enfraquecido pela obsessão com as construções e não tivesse sido invadido por forças tailandesas em 1431. Angkor Wat, hoje um templo budista, ainda nos deixa maravilhados. ¨ ::::::::::

Seda por Acaso Do derramamento casual de um vidro de colódio (solução utilizada, no passado, para proteger ferimentos) nasceu um substituto artificial para a seda. A descoberta foi feita em 1878 pelo jovem químico francês Hilaire de Chardonnet. Assistente de Pasteur, ele o ajudava a encontrar um modo de conter uma epidemia entre os bichos-da-seda que ameaçava a indústria francesa. Certo dia, quando trabalhava com chapas fotográficas num quarto escuro, Chardonnet derramou um vidro de colódio sobre a mesa e deixou para limpar a sujeira depois. O líquido tornou-se pegajoso e viscoso graças à evaporação do solvente e, ao tentar removê-lo, Chardonnet notou que ele formava fios longos e finos de fibras semelhantes à seda. Seis anos depois ele conseguiu produzir a seda artificial a partir do colódio. ¨:::::::::: Ecoando Sementes que se Espalham Na natureza, as sementes das plantas nativas de uma região, são espalhadas pelo vento e pelos animais e se desenvolvem formando a vegetação. O reflorestamento deve imitar a natureza. Para que isso seja possível, cientistas fazem estudos para descobrir que sementes devem ser plantadas em determinada região. Assim, conseguem planejar um bom reflorestamento. Várias regiões da Mata Atlântica foram recuperadas com a plantação de sementes nativas. No Rio de Janeiro, os deslizamentos de terra e pedras são comuns nas encostas dos morros, principalmente com a chegada das chuvas de verão. Utilizando-se a tecnologia de “imitação da natureza” no reflorestamento das encostas, tem-se conseguido evitar muitos deslizamentos. ¨:::::::::: A Prata da Casa Muito antes da corrida do ouro na Califórnia, a descoberta de prata nos Andes, gerou uma explosão de riqueza na Espanha. Empresários invadiram Potosi, então parte do Peru, recrutando índios para extrair o metal precioso. Para enganar a fome e espantar a fadiga, os nativos mascavam 95 mil cestas de folhas de coca por ano. Entre 1550 e 1650, saíram das minas de Potosi, até 60 por cento da prata do mundo, abrindo o comércio entre a América Latina, Europa e Ásia, em particular a China, onde o metal tinha o dobro do valor de outros lugares. Por volta de 1640, o preço da prata despencou na China, apressando o fim da dinastia Ming e o declínio do império espanhol. Hoje, nas minas de Potosi explora-se principalmente estanho. ¨:::::::::: Não Adiar Paulo Coelho Muitas vezes, temos que arregaçar as mangas e resolver determinada situação. Nestes casos, não existe pior coisa do que adiar. Adiar traz angústias e sofrimentos. Eu aprendi a não adiar as coisas, do modo que todo mundo aprende: levando na cabeça. Quando tinha dez anos, minha mãe me obrigou a fazer um curso de educação física. Um dos exercícios era pular de um píer para a água. Eu morria de medo. Ficava no último lugar da fila, e sofria com cada menino que pulava na minha frente, porque logo chegaria a minha hora. Até que um dia, para impressionar uma menina, resolvi ser o primeiro a pular. Tive o mesmo medo, mas acabou tão rápido que passei a ter coragem. ¨:::::::::: Conhecendo o Mundo Cracóvia Adriana Marcolini A cidade mais visitada na Polônia, não é a capital Varsóvia e sim a surpreendente Cracóvia. Com 1.000 anos de idade, ela vive cheia de lendas e histórias para contar -- começando pelo milagre de ter sido a única cidade do país a escapar intacta dos bombardeios da Segunda Guerra. Quem admira a arquitetura de Praga, que fica ao lado, não pode perder os encantos do State Miasto, o centro histórico de Cracóvia, tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade. Seu coração, a Rynek Glowny, era a maior praça pública de toda a Europa medieval. E até hoje se realiza ali, desde 1241, um ritual esquisito: de hora em hora, na torre mais alta da igreja de Santa Maria, um trompetista começa a tocar certa melodia, mas pára bem na metade. Com isso, Cracóvia relembra a história do sentinela, que, naquela mesma torre, avistou uma invasão inimiga e tentou soar o alarme com sua corneta -- mas foi mortalmente flechado entre uma nota e outra. Só o fato de a igreja ter uma torre mais alta que a outra, carrega sua própria lenda. Dizem que dois irmãos, arquitetos famosos, foram contratados para construir o templo. Cada um deles ficou responsável por uma torre, levando a uma competição tão doentia que o mais velho e mais rápido, ao perceber que a outra torre tinha uma estrutura mais forte e poderia ficar mais alta que a sua, matou o irmão a facadas, suicidando-se em seguida. O Palácio Wavel, tem uma impressionante cúpula coberta de ouro. Ali moravam os reis da Polônia, entre os séculos XI e XVI, e foi em sua catedral que um certo Karol Wojtyla consagrou-se arcebispo de Cracóvia, cargo que exerceu até ser nomeado papa João Paulo II. Outra atração histórica é o antigo gueto judeu de Kazimierz, onde Steven Spielberg rodou várias cenas de "A Lista de Schindler". E quando você pensa que desvendou todas as surpresas de Cracóvia, descobre um novo tesouro. Como o retrato de Cecilia Gallerani, uma das pinturas mais famosas de Leonardo da Vinci, que está no Museu Czartoryski. ¨:::::::::: Gosto musical Reflete Personalidade Você é reflexo da música que escuta. Essa é a conclusão de um estudo feito na Universidade do Texas- -EUA. Os pesquisadores analisaram o comportamento de 3.500 estudantes e seus gostos musicais e perceberam que essas escolhas revelam a personalidade de cada um. De acordo com os cientistas, quem gosta de *blues* e *jazz*, por exemplo, é uma pessoa inteligente, tolerante e politicamente liberal. Os amantes de música *country* apresentam um perfil alegre, extrovertido e mais tradicional. Os fãs de *heavy metal* tendem a gostar de situações de risco, são fisicamente ativos e curiosos. Já as pessoas que curtem *rap, hip hop* e *dance* freqüentemente são sociáveis e pouco conservadoras. Essas descobertas ajudam a explicar por que, quando as pessoas se conhecem, normalmente perguntam sobre os gostos musicais das outras. “Com isso é possível saber algo mais sobre essa pessoa, se vale a pena ficar com ela ou não.” ¨:::::::::: Berimbau O primeiro registro de um berimbau no Brasil, data de 1739 e foi feito na alfândega do porto de Santos. Vindo do Benin, na costa ocidental africana, o instrumento se tornou indissociável da capoeira, a arte marcial praticada pelos escravos bantos, que, por sua vez, vieram de Angola. Tudo indica que a música serviu para tornar a temível capoeira mais palatável, disfarçando-a como dança. Assim, a capoeira e o berimbau só se encontraram em solo brasileiro, e em mais nenhum lugar. Outro detalhe: a luta africana foi batizada pelos índios. Segundo o tupinólogo Nicolau Leite, capoeira equivale a “mato arrancado com as mãos”. Refere-se, com algum exagero, às clareiras abertas na mata onde os escravos negros rebelados, treinavam os golpes. ¨:::::::::: Ameno e Instrutivo Como Surgiram os Nomes dos Dias da Semana? Foi no Império Romano que a astrologia introduziu o uso popular da *septimana* (sete manhãs, em latim), convenção de origem babilônica. Inicialmente, os nomes dos deuses orientais foram substituídos por equivalentes latinos. Com o advento do cristianismo, o dia do Sol, *Solis dies*, foi substituído por *Dominica*, dia do Senhor; e o *Saturni dies*, dia de Saturno, por *sabbatum* derivado do hebraico *shabbath*, o dia de descanso, consagrado pelo Velho Testamento. Os outros dias eram dedicados a: Lua (segunda), Marte (terça), Mercúrio (quarta), Júpiter (quinta) e Vênus (sexta- -feira). Na Inglaterra, a semana de sete dias chegou só no século V, bem atrasada em relação ao resto da Europa -- e adaptada de acordo com os deuses anglo-saxões. Marte foi substituído por *Tiw*, deus da guerra, dando origem a *tuesday*; Mercúrio por *Woden*, deus da poesia: *wednesday*; Júpiter por *Thor*, deus do trovão: *thursday*; e Vênus por Friga, deusa do amor: *friday*. O termo “feira” surgiu em português porque, na semana da Páscoa, todos os dias eram feriados -- férias ou feiras -- e os mercados funcionavam ao ar livre. Com o tempo, a Igreja Católica baniu os nomes pagãos dos dias da semana, oficializando as feiras. O domingo, que seria a primeira feira, conservou o mesmo nome por ser dedicado a Deus, fazendo a contagem iniciar-se na *secunda-feria*, segunda-feira. O sábado foi mantido em respeito à antiga tradição hebraica. Apesar da oposição do Vaticano, as designações de origem pagã, sobreviveram em todo o mundo cristão, menos no que viria a ser Portugal, graças ao apostolado de São Martinho de Braga (século VI), que combatia o costume de “dar nomes de demônios aos dias que Deus criou”. ¨:::::::::: É Útil Saber O Tempo Contam o tempo e contam histórias do presente e do passado contam o espaço em centímetro e quilômetro quadrado contam também o dinheiro em mil réis, cruzeiro e cruzado contam tudo o que viveram e também o que foi contado contam até o que criaram e foi pelo tempo levado contam o que mudaram e ficou no tempo, parado E nesse conta e reconta, é que os homens vão passando e os tempos vão mudando ¨*** O Futebol Foi criado em 1863 por um grupo de jovens ingleses. Eles se reuniram em um bar para definir as regras do novo esporte, mas acabaram brigando e se dividiram em dois grupos: um fundou a liga de rugbi e outro, a liga de futebol. A prática de se chutar uma bola é muito antiga. Na china, no ano 2500 a.C., soldados usavam uma esfera de couro. Já na Grécia (século I a.C.), a bola era uma bexiga de boi, cheia de areia. No Brasil, o futebol chegou em 1894 através de Charles Miller, que estudava na Inglaterra. Ele trouxe duas bolas de couro, um livro de regras e dois jogos de uniformes. A primeira partida em solo brasileiro foi disputada em abril de 1894, no bairro do Brás, São Paulo, entre o São Paulo Railway e o Gás Company. O Railway venceu por 4 a 2. Os primeiros times brasileiros foram o Fluminense (1902), Grêmio (1903), Corinthians (1910) e Palestra Itália (1914). Em 1904 foi criada a FIFA (Federação Internacional de Futebol Association) que coordena o futebol no mundo. Hoje em dia, a entidade tem 191 países filiados, com cerca de 200 milhões de praticantes. "Dia do Futebol -- 19 de julho" ¨*** Vacinas O desenvolvimento do microscópio trouxe grande progresso para a Microbiologia, ciência que estuda os germes causadores de doenças. A Medicina pôde assim curar graves doenças e, sobretudo, evitar sua propagação. Adultos e crianças foram vacinados, e com isso desapareceram as grandes epidemias nos países mais desenvolvidos. Muitas doenças tidas como incuráveis deixaram de existir; assim, morriam menos crianças e os adultos viviam mais tempo. -- Sabem o que se faz para vacinar as pessoas? Injetamos uma pequena quantidade do micróbio que produz a infecção, para que o organismo delas desenvolva uma imunidade contra o micróbio. Assim, estando imunizadas, as pessoas nunca mais serão atacadas pela doença. "Dia Nacional da Saúde -- 5 de agosto" ¨ ***

Um Estímulo Especial Conta-se que uma família do leste europeu foi forçada a sair de sua casa, quando tropas inimigas invadiram a localidade onde viviam. Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade. Se conseguissem ter êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo. A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades. Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia. O problema era o avô. Com muitos anos nos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura. "Deixem-me" falou ele. "Serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu." Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam. Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu. A família partiu em direção à cadeia de montanhas. A caminhada era feita em silêncio. Todo esforço desnecessário deveria ser poupado. Como entre eles havia uma menina de apenas um ano, com- binaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento. Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou: "Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos." "De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir." -- falou com entusiasmo o filho. "Não." Insistiu o avô. "deixem-me aqui." O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse: "Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê." O homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de treze anos. O garoto era tão magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o pesado fardo. O avô se levantou. "Claro" -- falou -- "é a minha vez. Passem-me o bebê." Ajeitou a menina no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada. Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma lembrança distante, tomou conta dele. "Vamos" -- disse, com determinação. "já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando." O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo. Inclusive o avô. "Dia Internacional do Idoso -- 27 de setembro" ¨ ***

Avestruz Mario Prata O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado da casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto. Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio. E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 a 160 quilos. Fui logo avisando à minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros -- 2,70, para ser mais exato. Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pedaço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente, para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais. Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor! Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: *Struthio camelus australis*. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha. Pois um animal daquele tamanho, deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima! Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento. Ele insiste; quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer. Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeira. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem. Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu. Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz. "Dia da Criança -- 12 de outubro" ¨*** Em Ritmo de Agitação "Nenhuma arte exerce nas massas -- povo -- influência tão poderosa quanto a música." -- Villa-Lobos. Você já observou que quando um grupo de pessoas se reúne para ouvir uma banda, dificilmente alguém consegue ficar parado, sem se mexer? Todos se balançam de um lado para o outro, fazem movimentos com os braços. É um visual até bonito de ser visto. Quando a música tem um ritmo bem acentuado, sempre dá vontade de acompanhar com o corpo. Também há músicas que têm um ritmo tranqüilo, com melodias que acalmam e fazem relaxar. Ainda bem! Se só ouvíssemos música barulhenta, ficaríamos muito agitados, o que não faz bem para a saúde. "Dia da Música -- 22 de novembro" ¨ ***

Qual a Origem da Árvore de Natal? Enfeitar árvores é um ritual antiqüíssimo, presente em praticamente todas as culturas e religiões pagãs, para celebrar a fertilidade da natureza. Os primeiros registros de sua adoção pelo cristianismo vêm do norte da Europa (terra dos pinheiros, a árvore de Natal clássica), no começo o século XVI -- mas tudo indica que, a essa altura, já era uma tradição medieval. No antigo calendário cristão, o dia 24 de dezembro era dedicado a Adão e Eva, cuja história costumava ser reencenada nas igrejas. "O paraíso era representado plasticamente por uma árvore carregada de frutos, colocada no meio da cena teatral.” As pessoas, então, passaram a montar essas alegorias em suas casas, com árvores cada vez mais decoradas: de velas (simbolizando a luz de Cristo), estrelas (alusão à estrela de Belém) e rosas (em homenagem à Virgem Maria), até hóstias (pedindo perdão pelos pecados). Nos séculos XVII e XVIII, o hábito se tornou tão popular entre os germânicos que eles mesmos o creditaram a seu maior líder religioso Martinho Lutero (1483-1546), fundador do protestantismo. A árvore de Natal só se difundiu pelo resto do planeta a partir de 1841, quando o príncipe Albert (1819-1861), esposo alemão da rainha Vitória -- montou uma delas no palácio real britânico. Na época, o império vitoriano dominava mais de meio mundo e o costume se tornou universal. "Dia de Natal -- 25 de dezembro" ¨ ::::::::: O Dicionário Esclarece aguçar -- afiar; excitar; estimular âmbar -- substância sólida, parda ou preta, de cheiro almiscarado, que se forma no intestino do cachalote. Quando amarelo, ou simplesmente âmbar, espécie de resina fóssil, com a qual se fabricam rosários, enfeites, colares e piteiras para fumantes circunstância -- particularidade que acompanha um fato, uma situação dogmático -- aquilo que se apresenta ou se adimite como de certeza absoluta dramaturgo -- autor de obras dramáticas embrião -- ser vivo nas primeiras fases de desenvolvimento; princípio; origem erudição -- instrução vasta e variada escápula -- prego de cabeça dobrada em ângulo reto para suspensão de um objeto; apoio; esteio extrapolando -- ultrapassando; indo além de extrovertido -- aquele que é expansivo; comunicativo; sociável fictício -- imaginário; fabuloso; ilusório figurativamente -- representativamente inédito -- não publicado ou não impresso; nunca visto; incomum marcial -- relativo à guerra península -- braço de terra que avança mar adentro meridional -- do lado sul redundância -- excesso de palavras numa frase. Ex.: Entrar para dentro transparência -- que se deixa atravessar pela luz, permitindo a visão dos objetos do outro lado ¨ :::::::::: Fontes de Pesquisa Jornal do Brasil Jornal O Dia Jornal O Globo Livro "Caixa Mágica de Surpresa" Museu do Rádio National Geographic Projeto Tamar Revista Coquetel Revista do MEC Revista Época Revista Kid Revista Nova Escola Revista Superinteressante Revista Veja Revista Viagem e Turismo ¨:::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores de Pontinhos que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Alzir Augusto dos Santos Aristides Antônio dos Santos Elizete Nair Vieira Martins Itamar Freire Amorim Reuzimari Alves Vieira Taise Teixeira Campos Vanessa Rodrigues da Silva