õieieieieieieieieieieieieieieo õ PONTINHOS o õ o õ Ano LI -- n.o 321 o õ Janeiro-Junho de 2006 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral o õ do IBC o õ Sr.a Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ tel: (0xx21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O lavrador e os Fi- lhos ::::::::::::::::::: 1 O Saci ::::::::::::::: 2 Divertimento: O que É, o que É? ::: 5 Só Rindo ::::::::::::: 8 Vamos Aprender: A Origem dos No- mes :::::::::::::::::::: 10 Para Você Recitar: Gilberto :::::::::::::: 11 Zoologando: Quem Sou Eu? :::::::: 12 Historiando: A Felicidade de não Depender :::::::::::::: 14 Seção Juvenil O Vovô Narra a História: Descubra como Viviam os Homens ::::::::::::: 17 Michelangelo :::::::::: 20 Conhecendo Nossos Escritores :::::::::::: 21 Como e Onde Surgiu a Lenda da Cegonha ::::: 22 Eu não Entendo ::::::::: 24 Não Custa Saber Quem Eram os Cen- tauros ::::::::::::::::: 26 O uso das Alianças ::::: 28 Curiosidades :::::::::::: 29 Gesto de Conversão ::::: 30 Como Surgiu o Costume de Bater na Madeira ::::: 32 Nosso Brasil: Cidades Históricas ::: 33 Abraço Salvador :::::::: 35 Quem Inventou o Quê? :::::::::::::::::: 36 Ecoando: A Crise do Desperdí- cio :::::::::::::::::::: 40 Um Caso de Amor An- tigo ::::::::::::::::::: 42 A Bíblia ::::::::::::::: 44 Conhecendo o Mundo: Nara e Kyoto, Berços do Japão :::::::::::::: 47 A Mansão da Rua do Cate- te ::::::::::::::::::::: 50 Cardápio Variado ::::::: 54 Ameno e Instrutivo: Os Cavalos Dormem em Pé? ::::::::::::::::::: 55 Restauração Premiada ::: 57 Voto de Minerva :::::::: 58 É Útil Saber: O Tempo :::::::::::::: 59 Gratidão :::::::::::::: 60 O Frevo Frenético ::: 62 Acróstico em Memória a José Alvares de Azevedo ::::::::::::::: 62 Movimentos de Indepen- dência ::::::::::::::::: 64 Libertação dos Escravos :::::::::::::: 67 Promessas ::::::::::::: 69 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 70 Fontes de Pesquisa ::::: 73 Ao Leitor :::::::::::::: 73 :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O Lavrador e os Filhos Era uma vez um velho lavrador que tinha dois filhos. Tendo caído gravemente enfermo e sentindo-se morrer, chamou-os à cabeceira do leito e falou-lhes assim: -- Meus filhos, sinto que vou morrer; antes, porém, quero dizer-lhes que toda a fortuna que posso deixar-lhes e que repartirão em partes iguais, é a fazenda e as terras; desejo que continuem a cultivá-las, pois nelas, a um ou dois pés de profundidade, há um tesouro. Acreditaram os filhos que o pai falava de alguma soma de dinheiro enterrada na herdade, e assim, depois da sua morte, puseram-se com todo o afã a cavar as terras, palmo a palmo. Extenuados de fadiga, não conseguiram encontrar tesouro algum; mas a terra, perfeitamente cavada e revolvida, deu-lhes uma abundante colheita que foi a justa recompensa de seu trabalho. O trabalho cuidadoso e persistente é a fonte da riqueza. ¨*** O Saci Monteiro Lobato Tio Barnabé era um negro de mais de oitenta anos que morava no rancho coberto de sapê, lá junto da ponte. Pedrinho não disse nada a ninguém e foi vê-lo. Encontrou-o sentado num toco de pau, à porta de sua casinha, aquentando sol. -- Tio Barnabé, eu vivo querendo saber duma coisa e ninguém me conta direito. Sobre o saci. Será mesmo que existe saci? O negro deu uma risada gostosa e depois de encher de fumo picado o velho pito, começou a falar. -- Pois, seu Pedrinho, saci é uma coisa que eu juro que “exéste”. Gente da cidade não acredita, mas “exéste”. A primeira vez que vi saci, eu tinha assim a sua idade. Isso foi no tempo da escravidão, na fazenda do Passo Fundo, que era do defunto major Teotônio, pai desse coronel Teodorico, compadre de sua avó dona Benta. Foi lá que vi o primeiro saci. Depois disso, quantos e quantos!... -- Conte então, direitinho, o que é o saci. Bem tia Nastácia me disse que o senhor sabia, que o senhor sabe tudo... -- Como não hei de saber tudo, menino, se já tenho mais de oitenta anos? Quem muito ”véve”, muito sabe.... -- Então conte. Que é, afinal de contas, o tal saci? E o negro contou tudo direitinho. -- O saci -- disse ele -- é um diabinho de uma perna só que anda solto pelo mundo, armando reinações de toda sorte e atropelando quanta criatura existe. Traz sempre na boca um pitinho aceso, e na cabeça uma carapuça vermelha. A força dele está na carapuça, como a força de Sansão estava nos cabelos. Quem consegue tomar e esconder a carapuça de um saci, fica por toda a vida senhor de um pequeno escravo. -- Mas que reinações ele faz? -- Indagou o menino. -- Quantas pode -- respondeu o negro. -- Azeda o leite, quebra a ponta das agulhas, esconde as tesourinhas de unha, embaraça os novelos de linha, faz o dedal das costureiras cair nos buracos, bota moscas na sopa, queima o feijão que está no fogo, gora os ovos das ninhadas. Quando encontra um prego, vira ele de ponta pra riba para que espete o pé do primeiro que passa. Tudo que acontece de ruim numa casa é sempre arte do saci. Não contente com isso, também atormenta os cachorros, atropela as galinhas e persegue os cavalos no pasto, chupando o sangue dos coitados. O saci não faz maldade grande, mas não há maldade pequenina que não faça. -- E a gente consegue ver o saci? -- Como não? Eu, por exemplo, já vi muitos. ¨:::::::::: Divertimentos O que É, O que É? 1. O que é que vive batendo na gente? R: O coração. 2. Qual é o prato favorito dos gulosos? R: O cheiro 3. Qual o bicho que perdeu uma letra no nome e foi para o céu? R: O gavião. 4. Quando 2 mais 2 é igual a 5? R: quando a conta está errada. 5. Qual a diferença entre a mulher e o leão? R: a mulher usa batom e o leão ruge. 6. Qual a palavra de sete letras que, se tirarmos cinco, ainda ficam onze? R: Abacaxi. Se tiramos abaca, sobra xi onze em números romanos. 7. Se um rapaz, quando perde os pais é chamado de órfão, o que ele é quando perde avós? R: mudo. 8. Como se chama um piolho numa careca? R: Sem teto. 9. Qual é o mar que manda nos soldados? R: Marechal 10. O que a frigideira disse para o ovo que estava sendo frito? R: não gema. 11. O que é, o que é: está em cima de nós? R: O acento agudo 12. O que é um ponto marron no pulmão. R: Um "brownquite". 13. O que o advogado do sr. Frango foi tentar fazer na delegacia? R: Soltar a franga. 14. Que frase um filhote de porco-espinho disse ao ver um cáctus? R: Não é a mamãe. 15. O que é que se pode encontrar debaixo do tapete de um manicômio? R: Um doido varrido. 16. Como é que a bruxa sai na chuva? R: Sai de rodo. 17. O que o papagaio perguntou quando chegou a uma festa cheia de pingüins? R: Ninguém avisou que o traje era a rigor! 18. O que é que quando é macho é de comer e quando é fêmea é de jogar? R: Bolo e bola. 19. O que se quebra com um ovo, mas não se quebra com uma pedra? R: O jejum. 20. O que é que tem na cabeça, mas não é cabelo; tem no poço, mas não é água? R: A letra C cedilha. ¨*** Só Rindo A mãe do Juquinha recebe o boletim das mãos da professora. Dá uma olhada e constata que ele tirou o segundo lugar em matemática. Comenta entusiasmada com a professora sobre as qualidades do filho, mas a professora adverte: -- Não se engane. Isso não passou de pura obra do acaso. -- Como assim? -- Todas as outras crianças tiraram o primeiro lugar, esse mês. Imitação O vizinho chega para a mãe do Toninho e reclama: -- Quer fazer o favor de pedir pro seu filho parar de me imitar! E a mãe... -- Toninho, quer parar de bancar o idiota? Motivo Justo A professora ralhava com o Joãozinho: -- Joãozinho, a que distância você mora da escola? -- A dois quilômetros, professora! -- E que horas você sai de casa? -- Às sete e quinze, professora! -- Então, se você tem quarenta e cinco minutos para percorrer apenas dois quilômetros, por que é que chega todo dia atrasado? -- É que tá cheio de placas escritas: “Devagar, Escola”. ¨:::::::::: Vamos Aprender A Origem dos Nomes Carina -- do grego “a engraçada”. Lia -- do hebraico “aquela que tem olhos cansados”. Renata -- do latim “a renascida”. Ricardo -- do anglo-saxão “senhor poderoso”. Marcos -- do latim “grande martelo de ferreiro”. Pedro -- do latim “rocha, pedra”. ¨ ::::::::::

Para Você Recitar Gilberto Ferrucio Verdolin Filho Gilberto acordou antes da hora, pensando em ir passear lá fora. -- Que pena! O sol está perdido atrás das nuvens cinzas. Gilberto queria brincar, mesmo num frio gelado de rachar. Vestiu a blusa de lã e luvas com as cores da manhã. Saiu pensando em fazer uma surpresa: -- Vou agasalhar a natureza! Que brincadeira engraçada, um girassol de cachecol! A borboleta ganhou o seu presente: um gorro colorido e muito quente. -- Oh! Que lindo passarinho! Deve estar com frio no seu ninho. Gilberto alcançou o galho. -- Quantos ovinhos sem agasalho! O passarinho ficou achando graça. -- Por baixo das penas o frio não passa! Nem os gatinhos escaparam, mas desta brincadeira não gostaram. E Gilberto sorriu convencido. O dia cinza ficou lindo... colorido. :::::::::: Zoologando Quem Sou Eu? Sou um animal que vive nas regiões frias, perto do Pólo Norte e me alimento de plantinhas que encontro raspando a neve. Não gosto de briga e, ao menor sinal de perigo, saio correndo, sem fazer barulho, de cabeça baixa, arranjo uma porção de jeitos de fugir dos caçadores e dos cães de caça. Mas, se fico encurralado, ataco o inimigo com meus chifres ou me defendo com meus cascos afiados. Falando em chifres, os meus nascem de uns toquinhos de ossos cobertos de pele. No princípio parecem duas bolas de pêlo. Mas crescem num instante. Durante o crescimento, ficam protegidos por uma espécie de forro macio, com jeito de esponja. Depois o forro vai secando e começa a coçar (como você sente quando uma ferida está secando). Então, esfrego os chifres em galhos e troncos de árvores até conseguir tirar a parte seca todinha. E, afinal, aparecem os chifres. Sou muito útil ao homem, que de mim aproveita quase tudo: leite, carne, pele e chifres. Uma dica para você acertar logo: sou eu que puxo o trenó do Papai Noel. Resposta: Rena ¨:::::::::: Historiando A Felicidade de Não Depender A história se refere a um indivíduo que saiu de sua aldeia, na Índia, e se encontrou com o que ali chamam de Sennyasi, isto é, um mendigo errante, uma pessoa que, por ter alcançado a iluminação, compreende que o mundo inteiro é seu lugar, o céu é seu teto e Deus seu pai, que cuidará dele. Então se desloca de um lugar para outro, tal qual você e eu nos deslocaríamos de uma cidade a outra de nosso país. Ao encontrar-se com o Sennyasi, o aldeão disse: -- Não posso crer! À noite sonhei com você. Sonhei que o Senhor me dizia: -- Amanhã de manhã abandonarás tua aldeia, e te encontrarás com este Sennyasi errante -- e aqui me encontro contigo. -- O que mais te disse o Senhor? perguntou o Sennyasi. Disse-me: -- Se um homem te dá uma pedra preciosa que possue, serás o homem mais rico do mundo... Você me daria a pedra? Então o Sennyasi revirou em uma pequena sacola que carregava e disse: -- Será esta a pedra da qual você falava? O aldeão, não podia dar crédito aos seus olhos, porque era um diamante, o maior diamante do mundo. -- Poderia ficar com ele? -- Com certeza pode guardá-lo, encontrei-o em um bosque. É para você. Seguiu seu caminho e se sentou embaixo de uma árvore, nas cercanias da aldeia. O aldeão tomou o diamante e que imensa foi sua alegria! Como é grande a nossa alegria no dia em que obtemos algo que realmente desejamos. O aldeão, ao em vez de ir para sua casa, sentou-se embaixo de uma árvore e permaneceu ali todo o dia sentado, concentrado em meditação. Ao cair da tarde, se dirigiu à árvore, embaixo da qual estava sentado o Sennyasi, devolveu a este o diamante e disse: -- Poderia me fazer um favor? -- Qual? Perguntou-lhe o Sennyasi. -- Poderia dar-me a riqueza que permite a você desfazer-se desta pedra preciosa tão facilmente? -- Paz profunda. ¨:::::::::: Seção Juvenil O Vovô Narra a História Descubra como Viviam os Homens Segundo os especialistas, tudo é deduzido quando se trata de pré-história. Os estudos são feitos com base nos vestígios deixados pelo homem das cavernas, como ossadas, fósseis, pinturas e outros objetos. A pré-história começou há cerca de 3 milhões de anos e durou até a invenção da escrita, há mais ou menos 6 mil anos. Mestres das cavernas -- Já havia artistas naquele tempo. Graças às chamadas pinturas rupestres, os cientistas puderam, inclusive, obter pistas de como era o modo de vida da galera pré-histórica. Para pintar, os homens das cavernas usavam tintas rudimentares. “Eram corantes minerais, como o cobre (verde) e o ocre (vermelho). Só assim se explica que os desenhos tenham durado até os dias de hoje. Uma curiosidade: as pinturas aparecem em todo o mundo, mas um dos maiores índices de incidência é no Brasil”, esclarece o professor Norberto Guarinelli, do departamento de História Antiga da Universidade de São Paulo. Moda Uga-Uga -- As roupinhas de pele de animais eram um sucesso por causa do frio. Quando surgiu a agricultura, além de morar num único local, o homem pré-histórico também começou a fabricar cerdas. Era o nascimento dos tecidos artesanais. Colares de couro com pingentes de pedra, broches para prender a roupa, anéis de osso e outros enfeites também apareceram nessa época. Hora de matar a fome! -- Para que os nossos antepassados pudessem sobreviver, foi essencial que soubessem fazer uma bela caçada. Já que os animais daquela época eram enormes e perigosos, eles espantavam os bichos em direção a desfiladeiros ou covas com paus pontiagudos (as primeiras armadilhas). E pescavam com o auxílio de anzóis, redes e arpões. Coletar frutos e raízes, também ajudava a encher a barriga. Reis do fogo -- Imagine o susto que esses homens tomaram quando viram o fogo pela primeira vez! Os primeiros contatos devem ter sido por meio de incêndios naturais na mata, mas, depois de controlá-los, eles descobriram que o fogo servia para iluminar, esquentar coisas e espantar animais perigosos. As faíscas eram feitas com o atrito de madeira e pedra. Um pouquinho de musgo seco por perto e pronto! O fogaréu estava preparado para fazer um belo assado. Arsenal pré-histórico -- A maior parte das armas era feita de osso, madeira e pedra, como tacapes, cuias e lanças. Alguns objetos criados na pré-história são usados até hoje, como a lâmina, a agulha, o ralador, o machado e a boleadeira (três pedras amarradas nas pontas de tiras de couro), muito utilizada no sul do Brasil. Uma faca de serra era feita com uma lasca bem fina de pedra entalhada em formato de dentes e adaptada a um cabo de madeira. Isso quebrava um galhão! Arco e flecha também ajudaram a abater grandes e suculentos animais. ¨*** Michelangelo Michelangelo Buonarotti (1475-1564) foi um dos mais importantes escultores, pintores e arquitetos italianos. Nasceu em Caprese e estudou em Florença. Entre suas obras mais famosas, estão a Pietá e Davi, esculpidas aos 24 e 29 anos de idade, respectivamente. ¨*** Conhecendo Nossos Escritores Cecília Meireles (1901-1964), poetisa carioca, estudou na Escola Normal, tendo participado do movimento em prol da renovação do sistema educacional brasileiro. "Espectros" foi o livro de sonetos que a lançou na literatura. Em 1934, fundou a primeira biblioteca infantil do Brasil. Lecionou Literatura Brasileira na Universidade-DF e foi professora de técnica e crítica literária no Texas, 1940 (Estados Unidos). Com o livro "Viagem" (1938), foi premiada em concurso da Academia Brasileira de Letras. Principais obras: Vaga Música (1942); Mar Absoluto (1945); Espelho Cego (1955); Poemas Escritos na Índia (1962) e Solombra (1964). ¨:::::::::: Como e Onde Surgiu a Lenda da Cegonha Foi na Escandinávia. Segundo a tradição, na época em que os bebês costumavam nascer em casa, as mães diziam aos filhos que eles haviam sido trazidos pela cegonha para justificar o aparecimento repentino de um novo membro da família. O animal foi escolhido como símbolo, principalmente por dois motivos: é uma ave dócil e protetora. As jovens cegonhas costumam dedicar atenção especial e carinho às aves mais velhas e doentes -- tanto que os romanos antigos criaram uma lei, incentivando as crianças a cuidarem dos idosos da família, chamada Lex Ciconaria (lei da cegonha). O outro motivo é que elas costumam fazer seus ninhos ao lado das chaminés das casas e voltam sempre ao mesmo lugar, para pôr ovos e cuidar dos filhotes. Essa mistura de generosidade e fidelidade maternais criou um símbolo perfeito. Por muitos séculos, a lenda permaneceu conhecida apenas na Escandinávia. Mas, no século XIX, se espalhou pelo resto do mundo com os contos de um mestre da literatura infantil, o dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875). ¨ ::::::::::

Eu Não Entendo! Pedro Bandeira Eu às vezes não entendo! As pessoas têm um jeito De falar de todo mundo Que não deve ser direito. Em todo lugar que vou, Na escola, na rua também, Eu ouço dizer assim Quando se fala de alguém: -- Você conhece Fulano, que chegou de uma viagem? -- O pai dele é muito rico, tem dois carros na garagem! -- E o Maneco, lá do clube, pensa que é rico também? Precisa ver que horrível é o tênis que ele tem! Aí eu fico pensando que isso não está bem. As pessoas são quem são ou são o que elas têm? Eu queria que comigo fosse tudo diferente. Se alguém pensasse em mim, soubesse que sou gente. Falasse do que eu penso, lembrasse do que eu falo, pensasse no que eu faço, soubesse por que me calo! Porque eu não sou o que visto, eu sou do jeito que estou! Não sou também o que tenho, eu sou mesmo quem eu sou! ¨:::::::::: Não Custa Saber Significado das palavras: Anátema -- expulsão da Igreja, excomungado, maldito. Utopia -- país imaginário, organizado e com ótimas condições de vida criado pelo escritor inglês Thomas Morus. Por isso é usado como projeto irrealizável, quimera, fanta- sia, sonho. ¨ *** Evite usar a locução o mesmo e suas flexões para substituir uma palavra já utilizada no texto. Use um sinônimo ou um pronome. Observe: Falei com o rapaz, mas o mesmo não respondeu. Prefira: Falei com o rapaz, mas ele não respondeu. *** Jamais use hífen para separar a palavra vídeo daquela que a segue: videoconferência, videocassete etc. ¨:::::::::: Quem Eram os Centauros? Thais Suaid M. Rocha Eram seres da mitologia grega, homens da cintura para cima e cavalo da cintura para baixo. De acordo com a crença, comportavam-se como selvagens, comiam carne crua e viviam nas florestas e montanhas. Essas figuras estranhas teriam surgido de uma união proibida. Ixíon, rei da região grega conhecida como Tessália, apaixonou-se pela deusa Hera, mulher de Zeus. Como deus supremo e marido ciumento, Zeus preparou uma armadilha para Ixíon: fez uma nuvem com a aparência de Hera para enganar Ixíon. Ele uniu-se à nuvem e recebeu seu castigo. Amarrado em uma roda em chamas, foi lançado ao ar. Da união de Ixíon com a nuvem nasceram os centauros. Os seres mitológicos ficaram famosos pela figura estranha e também por algumas confusões que armaram. Certa vez, o comandante da Tessália, Piritoo, resolveu fconvidá-los para a sua festa de casamento com Hipodâmia. Desacostumados a beber vinho, os centauros embriagaram-se e um deles, Eurito, tentou violentar Hipodâmia. Houve luta e os centauros foram expulsos da Tessália. ¨:::::::::: O Uso das Alianças Os egípcios, por volta de 2800 a.C., já usavam um anel para simbolizar o laço matrimonial. Para eles, um círculo, não tendo começo nem fim, representava a eternidade à qual a união se destinava. Cerca de 2000 anos depois, os gregos descobriram o magnetismo, que acabou influindo também nessa simbologia. Como eles acreditavam que o terceiro dedo da mão esquerda possuía uma veia que levava diretamente ao coração, passaram a usar nele um anel de ferro imantado, para que os corações dos amantes permanecessem para sempre atraídos um pelo outro. O costume foi adotado pelos romanos e o Vaticano manteve a tradição. Já o anel de noivado foi introduzido no ano de 860, por decreto do papa Nicolau (858-867), que o instituiu como uma afirmação pública obrigatória da intenção dos noivos. “A aliança passa da mão direita para a mão esquerda para representar a aproximação do compromisso definitivo. Do lado esquerdo, ela fica mais próxima do coração”, afirma o padre Eduardo Coelho, da arquidiocese de São Paulo. ¨:::::::::: Curiosidades Como Surgiu a Tradição de Brindar? Ao erguer suas taças de vinho, os povos antigos faziam uma oferenda simbólica a seus deuses. Os relatos mais antigos de brindes, remontam aos gregos e fenícios. Para saciar a sede das divindades, os romanos adotaram o hábito de derramar um pouco da bebida no chão -- algo como o costume de dar um gole de cachaça “pro santo”, comum no Brasil. Além disso, o brinde selava o fim de conflitos. O vencedor dava o primeiro gole para provar que não iria envenenar o adversário. “E, ao bater um copo no outro, os romanos achavam que os venenos se depositariam no fundo das taças”. Na ameaça de intoxicação também está uma das hipóteses sobre a origem da exclamação “saúde!”, que acompanha os brindes: na Grécia antiga, isso poderia ser uma promessa de que a bebida estava boa. ¨:::::::::: Gesto de Conversão Atualmente a Igreja Católica evita as palavras obrigação e proibição. Ela apenas aconselha a abstinência de carne vermelha como gesto de conversão. O jejum é uma tradição que surgiu na Idade Antiga, e se consolidou na Idade Média, época em que pessoas humildes raramente provavam carne. Na época, o povo vivia em terras alheias e a carne vermelha era consumida só em banquetes, nas cortes e nas residências dos nobres. Ela tornou-se, então, símbolo da gula, associado ao pecado. Dessa forma, a Igreja orientava os fiéis a comerem carne à vontade antes da quaresma -- o que deu origem aos banquetes chamados “carnevale” e ao nosso carnaval -- e depois se absterem de carne durante os 40 dias que antecediam a Páscoa. O peixe não chegou a entrar na lista da abstinência porque sua presença era irrelevante nos banquetes medievais. Com o passar dos séculos, a carne deixou de estar presente somente nos banquetes e perdeu seu caráter simbólico de pecado. A orientação atual é que os católicos que desejarem, se abstenham na Quarta-Feira de Cinzas, nas sextas-feiras da Quaresma e na Sexta-Feira Santa. Pessoas enfermas, idosas e crianças são isentas dessa orientação. ¨:::::::::: Como Surgiu o Costume de Bater na Madeira A versão original consistia em bater no tronco de uma árvore e sua origem mais provável pode estar no fato de os raios caírem freqüentemente sobre as árvores. Os povos antigos -- desde os egípcios até os índios do continente americano -- teriam interpretado esse fato como sinal de que tais plantas seriam as moradas terrestres dos deuses. Assim, toda vez que se sentiam culpados por alguma coisa, batiam no tronco com os nós dos dedos para chamar as divindades e pedir perdão. "As árvores são sagradas em todas as culturas e religiões: um símbolo universal do elemento de ligação entre o céu e a terra". Os celtas também eram adeptos desse costume: seus sacerdotes, os druidas, batiam na madeira para afugentar os maus espíritos, acreditando que as árvores consumiam os demônios e os mandavam de volta à terra. Já na Roma antiga, batia-se na madeira da mesa, peça de mobília também considerada sagrada, para invocar as divindades protetoras do lar e da família. ¨:::::::::: Nosso Brasil Cidades Históricas O passeio histórico pelo Espírito Santo começa em Vila Velha, no Convento da Penha, o mais antigo santuário franciscano do Brasil. Localizado a 154 metros de altura, o caminho para chegar até lá, dá sete voltas na montanha e foi construído por índios. O convento, erguido sobre uma rocha e tombado em 1943, garante uma vista linda da região. Lá está guardada a pintura de Nossa Senhora das Alegrias, uma das primeiras a chegar ao Brasil, trazida pelo frei espanhol Pedro Palácios. A tela inspirou a confecção da imagem de Nossa Senhora da Penha. No Palácio Anchieta, hoje sede do governo, a construção é do século XVI e nela funcionaram a Igreja de São Tiago e o Colégio dos Jesuítas. Lá também se encontra o túmulo de José de Anchieta. Os monumentos históricos se concentram na área central da cidade. Fora do centro, uma das principais construções é o Museu Monjardim, exemplo da arquitetura rural do Sudeste. Ao sul, a hora e meia de Vitória, fica Anchieta, onde está o Santuário Nacional do Beato Anchieta. O santuário foi recuperado e forma um conjunto arquitetônico com a Igreja Nossa Senhora da Assunção e o Museu Nacional de Anchieta. Ao norte, a opção é São Mateus, com casarões concentrados no Sítio histórico do Porto de São Mateus. ¨:::::::::: Abraço Salvador Esta historinha se refere à vida de gêmeas prematuras que ao nascerem, ficaram em suas respectivas incubadoras, mas uma delas não tinha esperança de vida, então a chefe das enfermeiras desse hospital, decidiu lutar contra as regras hospitalares para deixar as gêmeas juntas. E o mais incrível foi que quando ficaram juntas, o bebê que estava bem, abraçou a sua irmã, regulando com o calor de seu corpo, a temperatura e o pulso; foi assim que conseguiu estabelecer o ritmo cardíaco de sua irmãzinha e essa sobreviveu... Nós devemos nos lembrar o quão importante é abraçar a quem amamos e quanto bem nos faz abrigarmos o coração com a calidez de um abraço... ¨:::::::::: Quem Inventou o Quê? Chuveiro -- Segundo especialistas, os chuveiros surgiram por volta de 1350 a.C. Em Akhenaten, antiga capital do Egito, arqueólogos descobriram um lugar raso, que seria uma espécie de tina para banhos de chuveiro. Porém, a ducha que usamos hoje, foi inventada por Merry Delabost, médico-chefe da prisão Bonne-Nouvelle, na França, em 1872. Foi a maneira que ele encontrou para os detentos tomarem banho. Desodorante -- Tanto os gregos quanto os romanos já elaboraram seus desodorantes perfumados a partir de fórmulas egípcias. O primeiro desodorante antitranspirante, foi criado nos Estados Unidos em 1888. Escova de dentes -- A escova mais antiga foi encontrada numa tumba egípcia de 3 mil anos a.C. Era um pequeno ramo com ponta desfiada para auxiliar a escovação dos dentes. A primeira escova de cerdas, surgiu na China, no final do século XV. Feita de pêlo de porco, as cerdas eram amarradas em varinhas de bambu ou pedaços de ossos. Só em 1938 seria inventada a escova de dentes com cerdas de náilon, nos Estados Unidos. Guarda-chuva -- A data de sua origem é incerta, mas um vaso grego do ano de 340 a.C. já mostrava um guarda-chuva. Mais tarde, nos países asiáticos, era usado como proteção contra os raios solares. Foi introduzido na Europa no século XVIII, pelo comerciante inglês Jonas Hanway, que demonstrou sua utilidade como proteção contra a chuva. Ioiô -- Usado como uma arma, surgiu nas Filipinas, no século XVI. Pesava dois quilos e sua corda tinha seis metros. Foi transformado em brinquedo em 1929, por Louis Marx. Relógio de pulso -- O brasileiro Santos Dumont, pai da aviação, também inventou o relógio de pulso. Naquele tempo, os relógios ficavam nos bolsos, presos a uma corrente. Assim, o aviador não podia tirar as mãos do manche para cronometrar o tempo de vôo. Então, Dumont encomendou ao joalheiro Cartier, um modelo que ficasse fixo no braço, o que facilitou o controle das horas de seus vôos durante as experiências. Vela -- Surgiu no século V a.C., entre os etruscos que dominavam o vale do Pó e a Etrúria, na região que é hoje a Itália. Desde aquela época, fazia parte das cerimônias religiosas. As primeiras velas eram feitas em casa mesmo, porém, o processo era demorado, exigia que as fibras vegetais do pavio, feito de junco, papiro ou estopa, fossem continuadamente mergulhadas em sebo ou cera derretida. A mais popular era a de sebo, mas exalava um cheiro ruim. Já as de cera, preferidas pelos nobres e pela Igreja, eram mais caras e não espalhavam cheiro tão forte. Só em 1825, na França, com as descobertas dos químicos Eugéne Chevreul e Louis Joseph Gay-Lussac as velas chegaram à fórmula atual. No Brasil, a primeira fábrica de velas surgiu por volta de 1845, em São Paulo. Xampu -- O primeiro xampu foi produzido na Alemanha em 1890. Mas só depois da Primeira Guerra Mundial, começou a ser oferecido comercialmente como um produto para a limpeza dos cabelos. O nome nasceu na Inglaterra, influenciado pelo domínio do país sobre a Índia. Xampu deriva do hindu champo, que significa massagear ou amassar. ¨:::::::::: Ecoando A crise do Desperdício A comida descartável trouxe comodidade a milhões de lares, porém provocou também o desastre ecológico que representam milhares de toneladas de embalagens de pizzas, milhões de caixas de poliestireno não- -degradável e um outro tanto em latas de refrigerante. A iniciativa da McDonald's norte-americana, de substituir as caixas de isopor por peças de papelão, foi aplaudida por ecologistas do mundo inteiro. A empresa afirma que as clássicas caixinhas são insuperáveis para manter a temperatura e umidade dos sanduíches, mas reconhece que o processo de fabricação desse material plástico é altamente tóxico, pois utiliza clorofluorcarbono e hidroclorofluorcarbono, gases que afetam a camada de ozônio. Pesquisadores dos Estados Unidos especulam que possam ser, inclusive, elementos cancerígenos. Segundo dados não-oficiais, só a McDonald's utilizava 2 por cento de todo o poliestireno fabricado nos Estados Unidos. As montanhas de caixinhas, que se acumulam nos depósitos de lixo, precisam de mais de 10 anos para se degradar totalmente. A produção da rede mundial de lanchonetes era de 10 milhões de caixas por dia, tendo começado a usá-las há 15 anos. Mas o papelão também não resolve o problema. Ainda não foi feito o cálculo de quantas árvores será preciso derrubar para fabricá-lo na escala necessária para a substituição do poliestireno, mas cifras preliminares mostram que a devastação vai ser muito elevada e exigiria planos ambiciosos de reflorestamento. ¨:::::::::: Um Caso de Amor Antigo Ana Paula Corradini O cão foi o primeiro animal a ser domesticado. A amizade entre ele e o homem já dura 100 mil anos. Descubra porque ambos têm sido inseparáveis desde então. Quem pensa que a amizade começou com um graveto jogado ao ar para o cachorro buscar, está enganado. A aproximação aconteceu por vários fatores: 1. Nenhum dos dois sabe viver sozinho -- Os cachorros primitivos organizavam-se em estruturas sociais, a exemplo dos humanos, e acabaram “adotando” o homem como se ele fizesse parte de seu bando. "É por isso que ele tem esse instinto de proteger o dono, como se fosse da família". Os lobos, ancestrais dos cãezinhos de hoje, tinham entre si uma série de sinais para demonstrar, por exemplo, medo ou alegria. Os cachorros primitivos passaram a usá-los com o homem, que começou a perceber as necessidades do bicho. Com isso, o convívio melhorou através dos tempos. 2. O cachorro conquistou o homem ao mostrar-se útil -- À medida que o ser humano evoluía, perdia características primitivas, como o faro apurado. "Assim, o homem passou a usar o animal para farejar a presa nas caçadas". 3. O cãozinho entende o que a pessoa sente -- "Se o dono está chateado, o cachorro capta essa tristeza e passa para o mesmo estado". O humor do cão é influenciado pelo comportamento do dono, da mesma forma que nos sentimos ale- gres quando estamos acompanhados de pessoas felizes. Pelo fato de compreender as necessidades de seu dono, diz-se que o cachorro cumpre seu “papel social”. ¨:::::::::: A Bíblia O nome Bíblia vem do grego Biblos, nome da casca de um papiro do século XI a.C. Os primeiros a usar a palavra Bíblia para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos de Cristo, no século II d.C. A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. É o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 11 milhões de exemplares na versão integral, 12 milhões do Novo Testamento e, ainda, 400 milhões de brochuras com extratos dos textos originais. A divisão em capítulos foi introduzida pelo professor universitário parisiense Stephen Langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de Cantuária pouco tempo depois. Já a divisão em versículos foi introduzida em 1551, pelo impressor parisiense Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas. A bíblia foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica. Foi a primeira obra impressa por Gutenberg, em sua recém-inventada prensa manual, que dispensava as cópias manuscritas. Com exceção de alguns textos do livro de Ester e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes. A palavra “cristão” só aparece três vezes na Bíblia. Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento (sem a inclusão dos apócrifos) estavam compilados desde 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa e Igreja Católica Apostólica Romana. Pentateuco é uma palavra derivada do grego e significa cinco livros. É utilizada para indicar os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Para os judeus, esta parte da Bíblia se chama Torá, que significa lei. ¨:::::::::: Conhecendo o Mundo Nara e Kyoto, Berços do Japão Estando no Japão, não deixe de visitar duas das principais cidades antigas que foram o berço da civilização japonesa: Nara e Kyoto. Pegue o trem-bala, confortável e com velocidade quase de avião, mas, lugar para bagagem, nem pensar: no Japão se viaja com minimala com rodinhas!!! Nara foi a primeira capital do Japão e é tida como a principal base do Budismo, estando lá o maior templo budista do mundo. As casas, aparentemente de tetos altos, no interior são baixas e aconchegantes. Nos parques seculares, passeiam pequenos veados com pelagem que eu não conhecia: caramelo com pequenas pintas brancas. São lindos e vêm comer nas mãos dos visitantes. Kyoto foi fundada no século VIII. Com a mudança da capital de Nara para Kyoto, ela se tornou a capital do Japão por mil anos. Cercada por colinas, com jardins belíssimos, Kyoto deve ser visitada tam- bém por sua arquitetura, com riqueza ostensiva em linhas tão simples. O dourado do Palácio Imperial -- O Moss Garden (jardins de musgo), inteiramente de arbustos e musgos rasteiros com enormes pedras intercaladas e “ilhas de areia”, formam um jardim ím- par. Por toda a cidade existem parques com riachos e pontes lindamente trabalhadas. O Palácio Imperial, construído no ano 750, é uma das mais belas construções do Japão. Tetos altos e interior baixo em estilo difícil de ser igualado. As paredes internas são pintadas de dourado, formando grandes painéis com desenhos, como se fossem biombos, e o teto é trabalhado em quadrados de madeira com pinturas diferentes. Fonte de inspiração para arquitetos -- As construções de Kyoto conseguem ligar a riqueza à simplicidade e inspiram arquietos do mundo inteiro. O mais famoso templo é o Kinkakuji, chamado também de Goldenpavilion, por ser inteiramente dourado, mesmo externamente. Sua construção data do século XV. Em 1950, foi totalmente destruído pelo fogo, mas em 1955 já estava inteiramente reconstruído, exatamente como o original. Em 1868 a capital do Japão foi transferida para Tóquio e Kyoto se tornou um dos mais importantes centros comerciais, pelas suas fábricas de material eletrônico e, mantendo a tradição com seus maravilhosos objetos em Cloisonné (pinturas em ouro e cores parecendo laca), suas famosas porcelanas e os melhores tecidos de seda do país. ¨:::::::::: A Mansão da Rua do Catete A luxuosa mansão foi construída na área de dois terrenos, da Rua do Catete à Praia do Flamengo, ladeados pela Rua do Príncipe, atual Silveira Martins. O comprador foi o português Antônio Clemente Pinto, que, quando chegou ao Brasil, em 1820, era um simples menino de recados. Protegido pelo Barão de Ubá, que o ajudou a montar seu negócio de compra e venda de escravos, Pinto enriqueceu. Além do bolso cheio, o português ganhou um título: o de barão de Nova Friburgo. Deslumbrado com o dinheiro que o fez dono de 15 fazendas de café, dois mil escravos, vários edifícios e uma empresa, o barão de Nova Friburgo mandou vir da Alemanha o arquiteto Gustav Waehnedt para construir sua mansão. O projeto seguiu seus desejos: foi inspirado nos palácios construídos à beira do canal de Veneza, na Itália. O barão só aproveitou sua mansão por três anos. Morreu em 1869 e, no ano seguinte, também morreu sua mulher, a baronesa Laura Clementina da Silva Pinto. Até 1890 o palácio ainda pertencia à familia do barão, quando foi vendido à Companhia Grande Hotel Internacional. A propriedade acabou hipotecada e, em 1896, o Governo Federal comprou-a por três mil contos de réis. A partir daí, anunciou-se a mudança do endereço da sede da Presidência, do Palácio do Itamaraty, na Rua Larga de São Joaquim (atual Marechal Floriano) para a mansão da Rua do Catete 153. O arquiteto Barão Reis de Carvalho coordenou as obras de adaptação. O francês Paul Villon fez o paisagismo do jardim, que, de particular, foi transformado em público, ganhando um rio artificial com pontes, cascata, lago, gruta, chafariz e coreto. Foram construídas casas para os mordomos e criados da Presidência e uma cocheira para a guarda montada. Um ano depois da compra da mansão, no dia do aniversário da Primeira Constituição (24 de fevereiro) foi inaugurada a residência presidencial, hoje Museu da República. O acervo do Museu -- O acervo do Museu da República é composto por 20 mil livros, 8 mil objetos e 80 mil documentos referentes à História republicana. O material se refere à vida pública e privada de alguns presidentes e personalidades da República brasileira. São quadros e esculturas de artistas nacionais e estrangeiros, mobiliários francês e brasileiro dos séculos XIX e XX, pratas, porcelanas e cristais brasonados utilizados no Palácio do Catete, quando foi sede da República. Coleções de objetos pessoais e de presentes oficiais doados ao museu por ex-presidentes e seus familiares, desde Deodoro da Fonseca até Juscelino Kubitschek, também fazem parte do acervo. Um dos arquivos mais procurados por estudiosos é o de Pereira Passos: mil fotografias do Rio, personalidades e familiares do ex-prefeito. ¨:::::::::: Cardápio Variado A despeito do que as histórias de vampiro podem nos fazer pensar, apenas três das mais de 1.100 espécies de morcego se alimentam de sangue. Mais de 70 por cento dos morcegos do mundo comem insetos e pequenos artrópodes, como escorpiões e centopéias. Em áreas tropicais, existem muitos morcegos que se alimentam de frutas e até mesmo de néctar de flores. Esses morcegos possuem olfato apurado para encontrar sua refeição. Os morcegos carnívoros se alimentam de pequenos animais como sapos, peixes, pássaros e roedores, por isso precisam de dentes bastante afiados. Certas espécies comem até mesmo morcegos menores de outras variedades. Os morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue) vivem todos na América Latina. Eles não sugam o fluido, como os vampiros, mas mordem suas vítimas para beber o sangue que escorre. O sangue humano não é muito apreciado por eles, que preferem atacar aves grandes e alguns mamíferos. ¨:::::::::: Ameno e Instrutivo Os Cavalos Dormem em Pé? Felipe Aponte Antunes Eles podem dormir em pé ou deitados. Dormir em pé é uma forma de defesa: se um inimigo aparecer, o animal está pronto para correr. Se estiver deitado, a fuga será mais lenta. “Para poder dormir em pé, o cavalo desenvolveu uma postura chamada *estação livre*: ele apóia 60 por cento do seu peso sobre as duas patas da frente e o restante do peso se apóia ora numa das pernas traseiras, ora na outra”. Os músculos e os ossos do cavalo são preparados para que ele possa ficar nessa postura sem se cansar. Nas pernas de trás, os tecidos que ligam os ossos fixam a articulação do osso da coxa, fêmur, com o da canela, tíbia. Assim, a perna do cavalo não se dobra. Além disso, a coluna cervical do animal fica na horizontal e, em um rápido abrir de olhos, ele pode ver o que se passa ao seu redor. Outra coisa: quando está em pé, o sono do animal não é profundo. O cavalo só se deita para dormir quando tem a certeza de que está em um lugar seguro e não será surpreendido por um inimigo. Essa situação geralmente acontece com os cavalos que ficam no Jockey. ¨:::::::::: Restauração Premiada Nos dias 26 e 27 de setembro de 1997, um violento terremoto sacudiu a região da Umbria, na Itália, atingindo a Basílica de São Francisco de Assis, erguida em 1218. Os estragos foram terríveis. O forro das abóbadas, por exemplo, repleto de afrescos preciosos, virou estilhaços. Hoje, a tragédia parece nunca ter ocorrido. O trabalho de restauração foi tão extraordinário que não poderia receber prêmio melhor: a UNESCO vai inscrever a cidade de Assis, onde fica a igreja, como pa- trimônio mundial da humanidade. A Basílica abriga a maior coleção de arte italiana dos séculos XIII e XIV, além dos restos mortais de São Francisco (1182-1226). ¨:::::::::: Voto de Minerva A explicação está em um conto da mitologia grega. Agamenon, o comandante da Guerra de Tróia, ofereceu a vida de uma filha em sacrifício. Sua mulher, Clitemnestra, cega de ódio, o assassinou. Com esses crimes, o deus Apolo ordenou que o outro filho de Agamenon, Orestes, matasse a própria mãe para vingar o pai. No entanto, esse assassinato também teria de ser vingado. Mas, em vez de aplicar a pena, Apolo deu a Orestes o direito a um julgamento, o primeiro do mundo. Houve empate entre os doze jurados e aí é que Minerva finalmente entrou na história. Chamada pelos gregos de Atenas, a deusa da sabedoria deu o voto de desempate, absolvendo Orestes. ¨:::::::::: É Útil Saber O Tempo Heloisa F. Menandro Contam o tempo e contam histórias do presente e do passado contam espaço em centímetro e quilômetro quadrado contam também o dinheiro em mil réis, cruzeiro e cruzado contam tudo o que viveram e também o que foi contado contam até o que criaram e foi pelo tempo levado contam o que mudaram e ficou no tempo, parado E nesse conta e reconta, é que os homens vão passando e os tempos vão mudando ¨*** Gratidão Certo homem, temente a Deus, viajava de avião. Depois de uma pane, ele conseguiu se salvar em meio ao oceano e chegou a uma pequena ilha deserta. Na praia, agradeceu a Deus por ter escapado da morte. Ali, sobrevivia alimentando-se de peixes e plantas. Um dia, ao voltar ao seu abrigo, qual não foi a sua decepção, ao vê-lo em chamas! Desesperado clamava: -- Deus! Como é que o Senhor pôde deixar acontecer isso comigo? O Senhor não tem compaixão de mim? Neste momento uma voz se ouviu: -- Vamos rapaz! Ele se virou, e qual não foi a sua surpresa quando viu um marinheiro dizer-lhe: -- Vamos, rapaz! Nós viemos te buscar. -- Como vocês souberam que eu estava aqui? -- Ora, amigo! Vimos a fumaça... Daí o capitão ordenou que viéssemos buscá-lo. Assim o homem foi salvo. Quantas vezes "nossa casa queima" e nós gritamos como aquele homem gritou? Confiemos que o Senhor sabe o que é melhor para nós, e descansemos em sua amorosa provisão, mesmo quando a situação parece desesperadora. "Dia da Gratidão -- 6 de janeiro" ¨ ***

O Frevo Frenético A palavra vem de "fervura" e lembra os movimentos acelerados dos foliões. É uma dança de rua e de salão, criada em Recife, nos fins do século XIX. A música, tocada principalmente por metais, é essencialmente rítmica, com compasso binário (de dois "tempos") e andamento rápido. Os dançarinos executam coreografias individuais, improvisadas e frenéticas, que exigem animação de sobra e preparo físico mais de sobra ainda. Carnaval -- fevereiro "Dia de Carnaval -- fevereiro" ¨*** Acróstico em Memória de José Álvares de Azevedo Paulo Guedes de Andrade Júbilo temos nós em recordarmos O teu ardor na luta pelo bem! Sem dúvida, se teu nome proclamarmos É um dever que a todos nos convém. Ávido sou a te prestigiar Levando enfim a termo universal, Vantagens gloriosas e sem par, A vislumbrar-te um alvo sem igual. Refulge como luz o teu favor, Excede a toda gente o teu valor, Sublime, pela força e pelo amor. A força do querer e do poder Zombando dos rigores da carência, Exaltação da fama e da prudência, Vibrando qual estrela a resplandecer! Esplendorosa luz primaveril, Dourando com o brilho mais sutil Os céus, a terra e a sorte do Brasil. "Morte de José Álvares de Azevedo -- 17 de março" ¨*** Movimentos de Independência No século XVIII, o Brasil ainda era dominado por Portugal, mas as relações entre a colônia e a metrópole não andavam nada boas, por causa da opressão portuguesa e da exploração cada vez maior e mais injusta. As notícias dos movimentos de independência pelo mundo, tiveram uma grande repercussão no Brasil, principalmente em Minas Gerais, que sofria com uma queda em sua produção de ouro, ao mesmo tempo em que era obrigada a pagar um imposto injusto chamado de "derrama". Foi nesse clima que surgiu um movimento de libertação formado por um pequeno grupo de intelectuais e militares de Minas, que mesmo sem uma ampla participação popular, resolveu fazer um levante contra Portugal, no dia da cobrança da "derrama" em 1789. Mas os planos fracassaram por causa da denúncia de Joaquim Silvério dos Reis, um dos participantes do levante. O grupo foi todo preso e julgado, e o mais pobre de todos, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único condenado à morte pela forca e posteriormente esquartejado, para servir de exemplo. A execução ocorreu em 21 de abril de 1792. A Inconfidência Mineira, apesar de ter se desenrolado em Minas Gerais, teve o seu desfecho trágico no Rio de Janeiro. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi preso num dos sobrados da rua Gonçalves Dias (na época, rua dos Latoeiros). Interrogado na Ilha das Co- bras, ficou preso na Cadeia Pública, onde é atualmente a Assembléia Legislativa, foi enforcado em local incerto, no antigo Campo de São Domingos, uma enorme área que englobava a atual Praça Tiradentes e o Campo de Santana, e esquartejado na Casa do Trem (atrás do local onde hoje se encontra o Museu Histórico Nacional). O trajeto percorrido por Tiradentes, da cadeia até a forca, vai das proximidades do atual Paço Imperial até perto da Igreja da Lampadosa, passando por ruas célebres da cidade, como Assembléia, ex-rua da Cadeia, e Carioca, ex-rua do Piolho. O feriado do dia 21, dedicado a Tiradentes, é uma excelente ocasião para se homenagear o mártir da nossa Independência e, ao mesmo tempo, fazer um agradável passeio por locais onde ocorreu um dos capítulos de nossa história e conhecer melhor a cidade do Rio de Janeiro. "Dia da Inconfidência Mineira -- 21 de abril" ¨*** Libertação dos Escravos No dia 13 de maio de 1888 é comemorado o dia da libertação dos escravos no Brasil, quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que abolia a escravatura em nosso país. Em 27 de setembro de 1871 (17 anos antes), ela já havia sancionado a Lei do Ventre Livre, que libertava os filhos dos escravos nascidos a partir daquela data. A escravidão pode ser definida como o sistema de trabalho em que o indivíduo é propriedade de outro, podendo ser vendido, doado, emprestado, alugado, hipotecado, leiloado ou confiscado. Legalmente, o escravo não tinha direitos: não podia possuir ou doar bens e nem iniciar processos judiciais, mas podia ser castigado e punido. Durante mais de três séculos, a escravidão foi a forma de trabalho predominante na sociedade brasileira, que foi a última nação a extingui-la. Os negros eram capturados na África e trazidos à força para a América, em grandes navios, em condições miseráveis e desumanas. Muitos morriam durante a viagem, vítimas de doenças, maus-tratos e fome. Os escravos que sobreviviam à travessia, eram logo separados do seu grupo lingüístico e cultural africano e misturados com outros de diversas tribos para que não pudessem se comunicar. Além de não ter nenhum direito, os escravos conviviam com a violência e a humilhação em seu dia-a-dia. A minoria branca, a classe dominante socialmente, justificava essa condição através de idéias religiosas e racistas, que afirmavam sua superioridade e seus privilégios. As diferenças étnicas funcionavam como barreiras sociais. Na sociedade colonial, eram vistos como símbolo do poder dos senhores, cuja importância social era avaliada pelo número de escravos que possuíam. "Abolição da Escravatura -- 13 de maio" ¨*** Promessa Ary Rodrigues da Silva Quando estivermos juntos finalmente E, assim, eu me livrar da solidão; Quando, no auge da paixão ardente Pulsar mais forte o meu coração; Quando eu escutar tua voz quente Fazendo-me a sonhada confissão Deste amor que, ansiosamente, Espero qual faminto espera o pão, Os nossos corações enternecidos Hão de cantar, pulsando sempre unidos, O nosso amor em mavioso dueto! E, entre os instantes de plena ventura, Eternizando esta afeição tão pura, Escreverei, meu bem, nosso soneto. "Dia dos Namorados -- 12 de junho" ¨:::::::::: O Dicionário Esclarece abstinência -- privar-se de ingerir algo que lhe faça mal; exemplo: bebida alcoólica ancestrais -- antepassados calidez -- estado ou qualidade de cálido; quente; ardente; fogoso capta -- atrai cercanias -- arredores; proximidades; vizinhança; imediações cerdas -- o pêlo áspero e duro de certos animais como o porco; o javali, etc. compilados -- reunidos (textos de vários autores de procedência ou natureza várias) depravação -- corrupção; degeneração; perversão errante -- que erra ou vagueia; que anda ao acaso excomungado -- amaldiçoado; maldito; esconjurado extenuados -- enfraquecidos; cansados; prostrados; estafados extensiva -- que se pode estender; que se aplica a mais de um caso fadiga -- cansaço; estafa; canseira hipotecada -- bens imóveis submetidos ao pagamento de uma dívida irrelevante -- que não é importante ou necessário isentos -- dispensados; desobrigados; livres jucundo -- alegre; aprazível; prazenteiro magnetismo -- atração; encanto; sedução odisséia -- viajem cheia de episódios e aventuras extraordinárias pane -- parada por defeito do motor de avião; automóvel; motocicleta, etc. papiro -- planta de cujas folhas os egípcios se serviam para escrever prematuras -- precoces; temporãs; que se manifestam antes do tempo rupestres -- que crescem sobre os rochedos; gravados em rochedos simbolizar -- o que exprime, representa, evoca algo abstrato e ausente vestígios -- rastos; pegadas; sinais que o homem ou o animal fazem com os pés no sítio onde passam ¨:::::::::: Fontes de Pesquisa Conservation International Editora Paulinas Folheto McDonald's Jornal do Brasil Jornal O Dia Jornal O Fluminense Jornal O Globo Revista Caminhos da Terra Revista Ecologia e Desen- volvimento Revista Planeta Revista Superinteressante ¨:::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores abaixo mencionados, que nos enviem seus endereços completos, pois suas revistas voltaram. Ariosto Anselmo Augusto Fera Clóvis Viana Miguel Elisandra da Silva Gabriel Russi Gerência de Educação de Três Lagoas Hermano Padilha Cobos Instituto Nacional para Cegos Jaqueline Renata do Nascimento Leordes Fernanda de R. Dias Lourenço da Luz Santos Manuel Lopes Soeiro Maria de Lourdes Bertoglio Maria Ivanilde Rosa de Jesus Maria José Mendonça Neide Maria Cordial Santos Pedro Romero Rodrigo Campelo de Azevedo Romany Buker Pereira Ubiraci Mendonça da Silva Vitor França de Alvarenga ¨ ::::::::::