õieieieieieieieieieieieieieieo õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano LV -- n.o 320 o õ Julho-Dezembro de 2005 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral o õ do IBC o õ Sr.a Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ tel: (0xx21) 2543-1119 o õ Ramal 145 o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O juiz e os Perus :::: 1 A Rã e o Touro :::::: 4 Círculo Vicioso :::::: 5 Divertimentos: O Que É, o Que É? ::::::::::::::: 8 Só Rindo ::::::::::::: 11 Vamos Aprender: Latim é Língua de Cachorro? ::::::::::::: 12 Para Você Recitar: O Trenzinho do Nicolau ::::::::::::::: 13 Zoologando: Lampadinha do Amor ::: 15 Historiando: A Menina e o Pássaro Encantado ::::::::::::: 16 Seção Juvenil O Vovô Narra a História: Poderosa e Abso- luta ::::::::::::::::::: 21 O Senhor dos Jar- dins ::::::::::::::::::: 25 Conhecendo Nossos Escritores :::::::::::: 27 Rimando com os Sig- nos :::::::::::::::::::: 29 Só o Tamanho Já Assusta ::::::::::::::: 31 Não Custa Saber ::::::: 33 A Pratinha ::::::::::::: 33 Perseverança :::::::::::: 36 Nosso Brasil: Conservatória ::::::::: 38 Como se Mede o Número do Sapato ::::::::::::: 39 O Vulcão Acidental :::: 41 Curiosidades :::::::::::: 43 Diferença entre Caste- los e Palácios :::::::: 45 Apolo ::::::::::::::::::: 47 Ecoando: Lesma ::::::::::::::::: 48 A Burocracia ::::::::::: 49 Pedras que Enfeitam :::: 50 Conhecendo o Mundo: Pólo Sul ::::::::::::: 52 Os Três Amigos :::::::: 55 Ameno e Instrutivo: Criação Fenícia :::::: 56 A Cruz ::::::::::::::::: 57 Os Esquimós :::::::::::: 59 É Útil Saber: Amizade ::::::::::::::: 62 Pedido de Um Fi- lho :::::::::::::::::::: 63 A Fauna :::::::::::::: 65 Acreditamos ::::::::::: 67 Negros, Índios e Brancos ::::::::::::::: 68 Natal ::::::::::::::::: 70 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 72 Fontes de Pesquisa ::::: 74 Ao Leitor :::::::::::::: 74 ::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O Juiz e os Perus Era uma vez seu Porfírio. Era uma vez seu Candinho. Vizinhos de cerca, colegas de escola, vagos parentes. Seu Porfírio, briguento como ele só, brigava com os parentes por causa de heranças, brigava com os vizinhos por causa de limites de terras, brigava até com os filhos por causa de dinheiro. Seu Candinho, ao contrário, amigo de todo mundo, resolvia seus problemas com conversas, com prosa, com jeitinho. Um dia seu Candinho recebeu uma herança de um parente afastado. Seu Porfírio ficou morrendo de inveja. Começou a falar mal de seu Candinho a todo o mundo: -- Bonzinho? Pois sim! Estes são os piores... Seu Candinho fez que não sabia e foi vivendo. E cada vez seu Porfírio ficava com mais raiva de seu Candinho. Então seu Porfírio inventou que o riacho que passava pelas duas fazendas era dele só e desviou o curso do riacho. Seu Candinho ficou sem água. Aí seu Candinho ficou zangado. Procurou o advogado dele, doutor Alex, e mandou uma ação em cima do seu Porfírio. A demanda se arrastou, com uns tais de embargos, e umas tais de ações suspensivas, umas tais de peritagens, uns tais de recursos, até que o julgamento foi marcado. Seu Candinho foi procurar o advogado: -- Seu doutor, o senhor não achava bom se a gente mandasse aí uns perus pro seu Juiz? Será que não facilitava as coisas? O advogado botou a mão na cabeça: -- Que é isso, seu Candinho? O juiz é o doutor Honório, o juiz mais severo do estado! Se o senhor manda um presente pra ele, ele é capaz de dar ganho ao seu Porfírio só pra mostrar como ele é honesto... Seu Candinho saiu dali pensando... No dia do julgamento estava todo mundo nervoso. Menos seu Candinho: -- Não se preocupem, nós vamos ganhar. Podem ter certeza... Não carece de ninguém ficar nervoso... Doutor Honório chegou de cara fechada, como se estivesse zangado com alguma coisa, não cumprimentou ninguém. O julgamento foi rápido e realmente seu Candinho ganhou. Seu Porfírio foi condenado a pagar um dinheirão ao seu Candinho e ainda teve de voltar o riacho pra onde ele estava. Seu Candinho deu uma bruta festa pra comemorar. E então, com um sorriso muito malandro, ele perguntou ao doutor Alex: -- Viu como foi bom mandar uns perus pro Juiz? -- O quê? O senhor mandou os perus pro juiz? -- Mandei sim, doutor, mandei sim. Só que eu mandei no nome do seu Porfírio... *** A Rã e o Touro Um grande touro passeava pela margem de um riacho. A rã ficou com muita inveja do seu tamanho e da sua força. Então começou a inchar, fazendo enorme esforço para tentar ficar tão grande quanto o touro. Perguntou a suas companheiras de riacho se estava do tamanho do touro. Elas responderam que não. A rã continuou a inchar e inchar. Ainda assim não alcançou o tamanho do touro. Pela terceira vez tentou inchar; e fez isso com tanta força que acabou explodindo, por culpa de tanta inveja. *** Círculo Vicioso E aquela alma -- aquele ser, aquela criatura -- chorava baixinho, implorando auxílio. -- Ai, se eu fosse uma andorinha para, livre, percorrer o mundo, por certo, seria feliz, livre das cadeias que me prendem à terra, como a borboleta em seu casulo... E disse a andorinha: -- Ai, se eu fosse um regato manso e cristalino, correndo entre vales e montanhas, encontraria a felicidade, servindo àqueles que têm sede e fome... E suspirava o regato: -- Ai, se eu fosse o sol, forte, altaneiro, espalhando calor e vida, por certo, mais feliz, me sentiria, para, do alto, iluminar casas, mares, tudo, enfim. Mas o sol suspirava: -- Triste de mim. Se eu fosse a lua amena e fugidia! Seria mais querido por todos, pois se meu calor produz vida, ele também queima em demasia. Porém a lua melancólica, triste, pensava: -- Levo o romance aos corações amantes, mas, como triste fico, quando apenas deixo nos corações queridos a doce sombra de uma saudade de amor que se finda! Se os céus me ouvissem, eu seria apenas uma nuvem formada de castelo e miragem e com alegria todos me veriam. A pobre nuvem, porém, dizia: -- Não passo de uma quimera, uma ilusão perdida... Melhor seria descer às campinas e inebriar os ares, o suave aroma de uma flor bem pequenina. Mas a flor humilde, pequenina, gemia entre os dedos que a despetalavam: -- Senhor, que fiz eu, para merecer tal agonia? Morrer assim ao romper do dia... Ó Criador dos mundos, melho seria nascer aquela gota de orvalho, que ao alvorecer, sentia sobre as pétalas, que na terra sem dó, morria. Mas a gota de orvalho, chorava: -- Ó Deus, sou bálsamo em cantigas, sou as lágrimas da natureza que chora, ao nascer de um novo dia. E assim, na natureza em flor, caminham as criaturas à procura de algum criador. Mas tudo se resume numa só palavra: no bem que, a cada um, cabe cumprir. :::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. Por que a professora en- trou de óculos escuros na classe? R: Porque seus alunos eram brilhantes. 2. Por que os ricaços, mesmo bêbados, não atropelam nin- guém? R: Porque eles têm chofer. 3. O que dá se você junta o sonho com a realidade? R: Um sonâmbulo. 4. O que dá se você junta o mar com o ar? R: Rima. 5. O que faz o gari entre um e outro passeio? R: Varre a rua. 6. O que é que falta em uma casa para formar um casal? R: A letra L. 7. O que pode acontecer a um borracheiro que se expõe muito à friagem? R: Pneumonia. 8. O que a televisão disse para a tomada? R: Tô ligada em você. 9. O que é feito da agulha enquanto a costureira atende ao telefone? R: Espera na linha. 10. De boca para cima, está vazio; de boca para baixo, está cheio. O que é? R: O chapéu. 11. Por que é que aqueles três eletricistas queriam tanto passar o Carnaval na Bahia? R: Porque eles eram um trio elétrico. 12. Quem é que sempre serve, mas nunca quer ser servido? R: O coveiro. 13. Qual é a fruta que o ca- chorro não gosta? R: Passa. 14. Por que é que só os so- nâmbulos conseguem andar dormindo? R: Porque andar acordado qualquer um anda. 15. O que faz um barbudo no barbeiro cuja navalha é ce- ga? R: Põe as barbas de molho. 16. Por que é que ninguém gostava daquele maestro? R: Porque ele vivia cheio de "si". 17. Por que é que a manicure pediu o divórcio pro marido? R: Porque ele era um tre- mendo unha de fome. 18. Por que é que os dois oculistas discutem tanto? R: Porque cada um defende o seu ponto de vista. 19. Por que os avarentos gostam de cumprimentar com um sinal de cabeça? R: Porque não abrem a mão para nada. 20. Que fariam as tartaru- gas, se soubessem que estão em extinção? R: Apressavam o passo. *** Só Rindo... A redação: Na escola a professora pergunta para o Joãozinho: -- Você pode me explicar como a sua redação está absolutamente igual à que seu irmão fez no ano passado? -- Posso sim: temos a mesma irmã. Vovó não sabe: Pedrinho e Mariazinha perguntam para a vovó: -- Vovó, como é que as crianças nascem? -- É a cegonha que as traz no bico, meus netinhos! O Pedrinho vira para Mariazinha e diz: -- O que você acha? Contamos pra ela? A cadeira de D. Pedro: Zezinho está visitando o Museu Imperial, quando um guarda bronqueia: -- Não pode sentar aí, moleque! É a cadeira de D. Pedro! Ao que ele responde: -- Quando ele chegar eu saio! :::::::::: Vamos Aprender Latim é Língua de Cachorro? O latim, usado pelos romanos, foi um dos idiomas mais falados na Antigüidade, mas hoje é considerado morto. A língua, no entanto, deu origem a várias outras, inclusive ao português. É também muito aplicada em nomes científicos, porque não irá mais sofrer alterações. Já o grego continua com força total. Na Grécia, é claro. Muitas de nossas palavras provêm na língua de Arquimedes; quer ver? Filosofia, biblioteca, cardiolo- gia, pneumonia... :::::::::: Para você Recitar O Trenzinho do Nicolau Lá vai Nicolau com seu tren- zinho... Sobe montanha, atravessa rio, desce ladeira, cruza desvio. Piuiii...Piuiii... Adeus, menino que joga bo- la... Adeus, mulheres que lavam roupa... Adeus, vaquinha que come gra- ma... Adeus... Adeus... Lá vai Nicolau com seu tren- zinho. Todo dia. Todo dia. Todo dia. Mas o tempo passou. E o trenzinho do Nicolau, devagarinho, envelheceu. Nicolau também cansou. Por isso, um dia, se aposen- tou. Pra sua casinha, junto à es- tação, Nicolau voltou. Plantava flores, rosas, vio- letas... Mas tão sozinho ele ficou! Não tinha amigos, não tinha ninguém... Lá no desvio ficou o trenzi- nho. Enferrujando, devagarinho... Trenzinho valente, que levava tanta gente! Que levava nos seus vagões laranjas, bananas, limões... Até que um dia o Nicolau foi espiar a velha estação. Ai que tristeza no coração! O velho trenzinho, seu compa- nheiro, ia ser vendido pro ferro-ve- lho. E Nicolau resolveu: comprou o trenzinho e nunca mais ficou sozinho. :::::::::: Zoologando Lampadinha do Amor Os vaga-lumes se reúnem em grandes grupos de machos e fêmeas, geralmente próximos a árvores e rios. O ritmo e a intensidade do pisca-pisca têm dois significados básicos: são formas de comunicação e de aproximação sexual entre machos e fêmeas. Antes do anoitecer, a luz dos vaga-lumes brilha sem muita força e os insetos permanecem quase parados em folhas. Mas, quando cai a noite, começa o ritual para perpetuar a espécie. :::::::::: Historiando A Menina e o Pássaro Encantado Era uma vez uma menina que tinha um pássaro, que era o seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades... Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão... -- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo, a não ser o barulho do vento, que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que eu vi, como presente para você... E assim ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro. Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça. -- Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes. E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre. Mas chegava sempre uma hora de tristeza. -- Tenho de ir, ele dizia. -- Por favor, não vá. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar... E a menina fazia um beicinho... -- Eu também terei saudades, dizia o pássaro. Eu também vou chorar. Mas eu vou lhe contar um segredo: as plantas precisam de água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E você deixará de me amar. Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava de tristeza à noite, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada: -- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz... Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Finalmente ele chegou, maravilhoso em suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz. Foi acordar de madrugada, com um gemido do pássaro... -- Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficaram feias e eu me esquecerei das histórias... Sem a saudade, o amor irá embora... A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo... Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola. -- Pode ir, pássaro. Volte quando você quiser... -- Obrigado, menina. É, eu tenho de partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar... :::::::::: Seção Juvenil O Vovô Narra a História Poderosa e Absoluta Cleópatra foi a mais famosa rainha do Egito. Apesar da fama, dizem que ela estava longe de ser bonita... Na verdade era nariguda, como pode ser vista em moedas com a sua imagem, mas era charmosa, inteligente -- falava nove línguas -- e nota 10 na paquera! Também tinha um lado malévolo: testava venenos em escravos. Seu fim foi trágico. Cleópatra se deixou picar por uma serpente quando soube que Marco Antônio, seu último marido, tinha se suicidado. Os egípcios têm fama de CDFs até hoje! Eles desenvolveram uma cultura avançada em Matemática, Geometria, Arquitetura, Medicina e Astronomia. A sabedoria dessa nação forneceu a base para a construção da Civilização Ocidental. "Sabe-se que os egípcios eram grandes observadores e chegaram a resultados que hoje a Ciência confirma. Seus estudos foram transmitidos para outros povos, mas grande parte desse material foi perdido num incêndio na biblioteca de Alexandria, no século I, e também com a invasão dos bárbaros." Praticamente só os nobres sabiam ler e escrever. Muitos deles viravam escribas, uma faixa da sociedade que era respeitadíssima. A escrita não era ensinada a qualquer um, não. Para atrapalhar ainda mais os curiosos, eles criaram uma escrita em que as letras eram imagens que representavam apenas as consoantes do nosso alfabeto: os hieróglifos. Você já pensou como seria escrever sem vogais!? As pirâmides eram túmulos dos faraós e outros nobres. As maiores e mais famosas são as localizadas em Gizé, que ocupam uma área de 129 mil metros quadrados. Foram batizadas com os nomes dos reis que as construíram: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Até o século XIX, essas construções eram os mais altos edifícios criados pelos homens. Maldições terríveis rondavam o descanso das múmias dos faraós. A mais famosa é, sem dúvida, a de Tutankamon. Os arqueólogos não confirmam, mas inscrições com um aviso sinistro "A morte virá com asas ligeiras sobre os que perturbarem o repouso do Faraó" estariam na entrada de sua tum- ba. Muita gente que participava das escavações morreu mesmo, inclusive o chefe da expedição. Há boatos de que os egípcios preparavam mecanismos para lançar setas envenenadas e mortíferas contra os invasores. Também comenta-se sobre passagens secretas abertas pelo reflexo do Sol. A mumificação é o costume mais famoso dos egípcios. Eles passavam a vida toda se preparando para o "grande dia". Para o corpo não apo- drecer, os egípcios primeiro retiravam o cérebro pelo nariz, e as vísceras por um corte no ladinho do corpo. Depois, lotavam a barriga de resinas aromáticas e perfume, fechavam os cortes e mergulhavam o cadáver em um tanque com nitrato de potássio -- uma espécie de sal --, onde ficava por cerca de setenta dias. Depois, o corpo era secado e enfaixado com tiras de linho: primeiro os dedos, depois mãos e pés, os membros, o tronco e, por último, a cabeça. O corpo ainda era colocado em um cai- xão decorado, o sarcófago. *** O Senhor dos Jardins Nabucodonosor foi um importante rei da Babilônia -- atual Iraque -- por mais de 40 anos. Segundo a história da Antigüidade, ele mandou erguer os famosos "Jardins Suspensos da Babilônia". No entanto, os jardins não puderam ser identificados nas poucas ruínas já descobertas do antigo reino da Mesopotâmia. Essa pode ser uma das muitas lendas que envolvem Nabucodonosor. O famoso monarca pode ser encontrado também como personagem de algumas passagens bíblicas. Sabe-se que após a queda da Assíria -- atual Irã --, Nabucodonosor exerceu forte domínio sobre todo o território do Crescente Fértil, região do Antigo Oriente, que começa na Costa Leste do Mar Mediterrâneo e segue em direção ao Golfo Pérsico, pegando uma faixa entre os rios Tigre e Eufrates. Para isso, realizou diversas conquistas militares, dominando a Síria e a Palestina e provocando a intervenção do Egito, que queria manter sob seu poder os portos do Líbano. Na Palestina, o rei Joaquim enfrentou Nabucodonosor por um certo tempo, mas acabou sendo pego em Jerusalém. A cidade foi saqueada e Joaquim foi deportado para a Babilônia. Para deter o avanço de Nabucodonosor, surgiu uma coalizão formada pelo Egito, Judá, Amon e Fenícia, mas esta união não foi suficiente. Nabucodonosor tinha como aliados os Medos -- parte do Iraque -- casou-se com Amitis, filha do rei dos Medos. Utilizou boa parte dos impostos coletados em suas campanhas na construção de templos e fortificação de pa- lácios. *** Conhecendo Nossos Escritores Oswald de Andrade Poeta, romancista, dramaturgo, ensaísta e jornalista, José Oswald de Souza Andrade (1890-1954) nasceu e morreu em São Paulo. Tomou contato com o cubismo e o futurismo na França, em 1912. Ao voltar ao Brasil, inaugurou aqui o movimento modernista e idealizou a Semana de Arte Moderna de 1922, com o apoio e a participação do pintor carioca Emiliano Augusto Di Cavalcanti (1897-1976) e do também paulista Mário de Andrade (1893-1945), entre outros. De espírito irreverente e polêmico, Oswald tornou-se uma das mais importantes figuras do modernismo brasileiro. Em 1922 publicou o romance "Os Condenados" e, dois anos depois, "Memórias Sentimentais de João Miramar". Ainda em 1924 lançaria o "Manifesto da Poesia Pau-Brasil", que, com o "Manifesto Antropofágico", de 1928, constitui a síntese do ideário modernista no País. ::::::::::

Rimando com os Signos Áries O ariano é arretado, ciumento... belicoso... Mas nos traz sempre enredados no seu gesto caloroso. Touro Possessivo, muito forte, Persistente e sensual. Temperamento envolvente Touro é um amigo legal. Gêmeos Artista cheio de gênio. Instável... conversador. A todos Gêmeos amarra Com um arzinho sedutor! Câncer Câncer é sensibilidade, Intuição e carinho; Pode ser bom companheiro, Se levado com jeitinho.

Leão Anda sempre arrumadinho. Todo imponente, orgulhoso. Cercado de muita gente; Eta leãozinho vaidoso! Virgem Gosta de tudo certinho. Minucioso, organizado. Virgem é um companheiro Legal e bem dedicado. Libra Meigo, gentil e charmoso, Cheio de diplomacia, Libra tem como ideal a perfeita companhia. Escorpião Impulsivo, concentrado, movido pela paixão, Ai, que cara misterioso esse tal de Escorpião! Sagitário Sagitário é idealista, Um tanto ou quanto aluado, não suportando a "mesmice", Nas artes é um danado! Capricórnio Com seu jeito zangado, Insistente e turrão. Capricórnio é reservado, Mas no fundo é um amigão. Aquário Todo imparcialidade, Vivendo um século à frente, Aquário, além de tranqüilo, É sensível, inteligente. Peixes Ai, que peixinho dengoso! Amigos? Tem um montão... Romântico... sonhador... Ganha qualquer coração! :::::::::: Só o Tamanho Assusta O mais avantajado comedor de carne que circula pela Terra hoje é o urso-pardo *Ursus arctos*. "Quando decide ficar em pé sobre duas patas, pode alcançar até 2,80 metros de altura". Os menores, principalmente as fêmeas, têm cerca de 1,70 metro. Habitante comum dos Estados Unidos e do Canadá, o grandalhão assusta, mas não é tão bravo como seu tamanho faz parecer. Ele aprecia peixes, insetos e roedores e come até outros ursos menores, mas não dispensa também frutas, sementes e mel. Glutão, não faz dieta. Chega a pesar 780 quilos. Mesmo assim, perde, em gordura, para o urso polar, que atinge facilmente 800 quilos. Por isso, alguns cientistas tentaram dar ao morador do gelo, o posto de maior carnívoro terrestre. O que o impede de conquistar o título é a altura. O urso polar cresce até, no máximo, 2,20 metros. Perto do primo pardo, não passa de um baixinho. Além do mais, há quem o considere um animal marinho. :::::::::: Não custa Saber Substantivos sigmáticos são aqueles que apresentam uma só forma para o singular e o plural: *o* ou *os* lápis, *o* ou *os* atlas, *o* ou *os* pires, *o* ou *os* porta-aviões, etc. Vocês já repararam como o prefixo *sub* é maltratado? Só usamos hífen entre *sub* e a palavra que o segue, quan- do esta começar com "r" ou "b". :::::::::: A Pratinha Mil anos atrás já se usava papel como dinheiro na China. Mas na Inglaterra -- Europa -- do século XVII é que a sua utilização foi marcante. Nesse tempo, as pessoas confiavam seus valores à guarda do ourives -- aquele que faz ou vende objetos de ouro e prata --. O ourives, então, dava em troca um recibo ao depositante. Esse recibo era a mesma coisa que dinheiro. Afinal, era bem mais fácil andar com papel de lá pra cá do que com moedas metálicas, muitas vezes até falsificadas. Depois surgiu o Banco da Inglaterra. As notas emitidas por ele circularam como moeda corrente inglesa. E esse exemplo foi seguido por outros países. Até que cada governo lançou o seu papel-moeda, cuja quantidade devia ser proporcional ao depósito de ouro do país, como garantia. Com o fim das moedas de ouro e prata, atualmente o valor do dinheiro depende da economia do país -- mas essa é ou- tra história. Brasil: Do Mil-Réis ao Cruzeiro -- Desde o período colonial, o Brasil teve 37 tipos diferentes de dinheiro, sempre em função da inflação. As oficinas monetárias, que funcionavam em Salvador, Recife, Vila Rica e Rio de Janeiro, criaram o real, que ficou conhecido no início do século XX como mil-réis. Dobrões, patacas, vinténs, cruzados e tostões são algumas das variações dessa moeda que sempre perdeu a corrida para a alta dos preços. Vai-e-vem do Cruzeiro: Cruzeiro -- 1942 Cruzeiro Novo -- 1967 Cruzeiro -- 1970 Cruzado -- 1986 Cruzado Novo -- 1989 Cruzeiro -- 1990 Real -- 1994 Em 1964, a emissão de dinheiro foi centralizada, com a criação do Banco Central. E hoje, a nossa produção de cédulas passa de dois bilhões por ano. Por isso, a Casa da Moeda é a maior fábrica de dinheiro da América Latina. Acompanhando a tendência mundial de homenagear figuras das artes, da ciência e da literatura, nossas notas exibem brasileiros ilustres como Machado de Assis, Portinari, Carlos Chagas, Carlos Drummond de Andrade e Cecí- lia Meireles. :::::::::: Perseverança Tarcísio era um jovem cristão perseverante que vivia em Roma. Ajudava à missa e tinha grande amor a Cristo na Eucaristia. Valeriano, Imperador de Roma, perseguia de morte os cristãos. As cadeias estavam cheias de cristãos que iam morrer, por serem discípulos de Jesus. Mesmo sabendo de todas essas ameaças, Tarcísio continuava perseverando sem medo e tornou-se diácono, que é um grau abaixo do sacerdote. Tinha por missão levar a Eucaristia aos cristãos que iriam morrer e aos enfermos. Um dia, Tarcísio saiu das catacumbas de São Calixto, levando sobre o coração a hóstia consagrada, para dar comunhão a um cristão. Ia muito concentrado, segurando junto ao peito a caixinha com a hóstia, quando pagãos o atacaram na Via Ápia, para arrancar-lhe a hóstia. Tarcísio não cedeu. Por isso foi espancado até cair morto. Quando os pagãos quiseram tirar a hóstia, ela não estava mais na caixinha. Na hora do espancamento, Tarcísio conseguiu dar a si mesmo a comunhão. Pouco antes de morrer, uma multidão de cristãos veio em socorro de Tarcísio, mas era tarde demais. Os ferimentos eram mortais. Por sua perseverança, Tarcísio morreu por acreditar em Jesus e não deixar que a hóstia fosse profanada. :::::::::: Nosso Brasil Conservatória Essa pequena cidade conserva o clima romântico e o costume das serenatas do século passado. Conhecida como Cidade-Música, possui ruas calçadas com pedras, cujo atrativo arquitetônico maior é o casario colonial, preservado nas ruas do centro. Não deixe de conhecer o Museu da Seresta, o principal ponto de encontro dos seresteiros; o Túnel que Chora, escavado em pedra bruta pelos escravos no século XIX; a Igreja de Santo Antônio, do século XVIII; e a Ponte dos Arcos, na Serra da Beleza, construída no final do século passado. Os meses ideais para se visitar a cidade são os de maio, quando acontece o Dia do Seresteiro -- último sábado do mês --, e de agosto, quando se realiza o Encontro de Seresteiros -- último sábado do mês --. A culinária local sofreu influências da cultura mineira e, por isso, aproveite para saborear algumas das especialidades oferecidas nos restaurantes da cidade. Se ficar em dúvida quanto ao que comer, divida-se entre o frango ao molho pardo e o feijão tropei- ro. :::::::::: Como se Mede o Número do Sapato Tudo começou com um decreto meio maluco do rei Eduardo I, da Inglaterra, em 1305. Ele estipulou que uma polegada equivaleria a três grãos de cevada secos e alinhados. A determinação ganhou a simpatia de alguns sapateiros ingleses, que decidiram confeccionar sapatos em tamanho-padrão, de acordo com a quantidade de grãos alinhados. Trinta e oito grãos equivaleriam ao número 38 e assim por diante. Isso facilitou a vida deles e a dos fregueses que, antes da padronização, precisavam provar várias vezes um sapato até que ele ficasse pronto. "Os sapatos precisavam ser bem mais largos do que são hoje, porque não havia distinção entre pé o esquerdo e o direito", explica o *designer* de calçados Luiz Danilo Diniz. A diferenciação entre os lados só foi acontecer no começo do século XIX, nos Estados Unidos. Mas não adianta enfileirar grãos de cevada para conferir o número dos seus pés. Durante a revolução industrial, os países europeus decidiram padronizar o tamanho do grão e o transformaram em uma unidade métrica chamada ponto. O tamanho desse ponto varia de um lugar para outro e é por isso que a numeração muda de acordo com o local. Os Estados Unidos usam o ponto inglês, enquanto o Brasil e parte da Europa usam o ponto francês, que mede 0,666 centímetro. Ainda assim, há variações entre países que usam a mesma medida. Alguns, como a Itália, utilizam o meio ponto, ampliando a grade de numeração. :::::::::: O Vulcão Acidental "Quem pode vê-la sem louvar a Deus?" -- perguntava Charles Goodyear, referindo-se à borracha, obsessão de sua vida. Aceitemos ou não o fanatismo do inventor do século XIX, o objeto de sua paixão -- matéria-prima de 40 mil produtos, entre revestimentos elétricos, bolas de tênis, camisinhas, apagadores e, sobretudo, pneus -- é indispensável na vida moderna. Feita de látex, uma goma da seringueira, árvore nativa da Amazônia, a substância era conhecida desde que Colombo viu os nativos batendo bolas de borracha na ilha que chamou Hispaniola, o Haiti. No começo do século XIX, quando surgiu uma pequena indústria, principalmente de botas e salva-vidas, viu-se que o material não durava: no inverno empedrava, no calor derretia. Natural de Connecticut, de habilidade financeira discutível, Goodyear estava decidido a tornar a borracha comercialmente viável. Enquanto afundava em dívidas, experimentou misturar borracha crua com tudo, de hamamélis a queijo cremoso. Em 1839, derramou, por acidente, umas gotas de borracha e enxofre no fogão aceso: descobriu, assim, a vulcanização, nome derivado de Vulcano, deus romano do fogo. Estava aberto o caminho para a explosão de negócios que seria gerada pelo advento do automóvel. Goodyear não ficou dono dos direitos de sua descoberta. Ao morrer, deixou dezenas de sugestões para uso da borracha -- o pneu inflável não era uma delas -- e uma dívida de 200 mil dólares. :::::::::: Curiosidades Coisas que não podemos morrer sem saber: Uma girafa pode limpar suas próprias orelhas com a língua. Milhões de árvores no mundo são plantadas acidentalmente por esquilos que enterram nozes e não lembram onde eles as esconderam. As formigas se espreguiçam pela manhã quando acordam. O porco é o único animal que se queima com o sol, além do homem. Ninguém consegue lamber o próprio cotovelo; é impossível tocá-lo com a própria língua. Só um alimento não se deteriora: o mel. Os golfinhos dormem com um olho aberto. As unhas da mão crescem aproximadamente quatro vezes mais rápido que as unhas do pé. O olho do avestruz é maior do que o seu cérebro. É impossível espirrar com os olhos abertos. Uma gota de óleo torna 25 litros de água imprópria para o consumo. Os chimpanzés e os golfinhos são os únicos animais capazes de se reconhecer na frente de um espelho. Rir durante o dia faz com que você durma melhor à noite. :::::::::: Diferença entre Castelos e Palácios Os castelos eram as residências dos nobres, construídas para serem fortalezas, com fosso cheio de água ao redor da construção, pontes levadiças, muralhas e torres. Na Escócia existem inúmeros -- o mais famoso é o de Edimburgo --. Não são castelos ricos. Os mais bonitos e famosos são os do Vale do Loire, na França. Lá estão o Château de Chambord, onde até hoje acontecem caçadas presidenciais de javali, e o Chenonceaux, que data da Renascença. Já os palácios são construções enormes para a residência de reis e nobres. São superluxuosos e não têm torres, fosso, etc. São cercados por imensos jardins e chamados de Maison Royale: casa real. Os mais famosos são o de Buckingham, em Londres, residência de reis desde 1820, e o de Versailles, na França, o mais bonito e luxuoso. Ele começou a ser construído como um pavilhão de caça na época de Luis XIII e passou por várias reformas até se tornar o que é hoje, o que aconteceu ainda na época dos reis. A mansão é uma casa antiga ou moderna, com cerca de cinco mil metros quadrados de construção, com piscina, quadra de tênis, jardins, etc. Mas as pessoas elegantes, por maior que seja a residência, a cha- mam de casa. ::::::::::

Apolo O mais belo dos deuses era Apolo, com os dons da arte de atirar com o arco, da profecia, da inteligência, da poesia e da música. Filho de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de Ártemis, era ainda o deus do Sol, assim como sua irmã era a deusa da Lua. Apolo tinha corpo atlético, expressão calma e séria e é representado com o arco numa mão e a lira na outra. A história dele começa numa pequena ilha no Mar Egeu, onde Leto se refugiou do ciúme de Hera, para dar à luz os gêmeos. O parto foi complicado e os deuses, exceto Hera, foram assisti-la. Depois disso, os gêmeos foram alimentados com néctar e ambrosia, e o resultado foi beleza e astúcia extrema para os irmãos. O deus era especialmente querido por seu pai, Zeus, e apaixonou-se muitas vezes, apesar de não ter muita sorte. Era pai de Asclépio, deus da medicina, que foi fulminado por Zeus, porque curava a todos e, dessa forma, o mundo caiu em desequilíbrio. :::::::::: Ecoando Lesma Descoberta incrível feita por estudiosos garante que aquela meleca esquisita produzida pelas lesmas, tem propriedades medicinais. Além de ser um santo remédio para cicatrizar ferimentos, o muco também pode ser usado para despoluir a água. Ela atua como um filtro em águas poluídas e absorve metais como cobre e chumbo. A "geleca" que lesmas e caracóis soltam, tem a capacidade de reduzir estes metais da água em uma proporção de 1.200 vezes. Além disso, pesquisadores da Universidade de São Paulo começaram a produzir uma pomada cicatrizante feita de -- Irgh! --catarro de escargot. Que nojo! :::::::::: A Burocracia Sixto Martinez fez o serviço militar num quartel de Sevilha. No meio do pátio desse quartel, havia um banquinho. Junto ao banquinho, um soldado montava guarda. Ninguém sabia por que se montava guarda para o banquinho. A guarda era feita porque sim, noite e dia, todas as noites, todos os dias, e de geração em geração os oficiais transmitiam a ordem, e os soldados obedeciam. Ninguém nunca questionou, ninguém nunca perguntou. Assim era feito, e sempre tinha sido feito. E assim continuou sendo feito até que alguém, não sei qual general ou coronel, quis conhecer a ordem original. Foi preciso revirar os arquivos a fundo. E, depois de muito cavoucar, soube-se. Fazia trinta e um anos, dois meses e quatro dias, que um oficial tinha mandado montar guarda junto ao banquinho, que fora recém-pintado, para que ninguém sentasse na tinta fresca. :::::::::: Pedras que Enfeitam Esse hotel é um caso à parte. Ninguém pode imaginar como uma cidade do interior do Rio Grande do Sul -- Lajeado -- possui um hotel dessa categoria, com criatividade, como o Weland Turis. Usando de recursos naturais da cidade, as pedras semipreciosas, o hotel soube decorar seu *hall* com ágatas, ametistas, topázios e cristais, em harmonia com o mobiliário antigo e moderno. Os puxadores da porta de entrada são feitos com grandes pedaços de ágatas; os lustres com tiras de ágatas e cristais; os cinzeiros e os números dos apartamentos são incrustados em pedras semipreciosas. Ainda no *hall*, diversas pedras gigantes, que chegam até 1,60 metro, abertas, mostrando a beleza das turmalinas e os mistérios dos cristais em sua pureza. No pátio-jardim defronte ao hotel, um canteiro de madeira fossilizada da Era Mezozóica, do período Cretácio, com mais de 200 milhões de anos, originário de Santa Maria, é um recanto de muito bom gosto e originalidade. Tel.: (0xx51) 710.1511 ::::::::::

Conhecendo o Mundo Pólo Sul Se existe um local que pode, com toda a propriedade, ser chamado de o fim do mundo, esse lugar é o Pólo Sul, o ponto extremo do sul do planeta, no coração da Antártida. O continente gelado foi a última região desbravada pelo homem, que só atingiu o Pólo Sul nesse século, em dezembro de 1911. A façanha coube ao explorador norueguês Roald Amundsen, que precisou caminhar quase 70 dias para chegar lá. Até hoje, pouca gente repetiu o seu feito e eu me orgulho de ter sido um dos dois únicos brasileiros a pôr os pés lá -- ainda que tenha chegado de avião. Foi há algum tempo, no inicio dos anos 60, mas estou certo de que as coisas não mudaram muito. O Pólo Sul é um vasto deserto branco de gelo a quase 3.000 metros de altitude e sua superfície, de neve endurecida, é cheia de sulcos formados pelo vento. Nesse ponto, a crosta de gelo que recobre toda a calota polar tem 2.700 metros de espessura. O ar é tão seco quanto o do Deserto do Saara, mas o frio é glacial: no inverno, quando a região fica por seis longos meses na escuridão total, a temperatura média é de 60 graus negativos -- embora já tenha atingido absurdos 83 graus. E, no verão, quando, em compensação, o sol nunca se põe, os termômetros sobem para 20 graus -- mas ainda abaixo de zero! O ambiente é tão inóspito que nem animais andam por lá -- até os pingüins preferem as áreas menos geladas, próximas à costa. Mas, desde 1956, o Pólo Sul tem uma base científica americana, cuja população varia de 26 pesquisadores, no inverno, a 200, no verão. Quando estive lá, o dia estava especialmente bonito. O sol brilhava, era verão, e o frio, apesar de cortante, -- minhas narinas congelaram logo que saí do avião --, era suportável. Fiz uma caminhada curta, de 500 metros, até o local exato do pólo, que é demarcado por uma placa. No caminho, só ouvia o ruído de minha bota quebrando o gelo no solo. Para evitar a cegueira causada pela forte intensidade da luz refletida pela neve, usava grossos óculos escuros. E, em pouco tempo, meus lábios ficaram arroxeados. Foi uma visita curta, de não mais que quatro horas, mas que nunca mais saiu da minha memória. Afinal, não é todo dia que se vai até o fim do mundo. ::::::::::

Os Três Amigos Certo homem tinha três amigos. Um dia foi chamado para comparecer ao juiz e pediu aos três amigos que o acompanhassem. O primeiro disse: -- Não posso ir, mas pago a despesa da viagem. O segundo falou: -- Não posso ir até o juiz, mas vou acompanhá-lo até a porta do tribunal. O terceiro, porém, disse: -- Conte comigo! Vou com você até o juiz. Sabe quem são esses amigos? O primeiro é o dinheiro: quando morremos, paga a funerária; o segundo é a família: acompanha-nos até a porta da sepultura; o terceiro são as boas obras: vão conosco até a presença de Deus. ::::::::::

Ameno e Instrutivo Criação Fenícia Qual a origem do alfabeto? -- O alfabeto ocidental teria surgido, há 4 mil anos, no Egito, entre os fenícios e depois se espalhado para regiões próximas, chegando também até a Ásia. Fragmentos encontrados em território egípcio, que seriam as raízes das atuais letras *a, *b, *r, *n, *m, *p, *w e *t reforçam essa hipótese. Antes do alfabeto, a comunicação escrita era limitada aos sinais ideográficos, ou seja, era preciso criar tantas figuras quantas fossem necessárias para exprimir diferentes idéias. A rápida dispersão do alfabeto fenício se deve ao comércio que era feito na época, principalmente entre os fenícios e os gregos. Foram os gregos, por exemplo, que acrescentaram as vogais à escrita. A partir das adaptações gregas, foram surgindo os demais alfabetos, como o etrusco e o lícico. O nosso alfabeto latino vem do etrusco. A conquista da Grécia por Roma explica o surgimento do alfabeto romano, com 23 letras -- o mais usado hoje em dia. :::::::::: A Cruz Certa vez, um homem cheio de fé cristã fez um pedido e prometeu que carregaria uma cruz sobre os ombros, até a cidade mais próxima, para que o pedido fosse atendido. Pois bem, nosso personagem fez sua cruz e iniciou sua jornada. Aproximadamente na metade de seu trajeto, em um pequeno vilarejo, ele, já sem forças e com os ombros quase sangrando, avistou uma pequena fábrica de cruzes e perguntou ao proprietário: -- O senhor trabalha com troca? O fabricante, sem pensar: -- Sim, trabalho. O cristão: -- Então vou experimentar algumas, pois já não estou agüentando o peso da minha... Passado um bom tempo "experimentando" cruzes e mais cruzes, pois uma era muito grande, outra muito pesada, outra muito pequena..., o cristão grita: -- Achei! Finalmente encontrei uma cruz na medida certa!!! Quanto lhe devo, meu nobre amigo??? O fabricante, com um pequeno sorriso, suavemente responde: -- Você não me deve nada, meu amigo... já sendo interrompido pelo cristão, ainda eufórico: -- Como não devo? o senhor teve trabalho e tenho que remunerá-lo por isso!!! O fabricante ainda com o sorriso em seu rosto: -- Amigo, cada um tem a sua cruz a ser carregada, e Deus sabe bem o peso que cada uma deve ter. O cristão: -- Não estou entendendo... O fabricante: -- É simples: quando você começou a experimentar as cruzes, você deixou de lado a sua e, no meio da bagunça feita em meu estabelecimento, você optou por esta cruz, que é, simplesmente, a mesma que você trazia em seus ombros... :::::::::: Os esquimós Os esquimós são um povo interessante. Eles moram nas regiões geladas do Alasca, perto do Pólo Norte. Se você fosse esquimó, sua vida seria assim: Você moraria numa casa feita de gelo, chamada iglu. No iglu moram várias famílias, cada uma num compartimento. À noite, o iglu é iluminado por lamparinas com óleo de baleia. Usaria sempre roupas muito quentes, feitas de pele de foca. No almoço comeria um delicioso pedaço de carne de foca, cozido ou cru. Não iria à escola de ônibus ou de automóvel. Tomaria um trenó puxado por vários cães. Trabalharia com seu pai, pescando baleias e peixes no mar ou caçando focas nas praias geladas. Algumas vezes por ano, principalmente no inverno, você participaria, com seus amigos e parentes, de muitas festas e cerimônias religiosas. Alegremente, você cantaria e dançaria com toda a sua aldeia. Para nós, esta vida parece estranha, não é? É difícil imaginar como é possível morar num lugar tão gelado! No entanto, os esquimós estão habituados à região em que moram e a seu modo de vida. São pessoas fortes, saudáveis, alegres e simpáticas. Se um menino esquimó viesse morar no Brasil, com certeza também acharia tudo muito estranho. Ficaria surpreso com nossas roupas e com nossos costumes e talvez não gostasse nada de arroz e feijão. Sem dúvida, teria logo muita saudade de seu iglu. Não são apenas os esquimós que têm costumes diferentes dos nossos. Muitos outros povos têm comida, roupa, trabalho, religião, língua e costumes que podem parecer estranhos para nós. Isso não quer dizer que esses hábitos sejam piores ou melhores do que os nossos, são apenas diferentes. Quer dizer, esses povos têm cultura diferente. :::::::::: É Útil Saber Amizade Amigo é... aquela pessoa que o tempo não apaga, que a distância não esquece, que a maldade não destrói. É um sentimento que vem de longe, que ganha lugar no seu coração e você não substitui por nada. É alguém que você sente pre- sente, mesmo quando está longe... que vem para o seu lado quando você está sozinho e nunca nega um sentimento sincero. ser amigo não é coisa de um dia, são atos, palavras e atitudes que se solidificam no tempo e não se apagam mais. Que ficam para sempre como tudo que é feito com o coração aberto. "Dia do Amigo" -- 20 de julho *** Pedido de um Filho Pai, não me dê tudo que lhe peço. Às vezes, peço somente para obter, para compensar, para chamar atenção. Não me dê ordens. Se, ao invés de ordens, me pedir as coisas com firmeza e carinho, eu as farei, rapidamente e com muito mais alegria. Não me faça promessas. Se me prometer um prêmio, dê-me, mas também dê-me o castigo, se prometido. Não me corrija as faltas diante dos outros; ensine-me a ser melhor, quando estivermos sozinhos e com o seu exemplo. Não me compare com ninguém, principalmente com meu irmão ou minha irmã. Não grite comigo e não me faça gritar, também. Deixe-me andar com meus próprios pés. Ter minhas próprias emoções. Se você fizer tudo por mim, eu jamais terei a alegria de poder aprender. Quando estiver enganado em alguma coisa, admita-o, pois crescerá muito mais a minha estima por você e isso me ensinará a reconhecer os meus próprios erros. Trate-me com a mesma habilidade e cordialidade com que trata seus amigos; assim, aprenderei, com você, o respeito e a amizade. Quando eu estiver atravessando momentos difíceis, ajude-me. Tente compreender. Demonstre o seu amor por mim. Gosto de sentir que sou amado. Preciso de segurança para crescer. Atenda meus pedidos, pois só assim serei capaz de ser feliz. Um grande beijo, paizão. "Dia dos Pais" -- 2º domin- go de agosto *** A Fauna Hoje é Dia Nacional da Fauna. O conjunto dos animais próprios de uma região ou de um período geológico é o que constitui a fauna. O Brasil abriga 20 por cento das espécies que compõem fauna e flora do planeta e é considerado o país de maior diversidade biológica. Mas, de acordo com o IBAMA, 219 espécies animais correm risco de extinção. Para evitar que muitos animais desapareçam, é preciso consciência de que a caça predatória é ilegal, assim como a derrubada de florestas, queimadas e poluição dos rios. De acordo com o relatório "Tráfico de Animais Silvestres no Brasil", o Brasil é um dos que mais praticam comércio ilegal de espécies silvestres. Esse comércio é o terceiro maior negócio ilícito praticado no planeta, e os principais compradores de espécies comercializadas ilegalmente são colecionadores, zoológicos, indústrias de bolsas e calçados de couro e laboratórios farmacêuticos. Apesar do avanço na legislação, a fiscalização no Brasil ainda é precária. Fique de olhos abertos e ajude a manter vivos os nossos animais. "Dia Nacional da Fauna" -- 22 de setembro ***

Acreditamos... Que cada criança é um indivíduo singular, que devemos dar-nos conta de suas diferenças, apreciá-las e respeitá-las. Que é preciso entender as crianças e permitir que elas vivam suas próprias experiências e suas próprias verdades. Que as quatro formas mais importantes de proceder dos pais, são: amor, honestidade, justiça e estabilidade. Que se os pais cuidarem e propiciarem o bom comportamento e as atitudes positivas e ignorarem o comportamento negativo, poderão aumentar o primeiro e diminuir o segundo. Que é necessário escutar as crianças e mudar nossos planos, sef é o indicado pra satisfazer suas necessidades. Acreditamos nas crianças. "Dia da Criança" -- 12 de outubro *** Negros, Índios e Brancos A escravidão no Brasil foi oficialmente abolida no dia 13 de maio de 1888, por uma lei que levava a assinatura da Princesa Isabel. Mas, três séculos antes disso, os escravos rebelados construíram um país independente, onde se tornaram homens livres. O País Palmares começou a surgir em 1597 e durou até 1694. Seu território se estendia por 150 quilômetros de comprimento e 50 de largura, nos estados de Alagoas e Pernambuco, entre os rios Ipojuca e Paraíba. Era uma região de serras, de até 500 metros de altitude, cobertas por florestas e de acesso muito difícil -- principal razão da sua sobrevivência. Sua população variou muito em 100 anos. Os holandeses, que dominaram Pernambuco de 1630 a 1654, reconheciam em Palmares duas povoações, com 6 mil habitantes, no total. Mas, depois de 1670, os relatos dos portugueses falam em mais de 20 mil habitantes. No auge, Palmares teve nove cidades, ou mocambos. Os historiadores divergem sobre esse número e sobre a localização das aldeias. A única conhecida, com certeza, é a capital, Macaco, na Serra da Barriga. Em moldes africanos, a confederação constituía um Estado. Cada mocambo tinha seu chefe. Juntos, eles elegiam o rei do Quilombo. Em caso de ataques dos portugueses ou de expedições guerreiras para libertar escravos de engenhos e fazendas, as forças dos mocambos se uniam. Palmares não abrigava apenas escravos fugidos. Era uma sociedade multirracial e miscigenada de negros, índios e até brancos pobres. Os ritos africanos conviviam com o catolicismo. Além de fabricar armas e ferramentas com a metalurgia trazida da África, os palmarinos plantavam milho, fumo, batata e mandioca. E faziam comércio com os vizinhos. A produção era trocada por munições, armas, sal, tecidos e ferramentas. Foram cem anos de convivência -- em paz e em guerra. "Dia da Consciência Negra" -- 20 de novembro *** Natal Se tens amigos, busca-os! O Natal é Encontro. Se tens inimigos, reconci- lia-te! O Natal é Paz. Se tens pobres ao teu lado, ajuda-os! O Natal é Dom. Se tens orgulho, sepulta-o! O Natal é Humildade. Se estás magoado, abre teu coração! O Natal é Perdão. Se tens pecado, converte-te! O Natal é Graça. Se tens trevas, acende o teu farol! O Natal é Luz. Se tens tristezas, reaviva a tua alegria! O Natal é Gozo. Se estás em erro, reflete! O Natal é Verdade. Se tens ódio, esquece-o! O Natal é Amor. Que o Natal seja uma reflexão sincera e verdadeira de todos os aspectos apontados nesta mensagem, porque Natal é, acima de tudo, vivenciar intensamente o Cristo, à medida que permitimosf irradiar, aos que estão à nossa volta, toda a Beleza e Luminosidade de nosso ser em todos os dias de nossa existência. "Dia de Natal" - 25 de de zembro. :::::::::: O Dicionário Esclarece Arretado ou arreitado -- excitado sensualmente, fogo- so. Belicoso -- guerreiro; que incita à guerra; que tem ânimo aguerrido. Dispersão -- debandada. Embargos -- impedimentos; embaraços; obstáculos; es- torvo. Enredados -- embaraçados; emaranhados; enrascados. Escribas -- escrivães públi- cos; notários. Hamamélis -- planta medici- nal. Inebriar -- deliciar; en- tusiasmar; extasiar. Inóspito -- inabitável; hos- til. Padrão -- objeto que serve de modelo à feitura de outro. Padronização -- segundo um padrão. Peritagens -- relativos a exames, perícias ou visto- rias em algo. Predatória -- destruidora; voraz; prejudicial; daninha. Quimera -- fantasia; sonho. Vulcanização -- combinação da borracha com o enxofre a fim de torná-la mais elástica, resistente e insensível ao calor e ao frio. ::::::::::

Fontes de Pesquisa Jornal O Dia Jornal O Globo Jornal do Brasil Revista Mitologia Grega Revista Viagem Revista Viaje Bem Revista Galileu Revista Geigy Revista Veja Revista Seleções Revista Superinteressante Revista Terra Livro Edições Melhoramentos Livro Aventura de Ler :::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores de Pontinhos que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Adelaide Negrão ADVE – Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás Ana Maria Koury Anadir Junqueira Silva Associação de Pais, Amigos, DV ou Deficientes Audi- tivos CAP Florianópolis Celso Carvalho Centro de Referência e Apoio à Educação Inclusi- va Débora Paiva da Costa Elizeu de Oliveira Souza Etelvina dos Santos Fátima Ferreira Hauck Flávio Roberto Hermany Gisela de Castro Instituto dos Cegos do Mato Grosso do Sul José Eurípedes da Silva Magna L. dos Santos Marcos Henrique C. Lima Maria José Nunes de Castro Maria Viveiros Marilda Santos Rodrigues Marta Alves de Assis Paulo Heronildes da Silva Sala de Recursos para Deficientes Visuais Secretária da Educação de Deficiente de Santa Catarina Vitória do Espírito Santo Araújo ::::::::::