õieieieieieieieieieieieieieieo õ o õ PONTINHOS o õ Ano XLII -- n.o 317 o õ Janeiro-Junho de 2004 o õ Sesquicentenário do o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ CEP 22290-240 o õ tel: (0xx21) 2543-1119 o õ Ramal 145 o õ Brasil um país de todos o õ o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o

Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O Velho Burrinho :::: 1 O Sonho da Tarta- ruga ::::::::::::::::::: 2 O Galo e a Pérola ::: 3 Divertimentos: O que É, o que É? ::: 4 Só Rindo ::::::::::::: 7 Vamos Aprender: Cochicho :::::::::::::: 8 Para você Recitar: Resolução ::::::::::::: 9 Zoologando: Navio do Deserto ::::: 10 Historiando: O Rei e o Cam- ponês :::::::::::::::::: 11 Seção Juvenil O Vovô Narra a História: Hipócrates :::::::::::: 15 A Cruzada das Crianças :::::::::::::: 18 Conhecendo Nossos Escritores :::::::::::: 22 Vão Refazer Rodes ::::: 28 A Biblioteca ::::::::::: 28 Não Custa Saber: Interjeição ::::::::::: 33 Pontes :::::::::::::::::: 34 Mahabharata ::::::::::::: 36 Nosso Brasil: O Porto do Ouro e dos Baleeiros ::::::::: 39 Quero Ser um Anjo ::::: 41 A Apanhadora de Cacos na Praia :::::::::::::: 43 Curiosidades :::::::::::: 44 Uma Mesquita ::::::::::: 45 A Loja de Deus :::::::: 46 Ecoando: Pauzinhos Antiecoló- gicos :::::::::::::::::: 48 O Museu de Ontem e de Hoje ::::::::::::::: 48 A Descoberta do Fogo :::::::::::::::::: 49 Conhecendo o Mundo: Sob o Sol da Meia- -Noite ::::::::::::::: 51 A História do Papel ::: 53 Encontro com o Céu ::::: 55 Ameno e Instrutivo: Eletricidade :::::::::: 57 Caça aos Tesouros de Colombo ::::::::::::::: 58 Como Surgiu a Expressão "Lua de Mel"? :::::::: 60 É Útil Saber: Aprendendo a Viver ::: 61 Eu Queria Ser ::::::: 63 Cantoria :::::::::::::: 65 A História da Im- prensa ::::::::::::::::: 67 Mães :::::::::::::::::: 69 Esquecer Você :::::::: 70 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 71 Fontes de Pesquisa ::::: 75 Ao Leitor :::::::::::::: 76 :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O Velho Burrinho Pedro Bandeira Certa vez, uns homens tinham de fazer uma longa viagem e havia muita carga para ser levada pelos burros. Resolveram, então, deixar que cada burro escolhesse o que quisesse carregar. O mais velho dos burros, que foi o primeiro a escolher, decidiu carregar o balaio maior, o mais pesado de todos, aquele que levava a comida dos homens. Os outros burros caíram na risada! -- Mas que burro! Quanto mais velho, mais burro... E lá se foi o burrinho velho com todo aquele peso às costas e, ainda por cima, ouvindo a gozação dos companheiros. Mas, à medida que a viagem seguia, a cada parada os homens serviam-se da comida do balaio do velho burro. Assim, em poucos dias, andava ele muito feliz e folgado, com seu balaio quase vazio. Enquanto isso, os outros burros ainda suavam com o peso de suas cargas, que não tinham diminuído nem um pouquinho! *** O Sonho da Tartaruga No começo dos tempos, a tartaruga era um bicho tão simpático e sossegado, como é até hoje. Mas tinha uma grande diferença: a carapaça era inteiriça, isto é, aquela “casca” que a tartaruga tem nas costas, era lisinha, sem nenhum “desenho”. A sua vida era muito boa mas ela queria voar. Este era seu grande sonho. Um belo dia, ela achou que poderia voar. Reuniu toda a sua coragem, subiu numa montanha bem alta e se atirou em direção ao céu. Quando ela abriu os olhos, São Pedro estava a seu lado e lhe deu a maior bronca, dizendo que tartaruga não foi feita para voar. Com pena dela, São Pedro resolveu dar-lhe mais uma chance: iria viver de novo, mas com a carapaça toda emendada para nunca mais es- quecer a lição. *** O Galo e a Pérola Um galo estava ciscando, procurando o que comer no terreiro, quando encontrou uma pérola. Ele então pensou: -- Se fosse um joalheiro que te encontrasse ia ficar feliz. Mas para mim uma pérola não serve para nada. Seria muito melhor se eu encontrasse uma migalha para comer... Deixou a pérola onde estava e se foi, para procurar alguma coisa que lhe servisse de ali- mento. :::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. Qual é a ave brasileira cujo nome pode, sem altera- ção, ser lido da esquerda para a direita e da direita para a esquerda? R: Arara. 2. Qual o único meio de transporte que não faz cur- vas? R: Elevador. 3. De que lado a galinha tem mais pena? R: Do lado de fora. 4. Por que o cachorro sai da igreja? R: Porque entrou. 5. O que está cheia de sa- bedoria e não sabe nada? R: Estante de livros. 6. O que fica mais alto sem cabeça que com ela? R: Travesseiro. 7. Qual é o começo do fim? R: A letra F. 8. Como um jogador de fute- bol termina um namoro? R: Jogando a namorada para escanteio. 9. Eu saio todo o dia e não saio nunca de casa. Quem sou eu? R: Caramujo 10. O que se pode fazer sem dinheiro? R: Dívidas. 11. Qual a letra que está mais distante? R: A letra O, porque está no fim do mundo. 12. O que é que quanto mais ruga tem na face, mais novo é? R: Pneu. 13. Qual é a cidade da América do sul que vive reafirmando sua condição de boa pagadora? R: Quito. 14. Qual a frase que só pos- sui duas letras, mas tem três palavras e, lida de trás pra frente, tem o mesmo sentido? R: A babá baba. 15. Qual o acidente que to- dos gostam de apreciar? R: O geográfico. 16. Qual é o jogo de cartas que sempre pagamos para ver? R: O da cartomante. 17. Eu mostro uma cara di- ferente para cada pessoa e, apesar disso, eu não tenho rosto. Quem sou eu? R: Espelho. 18. O que é o que é? Tem duas pernas, anda por qual- quer lugar, mas é incapaz de tomar qualquer iniciativa sozinha? R: Uma calça comprida. 19. O que é um macaco com uma pasta de executivo em cima de uma árvore? R: Um mico empresário. 20. O que é que em seu tempo de vida jamais será primeiro na função que desempenha? R: O segundo. *** Só Rindo -- Titia, os seus óculos são de aumento? -- Sim, sim, por quê? -- Então não ponha os óculos quando cortar o queijo para mim, tá? Época de Natal. A família toda reunida na varanda da casa comendo panetone e frutas natalinas. De repente, alguém pergunta para Doca: -- Você gosta de noz? -- Ora, que pergunta! É claro que eu gosto de vocês! Um pai estava repreendendo o filho: -- O vizinho está muito aborrecido porque você deu um soco no olho do filho dele. Tem certeza de que foi acidental? -- Pode acreditar, pai. Eu só queria acertar o nariz dele. :::::::::: Vamos Aprender Cochicho Usando o Ch. Bicho levado é o Cochicho! Sumiu com o meu chinelinho, jogou a chave no chão, entornou meu chocolate e manchou o meu colchão. Depois, roubou as salsichas, bolachas e pão-de-ló. Escondeu minha lancheira e o chaveiro da vovó. Só pode ser comichão que ataca o cachorrinho... Mas apesar de levado, amo tanto este bichinho! :::::::::: Para você Recitar Resolução Pedro Bandeira Resolvi fugir de casa, nessa casa não dá mais. Vou juntar tudo que eu tenho e não volto aqui jamais, Dois piões e uma fieira, meu álbum de figurinhas, o meu jogo de botão e a coleção de tampinhas. Dez bolinhas e um barbante, um balão e dois apitos, mais dois sapos ressecados e a coleção de palitos. Nunca mais vou estudar, digo adeus para a escola. Já está tudo reunido, vou encher esta sacola. Mas agora eu me lembrei, logo que a mamãe chegar, vai ter bala de hortelã. Vou guardar minha sacola, deixo a fuga pra amanhã! :::::::::: Zoologando Navio do Deserto Os árabes chamam o camelo de "Navio do Deserto". Sendo por eles considerado um presente de Alá, costumam dizer que Deus, ao criar o deserto, criou o camelo. Esse animal tem no pescoço uma bolsa glandulosa com líquido para umedecer a garganta. Retém e conserva provisão de água para oito dias, chegando a andar cerca de 200 quilômetros por dia. O camelo vive até 50 anos e seu crescimento se completa aos seis anos de idade. É um animal dócil e manso. Não suporta maus-tratos físicos e aprecia ser educado com música. Por isso é comum que os viajantes, para agradar ao camelo, levem consigo um instru-

mento musical. :::::::::: Historiando O Rei e o Camponês Em tempos bem antigos, um rei, preocupado com a capacidade de tomar decisões e a iniciativa de resolver problemas de seu povo, resolveu testar seus súditos. Sabe-se que, naqueles tempos, havia muitas guerras, e a sobrevivência do reino dependia, também, da habilidade de seus súditos e a rapidez para resolver problemas. Mas ele se perguntava: como iria fazê-lo? Se soubessem o que pretendia, todos se esforçariam, ao máximo, para agradá-lo, e não era isso que ele queria. Então, teve uma idéia: Colocou uma enorme pedra no meio de uma estrada que dava ao reino, e que era muito utilizada pelos moradores do reinado. Dessa forma, testaria o comportamento de seus súditos diante de algum problema e veria como as pessoas resolveriam o mesmo. Assim, ele se escondeu atrás de umas árvores e ficou observando para ver se alguém tiraria a imensa pedra do caminho, deixando livre a estrada para o reinado e a passagem para os outros viajantes. Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e simplesmente deram a volta pela pedra. Alguns até esbravejaram contra o rei, dizendo que ele não mantinha as estradas lim- pas, mas nenhum deles tentou sequer mover a pedra do lugar. Assim foi o dia inteiro. Já no cair da tarde, ao fim de um longo dia, passa um camponês com uma boa carga de vegetais. Ao se aproximar da imensa pedra, ele pôs de lado a sua carga e tentou remover a mesma dali. Após muita força e suor, ele finalmente conseguiu deslocar a pedra para o lado da estrada. Ele então voltou a pegar a sua carga de vegetais, mas notou que havia uma bolsa no local onde estava a pedra. Achou estranho, pegou a bolsa e, quando a abriu, surpresa: a bolsa continha muitas moedas de ouro e prata. O rei saiu de seu esconderijo e veio parabenizar o passante. Mais surpreso ainda por estar diante de Sua Majestade, inclinou-se rapidamente diante do rei. O soberano pediu que se levantasse e disse-lhe: "Muitos foram os que passaram por aqui hoje, mas só você tomou uma atitude diante do problema. Por isso, todas essas moedas são suas, por merecimento. Todo obstáculo contém uma oportunidade para melhorarmos nossa condição. E você, mais que ninguém, aprendeu essa valiosa lição." Não devemos deixar para os outros os problemas que surgem em nosso caminho, se podemos resolvê-los. Muitas vezes nos desviamos do nosso trajeto para não encarar a realidade; com isso, não só passamos os problemas para os outros, por não termos assumido a nossa parte da responsabilidade, como também podemos estar nos privando de muitas coisas boas; no mínimo, a satisfação de ter realizado um grande feito ou o prazer do dever cumprido. ::::::::::

Seção Juvenil O Vovô Narra a História Hipócrates O grego Hipócrates viveu no século V a.C. e ele determinou normas de comportamento para os médicos, que são válidas para todas as épocas, sejam quais forem os progressos científicos. Sua vida é uma incógnita e os fatos reais ganham uma aura lendária e, assim, as volumosas biografias de Hipócrates, encontradas em antigas bibliotecas, narram ásperas discussões com os médicos de seu tempo, que se utilizavam mais da magia do que da ciência, e atribuíam todas as doenças a forças divinas e misteriosas. A superstição reinava naquela época e dava margens a estranhas receitas. Por exemplo, exigia-se que o doente de epilepsia, chamada de mal sagrado, ou mal dos deuses, vestisse roupas negras e que nunca colocasse um pé sobre o outro e não usasse pele de cabra, pois, fazendo isso, o paciente afastava o demônio causador da moléstia. O Filho dos Deuses – Dizia-se que Hipócrates era descendente do deus grego da medicina, Asclépio, o Esculápio dos latinos, por parte de pai, e do semideus Hércules, por parte de mãe. Hipócrates foi membro de uma sociedade secreta conhecida por Asclepíades -- dos filhos do deus Asclépio, que congregava os sábios e estudiosos da época que realizavam reuniões secretas. Ele realizava a arte de trepanações do crânio, que era uma operação audaciosa para a sua época. Essa operação consistia em eliminar o excesso do líquido encefálico causador da perda da visão. Essa mesma intervenção cirúrgica, pela mesma razão, foi incrivelmente realizada nos fins do século XIX com critério científico. De acordo com a lenda, Hipócrates viajou por cidades e vários países do mundo grego, estudando a constituição física das populações locais e suas doenças mais freqüentes. Entre os seus clientes, figuravam muitos chefes de Estado. Um deles, que teve o seu convite recusado, foi o grande Artaxerxes I, que pedira ao doutor Hipócrates que atendesse o seu exército persa, vitimado por uma grande epidemia. Mas Hipócrates alegou que sua honra e seu juramento à sua sociedade secreta, Asclepíades, não lhe permitiam socorrer inimigos de sua Pátria. A data de sua morte é incerta, mas alguns biógrafos dizem que ele morreu com idade avançada e foi sepultado na Tessália e que, durante séculos, o povo local venerou seu túmulo, sendo considerado sagrado e objeto de veneração. Um enxame de abelhas tinha construído seus favos sobre seu túmulo e a população dizia que o mel dali recolhido tinha grandes qualidades curativas. *** A Cruzada das Crianças Há muitos séculos, durante a Idade Média, surgiu um movimento religioso, conhecido como as Grandes Cruzadas ou Guerras Santas. O movimento foi organizado pelos cristãos, com o objetivo de libertar a Europa, das invasões dos árabes, que pertenciam à religião muçulmana. Os cristãos queriam abrir caminho para os peregrinos até a cidade sagrada de Jerusalém, dominada pelos muçulmanos, onde poderiam adorar em paz o Santo Sepulcro, o túmulo de Jesus Cristo. A primeira Cruzada teve início no final do século XI e durou de 1095 a 1099. A oitava e última, encerrou o século XIII. Hoje pode parecer assustador, mas as crianças também foram vítimas dessa febre religiosa que mobilizou grandes exércitos. A prova da participação de meninos e meninas são os registros históricos de duas Cruzadas das Crianças realizadas no século XIII, que teriam reunido cerca de 30 mil jovens. A primeira delas começou em 1212, na Ile de France, na França, quando os árabes, também chamados de mouros, invadiram a Península Ibérica, formada por Portugal e Es- panha, na fronteira do território francês. Com a invasão, os cristãos acreditavam que o poder da Igreja Católica estava sendo ameaçado pelos muçulmanos e isso provocou uma onda de procissões populares, muitas delas compostas por crianças camponesas. Uma dessas crianças -- que uns dizem ter-se chamado Etienne de Cloys, outros afirmam ter sido um menino pastor de quem se conhece apenas o primeiro nome, Stéphane -- saiu pelos campos franceses reunindo centenas de jovens para viver uma aventura: a Cruzada até Jerusalém. Há duas versões para o fim dessas crianças, que esperavam ganhar a Guerra Santa totalmente desarmadas, mas que não teriam nem conseguido sair da França. Alguns historiadores dizem que o grupo seguiu até à cidade de Saint-Denis, onde o rei Filipe Augusto convenceu Etienne e seus amigos a voltarem para casa. A outra versão, mais triste, conta que chegaram até a cidade de Marselha, onde foram raptados por traficantes de escravos e vendidos no Egito. A segunda Cruzada das Crianças começou pouco depois, na Alemanha, conduzida por um menino chamado Nucholas de Colônia, que sonhava em ganhar a guerra assim como o menino da França. Nucholas marchou acreditando que o mar se abriria para facilitar sua passagem e que as crianças conseguiram atravessar o Mar Mediterrâneo com os pés secos. O final dessa aventura também tem duas versões: uma diz que a maioria dos garotos alemães ficou na Itália; ou- tra afirma que eles desapareceram misteriosamente. Esta história teria sido lembrada mais tarde na lenda do Flautista de Hamelin, em que, seduzidos pela música, os ratinhos seguem para a morte no fundo de um lago. Sendo apenas uma pequena nota na história das Grandes Cruzadas, a aventura das crianças foi resgatada e incluída mais tarde na literatura. No século XIX, um escritor francês chamado Marcel Schowh deu nova vida a essa história. Em um livro, com pouco mais de cem páginas, ele narra a aventura das crianças, do ponto de vista de personagens reais, como o Papa Inocêncio III, e imaginários, como a pequena Allyz, um leproso europeu e um mendigo árabe. Difícil é não chorar a sorte desses meninos e meninas ao final de suas páginas. *** Conhecendo Nossos Escritores Monteiro Lobato Em 18 de abril de 1882, em Taubaté, Estado de São Paulo, nasceu o filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusto Lobato. Recebeu o nome de José Renato Monteiro Lobato, que, por decisão própria, modifica mais tarde para José Bento Monteiro Lobato, desejando usar a bengala do pai gravada com as iniciais J.B.M.L. Juca -- assim era chamado -- brincava com suas irmãs menores Ester e Judite. Naquele tempo não existiam tantos brinquedos: eram toscos, feitos de sabugo de milho, chuchus, mamão verde etc. Adorava os livros de seu avô materno, o visconde de Tremembé. Sua mãe o alfabetizou, tendo depois um professor particular e aos 7 anos entrou num colégio. Leu tudo o que havia para crianças em língua portuguesa. Em dezembro de 1896 presta exames em São Paulo das matérias estudadas em Taubaté. Aos 15 anos perde seu pai, vítima de congestão pulmonar, e aos 16 anos, sua mãe. No colégio funda vários jornais, escrevendo sob pseudônimo. Aos 18 anos entra para a Faculdade de Direito por imposição do avô, pois preferia a Escola de Belas-Artes. É anticonvencional por excelência, diz sempre o que pensa, agrade ou não. Defende a sua verdade com unhas e dentes, contra tudo e todos, quaisquer que sejam as conseqüências. Em 1904, diploma-se Bacharel em Direito; em maio de 1907 é nomeado promotor em Areias, casando-se no ano seguinte com Maria Pureza da Natividade, Purezinha, com quem teve os filhos Edgar, Guilherme, Marta e Rute. Viveu no interior, nas cidades pequenas, sempre escrevendo para jornais e revistas: Tribuna de Santos, Gazeta de Notícias do Rio, e Fon- fon, para onde também manda caricaturas e desenhos. Em 1911 morre seu avô, o Visconde de Tremembé e dele herda a fazenda de Buquira, passando de promotor a fazendeiro. A geada, as dificuldades levam-no a vender a fazenda em 1917 e a transferir-se para São Paulo. Mas na fazenda escreveu o Jeca Tatu, símbolo nacional. Compra a Revista do Brasil e começa a editar seus livros para adultos. Urupês inicia a fila em 1918. Surge a primeira editora nacional, Monteiro Lobato e Cia., que se liquidou transformando-se depois em Companhia Editora Nacional, sem sua participação. Antes de Lobato os livros do Brasil eram impressos em Portugal; com ele inicia-se o movimento editorial brasileiro. Em 1931 volta dos Estados Unidos da América do Norte, pregando a redenção do Brasil pela exploração do ferro e do petróleo. Começa a luta que o deixará pobre, doente e desgostoso. Havia interesse oficial em se dizer que no Brasil não havia petróleo. Foi perseguido, preso e criticado porque teimava em dizer que no Brasil havia petróleo e que era preciso explorá-lo para dar ao seu povo um padrão de vida à altura de suas necessidades. Já em 1921 dedicou-se à literatura infantil. Retorna a ela, desgostoso dos adultos que o perseguem injustamente. Em 1943 funda a Editora Brasiliense para publicar suas obras completas, reformulando inclusive diversos li- vros infantis. Com Narizinho Arrebitado lança o Sítio- -do-Pica-pau-Amarelo e seus célebres personagens. Através de Emília diz tudo o que pensa; na figura do Visconde de Sabugosa critica o sábio que só acredita nos livros já escritos. Dona Benta é o personagem adulto que aceita a imaginação criadora das crianças, admitindo as novidades que vão modificando o mundo. Tia Nastácia é o adulto sem cultura, que vê, no que é desconhecido, o mal, o pecado. Narizinho e Pedrinho são as crianças de ontem, hoje e amanhã, abertas a tudo, querendo ser felizes, confrontando suas experiências com o que os mais velhos dizem, mas sempre acreditando no futuro. E assim o Pó de Pirlim- pimpim continuará a transportar crianças do mundo inteiro ao Sítio-do-Pica-pau-Amarelo, onde não há horizontes limitados por muros de concreto e por idéias tacanhas. Em 4 de julho de 1948 perde-se esse grande homem, vítima de colapso, na capital de São Paulo. Mas o que ele tinha de essencial, seu espírito jovem, sua coragem, está vivo no coração de cada criança. Viverá sempre, enquanto estiver presente a palavra inconfundível de "Emília". :::::::::: Vão Refazer Rodes Das chamadas sete maravilhas da antigüidade, só restaram as pirâmides do Egito. Mas uma das que sumiram do mapa, o Colosso de Rodes, uma gigantesca estátua de bronze na entrada do porto de Rodes, na Grécia, poderá ressurgir no mesmo local. Isso, pelo menos, é o que estão prometendo os gregos, que esperam Inaugurar o monumento até 2004, quando acontecerão os Jogos Olímpicos de Atenas. A idéia é misturar o simbolismo da obra original, que foi erguida no ano 300 a.C., com um projeto moderno, que represente a paz no terceiro milênio. Até porque, do monumento original só restaram desenhos nada confiáveis em moedas, de forma que ninguém sabe como, afinal, Rodes era. E, sem saber, não dá para copiar. ::::::::: A Biblioteca Lugar onde se guardam e organizam os livros. Biblioteca Nacional de Paris. Este estabelecimento, que tem sua origem nas coleções reais de Francisco I, Carlos IX e Luís XIV, está dividido em vários "departamentos". O de impressos reúne, principalmente, todos os livros publicados na França; o de jornalismo compreende 500 mil títulos de diários e revistas; os mapas são em número de 400 mil, e os manuscritos alcançam a cifra de 140 mil exemplares. Conta também com 5 milhões de ilustrações e 400 mil moedas ou medalhas. As primeiras bibliotecas: Grécia: Biblioteca Pública criada por Pisistrato, em Atenas, por volta do ano 540 a.C. Egito: o primeiro dos Ptolomeus fundou em 297 a.C. a grande Biblioteca de Alexandria, que contava com 700 mil volumes. Foi incendiada em 48 a.C., quando as tropas romanas, comandadas por César, entraram na cidade. A biblioteca é o lar dos livros. Podemos descobrir numa biblioteca livros que não conhecíamos antes, e tomar de empréstimo gratuitamente ou consultar aqueles que desejamos ler. Antigamente as bibliotecas eram lugares reservados às cortes dos príncipes, aos mosteiros e às universidades. Aliás, nessa época, a maioria das pessoas não sabia ler. Mais tarde, com a expansão do ensino e com os progressos da imprensa, os livros se multi- plicaram. Encontramos agora bibliotecas por toda parte: em escolas, nos bairros, nas empresas e em hospitais. As universidades, os museus e os centros de investigações têm bibliotecas próprias, e nas povoações mais longínquas, as bibliotecas-volantes vão ao encontro dos leitores. Os países escandinavos possuem até bibliobarcos, e os ingleses beneficiam-se de um serviço domiciliar para anciãos e doentes. A biblioteca permite conservar os conhecimentos transcritos no curso dos séculos, de formas e técnicas muito diversas, como as tabuinhas gravadas da Mesopotâmia, os rolos de papiro egípcios, manuscritos em pergaminho e, atualmente, livros, revistas, jornais e às vezes até discos, microfilmes, fotografias e fitas magnéticas. Algumas bibliotecas Importantes: Biblioteca Lenin de Moscou: 25 milhões de livros. Biblioteca do Congresso em Washington: 14 milhões e 500 mil. Biblioteca Nacional de Paris: 8 milhões. Biblioteca do Museu Britânico de Londres: 6 milhões e 500 mil. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro: 3 milhões. :::::::::: Não Custa Saber Interjeição Na sala de aula, o rapaz fez um apelo à garota, falando: Psiu! A palavra psiu é uma interjeição. Interjeição é uma palavra que expressa apelo, alegria, admiração, surpresa... Conheça as principais interjeições: Aclamação: Viva! Admiração: Ah! Oh! Puxa! Caramba! Ué! Nossa! Meu Deus! Agradecimento: Obrigado! Grato! Alegria: Ah! Oh! Eh! Oba! Alívio: Uf! Ufa! Arre! Animação: Eia! Coragem! Avante! Vamos! Força! Apelo: Socorro! Psiu! Alô! Ei! Aplauso: Bravo! Apoiado! Bis! Isso! Ótimo! Aversão: Ih! Chi! Arre! Credo! Desejo: Oxalá! Tomara! Oh! Pudera! Dor: Ai! Ui! Ah! Oh! Medo: Cruzes! Uh! Ui! Barbaridade! Pena: Coitado! Oh! Silêncio: Psiu! Pchiu! Silêncio! Calada! :::::::::: Pontes Uma Ponte Pênsil -- A ponte comum se apóia sobre pilares, que repousam nas margens e no leito do rio. Quando, porém, o rio é muito fundo, só se colocam os das margens. A ponte fica suspensa por fortes cabos de aço que ligam tais pilares. É a ponte pênsil. Nos dias de grande ventania as pontes pênseis podem vi- brar, mas isso não tem importância. A pênsil é um dos tipos mais antigos e primitivos de ponte. A ponte pênsil Hercílio Luz, que liga a ilha de Florianópolis ao litoral catarinense, tem 337 metros de comprimento. A famosa Golden Gate, de São Francisco, Califórnia, é também uma ponte pênsil e tem 1.690 metros de comprimento. Uma ponte Móvel -- A ponte levadiça sobre o rio Tâmisa, em Londres, construída em 1896, foi a mais conhecida das pontes móveis. A 43 metros de altura, ficava a ponte dos pedestres e, mais abaixo, a ponte para veículos, que podia ser suspensa -- dividindo-se em duas partes -- dando passagem aos navios. Hoje, essa famosa ponte foi substituída por outra. Perto de Porto Alegre, sobre o rio Guaíra, existe uma ponte levadiça. Outros tipos de pontes móveis são: as giratórias e as pivotantes. Uma Barcaça -- As barcaças são utilizadas para atravessar um braço de mar ou um rio largo, quando é difícil construir uma ponte. Nas barcaças, automóveis e caminhões atravessam a água e continuam a viagem, na outra margem. Muitas vezes o preço de construção de uma ponte não compensa o benefício que iria trazer ao público e ao tráfego de veículos. A solução preferível, e a mais barata, é o emprego de barcaças ligadas às margens por uma corrente de segurança. As barcaças não são geralmente movidas a motor, mas por remos e varas, lembrando grandes jangadas. :::::::::: Mahabharata É o principal épico religioso da civilização indiana -- e também o maior poema de todos os tempos, com cerca de 200 mil versos. Só para ter uma idéia, isso equivale a sete vezes a soma da Ilíada com a Odisséia, os dois épicos atribuídos ao poeta grego Homero, que inauguraram a literatura ocidental. Em "sânscrito", bharatas queria dizer originalmente "saqueadores", termo que deu nome às tribos arianas que teriam ocupado a Índia em torno de 1700 a.C., invasão hoje contestada por muitos historiadores. O livro só ganhou sua forma definitiva no século II d.C., mas acredita-se que a maioria dos versos foi compilada no século IV a.C. -- apesar de serem bem mais antigos na tradição oral, como quase todos os textos religiosos. A coletânea é creditada ao sábio Vyasa, personagem mítico considerado o autor de outras escrituras sagradas do hinduísmo, como os Vedas e os Puranas. O Mahabharata narra a guerra entre Pandavas e Karauvas -- duas famílias com laços de parentesco muito próximos -- pela posse de um reino no norte da Índia. Os momentos que antecedem ao confronto final, conhecido como Batalha de Kurukshetra, cidade dessa região, compõem o trecho mais famoso do poema, conhecido como Baghavad Gita, "Canção do Divino Mestre". É quando o príncipe Arjuna, em crise de consciência por estar combatendo amigos e familiares, cogita desistir da luta e entra em diálogo com o deus Krishna, que o convence de que aquela guerra faz parte do destino do seu povo e não pode ser evitada. ::::::::::

Nosso Brasil O Porto do Ouro e dos Baleeiros Reza a lenda que as águas de Paraty eram tão cheias de baleias que, em 1717, o Conde Assumar teria pedido a seus canoeiros que abrissem caminho para que sua embarcação pudesse chegar, sem riscos, mais perto da terra firme. Hoje, a cidade histórica do Estado do Rio, ainda chama a atenção por sua rica fauna marinha. Sob as águas transparentes de Paraty, vive uma infinidade de peixes, das mais variadas espécies, bem como estrelas-do-mar e corais. Além das riquezas naturais, Paraty guarda ainda outras surpresas, como sua charmosa arquitetura colonial original, suas ruas de pedra, igrejas e casarões. Um dos pontos turísticos da cidade, o Sobrado dos Bonecos é uma genuína construção do século XVIII. Entre a Rua Maria Jaconé de Melo e a Travessa Santa Rita, a construção conserva, até hoje, os beirais de porcelana portuguesa. A casa possuía cinco bonecos de Ouro ornamentando o telhado, numa alusão aos cinco continentes. Funcionavam também como mirantes para controlar a entrada dos navios e a ameaça de piratas. No século XVIII, Paraty se tornou importante por ser o porto que levava o ouro das Minas Gerais para Portugal. Diversos sobrados foram construídos neste período em que a cidade era a mais importante do Brasil, depois de Vila Rica, hoje Ouro Preto. Terminado o Ciclo do Ouro, Paraty passou a cheirar a café, escoando a produção do Vale do Paraíba. Até a abolição da escravatura, em 1888, Paraty possuía 16 mil habitantes. Depois, restaram apenas 600. A vida só voltou a ser mais movimentada em 1954, ano da abertura da estrada que liga a cidade ao interior, pelo Vale do Paraíba. Com ela, o potencial turístico começou a crescer nos anos 70, aumentando após a abertura da rodovia Rio--Santos, que interliga Paraty ao Rio e a São Paulo. Além dos muitos prédios e igrejas preservadas, a cidade, hoje, oferece ótimos restaurantes e lojas artesanais, eficiente rede hoteleira e praias paradisíacas, favorecendo a exploração do turismo ecológico. :::::::::: Quero Ser um Anjo O abade João Pequeno pensou: "Estou cansado de ser um homem como os outros, preciso ser igual aos anjos, que nada fazem, e vivem contemplando a glória de Deus". Naquela noite, abandonou o mosteiro de Sceta e foi para o deserto. Uma semana depois, voltou para o convento. O Irmão Porteiro escutou-o bater na porta, e perguntou quem era. -- Sou o abade João -– respondeu. -- Estou com fome. -- Não pode ser -- disse o Irmão Porteiro. -- O abade João está no deserto, se transformando em anjo. Já não sente mais fome, e não precisa trabalhar para sustentar-se. -- Perdoa meu orgulho -- respondeu o abade João. -- Os anjos ajudam a humanidade; este é o trabalho deles, e por isso não precisam comer, apenas contemplar. Mas eu sou um homem. A única maneira de contemplar esta mesma glória é fazendo o que os anjos fazem, ajudando meu próximo. O jejum não adianta nada. Ouvindo o gesto de humildade, o Irmão Porteiro tornou a abrir a porta do convento. :::::::::: A Apanhadora de Cacos na Praia Anthony de Mello Uma família de cinco pessoas estava passando o dia na praia. As crianças estavam tomando banho de mar e fazendo castelos na areia, quando, ao longe, apareceu uma velhinha. Seu cabelo grisalho esvoaçava ao vento e suas roupas eram sujas e esfarrapadas. Resmungava qualquer coisa, enquanto apanhava coisas da praia e as colocava em um saco. Os pais chamaram as crianças e lhes disseram para ficar longe da velha. Quando esta passou, curvando-se de vez em quando para apanhar coisas, sorriu para a família, mas seu cumprimento não foi correspondido. Muitas semanas mais tarde, souberam que a velhinha dedicara a vida à cruzada de apanhar caquinhos de vidro da praia para que as crianças não cortassem os pés. :::::::::: Curiosidades A China é o país com o maior número de fronteiras terrestres: tem 15 vizinhos ao seu redor. O país com o maior número de fronteiras marítimas é a Indonésia, com 19. Plutão é o planeta mais frio do sistema solar. A temperatura de sua superfície chega a 230 graus centígrados negativos. Uma volta em torno da Terra tem 39.840 quilômetros. As mudanças do tempo já preocupavam na Antigüidade. Os egípcios mediam a velocidade dos ventos para prever furacões. O elefante é o animal que tem o maior período de gestação: 624 dias. Apesar do tamanho, o pescoço de uma girafa tem apenas sete ossos, a mesma quantidade que o pescoço de um humano. Assim como os cachorros, os leões delimitam seu território com urina. Alguns sapos quando se sentem ameaçados, incham o corpo e se elevam nas patas, parecendo bem maiores do que são. A língua de um tamanduá- -bandeira tem 50 centímetros. Ele consegue comer cerca de 2 milhões de formigas por dia. :::::::::: Uma Mesquita As mesquitas são os templos dos muçulmanos, casas onde eles rezam em conjunto. O chão das mesquitas é recoberto de tapetes sobre os quais os fiéis se ajoelham. É a “casa de orações" dos maometanos. A primeira mesquita foi construída em Meca em 622 e era a própria casa de Maomé. Os elementos principais de uma mesquita são: a sala de orações, larga e pouco profunda, onde são feitas as orações coletivas, e um vasto recinto para o qual se abre a sala. Os maometanos devem rezar sempre voltados para Meca. Um nicho, o "mihrab", na sala de orações, indica essa direção. Há também uma sala de abluções e um minarete, de onde o Muezin chama os fiéis para as orações. :::::::::: A Loja de Deus Entrei e vi um anjo no balcão. Maravilhado, lhe disse: -- Santo anjo do Senhor, o que vendes? Respondeu-me: -- Todos os dons de Deus. -- Custa muito? -- Não. Tudo é de graça. Contemplei a loja e vi jarros de vidro de fé, pacotes de esperança, caixinhas de salvação e sabedoria. Tomei coragem e pedi: -- Por favor, quero muito amor de Deus, todo o perdão dEle, vidros de fé, bastante felicidade e salvação para mim e para minha família. Então o anjo do Senhor preparou um pequeno embrulho que cabia na minha mão. -- É possível tudo aqui? O anjo respondeu-me sorrindo: -- Meu querido irmão, na loja de Deus não vendemos frutos, apenas sementes. Plante a sua e seja fe- liz!!! ::::::::::

Ecoando Pauzinhos Antiecológicos *Waribashi* é o nome dos pauzinhos usados como talheres pelos japoneses nas refeições tradicionais. Todos os dias são utilizados, e jogados fora, mais de 50 milhões de pares de *waribashi* descartáveis, no Japão. O costume é alvo de crítica dos ecologistas nativos, por causa do desperdício de madeira -- produto raro no país. :::::::::: O Museu de Ontem e de Hoje Nos séculos XVI e XVII, os colecionadores europeus de arte e artefatos guardavam os objetos em "gabinetes de curiosidades", ou "salas das maravilhas". Podiam ser quadros feitos com penas entrelaçadas, a cabeça empalhada de um macaco ou ornamentos medievais. O museu, tal como o conhecemos, só nasceria na Inglaterra, em 1659, quando John Tradescant, um jardineiro da realeza, entregou a custódia dos tesouros de sua família a um amigo colecionador chamado Elias Ashmole. Eram objetos estranhos, como peixes, armas, aves mumificadas, entre elas um dodo, espécie hoje extinta. Quando Ashmole doou a coleção à Universidade Oxford, determinou que se construísse um edifício especialmente para abrigar as peças. Oxford obedeceu e abriu, em 1683, o Ashmolean, primeiro museu público criado para exibir as proezas e os fenômenos huma- nos ou naturais. :::::::::: A Descoberta do Fogo Antes da descoberta do fogo pelos povos primitivos, ocorrida há muitos e muitos anos, é provável que o homem usasse o fogo encontrado na natureza, causado pelos raios. Os povos primitivos, dizem os estudiosos, descobriram como conseguir o fogo batendo uma pedra na outra. Assim, produziam faíscas que, atingindo folhas secas ou gravetos, davam início ao fogo ou a uma combustão. Outros povos conseguiam o fogo apenas esfregando dois gravetos secos. Para manter as chamas, usavam galhos secos. Houve também povos que obtinham fogo friccionando um graveto na posição vertical sobre um pedaço de madeira seca na horizontal. O fogo foi uma descoberta muito importante, pois permitiu que os povos primitivos se aquecessem no frio, cozinhassem seus alimentos e afugentassem animais. Até hoje o fogo é usado por

toda a humanidade. :::::::::: Conhecendo o Mundo Sob o Sol da Meia-Noite Fenômeno que começa em maio faz com que a claridade reine por 24 Horas -- No extremo Norte da Noruega, fica Tromso, uma cidade cosmopolita com grandes universidades e muitos estrangeiros. Tromso tem cerca de 60 mil habitantes – lapões e russos são a maioria – e ainda preserva muito da arquitetura típica, com casas de madeira no centro antigo e muita animação nas ruas, apesar das longas noites de inverno e do frio. A cidade permanece na escuridão de 28 de novembro a 16 de janeiro, quando apenas uma leve claridade durante poucas horas do dia é tudo o que a população tem de luz. Mas existe a Aurora Boreal, que torna as intermináveis noites num espetáculo diferente e deslumbrante. De 18 de maio a 26 de julho, o oposto acontece. O Sol da Meia-Noite toma conta de todo o território e faz com que o dia se estenda por 24 horas. Uma forma de com- pensação para os longos períodos de escuridão. Quem não está acostumado, fica atônito com a beleza deste fenômeno, principalmente quando o sol se põe e a claridade permanece, formando tonalidades diferenciadas sobre as extensas e altas montanhas. Um dos melhores pontos para se conhecer Tromso é o teleférico de Floya, onde é possível ver toda a cidade e também o movimentado porto. Outra boa dica é a igreja de Tromsdalen e o Museu Polar, único no mundo. Durante o verão, o norueguês faz questão de ficar, ao máximo, ao ar livre e a aproveitar a luz do sol. Um dos destinos mais procurados são as fazendas. Aliás, neste país, qualquer um pode colher frutos durante o verão numa fazenda, sem ser molestado pelo proprietário. Nas fazendas pode-se ainda aproveitar e viver o dia-a-dia do campo, colhendo frutos, arando o campo e até mesmo tirando leite da vaca. É conviver um pouco mais com a terra e curtir o que há de melhor: o dia ensolarado. :::::::::: A História do Papel A palavra “papel” originou-se do termo grego *pa- pyrus*, que significa junco. O predecessor do verdadeiro papel foi desenvolvido pelos egípcios, por volta de 300 a.C., que o produziam entrelaçando juncos, ensopando-os na água e batendo-os até que atingissem a lisura e a espessura desejadas. A invenção do papel tal como o conhecemos, tem sido atribuída a Tsai-Lun, na China, no ano 105 da nossa era. A forma chinesa de fabricar papel consistia em misturar casca de árvores, trapos e outros materiais fibrosos e batê-los até que formassem uma substância pastosa. Esta pasta era então posta numa grande tina e diluída em água. Em seguida, mergulhava-se um molde raso e poroso na solução pastosa. À medida que se retirava o molde, a água escoava pelo fundo, tipo peneira, deixando uma camada de fibras. Essa camada de fibras tornava-se em uma folha de papel. No século VIII a arte de fazer papel passou dos chineses para os árabes, e, no século XII, dos árabes para os espanhóis. Os demais países europeus só a conheceram mais tarde: a Itália no século XII, a França no começo do século XIV, e a Alemanha no fim do século XIV. A Inglaterra só começou a fabricar papel em 1495, e a primeira fábrica de papel na América data de 1690. A fabricação de papel percorreu um longo caminho desde Tsai-Lun. Embora alguns papéis ainda sejam produzidos manualmente, a maioria é fa- bricada em enormes máquinas de dezenas de metros de comprimento. Essas máquinas produzem uma folha contínua de papel chamada lençol ou sim- plesmente folha. :::::::::: Encontro com o Céu Para os povos da antigüidade as grandes massas de terra que se elevavam aos céus eram a morada dos deuses e a origem da vida. Formadas por intensos movimentos da crosta terrestre,as montanhas são as paisagens mais comuns do Planeta. AS montanhas simbolizavam os seios da Grande Mãe Terra para os antigos sumérios. Entre suas encostas nascia o Sol, que trazia vida e abundância para os campos e as colheitas. Para as raças indo- -européias, o lar dos deuses estava nos picos mais elevados. Foi lá nas alturas que os gregos colocaram seu panteão de deuses, no Monte Olimpo. O teto do Planeta – As 35 montanhas mais altas da Terra estão todas concentradas nas cordilheiras do Hi- malaia e Karakoram, entre o Tibet e o subcontinente indiano. As cinco mais altas são: Everest, K 2, Kan- chenjunga, Lhotse I e Ma- kalu I. :::::::::: Ameno e Instrutivo Eletricidade A eletricidade foi descoberta pelos gregos mais ou menos 600 anos a.C. O filósofo Tales de Mileto, que viveu na Grécia antiga, descobriu que, ao esfregar com pano um pedaço de âmbar -- seiva endurecida de certas árvores -- este atraía pequenos objetos. Por volta de 1570, o inglês William Gilbert fez experiências semelhantes e, observando os mesmos efeitos, deu a este fenômeno o nome de eletricidade, a partir da palavra grega *elektron*, que quer dizer âmbar. A eletricidade que Tales e Gilbert testaram foi produzida por atrito e é conhecida como eletricidade estática, isto é, que não se movimenta nem passa pelos fios elétri- cos. :::::::::: Caça aos Tesouros de Colombo Sem Cristóvão Comlombo e seus conquistadores, teríamos uma Itália sem molho de tomate, uma Bélgica sem batatas fritas e uma Suíça sem seus chocolates. Após 502 anos, descubra os tesouros levados da América para a Europa. Em 12 de outubro de 1492, o explorador Cristóvão Colombo desembarcou nas praias de uma ilha das Antilhas. Acreditava ser a Índia. Sem saber que tinha posto os pés num mundo novo, chamou de “índios” aos homens nus que ele encontrou. Pela primeira vez na vida, Colombo experimentou uma fruta coberta de escamas, como um peixe, mas deliciosa e açucarada: o abacaxi. Um mês depois de sua chegada, Colombo procurou ainda as especiarias da “Índia”. Certo dia, viu um índio sentado no chão. O índio enrolava folhas secas, acendia numa ponta, chupava e aspirava pelo outro lado. Cuspia uma fumaça pesada. Um dragão? Não, um fumante! Colombo tinha visto aquilo: o tabaco não existia na Europa. Teve a péssima idéia de levar aquelas folhas, porque, 502 anos depois, elas seriam vendidas em maços de uns 20 cigarros e ajudariam a queimar a saúde de muita gente. Colombo retornou à Espanha com um navio carregado de presentes para o seu rei. As araras de Guadalupe impressionaram muito a corte. Trinta anos após a viagem de Colombo, os espanhóis exploraram as Américas. O conquistador Cortês invadiu o reinado asteca no México. Os astecas bebiam um pó preto, misturado na água quente e temperado com pimenta. Essa bebida seria célebre na França, sobretudo quando Luís XIV substituiu a água quente por leite, e a pimenta por açúcar. Surgia o choco- late quente, feito graças ao cacau. :::::::::: Como surgiu a expressão Lua-de-Mel? Trata-se de uma tradução literal do inglês *honeymoon*. Na Irlanda, os recém-casados tinham o costume de tomar uma bebida de baixo teor alcoólico chamada *mead* ou hidromel, composta basicamente de mel fermentado e água. A poção deveria ser consumida durante um mês ou uma lua. O hidromel já foi uma bebida muito popular e difundida no mundo todo; apreciada tanto pelos antigos romanos -- era outra das bebidas sagradas de Baco, o deus do vinho -- quanto por aborígenes, africanos e pelas sociedades pré-colombianas, além de ser citada na Bíblia. O mel era considerado, por tradições milenares, uma fonte de vida, com propriedades afrodisíacas -- o que deve ter contribuído para esse uso ritual irlandês. :::::::::: É útil Saber Aprendendo a Viver... Aprendi que se aprende errando. Que crescer não significa fazer aniversário. Que o silêncio é a melhor resposta, quando se ouve uma bobagem. Que trabalhar significa não só ganhar dinheiro. Que amigos a gente conquista mostrando o que é. Que os verdadeiros amigos sempre ficam com você até o fim. Que maldade, às vezes, se esconde atrás de uma bela face. Que não se espera a felicidade chegar, mas se procura por ela. Que, quando penso saber de tudo, ainda não aprendi nada. Que a Natureza é a coisa mais bela na Vida. Que amar significa se dar por inteiro. Que um só dia pode ser mais importante que muitos anos. Que se pode conversar com estrelas. Que se pode confessar com a Lua. Que se pode viajar além do infinito. Que ouvir uma palavra de carinho faz bem à saúde. Que dar um carinho também faz bem... Que sonhar é preciso. Que se deve ser criança a vida toda. Que nosso ser é livre. Que Deus não proíbe nada em nome do amor. Que o julgamento alheio não é tão importante. Que o que realmente importa é a Paz interior. Dia Mundial da Paz -- 1º de Janeiro. *** Eu Queria Ser Padre Jacinto Bergmann Vida -- Para fazer nascer os que estão morrendo... Sol -- Para fazer brilhar os que não possuem luz... Luz -- Para iluminar os que vivem na escuridão... Chuva -- Para correr toda a terra, molhar os campos se- cos e devastados... Lágrimas -- Para fazer cho- rar os corações insensí- veis... Voz -- Para fazer falar os que sempre se ocultam... Canto -- Para alegrar os que vivem na tristeza... Luar -- Para brilhar na noi- te dos amores incompreendi- dos... Flor -- Para enfeitar os jardins no outono... Silêncio -- Para fazer calar as vozes que atordoam o co- ração do homem... Sinos -- Para repicar nos Natais dos que possuem re- cordação amarga... Dor -- Para amargar no peito dos infiéis... Grito -- Para gritar a dor dos que sofrem no silên- cio... Olhos -- Para fazer enxergar os cegos de Verdade... Sorriso -- Para encantar os lábios dos amargurados... Sonho -- Para colorir o sono dos realistas petrifica- dos... Amanhecer -- Para fazer um dia a mais de felicidade sobre a Terra... Noite -- Para acalentar os que lutam durante o dia... Amor -- Para unir as pes- soas. E lhes dizer que sou apenas uma delas... Dia Internacional do Amor -- 14 de Fevereiro. *** Cantoria Trago a chave do silêncio para abrir a cantoria. Trago a viola que tece Meu canto que se desfia. Dê licença, minha gente, Para abrir o meu repente Sobre as janelas do dia. Arrastei minha viola Pelos seixos dos caminhos. Andei léguas de distância, Pedra, pau, areia, espinhos. Mas mesmo que a dor me doa Da minha viola voa Um bando de passarinhos. Trago um pássaro pousado No couro do meu chapéu. Sabiá, papa-capim, Guriatã e xexéu. Sonhei um sonho acordado E vi um anjo pousado Em uma estrela do céu. Amarrei uma viola No mourão da cantoria. Sei quando escurece é noite E quando clareia é dia. Para ouvir minha peleja O padre sai da igreja E o povo faz romaria. No valor desta viola Não há ouro nem dinheiro. Viola é feito canária, Atiça seu companheiro. Por isso até me consola Quando se diz que viola É mulher de violeiro. Quem quiser cantar repente Traga sua violinha. Se estiver desafinada Pode afinar pela minha. Mas traga a mão preparada Porque viola afinada Não sabe tocar sozinha. Dia da Poesia -- 14 de Março. *** A história da Imprensa A história da imprensa foi inventada pelo sr. Gutenberg depois de já ser muito velha na China. Até o aparecimento desse homem não existia no Ocidente um só livro impresso, um só jornal, uma só revista. Estamos hoje de tal modo acostumados aos livros, ao jornal e à revista, que nos parece impossível que assim fosse! Os livros que existiam eram todos feitos à mão, ou manuscritos. Ora, é fácil de compreender como isto os tornavam caros. Só os reis e a gente muito rica podiam dar-se ao luxo de ter alguns. Uma Bíblia, por exemplo, custava tanto quanto uma casa. Por esse motivo as que havia nas igrejas, às ordens de quem as quisesse ler, eram presas a uma argola por meio de correntes de ferro. Por medo de que as furtassem. Quem se lembraria atualmente de furtar uma Bíblia, hoje que os propagandistas andam a distribuí-las pelo mundo, de graça e aos milhões? Tudo iria mudar, porém. Em 1440 Gutenberg imaginou o meio mecânico de fazer livros. Esculpiu em madeira, separadamente, todas as letras do alfabeto, formando assim tipos. Com esses tipos formou palavras. Depois, passando tinta sobre os tipos e comprimindo-os contra um papel, obteve a primeira coisa impressa. Estava inventada a imprensa. O Ocidente conseguira, afinal, o meio de sair do estado de estupidez crassa em que vivia. Com o livro e o jornal impressos mecanicamente, aos milheiros e por preço ao alcance de todos; quem é ignorante hoje é porque quer. Meios de iluminar o cérebro não faltam. Dia da Imprensa -- 18 de Abril. *** Mães Amanda Dudenhoeffer Braga -- 11 anos Cada mãe tem um jeito, Um jeito muito peculiar Impossível de se alterar. Umas são bravas, outras cal- minhas Mas no fundo, no fundo, as verdadeiras mães são iguai- zinhas. Fazem qualquer coisa para nos agradar, beijinho, denguinho, carinho, E até canção de ninar! Elas são geniais, "Super-Mulheres" especiais. Por isso é bom dela cuidar Pois outra mãe tão espetacu- lar, Será difícil de encontrar! Dia das Mães -- 2º Do- mingo de maio. *** Esquecer Você Vai ser fácil esquecer você, basta não olhar o céu, não lembrar o mar, Vai ser fácil esquecer você, basta esconder a simpatia, abandonar a ilusão, mascarar a alegria, viver na solidão, Vai ser fácil esquecer você, basta não lembrar o seu sorri- so, seu meigo olhar, Vai ser fácil esquecer você, basta pra nada olhar... de na- da lembrar, não viver... nem amar esquecer sua importância na minha existência, Vai ser fácil esquecer você, basta eu mesma Esquecer de mim. Dia dos Namorados -- 12 de Junho. :::::::::: O Dicionário Esclarece abluções – lavagens; banhos de corpo inteiro ou só parte dele alá – Deus em árabe alegou – citou como prova; apresentou como explicação ou desculpa anticonvencional – não ajus- tado; não combinado aura – percepção de uma es- pécie de atmosfera imaterial que envolve certos seres; glória; prestígio coletânea – conjunto de vá- rias obras congregava -- juntava; reu- nia; convocava cotidiano – de todos os dias; diário custódia – onde se conserva alguém detido; guarda; pro- teção declives – inclinações de terreno; considerado de cima para baixo; descida desníveis – diferenças de ní- veis dinastia – série de sobera- nos pertencentes a uma mes- ma família erodida – degradada esbravejaram – gritaram; bradaram; vociferaram ética – estudo dos juízos de apreciação referentes à con- duta humana do ponto de vis- ta do bem ou do mal fenômenos – pessoas ou coi- sas extraordinárias ou pro- digiosas friccionando – atritando; esfregando hinduísmo – antiga religião da Índia horizontes -- extensões; es- paços que a vista abrange incógnita -- o que é desco- nhecido e se procura saber instigam – incitam; esti- mulam; açulam intercâmbio – troca; permuta mirantes – pontos elevados donde se apreciam vistas pa- norâmicas mobilizou – movimentou nicho – vão; cavidade; aber- tura praticada em muro ou parede destinada à colocação de uma estátua, de um vaso; etc. opressão – jugo; tirania exercida contra outrem padrão – algo que serve de modelo à feitura de outro países escandinavos – consti- tuídos pela Noruega, Sué- cia e Dinamarca perpetrar – perfazer penhasco – grande rochedo potencial – a soma ou o con- junto de energias físicas ou psíquicas proeza – atos de valor; de coragem; de valentia; façanha romaria – peregrinação de caráter religioso sânscrito – uma das mais an- tigas línguas clássicas da Índia seixos – calhaus; pedregu- lhos superstição – temor exagera- do ou não justificado tacanhas -- pequenas; curtas tradição oral – que não está consignada em documentos es- critos e só consta pelo que se diz versões – traduções de uma língua para outra :::::::::: Fontes de Pesquisa Edições de Ouro Edições Melhoramentos Enciclopédia Juvenil Jornal do Brasil Jornal o Dia Jornal o Globo Livro: Aventura de ler Livro: Estudos Sociais Zo- raide Victorello Beltrame Livro: Histórias do Mundo para Crianças -- Monteiro Lobato Livro: O Corpo Humano Livro: Viajando Através da História. Revista Bacaninha Revista Caminhos da Terra Revista Ciência Hoje das Crianças Revista Superinteressante Revista Veja :::::::::: Ao Leitor Solicitamos, aos leitores abaixo mencionados, que nos enviem seus endereços completos, pois suas revistas voltaram. Luana Allen Rech André Moraes Fróes César Cosme Fernandes Daniel de Moraes Monteiro Elizabeth Martins Ramos Gisela de Castro Marcio de Oliveira Lacerda Maria Arminda Peixoto Bolo Santo Tirso Müller Rodrigues Ribeiro Edith Sueli Manias Ricardo Souza Dantas Rogério Moraes da Silva Silvionei Nogueira Barreto Vera Lucia Rosan Danna Wany Rangel Gonçalves ::::::::::