õ?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*o õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano XLIX n.o 316 o õ Julho-Dezembro de 2003 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral o õ do IBC o õ Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ CEP 22290-240 o õ tel: (0xx21) 2543-1119 o õ Ramal 145 o õ Brasil um País de todos o õieieieieieieieieieieieieieieo Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O Patinho Feio :::::: 1 A Lenda do Papagaio :::::::::::::: 4 A Cegonha e a Raposa :::::::::::::::: 5 Divertimentos: O que É, o que É? :::::::::::::: 6 Só Rindo ::::::::::::::: 9 Vamos Aprender: Com Gê e com Jota um Bocado de Lorota ::::: 11 Para você Recitar: O Mundo que Imagino ::::::::::::::: 11 Zoologando: O Chimpanzé :::::::::: 12 Historiando: O Pássaro do Poente :::::::::::::::: 14 Seção Juvenil O Vovô Narra a História: Helen Keller ::::::::: 18 El Libertador :::::::: 20 Conhecendo Nossos Escritores :::::::::::: 21 Quando os Dentistas Eram Barbeiros ::::::: 23 Justiça ::::::::::::::::: 24 Nosso Brasil: Bertioga :::::::::::::: 26 De Amor e de Guerra :::::::::::::::: 28 Alhos e Bugalhos ::::::: 29 Curiosidades: O Primeiro Salto de Pára-Quedas :::::::::: 33 Última Vontade ::::::::: 34 Ecoando: O Deserto que Ali- menta a Amazônia :::::: 35 Canhotos :::::::::::::::: 36 Operação Tartaruga ::::: 37 Conhecendo o Mundo: Cores Sobre as Ci- dades :::::::::::::::::: 38 Ponto Veloz :::::::::::: 42 Carroça Vazia :::::::::: 43 Ameno e Instrutivo: Por que no Deserto a temperatura oscila tanto? ::::::::::::::::: 46 A Casa de Gelo :::::::: 47 Os Beduínos :::::::::::: 48 É Útil Saber: A Vida É Assim ::::: 50 Festa de São Roque ::::::::::::::::: 56 Símbolos Nacio- nais ::::::::::::::::::: 57 Primavera ::::::::::::: 59 O Rádio :::::::::::::: 59 São Francisco de Assis ::::::::::::::::: 61 O Avião :::::::::::::: 62 *Halloween* ::::::::::: 63 Eleições :::::::::::::: 64 O Soldado Desco- nhecido :::::::::::::::: 65 Combate à AIDS :::::: 66 Astronomia :::::::::::: 68 Almirante Taman- daré ::::::::::::::::::: 70 O Presépio ::::::::::: 72 O Dicionário Escla- rece ::::::::::::::::::::76 Fontes de Pesquisa ::::: 79 Ao Leitor :::::::::::::: 79 :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O Patinho Feio Versão 2000 Era uma vez uma pata muito bonita e carinhosa. Passava o dia inteiro chocando seus ovos, esperando, ansiosa, o nascimento dos filhotes. Mas aí... tcham, tcham, tcham, tcham! Alguém botou um ovo no seu ninho. Dias depois nasceram os patinhos, lindos de morrer! E no meio da ninhada, um patinho diferente, tão feinho que dava até pena. Os patinhos bonitos que, diga-se de passagem, eram umas pestinhas, não paravam de implicar com o patinho feio. Passavam todo o tempo dando-lhe bicadas. Não deixavam o coitadinho sossegado um instante. Dona Pata, porém, o tratava com carinho. O senhor Pato, que era um bicho mais do que desconfiado, já estava com a pulga atrás das penas, achando que era mais um marido enganado, que tinha sido passado para trás. Resolveu, então, aconselhado pelo amigo Marreco, que adorava uma fofoquinha, contratar um dete- tive. O tempo foi passando e o patinho feio foi ficando lindão, aliás muito mais bonito que os outros patinhos. E Dona Pata, como sempre, o cobria de carinhos. O senhor Pato, cada vez mais desconfiado, não conseguia descobrir nada. Já estava até achando que era coisa de algum pato espacial, uma espécie de E.T. do planeta Patox e outras bobagens assim. Pensou em contratar o Galo Magnum, mas, como ele cobrava 500 mil grãos de milho por um servicinho e o senhor Pato era pão duro à beça, resolveu procurar um detetive menos famoso. O detetive contratado foi o Urubusservando que, apesar de menos famoso, rapidinho desvendou todo o mistério. Urubusservando convidou o patinho feio para dar uma voltinha e o levou a um lago onde uma porção de cisnes estava nadando. Um deles, olhando para o patinho feio, chamou-o: -- Olá, *brother*! Venha aqui! Vamos entrar juntos na água e nadar um pouquinho? Então o patinho feio compreendeu que ali estavam seus verdadeiros irmãos, que ele não era um pato e sim um cisne e tratou de se enturmar. Urubusservando foi voando levar a notícia para o senhor Pato que, muito arrependido, foi pedir perdão à Dona Pata, com a cabeça entre as penas. Dona Pata não quis saber de papo. Pegou seus bagulhos e seus filhos, abriu a porta e se mandou. Moral da história: O Urubusservando se tornou o detetive mais badalado da Patolândia e, para acabar com esses mistérios que andam por aí, já organizou até o esqua- drão "Duro na queda". Se você quiser contratar os serviços do esquadrão, é só procurar Urubusservando na rua do Sobe e Desce, onde o número desaparece. *** A Lenda do Papagaio O papagaio era um indiozinho muito guloso, que comia sempre depressa, tudo que lhe caía nas mãos: fruta verde ou madura, comida quente ou fria, boa ou ruim. Engolia sem mastigar, por isso vivia doente, amarelo e magrinho. Chorava com dores de barriga. Um dia, sua mãe assou na brasa as frutas de mangaba e o guloso, assim que ela se afastou, correu e comeu tudo. -- Ai! Ai! Gritou o menino, tentando botar as frutas quentes para fora, sem conseguir. Então aconteceu que no pescoço, nas suas pernas, nos seus braços, enfim, em todo o seu corpo, começaram a nascer penas. De repente os braços viraram asas e os pés ficaram cobertos de escamas. Ele tinha se transformado numa ave que ninguém conhecia na tribo. Os índios correram todos para ver o menino que tinha virado ave, e ficaram encantados com o colorido verde e amarelo de suas penas, com o bico duro e recurvado, com os olhos pequenos e vivos. Por ter sido gente antes de ser ave, é que o papagaio sabe falar tão bem, imitando com perfeição a voz humana. *** A Cegonha e a Raposa Fábula de Esopo Um dia a raposa, que era amiga da cegonha, convidou-a para jantar. Mas preparou para a amiga uma porção de comidas moles, líquidas, que ela servia sobre uma pedra lisa. Ora, a cegonha, com seu longo bico, por mais que se esforçasse, só conseguia bicar a comida, machucando seu bico e não comendo nada. A raposa insistia para que a cegonha comesse, mas ela não conseguia, e acabou indo para casa com fome. Então a cegonha, em outra ocasião, convidou a raposa para jantar com ela. Preparou comidas cheirosas e colocou em vasos compridos e altos, onde seu bico entrava com facilidade, mas o focinho da raposa não alcançava. Foi a vez da raposa voltar para casa desapontada e faminta. Moral da história: Quem com ferro fere, com ferro será ferido. :::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. Quando a lâmina vira um animal? R: Quando você lê de trás para frente. 2. Como é que anda o bolso do brasileiro? R: E o bolso anda? 3. Não tem dedos, tem anéis e corre sem ter pés? R: A cobra. 4. Como os antigos navegavam no escuro? R: Com barcos a vela. 5. Qual a regra que serve ao motorista, ao pedestre e ao dançarino? R: Não parar na pista. 6. O que acontece quando o sapo e a sapa se beijam? R: Dá sapinho. 7. O que é que tem curso, mas não sabe ler ou escre- ver? R: O rio. 8. Onde entramos pela frente para deixarmos nossos fun- dos? R: No banco. 9. O que é que anda melhor amarrado? R: O sapato. 10. O que é que está sempre vindo, mas nunca chega? R: O amanhã, porque, quando chega, é hoje. 11. Qual a diferença entre a polícia e a igreja? R: Na polícia, quem con- fessa é condenado; na igreja é absolvido. 12. O que foi que o traves- seiro disse para o galo? R: Eu tenho muita pena de você. 13. O que faz um jóquei quando começa a chover? R: Tira o cavalinho da chuva. 14. O que é que quebra uma parte do corpo sem fraturar? R: O quebra-cabeça. 15. O que é que a gente per- de e não pode falar pra nin- guém? R: A voz. 16. Por que, quando a gente joga uma moeda pra cima, não cai mais? R: Por que é que havia de cair mais? 17. Qual é o animal que, tro- cando a #;a letra, é alimen- to? R: Tatu -- Tutu. 18. O que é que se vê uma vez em um minuto e duas vezes em um momento? R: A letra M. 19. Qual o país que passa o café? R: Equador. 20. Caminha com quatro pés, mas não anda. O que é? R: Cama pequena. *** Só Rindo Doca é um garoto muito guloso. À mesa, na hora do lanche, depois de ter comido como um esmeril, voltou-se para a sua mãe: -- Mãe, me dá mais bolo? -- Oh, Doca, será que não chega de comer? Com mais um pedaço de bolo você vai estourar! -- Não faz mal, mãe. Me dá o bolo para eu comer e sai de perto... Explica a professora: -- A baleia, apesar de seu descomunal tamanho, é um mamífero que só se alimenta de sardinhas. O aluno pergunta: -- E como ela abre as latas, professora? A mãe: -- Pra que você quer o dinheiro? Juquinha: -- Pra dar a um velhinho. A mãe: -- Muito bem! E quem é esse velhinho? Juquinha: -- É aquele que grita: "Olha a pipoca quentinha!" A garotinha experimenta, pela primeira vez, uma coalhada: -- Mãe, eu acho que essa

vaca ainda não está madura! :::::::::: Vamos Aprender Com o Gê e com o Jota um Bocado de Lorota Ruth Rocha Viajar e viajante É com jota, já se vê Mas viagem, viageiro, Se escrevem com a letra gê. Fugiu se escreve com gê, Mas fujo com jota é. Assim, rugir é com gê, Mas rujo, tome cuidado, É tempo que não é usado, Nem com jota, nem com gê. Pois só quem ruge é Leão. Gente não ruge não. :::::::::: Para Você Recitar O Mundo que Imagino Maria Dinorah O mundo que imagino tem fita no cabelo. Olhar de vaga-lume, sabor de caramelo. Tem macaco e pantera andando de balão. Tem um sapo encantado tocador de violão. E por todos os cantos tem aquela janela que era minha e era tua e era dele e era dela. É um sucesso esse mundo que vivo imaginando. E por ele, há uma fila de meninos esperando. :::::::::: Zoologando O Chimpanzé Os chimpanzés são muito amigos uns dos outros, estão sempre se ajudando no Jardim Zoológico ou na África, que é a terra deles. São também amigos dos tratadores: abraçam e beijam o tratador camarada. Mas não gostam de implicâncias nem de caçoadas. Se antipatizam com as pessoas, atiram em cima delas tudo o que podem. Quando um chimpanzé se assusta ou se zanga, dá um grito. E aí todos os chimpanzés da jaula atacam o inimigo. Na floresta, os chimpanzés fogem dos homens. Andam em geral em grupo e fazem, às vezes, uma barulheira terrível. De noite preparam camas de folhagem em cima das árvores, e se cobrem com folhas para não sentirem frio. Acordam e se levantam depois que o sol aparece. Logo que chega a noite, vão arrumar novas camas. Os filhotes aprendem a construir camas com os chimpanzés mais velhos. Os filhotes de chimpanzé têm de aprender quase tudo, como filho de gente. Com uns dois anos o chimpanzé é rapazinho ou mocinha. Com uns oito, pode casar. Nos últimos anos de vida, vive em geral uns trinta a quarenta anos, vira ranheta e zangadão. Um chimpanzé adulto pode medir um metro e meio, ou mais. O chimpanzé enxerga perfeitamente, inclusive cores. Sente muito bem os gostos, as formas, os cheiros. Ouve melhor que a gente, percebe sons que a gente não percebe. Ri às gargalhadas. Soluça alto, mas não chora lágrimas. Gosta de ter sempre o que fazer, e não faz muito tempo a mesma coisa. :::::::::: Historiando O Pássaro do Poente Uma Lenda Japonesa Adaptação de Sylvia Manzano Esta lenda, acontecida muito tempo atrás, começa numa manhã de inverno, quando um jovem socorre uma cegonha que havia sido atingida por uma flecha. Sendo humilde, bom e trabalhador, fica comovido com o profundo olhar de gratidão da cegonha, antes de ela alçar vôo para os ares. Dias depois, já a avançadas horas da noite, alguém bate à sua porta. Uma linda e delicada moça, que havia se perdido no caminho devido ao mau tempo, vem lhe solicitar abrigo por apenas uma noite. Imediatamente acolhida pelo bondoso rapaz, ela vai se aquecer ao pé do fogo que crepitava alegremente na lareira. E, como o inverno era muito rigoroso, a moça foi ficando. Preparava deliciosas refeições. Conversando muito, um se sentindo alegre na companhia do outro, acabaram-se apaixonando. E resolveram se casar. Quando chega a primavera, a jovem esposa faz um pedido ao marido: -- Gostaria de possuir um tear. Você poderia vender na cidade os tecidos que eu fizesse. Com prontidão, seu pedido foi atendido. Construído o quarto do tear, a mulher avisou que se trancaria durante três dias para realizar sua tarefa e impôs uma condição ao marido: -- Jamais você deverá olhar, enquanto eu estiver tecendo. Curiosíssimo, o marido esperou os três dias passarem e ficou maravilhado com o tecido que a mulher trazia nas mãos. A delicadeza das estampas e a leveza do pano imediatamente atraíram um comprador, que por ele pagou várias dezenas de moedas de ouro. O homem voltou correndo para casa, trazendo as boas novas para a esposa, que prometeu tecer outro pano no dia seguinte. Repetindo a recomendação, de que jamais poderia ser observada, a mulher trancou-se novamente no quarto. Quando saiu, com um trabalho ainda mais deslumbrante que o primeiro, estava pálida e abatida. O marido nada percebeu, ansioso que estava pelo tilintar das moedas de ouro em seu bolso. Pela terceira vez, ela se trancou no quarto, repetindo a mesma recomendação. Mas, desta vez, o marido não resistiu. A curiosidade dominou seu coração e ele foi espiar pelo buraco da fechadura, tratando de aquietar sua consciência: -- Que mal poderá fazer uma olhadinha apenas? Assim pensou e assim fez. Lá dentro viu uma cegonha frente ao tear, arrancando suas próprias penas para entremeá-las aos fios e compor os desenhos. Ao final do terceiro dia, trazendo nas mãos o tecido acabado, a mulher disse, com muita tristeza no olhar e na voz: -- Sou aquela cegonha salva por você na neve. Voltei transformada em mulher, para agradecer aquele seu ato de amor espontâneo e desinteressado. Agora que você já sabe de tudo, não posso continuar vivendo aqui. As súplicas e rogos do marido, de nada adiantaram. Ele viu, por entre as lágrimas, uma cegonha magra e já quase sem penas, voando com muita determinação, em direção ao poente. :::::::::: Seção Juvenil O Vovô Narra a História Helen Keller Helen nasceu em Tuscumbia, Alabama, nos Estados Unidos, no dia 27 de junho de 1880. Ela ficou cega-surda aos 19 meses devido a uma febre cerebral. Tinha seis anos quando Graham Bell -- o inventor do telefone -- a conheceu. Bell, que tinha a mãe surda, era casado com Mabel Hubbard, tam- bém surda, e era professor de surdos, possibilitou que a família de Helen entrasse em contato com escola Perkins que enviou à cidade em que eles moravam uma jovem de 20 anos, Anne Sullivan, para ensinar a Helen. Sullivan sabia que seu trabalho necessitaria de muita coragem, paciência e perseverança; e a primeira coisa que ensinou a Helen foi a linguagem das mãos. Aos poucos, ela aprendeu os alfabetos Braille e manual, facilitando sua aprendizagem para escrever e ler. Ao atingir 10 anos de idade, conseguiu aprender a falar e, em 1904, com 24 anos, doutorou-se em filosofia, no Radcliffe College. Proferiu muitas conferências, revelando-se uma lição viva de coragem e de amor ao próximo. Escreveu sua autobiografia "A História de Minha Vida" e diversas outras obras. Tam- bém criou várias instituições de proteção e reeducação dos cegos-surdos. Escrevia corretamente em inglês, francês e alemão. Foi doutora *honoris causa* por duas universidades norte-americanas. Helen esteve no Brasil, em 1953, ocasião em que recebeu muitas homenagens e realizou muitas palestras e visitas, a vários Institutos e Fundações para cegos, inclusive o IBC. Helen faleceu aos 88 anos de idade, no ano de 1968. *** El Libertador Como todo rapaz rico, antes e depois dele, o herdeiro de cafezais venezuelanos, Simon Bolívar foi passear pela Europa. Lá, em 1799, ins- pirado em Voltaire, Locke e Rousseau, o jovem idealista decidiu que libertaria sua terra natal do jugo espanhol que já durava 300 anos. Seu sonho? Uma "sociedade de nações irmãs fortes o bastante para resistir às agressões estrangeiras". Estimulado pela invasão napoleônica da Espanha em 1810, Bolívar -- que logo se tornaria famoso como libertador do norte da América do Sul -- desencadeou uma série de campanhas ferozes. Em 1821 libertou a Venezuela. Nos quatro anos seguintes expulsou os espanhóis do Equador, do Peru, da Colômbia e da Bolívia. Sua "Gran Colombia" não durou muito. Veio a guerra civil e a Venezuela separou-se em 1829. El Libertador, porém, deixou marca indelével na região, estabelecendo um padrão para as modernas democracias da América Latina. *** Conhecendo nossos Escritores José Martiniano de Alencar (1829-1877) nasceu na cidade de Mecejana, no Ceará. Desde cedo, aprendeu a gostar de ler -- a sós ou em voz alta -- nos serões familiares, quando, através dos mais diferentes tipos de textos, desenvolveu mais a sua imaginação, já sendo ele, por natureza, uma pessoa imaginativa, sentimentalista e taciturna. Desde os 13 anos, já se dedicava à narrativa histórica, sempre se aplicando em aumentar a sua cultura literária. Leu sempre os grandes autores estrangeiros, os romances famosos, os historiadores, os cronistas brasileiros, etc. Concluído o curso jurídico em Olinda, fixou residência no Rio de Janeiro, onde passou a exercer a advocacia e a escrever para a imprensa. A partir de 1851, começou a fase mais intensa da produção intelectual de José de Alencar. Teve participação na política nacional como deputado-geral pelo Ceará e ministro da justiça. Em 1857 publicou "O Guarani", romance histórico que obteve grande sucesso e popularidade àquela época e sempre. Outras obras do escritor: Cinco Minutos (1860); Lucíola (1862); A Pata da Gazela (1870); Se- nhora (1875). :::::::::: Quando os Dentistas Eram Barbeiros Alguns de nossos antepassados apelavam para métodos esquisitos. Manuscritos do século I sugeriam caçar uma rã em noite de lua cheia e cuspir dentro de sua boca, pedindo que levasse embora a dor. Mas havia outras opções para quem desconfiasse dessa técnica. Certos médicos prescreviam compressas quentes, lavagens bucais e aplicações de vapor. Na China do século II usava-se o elemento químico arsênio, até hoje empregado em compostos medicinais. Ele provavelmente matava o miolo do dente, acabando com a dor. Foram os chineses que, por volta do ano 600, desenvolveram as ligas metálicas usadas em obturações. Os antigos americanos também tinham suas técnicas. Uma arcada dentária de 1000 anos encontrada no sudoeste dos Estados Unidos, mostra um dente cuidadosamente perfurado na tentativa de retirar a parte danificada. No século XII, surgiram, na Europa, os cirurgiões-barbeiros. Na época a medicina era praticada principalmente nos monastérios. Os barbeiros iam cortar os cabelos dos monges e acabavam aprendendo técnicas cirúrgicas. Foram esses profissionais, peritos em extrações, que se transformaram nos dentistas que conhe- cemos hoje. :::::::::: Justiça Por que a justiça é representada de olhos vendados, com balança e espada nas mãos? A venda é um símbolo de imparcialidade: significa que ela não faz distinção entre aqueles que estão sendo julgados. A balança indica equilíbrio e ponderação na hora de pesar, lado a lado, os argumentos contra e a favor dos acusados. A espada é um sinal de força. "A arma implica que a Justiça não pede aos que estão brigando que aceitem sua decisão. Ela tem de ser imposta, mesmo porque inevitavelmente descontentará um dos dois lados em conflito." A Justiça é associada a figuras femininas desde a antigüidade. A deusa egípcia Maat, cujo nome deu origem à palavra "magistrado", muitas vezes era retratada com uma espada na mão. Na Grécia, o papel cabia a Têmis, que já trazia uma balança na mão direita. Em sua versão romana, batizada *Justitia*, a mesma deusa passa a trazer também a espada e a venda nos olhos. Para completar, a balança e a espada também são instrumentos de São Miguel, o arcanjo justiceiro, que, apesar de já fazer parte da tradição judaica, passou a ser retratado assim nos primeiros séculos do cristianismo. :::::::::: Nosso Brasil Bertioga A cidade de Bertioga, no litoral de São Paulo, testemunhou relevantes fatos da história nacional. Vestígios de sua origem indígena, da chegada dos portugueses ao Brasil e da catequização feita pelos jesuítas Manoel da Nóbrega e Padre Anchieta, espalham-se pelas praias da região. Bertioga guarda até hoje, no interior do Forte São João, lembranças dos tempos antigos. Os moradores orgulham-se em dizer que o forte -- que serviu para a proteção das vilas de Santos e São Vicente nos séculos XVI e XVII -- é o "mais antigo do Brasil". A construção, que enfeita a Praia da Enseada, foi erguida em madeira, em 1532. Destruída por um incêndio durante uma revolta indígena, foi reconstruída em alvenaria em 1547. Atualmente, o forte está aberto à visitação. Em uma de suas salas há uma oca indígena, com réplicas de índios em tamanho natural; e, do outro lado, armamentos utilizados pelos portugueses naquela época, como canhões de murada e espadas, entre outros. Mas quem preferir conhecer mais a fundo a origem indígena de Bertioga -- o nome, inclusive, é uma variação de Buriquioca, palavra indígena que significa morada dos macacos buriquis -- pode visitar, com prévia autorização da FUNAI, a Aldeia do rio Silveira, habitada por cerca de 300 índios tupi-guaranis. Outra viagem no tempo é o passeio à Vila de Itatinga, onde até hoje funciona a Usina Hidrelétrica de Itatinga, de 1910. Não só de história vivem os moradores de Bertioga. Os turistas que aportam na cidade podem aproveitar 33 quilômetros de praias, além de uma infinidade de trilhas que levam a cachoeiras, rios e piscinas naturais. Um brinde à natureza! Uma das trilhas mais pitorescas, com média de quatro horas de duração, é a que leva à Prainha Branca, de águas calmas e límpidas, que fica do outro lado do Canal de Bertioga onde há aluguel de barcos para pesca. Pela trilha, chega-se às ruínas da Ermida de Santo Antônio do Guaibê e da Armação das Baleias, sem falar da deslumbrante vis- ta do mar aberto. :::::::::: De Amor e de Guerra A cidade de Tróia vivia seu apogeu quando Páris, filho do rei, se apaixonou por Helena. Foi o suficiente para a cidade ser destruída. A moça era casada com o rei grego Menelau. Para ficar com ela, Páris teve que raptá-la. Isso deu início a um conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. No final, os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes, com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos que estavam escondidos dentro do corpo oco do cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Além de recuperar a raptada, arrasaram a cidade e mataram todos os seus habitantes. :::::::::: Alhos e Bugalhos É difícil acreditar, mas tanto o alho como a cebola são membros da família dos lírios, ambos são o bulbo da planta. Conhecidos desde a antigüidade, eles têm sido usados como temperos e também como remédio. Um livro egípcio de cerca de 1550 a.C. menciona o alho em 22 fórmulas médicas. Ele era recomendado contra dores de cabeça, mordidas, picadas de animais, vermes intestinais, tumores e doenças do coração. Já a cebola é utilizada na China em forma de chá para curar dores de cabeça, febre e doenças infecciosas e mortais como cólera e disenteria. O "choro", que ocorre ao se cortar esse alimento, é causado por uma enzima que reage com uma substância da cebola, e quando você pica a cebola, seus olhos ardem e lacrimejam. :::::::::: Sem Palavras Mãos juntas a Rezar -- Esse gesto simboliza contemplação a Deus e pode ter-se originado da maneira como os hindus cumprimentam as pessoas -- mãos juntas próximas ao peito, com a cabeça baixa. Outra versão diz que elas são a forma estilizada do fiel cobrir o rosto com as mãos, como se não fosse digno de olhar para Deus ao rezar. Continência -- Apareceu na Idade Média e tem origem no gesto que os cavaleiros faziam para se identificarem entre si. Eles seguravam as rédeas dos cavalos com a mão esquerda e usavam a direita para levantar a viseira de suas armaduras, podendo ver quem se aproximava. Figa -- A figa feita com os dedos médio e indicador cruzados vem dos tempos da perseguição aos cristãos, século I ao IV. O gesto era uma tentativa de se fazer uma cruz sem atrair a atenção. Positivo -- A explicação mais conhecida vem da Roma Antiga. O símbolo era usado pelos imperadores para decidir a sorte dos gladiadores: o polegar para cima significa perdão e, para baixo, a punição com a morte. Mas, na verdade, houve uma distorção dos termos em latim quando os gestos foram descritos. Para poupar o lutador, ele simplesmente mostrava a mão fechada e, para matá-lo, mostrava o polegar em qualquer direção. A versão errônea ficou popular porque associamos o bem com tudo que está para cima e o mal com o que está para baixo, como o céu e o inferno. "V" da Vitória -- Foi inventado pelo publicitário belga Victor de Lavalaye, em 1941. Ele estava procurando um símbolo para a resistência à ocupação nazista e resolveu adotar o “V”, que representava a palavra “vitória“ não só em inglês, *victory*, mas também em francês, *victoire* e flamengo *vrijheid*. O gesto foi imortalizado pelo primeiro ministro inglês Winston Churchill, que passou a usá-lo em aparições públicas. ::::::::::

O Primeiro Salto de Pára-Quedas Os chineses, no século XIV, já faziam experiências com pára-quedas. Mas o primeiro ser humano a saltar, com sucesso, foi o francês André Jacques Garnerin, que nasceu em Paris, em 1769. Já em 1765, outro francês, Jean Pierre Blanchard, tinha tentado, mas colocando um cachorro num cesto preso a um pára-quedas. Com André foi diferente. No dia 22 de outubro de 1797, ele mesmo saltou de pára-quedas de uma altura de mil metros. Repetiu a façanha na Inglaterra, saltando de 2.700 metros de altura. O pára-quedas usado era do tipo "guarda-chuva", feito de lona branca e medindo mais ou menos sete metros de diâmetro. Os saltos eram feitos de balões. O primeiro salto de um avião foi realizado por Albert Berry, que pulou de mil metros de altura, em 1912. O pára-quedas é composto de um velame; de linhas de suspensão que são fixadas nas bordas do velame; de quatro tirantes onde os cordames vão unir-se e sustentam a pessoa ou carga a ser lançada. O velame e os cordames são feitos de fibras fortes e leves como a seda e o náilon. Além disso, têm as fivelas, as correias e os cintos que seguram o pára-quedista. O velame e os cordames são dobrados, dentro de um invólucro que, por sua vez, é fechado por um cabo fino, geralmente de aço, que quando puxado, abre o invólucro e o vento se encarrega de abrir o pára-quedas. :::::::::: Última Vontade Aconteceu há muito tempo, em Nuremberg, Alemanha. O conde Von Gallingen havia sido condenado a morrer na forca. Quando chegou o momento da execução, perguntaram- -lhe, como de costume, qual era seu último desejo. O conde respondeu que desejava montar, pela última vez, seu cavalo favorito. Mandaram buscar o animal, e o conde o montou. No mesmo instante, o cavalo partiu como um raio, conseguindo abrir caminho entre um regimento, pulou o muro da cidade, caindo no fosso que o circundava, trinta metros abaixo. Nadou. Saiu do fosso e continuou num tremendo galope. Nunca mais conseguiram pegar o conde. Os dois, cavalo e dono, saíram dessa proeza sem nenhum arranhão. :::::::::: Ecoando O Deserto que Alimenta a Amazônia Você sabia que o deserto do Saara nutre a floresta, amazônica? Foi exatamente o que apuraram pesquisadores das Universidades da Virginia e New Hampshire, nos EUA. Eles afirmam que todo ano, cerca de 13 milhões de toneladas de poeira com nutrientes vitais ao solo amazônico, nitratos, fosfatos, etc. são levados do Saara para a floresta devido a uma série de ventos tempestuosos aparentemente muito bem orquestrados pela natureza. A poeira desce para o solo carregada pela chuva, principalmente na área do rio Negro. :::::::::: Canhotos Um estudo mostra que os canhotos trabalham mais o lado direito do cérebro; logo, seriam mais ágeis, exatos, emotivos e sensíveis. Exemplos de canhotos famosos: No esporte: Pelé, Romário, Ayrton Senna, Martina Navratilova. Na pintura: Rafael, Da Vinci, Michelangelo, Picasso. Na música: Beethoven, Jimi Hendrix, e os *beatles* Paul McCartney e Ringo Star. Na literatura: Goethe, Baudelaire, Mark Twain, Machado de Assis. Na filosofia: Aristóteles, Nietzsche. Na ciência: Newton, Neil Armstrong, Einstein. No cinema: Shirley McLane, Charles Chaplin. :::::::::: Operação Tartaruga Biólogos, oceanógrafos e pesquisadores trabalham duro para preservar as cinco espécies de tartarugas marinhas que desovam nas praias brasileiras. Durante toda a sua existência, que pode chegar a 100 anos, a tartaruga marinha só sai à terra firme para desovar. Numa visita noturna, ela procura um local mais seco na areia, para proteger seus ovos da maré salgada. Se algum estranho está por perto, a mãe zelosa volta para a água. Mais tarde, talvez até em outro dia, sentindo-se segura, ela arrasta, de novo, seus duzentos quilos pela praia e começa a cavar o ninho com suas nadadeiras traseiras. :::::::::: Conhecendo o Mundo Cores Sobre as Cidades O frescor do branco, a aridez do marrom, a paz do azul, a melancolia do cinza cobrem vilas, aldeias e metrópoles e despertam vivas sensações. No passado, as tonalidades da pedra, da areia, do barro e do mármore marcaram fortemente a identidade de civilizações como a egípcia e a grega. Ainda hoje, a cor que predomina numa cidade, nos toca imediatamente o coração, ela nos fala mais da vibração de um lugar do que a língua ou os hábitos. A cor na arquitetura também faz parte da tradição de um povo. Jodhpur, Índia -- Basta um olhar minucioso para descobrir a riqueza e a variedade de tons que tingem as casas da Cidade Azul. A cor, usada como símbolo pelos brâmanes, a casta indiana mais alta, cobre a aldeia como um manto de tranqüilidade e refresca suas ruelas do vento quente que sopra do deserto do Rajastão. Jerusalém, Israel -- É quase possível sentir os milênios de história impregnados nas paredes de pedra amarela da Cidade Dourada, que os antigos consideravam o centro do Universo. Os edifícios modernos são obrigados por lei a serem revestidos de calcário, abundante no deserto da Judéia, o mesmo material usado no tempo de Jesus Cristo. Santorini, Grécia -- Nas cidades das ilhas gregas, as casas espalham a luminosidade do branco sobre as encostas dos penhascos. Contrastando com o azul profundo do oceano, as paredes caiadas refrescam as moradias, especialmente no alto verão do mar Mediterrâneo, e proporcionam a sensação de paz e tranqüilidade. São Paulo, Brasil -- Dizem que o coração dos paulistanos fica oprimido entre tanto cinza dos prédios de concreto, escurecidos pela poluição. Esse material, versátil e fácil de moldar, deu a cara da cidade desde que ela começou a crescer para o alto, nos anos 50, por meio de edifícios como o Copan, projetado por Oscar Niemeyer. Aït Ben Haddou, Marrocos -- A vida nessa pequena aldeia transcorre tão simples, quente e seca como o marrom das paredes feitas de barro e palha. Sua beleza monocromática e o famoso *casbá*, mistura de forte e castelo, do mesmo nome, fizeram da vila o cenário de grandes produções do cinema. Florença, Itália -- Mil matizes de amarelo, ocre e terracota colorem edifícios e casas nessa cidade da região da Toscana, que foi berço do Renascimento, movimento artístico dos séculos XV e XVI. As fachadas desbotadas pelo tempo parecem lembrar a todo instante que pelas ruas estreitas caminharam artistas como Michelangelo, Leonardo da Vinci e Botticelli. Marechal Deodoro, Brasil -- Singelas e alegres, as multicoloridas casas coloniais tocam o coração. São lembranças de um Brasil do passado, cujos vestígios ainda permanecem em cidades como esta, a primeira capital de Alagoas. As fachadas eram pintadas com tinta à base de água e cal, que ganhavam cor com a adição de terras ou pigmentos vege- tais, como o anil. ::::::::::

Ponto Veloz Em tempo recorde a máquina de costura vestiu os exércitos na Guerra de Secessão americana e coseu as asas dos primeiros aeroplanos. Em 1830, quando o alfaiate francês Barthélemy Thimonnier patenteou a primeira dessas máquinas, poucos colegas vislumbraram benefícios para a classe. Sentiram-se ultrapassados: o aparelho dava 200 pontos por minuto, quando um homem só conseguia trinta. Em 1841, destruíram a loja de Thimonnier em Paris. O mérito de automatizar a indústria do vestuário, ficaria então com o filho de um imigrante alemão nos Estados Unidos. Em 1851, Isaac Merritt Singer aperfeiçoou um projeto anterior de Elias Howe e, em 1856, tornou a máquina de costura acessível, ao oferecer o primeiro plano de pagamento a prestação. Com a entrada de 5 dólares, levava-se uma máquina de 125 dólares, paga por mês, com juros. A "costureira de ferro" permitiu a criação da indústria de roupas prontas: uma mulher podia vir pela Quinta Avenida em Nova Iorque e -- que horror! -- encontrar outra com um vestido igual. Se o *prêt-à-porter*, em francês pronto para vestir, libertou quem tinha poder de compra, escravizou mulheres e crianças nas fábricas. Apesar da criação, em 1900, do Sindicato Internacional das Trabalhadoras em vestuário feminino, as roupas são acessíveis hoje, graças não só à Singer mas também às pessoas do mundo inteiro que trabalham em suas máquinas por salários irrisó- rios. :::::::::: Carroça Vazia Uma das grandes preocupações de nosso pai, quando éramos pequenos, consistia em fazer-nos compreender o quanto a cortesia é importante na vida. Por várias vezes percebi o quanto lhe desagradava o hábito, que têm certas pessoas, de interromper a conversa quando alguém está falando. Eu, especialmente, incidia muitas vezes nesse erro. Embora visivelmente aborrecido, ele, entretanto, nunca ralhou comigo por causa disso, o que me surpreendia bastante. Certa manhã, bem cedo, ele me convidou para ir ao bosque a fim de ouvir o cantar dos pássaros. Concordei com grande alegria e lá fomos nós, umedecendo nossos calçados com o orvalho da relva. Ele se deteve em uma clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou: -- Você está ouvindo alguma coisa além do canto dos pássaros? Apurei o ouvido alguns segundos e respondi: -- Estou ouvindo o barulho de uma carroça que deve estar descendo pela estrada. -- Isso mesmo... Disse ele. É uma carroça vazia... De onde estávamos não era possível ver a estrada e eu perguntei admirado: -- Como pode o senhor saber que está vazia? -- Ora, é muito fácil saber que é uma carroça vazia. Sabe por quê? -- Não! Respondi intri- gado. Meu pai pôs a mão no meu ombro e olhou bem no fundo dos meus olhos, explicando: -- Por causa do barulho que faz. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz. Não disse mais nada, porém deu-me muito em que pensar. Tornei-me adulto e, ainda hoje, quando vejo uma pessoa tagarela e inoportuna, interrompendo intempestivamente a conversa de todo mundo, ou quando eu mesmo, por distração, vejo-me prestes a fazer o mesmo, imediatamente tenho a impressão de estar ouvindo a voz de meu pai soando na clareira do bosque e me ensinando: -- Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz! :::::::::: Ameno e Instrutivo Por que no Deserto a tem- peratura Oscila tanto? Isso ocorre porque o ar dos desertos, com sua baixíssima umidade, não consegue reter o calor recebido durante o dia. Normalmente, o vapor da água em suspensão na atmosfera funciona como uma espécie de garrafa térmica, acumulando calor para a noite. Como o ar do deserto é muito seco, praticamente toda a energia térmica se perde após o pôr-do-sol. Além disso, a areia só absorve calor numa camada muito fina, o que faz o solo se resfriar em bem pouco tempo. É assim que, com o cair da noite, sem nenhuma reserva de calor, a temperatura pode desabar de tórridos 40 graus para siberianos 10 negativos. :::::::::: A Casa de Gelo Nos meses menos frios do ano, os esquimós vivem em tendas. No inverno, não poderiam adotar o mesmo tipo de habitação. Precisavam de um abrigo que os protegesse contra o intenso frio; e descobriram um material excelente para construí-lo: o gelo. Construir uma casa de gelo, ou iglu, é tarefa que exige apenas duas horas e dois homens. Um dos homens corta blocos de gelo, utilizando uma faca de osso, marfim ou metal. Dá aos blocos uma forma ligeiramente curva. O outro os vai empilhando adequadamente. Um iglu tem, geralmente, 4 metros de diâmetro e 3 metros de altura. Alguns esquimós abrem no teto do iglu um pequeno buraco e cobrem-no com tripa de foca. Da foca retiram ainda a pele, seja para cobrir as paredes internas, seja para manter aquecido o interior do iglu. Recentemente, foram projetados alguns iglus de matéria plástica. A luz penetra neles através de uma tampa de vidro transparente. Esses iglus protegem completamente contra o rigoroso frio da região, onde os ventos gelados sopram a uma velocidade de 180 quilômetros por hora. Será que os esquimós acabarão preferindo-os ao seu tradicional iglu de gelo? :::::::::: Os Beduínos Os beduínos são um povo nômade agrupado em tribos de até cinqüenta pessoas. O líder em geral, tem quatro ou cinco esposas. Cada esposa possui vinte ovelhas e algumas cabras. Há tendas separadas para homens e mulheres, assim como trabalhos, obrigações, e até bebidas: café para os homens e chá para as mulheres. Cada tribo esgota os recursos de um local antes de ir para outro e, por causa da escassez de lugares, as invasões de território por outras tribos não são bem vistas nem facilmente esquecidas. O líder só mata os animais em ocasião especial ou em sacrifícios. A matéria-prima das tendas é a lã de carneiro tecida pelas mulheres. Quem cuida dos rebanhos são os filhos menores. Os mortos são enterrados somente com duas pedras, marcando cada extremidade da sepultura. Os beduínos geralmente se alimentam de verduras, trigo, grão-de-bico, favas, hortelã e frutas como tâmara e sabra. As mulheres cozinham e cada filha ajuda de acordo com a idade. Todos os dias, o líder escolhe qual esposa vai fazer a comida :::::::::: É Útil Saber A Vida É Assim Um dia, quando eu era um calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa depois da aula. Seu nome era Kyle. Parecia que ele estava carregando todos os seus livros. Pensei: "Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa sexta-feira? Ele deve mesmo ser um C.D.F." Eu já tinha meu final de semana planejado: festas e um jogo de futebol com meus amigos, sábado de tarde; então dei de ombros e segui meu caminho. Conforme eu ia caminhando, vi um grupo de garotos correndo na direção de Kyle. Eles o atropelaram, arrancando todos os seus livros de seus braços e empurrando-o, de forma que ele caiu no chão. Seus óculos voaram, e eu os vi aterrissarem na grama alguns metros de onde ele estava. Ele ergueu o rosto e vi a terrível tristeza em seus olhos. Meu coração se penalizou por ele. Então corri até ele, enquanto ele engatinhava, procurando por seus óculos, e pude ver uma lágrima em seu olho. Enquanto lhe entregava os óculos eu disse: "Aqueles caras são uns babacas. Eles realmente deviam arrumar o que fazer." Ele olhou para mim e disse, "Ei, obrigado!". Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu o ajudei a apanhar seus livros e perguntei onde ele morava. Por coincidência, ele morava perto da minha casa; então perguntei como nunca o havia visto antes. Respondeu que antes ele freqüentava uma escola particular. Nós conversamos por todo o caminho de volta para casa, e carreguei seus livros. Ele se revelou um garoto bem legal. Perguntei se ele queria jogar futebol no sábado comigo e meus amigos. Ele disse que sim. Nós ficamos juntos por todo o final de semana e, quanto mais eu conhecia Kyle, mais eu gostava dele. E meus amigos pensavam da mesma forma. Chegou a segunda-feira, e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez. Eu o parei e disse: "Diabos, rapaz, você vai ficar realmente musculoso carregando uma pilha de livros assim todos os dias!" Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros. Pelos próximos quatro anos Kyle e eu nos tornamos os melhores amigos. Quando estávamos nos formando começamos a pensar na Faculdade. Kyle decidiu ir para Georgetown, e eu ia para a Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria um problema. Ele seria médico, e eu ia tentar uma bolsa escolar no time de futebol. Kyle era o orador oficial de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um C.D.F. Ele teve que preparar o discurso de formatura. Eu estava supercontente em não ser eu quem deveria subir ao palco e discursar. No dia da formatura eu vi Kyle. Ele estava ótimo. Era um daqueles caras que realmente se encontraram durante a escola. Ele estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos. Ele saía com mais garotas do que eu, e todas as meninas o adoravam! Às vezes eu até ficava com inveja. Hoje era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso por causa do discurso. Então dei um tapinha nas costas dele e disse: "Ei, garotão, você vai se sair bem!" Ele olhou para mim com aquele olhar, aquele olhar de gratidão, e sorriu. "Valeu", ele disse. Quando subiu ao palco, ele limpou a garganta e começou o discurso: "A formatura é uma época para agradecermos àqueles que ajudaram você durante estes anos duros. Seus pais, seus professores, seus irmãos, talvez até um treinador... mas principalmente aos seus amigos. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém é o melhor presente que você pode lhes dar. Eu vou contar uma história." Olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar, enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele havia planejado se matar naquele final de semana. Contou a todos como ele havia esvaziado seu armário na escola, para que sua Mãe não tivesse que fazer isso depois que ele morresse, e estava levando todas as suas coisas para casa. Ele olhou diretamente nos meus olhos e me deu um pequeno sorriso. "Felizmente eu fui salvo. Meu amigo me salvou de fazer algo inominável." Eu observava um nó na garganta de todos na platéia, enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu "momento" de fraqueza. Vi sua mãe e seu pai olhando para mim e sorrindo com aquela mesma gratidão. Até aquele momento, eu jamais havia me dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia. Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto você pode mudar a vida de uma pessoa para melhor ou para pior. Deus nos coloca a todos nas vidas uns dos outros. Procure o bem nos outros. Amigos são anjos que nos deixam em pé quando nossas asas têm problemas em se lembrar de como voar. Dia do Amigo -- 20 de Julho. ***

Festa de São Roque São Roque é o protetor contra pestes, úlceras e colapsos. Também é tido como protetor dos animais, especialmente dos cães. No nordeste do Brasil as pessoas costumam agradecer as graças recebidas de São Roque oferecendo o que chamam de "banquete dos cachorros". Reúnem grande quantidade de cães da região e lhes dão ótima e farta comida. Na ilha de Paquetá começou a ser construída, em 1698, pelo padre português Manoel Espinha, uma modesta igreja dedicada ao santo. Em 1700 foi aí organizada a primeira festa em honra de São Roque, com desfile de pescadores e barcos enfeitados com bandeiras, à semelhança das festas de São Pedro do Mar. Atrás desta igreja fica a romântica praia da Moreninha. De construção muito simples, tem como principal ornamento um grande quadro de São Roque, pintado por Pedro Bruno, um laureado artista ilhéu. Realiza-se nesse santuário a bênção dos cães. Dia de São Roque -- 16 de Agosto. *** Símbolos Nacionais No dia 18 de setembro se comemora o Dia dos Símbolos Nacionais. A República Federativa do Brasil tem três símbolos. A bandeira nacional foi projetada em 1889 por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, e foi desenhada por Décio Vilares. Assim como outros símbolos, a bandeira tem proporções exatas e não pode ser desenhada em padrão diferente. A esfera azul, com a escrição "Ordem e Progresso", representa o céu do Rio de Janeiro, às 8 horas e 30 minutos de 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da República. Em 1992, uma lei alterou a bandeira para que todos os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal fossem representados pelas estrelas. As cores também têm significado: o verde representa as florestas; o amarelo, as riquezas minerais; o azul, o céu; e o branco, a paz. A bandeira nacional sempre fica hasteada na praça dos Três Poderes, em Brasília. O selo nacional é um outro símbolo, representado pela mesma esfera da bandeira, mas com as palavras "República Federativa do Brasil", usado para autenticar atos do governo e diplomas expedidos por escolas oficiais. Outros símbolos são as armas nacionais, escudo redondo que fica sobre uma estrela de cinco pontas com o Cruzeiro do Sul sobre uma espada ao centro. As armas nacionais têm as inscrições "República Federativa do Brasil -- 15 de novembro de 1889". Dia dos Símbolos Nacio- nais -- 18 de Setembro. *** Primavera A poesia tem tudo a ver com a plumagem, o vôo e o canto, a veloz acrobacia dos peixes, as cores todas do arco-íris, o ritmo dos rios e cachoeiras, o brilho da lua, do sol e das estrelas, a explosão em verde, em flores e frutos. Início da Primavera -- 23 de Setembro *** O Rádio Em 25 de setembro é comemorado o Dia do Rádio. Você sabe como foi inventado esse meio de comunicação? Em 1864, o escocês James Clerk Maxwell criou a teoria de que as ondas eletromagnéticas se propagavam no espaço vazio. Em 1887, seu colega alemão Heinrich Rudolf Hertz construiu um circuito elétrico que comprovava a existência dessas ondas e que acabaram sendo batizadas de hertzianas. O francês Édouard Branly inventou o primeiro aparelho radiocondutor (1890) que permitia captar as ondas hertzianas, o que tornou possível a criação do telégrafo sem fio. Em 1896, Guglielmo Marconi instalou no Reino Unido o primeiro telégrafo sem fio que permite transmissões de mensagens a longa distância. O mesmo Marconi fez em 1901 a primeira transmissão transa- tlântica em código *Morse*. No dia 25 de dezembro de 1906, De Forest e Reginald Audrey Fesseden realizaram a primeira transmissão radiofônica. Em 1912, o *Titanic* enviou mensagens de socorro ao navio *Carpathia*, o que possibilitou o salvamento de 703 pessoas. A partir disso, todos os navios foram obrigados a instalar equipamento de rádio. Em 1919 é criada a primeira grande empresa norte-americana de telecomunicações, a *Radio Corporation of America* (RCA). Em 1925, é fundada nos Estados Unidos a União Internacional de Radiodifusão, encarregada de dividir as ondas em faixa de freqüências: ondas médias, curtas e longas. Em 1958, acontece a primeira transmissão via satélite. No Brasil, o padre Roberto Ladell de Moura inicia em Campinas as primeiras experiências com transmissão de rádio. A primeira emissora brasileira foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, inaugurada em 1923 por Roquete Pinto e Henrique Morize. Dia do Rádio -- 25 de Setembro *** São Francisco de Assis Nasceu na Itália, em 1182. Participou de uma guerra e ficou preso por um ano. Recebeu o chamado de Deus e passou a ajudar os pobres. Um dia, recusou-se a beijar a mão de um leproso e arrependeu-se. Renunciou a seus bens, vestiu um hábito e ficou numa capela, origem da Ordem Terceira dos Franciscanos. Morreu em 1226. Dia de São Francisco de Assis -- 4 de Outubro. *** O Avião O avião foi a última grande conquista no desenvolvimento dos meios de transporte. Com o tempo, as linhas aéreas alcançariam os lugares mais distantes de um país e chegariam a todos os países do mundo. Era um grande avanço para os meios de transporte, mas também um meio de aumentar a comunicação entre todos os povos. Dia da Aviação -- 23 de Outubro *** *Halloween* O *halloween* ou "Dia das Bruxas" é uma festa típica da Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, que aconteceu tradicionalmente no dia 31 de outubro. Crianças e adolescentes se vestem com fantasias de fantasmas, bruxas e outras bem assustadoras, e saem à noite para uma verdadeira coleta de guloseimas. Elas batem de porta em porta para pedir doces aos moradores. No Brasil, a festa já entrou para o calendário, promovida principalmente pelos cursos de inglês. O *halloween* foi criado pelo povo celta, que viveu nas ilhas britânicas cinco séculos a.C. Eles inventaram a festa para marcar o fim oficial do verão, o início do ano novo, término da última colheita, a renovação das leis, o retorno dos rebanhos e o armazenamento das provisões para o inverno. A festa tinha vários nomes como: *Samhain*, *Samhein*, *La Samon*, e Festa do Sol. Mas o que prevaleceu foi *Halloween*, adaptada de *All Hollows Eve*, que significa véspera do Dia de todos os Santos, comemorado em #,o de novembro. Quando as crianças chegam às casas, elas falam "travessuras ou gostosuras" e quem atende deve separar logo as gostosuras, para não ser surpreendido com uma travessura. Nos EUA, também se trocam presentes entre amigos. *Halloween* -- 31 de Ou- tubro. *** Eleições Nos tempos de nossos bisavós, já existia a democracia em alguns países da Europa e nos Estados Unidos da América. Os cidadãos podiam eleger aqueles que iriam representá-los no governo. As eleições iam-se tornando uma prática habitual, mas nem todos podiam votar. Em muitos países as pessoas pobres não tinham o direito de voto, e as mulheres não podiam votar em lugar nenhum. Dia das Eleições -- 15 de Novembro. *** O Soldado Desconhecido Duas guerras mundiais destruíram campos e cidades, levando a morte e a desgraça a milhares e milhares de famílias. Aplicou-se a tecnologia à guerra e se inventaram armas cada vez mais mortíferas. Na Primeira Guerra Mundial, foram bombardeados povoados e cidades da Europa. Na Segunda Guerra Mundial, as batalhas se estenderam a outros continentes e as descobertas sobre a estrutura do átomo foram aplicadas na fabricação de bombas atômicas. A primeira delas foi lançada sobre Hiroshima, cidade do Japão. A guerra é um pesadelo. Se houver outra guerra mundial poderá ser o fim da humanidade. Dia do Soldado Desco- nhecido -- 28 de Novembro. *** Combate à AIDS Acho importante explicar o que representa essa doença. Viver em um tempo em que existe uma doença como esta é muito chato, ainda mais para crianças e adolescentes, na idade de descobertas, curiosidades e dúvidas. O vírus HIV é o agente causador da AIDS e foi descoberto em 1979 pela equipe do professor Jean Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, na França. Sua sigla significa vírus da imunodeficiência humana. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 38,5 milhões de pessoas, entre homens, mulheres e crianças, estão vivendo com o HIV no mundo, sendo que, diariamente, 16 mil contraem o vírus. A maioria dos contaminados já tinha ouvido falar sobre as formas de se prevenir, e se considerava bem informada sobre AIDS, mas continuava a pensar que só outras pessoas pegam a doença. A infecção pelo HIV pode ocorrer durante as relações sexuais; pelo compartilhamento ou reutilização de agulhas e seringas contaminadas; de mãe soropositiva para o feto, e através de transfusões de sangue. A contaminação também pode ocorrer durante uma cirurgia que envolva transplantes de órgãos, ou inseminação artificial, se os doadores forem soropositivos; ou ainda por acidente de trabalho com profissionais da área de saúde. Qualquer pessoa está sujeita a contrair a doença, devendo tomar os devidos cuidados. Dia Mundial do Combate à

AIDS -- #,o de Dezembro *** Astronomia Em homenagem a Pedro II, imperador do Brasil e astrônomo amador, o dia 2 de dezembro, dia do seu aniversário, foi escolhido como Dia da Astronomia. A Sociedade Brasileira de Astronomia foi fundada em 1947 e deu a Pedro II o título de Patrono da Astronomia Brasileira. A Astronomia -- que lida com a origem, evolução, composição, distância e movimentação dos corpos e matérias dispersos no Universo -- é muito antiga. Desde 2000 a.C, os chineses já tinham escolas de Astrologia, contribuindo para a evolução da astronomia. Também grego, egípcios, muçulmanos, com poucos instrumentos e observação a olho nu, já usavam essa ciência. Muitos dos grandes cientistas e inventores foram astrônomos. Idéias como as dos filósofos gregos e astrônomos, Hiparco e Ptolomeu, de que a Terra era o centro do Universo, com planetas e estrelas em torno, duraram 14 séculos, até que Nicolau Copérnico, pai da Astronomia Moderna, as revolucionou, juntamente com Galileu Galilei. Galileu nasceu na Itália em 1564 e é um dos maiores cientistas da História. Criou a teoria de que todos os objetos, pesados ou leves, vão ao chão com a mesma velocidade, e aperfeiçoou o telescópio de refração, com o qual descobriu quatro luas de Júpiter, em 1610. Outro astrônomo e matemático, Johannes Kepler, contemporâneo dele, apoiou a teoria heliocêntrica de Copérnico, Sol no Centro e planetas à volta. Dia da Astronomia - 2 de Dezembro ***

Almirante Tamandaré No Brasil, a origem da Marinha de Guerra remonta à época colonial quando, ainda ligada à metrópole portuguesa, a esquadra teve uma grande atuação na defesa do Brasil contra as tentativas de invasão. Sua organização, entretanto, começou apenas em 1808, quando D. João VI mudou-se para o Brasil com a Corte Portuguesa. Foi a partir dos elementos deixados por D. João que, 14 anos depois, formou-se a Marinha do Brasil, a chamada "Esquadra da Independência". A esquadra, comandada por John Cochrane, desempenhou um importante papel nas lutas para a consolidação da independência, como foi o caso dos combates travados nas costas do Nordeste, na Província Cisplatina e na Confederação do Equador (PE). Foi nessa época que começou a surgir um herói, que mais tarde se tornaria o símbolo da Marinha Brasileira. Era Joaquim Marques Lisboa, o Almirante Tamandaré. Ele nasceu no Rio Grande do Sul, em 13 de dezembro de 1807, e aos dezesseis anos ingressava na Marinha que se formava. Como oficial ele participou de muitas batalhas, dentro e fora do Brasil, sempre se destacando por atos de bravura e pela sua seriedade e indiscutível vocação para o mar. Sua atuação foi decisiva em combates contra os revoltosos em episódios como a Setembrada (PE); Sabinada (BA), Cabanada (PA), Balaiada (MA) ou na Revolução Praieira (PE). Foi pela sua liderança na vitoriosa Batalha do Rio da Prata que recebeu, em 1867, a patente de Almirante, a mais alta da Marinha. Considerando-se um defensor do Império e amigo de D. Pedro II, ele desligou-se da Marinha em 1889, após a proclamação da República, e veio a falecer em 1897, no Rio de Janeiro. Por todos os seus feitos, o Almirante Tamandaré foi escolhido, em 1925, para ser o patrono da Marinha Brasileira. E é por isso que, no dia do seu aniversário, comemoramos o Dia do Marinheiro -- 13 de Dezembro *** O Presépio O primeiro presépio que se conhece está em um sarcófago, no Museu das Termas, em Roma. Com o passar dos anos, este tipo de representação do nascimento de Jesus, se popularizou. Aprenda o significado de cada figura. Os Anjos – São os que anunciam o nascimento do Senhor. Simbolizam a confirmação divina de que aquele menino era o Messias esperado. A estrela – conduziu os Reis Magos até o recém-nascido. Indica o local onde está o Menino-Deus, e o caminho para se chegar até Ele. A manjedoura – Segundo o Evangelho de Lucas, José não havia conseguido hospedagem na cidade para que sua esposa pudesse dar à luz, por isso abrigou-a junto aos animais. A manjedoura representa o coração humilde. Menino Jesus – Representa a forma simples que Deus escolheu para se manifestar aos homens. Maria – Simboliza a igreja, que aceita o chamado de Deus e o revela aos homens. José – Representa a história do Menino, sua família e suas origens. Boi – Simboliza os judeus que reconhecem Jesus como o Messias. Pastores – Primeiros habitantes de Belém chamados para ver o Menino. Como eram pobres e considerados pecadores, representam aqueles para os quais o Senhor se dedicou. Reis Magos – Gaspar, Baltazar e Belquior, os Reis Magos do Oriente, representam a convocação universal à salvação, ou seja, que o Salvador vem para todos os povos. Árvore – A primeira referência é do século XVI, na Alemanha. Segundo a tradição, Martinho Lutero, fundador do protestantismo, enfeitou um pinheirinho com velas acesas. O pinheiro, sempre verde, representa a esperança do cristão. O pinheiro enfeitado é o cristão em festa. Sinos – Simbolizam a mensagem alegre do nascimento de Jesus. São colocados em árvores de Natal, portas, mesas ou em qualquer outro lugar de destaque. Presentes – A tradição remete aos três Reis Magos que chegaram à manjedoura onde estava o Menino Jesus com ouro, incenso e mirra. O costume de dar presentes no Natal, porém, começou com São Nicolau, bispo da Igreja Católica na Ásia Menor. Velas – Simbolizam a presença de Cristo. As velas, que eram usadas para enfeitar os lares no Natal, foram aos poucos sendo substituídas por lâmpadas coloridas. Guirlanda -- Conhecida também como "coroa do advento", é geralmente colocada nas portas das casas quatro semanas antes do Natal. Simboliza a anunciação do nascimento de Cristo. Papai Noel – O velhinho de barbas brancas, bochechas rosadas e roupa vermelha, conduzindo um trenó puxado por oito renas, foi descrito pela primeira vez em 1822, pelo escritor inglês Clement Clark Moore, no poema A Noite Antes do Natal. O mito de Papai Noel ganhou um país de verdade: na Finlândia, na aldeia de Korvantunturi, com 30 mil habitantes, perto do Círculo Polar Ártico, o bom velhinho recebe quase um milhão de cartas de mais de 150 países, todos os anos. Mas há quem acredite que a figura de Papai Noel surgiu com o bispo São Nicolau, que viveu na Ásia Menor no século IV. O religioso costumava sair de madrugada pelas aldeias deixando brinquedos para crianças pobres, enquanto elas dormiam. São Francisco de Assis – Alguns atribuem ao santo a autoria do primeiro presépio. Porém, o que São Francisco fez foi uma espécie de encenação, reunindo em torno de uma manjedoura, um boi e um burro, os pobres e doentes de sua cidade, para celebrar o mistério do Natal, no ano 1223. Dia de Natal -- 25 de dezembro. :::::::::: O Dicionário Esclarece acessível: a que se pode chegar ou que se pode alcan- çar alçar: levantar anonimamente: que não tem o nome do autor apogeu: o ponto mais alto; o mais alto grau bugalhos: sementes de uvas e outros frutos contidos nas bagas bulbo ou bolbo: caule subter- râneo que acumula reservas nutritivas nas folhas ou no eixo central; exemplo: alho, cebola, etc. consolidação: ato de firmar; reafirmar; solidificar cordames: conjunto de cordas crepitava: estalava; pipocava democracia: a influência do povo no governo de um país distorção: alteração de sons produzido pelo desajuste dos aparelhos; defeito de lentes que tornam curvas as lentes retas encorpado: grosso; forte; ro- busto; desenvolvido; consis- tente enzima: proteínas com propriedades específicas fosso: cavidade em torno de fortificações impacto: choque; embate incidia: acontecia incredulidade: falta de crença inominável: revoltante; vil inoportuna: inconveniente laureado: homenageado mito: coisa ou pessoa fictí- cia; irreal monastério: mosteiro musas: tudo que inspira um poeta obstruções: interdições peritos: doutos; versados; há- beis; experimentados perseverança: persistência; constância pitoresca: engraçada; agradá- vel poente: que se põe; sol poente ponderação: reflexão ranheta: indivíduo impertinen- te; rabugento réplica: exemplares de uma obra de arte ou de objetos que não são originais singela: simples taciturna: tristonha; silen- ciosa velame: conjunto de velas de um navio versátil: que se move com fa- cilidade :::::::::: Fonte de Pesquisa Edição Melhoramentos Jornal do Brasil Jornal O Dia Jornal O Fluminense Livro Fragmento Livro Giroflê, Giroflá Livro Mamíferos Livro Viajando Através da História Revista Bons Fluidos Revista Coquetel Revista dos Curiosos Revista Superinteressante Revista Veja :::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores abaixo mencionados, que nos enviem seus endereços completos, pois suas revistas voltaram. 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