õieieieieieieieieieieieieieieo õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano XLII -- n.o 315 o õ Janeiro-Junho de 2003 o õ o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral o õ do IBC o õ Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ CEP 22290-240 o õ tel: (0xx21) 2543-1119 o õ Ramal 145 o õ o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o

Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O Jardineiro e a Árvore ::::::::::::::::: 1 Lenda da Sereia ::::::: 3 A Gansa que Punha Ovos de Ouro :::::::::: 4 Divertimentos: O que É, o que É? :::: 5 Só Rindo :::::::::::::: 8 Vamos Aprender: Quem É Impor- tante? :::::::::::::::::: 9 Para você Recitar: O Vizinho do Lado :::::::::::::::::: 12 Zoologando: Como a Aranha Faz uma Teia :::::::::::::: 14 Historiando: O Lápis Chorão :::::: 15 Seção Juvenil O Vovô Narra a História: Os Vikings ::::::::::: 18 Joana d'Arc :::::::::: 22 Conhecendo Nossos Escritores :::::::::::: 26 Leonardo Boff :::::::::: 27 Os Bichos da Antártica ::::::::::::: 27 Nosso Brasil: Anchieta :::::::::::::: 28 Como Surgiu o Costume de Apagar Velinhas ::: 30 O Que é a Caixa de Pandora ::::::::::::::: 31 Curiosidades :::::::::::: 33 Porque a Ferradura É Símbolo de Boa Sorte ::::::::::::::::: 36 Eco ou Vida??? ::::::::: 38 Ecoando: Verdes Vozes ::::::::: 39 Notas Breves ::::::::::: 40 Bichos Sabidos ::::::::: 41 Conhecendo o Mundo: A Cidade Sagrada :::: 46 A Fuga ::::::::::::::::: 47 A Morada no Céu ::::::: 50 Ameno e Instrutivo: Um Oásis ::::::::::::: 52 Aprendendo um pouco Mais :::::::::::::::::: 53 É Útil Saber: Desejo de Paz :::::::: 55 A Visita dos Reis Magos ::::::::::::::::: 56 Carnaval em Veneza ::: 58 Oração :::::::::::::::: 59 Uma Pequena História do Livro ::::::::::::: 60 Cultura É Herdada de Pai para Filho :::::: 64 Festa da Páscoa ::::: 65 Mãe Girafa :::::::::: 66 Meio Ambiente e Ecologia ::::::::::::: 67 Viviane :::::::::::::: 70 Quadrilha, Quentão, Fogueira :::::::::::: 71 O Dicionário Esclarece :::::::::::: 72 Fontes de Pesquisa :::: 74 :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O Jardineiro e a Árvore Flávia Muniz Era uma vez um jardineiro bem velhinho, que cuidava dos jardins de um lindo castelo. Todos os dias, ele molhava as flores, tirava os bichinhos das folhas, colocava terra onde fosse preciso. O resultado de todo esse carinho e cuidado foi que, em pouco tempo, aquele jardim ficou o mais bonito de toda a redondeza. Havia flores coloridas, perfumadas, e árvores de todos os tama- nhos, onde passarinhos adoravam fazer seus ninhos. Até que um dia, o jardineiro percebeu que aquele jardim não era igual aos outros. Ele era mágico! As plantas e as flores conversavam com ele. Foi assim que, ao plantar novas sementinhas, ouviu uma delas pedir: -- Por favor, jardineiro, plante-me longe daqui! Não quero ficar junto das outras sementes. Quero ficar lá longe, sozinha, pois sou semente de uma árvore majestosa, bonita, e desejo que minha beleza seja admirada por todos. O jardineiro, então, plantou essa sementinha bem longe das outras, no meio do campo, para que ela pudesse crescer e se desenvolver da maneira como desejava. O tempo passou. Das sementes plantadas pelo jardineiro, nasceram árvores que cresceram juntas em direção ao céu, formando um bosque belíssimo ao redor do castelo. Muitos pássaros fizeram seus ninhos naquelas árvores, os animais descansavam em suas sombras e, ao chegar a hora de dar frutos, todas as pessoas iam para junto delas colher, com alegria, o saboroso alimento. Já a árvore solitária, não tinha com quem dividir a água da chuva; então, seus galhos ficavam mais úmidos que o necessário. Ela não recebia sombra de nenhuma companheira, por isso, suas folhas queimavam nas tardes de muito sol. E, quando o vento e a chuva a balançavam pra lá e pra cá, a árvore solitária não tinha o apoio de outra árvore ao seu lado. E até seus frutos eram esquecidos, pois as pessoas não queriam caminhar tanto para colhê-los. O jardineiro, então, concluiu que tinha cometido um erro, ao plantá-la ali, tão longe, como ela havia pedido. Mas também percebeu que só dessa maneira a árvore solitária pôde realmente entender como era importante estar ao lado de outras árvores. *** Lenda da Sereia Sabem quem é Selene? É uma sereia de voz suave. Contam que, nas noites de luar, Selene sai do mar e sobe nas pedras. Aí, seu canto corta o silêncio da noite. Os pescadores, cansados e sonolentos, se deixam enfeitiçar pelo canto da sereia. Eles sonham em saber todos os segredos do mar. Acabam seguindo a sereia para o fundo das águas. Mas não se assustem. Tudo isso é somente uma lenda. *** A Gansa que Punha Ovos de Ouro Esopo Um homem possuía uma gansa que, toda manhã, punha um ovo de ouro. Vendendo esses ovos preciosos, ele estava acumulando uma grande fortuna. Quanto mais rico ficava, porém, mais avarento se tornava. Começou a achar que um ovo só, por dia, era pouco. "Por que não põe dois ovos, quatro ou cinco?" pensava ele. "Provavelmente, se eu abrir a barriga desta ave, encontrarei uma centena de ovos e viverei como um nababo." Assim pensando, matou a gansa, abriu-lhe a barriga e, naturalmente, nada encontrou. :::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. Quem é que vive caindo, mas nunca se machuca? R: A noite. 2. Qual a capital brasileira mais temida pelos coman- dantes de navios? R: Recife. 3. O que é que, sentado, fi- ca mais alto que em pé? R: O cachorro. 4. O que é, o que é? sendo feminino, está na marinha e, sendo masculino, está com o desenhista? R: Esquadra e esquadro. 5. Qual a diferença entre um grande investigador e uma lagartixa? R: Enquanto o investigador descobre os casos mais difí- ceis, a lagartixa fica co- mendo mosca. 6. O que tem a macarronada que a bananada também tem? R: Nada. 7. Qual a palavra mais usada pelos banqueiros? R: Juros. 8. O que é que faz a barba todo dia, mas não é homem? R: A gilete. 9. Qual o animal do campo que, tirando uma letra, fica um metal precioso? R: Touro. 10. Qual é o homem que, quan- do trabalha, deixa qualquer pessoa de boca aberta? R: Dentista. 11. Qual o termo gramatical mais desagradável para os apaixonados? R: A terceira pessoa. 12. Qual a semelhança entre um astronauta e um louco? R: Ambos vivem no mundo da lua. 13. Começa aqui, começa ali e acaba lá. O que é? R: A letra A. 14. O que é que o dono do canil faz quando briga com a mulher? R: Solta os cachorros. 15. Qual a parte da perna que as doceiras usam pra fazer quitutes? R: Canela. 16. O que é que, sendo femi- nino, está no engenho e, sendo masculino, está no revólver? R: A cana e o cano. 17. O que é, o que é? com L, a gente usa no bolso e, com L duplo, a gente usa na cama? R: O lenço e o lençol. 18. Onde é que o dente dói mais? R: Na boca. 19. Quando é que uma galinha sente dor de dente? R: Quando é mordida pelo cachorro. 20. Apesar de não ter pés, eu vivo de ir e vir. Quem sou eu? R: Serrote. ***

Só Rindo Quase Certo -- Uma garotinha correu da escola para casa, a fim de contar à mãe que havia ganho o prêmio de estudo da natureza. -- A professora nos deu um teste. Disse. -- Tudo dependia da última pergunta: "Quantas pernas tem o avestruz?" Eu respondi três. -- Mas o avestruz tem duas pernas. Disse a mãe. -- É. -- Concordou a menina. -- mas fui eu quem chegou mais perto. Joãozinho está no quintal cavando um buraco, quando o vizinho vê a cena e pergunta: -- O que você está fazendo, Joãozinho? -- Vou enterrar meu peixinho dourado que morreu... -- Mas esse buraco está grande demais para um peixinho. E o menino retruca: -- É que o danado está dentro da barriga do seu gato! -- Então, Ricardo, você já perguntou à vizinha que horas são? -- São seis horas. -- Como é possível que sejam seis horas?! -- A vizinha disse que eram onze menos cinco! A Maior Invenção Moderna -- A professora estava dando uma aula sobre as invenções modernas. -- Algum de vocês é capaz de mencionar algo importante que não existia há cinqüenta anos? Perguntou. Um garoto muito vivo, sentado à frente, levantou a mão, pressuroso, e disse: -- Eu! :::::::::: Vamos Aprender Quem É Importante? Certo dia, num caderno, Numa página interna Deu-se a grande reunião Dos sinais de pontuação, Para decidir, no ins- tante, Qual o que é mais impor- tante. Chegou correndo, afobadão, O Ponto de Exclamação, Bufando, muito excitado, Entusiasmado ou assustado. -- Socorro! -- Viva! -- Saravá! -- Dá o fora! -- sempre a berrar! E logo, todo sinuoso, A rebolar-se, entrou, pimpão, O enxerido e mui curioso Dom Ponto de Interrogação: -- Quem é? -- Por quê? -- Aonde? -- Quando? -- ele vive per- guntando... E vêm as Vírgulas dengosas, Muito falantes, muito prosas, E anunciam: -- Nós meninas Somos as pausas pequeninas, Que, pelas frases espalhadas, São sempre tão solicitadas! Mas já chegam os Dois- -Pontos. Ponto-e-Vírgula, e pronto! Tem início a discussão, Que já dá em confusão: -- Sem por cima ter um ponto, Vírgula é sinal bem tonto! -- Ponto-e-Vírgula declara, Arrogante, e fecha a cara. -- Essa não! Tenha paciên- cia! -- Intervêm as Reticências -- Somos nós as importantes, Tanto agora como dantes: Quando falta competência, Botam logo... Reticências! Mas Dois-Pontos protestou: -- Importante eu é que sou! Eu preparo toda a ação E a e-nu-me-ra-ção!... -- É aqui que nós entramos! Nós, as Aspas, e avisamos: Sem nossa contribuição Não Existe citação! Dois-Pontos e Travessão Já se enfrentam, mas então, Bem na hora, firme e pronto Se apresenta o Senhor Pon- to: -- Importante é o meu sinal. Basta. Fim. Ponto Final. :::::::::: Para você Recitar O Vizinho do Lado Pedro Bandeira Não suporto o meu vizinho! Imagine que o danado, com a cara mais lavada passa pela minha frente como se eu não fosse nada. Não suporto o meu vizinho! Roda pelo bairro todo, sem prestar nem atenção e se esquece que uma vez lhe emprestei o meu pião. Não suporto o meu vizinho! É um moleque egoísta, pedalando assim a esmo, não quer nem saber dos ou- tros, pois só pensa em si mesmo. Não suporto o meu vizinho! Se eu pudesse, agora mesmo me mudava da cidade, ou melhor: mudava ele pra bem longe, na verdade. Não suporto o meu vizinho! Ele tem cara de bolo, de embrulho sem barbante, de bocó e de pateta! Ah, moleque feio e tolo! Pensa que é muito importante só porque tem bicicleta. Não suporto o meu vizinho! Eu só vou mudar de idéia de uma forma bem completa, se o danado do vizinho me emprestar a bicicleta... :::::::::: Zoologando Como a Aranha Faz uma Teia Para fazer uma teia entre duas árvores, a aranha sobe até um ponto da vegetação e, com o abdômen virado para o espaço livre, produz um fio que é arrastado pelo vento. Quando o fio se prende a uma outra árvore e a aranha sente que ele não está mais sendo puxado pelo vento, ela o fixa no local em que está, de maneira que fique bem estirado. Em seguida, a aranha caminha por essa ponte, de um lado para o outro, ao mesmo tempo que produz novos fios para reforçá-la. A aranha é capaz de direcionar o seu fio para onde quiser. Para isso, ela possui pêlos especiais, que percebem a direção do vento, além dos mais leves deslocamentos de ar. As aranhas conseguem se deslocar no ar como pipas atadas a uma linha. Filhotes de aranhas, os aranhiços, e aranhas adultas de tamanho pequeno usam o seguinte recurso: ficam num ponto alto da vegetação e produzem um fio curto. Como os fios das aranhas são constituídos de vários fios muito mais finos, estes se separam por ação do vento, formando uma espécie de pára- -quedas que o vento pode car- regar. :::::::::: Historiando O Lápis Chorão Pedro Bandeira Hora de fazer a lição. Quando Laurinha abriu o estojo para pegar o lápis, ouviu uma vozinha desesperada. Era a voz do lápis, que estava tremendo, apavorado. -- Não, não, não! Não me tire daqui! Tenho de ficar escondido, senão ela me encontra! -- Ela? Mas quem é ela? Perguntou Laurinha. -- Ela me persegue, ela quer acabar comigo! Não me deixa fazer nada, destrói tudo o que eu fiz com o maior esforço... O pobre lápis queixava-se e derramava lágrimas de grafite. -- Assim não é possível viver, assim não dá pra trabalhar. Eu sou um fracassado... E a culpa do meu fracasso é dela! Laurinha espantou-se com aquele "ela". Parecia até que o lápis estava falando da terrível bruxa da "Branca de Neve". Será que tem bruxa no mundo dos lápis? -- Mas quem é ela? O que ela faz de tão terrível? -- Ela me persegue, destrói tudo o que eu faço. Por mais que eu capriche, lá vem ela atrás, apagando tudo o que eu fiz com tanto esforço! Você não sabe como é duro, como dói na alma olhar para trás e ver que tudo o que a gente escreveu foi apagado cruelmente pela impiedosa! -- Você... Você quer dizer... quer dizer que está com medo da borracha? -- Psiu, não fale esse nome. Não chame a desalmada, senão ela aparece! Laurinha sorriu e resolveu acalmar o lápis. -- Ora, lápis, não é você que erra. Sou eu! -- Você? -- Eu e só eu. Mas é melhor apagar em tempo um erro que a gente cometeu do que deixar que ele seja descoberto pela professora. E, depois, nem sempre o que a gente apaga são erros. São coisinhas que até podem estar certas, mas a gente quer fazer melhor, quer deixar mais bonito! -- É? -- Quando a gente erra, ela é muito necessária. Sem ela, a gente não teria o direito de se arrepender, de pensar duas vezes. E a gente tem o direito de errar, não acha? A gente tem de experimentar sem medo, a gente tem o direito de voltar atrás. É errando que a gente busca acertar, no final! Aos poucos, o lápis foi ficando calmo e, logo, Laurinha pôde começar a fazer as lições. E a apagar os pequenos errinhos, até tudo ficar bem lindo, lindo mesmo! :::::::::: O Vovô Narra a História Os Vikings No início da Idade Média, havia muitas levas migratórias por toda a Europa. Três desses povos – os fineses, os escandinavos e os teutões, que eram divididos em raças como saxões, anglos e danos – estabeleceram-se em terras onde hoje ficam a Finlândia, a Suécia, a Noruega e a Dinamarca. Com o tempo, a região desses quatro países ficou conhecida como Escandinávia, que é composta pela península escandinava e a Ju- tlândia (Dinamarca). Mas, ao contrário do que se pensa, nem todos ali eram vikings. Apenas os escadinavos da Noruega e os danos das ilhas Bálticas e da Jutlândia eram vikings. Mais que um povo, um ideal – Apesar de falar uma mesma língua, o escandinavo arcaico, e ter o mesmo alfabeto, o rúnico, os vikings nunca formaram uma nação. As sociedades eram estratificadas da seguinte forma: No topo, o rei, que tinha poder absoluto, quando o assunto era a guerra e as terras dominadas. A seguir, vinham os karls, grandes proprietários de terra. Jarls: o povo, pequenos proprietários, comerciantes e agricultores. Por fim, os thralls, que eram os escravos, prisioneiros de batalhas ou condenados por dívidas e crimes. Na maioria dos povoados viviam entre 50 e 500 pessoas. Elas tinham pequenas fazendas, desenvolvidas às margens de lagos, rios ou dos fiordes. Havia agricultores, pescadores, artesãos e soldados. Grandes cidades foram fundadas, como Oslo, capital da Noruega, e Hedeby, na Dinamarca. Em uma mesma casa, de um só cômodo, viviam várias famílias: irmãos com suas respectivas esposas, filhos e descendentes. O telhado era coberto por turfa, uma espécie de grama que protegia contra o frio. O dono da casa tinha um trono no qual só ele podia sentar-se. Uma lareira central, com saída no meio do telhado, aquecia o ambiente. Os vikings desenvolveram embarcações que lhes permitiam navegar tanto em águas profundas e agitadas como ancorar em praias e rios rasos, para atacarem os lugares. Possuíam velas listradas ou em xadrez. As embarcações eram longas, estreitas e com quilhas. Assim, pouco penetravam na água. Só se usava remo quando não havia vento. Havia dois tipos: Drakkar: usada nas guerras, transportava cerca de quarenta homens. Cada um deles ia sentado sobre suas armas, armazenadas em um pacote que lhes servia de assento, e conduzia um remo. O último homem cuidava do leme. Knorr: utilizada para o transporte e o comércio, era maior e mais larga que a drakkar. Carregava produtos, gado e a população, quando mudava de colônia. Tanto as drakkar quanto as knorr traziam na proa cabeças de dragões ou de serpentes do mar. Assim, os vikings acreditavam que estariam protegidos de perigos imaginários. Como a região da Escandinávia é fria, o que torna difícil a vida do homem, os vikings aprendiam desde cedo a caçar com cães, atirar flechas e lutar com espadas. As lutas à moda romana e os desafios – como escaladas de rochas – eram uma forma de diversão. Por isso, tornaram-se guerreiros. À medida que desciam para regiões mais ao sul, nas atuais França e Escócia, por exemplo, deparavam-se com os habitantes locais e, nas lutas para dominá-los, invadiam cidades e mosteiros. Na costa e nas ilhas Britânicas, os mosteiros eram os alvos preferidos, desde os primeiros ataques do final do século VIII. Além de não serem tão protegidos quanto as cidades medievais, guardavam tesouros da Igreja Católica e vinho, muito apreciado em regiões frias. E esse hábito de atacar mosteiros fez com que a Igreja os tratasse como legítimos enviados do inferno ou bárbaros. Em meados do século XII, foram dominados e convertidos ao cristianismo. *** Joana d'Arc Nasceu em Domrémy, na França, em 1412. Filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, simples camponeses, nunca aprendeu a ler ou escrever, como era comum entre os jovens daquela época. Extremamente piedosa, Joana afirmava ouvir vozes divinas que lhe ordenavam libertar Orléans do jugo inglês. Apoiada na crença do povo, conseguiu chegar à presença do rei Carlos VII, em Chinon, no dia 23 de fevereiro de 1429. Anunciou-lhe que sua missão era fazer sagrá-lo e coroá-lo rei da França, em Reims. Após submetê-la a alguns testes, Carlos VII ordenou que lhe fornecessem equipamento militar e uma espada. Inicialmente os comandantes fran- ceses relutaram em obedecer- -lhe. Entretanto, quando perceberam que tudo dava certo quando seguiam suas ordens, decidiram acompanhá-la. Em 1429, à frente do exército real, Joana penetrou em Orléans e, no dia 8 de maio os ingleses levantaram o cerco daquela cidade. Joana, sempre à frente de seu fiel exército e empunhando um estandarte em que ostentava a flor-de-lis, obteve, ainda, quatro outras vitórias: Jargeau, Meuny, Beaugency e Patay. Conquistou a cidade de Reims, onde finalmente, Carlos foi coroado rei da França. Com a coroação de Carlos VII, acabou a missão de Joana. Parou de ouvir as vozes e queria voltar à sua terra natal, Domrémy, mas o rei não a deixou partir. Joana tentou ainda um ataque contra Paris, em mãos dos ingleses. A investida não logrou êxito e Joana foi gravemente ferida. Retornando à batalha, foi capturada pelos borguinhões, aliados franceses da Inglaterra, em Compiègne, em maio de 1430. Vendida aos ingleses por mil francos, Joana foi julgada como bruxa e herética, continuou afirmando, até o fim, que suas visões e vozes eram de origem divina. Foi condenada à morte na fogueira, e a sentença foi cumprida em 30 de maio de 1431, na praça da cidade de Rouen, sendo suas cinzas jogadas no rio Sena. Em 1456, ela foi inocentada pelo Papa Calisto III e, em 1909, foi beatificada por Pio X, sendo canonizada, em 1920, pelo Papa Bento XV. O dia de sua morte é celebrado em toda a França. Joana d'Arc, santa da Igreja Católica, exemplo de mulher e guerreira, heroína nacional da França, símbolo da luta pela liberdade! ***

Conhecendo Nossos Escritores Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) Nasceu em Jatobá, no Maranhão, e desde cedo se dedicou aos estudos. Aprendeu Latim, Francês e Filosofia, o que lhe permitiu sonhar com estudos na Europa. O pai, comerciante português, mandou-o para Coimbra, como era hábito à época. Gonçalves Dias escreveu, em Portugal, "Canção do Exílio", que o notabilizaria no futuro. Fez diversas viagens ao exterior. Já doente, voltou à Europa para ser operado e faleceu no dia 3 de novembro de 1864, vítima de naufrágio. Obras: "Primeiros Cantos" (1847); "Sextilhas de Frei Antão" (1849); "Os Cantos e o Dicionário da Língua Tupi" (1857). Tradutor de "A Noiva de Messina", da obra de Schiller. :::::::::: Leonardo Boff "Deixamos de nos cuidar porque a cultura nos leva para fora de nós mesmos. Precisamos fazer uma correção de rota e cuidar não apenas da musculação, do bronzeado, da celulite, do cabelo, do que é estético, mas de nosso imaginário, de nossa alma, de nossos sonhos, de nossa ética, de nossa espiritualidade. É isso que traz plenitude e paz." :::::::::: Os Bichos da Antártica O continente branco pode parecer inóspito, mas na verdade abriga numerosas formas de vida. Os vegetais se desenvolvem mais na Península Antártica -- há muitas espécies rasteiras, liquens e mesmo plantas floridas. Também a vida animal é mais abundante nas bordas do continente -- em seu encontro com o oceano. As águas frias da região são um prato cheio para o desenvolvimento das algas, importante elo da cadeia alimentar. Elas servem de comida, por exemplo, para o krill, um tipo de microcamarão que existe em escala de bilhões no oceano. Peixes, pingüins e focas tam- bém o consomem. Até as maiores baleias, como a azul, que pode pesar 85 toneladas, precisam de toneladas de krill para se manter vivas. Todos esses animais antárticos contam com diferentes mecanismos orgânicos para resistir ao frio. Os peixes, por exemplo, são dotados de um anticongelante em seus fluidos. Focas, baleias e pingüins contam com uma camada grossa de gordura para protegê-los. :::::::::: Nosso Brasil Anchieta Uma das primeiras cidades do Brasil, Anchieta preserva monumentos construídos há mais de 400 anos, idealizados pelo Padre José de Anchieta, que fundou o povoado em 1565. Nos últimos dez anos de sua vida, de 1587 a 1597, Padre Anchieta desenvolveu intensa atividade na região. O legado do padre espanhol é representado pelo Santuário Nacional do Beato Anchieta, onde fica a Igreja de Nossa Senhora de Assunção, construída em 1604 por índios catequizados, que utilizaram pedras e blocos de recifes presos com argamassa de óleo de baleia. No Santuário fica também o Museu Nacional de Anchieta, com móveis, peças sacras, roupas e livros, muitos dos quais pertenceram ao jesuíta. No museu encontra-se uma parte do osso da tíbia do Padre Anchieta. Uma boa oportunidade para conhecer lugares históricos é a caminhada religiosa dos Passos de Anchieta, considerada a quarta do mundo. As outras são: Santiago de Compostella, na Espanha; Terra Santa, Palestina; e o Vaticano, em Roma. São 105 km a pé, por três dias, de Vitória a Anchieta, passando por Vila Velha, Guarapari e Ponta da Fruta, trajeto que era feito por Pa- dre Anchieta. A caminhada cruza com igrejas e monumentos históricos, como a Igreja do Rosário, a mais antiga do estado, e o Convento da Penha, ambos em Vila Velha. Foi instituída há três anos, com a criação da Associação Brasi- leira dos Amigos dos Passos de Anchieta (ABAPA). :::::::::: Como Surgiu o Costume de Apagar Velinhas? Foi na Grécia Antiga, em homenagem a Artêmis, deusa da caça, reverenciada no sexto dia de cada mês. Segundo a mitologia, essa divindade era representada pela Lua, a forma pela qual protegia a Terra. O bolo redondo, coberto de velas acesas, simbolizava a lua cheia. O mesmo costume reapareceu, não se sabe como, entre os camponeses alemães do século XIII, que inventaram a *kinderfeste* festa infantil. Essa comemoração começava ao raiar do dia, quando as velas eram acesas e a criança acordava com a chegada do bolo. Havia sempre uma vela a mais do que a idade da criança, significando a luz da vida. O aniversariante tinha de apagar todas as velinhas de uma só vez, fazendo um pedido, que só se realizaria se fosse mantido em segredo. :::::::::: O que É a Caixa de Pandora É um mito grego que narra a chegada da primeira mulher à Terra e, com ela, a origem de todas as tragédias humanas. Essa história chegou até nós por meio da obra, "Os Trabalhos e os Dias", do poeta grego Hesíodo, que viveu no século VIII a.C. De acordo com a obra, o Titã Prometeu presenteou os homens com o fogo para que dominassem a natureza. Zeus, o chefão dos deuses do Olimpo, que havia proibido a entrega desse dom à humanidade, arquitetou sua vingança criando Pandora, a primeira mulher. Antes de enviá-la à Terra, entregou-lhe uma caixa, recomendando que ela jamais fosse aberta. Dentro dela, os deuses haviam colocado um arsenal de desgraças para o homem, como a discórdia, a guerra e todas as doenças do corpo e da mente -- mas um único dom: a esperança. Vencida pela curiosidade, Pandora acabou abrindo a caixa, liberando todos os males no mundo -- mas a fechou antes que a esperança pudesse sair. Essa metáfora foi a maneira encontrada pelos gregos para representar, num enredo de fácil compreensão, conceitos relacionados à natureza feminina, como a beleza, a sensualidade e o poder de dissimulação e de destruição. :::::::::: Curiosidades Qual é a origem do aplauso? -- O ato de bater as palmas das mãos em sinal de aprovação, tem origem desconhecida, mas existe há, pelo menos, 3.000 anos. Nessa época, o gesto era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de diversos povos como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No te- atro clássico grego, tornou- -se, então, a forma pela qual os artistas pediam à platéia que invocasse os espíritos protetores das artes. O costume chegou ao Império Romano, onde passou a ser comum nos discursos políticos. Preocupado com a repercussão de suas aparições públicas, o imperador Nero carregava uma claque com mais de 5 mil soldados e cavaleiros. Dali, o costume espalhou-se para o resto do mundo. Nos séculos XVIII e XIX, quase todos os teatros de Paris contratavam pessoas que tinham uma única função na platéia: aplaudir. O truque continua utilizado até hoje pelas emissoras de TV, especialmente em programas de auditório. Agora, bater palmas para marcar o ritmo de uma música é, provavelmente, um costume muito mais antigo. *** Elefante Branco Por serem raros, a corte do rei Sião, determinava que os seus donos só lhes dessem os melhores alimentos. Conse- qüentemente, sempre que um cortesão incorria no desagrado do monarca, este anunciava que, como prova de afeto, iria oferecer-lhe um elefante branco. O cortesão tinha de optar entre insultar o rei, recusando a oferta, ou ficar arruinado com o sustento do animal. Os cortesãos desafortunados punham-se rapidamente em fuga, tal como o rei pretendia. Por isso, "elefante branco" signi- fica algo inútil e oneroso. *** Você Sabia? Que mais girafas machos são devoradas por leões do que girafas fêmeas? As fêmeas comem as folhas das árvores que estão à altura dos seus olhos, e os machos preferem as que estão acima da cabeça. Por isso, as fêmeas têm mais chances de avistar o predador de longe. *** Gelatina Ela é feita de uma proteína animal chamada colágeno, tirada, quase sempre, do couro do boi. O processo inicia-se com a preparação das raspas dessa pele. Depois vêm as etapas de extração, filtragem, concentração, esterilização, secagem e moagem. O resultado é um pó incolor, com aplicações não só na indústria de alimentos, como na farmacêutica e outras. *** E Assim Surgiu a Expressão *O.K.* Durante a Guerra de Secessão, nos Estados Unidos, quando as tropas voltavam para o quartel, após uma batalha, sem nenhuma baixa, escreviam numa placa imensa: *0 Killed*, nenhum morto. Daí surgiu a expressão *O.K.* para indicar que tudo está bem. :::::::::: Porque a Ferradura É Símbolo de Boa Sorte Há registros de que esse objeto era considerado um amuleto poderoso desde a Grécia Antiga. Primeiro, porque era feito de ferro, elemento que os gregos acreditavam proteger contra todo mal. Além disso, seu formato lembrava a Lua Crescente, símbolo de fertilidade e prosperidade. Os romanos, herdeiros de boa parte das tradições gregas, adotaram também essa superstição e a passaram adiante. Os cristãos europeus, por sua vez, creditam sua origem a São Dunstan de Canterbury (924-988), monge e arcebispo inglês, conhecido como grande estudioso da metalurgia, tendo aperfeiçoado as técnicas de fabricação de sinos, além de ser músico e pintor. Segundo a lenda, Dunstan teria colocado ferraduras no próprio demônio e somente as retirou depois de ouvir a promessa do capeta de que nunca mais se aproximaria do objeto. A tradição manda colocar a ferradura no alto da porta, com as pontas viradas para cima, senão a sorte vai embora. Mas há países, como a Espanha, em que se acredita que a ferradura deve apontar para baixo, para que a sorte se espalhe por toda a casa. :::::::::: Eco ou Vida??? Um menino e seu pai caminhavam pelas montanhas. De repente, o filho cai, machuca-se e grita: -- Aaai! Para sua surpresa, escuta a voz se repetir, em algum lugar da montanha: -- Aaai!!! Curioso, pergunta: -- Quem é você? Recebe como resposta: -- Quem é você? Contrariado, grita: -- Seu covarde!!! Escuta, como resposta: -- Seu covarde!!! Olha para o pai e pergunta, aflito: -- O que é isso? O pai sorri e fala: -- Meu filho, preste atenção. Então o pai grita em direção à montanha: -- Eu admiro você! A voz responde: -- Eu admiro você!!! De novo o homem grita: -- Você é um campeão! A voz responde: -- Você é um campeão!!! O menino fica espantado, não entende. Então o pai explica: -- As pessoas chamam isso de Eco, mas, na verdade, isso é a Vida. Ela lhe dá de volta tudo o que você diz ou faz. Nossa vida é simplesmente o reflexo das nossas atitudes. :::::::::: Ecoando Verdes Vozes Maria Dinorah Escutem as vozes no meio dos ramos: sabiás, tico-ticos, pardais, gaturamos... Escutem dos rios os risos chegando, das águas correndo, das pedras cantando! Escutem os grilos crilando seresta nos vãos das janelas das horas em festa! Escutem! Escutem! Com pressa e vagar! Há monstros humanos fazendo-os calar! E se eles calarem num frio de repente, quem vai pintar sonhos nos sonhos da gente?! :::::::::: Notas Breves Não perca tempo. Não fuja ao dever. Respeite os compromissos. Sirva quanto possa. Ame intensamente. Trabalhe com ardor. Ore com fé. Fale com bondade. Não critique. Observe construindo. Estude sempre. Não se queixe. Plante alegria. Semeie paz. Ajude sem exigências. Compreenda e beneficie. Perdoe quaisquer ofensas. Atenda à pontualidade. Conserve a consciência tranqüila. Auxilie generosamente. Esqueça o mal. :::::::::: Bichos Sabidos César Ades Sabedoria? Algo que os animais têm de sobra. Eles sabem escolher a comida certa, construir uma casa, fugir dos predadores, encontrar o parceiro certo... Já nascem sabendo fazer tudo isso? Ou aprenderam?! O conhecimento de que os animais necessitam para tomar atitudes importantes no dia-a- -dia pode aparecer muito cedo. Os filhotes acabaram de nascer e já sabem um bocado. Quando a gaivota traz peixe para alimentar os filhotes, as gaivotas recém-nascidas já sabem como pedir: bicam uma mancha vermelha no bico amarelo da mãe. Ela entende o sinal e oferece a comida. As tartarugas marinhas, quando saem do ovo, não têm a mãe por perto para ensinar- -lhes o que fazer. Mas elas sabem andar e logo descobrem a direção do mar, para onde correm com toda a velocidade que suas patinhas permitem. E o motmot? Essa ave tropical sabe que deve fugir da cobra-coral e é capaz de reconhecer as cores dessa serpente sem nunca tê-la visto. Como os cientistas sabem disso? Eles pintaram uma pequena vara com anéis amarelos e vermelhos, as cores da cobra-coral, e botaram na gaiola em que o motmot é criado no laboratório. A ave nunca se aproxima da varinha. Mas, quando ela é pintada de verde e azul, o motmot brinca com ela. Pois é, os animais, às vezes, parecem que nasceram sabendo fazer algo. Esse tipo de comportamento é chamado de "comportamento instintivo". Você não precisa estar perto de um filhote de tartaruga ou de gaivota para ver isso. Basta pôr, por exemplo, um *hamster*, criado em gaiola e que nunca teve contato com areia, num aquário cheio de areia. Sabe qual será a primeira atitude? Fazer um túnel. O *hamster* irá criar um túnel, onde irá se esconder, como fazem os *hamsters* que vivem na natureza. A sabedoria instintiva é muito importante para os animais. Sem ela, os bichos não sobreviveriam por muito tempo. Mas a esperteza deles não pára por aí. Os animais também aprendem, como nós. Com uma diferença: eles não precisam ir à escola. Ou melhor, cursam a escola da vida. Os animais aprendem ao observar como os seus pais agem, ou tentando fazer algo por conta própria. Patos e gansos recém-nascidos, por exemplo, seguem a mãe quando ela sai do ninho, andando em fila, um atrás do outro. Mas... como sabem quem é a mãe deles? O cientista austríaco Konrad Lorenz mostrou que eles aprendem a reconhecer a mãe pelo contato, isto é, ao vê-la assim que nascem. Certa vez, o pesquisador fez um teste: quando uma ninhada de gan- sos saiu do ovo, Lorenz aproximou-se de tal forma que ele foi a primeira coisa que os gansinhos viram. Os filhotes aprenderam a reconhecer o ci- entista e o seguiam, como se e ele fosse a mãe deles. Os chimpanzés, que vivem na Costa do Marfim, no Sul da África, são mestres na arte de quebrar nozes. Eles usam paus e pedras como instrumentos para abri-las. O chimpanzé mãe martela a noz com um pau ou uma pedra, sob o olhar atento dos jovens chimpanzés. Eles comem a noz que recebem da mãe e logo tentam abrir a noz como ela. Até que pegam o jeito e abrem as nozes por conta própria. As tartarugas marinhas vivem nos quatro cantos do mundo. Mas fazem uma fantástica viagem, de continente para continente, para voltar à praia onde nasceram e botar seus ovos. E não são as únicas a fazer longas viagens. Quando o outono chega no Canadá, vem acompanhado pelo frio. Então, milhões de borboletas-monarca voam até as florestas do México, a quilômetros de distância, onde encontram um clima mais quente. Como os animais que migram conseguem fazer viagens tão longas sem se perder e encontram o local exato onde desejam ficar? Aí está um mistério que os cientistas ainda querem desvendar. :::::::::: Conhecendo o Mundo A Cidade Sagrada Machu Picchu era a principal cidade sagrada dos incas. Por este motivo, foi mantida em segredo pelo povo nativo, sendo desconhecida dos colonizadores espanhóis que invadiram o que hoje é o Peru, há 500 anos. Todo o povo inca pereceu diante dos europeus, mas estes jamais se aproximaram da Vila de Pedra, formada por 232 casas. No final do período inca, cerca de 800 pessoas, a maioria mulheres que fugiam do massacre espanhol, moravam em Machu Picchu. Encravada nas montanhas dos Andes, a cidade foi esquecida e, durante 400 anos, ninguém soube de sua existência. Em 1911, o explorador americano Hiram Bingham encontrou a cidade quase toda coberta por uma floresta. Depois da retirada das árvores, foram encontradas, praticamente intactos, templos, fontes, casas, jardins, relógios de pedra e calendários astronômicos, provando o grau de avanço científico da civilização inca. A cidade sagrada dos incas recebe cerca de mil visitantes por dia, o que a torna o prin- cipal pólo turístico do país. :::::::::: A Fuga Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal. -- Pára com esse barulho, meu filho. Falou, sem se voltar. Com três anos já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira. -- Pois então pára de empurrar a cadeira. -- Eu vou embora. -- foi a resposta. Distraído, o pai não reparou que ele juntava... suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave, metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante. De repente, o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão: -- Viu um menino saindo desta casa? -- gritou para o operário que descansava diante da obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio. -- Saiu agora mesmo com uma trouxinha -- informou ele. Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, cami- nhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e -- saíra de casa prevenido -- uma moeda de 1 real. Chamou-o, mas ele apertou o passinho, abriu a correr em direção à avenida. -- Meu filho, cuidado! O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como a um animalzinho. -- Que susto você me passou, meu filho -- e apertava-o contra o peito, comovido. -- Deixa eu descer, papai. Você está me machucando. -- Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai. -- Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala -- tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa. -- Fique quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando. -- Fico, mas vou empurrar esta cadeira. E o barulho recomeçou. :::::::::: A Morada no Céu Um homem muito rico morreu e foi recebido no céu. O anjo guardião levou-o por várias alamedas e foi mostrando-lhe as casas e moradias. Passaram por uma linda casa com belos jardins. O homem perguntou: "Quem mora aí?" O anjo respondeu: "É o Raimundo, aquele seu motorista, que morreu no ano passado". O homem ficou pensando: "Puxa! O Raimundo tem uma casa dessas!" Aqui deve ser muito bom! Logo a seguir surgiu outra casa ainda mais bonita. "E aqui, quem mora?" Perguntou o homem. O anjo respondeu: "Aqui é a casa da Rosalina, aquela que foi sua cozinheira." O homem ficou imaginando que, tendo seus empregados magníficas residências, sua moradia deveria ser, no mínimo, um palácio. Estava ansioso por vê-la. Nisso o anjo parou diante de um barraco construído com tábuas e disse: "Esta é a sua casa!" O homem ficou indignado. "Como é possível? vocês sabem construir coisa muito melhor." "Sabemos." Respondeu o anjo. "Mas nós construímos apenas a casa. O material são vocês mesmos que selecionam e nos enviam lá de baixo. Você só enviou isso!" Moral da história: Cada gesto de amor e partilha é um tijolo com o qual construímos a eternidade. Tudo se decide por aqui mesmo, nas escolhas e atitudes de cada dia. Não devemos dizer a Deus que temos grandes problemas, mas dizer aos problemas que

temos um grande Deus... :::::::::: Ameno e Instrutivo Um Oásis Oásis é uma palavra de origem egípcia. Eram as ilhas de vegetação habitadas pelo homem, perdidas no deserto da Líbia. A palavra genera- lizou-se, sendo aplicada a qualquer ilhota de vegetação e vida num deserto. Correspondem aos lugares onde o lençol de água subterrânea aflora à superfície ou onde se acumulam as águas superficiais que caem das montanhas. Os oásis do deserto de Saara, na África, possuem vegetação característica, onde sobressai a tama- reira. :::::::::: Um Atalho de 10 mil Quilômetros Quando, em 1869, se abriu o canal de Suez, ao cabo de uma década de escavações, em que trabalharam 1,5 milhão de homens, milhares dos quais até a morte, surgiu a oitava maravilha do mundo. Seus meros 160 quilômetros encurtaram em 10 mil quilômetros a passagem marítima entre Europa e Índia. Não era mais preciso circunavegar a África. Em pouco tempo, boa parte da riqueza das nações passava pelo canal. Curiosamente, os ingleses deixaram o controle para um consórcio franco- -egípcio. Perceberam a tempo o papel vital do canal e recompraram as ações do Egito. Uma comissão anglo-francesa dirigiu o canal até 1956, quando o então presidente egípcio Gamal Abel Nasser o expropriou. *** Aprendendo um Pouco Mais A Grécia era a terra dos deuses, a Alemanha era a terra dos vampiros, mas, em matéria de castelos mal-assombrados, a Escócia ainda é a tal. Um dos mais conhecidos é o de Holyrood, que foi residência, por algum tempo, da rainha Mary Stuart. Em 1560, bela e com apenas dezoito anos, ela já havia enviuvado. Conta-se que Chastelard, um poeta, se apaixonou perdidamente por ela, certa vez, ao vê-la adormecida. Sem pensar no que fazia, inventou de esconder-se nos aposentos da rainha, para estar mais perto de sua amada. Acontece que a rainha não gostou muito da idéia e, ao dar com ele, chamou os guardas e mandou prendê-lo. Por sua ousadia, o pobre apaixonado foi condenado à morte. Mas seu nome não morreria; ficou ligado a uma lenda que até hoje perdura. Contam que seu fantasma perambula pelos corredores do castelo, declamando versos em voz cavernosa e, quando alguém tem o "pra- zer" de avistá-lo, ele indica o local onde foi decapitado. :::::::::: É Útil Saber Desejo de Paz Elizabeth Cachon de Rabasa -- Poeta mexicana cego-surda Não queremos que haja guerra Queremos viver em paz E que entre todos os povos da terra Haja um laço de irmandade Que se destruam as armas que levam à desolação E retardam o progresso da ci- vilização Que os homens se libertem da inveja, do rancor E se unam num abraço de doce reconciliação Que se ajudem com respeito e com amor E naturalmente resgatem suas faltas com perdão Que trabalhem em prol do pro- gresso com empenho e com ardor Recordem que a união faz a força E se querem que a vida no planeta seja bem melhor Devem unir-se com carinho e respeito bem maior Dia Mundial da Paz -- #,o de janeiro *** A Visita dos Reis Magos Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, e perguntaram: "Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem." Ao saber disso, o rei Herodes ficou alarmado, assim como toda a cidade de Jerusalém. Herodes reuniu todos os chefes dos sacerdotes e os doutores da lei, e lhes perguntou onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: "Em Belém, na Judéia, porque assim está escrito por meio do profeta: E você, Belém, terra de Judá, não é de modo algum a menor entre as principais cidades de Judá, porque de você sairá um Chefe, que vai apascentar Israel, meu povo." Então Herodes chamou secretamente os magos, e investigou junto a eles sobre o tempo exato em que a estrela havia aparecido. Depois, mandou-os a Belém, dizendo: "Vão, e procurem obter informações exatas sobre o menino. E me avisem quando o encontrarem, para que também eu vá prestar-lhe homenagem." Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que parou sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos ficaram radiantes de alegria. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, partiram para a região deles, seguindo por outro caminho. Dia de Reis -- 6 de Janeiro *** Carnaval em Veneza Lisa Maria Silva A temperatura é baixa. Mas a festa é inesquecível. Nos salões nobres dos palácios venezianos, milhares de foliões bailam ao som de músicas do Renascimento. Depois, desfilam ao ar livre pelas ruas, praças e pontes da cidade -- especi- almente na Praça San Marco e na Ponte dos Suspiros. Vestem roupas que imitam os trajes dos séculos XVII e XVIII -- bordadas com plumagens e pedrarias e confeccionadas com rendas, tules, veludos e sedas. Nos rostos, belas maquiagens ou máscaras cintilantes, que lembram as figuras típicas das festas profanas -- Colombina, Arlequim e Polichinelo. Para completar, assistem ao cortejo de embarcações históricas e gôndolas típicas de Veneza no Grand Canale. Há o tradicional vôo da Colombina, um grande pássaro mecânico que atravessa a Praça San Marco, espalhando confetes e serpentinas sobre os foliões. Enquanto isso, mi- lhares de balões coloridos são lançados ao céu. Há festas em vários pontos da cidade e em localidades vizinhas. Há também um baile ao ar livre na Praça san Marco, com artistas mascarados e con- curso de fantasias. *** Oração Este mês, queremos lembrar de algo muito importante: a oração. Quantas vezes você fala com Deus durante o dia? Sempre entre em contato com Ele através da prece. Ele é o único amigo que está disposto a nos ouvir a qualquer hora de qualquer dia. E, apesar de não poder escutá-lo de volta depois da oração, temos uma sensação muito boa de que fomos ouvidos com carinho. Se você ainda não tem o hábito de conversar com Deus, aproveite para começar agora. Dia Mundial da Oração -- 7 de março. *** Uma Pequena História do Livro Quando folheamos um livro, dificilmente pensamos como ele foi feito. É mais comum ficarmos curiosos sobre quem o escreveu, fez os desenhos, as fotos... Você já se perguntou como surgiu o livro? Se tentarmos nos imaginar no passado, fica fácil intuir que a criação do livro está ligada ao surgimento da escrita. Antes de desenvolver esta forma de expressão, o homem se comunicava apenas falando. Depois, ele inventou outros meios de comunicação, como os sinais de fumaça e os sons dos tambores. Tempos mais tarde, há cerca de 5.500 anos, em Sumer, na Mesopotâmia, Ásia, o homem inventou o alfabeto. E, quando o inventou, já se sentia pronto para escrever e registrar seus pensamentos e descobertas. No século XV, os registros do homem ganharam a forma de livros como conhecemos hoje. Mas, até isso acontecer, ele escreveu em pedras, ossos e tábuas de argila. Os primeiros livros foram escritos nessas tábuas de argila. Eram páginas pesadas contando, por exemplo, a história do rei e herói Gilgamesh, de Uruk, na Mesopotâmia, que viveu há 4.000 anos. Ele foi valente guerreiro que lutou com leões, construiu uma cidade, percorreu o mundo e venceu muitas batalhas. Esses detalhes só puderam ser conhecidos hoje porque parte do livro de tábuas de argila que conta a sua história, escrito há 4.000 anos, resistiu ao tempo. Não fossem os registros, quem saberia de sua existência? Depois, o homem passou a usar o papiro. A planta, comum no Egito, era umedecida e ligeiramente amassada, para ficar um pouco grudenta. Depois, suas fibras eram trançadas e colocadas para secar, produzindo um papel rústico. Nele, anotava-se a contabili- dade das lojas do reino egí- pcio e escreviam-se livros e cartas. Usando o couro de animais -- raspado, lavado, esticado e seco -- o homem inventou o pergaminho. E não demorou a costurar vários pedaços de pergaminho, formando livros parecidos com os de hoje. Nas folhas de couro, assim como no papel da atualidade, escrevia-se dos dois lados. Isso aconteceu entre os séculos II e IV. Por falar em papel... Ele foi uma invenção dos chineses, no ano 105. O segredo do papel foi passado para os árabes, até chegar aos europeus. A primeira fábrica de papel da Europa foi em Jativa, na Espanha, em 1150. Surgiram, então, os primeiros livros com o material e o formato que conhecemos hoje, só que escritos à mão! Gastava-se um tempo enorme para fazê-los. Por isso, os livros eram caros e pouca gente sabia ler. Os alfabetiza- dos -- papas, cardeais, pa- dres, reis, rainhas e homens da corte, professores, astrônomos, filósofos, arquitetos e juízes -- formavam uma pequena parcela da sociedade. Dia do Livro -- 18 de abril *** Cultura É Herdada de Pai para Filho A vida do índio é a vida da floresta ou do lugar onde ele pode plantar, colher, caçar, pescar e comer. Os índios descobriram, há milhares de anos, jeitos de viver nos diferentes lugares do país, como florestas, montanhas e planícies. Os homens têm o poder de se adaptar; eles inventam, em primeiro lugar, maneiras de comer, de vestir ou não vestir, e de se abrigar da chuva e do frio. Depois, ensinam a seus descendentes que essa é a melhor maneira de viver. A criação de tudo o que facilita a vida em um determinado lugar se chama cultura. Existem muitas maneiras de se adaptar, de aprender a preparar os alimentos que se encontram em cada lugar. Nós aprendemos com os índios a fazer comidas diferentes das européias. Canjica, pamonha e cuscuz, por exemplo, são de origem tupi. Dia do Índio -- 19 de abril *** Festa da Páscoa A ressurreição do Senhor é um exemplo vivo de que a cada dia pode ressuscitar dentro de nós a esperança de um mundo melhor. Assim como no Natal, a Páscoa representa todo este sentimento de amor ao Senhor, é este amor que estar presente no seio de cada família, não só durante a Páscoa, mas em todos os momentos de nossa caminhada. Durante toda a existência, fomos norteados pela importância da família unida. Nossos pais e fundadores contavam-nos fatos da vida e ensinamentos do Senhor, um ser tão iluminado que veio ao mundo para dar um rumo melhor à humanidade. É com este espírito de amor ao próximo e de fraternidade que desejamos feliz Páscoa a todas as famílias. *** Mãe Girafa O parto da girafa é feito com ela em pé, de modo que a primeira coisa que acontece com o recém-nascido é uma queda de aproximadamente dois metros. Ainda tonto, o animal tenta firmar-se nas quatro patas, mas a mãe tem um comportamento estranho: ela dá um leve chute, e a girafinha cai de novo ao solo. Tenta levantar-se, e é de novo derrubada. O processo se repete várias vezes, até que o recém-nascido, exausto, já não consegue mais ficar de pé. Neste momento, a mãe novamente o instiga com a pata, forçando a levantar-se. E já não o derruba mais. A explicação é simples: Para sobreviver aos animais selvagens, a primeira lição que a girafa deve aprender é levantar-se rápido. A aparente crueldade da mãe encontra total apoio em um provérbio árabe: "Às vezes, para ensinar algo bom, é preciso ser um pouco rude." Dia das Mães -- #;o do- mingo de maio. *** Meio Ambiente e Ecologia Todos nós precisamos preservar a natureza e as coisas que nela existem. No século XIX, o biólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919) criou a disciplina que estuda a relação dos seres vivos com o meio ambiente e propôs que ela se chamasse Ecologia. Juntando as palavras gregas *oikos*, casa, e *logos*, estudo, a disciplina ficou restrita aos meios acadêmicos até bem pouco tempo, ganhando dimensão social depois de um acidente de grande proporção, ocorrido em 1967, na França, com o petroleiro Torrey Canion. A partir daí, houve um aumento de debates relacionando o homem com a natureza. Há mi- lhões de anos, a camada de ozônio que cobre a Terra, composta de um gás rarefeito, impede a passagem dos raios ultravioleta do sol, que podem causar sérios danos como a redução da capacidade de fotossíntese das plantas, a baixa no sistema imunológico do homem e doenças como o câncer de pele. Esta camada está sendo destruída por causa da emissão de poluentes no ar, sendo o cloro, presente em clorofluorcarbonetos (CFC), seu principal inimigo. Este produto é usado em *sprays*, *chips* de computador e, principalmente, aparelhos domésticos, como geladeira e ar-condicionado. Em 1992, um novo vilão aparece para perturbar esta camada: o brometo de metila, inseticida usado em plantações de tomate e morango, muito mais nocivo, apesar de existir em menor quantidade. O buraco da camada de ozônio continua aumentando e só deve se recuperar na metade deste século, caso sejam respeitadas todas as metas do "Protocolo de Montreal", as- sinado no Canadá, em 1987, em que 24 países se comprometeram, entre outras coisas, restringir à metade a produção de CFC. Aspectos que não contribuem para a conservação do meio ambiente: 1. O desmatamento em grande escala, que já chega a 46 por cento das matas primitivas da Terra. Dos 62 milhões de quilômetros quadrados de florestas originais, somente 33 milhões de quilômetros quadrados ainda cobrem a superfície do planeta. As queimadas de grandes áreas para o cultivo da agricultura e a prática da pecuária, são as principais causas do desmatamento. Segundo o "Fundo Mundial para a Natureza", o Brasil é o recordista mundial em desmatamento, derrubando anualmente na Amazônia, cerca de 15 mil quilômetros quadrados de floresta. 2. Poluição. Tanto do ar, da água, do solo ou sonora apontam para um único problema: a interferência negativa do homem no equilíbrio ambiental. Dia do Meio Ambiente e da Ecologia -- 5 de junho *** Viviane Viviane, Você não me engana! Olho para você que finge que não me vê, quero um pouco de prosa que você recusa dengosa, te chamo pra namorar você começa a cantar, mando um recado você me tira de lado! Viviane, você não me engana mesmo assim sei que gosta de mim! Dia dos Namorados -- 12 de junho *** Quadrilha, Quentão, Fogueira Quem não gosta? Pois as festas juninas, tão tradicionais no Brasil todo, são ainda mais animadas no Nordeste. A partir do primeiro dia de junho, as cidades do Ceará e da Bahia amanhecem enfeitadas de balões e bandeirolas de papel colorido, e assim ficam até o fim do mês. Mas em nenhum lugar a farra é tão grande quanto em Campina Grande, na Paraíba, e em Caruaru, em Pernambuco. Uma se intitula a terra do "melhor São João do Brasil", Caruaru, a outra, garante ter o "maior São João do mundo", Campina Grande. Difícil dizer quem ganha, mas uma coisa é certa: ambas são animadíssimas, pouco importando a diferença entre "o melhor" e "o maior". Campina Grande ficou famosa por promover Casamentos Coletivos, em que dezenas de noivos são casados de verdade -- e de graça -- por um juiz igualmente autêntico. Dia de São João -- 24 de junho :::::::::: O Dicionário Esclarece abdômen: ventre atenuar: abrandar; ame- nizar cortesão: pertencente ou relativo à corte palaci- ana credenciam: habilitam discórdia: divergência; de- savença; desordem estético: que diz respeito ao sentimento ou apreciação do belo ética: a ciência da moral etnias: agrupamentos huma- nos classificados quanto à origem comum de raça, cul- tura e língua feudos: propriedades terri- toriais concedidas a um nobre herética: contrária à reli- gião incrustada: embutida; en- caixada inóspito: desolado; não ha- bitado intuir: pressentir jugo: submissão; opressão liquens: vegetais formados de algas verdes ou azuis metáfora: mudança de uma palavra por outra de sentido figurado nababo: pessoa rica que vi- ve cercada de luxo plenitude: sem restrição pressuroso: apressado :::::::::: Fontes de Pesquisa Jornal do Brasil Jornal O Fluminense Jornal o Globo Livro Aventura de Ler Livro Sinal Verde Revista Caminhos da Terra Revista Ciência Hoje das Crianças Revista do Clube Militar Revista Galileu Revista Seleções Revista Superinteressante Folheto USP ::::::::::