*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*? õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano XLII n.o 314 o õ Janeiro-Dezembro o õ de 2002 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral o õ do IBC o õ Érica Deslandes o õ Magno de Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Impresso na o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ CEP 22290-240 o õ tel.: (21) 2543-1119 o õ ramal 145 o õ o eieieieieieieieieieieieieieiei

Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: A Estrela Dindi :::: 1 A Lenda da Juruva ::::::::::::::: 3 Os dois Amigos e o Urso ::::::::::::::: 4 Divertimentos: O que É, o que É? ::::::::::::: 5 Só Rindo :::::::::::: 8 Vamos Aprender: O Alfabeto dos Animais :::::::::::::: 10 Para você Recitar: Irmão Menor ::::::::: 12 Zoologando: O Uirapuru :::::::::: 13 Historiando: A Lenda do Primeiro Gaúcho :::::::::::::::: 14 Seção Juvenil O Vovô Narra a História: Maias :::::::::::::::: 19 Gandhi ::::::::::::::: 23 Nossos Escritores ::: 27 Declaração dos Direi- tos dos Animais :::::: 30 Campo de Santana :::::: 32 Nosso Brasil: Teresópolis :::::::::: 33 O Sal ::::::::::::::::: 34 Um *Boudoir* :::::::::: 37 Curiosidades ::::::::::: 38 Esperteza de um Analfabeto ::::::::::: 40 Ancestral da Caneta ::: 41 Ecoando: Maciços :::::::::::::: 43 Uma Cadeira de Balanço :::::::::::::: 46 O Pó de Arroz :::::::: 46 Ameno e Instrutivo: Cirurgia sem Dor :::: 47 A Coroa ::::::::::::::: 49 As Escritas ::::::::::: 50 Conhecendo o Mundo: Ilhas Galápagos ::::: 52 Cicatrizes ::::::::::::: 54 O Malabarista de Nossa Senhora :::::::::::::: 56 É Útil Saber: O Tempo ::::::::::::: 57 Os Reis Magos :::::: 59 Carnaval ::::::::::::: 60 Quaresma ::::::::::::: 60 Carta de um Índio ::: 61 Para Mamãe :::::::::: 67 Migração ::::::::::::: 68 Lenda Árabe ::::::::: 70 Que É Folclore? :::: 72 É Festa na Flo- resta ::::::::::::::::: 73 Os Animais :::::::::: 75 A República ::::::::: 77 O Imigrante ::::::::: 78 Canto de Natal :::::: 79 O Dicionário Esclarece :::::::::::: 80 Fontes de Pesquisa :::: 82 Errata :::::::::::::::: 83 :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: A Estrela Dindi Cristina Porto Esta é a história de Dindi, uma das estrelas da Constelação Cadência. Uma estrela muito especial que vivia atendendo aos pedidos das pessoas da Terra. "Estrela, estrela cadente, me atire do céu um presente: uma mecha de cabelo de anjo ou, então, jogue apenas seu pente..." "Estrela, estrela cadente, me mande do céu um presente: um raio de luar dormente ou um raio de sol poente!" "Estrela, estrela cadente, me sopre do céu um presente: quero um acolchoado de nuvens, branquinho, macio e quente!" A vida de Dindi era muito movimentada! Vinham pedidos de todos os cantos da Terra. E ela corria pra lá, corria pra cá, procurando atender a todos. Mas ainda sobrava tempo pra muitas outras coisas. Pra conversar com Rabo de Fogo, por exemplo, um cometa muito amigo. -- Oi, Dindi, como você está bonita hoje! Seu brilho está tão diferente! O que foi que aconteceu? -- Nada de especial, não, Rabo de Fogo. Deve ser o Vento Leste que está soprando. Ele sempre me deixa mais feliz, mais animada. Sabem de uma coisa? Rabo de Fogo era apaixonado por Dindi! E vivia sempre por perto, curtindo sua paixão recolhida... -- Então, já que você está assim, tão animada, por que a gente não aproveita para dar uma voltinha? — Boa idéia, Rabo de Fogo! Vamos visitar as Três Marias? Faz tempo que elas não aparecem por aqui! E lá se foram os dois. Rabo de Fogo, quando estava ao lado de Dindi, brilhava muito mais forte! Sua cauda ficava fulgurante! Parecia uma labareda. *** A Lenda da Juruva Há muito, muito tempo, uma velha índia, a Mãe-Fogo, tomava conta do fogo que acendia o Sol, para que ele iluminasse a Terra todas as manhãs. Mas, certa vez, ao acordar, a Juruva não viu o dia. Assustou-se. Voou procurando a Mãe-Fogo. Encontrou-a desesperada junto à fogueira sagrada, sem brilho. Chorando, a Mãe-Fogo lhe disse: -- Dormi demais e o fogo se apagou. O mundo vai se acabar e Tupã vai me castigar. A juruva, com pena, quis ajudá-la. Voou até a oca de um velho pajé cuja fogueira podia acender o Sol. Contou-lhe o acontecido e pediu-lhe o auxílio. O pajé lhe disse: -- Não posso ajudar Mãe- -Fogo porque estou velho e doente! A juruva não pensou duas vezes. Pediu ao pajé que ajeitasse umas brasas entre as penas de sua cauda. Ele assim fez. Voando velozmente, mas cheia de dores, a Juruva salvou o mundo, porém sua cauda ficou falhada. Os índios têm pela juruva muito carinho. Para eles, é uma ave sagrada; ninguém tem coragem de caçá-la. *** Os dois Amigos e o Urso Dois amigos que caminhavam juntos viram um urso; um deles só teve tempo de subir para uma árvore e o outro de se estender no chão, fingindo-se de morto. Deste, o urso se aproximou e começou a cheirá-lo por todos os lados e principalmente na boca e nos ouvidos, e, imaginando-o morto, deixou-o e dirigiu-se para o bosque. O que estava na árvore desceu e perguntou, pilheriando, ao seu amigo o que tinha dito o urso ao seu ou- vido. -- Deu-me, um bom conselho, respondeu o outro: que nunca me fizesse acompanhar por amigos como tu. Aquele que não defende o amigo quando o vê em perigo, não merece esse nome. :::::::::: Divertimentos: O que É, o que É? 1. O que é que a gente sempre acha embaixo da calçada? R. O cedilha. 2. Da sorte fica no meio, do azar fica no fim. O que é? R. A letra R. 3. Por que é que os bebês choram quando estão ganhando, e os velhos choram quando estão perdendo? R. Porque os bebês ganham os dentes e os velhos perdem. 4. Quem é que tem pé mas não consegue andar sozinho? R. A meia. 5. Qual a semelhança entre um astronauta e um louco? R. Ambos vivem no mundo da lua. 6. Quando um cliente fica preso a um banco? R. Quando tem uma conta corrente 7. Se eu for jovem, continuo jovem, mas se for velho, continuo velho. O que é? R. Retrato. 8. O que é que o diabo tem mais do que Deus? R. Uma letra. 9. Quais os animais sentimentais? R. As aves, elas têm pena. 10. Quem é que ganha a vida contando até três? R. O leiloeiro. 11. Por que o time dos garçons sempre perdia o jogo? R. Porque davam de ban- deja. 12. O que é que só se usa quando se joga na água? R. Âncora. 13. Qual é a primeira planta que um lavrador costuma colocar em sua roça? R. A planta dos pés. 14. Onde os reis da Inglaterra são geralmente coroados? R. Na cabeça. 15. Por que a letra I é a mais infeliz? R. Porque está em dívida, nunca está fora do perigo e nunca está em paz. 16. Qual é o vinho que não se bebe, mas se come? R. Ovinho de condorna. 17. Qual a diferença entre o bule e o padre? R. O padre tem muita fé e o bule é de pô café. 18. Qual é o cúmulo da força? R. Dobrar uma esquina. 19. O que é que tem no meio do ovo? R. A letra V. 20. Por que o R se parece com um dia quente? R: Porque está sempre no meio do verão. *** Só Rindo Como autora de livros infantis, ao final das palestras que profiro em encontros com leitores, é comum dar autógrafos. Certa vez, uma garotinha veio até a mesa segurando um papelzinho meio rasgado, tirado às pressas do caderno. Assinei, sem reclamar, quando a professora da menina a re- preendeu: -- Você tem coragem de pedir autógrafo num papel tão feio? -- Eu esqueci o livro... mas não faz mal; chegando em casa, eu passo o autógrafo a limpo. Quando estava corrigindo provas, meu marido, que é professor, deparou com uma resposta que não fazia sentido: "Eu também não". Contudo, a resposta na prova do estudante seguinte forneceu a solução: "Não sei". Como sempre, havia muita coisa de última hora a fazer, enquanto nos arrumávamos para ir acampar com quatro filhos, de 2 a 8 anos. Eu dava um monte de ordens: -- Dê comida às galinhas, desligue a mangueira, traga a lata de lixo para dentro. Quando Chris, de 4 anos, me perguntou: -- Mãe, como conseguia viajar antes de nós nascermos? Certo dia, minha filha, de 7 anos, voltou da escola estourando de alegria. -- Mamãe, mamãe! Ganhei uma mochila na escola! -- Onde está filhinha? -- perguntei. Ela disse: -- A senhora precisa ir à escola buscar. E fui. Chegando lá, falei com a secretária: -- Vim buscar a mochila que minha filha ganhou. E, para minha surpresa, a moça disse: -- Sua filha ganhou uma bolsa de estudos, não uma mochila... :::::::::: Vamos Aprender O Alfabeto dos Animais Com A -- as aves amam as alturas. Com B -- o beija-flor beija as begônias. Com C -- o cãozinho corre e cansa. Com D -- dou um damasco ao dromedário. Com E -- o elefante encanta o estudante. Com F -- faço uma festinha no focinho da foca. Com G -- Gustavo ganha um gatinho. Com H -- há uma hiena na hera. Com I -- os insetos invadem a Índia. Com J -- as joaninhas são jóias no jardim. Com L -- a lontra se lava no lago. Com M -- o macaco morde o mamão. Com N -- o nhambu nasce no ninho. Com O -- a onça olha o orangotango. Com P -- o pato pesca um peixinho. Com Q -- quero-quero um quati. Com R -- o rato rói a rapadura da Rita. Com S -- o sapo salta sobre o saco. Com T -- o tatu tira toda a terra. Com U -- o uirapuru une-se ao urubu. Com V -- a vaca vê a verde vegetação. Com X -- o xaréu xinga o xerelete. Com Z -- o Zezinho zoa a zebra zangada. :::::::::: Para você Recitar: Irmão Menor Pedro Bandeira Irmão menor é pior que catapora. Irmãozinho é pior do que carniça, é pior que injeção. Mexe no que é meu, rabisca meu caderno, perde meu carrinho, e eu fico de castigo se lhe dou um safanão. É praga, é prega, é sarampo, é varicela! E não venha achar estranho, só porque dei uma surra no danado do moleque que xingou o meu irmão. Eu posso xingar. Os outros não. :::::::::: Zoologando O Uirapuru Meu nome é Uirapuru. Gosto muito de dançar e, quando resolvo começar minha dança, procuro, num vôo vertical em pé, o galho que vai me servir de palco. Aí, se você estivesse por perto, poderia ouvir um zumbido e, depois, um toque surdo, meio parecido com o barulho de paus batendo num galho. O zumbido vem de um movimento especial que eu faço com as asas, não vem do meu vôo, não; eu vôo sem barulho. Já a gongada, acho que vem das batidas de minhas asas, uma na outra, com toda a força. Não sou um pássaro lá muito bonito, mas fiquei famoso pelo meu canto e por uma lenda que fizeram, cujo personagem principal sou eu. Viu como sou importante? Sou um pássaro pequeno, de bico curto e de plumagem colorida; as fêmeas não têm tantas penas coloridas como nós, os machos. Vivo em igarapés e rios, em terrenos descampados e me alimento de frutos e insetos. Moro no Brasil: Amazonas, Pará, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo e em outros países da América do Sul. :::::::::: A Lenda do Primeiro Gaúcho Gaúcho é o nome que dão aos naturais do Estado do Rio Grande do Sul. Mas houve um tempo em que, por aquelas bandas, só havia índios. E como a terra era linda, o clima agradável, o céu azul demais, os crepúsculos espetaculares. Os brancos resolveram se instalar por ali. Havia uma tribo especialmente guerreira e ciosa das suas possessões. Eram os minuano, ágeis como o vento, garbosos e atentos na guerra e no amor. Pois os minuano enfrentaram os brancos com uma fúria notável. Num dos combates os índios minuano fizeram um prisioneiro. Reuniram-se os chefes e decidiram condená-lo à morte, como advertência aos outros invasores. Prepararam então uma linda festa. O vinho de cauim, as cores de enfeite, as novas armas, as danças guerreiras, tudo foi antecipadamente ensaiado para o grande dia da vingança. O prisioneiro ficou numa cela de taquara, dia e noite vigiado por uma jovem índia da tribo. Não se falavam, mas os sorrisos e os olhares logo construíram uma linguagem mais forte e profunda: a do amor. E a carcereira, cada dia que passava, ficava mais triste ouvindo as reuniões dos chefes, determinando a maneira como deveria morrer o intruso. Como não tinha nada que fazer, o jovem pediu à índia, por mímica, taquaras, corda feita de tripa de capivara, restos de madeira e cola silvestre. Em silêncio, a barba crescida, os olhos incendiados de simpatia pela jovem índia, que o espreitava com a doçura de uma criança, assim o prisioneiro foi construindo uma viola. Mas nunca tocou. Estava triste de pensar que ia morrer. Chegou enfim o grande dia. Os assados e a beberagem correram desde cedo, os homens estavam mais alegres e se exercitavam com lanças, disparavam em fogosos cavalos cobertos de pele de onça e plumagem de papagaio. As mulheres desenhavam, nos corpos, curiosas formas em verde e vermelho e gritavam muito, enquanto atapetavam de flores o chão batido da taba. Desde cedo o prisioneiro ficou amarrado a um tronco no centro da praça. Só a índia estava triste; de longe, ocul- ta atrás de uma bananeira, olhava com, profunda mágoa, todo aquele movimento. Alta noite, o cacique, acompanhado do feiticeiro, se aproximaram do prisioneiro. Houve um silêncio sepulcral; os olhos todos brilhavam. Era a morte que descia com seu sorriso dourado. Então o cacique falou: -- Homem branco, tua hora é chegada. E o feiticeiro acrescentou: -- Nossos deuses querem o teu sangue, porque és nosso inimigo. O jovem não dizia nada. Houve um momento de silêncio. Dez jovens guerreiros ergueram suas lanças em direção ao peito do prisioneiro. O cacique disse ainda: -- Antes de matar-te, queremos que satisfaças teu último desejo. O que gostarias de fazer agora? O jovem não disse nada, olhou comovidamente a jovem índia que lhe servira de vigia durante aquelas semanas de espera. Olhou, e ela, como se entendesse, se aproximou dele. Trazia nas mãos a viola que ele havia construído na prisão. O jovem branco sorriu. A índia veio de mãos estendidas com o instrumento intacto. Desamarrou o prisioneiro -- havia em torno um sussurro patético. Com a viola, o moço branco dedilhou a mais suave canção; sua voz se elevou com uma tristeza que fez tremer os mais empedernidos guerreiros. Cantou, cantou como um pássaro no último dia do mundo. Havia amor, vibração e nostalgia em seu canto. A índia, perto dele, chorava ajoelhada. Começou então um murmúrio vindo de todos os lados, logo crescendo; a voz ficou nítida; diziam: -- Gaúcho... gaúcho... -- que queria dizer: gente que canta triste. E todos se sentaram e ficaram ouvindo, esquecendo do ódio, da vingança e do sacrifício. A alta lua encontrou o jovem branco dedilhando a viola; calaram os pássaros ouvindo sua voz. E ele foi perdoado. Ficou com os minuano e casou-se com a índia. Tiveram muitos filhos e assim começou a raça gaúcha. Por isso, nas largas noites ao pé do fogo, com o chimarrão e a viola, ao ouvir-se a voz do homem do sul cantando de amor e de saudade, ouve-se também um murmúrio longínquo, os garbosos fantasmas da tribo Minuano, passando entre nuvens e chamando dolorosamente: "gaúcho... gaúcho..." :::::::::: Seção Juvenil O Vovô Narra a História Maias — Um Rei Construía, outro Rei Enterrava O povo maia existiu a partir do ano 1000 antes do nascimento de Cristo. Hoje só há pessoas que foram parentes dos maias, chamadas de descendentes. Os maias viviam no lugar em que atualmente é Belize, Guatemala, a península mexicana de Yucatán e a República de Honduras, na América Central. Ninguém sabe ao certo como a civilização maia acabou. Pode ter sido por suas terras terem-se gastado, por invasões de povos vindos do norte, entre outros motivos. No século XVI, já estava praticamente desaparecida. Os maias duraram cerca de dois mil anos e tinham cidades desenvolvidas. Viviam nas selvas e perto do mar. Sua forma de vida mudava conforme cada região. Na cidade, tudo acontecia ao redor do mercado e dos templos. Moravam no centro a classe nobre, os sacerdotes, artistas e artesãos. As outras pessoas moravam em casas e cabanas espalhadas pelos campos cultivados. Nas cidades, não foram encontradas muralhas ou fossos. Isso indica que os maias não eram guerreiros. Antes de plantar o milho, os maias jejuavam, ficavam sem comer e davam presentes, oferendas aos deuses. Pode-se dizer que os maias foram os pais do chiclete. Conheciam uma árvore chamada xicle. De dentro dela, saía uma espécie de goma que eles costumavam mascar. Faziam também com ela uma bola para jogar. Os maias cultivavam plantações, estudavam astronomia e matemática. Conheciam o zero, ausência de valor. Sua semana durava 13 dias. Representavam, em tabelas, eclipses lunares e solares. O eclipse do sol acontece quando a lua tapa a luz do sol. O da lua, quando a Terra fica na frente do sol e tira a luz da lua. Tinham escrita glífica, que eram desenhos e formas com significados. Não eram altos. Tinham a pele morena, e as mulheres eram um pouco mais escuras que os homens. Quando um homem e uma mulher maia casavam, iam morar com os pais da mulher. Depois, os amigos ajudavam o casal a construir sua própria casa ou cabana numa região próxima. Antes do casal se mudar, havia cerimônias de purificação. No norte de Yucatán, a casa era de pedra. No sul da Guatemala, de tijolo feito com barro cru. Na selva, a casa era de madeira. Os maias preferiam fazer casas com a forma de retângulo. As construções maias ficaram famosas. Hoje, restam ruínas e objetos de cerâmica que são estudados pelos arqueólogos. Esses estudiosos descobrem como viviam povos que não existem mais. As ruínas estão espalhadas por 325 quilômetros quadrados entre a selva e o mar do Caribe. Os maias fizeram grandes pirâmides, templos e palácios. Quando trocavam de rei, o novo rei mandava aterrar, enterrar as construções do reinado anterior e construía coisas novas. A música e os objetos de argila, usados nas casas maias, também são famosos. Eles representavam deuses nas cerâmicas, e desenhavam cenas do dia-a-dia. Suas roupas eram coloridas, tinham plumas e adereços, como colares e brincos de pedra. Os maias camponeses vestiam tangas de fibras feitas de folhas da agave, planta da região. O tribunal de justiça dos maias servia, como todo tribunal, para resolver problemas com a ajuda das leis. Era uma construção redonda. Ficava sobre uma colina. *** Gandhi Ele libertou o seu país, a Índia, do jugo imperialista da Inglaterra, de 225 anos, sem pegar em armas, disparar um tiro, ocasionar mortes ou declarar guerra. Foi um líder político nacionalista e religioso, sendo, pela sua ação pacifista, chamado de Mahatma -- A Grande Alma. Mohandas Karamchand Gandhi, apóstolo nacional e religioso da Índia, nascido de uma família pertencente à casta dos *vaisya* -- comerciantes -- praticava com fervor o hinduísmo impregnado de princípios cristãos de "não-violência" e liberdade. Formou-se em Direito, em Londres, indo residir na África do Sul, onde tomou a defesa da comunidade indiana, sujeita a um racismo que as instituições tendiam a legalizar. Sua tese "A Autonomia da Índia" continha um verdadeiro requisitório contra a violência e o materialismo da civilização ocidental. Como forma de boicote contra os tecidos industrializados ingleses, propôs o retorno ao passado, preconizando a fiação e a tecelagem manual, o que ele mesmo fazia, permanentemente, como exemplo ao povo. Ainda como forma de resistência à exploração promovida pelos ingleses, realizou a "Marcha do Sal", em direção ao mar, percorrendo centenas de quilômetros a pé, atravessando o país, para incentivar seus compatriotas a buscarem aquele produto, em sua origem. Todos os movimentos de revolta e desobediência civil, aos ingleses dominantes, orientados por Gandhi, eram pacifistas, inspirado no princípio do "Satyagraha", — reivindicação cívica da verdade por meios não violentos. Preso muitas vezes, protestava através de jejuns, que se prolongavam até que fosse libertado, o que os dominadores ingleses faziam, por temer a sua morte, que ocasionaria um levante nacional, no segundo país mais populoso do mundo. A partir de 1922, consagrou-se à educação popular e ao problema da casta dos "intocáveis". Aos períodos que se seguiam às prisões, recolhia-se ao retiro "ashram", para meditações e, em seus pronunciamentos, buscava sempre a pacificação entre hindus e muçulmanos, correntes religiosas que viviam em luta permanente. A divisão, pelos ingleses, da Índia em União Indiana, hindu e Paquistão, muçulmano, antes da libertação daquele país, acirrou, ainda mais, a guerra religiosa, que resultou no assassinato do líder hindu. Gandhi dedicou toda sua vida ao povo, vivendo em condições de extrema pobreza e humildade. Alimentava-se de vegetais e leite de cabra, vestindo, apenas, o manto branco que sempre confeccionava, no tear que fazia parte de seus poucos pertences. Certa vez, ao procurar o Papa, para uma audiência, em que buscava o apoio de Sua Santidade em favor da sua política de libertação da Índia, não foi recebido, por estar vestido, apenas, com o manto e de sandália. Considerado o maior líder político e religioso do mundo, em sua época, exemplificou, sem ser cristão, o postulado de Jesus, de "amor ao próximo, como a si mesmo". *** Nossos Escritores Carlos Drummond de Andrade Mineiro de Itabira, quando garoto gostava de ver os grandes vasos cheios de água verde, vermelha, dourada que decoravam as farmácias daquele tempo. Talvez por isso, tirou diploma de farmacêutico, depois de um curso de três anos, mas nunca voltou à Escola para procurá-lo. Sua vocação não era essa. Era ser escritor. Como, porém, viver de literatura? Então começou a trabalhar como jornalista e funcionário público, a princípio em Belo Horizonte, e, finalmente, no Rio de Janeiro. Nos intervalos, escrevia poemas e histórias. Hoje, são 23 os seus livros publicados, sendo 13 de poesia, 9 de crônicas e 1 de contos. Há traduções de suas obras editadas na Argentina, Chile, Peru, Cuba, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Tchecoslováquia e Suécia. Filho e neto de fazendeiros, não gostava da vida na roça, e sentia não ter sabido aproveitar a oportunidade de convívio com a natureza, entre o cafezal e o gado de seu pai, e se considerava um "fazendeiro do ar", título que deu a um de seus livros de poesia. Costumava dizer que uma das alegrias de sua vida foi ter como companheiros de juventude alguns rapazes de grande talento e sensibilidade, que não só o estimularam como se mostraram compreensivos diante de suas deficiências. Um desses amigos era Gustavo Capanema, que, ao ser nomeado Ministro da Educação, o chamou para chefe do seu gabinete. Foi uma fase de grandes empreendimentos culturais: a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, do Serviço Nacional de Teatro, do Instituto de Cinema Educativo, do Museu Nacional de Belas-Artes, do Instituto do Livro etc., além do impulso dado à criação artística e literária, sem censura. Ele não era visto em reuniões sociais, nem era lá de grandes conversas, a não ser com os amigos mais chegados. Reservava sua ternura para as crianças e os bichos de toda espécie, e procurava estar atento à renovação do mundo na linguagem, nos costumes e nas esperanças do ser humano. Fa-

leceu no Rio de Janeiro em 1987. :::::::::: Declaração dos Direitos dos Animais Você sabia que os bichos também têm uma declaração de direitos? Pois é. No dia 27 de janeiro de 1978, representantes de quase todos os países do mundo aprovaram um documento de declaração dos direitos dos animais. Veja: 1. Os animais nascem iguais e têm o mesmo direito à existência e ao respeito. Cada animal selvagem tem o direito de viver livre no seu ambiente natural da terra, do ar ou da água. 2. Ninguém pode atrapalhar o sono dos animais, o descanso, a sua vontade de ficar quieto e sozinho, seu silêncio e sua diversão. Também não pode atrapalhar seu acasalamento, hora em que fêmea e macho cruzam par ter filhotes. 3. Os animais devem ter sempre água, plantas e outros alimentos. Além disso, devem ter ninhos, tocas, túneis, folhas, cascas e outros esconderijos naturais ou construídos. 4. Não devem ser perseguidos, enjaulados, amarrados ou levados para lugares estra- nhos. 5. Vivendo junto com os homens, os animais devem ser respeitados no que eles estão acostumados a fazer todos os dias. 6. Os animais têm o direito de ser salvos, medicados e alimentados. Se eles mudam para lugares estranhos, os homens devem ensiná-los a viver do jeito diferente e novo. 7. Eles não devem ser comprados, vendidos ou exibidos, amestrados para simples diversão ou ganhos comerciais do homem. 8. As pessoas não podem fazer os animais sofrerem fisicamente e usar os animais para experiências científicas. 9. Os animais não podem ter seus corpos ou partes do corpo -- como pele, chifres, plumas, dentes ou ossos -- usados para enfeitar a vida dos homens. 10. Eles devem ter de volta, sempre que possível, sua "casa" perdida. As "casas" dos animais são florestas, rios limpos, campos e outros lugares que o homem destruiu com queimadas, bom- bas, lixo ou veneno. :::::::::: Campo de Santana As pessoas não sabem da importância que o Campo de Santana já teve. Além da Proclamação da República, lá foram aclamados dois imperadores do Brasil -- D. Pedro I e D. Pedro II. Além disso, foi no Campo de Santana que aconteceram a festa da vitória da Guerra do Paraguai, o primeiro teatro popular do Rio e a fuga dos estudantes de Direito depois da ocupação do prédio da faculdade, em 1964. :::::::::: Nosso Brasil Teresópolis -- Charmosa Cidade Serrana Teresópolis possui um clima europeu, majestosas montanhas, nascentes, muitas cachoeiras e verde por todo o lado, fazem da cidade serrana de Teresópolis um lugar de total integração entre o homem e a natureza. Ela conserva o charme e as vantagens de uma cidade pequena com as comodidades de uma metrópole. Não existe poluição sonora e o ar é tão puro, que nos anima a fazer longas caminhadas por suas praças e ruas arborizadas. O nome da cidade é uma homenagem a Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II, que se encantou profundamente com as belezas naturais e o clima desta bela região serrana, onde, em freqüentes visitas e períodos de férias na região, descansava com a família. :::::::::: O Sal "Ó ondas do mar, salgadas D.onde vos vem tanto sal? Vem das lágrimas choradas, Nas praias de Portugal." A trova popular portuguesa é do tempo em que os navegadores saíam em busca de novas terras, deixando saudade e provocando o choro que, segundo a tradição, se misturava às ondas, salgando o mar. Sobre o mesmo tema, falou também o poeta português Fernando Pessoa: "Ó mar salgado, Quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, Quantas mães choraram, Quantos filhos em vão reza- ram! Quantas noivas ficaram por casar, Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena, Se a alma não é pequena." Mas as primeiras referências sobre o sal estão na Bíblia. A mais antiga e conhecida está no Gênesis, capítulo 19, versículo 26, e fala da mulher de Loth, um dos sobrinhos de Abraão, que morava em Sodoma com a família. Antes da destruição da cidade amaldiçoada pela libertinagem, dois anjos convenceram Loth a fugir sob a recomendação de que ninguém deveria olhar para trás. Mas sua esposa virou-se para contemplar Sodoma incendiada e foi transformada em estátua de sal. Em várias religiões o sal também está presente como símbolo de vida. Os hebreus costumavam esfregá-lo nos recém-nascidos para garantir que tivessem saúde e bem-estar. Para os romanos, era o símbolo da sabedoria e assim o chamavam: Sal *Sapientiae*. Foi um conceito herdado do paganismo, transmitido ao Cristianismo e conservado no batismo. Já os gregos adoravam o sal assim como o sol. Para os povos antigos, o cloreto de sódio tinha ainda mais valor material que religioso, e foi usado como dinheiro na maior parte dos países civilizados. No Livro dos Macabeus está escrito que os judeus costumavam pagar suas dívidas com sal. Este era também indenização de guerra, imposta aos povos vencidos. Na Grécia antiga, permutava-se sal por escravos. Daí vem a expressão "não vale o seu sal", dita quando um escravo desagradava ao seu amo. Mais recentemente, no auge da escravatura, principalmente no Brasil, o cristal teve grande

papel na compra de escravos na Nigéria. :::::::::: Um *Boudoir* Não é educado, numa reunião ou numa recepção, fazer cara aborrecida porque se está cansado ou descontente. As senhoras do século XVIII, quando se sentiam aborrecidas, retiravam-se para seus *boudoirs* para ficarem a sós e se recomporem. O *boudoir* fazia parte obrigatória dos palácios e palacetes do século XVIII. A dona da casa o considerava um refúgio, podendo nele ficar só e à vontade. Poucos privilegiados podiam entrar no *boudoir* elegante e confortável. Divã para repouso, cortinas, tapeçaria e papéis de parede criavam um ambiente íntimo e repousante. A trepidante vida moderna acabou com o *boudoir*

das lânguidas senhoras do passado. :::::::::: Curiosidades Números que você nunca Pensou em Contar 88 -- número de constelações descobertas pelos astrônomos até agora. 5 litros -- média da quantidade de sangue de um ser humano. 16 meses -- é o tempo que leva para nascer o filhotinho do rinoceronte branco. 10 tentáculos -- tem a lula, enquanto o polvo tem só 8. 206 ossos -- compõem o esqueleto humano. 35 presidentes -- o Brasil teve, de Deodoro da Fonseca (1889) até Luís Inácio Lula da Silva, (2002). 70 gramas -- peso do cérebro do estegossauro, que chegava a ter mais de 3 toneladas. 1,58 metro -- era a altura de Napoleão Bonaparte. 3.460 quilômetros -- é a extensão da Grande Muralha da China. É a única construção do homem que pode ser vista do Espaço. 116 anos -- durou a Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra. Foi de 1337 a 1453. Menos 89,2 graus centígrados -- temperatura mais baixa da Terra, em Vostok, Antártida. 2 quilômetros quadrados -- é a área do Principado de Mônaco. 600 anos -- pode viver a sequóia, árvore das florestas da América do Norte. 8.848 metros de altura -- tem o pico mais alto do mundo, o Everest. 5 fileiras de dentes -- pode ter um tubarão. 11 letras -- compõem o menor alfabeto do mundo. É o das Rotokas, da Ilha Bougainville, na Papua, Nova Guiné. 3,5 toneladas -- é o quanto pode pesar um hipopótamo. 24 -- eram os cavaleiros da Távola Redonda, sem contar o Rei Arthur. 264 papas -- teve a Igreja Católica desde 1523. 76 anos -- A cada 76 anos o cometa Halley se aproxima do planeta Terra 4,6 bilhões de anos -- Calcula-se que seja a idade do planeta Terra. 2001 -- é o ano em que começa o século XXI, e não o ano 2000. :::::::::: Esperteza de um Analfabeto Num dia qualquer, por volta de 1600, estava o fabricante de óculos Hans Lippershey entretido em sua oficina, em Mildelburgo, Holnada, quando ouviu uma exclamação de espanto. Voltou-se e viu duas crianças que costumavam brincar com suas lentes. Tendo juntado dois vidros, olharam através deles e viram, ampliado, um cata-vento na direção da igreja da cidade. Considerado no lugar um "mecânico analfabeto", o diligente fazedor de óculos logo enxergou o alcance do achado dos meninos e pôs-se a fabricar telescópios. A popularidade do invento levaria o esperto Lippershey a peticionar ao governo para que o "instrumento para ver à distância" fosse mantido secreto e que durante 30 anos, "toda a gente possa ser proibida de imitar esses instrumentos ou então lhe seja concedida uma pensão anual, a fim de lhe permitir fazer esses instrumentos para utilidade exclusiva deste país, sem vender nenhum a reis e prín- cipes estrangeiros". :::::::::: Ancestral da Caneta Os ancestrais das canetas foram provavelmente os galhos usados pelos chineses para escrever, em 1000 a.C. A primeira alusão às canetas feitas de pena de aves aparece nos escritos de São Isidoro de Sevilha, no século VII. O modelo durou até o século XIX. A invenção da caneta com pena de aço é creditada ao inglês John Mitchell, de Birmingham, em 1828. Havia um inconveniente para as canetas de pena de aço: elas não tinham um compartimento de tinta. Surgiram então canetas com pequenos reservatórios, que tinham um sistema para evitar que a tinta saísse toda de uma vez. O primeiro modelo foi produzido em 1884 nos Estados Unidos. A esferográfica foi criada pelo revisor tipográfico húngaro Laszlo Biro. Ele criou um sistema em que uma bolinha de aço era molhada pela tinta que vinha de um cilindro. Por volta de 1940, sua invenção se tornou popular em todo o mundo. Foi quando o francês Marcel Bich comprou a patente de Laszlo e criou a marca Bic. As canetas com ponta porosa, por onde passa a tinta, apareceram por volta de 1960. :::::::::: Ecoando Maciços Os maciços são muito importantes pela cobertura vegetal e pelos rios que neles nascem. Em nossa cidade eles foram transformados em Parques Nacionais ou Estaduais que não podem ser desmatados, utilizados para moradia ou para agri- cultura. Maciço da Tijuca -- Parque Nacional da Tijuca Único parque nacional urbano do mundo, tem área montanhosa coberta de vegetação e nele existem espécies da fauna e da flora da Mata Atlântica em risco de extinção, por causa da caça clandestina, dos incêndios e da retirada de madeira e de plantas. Escondidas em suas matas, dezenas de espécies de animais enchem a floresta de ruídos. São os esquilos, os micos, tatus, tamanduás-mirins, gatos-do-mato, quatis, guaxinins, macacos-prego e sagüis. O visitante também pode encontrar aves como: juritis, jacus, bacuraus, tangarás, corujas, saíras e tico-ticos. Mas é necessário andar com cuidado para não pisar nas cobras corais, jararacas e jararacuçus. A vegetação é variada. Podem-se encontrar árvores como: pau-brasil, pau-ferro, ipê-tabaco, ipê-amarelo, angico, jequitibá, cedro, peroba, jaqueira, jeribá, etc. O parque tem uma área de 3.360 hectares e nele nascem muitos rios, entre eles o Carioca, o Cascatinha e outros. Além dos rios, o maciço tem dois grandes picos: o da Tijuca, com 1.021 metros de altitude, e o do Papagaio. Escravos abandonados plantam floresta Seis escravos negros, que se supõe tenham sido abandonados pelos seus donos, foram deixados na floresta e posteriormente adotados por um Major, nomeado administrador do local por D. Pedro II, em 1862. Ali, o Major, com a ajuda desses escravos, iniciou o replantio da floresta, antes devastada pela cultura do café. Relembramos com gratidão os nomes de Preta Maria, Leopoldo, Constantino, Eleutério, Mateus e um outro que a história ainda não conseguiu identificar. E você, já plantou alguma árvore? ::::::::::

Uma Cadeira de Balanço Caramba! Como é bom brincar numa cadeira de balanço! Fazer longas "viagens" como se fosse um navio, na boa e velha cadeira da vovó... Ingleses, americanos e nossos antepassados a usaram muito. Infelizmente, cada vez menos a vemos nas casas modernas. O bem-estar e o relaxamento que ela dá, estão ligados a seu balançar rítmico, o mesmo que acalma e adormece os bebês. Cadeiras de balanço famosas são as antigas, de fabricação austríaca. Berço, rede e cadeira de balanço ajudam a saúde física e psíquica do homem, segundo alguns médicos que estudaram o assunto. :::::::::: O Pó-de-Arroz Há muito e muito tempo, as mulheres pintam o rosto, achando que assim ficam mais bonitas. Antigamente, o "pó-de-arroz" era feito de arroz mesmo. Era um pó muito branco e fino que as mulheres usavam e ficavam parecendo fantasmas. Era moda. Os pós de maquiagem modernos já não são feitos de arroz, mas o nome permaneceu. Os perfumistas procuram sempre novas fórmulas. Amido, talco, óxido de zinco ou titânio entram agora na composição de produtos de beleza, coloridos e perfumados. Usam-se também pós de náilon e de seda, muito mais finos que o antigo pó-de-arroz. :::::::::: Ameno e Instrutivo Cirurgia sem Dor Amarrado à cadeira, o jovem pálido, com um tumor na mandíbula, esperava o destino sem demonstrar ponta de medo. Dizia-se até "confiante". Observação surpreendente para quem aguardava cirurgia numa época em que os gritos acompanhavam as incisões e o uísque era o melhor remédio para a dor. A 16 de outubro de 1846, no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, o dentista William Morton administrou éter antes da cirurgia e o rapaz não sentiu nada. Morton não inventou o éter. Seu descobridor foi Valerius Cordus, no século XVI. Nem foi o primeiro a usá-lo em procedimento cirúrgico. Na Geórgia o médico C. W. Long extraiu o tumor em um paciente usando éter, em 1842. Cobrou 2 dólares. Quanto à invenção do termo anestesia, o crédito foi para Over Wendell Holmes. Tendo sido Morton o primeiro a notificar o feito à comunidade científica -- um relato da operação foi publicado no Boston Medical and Surgical Journal — ele é lembrado como o pioneiro dessa nova era para os cirurgiões e, espe-

cialmente, pacientes de todo o mundo. :::::::::: A Coroa Desde os tempos mais remotos, a coroa era considerada ornamento mágico, ainda que fosse apenas uma simples faixa em torno da cabeça. Deuses e reis, representantes da divindade na Terra, eram sempre representados com coroas. Os faraós egípcios tinham seis tipos de coroas, que simbolizavam suas diversas funções e eram iguais às usadas nas representações de seus deuses. Entre os antigos gregos e romanos, os heróis militares e os grandes atletas eram contemplados com a famosa "coroa de louros". Na Idade Média, duques, condes e marqueses tinham suas coroas. A coroa de ferro do Imperador Carlos Magno é uma das mais antigas. Há quase mil anos está guardada na catedral da cidade italiana de Monza. É uma faixa de ouro com flores vermelhas e azuis, presa a um círculo de ferro. O primeiro a usá-la foi Carlos Magno em 774 e o último, Napoleão em 1805. :::::::::: As Escritas Como se decifra um alfabeto antigo? Não há uma regra geral, cada caso é um caso e dá um trabalhão danado. O primeiro passo é tentar identificar e contar os sinais e saber com que freqüência eles se repetem, diz o egiptólogo Antonio Brancaglion Júnior, da Universidade de São Paulo. Há três tipos de alfabeto: o fonético, em que cada letra representa um som, como o alfabeto da nossa língua, o silábico, em que cada letra é uma sílaba, como o chinês e o icônico ou logográfico, em que os sinais representam idéias ou coisas, como o japonês antigo. Mas, só para complicar, há alfabetos que misturam os três tipos. Depois, trata-se de montar um quebra-cabeça. Os filólogos comparam textos na língua antiga com línguas modificadas por ela, para identificar palavras próximas. Aí, vão substituindo sinais novos pelos antigos e isolando unidades de significado. A fala de certas línguas mortas é irrecuperável, pois não se sabe mais como soavam. Mas isso não impede a sua tradução, pelo menos em parte, como acontece com o alfabeto maia, do México. Os hieróglifos egípcios foram um mistério até 1821, quando o francês Jean François Champollion decifrou a Pedra de Roseta, que estava no Museu Britânico, em Londres. Ela apresentava um mesmo documento escrito em duas línguas e três alfabetos: grego, egípcio demótico, (uma simplificação dos hieróglifos) e hieróglifo. Após muitas tentativas, o arqueólogo conseguiu desvendar e escrever uma gramática da língua egípcia antiga, embora ainda existam hieróglifos indecifrados. Várias escritas ainda não foram desvendadas, como a rúnica, dos *vikings*, e a etrusca, da Itália pré-romana. :::::::::: Conhecendo o Mundo Ilhas Galápagos As ilhas Galápagos se formaram como resultado de uma erupção vulcânica subaquática, há pelo menos três milhões de anos, no Oceano Pacífico. Sua flora e fauna chegaram às ilhas através de correntes marinhas e várias das espécies que lá sobreviveram se tornaram únicas no mundo. Foi inspirado neste laboratório vivo, composto de 13 ilhas grandes, 6 médias e mais de 40 ilhotas, numa área de 8 mil quilômetros quadrados, na altura da costa do Equador, que Charles Darwin desenvolveu a teoria da "Origem das espécies", publicada em 1859. Não é por acaso: todos os répteis, metade das aves, 32 por cento das plantas, 25 por cento dos peixes e muitos invertebrados são encontrados no arquipélago, descoberto, em 1535, pelo frei Tomás de Berlanga. Suas águas límpidas e muito salgadas e seus rochedos habitados por iguanas, tartarugas, pingüins, leões marinhos foram considerados tão fascinantes que a UNESCO declarou, em 1979, ser este ecossistema, Patrimônio Cultural da Humanidade. Com uma temperatura acima de 20 graus centígrados no período quente e abaixo de 30 graus centígrados na temporada fria, as ilhas de areias brancas ou vermelhas recebem muitos visitantes norte-americanos, canadenses e europeus. Nestas praias paradisíacas, eles podem nadar na companhia de leões marinhos e focas e ainda explorar o fundo do mar em mergulhos submarinos. Os latino-americanos parecem ainda não conhecer este paraíso biológico. Os iniciados que lá estiveram, porém, garantem ter renovado, por um bom tempo, suas reservas de energia. :::::::::: Cicatrizes Era uma vez um garoto que tinha um temperamento explo- sivo. Um dia ele recebeu um saco cheio de pregos e uma placa de madeira. O pai disse a ele que martelasse um prego na tábua, toda vez que perdesse a paciência com alguém. No primeiro dia, o garoto colocou 37 pregos na tábua. Já nos dias seguintes, enquanto ele ia aprendendo a controlar sua raiva, o número de pregos martelados por dia foi diminuindo gradativamente. Ele descobriu que dava menos trabalho controlar sua raiva, do que ter de ir todos os dias pregar diversos pregos na placa de madeira... Finalmente chegou um dia em que o garoto não perdeu a paciência em hora alguma. Ele falou com seu pai sobre seu sucesso e sobre como estava se sentindo melhor em não explodir com os outros, e o pai sugeriu que ele retirasse todos os pregos da tábua e que a trouxesse para ele. O garoto então trouxe a placa de madeira, já sem os pregos e a entregou ao pai. Ele lhe disse: "Você está de parabéns, meu filho, mas dê uma olhada nos buracos que os pregos deixaram na tábua... Ela nunca mais será como antes. Quando você diz coisas estando com raiva, suas pa-

lavras deixam marcas como essas". ::::::::::: "O Malabarista de Nossa Senhora" O escritor francês Anatole France (1844-1924) em um conto chamado O Malabarista de Nossa Senhora, divulgou uma antiga história medieval. Em pleno inverno, os frades de um mosteiro acolhem um mendigo que vivia como malabarista pelas cidades e que, doente e com frio, pedira abrigo. Em pouco tempo ele ficou curado. Como o mosteiro era dedicado a Nossa Senhora, existia o costume de se fazer orações diárias em louvor à Virgem. O pobre malabarista queria fazer também seu louvor, mas não tinha o dom da palavra fácil. Certo dia, ao entrarem na capela, os monges percebem, horrorizados, que o malabarista estava na frente do altar, onde ficava uma bela imagem de Santa Maria em tamanho natural, fazendo seus equilibrismos com bolas e garrafas. Correm para tirar de lá o sacrílego pecador que ofendia com sua ginástica, aquele local sagrado. Quando já estavam próximos do altar vêem, surpresos, a estátua milagrosamente ganhar vida e Nossa Senhora se aproximar do pobre homem para, com a ponta de seu manto, enxugar o suor da testa dele, agradecendo a homenagem que ele lhe havia feito. Essa história, de forma comovente, valoriza a sinceridade e honestidade de nossas atitudes e ações, independentemente da pobreza e simplici- dade delas. :::::::::: É Útil Saber O Tempo Olavo Bilac Sou o tempo que passa, que passa Sem princípio, sem fim, sem medida Vou levando a Ventura e a Desgraça, Vou levando as vaidades da vida A correr, de segundo em segundo Vou formando os minutos que correm... Formo as horas que passam no mundo, Formo os anos que nascem e morrem. Ninguém pode evitar os meus danos... Vou correndo sereno e cons- tante: Desse modo, de cem em cem anos, Formo um século e passo adiante. Trabalhai, porque a vida é pequena E não há para o tempo demora! Não gasteis os minutos sem pena!

Não façais pouco caso das horas! *** Os Reis Magos No dia 6 de janeiro, comemora-se o Dia de Reis. Na tradição brasileira, este é o dia em que as famílias desmontam suas árvores de Natal. Além disso, em muitos países, a tradicional troca de presentes é feita neste dia, e não na véspera do Natal, lembrando a passagem bíblica em que os Reis Magos levam presentes para o Cristo recém-nascido. Aliás, você se lembra quais eram os presentes? Então lá vai: ouro, incenso e mirra, este último um óleo aromático tirado de uma planta do mesmo nome. Dia de Reis -- 6 de ja- neiro ***

Carnaval É carnaval! É festa, é alegria, é curti- ção! Dos blocos às escolas de samba, São quatro dias de animação Pra esquecer as tristezas E soltar a emoção... *** Quaresma Depois de tanta diversão, começa o período da Quaresma, que é de 40 dias entre o último dia do Carnaval e o primeiro da Semana Santa. O nome Carnaval tem origem na Antigüidade: comia-se carne em abundância, já prevendo a abstinência total que todos faziam dela na Quaresma. Hoje a abstinência mudou e só dois dias são obrigatórios: a Quarta-Feira de Cinzas e a Sexta-Feira da Paixão. Quem não se lembrou do jejum na quarta-feira passada pode anotar na agenda, para que na Sexta-Feira da Paixão isso não aconteça. A Quaresma tem esse nome por ser um período de 40 dias. O número 40 sempre indicou um período de preparação na Sagrada Escritura. *** Carta de um Índio "...Em 1855, o então presidente dos Estados Unidos manifestou intenção de ocupar as terras onde vivia uma tribo indígena. Sabendo disso, o chefe dos índios escreveu uma carta sobre o valor e a importância da natureza. Eis um trecho desse famoso documento: Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar da água é a voz do pai do meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles apagam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus; terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão. Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele, um lote de terra é igual a outro porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga e, depois que a conquista ele vai embora. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e nem se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seus pais e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mãe -- a terra, e seu irmão -- o céu, como coisas que podem ser compradas, saqueadas e vendidas como ovelha ou miçanga cintilante. Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas deserto. Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende. Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das asas de um inseto. Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende. O barulho parece apenas insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a superfície de uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo a pinheiro. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum -- os animais, as árvores, o homem. O homem branco não parece perceber o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas, se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte o espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida também recebe o seu último suspiro. E, se te vendermos nossa terra deverás mantê-la reservada, feito santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado com a fragrância das flores cam- pestres. Assim, pois, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão, que nós, os índios, matamos apenas para o sustento de nossa vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si. Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos antepassados. Para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios. De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disto temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará...". Dia do Índio -- 19 de abril *** Para Mamãe Minha mãe faz de tudo e não entende de nada. Ela é enfermeira, quando estamos doentes; jardineira, decoradora, arrumadeira e costureira, quando faz ou remenda as nossas roupas; colhe frutas e toma conta das despesas da casa. Ela é de ferro e parece um índio quando está zangada. Júlia, 13 anos Quando minha mãe fica zangada, ela parece uma locomotiva de duas toneladas descendo a montanha. Martim, 10 anos Mães são coisas engraçadas de verdade. Você nunca sabe quando elas vão gritar ou não. Elas mandam você arrumar o quarto e, quando você está arrumando o quarto elas mandam você varrer a escada e assim você faz uma porção de coisas antes de terminar a arrumação do seu quarto. Muitas vezes eu fico imaginando de onde é que elas vieram. Silvana, 10 anos Minha mãe é muito boa e atenciosa, mas, quando ela fica zangada, catapimba! Pam! Pumba! Vapt! Ai! João, 9 anos Dia das Mães -- 2º domingo de maio *** Migração Quando uma pessoa muda de uma região para outra, dentro de um país, ela é denominada migrante. Ela pode construir família, conseguir ocupação e fazer amigos no local para onde migrou ou, ao contrário, deixar onde morava para tentar a sorte em outra cidade. Geralmente, o que leva uma pessoa a querer sair de determinado lugar para viver em outro, é a esperança de uma vida melhor. No Brasil, grandes extensões de terra foram ocupadas por causa dos movimentos migratórios. O primeiro fluxo aconteceu no século XVI, quando criadores de gado do litoral nordestino partiram com destino ao sertão. Nos séculos XVII e XVIII, as regiões mineradoras dos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso atraíram nordestinos e paulistas. A diminuição da produção do ouro, no século XIX, trouxe parte desse contingente populacional para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde cresceu a cultura cafeeira. Ainda no fim do século XIX, iniciou-se a migração do Nordeste para a Amazônia, devido à extração da borracha. Na primeira metade do século XX, nordestinos dirigiram-se para o oeste paulista, à procura de trabalho nas culturas de café e algodão. Com o término da Segunda Guerra Mundial, o nascimento da indústria contribuiu para o aumento da migração em direção aos grandes centros urbanos, o que causou maior número de pessoas vindas do Nordeste para o Sudeste. Na década de 70, a modernização da agricultura na região sul expulsou muita gente do campo para o centro-oeste e para o norte, avançando a fronteira agrícola. Já nos anos 80, garimpeiros foram atraídos para as zonas de mineração da Amazônia, Maranhão e Pará. Dia do Migrante — 19 de junho. *** Lenda Árabe "Diz uma linda lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e, em um determinado ponto da viagem, discutiram. O outro, ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia: Hoje, meu melhor amigo me bateu no rosto. Seguiram e chegaram a um oásis, onde resolveram ba- nhar-se. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se, sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se, pegou um estilete e escreveu numa pedra: Hoje, meu melhor amigo salvou-me a vida. Intrigado, o amigo perguntou: — Por que, depois que lhe bati, você escreveu na areia e agora escreveu na pedra? Sorrindo, o outro amigo respondeu: -- Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; porém, quando nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra da memória e do coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar." Dia do Amigo — 20 de julho ***

Que É Folclore? Folclore? Sabe o que é? São coisas que os velhos contam... São histórias encantadas, onde brinca a fantasia... São quadrinhas bem rimadas, é a arte, é graça, é poesia! É o rico artesanato, os trajes, os rituais, O rodeio, o desafio, os tipos originais... O velho carro de bois, coletivo das Gerais. São remédios de folhagens, são comidas e bebidas, objetos, beberagens... São rezas superstições, que a gente ouve e que diz, são temas religiosos, rodas, jogos infantis... É tudo que representa tradição de uma cultura: expressões, músicas, danças, são linguagens, falas, ditos, toda uma literatura! Tudo de uma região, passando de boca em boca, geração a geração... Coisas que vivem pra sempre, que o povo não esquece, não! porque são ricas, bonitas, porque é a sua tradição! Dia do Folclore -- 22 de agosto *** É Festa na Floresta No Dia da Árvore, nada mais justo do que fazer a maior festa. Afinal, as árvores estão sempre nos dando presentes: frutas ou flores perfumadas, madeira para construir casas e móveis. Imaginem quantas coisas vêm das árvores! Elas abrigam os pássaros e outros animais como sagüis, macacos-prego, micos-leões- -dourados. Você está então convidado a saber um pouco mais sobre algumas árvores que são a cara de nosso país. Quando se fala em árvores brasileiras, pensamos logo no pau-brasil. Por sua causa o país se chama Brasil. E Brasil quer dizer da cor da brasa. Isto é, vermelho, a cor da tinta que sai da casca dessa árvore, usada pelos índios para se pintarem. Como o pau-brasil, o ipê-amarelo, árvore símbolo do Brasil, merece menção especial. Ela floresce na mesma época que a quaresmeira, que dá flores roxas. Não podemos também nos esquecer do açaizeiro, palmeira nativa da Amazônia. Do seu caule se extrai palmito e o seu fruto, o açaí, pode virar sorvetes e refrescos. E a bananeira? A banana é uma das frutas mais comidas no Brasil. Mas será que a bananeira é uma árvore? O dicionário descreve como uma grande erva. Uma árvore importante para a economia do Brasil é a seringueira. No começo do século XX, antes de a borracha sintética ser inventada, toda borracha existente no mundo vinha da seringueira. Foi a época do "ciclo da borracha", em que o mundo inteiro comprava o produto da Amazônia. E ainda precisamos lembrar as grandes espécies madeireiras, como o cedro, a canela, o ipê, o jacarandá, o jequitibá, a peroba-de-campos, o mogno... São tantas as árvores do Brasil que, aproveitando o dia delas, que tal pensar um pouco na necessidade de conservar essa riqueza que é a nossa flora, tão variada nas regiões em que o país se di- vide? Dia da Árvore -- 21 de setembro *** Os Animais A mesma data em que se festeja o Dia de São Francisco de Assis. E não é coincidência, pois esse santo, nascido em Assis, Itália, em 1182, é o protetor dos animais. Ele sempre se referia à natureza como irmãos: irmã fera, irmã leoa, irmão sol, irmã lua. A primeira classificação dos animais como conhecemos hoje, se deu em 350 a.C., com Aristóteles. O filósofo grego catalogou 500 espécies e já considerava os filhotes. Assim como as baleias, o golfinho se desenvolveu em terra firme, migrando para o mar. Conhecer algumas das espécies ameaçadas de extinção nos leva a compreender a importância de protegê-las. O urso panda, por exemplo, é o escolhido para ser o símbolo dos animais ameaçados de extinção, que, como ele, não têm como se defender da degradação da natureza imposta pelos homens. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis -- IBAMA -- publica lista oficial de animais ameaçados de extinção.

Dia dos Animais — 4 de outubro *** A República República é o sistema de governo em que um ou vários indivíduos, eleitos pelo povo, exercem o poder supremo, por tempo determinado. Nesta data, há exatamente 111 anos, o marechal Deodoro da Fonseca entrou no Quartel General do Exército, hoje Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro, montado num cavalo, e terminou com o último Gabinete da Monarquia, que se encontrava em reunião naquele local. O sistema monárquico de governo já não tinha o apoio de antes: da Igreja nem dos militares, nem das lideranças civis. Essa insatisfação generalizada enfraqueceu a monarquia e o gesto do marechal Deodoro foi marco decisivo para abolir aquele sistema e implantar a República. Muitos só esperavam que isso acontecesse após a morte do imperador D. Pedro II, admirado e respeitado por todos. Ao chefiar o movimento pacífico, o qual se tratou da Proclamação da República do Brasil, o marechal Deodoro marcou o início de uma nova era no país, a partir do ano de 1889, chamada de republicana, que se firmou de fato com o marechal Floriano Peixoto, sucessor de Deodoro. Dia da Proclamação da República — 15 de novembro *** O Imigrante Nossas homenagens a todos os povos que vieram de longe para ajudar a construir este nosso Brasil. Só para lembrar a importância dos nossos imigrantes: São Paulo é a cidade com maior número de descendentes de italianos fora da Itália e de descendentes de japoneses fora do Japão. Dia do Imigrante -- 1º de dezembro *** Canto de Natal Manuel Bandeira O nosso menino Nasceu em Belém. Nasceu tão-somente Para querer bem. Nasceu sobre as palhas O nosso menino. Mas a mãe sabia Que ele era divino. Vem para sofrer A morte na cruz, O nosso menino. Seu nome é Jesus. Por nós ele aceita O humano destino: Louvemos a glória De Jesus menino. Natal -- 25 de dezembro ::::::::::

O Dicionário Esclarece acirrou -- incitou; irritou; estimulou afabilidade -- delicadeza alusão -- referência que se faz a alguma pessoa ou coisa sem mencionar expressamente cadente -- que vai caindo cauim -- bebida fermentada, preparada pelos índios com mandioca cozida e mastigada ciosa -- zelosa; cuidadosa curiango -- ave noturna empedernido -- endurecido; insensível; cruel. enzimas -- fermentos solúveis espectral -- fantasmagórico fétido -- de mau odor; de mau cheiro filólogos -- que se dedicam ao estudo profundo da língua fluxo -- abundância; preamar; correnteza forasteiro -- estrangeiro; estranho; que vem de fora garbosos -- elegantes; apru- mados igarapés -- canais estreitos que só dão passagem a canoas ou barcos pequenos incisões -- cortes; golpes ingestão -- ato de ingerir, de introduzir no estômago jugo -- submissão; opressão lânguido -- desfalecido; sem forças; abatido libertinagem -- devassidão; licenciosidade; desregra- mento de costumes metabólico -- mudança da natu- reza molecular do corpo migrando -- mudando de um lu- gar para o outro; deslocan- do-se patético -- que move os afe- tos; tocante; comovente permutava-se -- trocava-se; mudava-se ou cedia-se reci- procamente pilheriando -- fazendo graça; ironizando; zombando preconizando -- divulgando; propalando; apregoando com louvor requisitório -- precatório; exposição de motivos em que o agente do Ministério Pú- blico acusa alguém judicial- mente sepulcral -- relativo a sepul- tura; funéreo; sombrio; extremamente pálido taquara -- taboca; bambu trama -- instiga; tramóia; trapaça voracidade -- avidez; que devora; que não se farta :::::::::: Fontes de Pesquisa Boletim da ACM Coleção Tempo e Saber Ecologia e Desenvolvimento Jornal do Brasil Jornal O Dia Jornal Folha de São Paulo Jornal O Fluminense Jornal O Globo Livro: Moça Lua e Outras Lendas Livro: Para Mamãe Pau-Brasil -- publicação do Departamento de Águas e Energia Elétrica. Revista Rotary Club Revista Seleções

Revista Superinteressanta Revista Veja :::::::::: Errata Queremos informar aos leitores, que a revista "Pontinhos 313 julho-dezembro de 2002", na realidade abrange janeiro- dezembro de 2001. ::::::::::