äoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäo ä o ä PONTINHOS o ä o ä Ano Xl -- n.o 312 o ä Julho-Dezembro o ä de 2000 o ä Instituto o ä Benjamin Constant o ä Diretor-Geral o ä do IBC o ä Prof. Carmelino o ä Souza Vieira o ä Fundador de Pontinhos o ä Prof. Renato o ä M. G. Malcher o ä Responsável por o ä Pontinhos o ä Kate Q. Costa o ä Impresso na o ä Imprensa Braille o ä do IBC o ä Av. Pasteur, 350-cfh, o ä Urca, Rio de Janeiro, o ä RJ -- Brasil o ä CEP 22290-bdj o ä (0xxba) 543-aaai o ä ramal 145 o ä o äoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäoäo SUMÁRIO Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: O Galo e o Anjo ,,,,, 1 O Lobo e o Cão ,,,,,, 3 Divertimentos: O que É, O que É? ,,,,,,,,,,,,,,,, 5 Só Rindo ,,,,,,,,,,,,, 8 Vamos Aprender: Coletivos ,,,,,,,,,,,,, 9 Para você Recitar: O Menino Rico ,,,,,,, 10 Zoologando: Cabeça ou Pá ,,,,,,,,, 11 Historiando: Fim das Aulas ,,,,,,,, 13 Seção Juvenil O Vovô Narra a História: Gutemberg Faz a Bíblia ,,,,,,,,,,,,,,,, 15 Relíquias de uma Paixão ,,,,,,,,,,,,,,,, 18 Sensibilidade ,,,,,,,,,,, 20 Literatura de Cordel ,,,,,,,,,,,,,,,, 21 Nosso Brasil: Acaba Vida ,,,,,,,,,,, 23 Como Surgiu o Dinheiro ,,,,,,,,,,,,,, 26 Rebeldia da Paraíba (Nego) ,,,,,,,,,,,,,,,, 27 Curiosidades ,,,,,,,,,,,, 29 Começando onde Devia ter Começado ,,,,,,,,,,,,,, 32 Porcelana, um Negócio da China ,,,,,,,,,,,,,,,,, 34 Ecoando: Longa História de Ganância ,,,,,,,,,,,,,, 37 Lei da Selva é Dura ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 40 Uma Trajetória que Teve Origem no Fumo ,,,,,,, 41 Conhecendo o Mundo: Romance sobre as Águas ,,,,,,,,,,,,,,,,, 44 Grande Obra Necessita de Operários ,,,,,,,,,, 47 Esporte Inventa Moda ,,,,,,,,,,,,,,,,,, 48 Ameno e Instrutivo: Arqueologia -- História da Antigüidade ,,,,,,,, 50 Criptografia ,,,,,,,,,, 51 Corais ,,,,,,,,,,,,,,,,,, 52 Paz ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 53 É Útil Saber: Amigo ,,,,,,,,,,,,,,,,, 54 Agosto: O Mês do Ca- chorro Louco ,,,,,,,,,, 56 O que o Filho Pensa do Pai ,,,,,,,,,,,,,,,, 57 Bem Aventuranças de um Velho ,,,,,,,,,,,,,, 58 Oração da Criança ,,,, 59 O Livro mais Caro do Mundo ,,,,,,,,,,,,,,,,, 61 O Túmulo do Soldado Desconhecido ,,,,,,,,,, 61 Uma Noite de muitas Crenças ,,,,,,,,,,,,,,, 63 Fontes de Pesquisa ,,,,,,,,,,,,,, 67 O Dicionário Esclarece ,,,,,,,,,,,,, 68 Ao Leitor ,,,,,,,,,,,, 70 ::::::::::

Seção Infantil A Vovó Conta Histórias O Galo e o Anjo (Walmir Ayala) O pior era para o Sol a- cordar. O galo, desesperado, tinha medo que não amanhecesse e começava cedo demais a tocar as matinas. O anjo vinha enxotá-lo: -- Cale-se! É cedo... -- É preciso avisar o Sol. -- Eu me encarrego disso. Mas o galo não acreditava muito no anjo e tinha um pouco de despeito em relação a este ser tão branco, asas leves e capaz de mais vôos. Neste tempo, os galos também voavam e eram todos negros, verme- lhos, amarelos. Brancos não havia. E o galo foi até Deus: -- Senhor, venho pedir-lhe uma coisa. -- Fale. -- Eu acho um desaforo que o anjo seja tão branco, tão etéreo e eu vermelho, desengonçado. -- Queres ser branco? -- Quero que haja galos brancos na minha família. -- Acho justo o que pedes. Queres ser o primeiro? -- Mas não quero ser todo branco. Deixe uma parte vermelha, pois esta cor muito me agrada. -- Pois bem. Assim seja. Mereces o que pedes, pois és bastante útil. E Deus tingiu o galo de branco, deixando-lhe uma crista vermelha, conforme ele pedira. A partir daí, o galo começou a desafiar o anjo e não cantava mais de manhã, pois se fatigava em altos vôos até o trono angélico. Por isso foi castigado. Não voaria mais. Continuaria branco, mas só alcançaria os muros dos quintais para lançar seu canto matinal. -- Bem feito, disse o anjo. O galo baixou a crista. Deus viu a provocação do anjo e condenou-o ao exílio entre os anjos. Por muito tempo não conviveria com os seres da criação, nem desceria à Terra para passear entre os jardins do paraíso. O galo castigado, para se vingar, recomeçou a cantar cedíssimo, de tal forma que sem- pre causava um transtorno no mundo. O sol, estremunhado de sono, e mal-humorado, espiava, abrindo de leve, a sua janela, e deixando passar um princípio de claridade que manchava as nuvens, os montes, os prados. E foi assim que houve a ma- drugada. *** O Lobo e o Cão Um lobo e um cão encontraram-se num caminho. Disse o lobo: -- Companheiro, você está com ótimo aspecto: gordo, o pêlo lustroso... Estou até com inveja... -- Ora, faça como eu -- respondeu o cão. -- Arranje um bom amo. Eu tenho comida na hora certa, sou bem tratado... Minha única obrigação é latir à noite quando aparecem ladrões. Venha comigo e você terá o mesmo tratamento. O lobo achou ótima a idéia e se puseram a caminho. Mas de repente o lobo reparou numa coisa. -- O que é isso no seu pescoço, amigo? Parece um pouco esfolado... -- observou ele. -- Bem -- disse o cão --, isso é da coleira. Sabe? Durante o dia meu amo me prende com uma coleira, que é para eu não assustar as pessoas que vêm visitá-lo. O lobo despediu-se do amigo ali mesmo: -- Vamos esquecer -- disse ele. -- Prefiro minha liberdade à sua fartura. ::::::::::

Divertimentos O que É, o que É? 1) O que é que sabe falar qualquer idioma conhecido no mundo sem nunca ter ido à escola? 2) O que é que sendo feminino está no engenho e sendo masculino está no revólver? 3) Por que o coelho se parece com a esquina? 4) Por que uma rua de muito trânsito se parece com o botequim? 5) Por que o rico se parece com a camisola? 6) Quando é que os elefantes têm 16 pés? 7) Por que é que os elefantes são cinzentos? 8) Por que a igreja se parece com o mar? 9) Por que os burros se parecem com os livros? 10) Por que Minas Gerais se parece com Copacabana? 11) Por que o passarinho não briga com o leão? 12) O que é que ninguém come, mas todo mundo bota no feijão? 13) O que é pior que uma girafa com dor de garganta? 14) Qual é a diferença en- tre uma banana e um elefante? 15) Se você estiver na selva e vir um leão levantar após uma sesta, que horas são? 16) O que tem cabeça mas não pode pensar? 17) Se você está nadando no oceano e é atacado por um crocodilo, o que vai fazer? 18) Quem é que mete as mãos onde todos metem os pés? 19) O que um homem solteiro tem mais que um casado? 20) O que é que se bota no fogão que não se pode colocar na geladeira? Respostas 1) Eco. 2) A cana e o cano. 3) Porque ambos têm um orelhão.

4) Porque ambos têm batida. 5) Porque ambos têm renda. 6) Quando são quatro elefantes. 7) Para não serem confundidos com morangos. 8) Porque ambos têm velas. 9) Porque ambos têm ore- lhas. 10) Porque ambas têm belo horizonte. 11) Porque tem pena. 12) O til. 13) Uma centopéia com dor nos pés. 14) Experimente descascar um elefante. 15) Hora de correr. 16) O alho. 17) Nada. Não há crocodilos no oceano. 18) O sapateiro. 19) Duas letras. 20) Til. ***

Só Rindo O Dicionário do Cão Transporte de cão -- Cão Minhão Cão que faz música -- Cão Positor Cão que briga -- Cão Gaceiro Cão depois do trabalho -- Cão Sado Cão da mesma terra -- Cão Terrâneo Jardim de cão -- Cão Teiro Carro de cão -- Cão Dilac Escola de cão -- Cão Légio Chapéu de cão -- Cão Pacete Roupa de cão -- Cão Misa Cão de campo -- Cão Pes- tre Lâmpada de cão -- Cão Delabro Ônibus de cão -- Cão Meta Cão sem coragem -- Cão Varde Cão velho -- Cão Duco Cão russo -- Cão Munista A mãe faz reprimenda: -- Juquinha, cada vez que você faz malcriação, nasce um cabelo branco em mim. E o Juquinha responde: -- Puxa! Então você fez muitas malcriações com a vovó. Veja como está com a cabeça branquinha! O garoto apanhou da vizinha e a mãe, furiosa, foi correndo tomar satisfação com ela. -- Por que a senhora bateu no meu filho? -- Ele foi mal educado, e me chamou de gorda. -- E a senhora acha que vai emagrecer batendo nele?... {O espirro é uma tempestade sub-narina}. :::::::::: Vamos Aprender Coletivos Biblioteca -- de livros. Bosque -- de árvores. Cacho -- de uvas, de bananas e de cabelos encaracolados. Caravana -- de viajantes. Código -- de leis. Corja -- de vadios, de bandidos. Elenco -- de artistas. Enxoval -- de roupas e complementos. Manada -- de búfalos, de elefantes de bois, de cavalos. Milênio -- período de mil anos. :::::::::: Para você Recitar O Menino Rico Nunca tive brinquedos, Brinco com as conchas do mar E com a areia da praia. Brinco com as canoas dos Coqueiros Derrubadas pelo vento. Faço barquinhos de papel E minha frota navega, Nas águas da enxurrada. Brinco com as borboletas, Nos dias de sol, E nas noites de lua cheia Visto-me com os raios do luar; Na primavera teço coroas de flores perfumadas. As nuvens do céu são navios, são bichos, são cidades. Sou o menino mais rico do mundo Porque brinco com o Universo, Porque brinco com o Infinito. :::::::::: Zoologando Cabeça ou Pá Para viver debaixo da terra, a cobra-de-duas-cabeças passa tempos abrindo galerias subterrâneas. Para fazer isso, usa a cabeça, que funciona como uma pá. Olhando mais bem olhada, dá para perceber os olhos nas cabeças do bicho. Só que eles ficam escondidos debaixo de uma prega da pele. São dois pontos mais escuros. Dizem que o bicho é cego. Mas é que ele não gosta de luz. Não está habituado. Quando sai da toca e fica no claro, fica a- goniado, atrás de um buraco para se esconder de novo. Morde ou não morde -- Tem gente que tem medo de cobra- -de-duas-cabeças. Mas ela não faz mal a ninguém. Gosta mesmo é de comer larvas de bicho, minhocas, insetos, aranhas e vermes. Adora também a proximidade de um formigueiro de saúvas. Por isso tem gente que chama esse bicho de mãe- -de-saúvas e rei-das-formigas. No Mato Grosso, no interior, o povo diz que quem olha para uma cobra-de-duas-cabeças bem de perto, fica cego que nem ela. Mas é história. Eu já espiei uma e não fiquei. Bicho boa-vida -- Em ou- tros cantos, o povo diz que o bicho tem duas cabeças porque arranjou um jeito de levar vida boa. Durante seis meses ele vai para um lado. Nos ou- tros seis meses, vai para o outro. Quer dizer, enquanto uma cabeça trabalha, a outra fica de férias. :::::::::: Historiando Fim das Aulas Diário Estou chegando ao final da quarta série! Ah! Nem te conto, diário, mesmo porque você já sabe tudinho. Você me acompanhou durante esses anos, sempre den- tro da minha mochila, e deve saber muito bem como foi gostoso! Lembra daquela vez que eu levei o batom da mamãe dentro da mochila e o batom abriu e você ficou todo manchado? Lembra quando o Juca quis ler você escondido, eu briguei com ele e a gente foi parar na diretoria? Eu me lembro disso e de tantas outras coisas! Viu como eu já estou escrevendo bem? É claro que eu ainda faço alguns erros. Mas a professora diz que a escola é para isso mesmo. Aqui a gente erra, apaga, corrige e acaba aprendendo. Assim, depois, a gente vai errar menos na vida, não é? Eu já sei um monte de coisas. Nem sei dizer tudo o que sei! Mas o gostoso mesmo foi o monte de amigos que eu encontrei na escola, nesses anos todos. A minha maior amiga é a Patrícia, só que ela é a minha {menor} amiga também, porque é a mais baixinha. Eu cresci bastante, diário. Por fora e por dentro. Agora vem a quinta séria. Na quinta, eu vou ter uma porção de professores. Cada um vai ensinar uma coisa diferente. E eu vou aprender tudo! Um beijo da Ritinha ::::::::::

Seção Juvenil O Vovô Narra a História Gutenberg Faz a Bíblia De todas as revoluções tec- nológicas do milênio, a de maior alcance ocorreu um pouco antes da metade dessa era. Ao longo da História, a faculdade de ler e escrever pertencera a pequenas elites de no- bres, sacerdotes e escribas. No século Xv, surgiu na Europa uma classe média alfabetizada. Sua ânsia de conhecimento lançou os inventores na busca da maneira de produzir em massa a palavra escrita. Quando o ourives alemão Johannes Gutenberg o fez -- criando sua obra-prima, uma tiragem de duzentas lindas Bíblias, compostas tipograficamente em 1455 --, desencadeou-se uma epidemia de informação que grassa até hoje. Para bem apreciar o feito de Gutenberg é necessário entender o que ele não fez. Ele não inventou a impressão: essa arte já existia na China do século Viii, utilizando caracteres múltiplos talhados num bloco único de madeira. Não inventou os tipos móveis, as letras reagrupadas para cada nova página: o impressor chinês Pi Sheng os criou por volta de 1040. Gutenberg não inventou nem mesmo o tipo móvel de metal: coreanos o fizeram, no século Xiv. A im- pressão de textos com blocos de madeira só chegou à Europa no começo do século Xv e parece que ninguém no continente conhecia as técnicas mais a- vançadas do Oriente. Na verdade, os tipos móveis não eram comuns na China e na Coréia, onde a escrita incluía 10 mil caracteres. Na Europa, por outro lado, essa tecnologia parecia prometer muito. O que Gutenberg criou foi o primeiro sistema ocidental de tipos móveis que funcionou tão bem, que continuou praticamente o mesmo por 350 anos. Gutenberg projetou um tipo novo de prensa, baseada naquelas usadas para espremer azeitonas. Descobriu uma liga de chumbo, estanho e antimônio e um molde de precisão, calibrado para receber a mistura. Preparou uma tinta à prova de borrões com negro-de-fumo, óleo de linhaça e terebentina. Cada página de sua Bíblia levou provavelmente um dia para ser montada, mas, uma vez os tipos no lugar, o resto foi relativamente fácil. O método de Gutenberg espalhou-se com rapidez incrível. Estima-se que em 1500 já circulava meio milhão de livros: obras religiosas, clássicos gregos e romanos, textos científicos, o relatório de Colombo sobre o Novo Mundo. A aceleração do Renascimento foi apenas o primeiro subproduto da imprensa de Gutenberg. Sem ela, o movimento protestante talvez não nascesse, bem como as revoluções industriais e políticas dos séculos seguintes. Gutenberg, no entanto, não colheu as glórias: o fruto de sua mente levou-o à falência e, em 1455, um credor tomou seu negócio. Pouco mais se sabe sobre o inventor -- em parte porque ele nunca imprimiu o próprio nome. *** Relíquias de uma Paixão Era uma vez um príncipe e uma princesa que viviam muito infelizes. D. Pedro I, que governou Portugal de 1357 a 1367, por questões de estado, foi obrigado a se casar com D. Constança; Infanta de Castela. E apaixonou-se por sua dama de honra, Inês de Castro. Com a morte prematura, de parto, da Infanta, D. Pedro I passou a viver com Inês em Coimbra. Mas seu pai, D. Afonso Iv, mandou matá-la, em 7 de janeiro de 1355, quando D. Pedro I estava fora, caçando. Ao chegar em casa, seus empregados o receberam gritando: {Inês é morta!} D. Pedro, então, mandou matar os assassinos, que eram quatro. Três foram mortos e um fugiu para a Espanha. Fizeram um boneco deste, para representar seu enforcamento em praça pública. Diz a lenda que D. Pedro mandou desenterrar Inês e fez os membros da corte beijar-lhe a mão. O rei mandou construir para Inês um túmulo belíssimo, em estilo gótico, sustentado por três imagens de animais com os rostos dos assassinos esculpidos -- que carregavam a maldição de que deveriam ficar ali até o fim dos tempos. O túmulo de D. Pedro, com desenho idêntico ao de Inês, encon- tra-se em frente ao dela. Ele insistiu que sua estátua ficasse voltada para a da amada, a fim de que, no dia do Juízo Final, a primeira imagem que visse, fosse a de Inês. :::::::::: Sensibilidade Há alguns anos atrás, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfal- to, caiu rolando e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas, com Sín- drome de Down, ajoelhou-se, deu um beijo no garoto e disse: {Pronto, agora vai sarar}. E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje. Talvez os atletas fossem deficientes mentais... Mas, com certeza, não eram deficientes de sensibilidade... Por que? Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho. O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar o curso. :::::::::: Literatura de Cordel A literatura de cordel é um tipo de literatura de origem popular. É impressa em pequenos folhetos de papel barato e vendida principalmente nas feiras de algumas cidades brasileiras. Chama-se {de cordel} porque estes pequenos folhetos são pendurados em pedaços de barbante ou cordel, para serem vendidos. O nome {cordel} veio de Portugal, junto com os portugueses que chegaram ao Brasil no século Xvi. No início, as histórias que apareciam nestes folhetos eram narrativas de guerras, viagens fantásticas e conquistas marítimas. Com o tempo, passaram a ser contados todos os tipos de histórias, sempre sob a forma de versos. Durante muito tempo, antes de os jornais existirem, o {cordel} fazia o papel de um verdadeiro jornal. Exemplo de Literatura de Cordel: São Paulo, terra querida pelo povo nordestino onde lutam pela vida homem, mulher e menino do oficial ao servente cada um forma seu destino. ::::::::::

Nosso Brasil Acaba Vida Um lugar cujo nome é Acaba Vida. Acredite: existe. Fica perto da Serra do Cafundó. E é mesmo um cafundó, um pedaço de Brasil de 450 hec- tares, onde 400 famílias vivem isoladas, cercadas por montanhas imensas, como se o século 20 ainda estivesse para chegar. A maior parte dos moradores não conhece carro, televisão ou banheiro e considera um luxo documentos como certidão de nascimento ou carteira de identidade. Xuxa, Barbie, Coca-cola e Fernando Henrique Cardoso são palavras desconhecidas. O único meio de transporte é o cavalo. Não há estradas, luz elétrica, água potável ou telefone. Os habitantes vivem do que plantam no roçado e da criação de gado. E o mais curioso: em linha reta, apenas 120 quilômetros separam esses brasileiros da modernosa capital federal, Brasília. Lá pelo século Xviii, os desbravadores ainda singravam as perdidas terras de Goiás, numa marcha para o oeste à procura de riquezas. Um grupo de exploradores perdeu-se no mato e, sem muitas alternativas, resolveu fixar-se ali mesmo, num vale verde com água abundante. A ocupação foi harmoniosa. Em troca da concessão da terra, os novatos ofereciam produtos do engenho que construíram, aos antigos donos do pedaço, os numerosos índios. O cotidiano transcorria pacificamente até que um dia, a tragédia. O líder da comunidade branca resolveu a- vançar as serras em busca de caça e antes de sair recomendou ao feitor que não descuidasse da produção do alambique, que dividiam com os índios. Por sua conta, o feitor deu um cruel banho de melado quente nos índios que apareceram para fazer a partilha da cachaça. A vingança não tardou. A aldeia inteira fez um ataque fulminante. A versão do massacre sedimentou-se ao longo dos anos, batizou a região com o curioso nome de Acaba Vida e, de quebra, preservou para o futuro um mundo perdido. Dois séculos depois, os novos moradores, instalados ali nos anos 60, seguem o mesmo modelo de vida e produção dos pioneiros bandeirantes e a e- conomia ainda funciona na base do escambo. Nada de tradicionalismo. A região é simplesmente o maior trecho isolado de Goiás. Há um ano, só se transpunha as serras a pé ou a cavalo. Mil horas de trator abriram nas encostas das montanhas, uma estrada de 30 quilômetros. Sem cascalho, prevê-se que a estrada terá de ser reconstruída após a estação das chuvas, de novembro a abril. E aí os moradores ficarão novamente isolados do oásis mais próximo da civilização, o vilarejo Faz Tudo, vinculado ao município de Niquelândia, a 35 quilôme- tros. Na região, as famílias vivem em propriedades de 6 al- queires distribuídas pelo Acaba Vidinha, no pé da serra; Acaba Vida, no miolo; e Acaba Vidão, quando se transcende, as maiores elevações. Deste ponto, nas noites de céu limpo, é possível avistar o clarão das luzes de Brasília. Tão perto, tão longe. :::::::::: Como Surgiu o Dinheiro Há muito tempo, quando ainda não existia o dinheiro, as pessoas negociavam coisas de seu interesse à base de trocas. Com o tempo, objetos como conchas e metais transformaram-se em um tipo de {moeda} padrão, e passaram a ser aceitos em qualquer tipo de troca. As primeiras moedas eram ta- lhadas em metal valioso, variando seu valor de acordo com o peso. A moeda mais antiga de que se tem registro foi criada entre 900 e 600 a.C., na Lídia, região da Turquia Ocidental. :::::::::: Rebeldia da Paraíba (Nego) Qual o significado da palavra {nego} na bandeira da Paraíba? O verbo refere-se à decisão de João Pessoa, governador da Paraíba em 1929, de não aceitar o sucessor indicado pelo presidente da República, Washington Luís. Um acordo entre São Paulo e Minas Gerais, garantia que o presidente sempre fosse de um desses Estados, em rodízio. Em 1929, o paulista Washington Luís resolveu quebrar o acerto e indicou outro paulista, o governador Júlio Prestes. Minas rebelou-se e recebeu o apoio do Rio Grande do Sul. {A Paraíba, que estava esquecida pelo governo federal, decidiu também rejeitar a decisão do presidente e se unir aos mineiros e aos gaúchos}, explica o historiador José Otávio de Arruda Melo, da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa enviou então uma mensagem ao Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, onde ficava o presidente, protestando contra a decisão. {O governador não usou exatamente _nego, mas a palavra ficou como um símbolo}, conta Melo. Pouco depois da morte de João Pessoa, assassinado por motivos passionais em 26 de julho de 1930, os rebeldes propuseram a inclusão da pala- vra {nego} na bandeira. Ela foi definitivamente alterada em setembro de 1930, às vésperas da revolução que levou Getúlio Vargas ao poder. ::::::::::

Curiosidades Foi para prever épocas de cheias dos rios, de plantio e de colheita, que surgiram a astronomia, a matemática e os calendários. *** Os primeiros estudos de biologia foram feitos pelo romano Catão, o Censor, que em 160 a.C. escreveu {Da A- gricultura}, sobre a fauna e a flora. *** Figurantes do Cinema -- O filme que mais utilizou figurantes na história do Cinema foi {Gandhi}, realizado em 1982. De suas cenas, participaram 300 mil extras, como esses atores são também chamados. *** Estrumes nas ruas -- Na virada do século Xx, os cavalos depositavam, diariamente, em Nova Iorque, quase 10 milhões de quilos de estrume nas ruas. *** Cerâmicas e azulejos -- O Brasil é o #;o produtor, o #;o consumidor e o #.o exportador de pisos cerâmicos e a- zulejos do mundo. A produção mundial é de 87 milhões de metros quadrados mensais, sendo que a Itália é o maior produtor, com 32 milhões de metros quadrados por mês, depois o Brasil com 17, a Espanha com 11 e o Japão com 8 milhões de metros qua- drados mensais. *** Curiosidades sobre os minipaíses -- O Estado do Vaticano, encravado na cidade de Roma, possui apenas 0,d quilômetros quadrados. Essa área é menor que o terreno onde se situa o Congresso dos Estados Unidos. O Principado de Liechtenstein, situado na Europa, é um paraíso fiscal cujos bancos possuem agências em praticamente todo o mundo. Nos seus 160 quilômetros quadrados de território, existem mais empresas do que cidadãos (estes, em número de 29 mil). Andorra é outro principado europeu, com menos de 60 mil habitantes. Devido ao comércio livre de impostos, seu território de 467 quilômetros quadrados recebe anualmente cerca de 10 milhões de turistas. *** Pele para que te quero -- Nem coração nem cérebro. O órgão mais pesado do corpo é a pele -- sim, senhor: ela é considerada um órgão. Num adulto médio, a pele pesa de quatro a sete quilos. Para fazer as contas de quanto você tem de pele, divida o seu peso por 12. É mais ou menos isso. *** Os coelhos produzem cinco ninhadas por ano, gerando de

seis a dez filhotes em cada. *** Vibrando sete mil e quatrocentos pulsos por minuto, as membranas de uma cigarra macho produzem um ruído detectável a mais de 400 metros de distância. *** Qual a proporção de crescimento das unhas? A unha é uma lâmina de queratina dura, situada na ponta dos dedos. Seu crescimento é contínuo, diário, a partir de sua base, chamada raiz. A cada mês, aumenta cerca de 2 a 4,e milímetros, renovando-se completamente ao redor de seis meses. :::::::::: Começando onde Devia Ter Começado Conta um homem que as palavras a seguir estão escritas no túmulo de um bispo anglicano, em uma catedral na Inglaterra: "Quando eu era jovem, e mi- nha imaginação não tinha limites, sonhava mudar o mundo." "Quando fiquei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não mudaria: então res- tringi um pouco minhas ambições, e resolvi mudar apenas meu país." "Mas o país também me parecia imutável." "No caso da vida, em uma última e desesperada tentativa, quis mudar minha família, mas eles não se interessavam nem um pouco, dizendo que eu sempre repeti os mesmos erros." "Em meu leito de morte, enfim descobri: se eu tivesse começado por corrigir meus erros e mudar a mim mesmo, meu exemplo poderia transformar minha família. O exemplo de minha família talvez contagiasse a vizinhança, e assim eu teria sido capaz de melhorar meu bairro, minha cidade, o país, e -- quem sabe? -- mudar o mundo." :::::::::: Porcelana, um Negócio da China A porcelana é um tipo de cerâmica muito fina delicada e resistente. Quem descobriu a fórmula mágica para a fabricação desta preciosidade foram os chineses. Não era feita de um barro qualquer. A matéria-prima utilizada em sua fabricação, era o caulim, tipo de calcário, branco, fino e maleável. Mas isso era um segredo... Ninguém sabia que material era aquele... Alguns diziam que a base da fórmula era a casca de um molusco oriental chamado porcella. Outros diziam que a tal casca só servia depois de ter estado enterrada tempo suficiente para ficar podre... Porcella... porcelana... eis aí, a origem do nome. Este mistério demorou a ser desvendado e isso valorizou o produto. Logo todos passaram a co- nhecer e utilizar os objetos feitos deste material intrigante. Mas, qual o segredo para a sua fabricação? Como conseguiam fabricar aquele material? Experiências e testes foram feitos durante anos... Até que um dia... Era uma vez um químico alemão chamado João Frederico Bottger. Um dia, ao se preparar para uma festa na corte, João percebeu que sua peruca preferida não estava branca como de costume. Naquela época (século Xviii), era moda usar cabeleira branca nas ocasiões importantes... Aos berros, muito zangado gritou para seu camareiro... Homem!!!! Como ousastes deixar minha cabeleira neste estado!!!! Traz logo pó de arroz!!!! Anda, anda... não sabes que estou atrasado!!!! O pobre empregado havia esquecido de comprar o tal produto e, morrendo de medo da ira do patrão, tratou de arranjar às pressas um pó branco parecido com pó de arroz. Assim com essa pressa, pensou... ele nem vai perceber que isso é um produto diferente. Coitado!!!! Esqueceu que o patrão era químico... Bottger logo percebeu que o produto era diferente e imediatamente, tratou de examiná- -lo. O esquecimento de seu camareiro foi providencial!!! O tal pó branco misturado com um pouco de água, transformava-se numa "lama" pesada e brilhante... Precisava ex- perimentar mais... E assim o fez Eureka!!!! A tal pasta, depois de cozida transformou- -se em um material duro cuja superfície parecia vidro e não arranhava. Aquela pasta, era a porcelana... e o pó com o qual havia empoado sua cabeleira era o Caulim... Isso mesmo, Caulim é o nome da matéria-prima utilizada para fabricação da porcelana. A maior ou menor quantidade de Caulim, misturado a outros produtos é que determina a qualidade da porcelana. Mas, depois, outra descoberta foi feita... Na Europa também existia Caulim, então, poderiam produzir porcelana. Assim vários países passaram a produzi-la. :::::::::: Ecoando Longa História de Ganância O Brasil mal acabava de completar um século de descoberto e o pau-brasil já clamava por proteção, tamanho era o furor predatório de portugueses, franceses, espanhóis e ingleses. Há relatos de que os colonizadores chegaram a cortar 186 mil árvores em um só ano. O pau-brasil era vendido para a produção de corantes destinados ao tingimento de tecidos. Para conter essa destruição, em 12 de dezembro de 1605, o soberano Felipe Ii, rei de Portugal e Espanha, assinou a primeira lei de proteção florestal brasileira, batizada de "Regimento Pau-Brasil", proibindo a ex- tração daquela madeira verme- lha sem autorização real. A lei vetou também o corte de árvores jovens de qualquer espécie e criou uma guarda de fiscalização. As razões dessas medidas, porém, não eram beneméritas. É que o pau-brasil, na época, era o principal item da pauta de exportação da Colônia, seguido do açúcar e do ouro, e os portugueses não podiam permitir que ele se esgotasse. De pouco adiantou, porém, a determinação real. Por isso, em 1843, o governo imperial proibiu o corte no Rio Grande do Norte e no norte da Bahia, embora nestes locais já não existisse quase nada para ser cortado. Com a escassez, aos poucos, a explo- ração da árvore tornou-se anti-econômica. Além disso, na segunda metade do século Xix, as indústrias desenvolveram os primeiros produtos sintéticos para tingir tecidos, dispensando o corte de tantas árvores. Atualmente, a principal a- meaça ao pau-brasil é a expansão urbana e a derrubada da mata ao longo do litoral. Para diminuir o risco, algumas áreas foram legalmente protegidas. A maior delas, com 1'ade hectares, é a Reserva Ecológica do Pau-Brasil, em Porto Seguro (BA). Mas a pressão da especulação imobiliária sobre essas áreas continua. :::::::::: Lei da Selva É Dura A noite, é primordial para os leões, quando o calor arrefece. Na divisão de trabalho entre eles, a caça compete às fêmeas e os machos defendem o território. A partir do entardecer, as leoas saem em grupos de três ou quatro para caçar. Correm pouco. Preferem cercar a presa e saltar no seu pescoço. Os machos são os primeiros a comer e os filhotes, os últimos -- o que, em períodos de escassez, pode provocar a morte de ninhadas. Embora sejam monogâmicos, os machos toleram que outros leões do grupo cruzem com sua fêmea. Na época propícia, esses felinos chegam a cruzar uma vez a cada vinte minutos, durante dias. As fêmeas podem ser abandonadas pelos machos mas não aceitam novos compa- nheiros facilmente. No entanto, se após algum tempo, uma fêmea não cruzar com o macho, ele começa a matar os filhotes dela. Um macho adulto vive confortavelmente, em repouso, 19 horas do dia, evitando o calor. Mas, na velhice, o mundo para ele torna-se cruel: enquanto as leoas permanecem no grupo, os machos acabam expul- sos pelos jovens. Sem fêmeas, quase não têm caça. Tornam-se então, perigosos para o homem, podendo roubar aldeias e atacar crianças. Na África, leão velho significa perigo. :::::::::: Uma Trajetória que Teve Origem na Fumaça Passar em revista a história do perfume, não é perfumaria, mas um banho de erudição. A palavra vem do latim _per _fummum, que pode ser traduzida na expressão "por fumo", que designava a fumaça das resinas e madeiras aromáticas. No Egito, estas madeiras eram dispostas sobre o carvão em brasa nos altares, como o- ferenda aos deuses. Por isso, os livros especializados em essências aromáticas, descrevem os sacerdotes egípcios como os primeiros a dominar a arte da perfumaria. Antigas inscrições em tum- bas de faraós, comprovam que a arte dos sacerdotes foi muito cedo incorporada como um saber feminino. As inscrições des- crevem cenas em que as mulheres egípcias aparecem em banquetes luxuosos portando um penteado muito peculiar, que sustentava grandes incensos oleosos, que se derramavam aos poucos sobre a cabeça. No decorrer da festa, o incenso derretia e perfumava não só a mulher que o portava, como também todo o ambiente ao redor. Do Egito para a Grécia, a história do perfume não perde em matéria de essência. Den- tre as muitas curiosidades so- bre a história grega, está o episódio em que Hipócrates combateu a peste em Atenas, com fumigações odoríferas so- bre as residências. Também no capítulo sobre a Grécia antiga, existiam técnicas de fric- ção de óleos aromáticos, que faziam parte do tratamento de diversas moléstias na Anti- güidade. A fama das técnicas orientais era tamanha que, na Idade Média, os cruzados do século Xi voltavam de suas ex- pedições, trazendo perfumes do Oriente. No século seguinte, era fundada a corporação dos perfumistas e dos alquimistas, que exigia um aprendizado de sete anos para o exercício da profissão. A época clássica foi o período em que o Palácio de Versailles, na França, se tornou conhecido como "a corte dos perfumes". Mas só no século Xviii, os perfumistas de Grasse, Montpellier e Paris sofisticaram as técnicas de produção de essências. As cidades de Paris e Grasse continuam sendo os dois maiores centros de perfumaria e a produção artesanal, torna-se industrial. A demo- cratização ocorre no século Xx, quando os perfumes passam a ser produzidos com matérias- -primas naturais ou artificiais. As essências naturais podem ser de origem vegetal (extraídas de flores, plantas, raízes) ou de origem animal, como âmbar e almíscar. As essências artificiais foram desenvolvidas a partir dos avanços da indústria química. :::::::::: Conhecendo o Mundo Romance sobre as Águas Cidade mais visitada do mundo, Paris pode até ser a mais bela. O título de mais romântica, porém, não há como roubar de Veneza. É para a mais charmosa cidade italiana, com mais de um milênio de e- xistência, que vão os casais apaixonados, esperando encon- trar tudo o que dela ouvem falar. Impossível se decep- cionar, em meio a gôndolas, ruelas cobertas de água e um pôr-do-sol único. Localizada no nordeste da Península Itálica, de frente para o Mar Adriático, Veneza não é apenas romantismo, mas também uma aula de História. Um passeio pelo Grande Canal, obrigatório por sinal, além de extremamente inspirador, permite contemplar igrejas do século Xv, como a renascentista Santa Maria dos Milagres, ou o campanário da Santa Maria Gloriosa dos Frades, iniciado no século Xiii. O charme de Veneza já começa daí: nada de carros e engarrafamentos aborrecidos. Lá, ou você está a pé ou num barco. A Praça de São Marcos, recanto incomparável onde se podem ouvir clássicos e tangos inesquecíveis executados ao violino e ao piano, contratados pelos restaurantes da área. Tudo em frente à es- plêndida Basílica de São Marcos. A catedral de Veneza tem ainda menos concorrentes quando se contempla seu interior. Seu maior mérito é o de ter conservado sua história em cada rua ou praça. Veneza pouco mudou depois que passou a fazer parte do reino da Itália em 1866. ::::::::::

Grande Obra Necessita de Operários Carpinteiros -- Para serrar a madeira da incompreensão e arrancar os pregos do orgu- lho, do ódio e do egoísmo. Pedreiros -- Para assentar os tijolos da prece na cons- trução da caridade. Serventes -- Para preparar a massa da boa vontade, derramando sobre a areia do sofrimento o cimento da fé e a cal da compreensão. Encanadores -- Para canalizar a água viva da verdade na direção daqueles que têm sede de conhecimento. Eletricistas -- Para ligar a corrente positiva da fé, estendendo a luz a todos que se acham nas trevas da ignorância. Aprendizes -- Vaga sempre aberta para os de boa vontade, de qualquer idade.

Mestres -- Não há vagas, temos o maior de todos, Jesus. Local da Obra -- Humanidade. :::::::::: Esporte Inventa Moda (Fabrizio Rigout) O modelo de boné mais usado hoje foi inventado pelos jogadores de _beisebol para que o sol não atrapalhasse os arremessos. O boné comum tem uma história mais antiga. No século Xiii, as pessoas não tomavam muito banho na Europa. Lavar a cabeça, então, menos ainda. Para manter a poeira longe do cabelo e para não sujar o travesseiro com a gordura do couro cabeludo na hora de dormir, inventaram um protetor de pano chamado "bonet" -- pala- vra francesa que se pronuncia "bonê". Mais tarde, o _bonnet passou a ser usado como revestimento debaixo do chapéu, como se fosse uma cuequinha da cabeça. Passados 500 anos, o protetor virou touca. O boné era prático na guerra. Fazia sombra nos olhos, ajudando na hora de mirar. Facilitava a identificação do militar, pois as corporações (Exército, Marinha, etc.) passaram a usar bonés parecidos (quepes), diferenciados apenas pelo distintivo (isto é, uma coisa que distingue). No século passado, foi moda as mulheres andarem na rua com a cabeça enrolada num pano de linho enfeitado de plumas. Os homens usavam touca para o cheiro dos charutos não im- pregnar o cabelo. Boné era o nome dado a todo chapéu sem aba que se prendesse à cabeça. Até o começo deste século, não se tinha o hábito de sair de casa para fazer esporte. Só nobres caçavam por esporte. Quando as pessoas começaram a praticar exercícios e jogos ao ar livre, o boné se popularizou. Para se proteger do sol era preciso um chapéu. Esse chapéu não poderia ter aba larga e deveria se ajustar à cabeça. Nas corridas de cavalo, no iatismo, no automobilismo e no _beisebol, o boné foi a solução encontrada. :::::::::: Ameno e Instrutivo Arqueologia -- História da Antigüidade Babilônios e egípcios, assírios e caldeus, gregos e troianos eram pouco mais que meros nomes: deles apenas se conheciam aqueles dados que foram deixados por escrito -- e que eram insuficientes para o homem moderno, ansioso por desvendar os segredos do passado da humanidade. Daí nasceu a Arqueologia, ciência que, a partir dos objetos usados pelo homem de ontem e encontrados até sob a terra ou no fundo dos mares, descobre e traduz fielmente a História da Antigüidade. *** A Criptografia Linguagem secreta sabemos o que é. Todos nós conhecemos a língua do P ou do F... A criptografia estuda as linguagens secretas usadas pelos governos e certas organizações públicas ou particulares. A criptografia é o estudo das mensagens secretas. Ela ensina a cifrar e decifrar mensagens. O criptograma é a mensagem cifrada. A chave é o que permite decifrar o crip- tograma. O criptógrafo é o homem que procura decifrar as mensagens, mesmo quando não conhece a chave. A decifração das mensagens está baseada principalmente na freqüência com que as letras aparecem nas diversas línguas. Em português, essa freqüência, em ordem decrescente, é aeosricdntu... já em alemão é enirstadulg... :::::::::: Corais Os corais são um bom exem- plo de como os animais podem alterar bastante a aparência de uma região. O coral é um animal que vive em colônias, isto é, um conjunto de vários animais da mesma espécie. Quando os corais morrem, seus esqueletos não se desmancham, e um novo conjunto de corais se instala aí mesmo, em cima do esqueleto dos anteriores. Com o tempo, de tantos corais que se instalaram no mesmo lugar, uns sobre os outros, forma-se o que é chamado de rocha coralínea. As rochas coralíneas podem ter a forma de recifes de coral, que são elevações à beira do mar, ou de ilhas de formato circular, mais conhecidas pelo nome de atol. Mas a ação dos animais não é só de construção. Eles tam- bém podem realizar um trabalho de erosão. Ao escavarem buracos nas rochas ou no solo, as formigas e os tatus tornam mais fácil a penetração da água das chuvas acelerando a erosão. :::::::::: Paz Paz, não quer dizer paz entre as nações, nem o fim de bombas e outras armas de des- truição. Ela começa com a paz interior nos corações e mentes das pessoas; paz e tranqüilidade entre irmãos e irmãs, maridos e mulheres, pais e fi- lhos, vizinhos. As nações podem viver períodos de paz, mas a hostilidade e o ódio entre os indivíduos irão, por fim, levá-las de volta ao conflito. Enquanto duas pessoas ainda encon- tram razões para brigar, as nações têm boas razões para disputas. Quando os indivíduos garantem uma paz duradoura entre si, nações não podem lutar. A paz genuína começa e termina com cada pessoa. :::::::::: É Útil Saber Amigo Quero agradecer-te, Se- nhor, pelos bons amigos que me deste; e que são para mim, uma riqueza sem preço. Graças a eles a amizade não é uma teoria em minha vida, ou um sonho distante e praticamente irrealizável. Devo à tua providência, Senhor, a possibilidade de contar com o apoio constante dos amigos. Entre mim e eles, tu formaste uma fonte de fundamentos sólidos que tem resistido ao tempo e a todas as ameaças de destruição. A felicidade Senhor que depositas em cada um de nós, torna-se vida que se comu- nica de um para outro. Senhor, vejo que em geral foi surpreendente e misteriosa a maneira que cheguei a encontrar os amigos. Tudo veio fora de qualquer plano premeditado. Para ti, não são imponderáveis e ocultas as razões que nos aproximaram. Senhor, esta surpresa e esta alegria reconfortante renova-se a cada passo da minha vida. Se nem todos permaneceram à altura, devo agradecer-te senhor, o punhado escolhido dos amigos fiéis. Prometo tudo fazer para jamais desmerecer esta dádiva tão preciosa que me reservastes. Eu te peço, Senhor que os guarde com muito carinho, pois eles são praticamente teus. (Dia do Amigo -- 20 de julho) *** Agosto: O Mês do Cachorro Louco Agosto: mês de desgosto e cachorro louco. Mês de bater na madeira três vezes, passar longe de gato preto e botar um amuleto no bolso, só por precaução. Não por acaso, foi o mês escolhido para se homenagear a cultura popular, com a instituição do dia 22 como Dia do Folclore. Porque agosto ficou tão marcado como azarento, ninguém sabe ao certo. Sabe-se, no entanto, que é uma superstição muito antiga. Segundo o folclorista Mário Souto Maior, os pró- prios romanos, que inventaram o nome em honra ao Imperador Augusto, acreditavam que um dragão enorme cuspia fogo nos céus durante esse período do ano. Já as mulheres portuguesas tinham um motivo bem con- creto para detestar o mês: era quando os navios das expedições levantavam âncora à procura de novas terras. Casar em agosto era desgosto certo na lua-de-mel. *** O que o Filho Pensa do Pai Aos 7 anos: papai é grande. Sabe tudo! Aos 14 anos: parece que papai se engana em certas coisas que diz... Aos 20 anos: papai está um pouco atrasado em suas teorias; não são dessa época... Aos 25 anos: o {Coroa} não sabe nada... Está caducando, decididamente. Aos 35 anos: com minha experiência, meu pai seria, hoje, milionário... Aos 45 anos: não sei se consulto o {velho}, talvez pudesse me aconselhar. Aos 55 anos: que pena papai ter morrido; a verdade é que ele tinha idéias notáveis! Aos 60 anos: pobre papai! Era um sábio! Como lastimo tê-lo compreendido tão tarde... (Dia dos Pais -- #;o domingo de agosto) *** Bem aventuranças de um Velho Bem aventurados os que mos- tram compreensão por meus pés tropeçantes e por minhas mãos já sem força. Bem aventurados os que compreendem que meus ouvidos têm que esforçar-se para cap- tar o que me falta. Bem aventurados os que parecem saber que meus olhos se tornaram fracos e meu pensamento cansado. Bem aventurados os que ficam junto de mim com um sorriso de amigo para conversar comigo. Bem aventurados os que nunca me dizem: {esta história o senhor já me contou hoje duas vezes}. Bem aventurados os que fazem reviver em mim, recordações do passado. Bem aventurados os que, me deixam perceber que sou amado, respeitado e não deixado de lado. Bem aventurados os que por sua bondade, aliviam os dias que ainda me restam na cami- nhada para a Pátria Eterna. (Dia do Ancião -- 27 de setembro) *** Oração da Criança (Emmanuel) Amigo: Ajuda-me agora, para que eu te auxilie depois. Não me relegues ao esquecimento, nem me condenes à ignorância ou à crueldade. Venho ao encontro de tua aspiração, do teu convívio, de tua obra... Em tua companhia estou na condição da argila nas mãos do oleiro. Hoje, sou sementeira, fragilidade, promessa... Amanhã, porém, serei tua própria realização. Corrige-me, com amor, quando a sombra do erro envolve-me o caminho, para que a confiança não me abandone. Protege-me contra o mal, Ensina-me a descobrir o bem, onde estiver. Não me afastes de Deus e ajuda-me a conservar o amor e o respeito que devo às pessoas, aos animais e às coisas que me cercam. Não me negues tua boa vontade, teu carinho e tua paciência. Tenho tanta necessidade do teu coração, quanto a planti- nha tenra precisa da água para prosperar e viver. Dá-me tua bondade e dar-te- -ei cooperação De ti depende que eu seja pior ou melhor amanhã. (Dia da Criança -- 12 de outubro) ***

O Livro mais caro do Mundo O livro mais caro do mundo é o exemplar único de "L'apocalypse". Editado pelo francês Joseph Faret; ele foi i- lustrado por sete dos maiores pintores contemporâneos, in- clusive Salvador Dali que realizou a gigantesca capa de bronze que pesa 200 quilos e que mede 90 centímetros de altura, 80 de largura e 20 de espessura. O conjunto do livro, cujo peso total é de 1'cjj quilos, foi dividido em 19 volumes, havendo uma semi- -esfera transparente destinada a proteger o livro quando ex- posto ao público. (Dia Nacional do Livro -- 29 de Outubro) *** O Túmulo do Soldado Desconhecido O Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, mas conhecido como Monumento dos Pracinhas, foi idealizado pelo Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, inesquecível comandante da FEB (Força Expedicionária Brasileira). Graças ao seu esforço e dedicação, aliado ao seu sonho de trazer de volta à Pátria os heróis imolados nos campos de batalha da Itália, conseguiu erguer o Monumento. O Monumento teve sua cons- trução iniciada em 24 de ju- nho de 1957 e concluída a 24 de junho de 1960. Em 20 de junho do mesmo ano, partiu para Pistóia, na Itália, uma comissão com a incumbência de proceder a exumação dos qua- trocentos e sessenta e dois corpos existentes no cemitério brasileiro ali localizado, preparando os corpos para serem transladados em caixas de zinco individuais, colocadas em urnas de madeira. A comissão, presidida pelo Marechal Oswaldo Cordeiro de Farias, que integrou a FEB como Comandante da Artilharia Divisionária, chegou ao Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1960, trazendo as urnas em um avião da FEB. Uma semana depois, em emocionante solenidade, as urnas foram levadas para o Monumento e colocadas nos respectivos jazigos do Mausoléu. Uma das urnas dos mortos não identificados passou a simbolizar o "Soldado Desconhecido". (Dia do "Soldado Desco- nhecido" -- 28 de novembro) *** Uma Noite de muitas Crenças Os hábitos de culturas e religiões não-cristãs na data mais festiva e tradicional do mundo: Muçulmanos -- Para os islâmicos, o dia de Natal é como outro qualquer. Acreditam que Jesus foi um profeta, mas não comemoram o nascimento dele. Por causa do Ramadã, que celebra o milagre do início da revelação do Alcorão ao profeta Maomé, os muçulmanos fazem um jejum do nascer ao pôr do sol. Não são proibidos de participar da Ceia de Natal cristã, mas não podem tomar bebidas alcoólicas nem comer carne de porco. Judeus -- A época do Natal quase sempre cai durante a festa sagrada da Chanuká, que, às vezes, coincide com o Natal. Na Chanuká, durante oito dias, os judeus acendem uma luminária de oito braços, lembrando a reinauguração do grande templo em Jerusalém, há cerca de dois mil anos. Orientalistas -- Acreditam em Jesus Cristo como filho de Deus, mas não comemoram o Natal como os ocidentais. Em Ashran, no sul da Índia, mi- lhares de seguidores do mestre Sai Baba, do mundo inteiro com velas acesas, saem numa gigantesca procissão em cantos e devocionais, na madrugada do dia 24 para 25 de dezembro. Durante a cerimônia, eles não comem nem bebem coisa alguma. Budistas -- Na tradição budista, a festa semelhante ao Natal ocidental acontece no dia 8 de maio. Nessa data comemora-se o nascimento do buda Sidharta Gautama. Para eles, o dia 25 de dezembro é como outro qualquer, com as mesmas orações e rituais. A troca de presentes no Japão surgiu há pouco tempo por causa da alta do comércio. Mas nada impede que um budista participe da Ceia de Natal com parentes ou amigos cristãos. Ele só não comerá carne nem tomará bebidas alcoólicas. Espíritas -- Nos dias 24 e 25 costumam comemorar o Natal fazendo o que manda a doutrina kardecista: caridade. Muitos saem pelas ruas dis- tribuindo alimentos aos po- bres, brinquedos às crianças carentes e levando consolo aos moradores de rua e doentes nos hospitais. Mas a noite é tam- bém de orações e na Ceia de Natal não há bebidas alcoólicas nem carnes de animais. Segundo o médium Chico Xavier, Jesus visita a terra na noite de Natal entre 23 horas e 1 da manhã. Candomblecistas -- A noite do Natal é, para eles, momento para reverenciar Oxalá -- Jesus Cristo sincretizado. As comemorações começam no dia 24 e entram pela madrugada. À meia-noite, os participantes trocam _ubis (fruto a- fricano, do tamanho de uma ameixa, que representa a vida). Os terreiros são todos enfeitados de branco e a mesa da ceia só tem frutas tropicais, uvas brancas, canjica e flores brancas. Santo Daime -- Tradicionalmente, passam a noite de Natal bebendo o chá da Oaska. Na cerimônia, que começa às 19 horas e vai até às 5 horas da manhã, os participantes cantam todos os 129 hinos do hinário do Santo Daime. Não há ceia nem troca de presentes e três dias antes do Natal eles não comem carne vermelha, não tomam bebidas alcoólicas e não fazem sexo, para poder beber o chá. Ciganos -- A maioria das famílias ciganas monta presépios de Natal no início do mês de dezembro, mas sem o Menino Jesus na manjedoura. À meia-noite do dia 24 para 25 é que o boneco entra em cena. É feita uma grande mesa com pão, vinho, sal, carnes assadas com molho agridoce, bolo _rigóyancsi (chocolate com chantilly) e o peixe _machô _romanô (um robalo assado com escamas). :::::::::: Fontes de Pesquisa Edição Melhoramentos Jornal O Dia Revista JBM Ciência Hoje das Crianças

Livro Brincando e Aprendendo O Diário de Marcus Vinícius Revista Veja Revista Superinteressante Paulo Coelho Folheto do Museu Histórico Nacional Jornal O Globo Jornal A Folha Coleção Tempo de Saber Folheto da ACM :::::::::: O Dicionário Esclarece Alambique -- aparelho de des- tilação. Arrefecer -- tornar frio; esfriar. Beneméritas -- que fazem o bem. Concessão -- permissão; li- cença. Democratização -- ato de de- mocratizar, isto é, a in- fluência do povo no governo de um Estado.

Destilação -- processo de evaporação e recondensação para separar os líquidos. Escambo -- troca; contrato pelo qual se dá uma coisa por outra. Escribas -- o escrivão; o escrevente público. Especulação -- estudo; exa- me; investigação. Etéreo -- que é da natureza do éter; fluido; impalpável. Fumigações odoríferas -- ato de queimar coisas aromáticas para desinfetar a atmosfera viciada. Genuína -- própria; verda- deira; pura; natural; sem alteração ou mistura. Grassa -- espalha-se; desen- volve-se gradualmente. Hostilidade -- sentimento de posição hostil; atitude agressiva. Imponderáveis -- que não se pode pesar; sutil; aéreo. Infanta -- a filha do rei; a irmã do rei; a irmã do prín- cipe herdeiro. Larvas -- o primeiro estado dos insetos depois de sair do ovo. Monogâmicos -- aqueles que têm um único parceiro. Ocaso -- termo; fim; deca- dência; morte. Ourives -- fabricante ou ven- dedor de artefato de ouro e prata. Peculiar -- próprio; privati- vo de uma pessoa ou coisa. Predatório -- o que destrói. Primordial -- relativo a pri- mitivo; primeiro; originá- rio. Propícia -- oportuna. Singravam -- velejavam; na- vegavam. Sintético -- resumido; arti- ficial. :::::::::: Ao Leitor Examinando os nossos arquivos, verificamos o equívoco na numeração de Pontinhos. Esta que seria 308, na realidade é 312. Assumimos nosso erro e penhoradamente pedimos desculpas. ::::::::::