PONTINHOS Suplemento Infantojuvenil da Revista Brasileira para Cegos Setembro de 1959 Ano I -- N.o 1 Educar Recreando -- Instruir Divertindo -- Convencer Esclarecendo

À memória de José Álvares de Azevedo, adolescente cego, em cujos méritos esteve o fator decisivo para a fundação do Instituto Benjamin Constant, é dedicado tudo o que, de útil, PONTINHOS tenha a ventura de realizar em benefício de outros cegos. Ortografia Braille e da Língua Portuguesa atualizadas em outubro de 2018.

¨ I Sumário O aparecimento de PONTINHOS :::::::::::: 1 José Álvares de Azevedo, um apóstolo do bem :::::::::::::::::::: 3 A Vovó Conta Histórias Apresentação das personagens de "Os 12 Trabalhos de Hércules" ::::::::::::: 7 O Vovô Narra a História D. Pedro I -- Os hinos da Independência :::::: 13 Convívio com Os Poetas Conselho de amigo ::::::: 20 Passatempo :::::::::::::: 22 De Grão em Grão... Curiosidades e ensinamentos ::::::::::: 26 Conselhos de Três Amigas Gramática, higiene e boas maneiras :::::::::: 28 Ameno e Instrutivo Usos e costumes holandeses: o realejo :::::::::::::::: 30 Para o Seu Aplauso Lição de pontualidade e cumprimento do dever ::: 35 Fontes de Consulta ::::: 37 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 37 O aparecimento de PONTINHOS Na esperança de educar recreando, instruir divertindo, convencer esclarecendo, eis aqui PONTINHOS. Procurará seguir trilha meditada e dentro de suas possibilidades. Será ótimo se executar o planejado; aceitável, se apenas parte dele for concretizada. É propósito de PONTINHOS manter-se atualizado sem, todavia, desprezar o tradicional, quando consagrado pela patente utilidade. Para tanto, buscará sempre as melhores fontes, na certeza de que a verdade é uma só, às vezes arranhada superficialmente, mas, intacta em sua essência, confiada aos que são puros nos sentimentos e nas ações. PONTINHOS tem uma ideia fixa e um desejo ardente: despertar na juventude o gosto pela boa leitura, tornando-o progressivo, a fim de que ele se torne na mocidade um hábito salutar e na idade madura, uma necessidade. Se o conseguir, terá contribuído para a formação de pessoas instruídas, úteis a si e à família, fase indispensável a que se tornem, pela educação, pessoas de bem, úteis à Pátria e a às coletividades. Poderá, então, justificar o seu aparecimento. Que Deus assim o permita, iluminando e abençoando propósitos de todos os que concorrerem para que PONTINHOS possa colher tão ambicionados frutos, cujo valor depende de serem eles sazonados pelo aplauso e adocicados pelo reconhecimento de seus leitores. Renato M. da Gama Malcher õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo José Álvares de Azevedo, um apóstolo do bem Ninguém pode contestar o fato evidente de que a fundação do Instituto Benjamin Constant, a 17 de setembro de 1854, significou o passo inicial e decisivo para a situação intelectual e social -- aliás, a única compatível com a dignidade humana -- de que hoje desfrutam tantos cegos brasileiros. Para esse importante evento contribuiu decisivamente um adolescente cego, dono de virtudes raríssimas e excelsos predicados. Seu nome: José Álvares de Azevedo. Algumas de suas virtudes: Descortino das possibilidades dos não videntes, precocidade na firmeza do querer, clareza e exequibilidade de seus ideais. Alguns de seus predicados: inteligência privilegiada, amor aos estudos, generosidade de coração, a par do mais puro sentimento de fraternidade e solidariedade humanas. Educado e instruído no Instituto dos Jovens Cegos de Paris, para onde partiu aos 9 anos -- graças à persistente catequese movida pelo diplomata Maximiano Antônio de Lemos junto à família, de início intransigente em permitir a separação -- e de onde regressou aos 15, José Álvares de Azevedo trazia uma ideia fixa: fundar no Brasil uma casa à semelhança da que o acolhera em França e que pudesse proporcionar aos cegos de sua Pátria os mesmos incalculáveis benefícios por ele recebidos no magnífico educandário especializado da Cidade-Luz. A eficiência com que lecionou História a videntes no colégio do Barão de Totesheuse, do Rio; a convincente disciplina que conseguiu impôr a seus alunos, mostraram, às claras, já naquela época, as possibilidades do cego nesse sublime setor da atividade humana que é o magistério. A patenteada eficácia com que ministrava, através do Sistema Braille, ensinamentos complementares à Adélia Sigaud, então recentemente cega e, por isso, obrigada a interromper os estudos, não apenas enterneceu, mas a tal ponto impressionou o pai da jovem, o médico do Paço, Xavier Sigaud, que este obteve do magnânimo imperador Pedro II, a fundação do que foi inicialmente o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje, Instituto Benjamin Constant. Seus frutos justificaram, de imediato, a frase do ex-

celso Bragança: "A cegueira quase já não é uma desgraça". Desventuradamente, colhido pela morte antes dos 20 anos, não pôde Álvares de Azevedo assistir à inauguração da obra para cuja fundação tão poderosa e decisivamente contribuíra. Assistiram-na membros de sua família, de atuação destacada na vida pública do Império e da qual ele era o único cego. Mas seu trabalho e seu valor foram de tal monta que hoje, de toda a família, é ele, o cego, o único a ser lembrado. Tanto realizou José Álvares de Azevedo que seu nome está perpetuamente gravado nos corações reconhecidos de todos os cegos brasileiros como um apóstolo do bem. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

A Vovó Conta Histórias Apresentação das personagens de "Os 12 Trabalhos de Hércules" Vovó Sílvia era uma velhinha muito bondoza que todas as noites reunia os netos em torno de si, contando-lhes histórias muito bonitas. Dava preferência às que aprendera na linda coleção dos livros de Monteiro Lobato, principalmente Os 12 Trabalhos de Hércules. Nós também vamos conhecer essas histórias que assim começam: "Na apresentação da lendária figura de Hércules, verificamos que, por ordem do Rei Euristeu, devia ele realizar 12 Trabalhos, a fim de penitenciar-se de seus erros. Três personagens principais nos acompanharão, assistindo conosco às façanhas do notável filho de Júpiter ou Zeus. Tomemos, pois, conhecimento delas. No livro $"Reinações de Narizinho$", de Monteiro Lobato, encontramos a magnífica série de esplanações, assim iniciada: $"Numa casinha branca, lá no sítio do Pica-Pau Amarelo, mora uma velha de mais de 60 anos. Chama-se Dona Benta. Quem passa pela estrada e a vê na varanda, com a cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do nariz, segue seu caminho pensando: -- Que tristeza viver assim tão sozinha nesse deserto... Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em companhia da mais encantadora das netas -- Lúcia, a menina do nariz arrebitado, o $"Narizinho$", como todos dizem. Tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipoca e já sabe fazer uns bolinhos de polvilho, bem gostosos. Na casa ainda existem duas pessoas: tia Anastácia, negra de estimação que carregou Lúcia em pequena, e Emília, uma boneca de pano, bastante desajeitada de corpo. Emília foi feita por tia Anastácia, com olhos de retrós preto e sombrancelhas tão lá em cima que parece uma bruxa. Apesar disso, Narizinho gosta muito dela; não almoça nem janta sem a ter ao lado, nem se deita sem primeiro acomodá-la numa redinha entre dois pés de cadeira. Narizinho tinha um primo chamado Pedrinho que morava na cidade e vinha sempre passar as férias com ela na fazenda do Pica-Pau Amarelo. Anunciava ele sua chegada por meio de uma carta na qual solicitava que lhe fosse enviado para a estação o seu cavalo predileto, o $"Pangaré$", do qual, ao apear-se, corado do sol e alegre como um passarinho, tirava um embrulho cheio de presentes que logo distribuía com sua prima. O Visconde de Sabugosa -- Uma personagem muito importante nessas histórias é o Visconde de Sabugosa, ou simplismente, o Visconde, como será tratado. Sua origem prende-se ao fato de haver na fazenda um porco chamado Rabicó, com o qual, resolvera Narizinho, Emília deveria casar-se. Esta, porém, afirmou que só aceitaria para esposo alguém que possuísse um título de nobreza. -- Você está enganada, Emília, disse Narizinho. Rabicó é um príncipe, e dos legítimos, que uma fada má virou em porco e assim ficará até que ache um anel mágico, escondido na barriga de certa minhoca. É por isso que Rabicó vive fossando a terra, atrás de minhocas. -- Quem me revelou toda essa história foi o Visconde de Sabugosa, pai de Rabicó, um fidalgo muito distinto que poderá pedi-la em casamento para seu filho. Na realidade, contudo, o Visconde não passava de um sabugo de milho, ainda com umas palhinhas no pescoço que fingiam muito bem de barba; braços e pernas lhe foram colocados, assim como nariz, boca, olhos e ainda uma cartola sempre metida na cabeça e da qual não se separava nunca. Apesar disso, mas em virtude do poder da fada, o Visconde andava e falava. Narizinho não se conformava com o fato de não se dar o mesmo com Emília. Certo dia passou-se episódio inesperado e desagradável que concorreu para a concretização de seu desejo. Narizinho divertia-se bastante na animada festa que lhe oferecia um príncipe, quando o mordomo apareceu muito afobado, dizendo em alta voz: -- Dona Emília foi assaltada por algum bandido! Está lá na Gruta dos Tesouros, estendida no chão como morta. Imediatamente Narizinho deixou o palácio e correu em socorro de sua querida bruxa. Encontrou-a caída por terra, com o rosto arranhado, sem dar o menor acordo de si. O doutor Caramujo, chamado com urgência, despertou-a logo com um bom beliscão, depois de fazer o indispensável $"diagnóstico$". No dia seguinte Emília foi levada ao consultório e o dr. Caramujo deu-lhe a engolir uma $"pílula falante$", fabricada pelo besouro boticário, pois só assim Emília podia esclarecer quem fora o seu as-

saltante. Falou, falou mais de uma hora sem parar. Falou tanto que Narizinho perguntou ao dr. Caramujo: -- Não é possível substituir essa pílula por outra mais fraca? E foi assim que Emília começou a falar..." A fim de presenciar Os 12 Trabalhos de Hércules, os nossos personagens dispunham de um pó mágico que, uma vez aspirado, tinha o dom de os transportar para épocas e lugares desejados. Chamava-se "pó de Pirlimpimpim", sendo fabricado pelo Visconde. Na primeira aventura, intitulada "O Leão da Nemeia" será ele usado pelos nossos amiguinhos. Aguardemos o próximo número. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

O Vovô Narra a História D. Pedro I -- Os hinos da Independência O primeiro Monarca que o Brasil teve com o título de Imperador, foi D. Pedro I. Tinham o título de Rei os monarcas que nos governaram antes dele. Tipo curioso, curiosíssimo, o nosso primeiro imperador. Os filhos de D. João VI e dona Carlota Joaquina criaram-se mais ou menos ao Deus dará. Os pais não se incomodaram em lhes dar educação. D. Pedro era uma criança avoada, inquieta, sem calma, sem ordem, sem método. Às vezes estava alegre e de repente ficava carrancudo. Estava às vezes doce e sorridente e, por um nada, se zangava. Gostava das coisas violentas: de galopar loucamente em cavalos bravios, de guiar carruagens em disparada. -- E era mau de gênio? Interrogou o netinho. -- Não, não era. Mas, tinha altos e baixos. Às vezes generoso, às vezes cruel. Um dia entrou no Tesouro e pediu com urgência certa informação a um funcionário. Este não pôde dar resposta imediata. D. Pedro chicoteou-o violentamente no rosto. -- Que horror! Bradou a netinha. Mas, ao mesmo tempo que assim procedia, praticava ações de absoluta generosidade. Uma vez encontrou ferido em uma estrada um marinheiro russo e ele próprio lhe fez os primeiros curativos e o mandou para o hospital. Tudo isso sem que o ferido e os seus companheiros soubessem que ele era o imperador. Não houve pai mais extremoso. Quando tinha um filho doente, passava a noite inteira à sua cabeceira. Era inteligentíssimo. É pena que os pais não tivessem cuidado de instruí-lo. Apesar de inculto, fazia versos. Maus, é verdade, mas que revelavam a sua queda pelas coisas artísticas. A sua paixão era a música. Tocava vilão, flauta, fagote e violino. Cantava árias, cantava modinhas. E compunha canções à moda da época. E compôs a música do hino da Independência. "Missa" e "Te Deum" são músicas religiosas que só os grandes compositores podem escrever. D. Pedro era corajoso. Consta que se aventurou a compôr uma "missa" e um "Te Deum" e que os enviou ao papa Leão XII. Pedro I tinha grandes defeitos, mas também grandes virtudes. Era arrojado e valente. Nunca se podia saber como iria receber este ou aquele conselho, esta ou aquela ideia, mas uma coisa se sabia -- era incapaz de uma covardia. Muitos historiadores dizem que era adoidado. Adoidado ou não, a verdade é que nós, os brasileiros, lhe devemos um grande serviço: a proclamação da nossa Independência. :::::::::::::::::::::::: Os Hinos da Independência -- Qual foi o primeiro hino patriótico que se escreveu no Brasil? A maioria talvez respondesse: O Hino Nacional. Estaria, porém, redondamente enganada. O primeiro hino patriótico que se escreveu no Brasil foi o Hino da Independência, em 1822. O Hino Nacional apareceu alguns anos depois. -- Sabem vocês quem escreveu o Hino da Independência? -- Foi D. Pedro I. Sim, o nosso primeiro imperador e o curioso é como ele o compôs. É preciso dizer que houve dois hinos da Independência: Um, escrito por Marcos Portugal, que se cantou por muito tempo, e dele, hoje, já ninguém mais se lembra. O que é cantado nas escolas é o do imperador. Arrebatada, a menina pôs se a cantar: "Já podeis, da pátria filhos, Ver contente a mãe gentil: Já raiou a liberdade No horizonte do Brasil. Acompanham-na, cantando em coro, os outros: "Brava gente brasileira! Longe vá temor servil; Ou ficar a Pátria livre Ou morrer pelo Brasil!" O vovô, sorrindo com o entusiasmo dos netos, disse: -- Mas, os versos que vocês estão cantando não são de Pedro I; São de Evaristo da Veiga, o grande jornalista. O Hino da Independência foi inscrito no dia 7 de setembro de 1822. Logo que D. Pedro acabou de dar o grito de "Independência ou Morte", na colina do Ipiranga, galopou com a sua comitiva para a cidade de S. Paulo; sofreou o cavalo à porta do palácio do Governo, onde estava hospedado. Foi chegando e entrando para os seus aposentos. E de botas de montaria, como estava, sentou-se à mesa e pôs-se a escrever o hino. A música saiu-lhe rapidamente da cabeça. Ele vinha inspirado pelo

grito que acabava de dar. Mal acabou de escrever a música, entregou-a ao tenente-coronel André da Silva Gomes, mestre da capela da SÉ paulista, para que ele a orquestrasse. É que à noite haveria um espetáculo de gala no Teatro da Ópera para festejar a Proclamação da Independência e o hino deveria ser cantado ao levantar o pano para o espetáculo. Foi uma noite gloriosa, aquela, em S. Paulo. Tudo o que a cidade tinha de distinto estava no teatro. E o hino, escrito na tarde daquele dia histórico, foi cantado por políticos, estudantes, padres, senhoras que la estavam festejando a liberdade do Brasil. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Convívio com Os Poetas Conselho de amigo Olegário Mariano Cigarra! Levo a ouvir-te o dia inteiro, Gosto da tua frívola cantiga Mas, vou dar-te um conselho, rapariga: Trata de abastecer o teu celeiro. Trabalha, segue o exemplo da formiga: Aí vem o inverno, a chuva, o nevoeiro, E tu, não tendo um pouso hospitaleiro, Pedirás... E é bem triste ser mendiga! E ela ouvindo os conselhos que eu lhe dava (Quem da conselhos sempre se consome...) Continuava cantando, continuava...

¨ Parece que no canto ela dizia: Se eu deixar de cantar, morro de fome... Que a cantiga é o meu pão de cada dia. Olegário Mariano Carneiro Ribeiro, nasceu em Recife, em março de 1889 e faleceu no Rio em novembro de 1958. Após o desaparecimento de Alberto de Oliveira foi eleito o príncipe dos poetas brasileiros. Pertenceu À Academia Brasileira de Letras e escreveu, entre outros: "O Canto do Cisne", "Últimas Cigarras", "Destinos", "Vida", "Canto da Minha Terra". õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Passatempo Respostas a seguir a) Identifique os provérbios contidos no período: Quem com ventos semeia amor, se colhe amor, paga tempestades. b) Quatro romanos e um inglês estão conversando com uma senhora. Qual é o nome dela? c) Além de bom matemático, você poderá ser tido como um mágico, adivinhando a diferença entre dois números e palavras que você não conhece. Para tanto, mande que alguém escreva um número de quatro algarismos que se sucedam na ordem natural. A seguir mande escrever outro número invertendo a ordem desses algarismos. Mande fazer a diferença entre eles e garanta: essa diferença é 3.087. (Ex.: 2.345 e 5.432. A diferença 5.432 menos 2.345 é 3.087). d) Admita que alguém tenha em uma das mãos um número par de objetos e na outra, um número ímpar. Como você adivinhará em qual das mãos está o número par? É fácil. Mande multiplicar o número de objetos contidos na mão direita por um número par e o da esquerda, por um número ímpar. Faça somar os dois produtos e pergunte qual o resultado. Se a soma for ímpar, o número par de objetos está na mão direita. Se for par, estará na mão esquerda. e) Palavras cruzadas -- Com dezesseis letras, forme quatro colunas horizontais e quatro verticais, de modo que cada letra faça parte de uma coluna de cada tipo, com os seguintes esclarecimentos: Horizontais: 1- Macho da cabra. 2- Do feitio de ovo. 3- Terra misturada com detritos orgânicos no fundo da água. 4- Membros das aves, guarnecidos de penas. Verticais: 1- Esfera. 2- Que tem clara e gema. 3- Ato de dar, no feminino. 4- Argolas de cadeia. Respostas a) Quem semeia ventos colhe tempestades. Amor com amor se paga. b) Ivone. c) Varie os exemplos à sua vontade. d) Exemplo: suponha que a pessoa tem 4 (número par) objetos na mão direita e 7 (número ímpar) na esquerda. Multiplicando o 4 pelo múmero par 2, tem-se 8; multiplicando 7 (mão esquerda) pelo número ímpar 3, tem-se 21. A soma 8 mais 21 igual 29 é ímpar. Logo, o número de objetos da mão direita é par e o da esquerda é ímpar. e) Horizontais: Bode, oval, lodo, asas. Verticais: Bola, ovos, dada, elos. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo De Grão em Grão... Curiosidades e ensinamentos a) No cemitério de Painswich (Inglaterra) existem 99 ciprestes. Há 300 anos que tentam plantar o sentésimo, mas em vão. Em poucas horas está morto. b) Os chapéus "Panamá" são fabricados no Equador e não no país que lhes dá o nome. c) A "prata alemã" não contém prata. É uma liga de cobre, niquel e zinco. d) Parece estar bem próxima a produção de açúcar artificial empregando a energia atômica e os raios solares, lançando mão do ar como matéria-prima. e) O Hindú Urdabau certo dia levantou os dois braços para o alto e assim os manteve durante vinte anos. f) São apenas quatro os sabores: doce, amargo, salgado e acre. Os demais são secundários e dependem quase sempre do olfato. g) Na cidade de Paris não há nenhuma rua com o nome de Napoleão. h) Segundo certos sociólogos é errado isso de acreditar que as pessoas grandes e musculosas são menos inteli-

gentes que as pequenas e sem musculatura. Há homens grandes que são dotados de músculos e de inteligência; Há homens pequenos que carecem de ambas essas coisas. i) O titânio é metal considerado, hoje em dia, tão importante quanto o ouro. Isso de justificar a febre com que o procuram dizendo que se trata de elemento útil à feitura de pigmentos para tintas, é alegação que só os tolos podem aceitar. j) As borboletas, em sua maioria, duram somente alguns dias. Há, entretanto, espécies de borboletas que vivem até alguns meses e são capazes de migrações para locais distantes milhares de quilômetros. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Conselho de Três Amigas Gramática, higiene e boas maneiras Nesta seção encontraremos salutares conselhos das três amigas que são: a Gramática, a higiene, e as Boas Maneiras. Eis os de hoje: I -- Não diga nem escreva: "Récem chegado", "Récem nomeado", etc. O vocábulo "recém" é oxítono. Diga e escreva: "Recém-chegado", "Recém-nomeado". Não diga nem escreva "ávaro" e "azíago". O certo é dizer e escrever: "Avaro" e "Aziago" esse vocábulos são paroxítonas. II -- Escove os dentes, pelo menos 3 vezes ao dia: Antes do café, após o almoço e o jantar. Não esqueça a pasta dentifrícia. Vá ao dentista duas vezes por ano. Não espere que seus pais ou responsáveis tome essa iniciativa. Quanto mais cedo for iniciado um tratamento, mais fácil e rápida será a cura. III -- Não se esqueça de cumprimentar as pessoas sempre que as encontrar pela primeira vez cada dia. Na parte da manhã, dando "Bom-dia"; entre o meio-dia e as 18 horas, "Boa-tarde" e depois disso, "boa-noite". Não esqueça o agradecimento quando receber qualquer obséquio. Se você é um moço, dirá: "Muito agradecido", "Muito grato", "Muito obrigado", (escolha a forma que mais lhe agradar); se é uma moça dirá: "muito agradecida", ou "Muito grata" ou "muito obrigada". Está-se generalizando um hábito que deve ser combatido: as moças ou senhoras empregarem no agradecimento, a forma do masculino, o

que só deve se feito pelos que pertencem a esse sexo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Ameno e Instrutivo Usos e costumes holandeses: o realejo Dança o povo nas ruas ao som dos realejos -- Uma cidade alegre com um povo de coração aberto... Se os realejos calassem, os habitantes de Amsterdam morreriam de tristeza. Não existe outro lugar no mundo em que o realejo, o "Pierement" do linguajar dos habitantes de Amsterdam, viva em tão estreita comunhão com as pessoas e o ambiente, como na bela cidade holandesa. Amsterdam assemelha-se a uma aranha, no meio de uma teia de cursos d'águas internacionais, onde o próprio ar, quando o vento sopra do oeste, vem impregnado do cheiro forte e penetrante do Mar do Norte, cujas águas banham as costas da Holanda. É uma cidade aberta, habitada por gente de coração aberto, um centro comercial que combina a calma de espírito com um temperamento rapidamente excitável, mas que, apesar de todos os seus novos edifícios e do aspecto comercial dos subúrbios cobertos de concreto e vidro, tem esse centro em volto em verdura e refletido em miríades e águas. O romântico coração de Amsterdam, com suas sonhadoras mansões solarengas, datando do século XVII, suas ruas estreitas, suas pedras de cor cinzento-escura, suas pontes de todos os tamanhos e feitios, suas torres e seus canais tortuosos, eis o domínio do realejo. Homens enérgicos o empurram, para baixo e para cima nas pontes, sobre o calçamento irregular, desafiando a chuva e o vento, a névoa e o sol escaldante. Em determinados dias da semana, o realejo é encontrado nos mesmos velhos pontos, à margem dos canais e nas vielas, onde possuí um grupo permanente de fiéis seguidores, não somente atrás das diminutas janelas das casas que frequentemente se debruçam sobre a rua, mas também nos palácios da nobreza, agora transformados em centros comerciais. Jovens e velhos de Amsterdam param, automaticamente, sempre que um realejo começa a tocar uma valsa melodiosa, uma alegre marcha, a "overture" de uma ópera muita apreciada ou o "Hit" do dia. Se os "Pierements" de Amsterdam entrassem em greve por uma semana, negando-se a encher a cidade com os seus alegres sons, acompanhando os quais, inúmeras pesssoas cantam, dançam e riem, os habitantes da cidade haveriam de se reunir e indagar uns aos outros o que aconteceu. Verificariam, então, que sua cidade se tornara, de súbito, silenciosa e triste, como parece ser algumas vezes, quando as névoas do outono descem sobre ela ou a envolvem numa cortina de chuva, tornando-a uma cidade melancólica. Isto explica porque o "Pierement" desempenha uma papel tão importante na sua vida cotidiana; é um gabinete grande, pesado, vistosamente decorado, que produz muito barulho, sem bem que um barulho organizado, agradável, dotado de um ritmo irresistível e de uma energia animadora. Basta olhar para os jovens

de Amsterdam, quando acompanham os realejos de um lugar para outro, contemplá-los nos feriados nacionais, dançando ao som das valsas executadas por algum realejo; olhar como os velhos ficam pensativos, contemplando afetuosamente o realejo, em quanto este executa suas músicas; ver como, através da chuva e da névoa das estações mais frias, as ruas de Amsterdam ficam iluminadas por uma luz radiante, sempre que um realejo começa a tocar. São os própios habitantes da cidade que irradiam essa luz -- a luz da afeição por algo que, esperam eles fervorosamente, sempre estará indissoluvelmente ligado à alegria de viver de Amsterdam. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Para o seu Aplauso Lição de pontualidade e cumprimento do dever Esta seção focalizará sempre um caso da vida diária que, pelo seu alcance, se constitua em exemplo a ser seguido e em motivo de seu aplauso. O de hoje nos é dado pelo modesto servidor público Francisco Orozimbo dos Santos, do Ministério da Agricultura e que percorre diariamente, 72 km em bicicleta, a fim de ser pontual no trabalho. Enfrenta a inclemência do tempo, sob sol ou sob chuva, mas, chega todos os dias na Repartição às 7:00 h, após pedalar durante uma hora e meia, vencendo 36 km, distância entre sua residência no Núcleo Colonial de São Bento, baixada fluminense e o Largo da Misericórdia, no Distrito Federal, local de serviço. O carinho com que trata a bicicleta tem algo de invulgar. Comprou-a em prestações no ano de 1954. Terminado o pagamento, Orozimbo iniciou a ornamentação de sua inseparável companheira. Hoje está ela toda niquelada, possuí painel de controle das luzes, tem 16 faroletes, 2 lanternas traseiras, uma sirena e leva ainda um pneu sobressalente, empacotado com o maior escrúpulo. À noite, no regresso para o lar, a bicileta de Corozimbo com todas as luzes acessas, é um verdadeiro espetáculo de rua. Várias vezes já teve de parar, a fim de ser fotografado por turistas a quem narrou a sua história, singela na sua modéstia, mas certamente com

uma notável propaganda do trabalhador brasileiro. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Fontes de Consulta 1- Viriato Corrêa -- "Curiosidades da História Brasileira". 2- "O Jornal". 3- Ciência Popular Infantojuvenil. 4- "O Globo". õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo O Dicionário Esclarece Pretendemos que esta seja uma seção permanente e por isso devemos justificar a nossa decisão. E o fazemos, ressaltando-lhe a utilidade. Durante toda a vida, prezado leitor, a pessoa tem sempre necessidade de comprender bem o sentido de tudo o que lê, pois, só assim, terá possibilidades de aprender com a base na qual se edifica a instrução preliminar e depois, a cultura. Álem disso, o conhecimento exato do significado dos vocábulos é o melhor recurso de que se possa dispor para escrever bem. Você, quem como toda a gente, começará, nos bancos escolares, escrevendo bilhetes; passará às cartas, às composições sobre assuntos da vida real ou temas de sua imaginação; irá às dissertações e no dia de sua formatura poderá ter a incumbência de fazer o discurso em nome de seus colegas. Conforme seus recursos intelectuais, você pode ingressar em uma universidade onde o campo de atividades ao alcance do cego está, dia a dia, sendo ampliado pelos triunfos de não videntes nesse setor das atividades humanas. Se uma carreira como, por exemplo, o jornalismo despertar o seu entusiasmo e você a ela quiser dedicar-se, então, será absolutamente necessário que seja bem aprofundado o seu conhecimento quanto ao sentido exato das palavras. Não se esqueça dessa verdade: É preciso ter-se imenso cuidado com o que se escreve, pois ficará documentado; Os erros orais podem ser esquecidos. Os escritos, não. A vida diária não vai exigir de nós, evidentemente, excessivo rigor na formação ou no arranjo das frases usadas nas nossas necessidades mais imadiatas; não é preciso ser um estilista da língua para que a pessoa se faça bem entender. Mas é indispensável que lhe respeite os princípios básicos, que não lhe fira as regras mais elementares. Falar bem, não é falar difícil, usando termos rarríssimos. O mesmo se pode dizer quanto à escrita. Falará e esvreverá bem quem for simples, claro, preciso no emprego das palavras que lhe devam traduzir o pensamento. Permita uma pergunta, entre as inúmeras que se podem fazer nesse tipo. Você emprega indistintamente, isto é, como sinônimos, ou substantivos: trânsito e tráfego? Pois saiba que, embora às vezes confundidos, deve preferir-se empregar trânsito para indicar o ato de caminhar, marcha; passagem; trajeto; afluência de viandantes. Tráfego, no sentido de: transporte de mercadorias; afã; trabalhe. Pensamos já ter sido ressaltada utilidade desta seção e, por isso, damos hoje a amostra do que ela será.

Celeiro: Casa em que arrecadam os cereais e outras provisões. Detrito: Resto resíduo de uma substância. Frívola: Sem importância; sem valor; vã; fútil; leviana; volúvel. Sazonado: Amadurecido; bom gosto dado a; tornar-se experimentado. seleiro: Fabricante ou vendedor de selas; que é bom cavaleiro. Serralheiro: Artífice que faz fechaduras e outras obras de ferro. Sociólogo: Aquele que se dedica ao estudo da Sociologia (ciência dos fenômenos sociais; estudo e conhecimento objetivo da realidade social). "Sui-generis": Locução latina: de seu própio genero; que não apresenta analogia

com outra (pessoa ou coisa) peculiar. õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Transcritor: Diogo Silva Müller Dunley Revisão: João Batista Alvarenga