PONTINHOS Ano LX, Pontinhos Edição Especial 60 anos Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Educação, Cultura e Recreação Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1959 por Renato M. G. Malcher Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4457/3478-4531 E-mail: ~,pontinhos@ibc.~ gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~,

Diretor-Geral do IBC: João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial: Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hyléa de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração: Carla Maria de Souza Daniele de Souza Pereira Regina Celia Caropreso Cauã -- Criador dos personagens: Furinho e SuperBraille Leida Maria de Oliveira Gomes -- Ilustradora da História em Quadrinhos do SuperBraille Revisão: Carla Dawidman

¨ I Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal: Pátria Amada Brasil Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~,

¨ III Pontinhos: revista infanto- juvenil para cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n. 1 (1959) -- Rio de Janeiro: Divisão de Imprensa Braille, 1959-. V. Trimestral Impressão em braille ISSN 2595-1017 1. Infantojuvenil -- Cego. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista -- Periódico. I. Pontinhos. II. Revista infantojuvenil para cegos. III. Ministério da Educação. IV. Instituto Benjamin Constant. CDD-028.#ejhga

Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

¨ V Sumário Seção Infantil Lendas Firirifa :::::::::::::::: 2 A abóbora fantasmagórica ::::::::: 2 O Chuninico :::::::::::: 3 Trava-Línguas :::::::::: 4 Cordel Pedro ::::::::::::::::::: 7 Mocinha nordestina :::::: 7 O IBC ::::::::::::::::: 8 Autoestima :::::::::::::: 8 Rimas ::::::::::::::::::: 9 Histórias para Ler e Contar Elfa troladora :::::::::: 11 O castelo encantado ::::: 12 A festa ::::::::::::::::: 14 O pássaro que enganou o gato ::::::::::::::::::: 16

Viva a paz! ::::::::::::: 18 O toque da sorte :::::::: 20 Seção Juvenil Leio, logo escrevo O dinheiro :::::::::::::: 25 Parente mandado ::::::::: 25 Ler para compreender :::: 27 A pracinha mais bonita do mundo :::::::::::::::::: 29 IBC do coração ::::::::: 31 O nosso município de Maricá :::::::::::::::: 32 Amigos Unidos do IBC :::::::::::::::::: 33 Amor entre felicidade e ilusão ::::::::::::::::: 34 A menina unicórnio :::::: 45 Quebra-Cuca Caça Palavras :::::::::: 49 Desafios :::::::::::::::: 50 Vamos Rir? Exemplo vem de casa ::::: 54 Presente de Natal :::::: 54 Olhos bem fechados :::::: 55 Pesquisa de mãe ::::::::: 56

¨ VII Historiando PONTINHOS: 60 anos recreando, divertindo, esclarecendo ::::::::::: 57 Leitura Interessante Acróstico A Revista Pontinhos ::::::::::::: 64 Tirinhas História em quadrinhos do SuperBraille :::::: 67 <0>

Seção Infantil A partir dessa edição teremos um mascote: _`[{imagem do mascote da Revista Pontinhos, Furinho, em formato de um punção. A parte superior é a cabeça, com olhos e boca; a ponta é o corpo; das laterais, saem braços com as mãos na cintura; os símbolos *õxo* representam a cabeça, *é* o corpo._`] !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Prazer sou o Fu- _ é l rinho! E daqui por _ é l diante amiguinho, _ l estarei participan- _ l do da revista. Va- _ l mos conhecer novas _ l lendas, escritas _ l pelos companheiri- _ l nhos do IBC? _ h:::::::::::::::::::::::j Lendas Firirifa Autor: Luiz Felipe -- Turma 302 Firirifa mora numa escola, ela tem o cabelo branco, rosto vermelho, sobrancelha marrom, perna preta e pé branco. A escola onde Firirifa mora é um internato. Ela está condenada a viver lá para sempre e por isso rouba os lanches das crianças. :::::::::::::::::::::::: A abóbora fantasmagórica Autor: Victor -- Turma 302 Essa é uma lenda totalmente diferente. A abóbora fantasmagórica assusta todos que passam por ela. Ela sempre aparece a noite para assustar adultos e crianças, sendo assim não saia de noite, senão ela te pega. :::::::::::::::::::::::: O Chuninico Autor: Julia Nicolli -- Turma 302 Chuninico é um monstro de duas pernas que come toda a comida das pessoas, rouba a água e também o material escolar das crianças. Ele colocava chicletes mágicos nas mochilas das crianças, que comiam pensando que foram os pais que colocaram. O diretor da escola descobriu que foi Chuninico quem colocou os chicletes nas mochilas. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

!:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Não deixe a sua _ é l língua travar! _ é h:::::::::::::::::::::::j Trava-Línguas Autora: Ana Beatriz de Souza Emmerick -- Turma 301 O sabiá e o sábio O sabiá não sabia Que o sábio sabia Que o sabiá não sabia assobiar. Se assobiar é sombrio Sombrio é não saber assobiar Sábio que é sábio sabe solucionar Sabiá que não é sabido Assobia da forma que sabe assobiar. ::::::::::::::::::::::::

Ana Beatriz de Souza Emmerick -- Turma 301 A aranha arranha a renda Da rainha Raquel Tanto arranha que rompe a renda Que aranha cruel! :::::::::::::::::::::::: Ana Beatriz de Souza Emmerick -- Turma 301 Atrás da pia tem um prato, Um pinto e um gato. Pinga a pia, apara o prato, Pia o pinto e mia o gato. ::::::::::::::::::::::::

David Luca -- Turma 301 A vaca malhada foi molhada por outra Vaca malhada e molhada. :::::::::::::::::::::::: David Luca -- Turma 301 Sabiá não sabia que O sabiá sabia assobiar. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Você sabe o que é _ é l Cordel? _ é l São poemas escritos _ l em folhetos com ri- _ l mas. Alguns são _ l ilustrados. Ficam _ l expostos para ven- _ l da, pendurados em _ l cordas ou cordéis, _ l o que deu origem ao _ l nome. _ h:::::::::::::::::::::::j

Pedro Autor: Pedro Roberto -- Turma 402 O meu nome é Pedro Eu não tenho medo Vou falar um pronome de tratamento. Vou expressar meus sentimentos. Esta rima eu termino, E vou dando tchau. Vou colocar meu desenho no mural. :::::::::::::::::::::::: Mocinha nordestina Autor: Pedro Roberto -- Turma 402 Sou mocinha nordestina, Meu nome é Doralice, Tenho 13 anos de idade, Conto e reconto o que disse, Pois me chamo Doralice, Sou eu quem vende meu cordel Nas feiras lindas de longe Onde a poesia se esconde Nas sombras do meu chapéu. :::::::::::::::::::::::: O IBC Autor: Daniel -- Turma 402 O IBC é o meu coração Ele nunca me deixa na mão. É meu amigo de todos os dias. Onde encontro minha tia E lá meus amigos também estão. :::::::::::::::::::::::: Autoestima Autor: Ysmael -- Turma 402 Olá! Sou Ysmael. Sou branco, loiro e precioso. Gosto de deixar saudade Em quem me ama de verdade. Tenho curiosidade para ver o mundo fora da minha imaginação. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Que tal na próxi- _ é l ma edição, você _ é l também criar uma _ l rima? _ h:::::::::::::::::::::::j Rimas Autor: Alexandre -- Turma 401 Em nossa casa gostaríamos de receber a Revista Pontinhos. No pergaminho está escrito que a Revista Pontinhos está a caminho.

Tem um macacão dormindo em um barracão. E no laçarote de uma mala estava amarrado um serrote. Na minha mão pintei um coração. E o limão caiu no meu dedão. Mengão é pura paixão, E é festa no coração. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Você gosta de ler _ é l ou contar história? _ é l Aproveite! _ h:::::::::::::::::::::::j

Histórias para Ler e Contar Elfa troladora Autora: Júlia Rodrigues -- Turma 302 Era uma vez uma elfa troladora que faz muitas travessuras. Ela e suas amigas voltaram às aulas. A elfa troladora pegou uma cola transparente, a professora tentou pegar a cola transparente da mão dela, mas ela jogou cola na sua amiga e na sala inteira, depois disso a professora colocou a elfa troladora de castigo. ::::::::::::::::::::::::

O castelo encantado Autora: Emily de Souza Gomes -- Turma 401 Era uma vez um castelo encantado, lá vivia uma linda princesa. Essa princesa era tão encantadora que todos a amavam; porque só ela tinha um brilho especial. Essa princesa era tão amada, não porque é uma princesa; mas por ela fazer bem e atrair o bem para todo o castelo. O castelo era todo encantado e também muito legal. Todas as crianças, como eu, iriam amar conhecê-lo; um lugar cheio de vida, amor e alegria. A princesa era muito feliz, mas ela não sabia que seu pai era um bruxo e tinha um plano de acabar com a alegria dela e disse:

-- Quando você fizer quinze anos espetará o dedo em uma agulha e todo mundo irá te achar muito feia! Mas o que ele não sabia, era que se ela conhecesse um príncipe o feitiço terminaria. Os anos foram passando e ela completou quinze anos, nesse dia os pais estavam no castelo e Luara, a princesa, foi dar uma volta pelo reino. Quando estava caminhando encontrou uma agulha no chão e sem querer espetou o dedo e gritou: -- Ai! A partir desse dia todos a acharam muito feia, mas graças ao castelo encantado apareceu um príncipe muito lindo e quebrou o feitiço. Luara voltou a ser linda como antes. Eles passaram a ser conhecidos como rainha Luara e rei

Gabriel e viveram felizes para sempre. :::::::::::::::::::::::: A festa Autora: Liliane Coutinho Leal -- Turma 401 Era uma vez duas meninas gêmeas que se chamavam Cla e Dova. Elas completariam 12 anos no mês passado e foram pedir à mãe, que se chamava Joana, uma festa de aniversário. A mãe muito triste respondeu que não tinha condições de fazer uma festa. As meninas ficaram muito tristes. Passado uns dias, sua tia Maria, vendo-as assim, perguntou: – Por que estão tão tristes? Então responderam:

-- Queríamos uma festa de aniversário, mas não podemos ter. Dias depois, sua tia Maria voltou e procurou sua irmã Joana e disse: -- Quero dar uma festa surpresa para elas. Assim a mãe e a tia começaram a preparar a festa. Fizeram tudo sem as gêmeas saberem. Finalmente chegou o grande dia e a mãe disse: -- Hoje iremos dar um passeio. As meninas se arrumaram e saíram com sua mãe, foram andando. Quando chegaram em frente ao salão de festas, a mãe falou: -- Vamos entrar. Quando entraram, lá estava uma linda festa! As meninas ficaram muito felizes! :::::::::::::::::::::::: O pássaro que enganou o gato Sugestão da aluna: Júlia Rodrigues -- Turma 302 Certo dia, um gato muito sabichão caminhava sobre o telhado de uma casa, quando avistou um canarinho assobiando em um fio da rede elétrica. “Ei! Belo pássaro cantor, já sabe da novidade?” -- disse o bichano olhando para o alto. “Que novidade?” -- perguntou o passarinho já desconfiado. “Uma nova lei foi aprovada... Agora todos os bichos terão de ser amigos, não haverá mais rivalidade, nem presas, nem predadores e todos terão que viver em harmonia”. “Sério?!!” -- questionou o canário. “Sim, e para comemorar, voe até aqui e venha me dar um abraço. Sejamos amigos!”.

“Tudo bem” -- disse o canário. -- “Vou pousar próximo à casinha do Rex, aquele grande pastor-alemão ali no quintal, e então nos abraçaremos e comemoraremos os três juntos”. Ouvindo isto, o felino saltou tentando agarrar o pássaro, que voou rapidamente e gargalhou do gato. “Lei nova… ha, ha, ha, ha!!!" O gato saiu frustrado e resmungando, pois não contava com a astúcia do pequeno pássaro. Byron Barton Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ estudokids.com.brÿ~ historias-para-lerÿ~, ::::::::::::::::::::::::

Viva a paz! Sugestão do aluno: Victor -- Turma 302 Dois gatinhos assanhados se atracaram, enfezados. A dona se irritou e a vassoura agarrou! E apesar do frio, na hora, os varreu porta afora, bem no meio do inverno, com um frio "do inferno"! Os gatinhos, assustados, se encolheram, já gelados, junto à porta, no jardim, aguardando o triste fim! De terror acovardados, os dois gatinhos, coitados, não puderam nem miar, lamentando tanto azar!

Sem ouvir nenhum miado, a dona, por seu lado, dos gatinhos teve dó, e a porta abriu de uma vez só! Mesmo estando tão gelados, os dois gatinhos arrepiados Zás! Bem junto do fogão surgem, sem reclamação! E a dona comentou: tanto faz quem começou! Uma encrenca boba assim bom é que tenha logo um fim! E ela acrescentou, então, não querem brigar mais, não? E os gatinhos, enroscados, esqueceram da briga, aliviados.

Confortados, no quentinho, com sossego e com carinho, dormem bem, bichos queridos, já da briga esquecidos. Tatiana Belinsky Fonte: ~,https:ÿÿescolakids.~ uol.com.brÿportuguesÿ~ contos-curtinhos.htm~, :::::::::::::::::::::::: O toque da sorte Sugestão do aluno: Anderson -- Turma 302 A história que vou contar, amigos, é muito importante, sobre algo que todos querem: a sorte. Um personagem maravilhoso que rege os desejos de todo mundo. Lembre-se de suas próprias palavras: “Será que terei sorte no exame...?”, “Vá com sorte!”.

Todos nós falamos de sorte... e, cedo ou tarde, a conhecemos. Para você entender melhor, darei um exemplo simples, que todos nós aprendemos na escola, por várias vezes, porque é algo difícil. Havia um sábio que se chamava Newton. Estava descansando em um campo cheio de árvores, pensando em complicadas teorias matemáticas quando... zás! Uma maçã caiu em sua cabeça, e isso fez com que ele pensasse na Lei da Gravidade, que iria revolucionar o mundo da Ciência. Quem não conhece essa história? É difícil, mas se não conhece, pergunte ao seu professor ou aos seus pais. Faça isso sempre que não souber de algo. Isso faz parte de sua educação. Mas... vamos ao que interessa. Havia um homem que trabalhava como torneiro e vivia miseravelmente por ter se especializado em cabos e aros de guarda-chuvas, e era muito pouco procurado por seu trabalho. -- Não tenho sorte! Até o meu único pé de pera não dá fruto. Pode existir alguém mais sem sorte do que eu? Como se a natureza quisesse aumentar a má sorte desse homem, uma noite houve um terrível furacão que destruiu as plantações e arrancou alguns galhos das árvores. O homem pegou os galhos e levou até sua oficina: -- Já que não deu peras de verdade, farei umas de madeira. E cortou, torneou mais de dez, em vários tamanhos. Fez algumas bem pequenas, muito perfeitas. Um dia, o guarda-chuva caiu do cabideiro, partindo-se em dois o cabo e o suporte das varetas, como se tivesse um botão que as prendessem. Então resolveu substituir a parte quebrada por uma pera grande e uma pera pequena, tendo bom resultado. -- Nossa! -- disse -- Mandarei como amostra para a capital. É provável que gostem, por sua originalidade. O pacote chegou à cidade e os fabricantes viram que as pequenas peras fechavam melhor que os botões, quando colocadas no suporte e cruzadas. Quanto ao cabo, todos os clientes queriam. Aumentou muito seu trabalho. De vários lugares lhe pediam peras de vários tamanhos para o cabo e pequenas para fechar o suporte. O dinheiro chegou de maneira inesperada. A sorte não tem hora amigos; cedo ou tarde surge para cada um. O importante é estar com os olhos bem abertos para não deixá-la escapar. Para Newton foi uma maçã. Para o torneiro foi um pé de pera sem frutos e seus galhos arrancados pelo furacão. E para você? Fique alerta e não perca a ocasião, a sorte chegará na hora certa. Palavra... Irmãos Grimm e Andersen Livro: *Contando histórias* Editora DCL õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Seção Juvenil !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- E agora, muita _ é l emoção! Que tal _ é l nas próximas edi- _ l ções você partici- _ l par com a gente?! _ h:::::::::::::::::::::::j

Leio, logo escrevo -- textos dos alunos do IBC O dinheiro Autora: Juliana Gonzaga -- Turma 901 Já não vou mais te aturar Não vou mais te emprestar. Você pegou um dinheiro, E esqueceu de me pagar. Eu te olhei de cara feia. Sua carteira tá cheia. Você está todo errado. Porque está endividado. :::::::::::::::::::::::: Parente mandado Autora: Juliana Gonzaga -- Turma 901 Não dá nem pra aturar. Essa parentada que gosta de mandar.

É minha tia. É minha tia doida. É minha tia que adora mandar. É minha prima. É minha prima louca. São as duas que adoram mandar. Não dá nem pra aturar Essa parentada Que gosta de mandar É meu cunhado É meu cunhado pamonha É meu cunhado que adora mandar. É o meu sogro É o meu sogro pudim de cachaça. Os dois juntos que adoram mandar. Não dá nem pra aturar. Essa parentada que gosta de mandar. É minha sogra É minha sogra doida É minha sogra que adora mandar. É minha cunhada É minha cunhada pidona As duas juntas que adoram mandar. Não dá nem pra aturar. Essa parentada. Que gosta de mandar. É minha sobrinha É minha sobrinha doida É meu sobrinho É meu sobrinho canalha Os dois juntos que adoram mandar. Não dá nem pra aturar essa parentada Que gosta de mandar. :::::::::::::::::::::::: Ler para compreender Autor: Isaque de Souza Emmerick -- Turma 601 Ler é se aventurar Pelas histórias Pelas escritas E suas memórias. Ler nos faz imaginar E criar Para poemas fazer E os amigos entreter Ler é descobrir Um novo mundo conhecer Uma porta se abrir A vida no amanhecer Ler desperta a curiosidade Das linhas que seguem adiante Mas também deixa saudade Do ontem que foi radiante Ler de fato é compreender É aprender logo Palavra, símbolo e código De quase tudo entender. ::::::::::::::::::::::::

A pracinha mais bonita do mundo Autora: Mayara Cristina Silva Sanches -- Turma 501 A pracinha é muito bonitinha E muito calminha Tem muita criancinha Que se diverte na pracinha. Tem casinha, gangorra e balanço Tem muitas festinhas onde Eu pulo, danço e canto E brinco de pique-esconde. O nome da praça é Praça Dois Lá vende produtos importados da China Lá eu vendo pulseiras, sucos Cachorro-quente, batata frita na cantina. Esta praça fica em Vigário Geral Fica perto da estação de trem Parada de Lucas

Eu moro na Rua Alvarenga Peixoto Essa rua é muito linda e parece que é rica. Giovanna Josefa de Melo Vidigal Barulhento No Vidigal tem muitos tiros E muitos bandidos Muita gente baleada E povo sofrido. No Vidigal tem festas Com povo abusado Ligam o som no volume máximo Deixa o povo irritado No Vidigal tem igrejas A gente louva ao Senhor Ficamos felizes por adorá-lo Meu Senhor é meu amor. Eu me sinto orgulhosa De morar neste lugar Porque minha vó mora lá O Vidigal é meu lar. ::::::::::::::::::::::::

IBC do coração Autora: Thatyane Chrystyne da Cruz Leite -- Turma 501 Eu estudo numa escola Que é muito bonita Ela oferece uma boa educação para os alunos As amizades que aqui eu fiz serão infinitas. Quando eu entrei no IBC Eu já me apaixonei Essa escola é do meu coração E ela já existe um tempão. Eu ontem fui com meus amigos Na praça dos ledores Conversar sobre um livro Chamado diário de um vampiro. Gosto de olhar a linda vista pela janela Vejo o Pão de Açúcar E vem à cabeça o dia Do passeio que fiz em família.

Eu encontro minha mãe nos finais de semana. Nos outros dias estou na escola Sinto muita falta dela, mas gosto daqui A escola é o lugar onde vivo. :::::::::::::::::::::::: O nosso município de Maricá Autor: Brendhell Renan Rodrigues da Silva -- Turma 501 Maricá é tranquilo Eu me sinto muito feliz De morar neste lugar Maricá é meu lar. As praias de Maricá São muito perigosas Tem muitas ondas Que são monstruosas Aqui tem praças, Muitos mercados Bares e restaurantes

E o salão do reino de Jeová Deus. Maricá é meu amor Gosto da minha vizinha Que mora lá Que é carinhosa e bonitinha. :::::::::::::::::::::::: Amigos Unidos do IBC Autor: Francisco Ryan Alves Rodrigues -- Turma 501 Na escola aprendi a fazer amigos E os meus amigos são legais Algumas amizades se foram E outras ficaram. As amizades que se foram Não me fazem falta Pois as amizades verdadeiras Não se quebram. Eu aprendi sobre amizade na escola

Aqui eu considero todos os meus amigos Não importa se são professores ou alunos Unidos jamais seremos esquecidos. A escola é o lugar onde eu vivo Estou aqui desde que nasci Tudo que sei e que sou Aprendi aqui. :::::::::::::::::::::::: Amor entre felicidade e ilusão Autora: Bruna -- Turma 901 “Amor”, uma palavra tão simples e com significado muito complexo, significado que poucas pessoas sabem. Há pessoas que acham isso ridículo, *clichê*, e até mesmo perda de tempo. Este texto pode parecer *argumentativo*, mas acredite, não é. Na verdade, ele é so- bre um sentimento passageiro e *verídico*, onde eu colocarei uma pitada da minha opinião e, de alguma forma, do meu jeito de me expressar. O amor é uma coisa tão complicada de se compreender e tão bonita, ou pelo menos, enquanto está re- pleto de carinho, afeto, felicidade e harmonia. Enquanto somos crianças não temos noção ou ideia do que é amor. Na adolescência de hoje em dia, não é lá a melhor hora para pensar em namoro e essas coisas, até porque na maior parte das vezes, isso acaba nos *desvencilhando* de nossa maior preocupação e prioridade: os estudos. Não quero fugir do meu ob- jetivo neste texto (isso está ficando chato). Na verdade, desejo fazer uma declaração, porém não sei como fazer isso e nem por onde começar. Um olhar, um sorriso, uma palavra e o batimento cardíaco acelerado com sua presença. Eu era loucamente apaixonada por ele, e junto com essa paixão, a ilusão também estava presente. Eu achava que ele era diferente dos outros garotos, mas no final das contas, a única coisa que ele era e tinha de diferente, é a inteligência. Não era lá a pessoa mais bonita, mas também não era feio, e aparentava ter um bom coração. Eu não ligava para sua aparência física, e sim seu jeito de ser, às vezes delicado e outras vezes grosso, mas um ótimo amigo e conselheiro. Nunca fui boa em me expressar e detestava me abrir para alguém, mesmo que fosse da minha família. Hoje em dia ainda não gosto muito, mas a diferença é que atualmente acredito que foi por esse motivo

que acabei perdendo a pessoa por quem me apaixonei. Foi bom enquanto durou. Eu tinha criado uma bolha, onde um sonho impossível era “realidade”. Eu tentava acreditar que tudo aquilo era verdade, mas não era; sonhos não se realizam sozinhos, não basta ter fé sem lutar, e mesmo que lute, haverá vezes em que todo o esforço será em vão. Mesmo tentando seguir em frente e esquecer, não dá certo, isso é mais forte que eu, um sentimento louco que acaba prejudicando todo o resto. Doente de paixão, isso estava me enlouquecendo a cada dia que se passava. Ainda me lembro dos bons momentos que tivemos no passado, também tivemos alguns ruins, sei que naquele tempo eu fui uma derrotada, mas agora é diferente, eu não sou a

mesma de antigamente, sou mais forte do que você pensa. Não sei se sou o suficiente para você. Tenho medo de não conseguir te fazer feliz e de realizar seus sonhos, sou capaz de fazer o impossível por você, até mesmo *capturar* a lua e trazê-la até ti. Tento não pensar em você, pois quando penso, acabo me afogando em lágrimas sem fim. Nos preocupamos demais em sermos diferentes dos outros, mas não enxergamos que ser diferente nem sempre significa ser melhor. Cresci acreditando que o coração não mente, não sei se estou certa em pensar assim. Eu tenho uma teoria sobre meu amor *platônico* e eu quero provar, vou trabalhar e batalhar para chegar ao meu objetivo, pois o trabalho duro vence o dom natural; não irei desistir e pretendo ir até o final.

Por que as coisas ruins têm que acontecer? Me sinto frágil, estou machucada, meu coração se despedaça, eu quero lutar e ir até o fim, mas como? Sinto como se minhas forças tivessem indo embora. Tenho duas escolhas a fazer: ou eu nego tudo e esqueço de sua existência e me machuco ainda mais só para tentar recuperar minhas energias, ou junto os pedaços que sobraram do meu coração e aposto tudo em uma única jogada; se eu fracassar perco o pouco que tenho de você. Universo *distorcido*, mente em conflito, talvez eu esteja cega, por favor, me ajude a enxergar essa triste e amarga realidade que dói em sentimento perfurante, e afiado como uma lâmina enfeitiçada com chama de dragão, ágil e velocidade sobrenatural.

Não, eu não posso deixar que isso aconteça, não posso deixar você penetrar minha barreira mental. Droga! É tão fácil dizermos e tão difícil e complicado de cumprir. Eu não aguento mais ficar tão perto, mas ao mesmo tempo bem longe de você. Deixe-me tocá- -lo, me abrace e me diga que está tudo bem e que me ama, vamos só andar por uma bela floresta que acaba em um lindo mar ao pôr do sol onde iremos ter uma conversa sobre coisas idiotas e aleatórias, e vamos acabar nos beijando com clima clichê e romântico como nos filmes. O que eu estou fazendo com a minha vida?! Droga! Eu estou em total *euforia*, pensamentos ruins estão tentando achar alguma forma de acabar comigo e arruinar minha mente e atormentar minha alma, boa tentativa, mas você não vai acabar comigo tão fácil. Eu posso não ser a pessoa mais forte, mas eu tenho a ajuda do amor e com toda certeza é uma coisa muito poderosa. Quem estou querendo enganar? Sou fraca demais para te resistir, mas sinto que todo meu esforço será em vão, não quero lutar mais, pra mim chega, quero te conquistar, mas da forma certa, acho que eu não preciso mais mudar para você me notar. Ache o que quiser de mim, eu não ligo, talvez eu não seja a pessoa certa para você, assim como você pode não ser para mim, mas antes de desistir, quero fazer uma última tentativa. Se não der certo... eu desistirei, não por não ter vontade, desinteresse (para mim isso não existe), ou sei lá quais outros motivos ridículos, e sim por não ter mais condições de sofrer e chorar e me lamentar, ou até mesmo de ficar meio depressiva enquanto escuto músicas *melancólicas*, chorando na cama o dia todo. Se você não me aceitar, eu entenderei ou pelo menos vou tentar. Não sou a melhor pessoa do mundo e muito menos perfeita (na verdade ninguém é). Eu tenho vários defeitos, mas tento não ver só por esse lado, até porque tudo tem um lado positivo. Isso pode parecer, ou ser dramático e clichê, mas não posso fazer nada, quem está escrevendo, na verdade não sou eu, e sim meu coração, que está gritando por você na esperança de ser ouvido. Ele não te dirá a quantidade e a frequência de seus batimentos; aposto que nem ele mesmo sabe o que realmente quer lhe dizer, mas não consegue, pois está preso em si: “eu te amo”. Estou morrendo de medo, mas dane-se! Namora comigo?

Talvez esse seja o pior jeito de pedido de namoro, mas não vejo outra forma. Não. _`[{imagem de um jovem, com cabelos pretos caídos na testa e olhos fechados. Ele veste uma blusa de mangas compridas, aberta na frente, com um colete por baixo. No peito, usa um crucifixo._`] Vocabulário Clichê: No sentido figurado, é uma ideia já muito batida, uma fórmula muito repetida de falar ou escrever, um chavão. Argumentativo: Um texto argumentativo é aquele que tem o objetivo de convencer alguém através das ideias e justificativas presentes nele.

Verídico: s.f. Que fala ou demonstra a verdade. Que é constituído pela verdade; autêntico, verdadeiro: fato verídico. Desvencilhando: Do verbo desvencilhar. O mesmo que libertando, soltando, desatando, desenvencilhando, solucionando, desenvincilhando. Capturar: v. Prender algo ou alguém; deter, aprisionar; apreender: capturar malfeitores. Platônico: É um adjetivo utilizado para fazer referência ao filósofo e matemático grego Platão. Popularmente tem o significado de algo ideal ou casto, sem interesses materiais. ::::::::::::::::::::::::

A menina unicórnio Autora: Silvana Martins Sebastião -- Leitora da Revista Pontinhos Era uma vez uma rainha muito linda e poderosa, que vivia num palácio. Seu nome era Win. Era tão linda com cabelos tão longos e lisos e tinha tanto poder que as pessoas morriam de medo dela! A Win toda manhã ia ao jardim passear e apanhar algumas flores para pôr nos seus vasos. Não muito longe dali havia um outro reino. Um dia a rainha Karem, que era desse outro reino, e que também era linda, resolveu fazer uma reunião e convocou as meninas do reino! E disse: “Quem tiver coragem de ir ao reino da rainha Win, colher as flores de lá e trazer para

mim, vai ganhar um lindo colar de brilhante!”. As pessoas todas disseram ao mesmo tempo, “mas rainha Karem, a rainha Win é muito brava e poderosa. Nós já sabemos bem do que ela é capaz”. Mas a rainha Karem tanto insistiu que apareceu uma menina dizendo que topava. Então ela disse: -- Qual é seu nome querida? A menina respondeu: -- Amanda, tenho dez anos de idade e sou muito corajosa. A rainha Karem disse: -- Então venha amanhã aqui para você receber as instruções de como fazer. No dia seguinte Amanda foi ao lugar combinado conversar com a rainha Karem. Depois de tudo acertado, a menina foi pro outro reino. Com seu patinete demorou bastante até chegar lá, mas assim que chegou, nem prestou atenção, foi logo vendo as flores e dizendo: “Que lindas flores! Vou logo tratar de apanhá-las”. E pegou duas cestas. De repente, a rainha apareceu no jardim e viu a menina apanhando as flores. -- Que petulante você é, apanhando minhas flores! Vai ver o que vou fazer com você. Amanda quis dizer alguma coisa, mas não deu tempo. A rainha pegou e disse: “Flinn!” -- e de repente a garota se transformou em um unicórnio. A menina unicórnio, muito triste, foi correndo para o palácio e logo chegou porque foi voando. Lá procurou a rainha Karem e a encontrou em seu jardim! A menina unicórnio se aproximou da rainha e começou a chorar. A rainha que nunca tinha visto no palácio um uni-

córnio, logo desconfiou e perguntou: -- Por que chora, unicórnio? A menina unicórnio disse bem baixinho: -- Rainha! Sou eu, Amanda. A rainha me transformou em um unicórnio. E continuou a dizer: -- O que será da minha vida viver assim em forma de unicórnio? A rainha Karem disse: -- Não se preocupe, também tenho poder. Vou torná-la humana. Falou umas palavras: “Lanndrmi cli” e a menina voltou à forma humana. A rainha e a menina viveram felizes para sempre! õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Quebra-Cuca Caça Palavras Autor: Guilbert -- Turma 901 !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Sua professora _ é l pediu para você en- _ é l contrar palavras _ l que tenham relação _ l com as aulas de _ l Língua Portugue- _ l sa. _ h:::::::::::::::::::::::j

contos -- texto -- livros -- artes -- poema -- redação a n s f c w y j g h m i p o z l s b d w b k n p h r p p f s z t e x t o x v i l o c g y e d s a r s e s a m s n l w t z y j a l i v r o s n x k w o z s c p r n a a e k r r a e d w s m s e e z o p y c c r d d y r l n r i i ã a i j p s w c l r ç j i w e y l c o ã u e p u i o o y o r u a p Desafios 1- Qual a diferença entre o pão e o cão? 2- O *p* do bule não está no início, não está no meio, nem está no fim. Onde está o *p* do bule?

3- Ele está no seu bolso, mas se você repetir sua primeira letra no final, você se deita nele. Quem é? 4- Qual a estação do ano que está sempre no futuro? 5- Qual a semelhança entre a cidade do Rio de Janeiro e o coco? 6- O que é que não se quebra com uma pedra, mas se quebra com um ovo? 7- Qual o mês que pode se tornar maior? 8- Qual a casa que proíbe a entrada de cachorro? 9- Qual o mês que nos deixa à vontade? 10- Qual a lã preferida do cachorro? 11- O que é que tem os dentes na cabeça? 12- O que é que anda com os pés na cabeça?

13- Qual o bairro carioca que está nas árvores? 14- Qual o bairro carioca que, sem a primeira letra, vira comida? 15- Com que está preocupado o burro do lavrador? 16- Por que eu sei que choco é um cachorro? 17- Qual a mulher que sempre tem certeza de onde está o marido? 18- Um homem desce o morro transportando um porquinho; qual o nome do homem? Respostas 1- O pão, você morde; o cão morde você. 2- Na tampa 3- Lenço 4- Verão 5- Ambos têm casca dura. 6- O jejum

7- Maio; basta colocar-se o *r* no final. 8- Barracão 9- Agosto 10- A lambida 11- O alho 12- O piolho 13- Ramos 14- Bangu 15- Ca roça, uai! 16- Porque o chocolate. 17- A viúva 18- Décio Leitão õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Uma boa gargalha- _ é l da faz muito bem. _ é l Então vamos rir! _ h:::::::::::::::::::::::j

Vamos Rir? Exemplo vem de casa Autor: Isaque de Souza Emmerick -- Turma 601 Um garoto está em cima do pé de goiaba, quando ouve um grito da dona da casa: -- Desce daí, se não conto para seu pai! O garoto responde: -- Pode contar! Ele está no galho de cima. :::::::::::::::::::::::: Presente de Natal Autor: Isaque de Souza Emmerick -- Turma 601 Aninha ficou triste no natal, porque só ganhou Roupas e nenhum brinquedo de presente. Na noite de natal ela foi para o seu quarto e um dos adultos perguntou: -- Aninha, aonde vai? Ela responde: -- Vou brincar com minhas meias e blusas novas! :::::::::::::::::::::::: Olhos bem fechados Autor: Isaque de Souza Emmerick -- Turma 601 Leo é um menino esperto. Ele pergunta para o pai: -- Pai, é verdade que consegue assinar o seu nome com os olhos bem fechados? O pai responde: -- Claro que sim! -- Então assina meu boletim deste mês desta maneira! :::::::::::::::::::::::: Pesquisa de mãe Autor: Isaque de Souza Emmerick -- Turma 601 O professor diz para o Serginho: -- Seu trabalho está um lixo! Serginho responde: -- Ih! Minha mãe não vai gostar. -- Eu não tenho nada a ver com isso! õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Vamos conhecer um _ é l pouco mais sobre o _ é l nosso inventor? _ h:::::::::::::::::::::::j

Historiando PONTINHOS: 60 anos recreando, divertindo, esclarecendo FIRMEZA -- SERIEDADE -- COMPROMISSO Maria da Gloria de Souza Almeida “O destino destina e eu faço o resto” (Miguel Torga) Ao chegarmos à marca das seis décadas do lançamento da *Revista Pontinhos*, um sentimento salta de nós: o reconhecimento. Era setembro de 1959. À época, já findando os anos de 1950, o mundo via crescer, com grande vigor, o interesse pelo público infantojuvenil. A indústria do entretenimento ampliava-se em diferentes áreas -- revistas, gibis, filmes em série criavam heróis e aventuras, traziam jogos e brincadeiras, transmitiam informações e conhecimentos, incentivavam a curiosidade e a imaginação de crianças e adolescentes. Os produtos multiplicavam-se, movimentando com encanto e vitalidade, a vida de meninos e meninas daqueles tempos. E a criança e o adolescente cegos? Mais uma vez percebia-se a existência de uma enorme lacuna. Como de hábito, essa criança ou esse adolescente passavam invisíveis frente aos largos avanços e mudanças de uma sociedade que buscava o estabelecimento de novos rumos e comportamentos. Cumprindo sua natureza pioneira, o Instituto Benjamin Constant corrigiu mais esse esquecimento danoso que provocava exclusão. Pelas mãos sensíveis do Professor Renato Monard da Gama Malcher nascia *Pontinhos*; primeiramente, apenas um suplemento da *Revista Brasileira para Cegos*. Mais tarde, na década de 1970, transformou-se em publicação independente. Então, desde aquele antigo suplemento, o menino cego brasileiro, estivesse ele em qualquer recanto do país, agora tinha acesso a uma leitura que supria, ainda que de maneira inicial, sua visão expandida de mundo, sua formação cultural, sua necessidade de aprender sem cobranças, *descompromissadamente*. A *Pontinhos* ensinava brincando, ensinava com leveza longe do rigor da sala de aula. Renato Malcher nasceu em 11 de junho de 1916 na cidade de Belém do Pará. Aos 12 anos transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, onde construiria sua trajetória acadêmica e profissional e escreveria sua história de homem *íntegro*, competente; homem que soube enfrentar as reviravoltas do destino, que soube reverter os danos do imprevisível, que soube -- acima de tudo -- reerguer-se e traçar para si próprio um outro caminho a percorrer. Em 1942, foi vítima de uma explosão no laboratório no qual atuava como químico. A um só tempo, perdia a visão e a carreira. Em 1950, sua vida dava um passo decisivo para uma mudança definitiva. Malcher encontrava o Instituto Benjamin Constant. Reabilitou-se. Preparou-se para os desafios de uma nova realidade que o afetava. Na mesma ocasião, prestou *exame de suficiência* na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, universidade em que anos antes fizera o curso de Química. Licenciou-se em Matemática. Em 1952, foi nomeado professor de Matemática do IBC, cargo que exerceu por três décadas. A ação docente não o impediu de realizar outras tarefas. *Conciliava* suas aulas com a chefia da Seção de Educação e Ensino, setor que nos dias correntes, equivale ao Departamento de Educação (DED); mais adiante, passou a chefiar a *Revista Brasileira para Cegos*; sua caminhada administrativa *culminou* com a nomeação em 7 de janeiro de 1970 para diretor- -geral do Instituto Benjamin Constant. Renato Malcher foi o primeiro profissional cego a dirigir a primeira instituição especializada na educação de pessoas com deficiência visual na América Latina. Químico, professor e autor de livros de Matemática, gestor. Podemos dizer ter sido ele um homem múltiplo, mas de ideias e de iniciativas sólidas e equilibradas. Sua presença serena e discreta punha à mostra uma personalidade transparente, que lhe conferia proximidade, confiabilidade; o respeito de todos. Senso de justiça, preocupação com o aluno que demonstrasse dificuldades em sua disciplina, amabilidade irrestrita, conduta refinada e *irrepreensível* são características que preservam a memória de um dos mais fortes, entre tantos pilares que sustentam a força de nossa história. Em 7 de junho de 1983 desaparecia nosso eterno professor de Matemática. Um homem ímpar, um educador na essência da palavra. A adversidade torceu o destino do homem que, em princípio ligado à Ciência, converteu-se em grande professor. Firmeza, seriedade, compromisso: eis o trinômio que define Renato Monard da Gama Malcher. É justo, pois, celebrá-lo nas comemorações dos 60 anos da *Pontinhos*, uma de suas realizações mais delicadas e educativas. Vocabulário Conciliava: v. Adaptava, adequava, ajustava. Culminou: v. Atingiu, chegou, resultou. Descompromissadamente: adv. Ato ou efeito resultante de qualquer ação sem compromisso. Íntegro: adj. Honesto, correto, justo. Irrepreensível: adj. Digno, honesto, decente, honrado.

Exame de suficiência: Vestibular da época. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- Acróstico é uma _ é l composição escrita _ é l feita a partir das _ l letras iniciais de _ l palavras isoladas _ l ou localizadas no _ l início ou no inte- _ l rior de frases e de _ l versos. _ h:::::::::::::::::::::::j Leitura Interessante Acróstico A Revista Pontinhos João Batista Alvarenga Pela boa leitura da garotada, O Professor Renato Monard da Gama Malcher, um Mes-

tre e pessoa muito respeitada, No ano de 1959 criou a Pontinhos, que pelo IBC passou a ser publicada. Textos curtos, trazendo-nos cultura e recreação, Importante ela se mostrou no decorrer da sua jornada, Não somente pras crianças e pros jovens, mas também para nós de outra geração, Homens e mulheres maduros, que não dispensamos a sua apreciação. Os que a conduziram em diferentes épocas, por sua dedicação merecem ser lembrados. Somos gratos então ao seu criador, pelo Educar recreando, Convencer esclarecendo e Instruir divertindo, Servindo sempre como lema e como lição. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo !:::::::::::::::::::::::ÿ õxo l -- "Agora chegou a _ é l hora de conhecermos _ é l o SUPERBRAILLE! _ l Uma história em _ l quadrinhos, criada _ l pela comissão da _ l Revista Ponti- _ l nhos, que mostra o _ l cotidiano de um me- _ l nino com superpode- _ l res, sempre dispos- _ l to a ajudar as pes- _ l soas. Nosso ami- _ l guinho, Luís, _ l quando se transfor- _ l ma em SUPER- _ l braille, perde a _ l visão e passa a en- _ l xergar a vida de _ l outras maneiras. A _ l ilustração do per- _ l sonagem foi criada _ l por Cauã, aluno do _ l 9º ano do IBC. _ l Está curioso? _ h:::::::::::::::::::::::j História em quadrinhos do SuperBraille _`[{história do SUPERBRAILLE em "Como tudo começou..." em dezessete quadrinhos: Q1: Narrador: “Luís, um menino de 12 anos, introspectivo e sensível. Gosta do contato com a natureza, por isso ~“curte~” muito as férias na fazenda dos avós.” Imagem de uma cela braille. Q2: Narrador: “Em uma dessas férias, estava ele passeando perto do rio e encontra uma bengala.” Q3: Narrador: “Ficou intrigado com o objeto, girando, mudando de posição, até que, de repente, passa-o para a mão esquerda." Q4: Narrador: “Se sur- preende com o que vê, ou melhor, com o que não vê. Tudo escuro à sua frente, como se tivesse perdido a visão.” Q5: Narrador: “Rapidamente um grito vindo da outra margem do rio, bem distante, chega até seus ouvidos.” Ele escuta: “Socorro!!” Q6: Narrador: “Como não enxerga, vai andando na direção da voz seguindo o som... cada vez mais perto, percebe que alguém está se afogando.” Ele continua escutando: “Socorro!!” Q7: Narrador: “Estica a bengala em uma tentativa de salvar a pessoa, e para mais um espanto seu, a bengala se estica e a pessoa a agarra com força.” Q8: Narrador: “E a bengala, voltando ao seu tamanho normal, vem puxando o quase afogado, que ao chegar próximo do menino, agradece... e...” Q9: Narrador: “O menino passa a bengala para a mão direita, e volta a enxergar,

mas a pessoa não está mais ali.” Q10: Narrador: “Luís segura aquela bengala com o ar mais pensativo que já teve na vida. Não consegue entender o que aconteceu, mas se sente feliz porque pôde salvar uma vida. Sendo ele como é, preocupado com tudo e com todos, isso era muito importante." Q11: Narrador: “Ao chegar em casa, coloca a bengala no cabideiro, prepara-se para jantar e depois dormir.” Q12: Narrador: “Porém não consegue pregar o olho. ~“Que coisa intrigante! Fiquei cego, e $"vi$" coisas que não vi enxergando...~”” Q13: Narrador: “Não aguentou de curiosidade, pegou a bengala (com a mão direita) e foi até a biblioteca do avô. Começou a folhear os livros em busca de uma explicação científica para o ocorrido.” Q14: Narrador: “Mas, de repente, sem que percebesse, passou a bengala para a mão esquerda e tudo virou ~"noite~" novamente.” Q15: Narrador: “Com a mão direita livre, ele tateou e virou a página. Qual não foi sua surpresa ao perceber que as letras do livro tinham virado pontinhos em relevo, ou seja, sua mão tinha transformado o texto impresso em tinta, em braille.” Q16: Narrador: “Luís ficou encantado com o que estava acontecendo, mesmo sem visão, ele poderia continuar lendo!!! Mas precisaria aprender braille. Aprenderia!!!" Q17: Narrador: "Só então percebeu que a bengala na mão esquerda o tornava uma pessoa cega, mas neste momento a sua mão direita tinha o superpoder de fazê-lo ~"enxergar~". Poderia salvar pessoas com sua bengala e ler tudo que quisesse, mesmo estando cego. Por isso, Luís disse: ~"Eu serei o SUPERBRAILLE!~"" “Fim”_`] õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Gregório Brandão Revisão Braille: João Eterno e Vanessa Almeida