PONTINHOS Ano LIX, n.o 367, outubro/dezembro de 2018 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Educação, Cultura e Recreação Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1959 por Renato M. G. Malcher Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 E-mail: ~,pontinhos@ibc.~ gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal: Ordem e Progresso

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial: Carla Maria de Souza, Heverton de Souza Bezerra da Silva, João Batista Alvarenga, Leonardo Raja Gabaglia e Regina Celia Caropreso. Colaboração: Daniele de Souza Pereira Revisão: Carla Dawidman Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita segundo a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de setembro de 1949. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, ISSN 2595-1017

¨ I Sumário Seção Infantil Cantigas de Roda ::::::: 1 Trava-Línguas :::::::::: 2 Cordel :::::::::::::::::: 3 Histórias para Ler e Contar Cadê? ::::::::::::::::::: 7 A descoberta de Elisa ::::::::::::::::: 9 Leio, Logo Escrevo :::: 19 Seção Juvenil Quebra-Cuca :::::::::::: 21 Você Sabia? :::::::::::: 24 Vamos Rir? ::::::::::::: 29 Historiando A Lei Áurea libertou os negros no Brasil. Será? ::::::::::::::::: 33

Leitura Interessante Mapa literário do Brasil -- Região Sul e Região Centro- -Oeste :::::::::::::::: 41 Pleonasmo ::::::::::::::: 49 Cuidando do Corpo e da Mente Agenda lotada ::::::::::: 54 Leio, Logo Escrevo :::: 64 Tirinhas :::::::::::::::: 66 Espaço do Leitor ::::::: 71 Seção Infantil Cantigas de Roda Alecrim Alecrim, alecrim dourado Que nasceu no campo Sem ser semeado Oi, meu amor, Quem te disse assim, Que a flor do campo É o alecrim? Alecrim, alecrim aos molhos, Por causa de ti Choram os meus olhos Alecrim do meu coração Que nasceu no campo Com esta canção Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ vagalume.com.br~, ::::::::::::::::::::::::

Trava-Línguas Aos domingos seu Domingos deixa as dívidas, deixa as dúvidas e só se diverte com dados e dominó. A Jandaia do seu Janjão se juntou com a Juriti do seu Jurandir e comeram todo o jacá de jaca que ia pra Jundiaí. Lili e Lalá lavam louça, levam lixo e levam lenha, sempre lado a lado. E nesse leva que leva, e nesse lava que lava, levam a vida e levam vida pra vila. O sapo sabichão só sai do brejo e sobe em sapato se a sucuri sai de si e sonha com sopa de sapo. ::::::::::::::::::::::::

Cordel Homenagem aos 100 anos de abolição no Brasil Vou pedir nesse momento Um espaço de atenção Enquanto eu escrevo aqui Essa comemoração Em homenagem aos 100 anos da abolição 1888 13 de maio foi o dia Que a Lei Áurea aboliu A escravidão que havia E os escravos adquiriram A sua cidadania Foram muitos anos de lutas Escravos contra senhores Que ensopou essa terra De sangue, suor e dores E pra haver liberdade Houve mortes e dissabores

Tantos pretos inteligentes Lutando se acabando Nas mãos de brancos covardes Que muito se aproveitaram Da perversa escravidão Desta maneira enricaram Houve muitos movimentos No Brasil de Sul a Norte Incluindo entidades E homens de alto porte Mas a força de Zumbi Contribuiu bem mais forte (...) Os ricos brancos viviam Nas suas vidas de mel Às custas de seus escravos Que sorviam taça de fel Até que foram libertos Pela princesa Isabel De todos os movimentos Em função da liberdade A batalha de Palmares Teve mais intensidade

Onde se derramou sangue Pela força de vontade Zumbi foi o grande herói Que não viu sua vitória Mas todos nós respeitamos O seu passado de glória Mantendo o seu nome vivo Nas páginas de nossa história (...) Hoje ainda tem resíduos Da antiga escravatura Ainda reina o preconceito Em alguma criatura Baixa e sem consciência Nos brancos de alma escura (...) A Lei Áurea quando fez A sua anunciação Pretendia libertar Os cativos com ação Na verdade os atiraram Numa outra escravidão

¨ 100 anos de abolição E o preto não teve paz Sempre sempre é excluído De atividades sociais Malvisto em épocas políticas Econômicas e culturais (...) Peço a todos que não tenham O preconceito de cor Negro tem a mesma vida E sente a mesma dor O mesmo modo e senso E ama com o mesmo amor. Fonte: Borges, J. Francisco. *Dicionário dos sonhos e outras histórias de cordel*. Porto Alegre: L&PM, 2003. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Histórias para Ler e Contar Cadê? Cadê o ratinho que estava aqui? O gato comeu. E cadê o gato? O cachorro mordeu. E cadê o cachorro? O dono prendeu. Cadê o dono? Foi pescar. Cadê o peixe? Uma onça pegou. Mas cadê a onça? Foi pro mato. Cadê o mato? O fogo queimou. Cadê o fogo? A chuva apagou. Mas cadê a chuva? O boi bebeu. E cadê o boi? Está atrás da vaca.

Mas cadê a vaca? Foi pro brejo. Mas cadê o brejo? Engoliu um sapo. Mas cadê o sapo? Virou príncipe. E cadê o príncipe? Foi pro trono. Mas cadê o trono? O pé quebrou. E cadê o pé? Pisou na bola. Mas cadê a bola? A faca furou. E cadê a faca? Está cortando queijo. E cadê o queijo? O rato roeu. Mas cadê o ratinho que estava aqui? Foi por aqui, por aqui, por aqui, por aqui, por aqui, por aqui,

por aqui, por aqui, por aqui, por aqui, por aqui, por aqui... Fonte: Livro *Cadê* -- Guto Lins. :::::::::::::::::::::::: A descoberta de Elisa Na casa da família Nogueira viviam um casal, a mãe da esposa, dona Graça, Tob, um cãozinho fofo e três crianças: Caio, Marina e Elisa. Mônica, a esposa, era faxineira e passava o dia fora, cuidando de manter limpas as casas das patroas, mas quando estava em casa, preocupava-se sempre com os filhos; Sérgio, o marido, era motorista de ônibus e vivia atento ao trânsito da grande cidade onde tinha que dirigir por horas, mas

em casa, era pai atencioso para que nada faltasse. Era Dona Graça quem cuidava dos três o dia todo. De manhã cedo, mandava Caio e Marina para a escola e ficava cuidando da casa e de Elisa. Caio tinha 10 anos. Era inteligente e esperto. A professora só reclamava que seu caderno não era muito caprichado, mas as notas acabavam vindo boas. No fim de semana, a bola não saía dos pés. Marina, exibida e vaidosa, não gostava muito de estudar, mas não dava trabalho. Com 8 anos, lia bem e só era chamada a atenção por levar sempre a boneca para a sala de aula, mesmo quando não podia. Elisa... coitadinha! Não podia ir à escola... era cega. Tinha cinco anos, era esperta, gostava de conversar e ouvia tudo o que os irmãos estudavam, decorava tudo o que

falavam, mas como ia para a escola? -- Por que eu não posso ficar na escola do Caio e da Marina? -- perguntava. -- Você não lembra, filha? Você foi, mas não deu certo. A professora não sabia como te ensinar as coisas, os meninos ficavam fazendo um monte de pergunta chata, ninguém queria ficar perto de você... Não dá. -- explicava a mãe. Um dia, Sérgio parou no ponto e um homem cego subiu. Agradeceu a alguém que estava no ponto e pediu ao motorista que lhe avisasse em determinado lugar, mas ficou atento. Até deu uma informação sobre o trajeto do ônibus a outro passageiro. -- Como é que o senhor sabe? -- Indagou Sérgio admirado.

-- Faço sempre esse percurso. Você nunca me viu porque mudei meu horário de trabalho há poucos dias -- explicou o rapaz. -- Mas... o senhor trabalha?! -- fez Sérgio cada vez mais espantado. O rapaz riu parecendo acostumado com aquele tipo de atitude. -- Trabalho. Era funcionário de uma firma grande e trabalhava com computadores. -- E qualquer pessoa assim como o senhor pode aprender a trabalhar também? O senhor me desculpe perguntar tanto. É que tenho uma filha assim também e ela é louca para estudar, mas na escola perto de casa não deu. Eles deixaram ela entrar, não negaram a vaga, mas ela ficava num canto, os colegas não queriam saber dela.

O rapaz explicou que havia uma escola onde ela poderia estudar com certeza. Explicou que sua esposa era professora lá e deu o contato para o motorista. Todo empolgado, Sérgio falou com a mulher. Primeiro houve resistência. A escola era longe, como ia ser isso? Mas dona Graça deu palpite: -- Por que vocês não vão lá primeiro antes de desistir? Foram. Elisa quis ir tam- bém. A escola era enorme e tinha crianças e professores cegos. Foi a própria esposa do rapaz do ônibus quem conversou com eles. Chamava-se Olívia e era muito simpática. Explicou muitas coisas sobre a escola e que receberiam Elisa com prazer. Sérgio e Mônica não deixaram de se assustar ao ver crianças cegas

correndo, escorregando pelas escadas, caminhando sozinhas. -- Nossa filha vai ficar assim, solta? -- quis saber a mãe. -- Ela estará livre e muito bem vigiada. Toda criança precisa de liberdade. Sua filha também -- explicou Olívia. No primeiro dia, Elisa chorou muito. Estava dividida entre a curiosidade por aquele espaço cheio de novidades e a saudade que teria dos cuidados da avó só para ela. Mas todos foram tão gentis... A professora pegou na sua mão e mostrou tudo o que havia na sala; cantaram música para recebê- -la. Nem todos os colegas eram legais. Uns eram implicantes, outros bagunceiros, mas aos poucos Elisa foi fazendo muitas descobertas: que podia to-

mar banho sozinha, que era capaz de andar em espaços conhecidos, que podia até lutar pelos brinquedos que queria e ser chamada a atenção quando fazia besteira. Depois, descobriu o soroban, as letras, a reglete, o punção, os livros. Levava-os para casa e lia as histórias para a avó e os pais. Adorava ler. -- Não vejo nada escrito aí -- dizia Caio meio incrédulo. -- Então escolhe uma página e abre, seu bobo, para você não dizer que estou decorando -- rebatia Elisa. Ele fazia e ela lia. Fim da dúvida. Quando Elisa chegava depois da semana na escola, Tob latia e pulava quase lambendo o material da menina. -- Agora, ele só vai querer brincar com ela -- protestava Marina.

-- Ele passa a semana inteira sem vê-la, filha. É normal -- argumentava a mãe. O soroban ela pegou rapidinho. Como era gostoso fazer as contas com ele. E como eram boas as apresentações na escola! Fez peça de teatro, jogral, aprendeu violão e tocou algumas vezes. O tempo passou. Caio trabalhava e, à noite, estudava administração. Marina, agora, era mãe e manicure. Elisa ia se formar e foi escolhida pela turma para fazer o discurso final. Preparou-se e no dia, diante dos irmãos, dos pais, de muitos amigos e de dona Graça (o Tob, infelizmente, já não estava mais lá para participar desse momento), falou emocionada: -- A gente faz muitas descobertas durante a vida. Viver, aliás, é fazer descober-

tas. Mas a maior das descobertas eu e muitos de meus colegas fizemos dentro dessa casa: descobrimos que aquilo que pensávamos sobre não podermos estudar, trabalhar, fazer nossas próprias escolhas, errar e acertar, aquela impossibilidade que queriam jogar sobre nós não era real. O mundo real é o mundo em que um sentido é importante, mas não o suficiente para que sua ausência impeça o desenvolvimento de alguém. Temos cinco. Se um nos falta, ficam quatro. Será que isso não vale nada? As lutas não são poucas, eu sei. Não se encerram aqui. Estão só começando. Derrotas também fazem parte da vida e teremos que enfrentá-las para podermos chegar às vitórias. Mas aqui, descobrimos o prazer da luta,

do desafio, pois o mundo não melhora sem desafios. Estou feliz hoje porque estudei em um lugar que me permitiu descobrir que faço parte do mundo e tenho direito a um lugar nele. Tomara que essa escola ainda possa proporcionar muitas descobertas a muitas pessoas como eu. Obrigada. Autora: Carla Maria de Souza, professora do Instituto Benjamin Constant e Membro da Comissão Editorial. Vocabulário Incrédulo: adj. Que tem dificuldade de ou resistência a acreditar em alguma coisa ou em alguém. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Leio, Logo Escrevo -- textos dos alunos do IBC Primeira fase Nome: Emily de Souza Gomes Turma: 302 Pedrita O nome da minha cachorrinha é Pedrita. Ela é muito fofinha. A cachorrinha gosta de brincar de morder. É a brincadeira que ela mais gosta. A minha cachorrinha gosta de sachezinho de carne misturado na ração. Ela gosta de dormir na cama. Eu e a cachorra brincamos muito e nós ficamos muito felizes. A minha cachorra é muito linda!

Nome: Henrique Carrarini Turma: 302 Bob, o elefante Era uma vez um elefante chamado Bob. Ele saiu para uma grande aventura. Ele foi escalar uma montanha. Nessa montanha ele achou um sapo e eles se tornaram amigos para sempre. Nome: Thyago dos Santos Oliveira Turma: 302 O cavalo que vivia fora de casa Era uma vez o cavalo que vivia fora de casa. Uma vez a mãe dele falou que ele não podia ir para a rua. O cavalo correu de casa.

Ele quebrou o retrovisor de um carro. Ele dormiu fora de casa. O pai dele conversou com ele. Ele pediu desculpas e nunca mais fugiu. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Seção Juvenil Quebra-Cuca Caça-Palavras Neste caça-palavras, localize as frutas tipicamente brasileiras: caju, pitanga, açaí, siriguela, graviola, cajá, acerola, cacau, abacaxi, goiaba, maracujá. Lembre-se de que a busca deve ser feita horizontal e verticalmente.

a b a c a x i v c g m a r a c u j á o s c o a ç a í j a b p o d r i j u m o o i c a c a u d e i r t a j g r a v i o l a c a j á u r a t v n a c e r o l a f o g g o i a b a i r d a s i r i g u e l a h Desafios 1- O personagem Menino Maluquinho é uma criação de: a) Maurício de Souza b) Maria Clara Machado c) Ziraldo d) Monteiro Lobato 2- O verdadeiro nome de Narizinho, personagem do Sítio do Pica-Pau Amarelo, é: a) Lúcia b) Célia c) Cecília d) Rosa

3- O Brasil foi tetracam- peão mundial de futebol quando a Copa do Mundo foi: a) no Brasil b) na Itália c) nos Estados unidos d) na França 4- Na saga Harry Potter, os alunos vão para a escola de magia utilizando: a) avião b) trem c) vassouras voadoras d) um portal secreto 5- O personagem do folclore brasileiro que tem os pés virados para trás chama-se: a) curupira b) saci c) mula sem cabeça d) boitatá

Respostas 1- Letra *c*. Ziraldo (1932) é um cartunista, desenhista, jornalista, cronista, chargista, pintor e dramaturgo brasileiro. 2- Letra *a*. 3- Letra *c*. 4- Letra *b*. 5- Letra *a*. Curupira é uma das lendas que compõem o folclore brasileiro. É um habitante das florestas, protetor de sua flora e fauna contra os caçadores e os que extraem as riquezas destes lugares. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Você Sabia? Como a cobra pode ser rápida se não tem pernas? As cobras têm músculos muito fortes e, além de diversos, eles são especiais, como as vértebras que formam a coluna vertebral e as costelas. Este conjunto, além das escamas retangulares na região do ventre (que funcionam como a superfície dos pneus de um carro), ajuda as serpentes a se locomoverem muito bem. Elas fazem diversos movimentos, mas o mais comum forma um tipo S. Fonte: Revista *Recreio* n.o 862. Há algum planeta com oxigênio que não seja a Terra? O oxigênio está presente na atmosfera de muitos planetas. Mas apenas a existência desse gás não é suficiente para tornar a respiração e a vida possíveis. O ar que respiramos na Terra é formado por outros gases, como o nitrogênio. Além disso, mais condições são necessárias para a vida, como a temperatura adequada, pouca radiação prejudicial à saúde (como a ultravioleta, que vem do sol), pressão at- mosférica adequada e a existência de água. Fonte: Revista *Recreio* n.o 857. Qual é a importância da lua para o nosso planeta? Nosso satélite natural é essencial para a manutenção da vida na Terra. Funciona como um escudo protegendo a Terra de grandes asteroides ou cometas. Além disso, mantém o eixo de rotação do nosso planeta estável, de forma que o movimento que a Terra faz ao redor de si mesma lembra um pião em um balanço lento (evitando que aconteça uma bagunça nas zonas climáticas). Tudo isso só acontece graças à força da gravidade que a lua exerce so-

bre a Terra, e que a Terra exerce sobre a lua. Fonte: Revista *Recreio* n.o 859. Quais foram as invenções de Leonardo Da Vinci? O artista italiano, Leonardo da Vinci, viveu entre os séculos 15 e 16 e, além de pintar, fez protótipos de aparelhos, como o paraquedas, o escafandro e o helicóptero. Boa parte das ideias acabou não sendo levada adiante porque, na época, não existia tecnologia para colocá-las em prática. Faltava, por exemplo, uma fonte de energia para impulsionar os veículos que ele projetou. Apenas muito depois, entre os séculos 19 e 20, alguns projetos se torna-

ram realidade pelas mãos de outras pessoas. Fonte: Revista *Recreio* n.o 856. Como surgiu a ideia de andar a cavalo? Não se sabe exatamente quando o homem começou a andar a cavalo. O fato é que, após a domesticação do animal, muita coisa mudou na sociedade. Os cavalos passaram a auxiliar na agricultura, a servir como meio de transporte e ajudaram a ganhar tempo em guerras (ao montar, as chances de vencer o inimigo eram maiores por causa da velocidade). Já a arte de competir em saltos com cavalos teve origem no século 19, época em que já havia o hábito de saltar durante caçadas. Fonte: Revista *Recreio* n.o 855.

Vocabulário Escafandro: s. m. Equipamento de mergulho formado por roupa impermeável e um aparelho respiratório que permite aos mergulhadores realizar tarefas debaixo d'água. Protótipo: s. m. Modelo original. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vamos Rir? Por que você não toma leite frio? Porque a vaca não cabe na geladeira. O que disse uma árvore à outra? Nos deixaram plantadas.

Por que os elefantes não montam em bicicletas? Porque não têm o dedo mindinho para tocar a buzina. Um gato caminhava por um telhado miando: Miau, miau! Nisso se aproxima outro gato repetindo: au, au! Então o primeiro gato lhe diz: -- Olha, por que você late se você é um gato? E o outro pergunta: -- Por que não posso aprender idiomas? O que disse um pato a outro pato? Estamos empatados. O que disse uma pulga a outra pulga? Vamos a pé, ou esperamos um cachorro?

-- Mãe! -- O que foi, menino? -- Acho que queimei o café! -- Mas como? -- Sei lá, a água tá preta! Num belo domingo de manhã o pai levou o seu filho para pescar. Mais tarde na volta, o homem perguntou ao filho: -- Então, filhão? Gostou de pescar? -- Gostei, pai. Quando vamos comer os peixes? -- Primeiro temos que limpá-los. -- Mas pra que limpar se eles já estavam na água? Mariazinha está cavando um buraco no quintal, quando seu vizinho olha por cima da cerca. -- O que você está fazendo, menina?

-- Meu peixinho morreu, então eu estou cavando um buraco para enterrá-lo. O vizinho sorri: -- Mas esse buraco não está muito grande para um peixinho dourado? -- Não se ele estiver dentro do seu maldito gato! A professora pergunta: -- Joãozinho, qual é a última letra do abecedário? -- Claro que é a letra “o”, professora. -- Você acha mesmo? Não seria a letra “z”? -- Não, senhora. Se fosse assim se pronunciaria “abecedárioz”. Qual é o fim da picada? Quando o mosquito vai embora.

O que é que a banana suicida falou? Macacos me mordam. Fonte: ~,http:ÿÿwww.piadas.~ com.brÿ~, õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Historiando A Lei Áurea libertou os negros no Brasil. Será? A Lei Áurea “libertou” os negros, mas não trouxe igualdade para a sociedade brasileira. No dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, nas atribuições de regente do Im- pério do Brasil, visto que o imperador D. Pedro II estava viajando, sancionou a Lei Áurea e acabou formalmente com mais de 300 anos de escravidão no país. Após muitas pressões externas, principalmente da Inglaterra, e pressões internas, lideradas por grupos de abolicionistas brasileiros que existiam na época, os escravos tiveram, enfim, sua liberdade oficializada em uma lei que proibia o cárcere e o trabalho forçado. É verdade que o governo imperial sancionaria a lei de qualquer forma. A pressão ex- terna estava insustentável e o governo imperial iria ceder mais cedo ou mais tarde. Dizem até que D. Pedro II teria *cochichado* no ouvido da princesa Isabel momentos antes de sua partida para o exterior, autorizando a filha a sancionar a lei em sua ausência. Verdade ou não, o fato é que a Lei Áurea acabou formalmente com um processo ex- ploratório que vitimou milhões de africanos.

Mas vamos aproveitar o tex- to para divagar brevemente so- bre a situação dos escravos recém-libertos, e deixar algumas perguntas para reflexão. Na teoria, os negros estavam livres de toda e qualquer ex- ploração. Mas, na prática, não foi bem assim… Vamos raciocinar: se você não é mais escravo, você não é mais (mal) alimentado pelo senhor de engenho, ou cafeicultor, ou qualquer outro termo que designe o senhorio. Simplificando: você precisa trabalhar para ganhar dinheiro, comprar comida e, no mínimo, pagar um lugar para morar. Os escravos recém-libertos tiveram acesso imediato ao trabalho remunerado? E os imigrantes europeus que começaram a chegar aos milhares ao Brasil para traba-

lhar nas lavouras, por um salário baixo e trabalhando de forma mais “educada”, sem resistir às ordens, como muitos negros faziam enquanto escravos? Será que eles tiravam as vagas de trabalho dos ex-escravos nas lavouras? Como ficava o escravo que não conseguia emprego, ou então trabalhava ganhando bem pouco, muitos inclusive na mesma lavoura onde foram escravos antes da assinatura da Lei Áurea? Será que o “novo patrão” tratou os ex-escravos com respeito? Que direitos sociais os ex-escravos ganharam com a abolição, já que agora a “liberdade” era não só dos brancos, mas de todos? Os ex-escravos puderam, nos anos vindouros, participar do processo eleitoral? Após a Proclamação da República, a

Constituição de 1891 dizia que os analfabetos não poderiam participar dos pleitos. Todos os ex-escravos, ou pelo menos uma boa parte, frequentavam escolas antes da abolição? E depois da abolição, eles tiveram acesso fácil à “educação formal”? Naquela época não existia a noção, e muito menos a política de inclusão social. Política, aliás, formulada recentemente, diga-se de passagem. O negro continuava à margem da sociedade pela falta dessa “educação formal”. A Lei Áurea também acabou com o racismo no Brasil? Essa pergunta é a mais complexa. Porque até hoje, em pleno século XXI, podemos observar, em várias situações do dia a dia, um racismo embutido, camuflado. Não adianta

negar. Eu já vi, você já viu, muitos já tiveram atitudes racistas. Naquela época era pior. Para justificar a escravidão, os europeus aceitavam toda e qualquer teoria antropológica que diminuísse o negro, tanto física como mentalmente. Quando um pesquisador europeu publicava um estudo dizendo que a cabeça do negro, por ter um diâmetro menor que a cabeça do branco, tornava o cérebro do negro menos capaz de raciocinar, isso era motivo de aplauso, afinal de contas, a barbárie branca era justificada de alguma forma! No Brasil do século XIX, as teorias antropológicas não eram exatamente “papo de bar”, mas aquele ranço gratuito do “negrinho” , que até ontem era só mais um escravo e nem era considerado gente, e essa ideia ainda prejudica a vida de muitos negros. Como já foi dito no tópico anterior, não havia, na época, uma política de inclusão social. Conquistas recentes, como cotas para negros nas universidades e a implantação do estudo de História da África nas escolas sequer eram sonhadas na época da abolição. O estudo de História da África, se bem realizado com os alunos, é muito importante para diminuir o racismo que porventura venha a distorcer a formação das crianças. A Lei Áurea foi importante sim, não tenha dúvida, mas ela não foi elaborada juntamente com uma série de outras leis que contribuíssem para diminuir o abismo social que já existia antes do fim da escravidão. Libertos desde 1888? Sim. Aceitos pela população e incluídos na sociedade brasileira? Nem tanto. Portanto, cada conquista social da população negra do Brasil, principalmente nos últimos 20 anos, deve ser sempre celebrada! Fonte: ~,https:ÿÿwww.ceert.~ org.brÿnoticiasÿhistoria-~ cultura-arteÿ10440ÿa-lei-~ aurea-libertou-os-negros-~ mas-nao-trouxe-igualdade-~ na-sociedade-brasileira~, Vocabulário Antropológica: adj. Relativo à Antropologia, que é uma ciência que se dedica ao estudo aprofundado do ser humano. Barbárie: s. f. Ação cruel, atroz; atrocidade; barbaridade. Camuflado: adj. Disfarçado, escondido sob falsa aparência. Designar: v. Servir de nome a; denominar; chamar.

Divagar: v. Desviar-se do assunto principal; fazer digressões. Embutido: adj. Encaixado, inserido discretamente. Pleito: s. m. Eleição. Ranço: s. m. Traço desagradável que se percebe em uma pessoa ou coisa. Vindouro: adj. Que acontecerá ou decorrerá no futuro. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Leitura Interessante Mapa literário do Brasil Um guia com os escritores que melhor representaram, e apresentaram, cada um dos estados brasileiros. Região Sul Romances históricos, poemas abolicionistas e haicais, com uma dose de crítica social. Paraná -- PR Paulo Leminski ê1945-1989ã *Distraídos Venceremos* ê1987ã O sobrenome é polonês, mas a irreverência não tem como ser mais brasileira. Com gírias, ditados e jogos de palavras, o curitibano construiu sua obra por meio de poemas profundos, mas coloquiais. Leminski também foi letrista, professor e tradutor. Fascinado por cultura japonesa, foi pioneiro dos haicais no Brasil. Rio Grande do Sul -- RS Érico Veríssimo ê1905- -1975ã *O Tempo e o Vento* ê1948ã Difícil ler a saga dos Terra e dos Cambará e não imaginar o minuano soprando nos pampas: o Rio Grande do Sul foi personagem dos seus escritos. Érico escreveu contos, crônicas e livros infantis, mas foram seus romances históricos, intimistas e diretos que o eternizaram. *Olhai os Lírios do Campo* é um dos melhores romances brasileiros. Santa Catarina – SC Cruz e Sousa ê1861-1898ã *Broquéis* ê1893ã A linguagem do simbolista é requintada, influência do parnasianismo e da educação que recebeu dos senhores de seus pais, ex-escravos alforriados. Trabalhou a favor do abolicionismo na imprensa catarinense e, como seus versos mostram, não teve vida fácil: foi vítima de racismo e viu toda a família morrer de tuberculose -- ele inclusive. Região Centro-Oeste A natureza, o povo da roça, as sutilezas do cotidiano e os excluídos de Brasília viram poesia no coração do país. Mato Grosso -- MT Manoel de Barros ê1916- -2014ã *Livro Sobre Nada* ê1996ã Se o Pantanal fosse um poema, teria sido escrito por Manoel de Barros. O cuiabano que viveu muito tempo em Campo Grande é o poeta brasileiro das sutilezas. Ele criou um universo próprio de sinestesias e neologismos em que a linguagem e a natureza, sua principal inspiração, entram em sintonia.

Mato Grosso do Sul – MS Hélio Serejo ê1912-2007ã *Abusões de Mato Grosso e de Outras Terras* ê1976ã Escritor, jornalista e folclorista, Hélio Serejo trabalhou com seu pai na ex- ploração da erva-mate, na fronteira com o Paraguai, e anotou em 64 caderninhos suas vivências e o vocabulário téc- nico aprendido no campo. Mais tarde, esse período inspirou suas obras sobre a exploração ervateira na região. Goiás -- GO Cora Coralina ê1889-1985ã *Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais* ê1965ã Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas começou a escrever seus versos aos 14 anos. Porém, a poeta que tratou o cotidiano do interior de Goiás publicou seu primeiro livro aos 75 anos. Cora, que também era doceira, estudou só até a terceira série. Distrito Federal -- DF Renato Russo ê1960-1996ã *Faroeste Caboclo* ê1979ã Se Renato Russo se inspirou em *Hurricane*, de Bob Dylan, para compor *Faroeste Cabloco*, nós aproveitamos o último Nobel para citar um músico como representante literário do Distrito Federal. Com a saga de João de Santo Cristo, o compositor mostra a pobreza e a violência das cidades satélites de Brasília.

O Patrono do Brasil Machado de Assis ê1839- -1908ã *Memórias Póstumas de Brás Cubas* ê1881ã Defini-lo como escritor carioca seria desonesto. Sua obra transcende o regionalismo, e é o que existe de mais genial e inovador na literatura. Fonte: Revista *Superinteressante*, n.o 377. Vocabulário Broquel: s. m. Qualquer tipo de escudo. Coloquial: adj. 2 g. De maneira informal, descontraída. Haicais: s. m. Poema de origem japonesa, normalmente composto por três versos e

uma gravura que traduz a mesma ideia dos versos. Minuano: s. m. Vento frio e seco, comum no inverno, com duração de dois a três dias. Neologismo: s. m. É o processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar novos objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas: tecnologia, arte, economia, esportes etc. Parnasianismo: s. m. É uma escola literária que surgiu na França, em meados do século XIX, que tinha como objetivo a criação de "poesias perfeitas", valorizando a forma e a linguagem culta, e criticando o sentimentalismo do Romantismo. Sinestesia: s. f. Figura de linguagem que consiste em misturar duas imagens ou sensações de natureza distinta (exemplo: voz doce, voz líquida, voz áspera). Transcender: v. Estar ou ir além de; ultrapassar. :::::::::::::::::::::::: Pleonasmo Pleonasmo está em nosso cotidiano o tempo todo. É um recurso estilístico que encontramos em todo lugar, em placas, nos *outdoors*, nas portas e vitrines de estabelecimentos comerciais. Também está nas poesias declamadas e nas escritas. Se faz presente nos livros e nas músicas. Podemos encontrá-lo especialmente na fala rotineira e despreocupada do povo. Pleonasmo vicioso Consiste na redundância de palavras sem nenhum objetivo. É bastante utilizado no cotidiano, na fala coloquial. Geralmente acontece por desconhecimento da norma pa- drão da língua, ou mesmo por descuido do emissor. Neste caso deixa de ser uma figura de linguagem e torna-se um vício de linguagem. Para melhor entendimento faz-se necessário explicar a definição de “vício de linguagem”. Trata-se de palavras ou expressões, faladas ou escritas, que estão inteiramente fora da norma padrão da língua. Passam a ser consideradas vícios de linguagem devido à frequência de seu uso por um número expressivo de pessoas. Desta forma, as palavras que são repetidas redundantemente, de forma incoerente e desnecessária, são consideradas um Pleonasmo Vicioso. Exemplos: elo de ligação, gritar alto, descer para baixo, sair para fora, entrar para dentro, duas metades, hemorragia de sangue, ambos os dois, subir para cima, verdade verdadeira, encarar de frente, fato real, adiar para depois, retornar de novo. Há muitos outros exemplos desse vício de linguagem. Observe algumas frases bastante comuns, que ouvimos no dia a dia. Talvez, você já tenha usado, mesmo sem querer. Frases redundantes: O aniversário foi uma bela surpresa *inesperada*. Onde está o pleonasmo: Se é surpresa, só pode ser inesperada. A escolha é *opcional*. Existe alguma escolha que não seja opção? Você deve comparecer *pessoalmente* ao Detran. Não há como comparecer sem ser pessoalmente. O filme é baseado em fatos *reais*. A palavra fato já se refere à realidade. Quando amanhecer *o dia* iremos embora. Só o dia pode amanhecer. Mantenha a *mesma* velocidade. Manter significa continuar a mesma coisa; não mudar. Cortei o melão em duas metades *iguais*. Se é metade só pode ser igual. Eu tenho um amigo *meu* que é legal. Se você tem um amigo, ele é seu. Quer saber minha opinião *pessoal*? A opinião só pode ser pessoal. Pleonasmo é, portanto, um termo que se repete na oração. Para enriquecer o sentido do texto ou como repetição desnecessária. Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ figuradelinguagem.comÿ~ pleonasmoÿ~,

Vocabulário Coloquial: adj. 2 g. De maneira informal, descontraída. Emissor: adj. Aquele que é responsável pela transmissão de uma mensagem ao receptor. Estilístico: s. m. Método de análise e crítica literária ou artística que se detém no estilo. Incoerente: adj. 2 g. Que não tem lógica, irracional. Redundância: s. f. Discurso que se baseia na utilização de diferentes palavras para expressar um mesmo pensamento ou ideia; tautologia. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Cuidando do Corpo e da Mente Agenda lotada: excesso de atividades pode ser prejudicial para as crianças Segundas e quartas, natação e inglês. Terças e quintas, balé. Sábados, ginástica olímpica. Ufa! Cada vez mais os pais ocupam seus filhos com atividades extracurriculares, que vão desde exercícios físicos até o aprendizado de idiomas. Que as atividades fora da escola beneficiam as crianças, não há dúvidas. Mas qual é o limite? Manter-se ocupado é importante, inclusive para os pequenos. Ter obrigações resulta em disciplina, ajuda a cri- ança a se socializar e a administrar o tempo. Mas o excesso de atividades não combina com o universo infantil. A prática pode resultar na perda de concentração e comprometer a saúde dos pequenos. Quanto mais atividades eles têm, maiores são as obrigações e a responsabilidade. Isso faz com que muitos desenvolvam distúrbios bastante comuns em adultos, como a depressão e o estresse. Luiza Costa Silva, de nove anos, divide seu tempo entre a escola, as aulas de natação, de inglês, e agora tam- bém aulas de catequese às quartas-feiras. Apesar de ter uma agenda bastante ocupada, Luiza ainda consegue achar tempo para brincar. Isto porque, há alguns anos, sua mãe viu que o excesso de atividades estava prejudicando a filha. -- Houve momentos em que a Luiza apresentou dores de cabeça, de estômago e outras queixas. Aí vimos que ela estava sobrecarregada e decidimos controlar mais as atividades -- explica a enfermeira Ângela Maria Costa Silva, de 43 anos. Preocupada com a saúde física e mental da filha, Ângela decidiu buscar um acompanhamento profissional para gerenciar a agenda de Luiza, e manter, assim, um equilíbrio entre as horas de estudo e as de lazer: -- Este ano, ela queria fazer natação, judô e mais uma atividade física. Eu tive de dizer não, e fazê-la escolher só um exercício. Assim podemos organizar melhor nosso dia, e sobra tempo para brincar. Infelizmente, não são todos os pais que têm esse cuidado, explica a psiquiatra e psicanalista de crianças e adolescentes Marlene Silveira Araújo. Muitas crianças sofrem com o excesso de atividades porque os pais acreditam que isso os deixarão mais preparados para o futuro; pensam que é necessário despertar a com- petitividade desde cedo para garantir o sucesso profissional. Além disso, existe a dificuldade de não ter onde deixar os pequenos durante o dia. Para resolver o problema, os pais mantêm os filhos ocupados o máximo possível. -- Não podemos esquecer que, na correria do dia a dia, às vezes falta tempo para dar atenção aos filhos. Com as atividades, os pais tentam também aliviar uma certa culpa de sua ausência física e emocional -- comenta a psicóloga Carla Melani. Sintomas como os citados no quadro acima, comuns na vida de adultos pelo estresse diário, não deveriam fazer parte da realidade das crianças, afirma a psiquiatra Marlene Silveira Araújo: -- Existe uma demanda na sociedade atual na qual as pessoas têm que estar preparadas para a competição, onde o melhor é que vai levar vantagem. Os pais querem criar os filhos para esse mundo e acabam se precipitando ao inseri-los na realidade adulta antes que eles tenham se desenvolvido, antes que estejam maduros. Os pais devem ficar sempre atentos para os sinais de que algo não está bem. Quando forem identificados, é preciso conversar com os filhos para tentar entender o que está causando o mal-estar. Para a presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), Quézia Bombonatto, é preciso, em primeiro lugar, prestar atenção nos pequenos: -- Deve-se "decifrar" os sintomas com as mensagens que a criança envia. Depois de conversar e levantar os motivos que foram apontados, deve-se ponderar e tentar modificar a situação. Se mesmo depois do diálogo o problema persistir, é importante procurar a ajuda de especialistas para identificar o que está acontecendo com a criança. Balancear os desejos da criança com o que é recomendado pode ser um desafio. Na infância, a vontade de conhecer e experimentar tudo é saudável e comum, mas é aí que a experiência dos adultos pode ajudar. Os pais devem conversar com os filhos e ensiná-los que nem tudo é possível, que existem limites e eles devem ser respeitados. Uma forma de mostrar isso é fazer os pequenos escolherem entre as diversas opções disponíveis. Como é um momento de descoberta, os pais devem também estar preparados para mudanças. As crianças estão conhecendo os diferentes esportes, instrumentos musicais e demais habilidades. Só que, muitas vezes, podem não se adaptar a eles. -- Nunca se deve forçar a prática de algo que a criança não gosta ou com a qual não se adapte. Somente experimentando ela poderá desenvolver interesse por áreas distintas -- explica Carla Melani. Os pais devem sempre ter em conta que as atividades extras são importantes, mas não devem ser impostas. As crianças precisam ter afinidades e gostar do que estão fazendo. -- É preciso que os pais saibam que, se as crianças não forem sadias, não serão adultos capazes de competir por coisa alguma, podem se tornar adultos frustrados e inseguros -- complementa a presidente da Associação Brasileira de

Psicopedagogia (ABPp), Quézia Bombonatto. O ritmo ideal Até dois anos: Durante os primeiros anos de vida, o ob- jetivo é descobrir as coisas, aprender a socializar e brincar. Por isso, é necessário que a criança tenha tempo li- vre para interagir com outras crianças. Não é recomendável nenhuma atividade extra nesse período. Três a cinco anos: A cri- ança já deve começar a frequentar a escolinha, onde as brincadeiras são mais organizadas. A fantasia tem um papel importante, então é preciso deixar os pequenos criarem e imaginarem livremente. Além da escola, os pais podem levar os filhos em uma ou, no máximo, duas atividades extras, que devem ser lúdicas, como a música, ou que impliquem movimento, como a natação. A partir dos seis anos: Ela passa a desempenhar mais tarefas escolares, e a responsabilidade aumenta. Por isso, é preciso organizar melhor os horários. A lição de casa deve ter hora para terminar, e a criança precisa de um período ainda grande de lazer. Atividades extras em grupo, como futebol, inglês ou ginástica olímpica, por exemplo, são recomendadas mas sem exagero. Pré-adolescência: As demandas e a carga de estudo aumentam. É preciso ensinar os jovens a organizar seu tempo, dedicar um período para o estudo e outro para atividades extras -- tudo isso sem esquecer do lazer. Nesse período, é possível reduzir o tempo dedicado às atividades lúdicas cerca de duas a três horas por dia. Se não configurar um compromisso, não há restrições para a criança praticar diversas atividades, como tocar um instrumento, pintar ou desenhar, praticar esportes e brincar ao ar livre. As cri- anças precisam experimentar várias atividades e, a partir daí, manifestar interesse por alguma delas. Saiba quando desacelerar Para evitar que seu filho sofra com o excesso de atividades, é preciso ficar atento a alguns sintomas comuns que mostram que a coisa não está bem: -- Recusa em ir à aula; -- Distúrbios no sono (dificuldade para dormir ou para acordar); -- Mudança no humor; -- Perda ou excesso de apetite; -- Baixo rendimento escolar;

-- Dores de cabeça constantes; -- Irritabilidade, tristeza e agressividade em excesso. Fonte: ~,https:ÿÿgauchazh.~ clicrbs.com.brÿgeralÿ~ noticiaÿ2013ÿ03ÿagenda-~ lotada-excesso-de-~ atividades-pode-ser-~ prejudicial-para-as-~ criancas-#djhfeif.html~, õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Leio, Logo Escrevo -- textos dos alunos do IBC Nome: Jéssica Jacinto da Rocha Turma: 801 Data de nascimento: 17/10/2002 Frase: Vivo a sonhar com a minha alegria.

Nome: Yago Eduardo de Carvalho Turma: 801 Data de nascimento: 01/03/2002 Frase: Gosto muito da minha amiga. Pastel misterioso (paródia da música *Pavão misterioso*, autor: Edinardo) Pastel misterioso Salgado formoso Um frango raivoso Que não dá pra aguentar Ai se eu comesse assim Tanto frango assim Muita raiva eu tinha pra contar Vocabulário Paródia: s. f. Imitação engraçada ou crítica de uma

obra literária, teatral, musical. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Tirinhas Armandinho Armandinho é uma criança como todas as outras. Travesso como Calvin e questionador como Mafalda, suas histórias divertem os usuários do *Facebook* desde 29 de novembro de 2012. O criador do personagem, cuja página tem inúmeras curtidas, é o agrônomo e publicitário Alexandre Beck. Ele buscou nos filhos e em amigos, a inspiração para o personagem da tirinha. -- Apesar de gostar do humor da Mafalda e do Calvin, me inspirei nos meus filhos. Criei o Armandinho porque estava enjoando dos personagens de outras histórias que fazia. Na época, minha filha era pequena. Como toda criança, tinha tiradas que nos fazem pensar em muita coisa -- explica Beck. Essas tiradas infantis, ingênuas, porém críticas, motivaram Beck a transformar a tirinha numa pausa para “fazer os leitores repensarem tudo o que está em volta”. O tom certo para a tirinha veio de Mafalda e Calvin. -- Esses personagens mostram que podemos melhorar e que existem outros caminhos, que tem uma luz no fim do túnel. O Armandinho tem um pouco da minha visão crítica. Tento me colocar no lugar da criança para chegar a situações que os adultos acham ab- solutamente normais. E acredito que o jeito ingênuo e puro do personagem, combinado à sua crítica, tem sido aceito pelo pessoal -- diz o desenhista. Armandinho nasceu da pressa do jornal *Diário Catarinense*, em 2010, quando precisava de três histórias de qua- drinhos para o dia seguinte. O personagem, que tem traços simples e, à época, não tinha nome, já estava desenhado. Bastou desenvolver a história para publicar no dia seguinte. Os pais do personagem e ou- tros adultos não apareceram, inicialmente, pela falta de tempo. Mas esse acaso ganhou sentido nas histórias em qua- drinhos: -- Fiz só as pernas do pai porque não dava tempo para desenvolver o desenho na primeira tirinha. Ninguém sabe a cara dele, se é gordo, careca, qual a cor de sua pele... E quero que ninguém saiba, porque ele não é o mais importante. Fiz sem querer, e achei que deveria ficar. Os outros personagens que aparecem no quadrinho são Fê, a irmã de Armandinho, e o sapo. Fonte com alterações: ~,https:ÿÿoglobo.globo.com~, _`[{tirinha "Armandinho" em três quadrinhos; adaptada a seguir_`] 1º- Armandinho conversa com seu pai, que pergunta: “Mas você não sabia da prova, filho?” Armandinho responde: “Sabia... Não foi por isso...” 2º- Armandinho continua: “Era pra ser prova de conhecimentos gerais...” 3º- Ele conclui: “... mas as perguntas foram todas muito específicas!” _`[{tirinha "Armandinho" em três quadrinhos; adaptada a seguir_`] 1º- Armandinho e Fê conversam. Armandinho fala: “Meu pai está lesionado, Fê. Não pode participar da gincana!” 2º- Fê responde: “Mas ele não ia jogar mesmo, Dinho. É só ajudar a pagar as camisetas!” 3º- Armandinho diz: “Eu sei... É que a lesão foi bem no bolso!” _`[{tirinha "Armandinho" em três quadrinhos; adaptada a seguir_`] 1º- Armandinho segura uma gaiola de onde os passarinhos podem entrar e sair quando querem. Sua amiga aponta para uma árvore e diz: “Amar não é egoísmo nem posse.” 2º- Armandinho prepara a gaiola para pendurar na árvore e diz: “Nem satisfazer a própria vontade.” 3º- Há vários passarinhos na gaiola que permanece aberta e pendurada na árvore. Sua amiga fala: “Amar é querer bem ao outro; é generosidade.” Vocabulário Específica: adj. Exclusiva de uma determinada disciplina. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do Leitor Caro leitor, Comunicamos que, devido a obras no prédio onde funciona a DIB (Divisão de Imprensa Braille), estamos impossibilitados, temporariamente, de atender sugestões ou solicitações via telefone. Continuamos a receber as mensagens de nossos leitores via e-mail: ~,pontinhos@ibc.gov.br~,.

Assim que a obra for concluída, comunicaremos neste espaço. Um forte abraço! Comissão Editorial da Revista Pontinhos õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Gregório Brandão Revisão Braille: Jessica Medina e João Batista Alvarenga