PONTINHOS Ano LIX, n.o 365, abril/junho de 2018 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Educação, Cultura e Recreação Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1959 por Renato M. G. Malcher Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-240 E-mail: ~,pontinhos@ibc.~ gov.br~, Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal: Ordem e Progresso

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Carla Maria de Souza Heverton de Souza Bezerra da Silva João Batista Alvarenga Regina Celia Caropreso Revisão e Copidesque Carla Dawidman Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita segundo a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de setembro de 1949. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~,

¨ I Sumário Seção Infantil Cantigas de Roda ::::::: 1 Trava-Línguas :::::::::: 3 Cordel :::::::::::::::::: 4 Histórias para Ler e Contar Questão de inteligência ::::::::::: 8 Afungachos :::::::::::::: 17 Seção Juvenil Quebra-Cuca :::::::::::: 21 Você Sabia? :::::::::::: 26 Vamos Rir? ::::::::::::: 29 Historiando Profissões que não existem mais ::::::::::: 32 Leitura Interessante Mapa literário do Brasil :::::::::::::::: 41 Ronaldo Nazário :::::::: 46

Canal da Turma da Mônica no YouTube ::: 50 Cuidando do Corpo e da Mente Alcoolismo na adolescência ::::::::::: 53 Tirinhas :::::::::::::::: 63 Espaço do Leitor ::::::: 69 Seção Infantil Cantigas de Roda A gatinha parda A minha gatinha parda, que em janeiro me fugiu Onde está minha gatinha, Você sabe, você sabe, você viu? Eu não vi sua gatinha, mas ouvi o seu miau Quem roubou sua gatinha Foi a bruxa, foi a bruxa pica-pau. :::::::::::::::::::::::: Linda rosa juvenil A linda rosa juvenil Juvenil juvenil A linda rosa juvenil Juvenil Vivia alegre no seu lar No seu lar no seu lar Vivia alegre no seu lar No seu lar Um dia veio uma bruxa má Muito má muito má Um dia veio uma bruxa má Muito má E adormeceu a rosa assim Bem assim bem assim E adormeceu a rosa assim Bem assim O vento correu a passar A passar a passar O vento correu a passar A passar O mato cresceu ao redor Ao redor ao redor O mato cresceu ao redor Ao redor Um dia veio um belo rei Belo rei belo rei Um dia veio um belo rei Belo rei E despertou a rosa assim Bem assim bem assim E despertou a rosa assim Bem assim õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Trava-Línguas Um bode bravo é uma barra! E o bode berra e o bode baba na barba. A cara da Cora quando cora deixa claro que mais clara do que a cara da Cora só a cara clara da Clara. A Flora do seu Floripes fabrica flores fabulosas e faz fortuna vendendo flores, vendendo rosas, na feira às sextas-feiras. O gaiteiro Garibaldi guarda a gaita e gargalha com gra-

ça se vê a graça da Graça engraçando toda a praça. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Cordel A bagunça dos brinquedos No baú da minha casa Escutei um burburinho Parecia uma conversa Fui chegando de mansinho E colei o meu ouvido Na tampa do bauzinho Então abri uma brecha Para poder descobrir O que estava acontecendo Para ver além de ouvir E pensei comigo mesma: “O baú eu vou abrir!” Qual não foi minha surpresa Quando vi a discussão Entre um monte de brinquedos Na maior agitação! Uns gritavam, outros riam Era grande a confusão!

¨ O Pião então falou: "E eu sou equilibrista Rodo, rodo e não caio Sou melhor e não insista Nessa caixa de brinquedos Eu sou o verdadeiro artista!" A Peteca remendou: “Eu sou bem mais divertida! Pulo de uma mão pra outra Tenho penas coloridas Nunca canso de brincar Tenho fama merecida!” Depois veio o Ioiô Com a fala repartida Subia dizendo coisa Completava na descida Eu que nunca tinha visto Uma coisa parecida: “Pois comigo a criançada Tem que ter habilidade Sou brinquedo que de todos É o que tem mais qualidade

Pra brincar tem que treinar Não importando a idade!” O Rói-rói já se roía Pra falar desaforado E então soltou o verbo De um jeito malcriado: “Eu sou quase um instrumento! O meu jogo é musicado!” E por fim o Cata-vento Com frases assobiadas: “A beleza que eu tenho nunca vai ser comparada a criança que me sopra fica logo deslumbrada!” Então tive que intervir E dar minha opinião: “Ei vocês, estão me ouvindo? Eu falo de coração! Todos são muito queridos Prestem muita atenção!” “Não há como comparar Cada qual tem o seu dom Não existe essa coisa De um ruim e outro bom!”

Acho que eles entenderam E abaixaram logo o tom Começaram a sorrir E disseram: “Obrigado!” Eu fiquei ali brincando com o baú encantado Como se naquele instante O tempo houvesse parado! Fonte: ~,https:ÿÿ~ marianebigio.comÿ2014ÿ~ 04ÿ09ÿa-bagunca-dos-~ brinquedosÿ~, Vocabulário Rói-rói: Brinquedo sonoro, bastante popular na região do Nordeste do Brasil, feito com sucata de papelão, madeira, papéis. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Histórias para Ler e Contar Questão de inteligência Cézar estava tentando se acomodar agora que estava viúvo. Carina com seis anos e André com nove ainda sentiam muito a falta da mãe e ele a da companheira. Mas não havia momentos melhores do que os que passava com os filhos depois de um dia mergulhado em processos e histórias em tribunais. Naquela quarta-feira, porém, os filhos estavam às turras e Carina chorosa e mal- -humorada. -- Eu não desço mais para brincar! Não tenho que ouvir eles me chamando de burra, dizendo que não sei fazer nada direito e você nem pra me proteger. -- dizia ela acusando o irmão. -- Claro que não. Você é ruim mesmo. Ruim no pique, ruim com a bola, nem as meninas querem você pra pular corda. Como é que eu vou te defender? -- rebatia o irmão. -- Que é que está acontecendo aqui? Essa briga toda é por causa de uma brincadeira? -- interveio o pai falando sério com os meninos. -- É porque ela é lerda! -- gritava André. -- É porque esses meninos não me dão chance. Ficam rindo de mim e o André com eles. -- esbravejava Carina. A um sinal do pai, os dois ficaram quietos esperando a maior bronca de suas vidas por estarem gritando daquele jeito. -- Vocês querem ouvir uma história? Faz tempo que não conto uma. Isso acalma a gente e ajuda a pensar. -- sugeriu o pai para surpresa dos garotos.

-- De princesa ou de bicho. São as mais legais. -- entusiasmou-se Carina. -- Tá vendo? Você já começa estragando tudo! De aventura, tipo as do Tarzan ou de viagens interplanetárias, é muito mais emocionante. -- protestou o irmão. -- Está bem. Vamos então ser justos. Não será de nenhum desses tipos. Eu vou escolher uma história que me contaram e depois vocês vão me dizer o que acham dela. -- Era uma vez um menino de quem os colegas da escola sempre riam. Riam porque ele era ruim no futebol, ruim na natação... Se fossem pular o muro de alguém para roubar fruta, era sempre ele quem levava tombo. Se a ideia era o *skate*, qualquer rampinha mais difícil e ele se estabacava. -- Ele era igual a mim. -- comentou Carina. -- Mas tinha uma coisa que pouca gente notava. -- continuou o pai. -- Como ele gostava de falar e escrever, fazia amizade com todo mundo, se dava bem com todos os funcionários da escola, os porteiros do prédio, o pessoal da rua... O problema era que de tanto ser perturbado pelos colegas, foi ficando triste e tímido. Falava cada vez menos e começava a acreditar que era mesmo burro e sem jeito como eles diziam, ainda mais que seu irmão era um excelente atleta. Até os pais punham toda fé no irmão e nenhuma nele. O irmão foi até atleta da escola e sempre tinha alguém para dizer: -- Você foi trocado na maternidade. Vocês não podem ser irmãos. Mas um dia, na escola, a professora preparava um recital de poesias e ensaiava uma das meninas. Ela achava que só as meninas eram boas para recitar poesia. A menina começou: "Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá Nosso... Nosso..." Ficou vermelha, branca, engasgada. O menino que adorava poesia, aliás adorava ler, correu a socorrê-la. Ele era assim. Adorava ajudar as pessoas. "Nosso céu tem mais estrelas Nossas várzeas têm mais flores Nossos bosques têm mais vida Nossa vida mais amores" Todo mundo olhou para ele e dessa vez, não era para debochar, era admirando. Ele não só tinha falado o texto mas tinha dado vida ao texto recitando com perfeição. -- Você gosta de poesia? -- quis saber a professora. -- Gosto muito. -- Essa deve ser a única que ele sabe. -- debochou uma menina. -- Não. Sei algumas de Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, Fernando Pessoa... Os meninos se olhavam perguntando uns para os outros de quem ele estava falando. -- O que mais você pode recitar para nós, querido? Viram como rapidinho ele virou querido? E o menino começou: "Ó mar salgado! Quanto de teu sal são lágrimas de Portugal! Quantas mães choraram! Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!"

-- A gente estuda História e acha bonita a coragem daqueles vultos todos que a gente conhece, mas esse poema do Fernando Pessoa fala dos sacrifícios que os marinheiros tinham que fazer para que Portugal fosse grande nas conquistas. Aqueles que realmente deram a vida pela pátria e não receberam nada por isso enquanto os reis se enchiam de riquezas. -- falou o menino. A professora estava de boca aberta; os colegas estavam de queixo caído. A partir dali, ele passou a ser chamado para os recitais e até fez algumas poesias e ganhou prêmios com elas. Tornou-se representante de turma, pois além de se entender bem com os colegas, sabia negociar com professores e coordenadores e conseguiu muita coisa boa para seus amigos. Era bom de discurso, de interpretar

texto, de escrever artigo para o jornal da escola. Não era mais chamado de lerdo, de burro. Ele e seus colegas haviam descoberto que cada um tem uma habilidade e que a inteligência está em se fazer aquilo que se faz melhor. Ele admirava os amigos bons de esporte e os amigos o admiravam. -- Puxa, é verdade. A Carina é boa à beça desenhando e pintando. Tocando flauta também. -- concluiu André arrependido de ter humilhado a irmã. -- Mas e o menino? O que aconteceu com ele? -- quis saber Carina. Cézar sorriu. -- Ah, o menino? Ele estudou direito e resolveu ser defensor público que é aquele advogado que trabalha para defender as pessoas pobres que não têm quem as defenda. Ele entendeu que a sua habilidade era o melhor meio de fazer o que ele gostava de fazer: defender quem não sabia se defender sozinho. Ele tinha sido muito humilhado na infância e ficava sem falar por tristeza e timidez. Então decidiu que ia dar voz a outras pessoas. Atualmente, ele anda um pouco triste porque perdeu a esposa de quem ele gostava tanto, mas é, ao mesmo tempo, muito feliz com o casal de filhos que tem e que são, para ele, as crianças mais inteligentes do mundo, cada um com sua inteligência própria. -- falou abraçando os filhos. -- Pai! Eu sou igualzinha a você! -- admirou-se Carina -- Agora eu não preciso mais ter vergonha. Quem quiser brincar comigo, vai ter que me aceitar como eu sou. -- Puxa, pai. Eu sabia que você era ruim de bola, mas não sabia que era tanto. Mesmo assim, adoro quando você tenta correr atrás dela comigo no final de semana e também sou muito feliz por ser filho do perna-de-pau mais legal do mundo -- brincou André abraçando o pai e a irmã. Autora: Carla Maria de Souza, professora do Instituto Benjamin Constant e Membro da Comissão Editorial. Vocabulário Vultos: s. m. Personagens, figuras importantes. :::::::::::::::::::::::: Afugancho Stella Carr Todo mundo na sala pensando em uma palavra bem difícil para pedir o significado. Era esta a proposta da professora e cada um estava dando o melhor para cumprir a tarefa. Eu desenhava aviões numa folha de papel, na certeza de que com tanta gente cumprindo a tarefa, minha vez não chegaria. O sinal iria bater antes. Não sabia eu que o destino adora pegar quem não está pronto, e qual foi o primeiro nome que a professora chamou? O meu, é claro. -- Qual é a sua palavra, Antônio? Eu não tinha nenhuma e até poderia ter sido honesto com ela se a Mirtes não tivesse sacudido aquelas suas irritantes trancinhas, sorrindo para mim, como quem tinha certeza de que eu não tinha nenhuma. Isso era provocação demais. Soltei de um fôlego só: -- Afugancho! Todos, inclusive a professora, me olharam com espanto. Pensaram por um instante e, por fim, a própria professora perguntou: -- E o que é afugancho? Eu precisava concluir a história que comecei e, não sei como, fui dando sequência. -- É um bichinho. Aparece sempre no quintal lá de casa. -- Como é esse bicho? -- insistiu a Mirtes, fingindo curiosidade. -- Ah, ele fica enfiado na terra ou nos buracos do muro e só aparece para as pessoas inteligentes. Só elas conseguem vê-lo -- falei com raiva. Um tanto descrente, pelo menos eu achei, mas disposta a dar sequência ao jogo, a professora encerrou a história do afugancho e pediu a outro aluno outra palavra. Mas a Mirtes não estava satisfeita. Na hora do recreio, veio me avisar:

-- Na hora da saída, vamos com você, Antônio. Queremos ver este tal afugancho. Fiz que sim. Tinha que sustentar a história enquanto fosse possível. Na saída, com a turma toda atrás de mim, liderada pela Mirtes, fomos parar no quintal lá de casa. Procuraram, fuçaram, até que, de repente, com cara de triunfo, a Mirtes gritou: -- Achei! Achei um afugancho! Levei um susto e meu susto foi ficando cada vez maior porque todo mundo começou a achar afuganchos pelo quintal em toda parte. Até ovo de afugancho viram. Quando acabou a busca e já iam saindo, me rendi. Chamei a Mirtes e perguntei: -- Como era o bicho que você viu?

Ela deu aquele sorriso cínico que só ela tem e me disse: -- Ora, Antônio. O bicho tem no seu quintal e você me pergunta como ele é? Esqueceu que ele só aparece para os inteligentes? Se você não sabe, é porque é burro -- e saiu ba- lançando as trancinhas, me deixando com a minha raiva. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Seção Juvenil Quebra-Cuca Caça-Palavras Procure no caça-palavras, nomes de animais ameaçados de extinção: mico, arara, tartaruga, onça, garoupa, flamingo, lontra, peixe-boi. Lembre-se de que a busca deve ser feita horizontal e verticalmente.

t b b m i c o e ç a r a r a r a w s o m c d r i u f o n ç a z ç p t q f l a m i n g o i a a k j r l o n t r a r u g a r o u p a o n u g e l o r m y t e s g g i o l d x g a t o a k ç p e i x e b o i Desafios 1- Se 1 pato tem 2 pés, quantos pés têm 35 patos? a) 50 b) 60 c) 70 d) 20 e) 100 2- Marcos tinha 2 caixas com 4 cadernos cada uma. Ele achou mais 3 cadernos dentro do armário. Quantos cadernos ele tem agora? a) 8 b) 7 c) 9 d) 11 e) 12 3- Você tem duas malas, sendo que a maior possui o dobro da capacidade da outra e armazena 25 quilos. Juntando as duas, quantos quilos você pode levar nas malas? a) 50 b) 35 c) 37,5 d) 40 e) 75 4- Cleusa saiu de casa e andou 500 metros. Voltou metade do caminho e encontrou Terezinha, que mora com ela e havia acabado de sair de casa. As duas resolveram ir ao mercado juntas, andando cerca de 210 metros. Quantos metros Terezinha andou? a) 710 metros b) 460 metros c) 960 metros d) 750 metros 5- "Amora" está para "aroma" assim como 71.913 está para: a) 37.119 b) 31.917 c) 17.193 d) 31.971 e) 31.917 6- “Simpatia” está para “antipatia” assim como “certo” está para: a) erro b) errado c) certeiro d) correto Respostas: 1- Letra *c*. 35"2=70. 2- Letra *d*. Marcos tinha 2 caixas com 4 cadernos. Em primeiro lugar, você deve fazer uma multiplicação. 2"4=8. Ele achou 3 cadernos, então ele terá mais 3 cadernos. 8+3=11. 3- Letra *c*. A mala maior pode carregar 25 quilos; a menor, a metade desse valor, ou seja, 12,5 quilos. A soma desses dois valores 25+12,5=37,5 quilos é o que se pode carregar com as duas malas. 4- Letra *b*. Terezinha saiu de casa e andou apenas metade do caminho percorrido por Cleusa 500ÿ2=250 metros. Depois, ela andou mais 210 metros, 250+210, percorrendo o total de 460 metros. 5- Letra *d*. A palavra "amora" ao contrário forma a palavra "aroma". Da mesma forma, o número 71.913, ao contrário, forma o número 31.917.

6- Letra *b*. Antipatia é antônimo de simpatia, assim como errado é antônimo de certo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Você Sabia? Qual é a origem da expressão: É só a ponta do *iceberg*? Essa expressão está ligada ao jeito que o *iceberg* (massa de gelo que se des- prende de geleiras) flutua nos oceanos. Apenas 10% da massa de um *iceberg* fica fora da água; o restante continua submerso, cerca de 90%. A expressão dá a entender a mesma coisa. Por exemplo: a nota ruim que você tirou em matemática é apenas a ponta do *iceberg*, ou seja, uma parte pequena de um problema maior,

como dificuldade para entender a explicação da matéria. Fonte: Revista *Recreio* n.o 862. Por que sentimos sono quando tomamos suco de maracujá? Substâncias que tranquilizam são encontradas em grande quantidade nas folhas e nos galhos da árvore do maracujá. Alguns remédios naturais para acalmar são feitos a partir dessas partes da planta. Já o suco de maracujá leva a polpa da fruta, que até tem as mesmas substâncias que acalmam, mas em quantidades muito pequenas. Por isso, é possível que, depois de tomar um suco de maracujá, você se sinta relaxado, mas não excessivamente. Fonte: Revista *Recreio* n.o 857. Por que a febre amarela tem esse nome? Porque a doença ataca o fígado comprometendo-o, além de deixar as pessoas com febre alta, pele e olhos amarelados. O mosquito transmissor da febre amarela pode picar quem se aproxima de regiões de mata. Neste aspecto, o macaco que habita essas regiões é tão vítima quanto o ser humano e por isso vulnerável à doença. É preciso relembrar que os macacos não transmitem a febre amarela; eles nos alertam sobre a localização do vírus na mata. O único jeito de se prevenir é tomar a vacina. O que causa a dor de ouvido? Diversas razões podem levar a isso. As mais comuns são infecção no ouvido, alergia e aumento de pressão da membrana timpânica (que separa o ouvido externo do ouvido médio). Dá para evitar essa dor com alguns cuidados no dia a dia. Por exemplo, assim que sair do banho ou de um dia na piscina, não deixe restos de água no ouvido. Para isso, seque a região com cuidado, usando uma toalha -- fique longe das hastes flexíveis com algodão na ponta. Fonte: Revista *Recreio* n.o 852. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vamos Rir? Por que é que a menina subiu na escada durante a aula de canto? R: Ela queria alcançar a nota mais alta. Quais notas musicais podem formar uma conversa? R: Fá Lá O que acontece quando um bailarino é despedido? R: Ele dança. Quem só começa a trabalhar quando é posto na rua? R: Guarda de trânsito. O que o livro de Matemática disse para o livro de História? R: Não me venha com histórias que eu já estou cheio de problemas! Por que o ângulo reto estava com febre? R: Porque estava com 90 graus. Após olhar o caderno de Zequinha, a mãe dele disse: -- Menino, pode refazer esta lição. A pressa é a inimiga da perfeição! Ele, saindo para brincar, respondeu:

-- Ah, mãe! Elas que façam as pazes, eu não tenho nada a ver com isso! O professor de Matemática pergunta ao aluno: -- Joãozinho. -- Pode perguntar, professor. -- Se você tivesse trinta reais num bolso e setenta no outro, o que teria? -- A calça de uma outra pessoa, professor! No supermercado, o segurança vê uma menina engatinhando: -- Garota, por que você está engatinhando pelas prateleiras? -- Minha mãe disse para procurar os preços mais baixos! -- Por que você chegou atrasado outra vez? -- perguntou o professor ao aluno. -- Estou com um problema nas costas. -- E elas estão doendo muito? -- Não, senhor. É que eu não consigo tirá-las da cama. Um homem foi até o armazém e perguntou: -- Vocês têm remédio para barata? -- Depende... Que doença a barata tem? õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Historiando Profissões que não existem mais Ao longo das décadas houve transformações, atualizações e até o desaparecimento de profissões como leiteiro, telefonista e outras. Por isso, a seguir vamos conhecer onze profissões superinteressantes que não existem mais.

1- Despertador humano Junto com a revolução industrial -- período de 1760 a algum momento entre 1820 e 1840 --, os operários das fábricas tinham hora certa para assumir seus turnos de trabalho. Para não perder a hora, existia um profissional responsável por acordar as pessoas para que comparecessem aos seus empregos e compromissos no horário. O primeiro relógio despertador foi criado em 1847, mas só se popularizou décadas depois. Então, era comum ver pessoas com bambu, varetas ou atirando pedrinhas nas janelas das pessoas que os contratavam. 2- Leiteiro Até pouco tempo, nas cidades interioranas era possível ver um leiteiro, mas nas cidades maiores esse profissional perdeu seu espaço mais cedo. Esse alimento estragava facilmente por não ser pasteurizado, processo que surgiu apenas no final do século XIX e que aumenta a validade do leite. Era comum que as pessoas recebessem leite, diariamente, pelas mãos do leiteiro ou entregador de leite. A bebida vinha em garrafas de vidros ou latões de alumínio. 3- Arrumador de pinos de boliche O boliche foi popularizado na Europa e nos Estados Unidos na metade do século XIX. Além de ser uma febre de entretenimento, empregava muitas pessoas. E uma dessas funções era arrumar novamente os pinos na formação inicial para o próximo jogador. Haja disposição, não? 4- Acendedor de poste Pode acreditar: houve uma época em que não tínhamos eletricidade. A chegada da noite representava o início da tarefa do acendedor de lam- piões. Esse profissional saía no final da tarde para fazer os lampiões dos postes das ruas funcionarem, a gás, óleo ou querosene. E também os apagava ao amanhecer. Na Europa era um trabalho remunerado. Aqui no Brasil esse trabalho foi feito, durante muito tempo, por escravos. As ruas da cidade de São Paulo, por exemplo, foram iluminadas por lampiões até 1936. 5- Leitor Normalmente esse profissional era contratado pelos funcionários de uma empresa para informá-los e aliviar o *stress*. O leitor lia em voz alta, em um local acima dos funcionários, para que todos escutassem as notícias, trechos de livros e afins. Essa atividade começou a se popularizar no século XX. 6- Radar humano Durante a Primeira Guerra Mundial, de 28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918, cuja grande novidade bélica foi o uso do avião, criou-se a função de radar humano. Para detectar a chegada do avião, engenheiros alemães e ingleses tentavam desenvolver um radar, um equipamento que permitisse adiantar a chegada de uma bateria aérea. Como não conseguiram na época, surgiu a função de “escutador de artilharia aérea” ou “radar humano”.

7- Pianista de cinema Na época do cinema mudo, mais precisamente na década de 1920, quando o cinema se popularizou, existiram os tocadores de piano de cinema para fazerem a trilha sonora das películas. Tudo para dar mais emoção à história. 8- Transportadores de madeira Antigamente, quando não havia veículos para transportar grandes quantidades de madeira, os transportadores utilizavam o rio para fazer esse trabalho, através da flutuação. Ainda hoje há indícios desse trabalho ilegal, na Amazônia, praticado por contrabandistas de madeira nobre.

9- Cortadores de gelo A primeira geladeira doméstica só foi inventada em 1913. Sem o aparelho, além de salgar as carnes, para retirar a água e preservar a comida por mais tempo, os mais ricos e moradores de locais onde o inverno é rigoroso compravam blocos enormes de gelo das mãos dos cortadores de gelo. Estes homens ficavam em lagos congelados e eram responsáveis por cortar e transportar os blocos de gelo. Claro que a profissão era restrita a países em que a água congelava naturalmente. Altamente perigosa, a profissão era também muito lucrativa. 10- Telefonista Até meados do século XX, o telefone era um item caro e acessível a poucas pessoas. Por isso, o sistema dependia de um funcionário conhecido como operador de telefonia. Quem precisasse de uma ligação passava pelo operador, que fazia a conexão por meio de cabos e *plugs*. O processo poderia demorar minutos ou horas, dependendo da distância. 11- Coletor de cadáveres Conhecida como uma profissão ilegal, os ressuscitadores eram contratados para invadirem cemitérios e roubarem cadáveres para as universidades estudarem o corpo humano. Como era muito difícil conseguir os corpos e o ensino da Medicina exigia esse material para aprendizagem e aperfeiçoamento, este “profissional” foi de grande importância para os avanços médicos.

Muito bacana saber como algumas profissões foram tão importantes e deixaram de existir com o progresso humano. Mas o tempo passa e tudo precisa se atualizar, não é mesmo? Fontes: ~,http:ÿÿ~ universoretro.com.brÿde-~ telefonista-a-despertador-~ humano-conheca-11-~ profissoes-antigas-que-~ nao-existem-maisÿ~, Revista *Recreio* n.o 924. Vocabulário Pasteurizado: adj. Submetido à pasteurização (higienização). õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Leitura Interessante Mapa literário do Brasil Uma guia com os escritores que melhor representaram, e apresentaram, cada um dos estados brasileiros. Sudeste Berço do modernismo, as grandes cidades impulsionaram a produção de crônicas urbanas. Minas Gerais -- MG Guimarães Rosa (1908-1967) *Grande Sertão Veredas* (1958) João Guimarães Rosa foi médico, diplomata, falava oito idiomas e entendia outros 15. A habilidade com outras línguas também explica sua prosa inconfundível, cheia de invenções linguísticas, neologismo e dizeres regionais. Ao juntar sua erudição com a linguagem dos grotões do país, renovou o romance brasileiro e levou o sertão do interior de Minas para o centro da nossa literatura. Espírito Santo -- ES Rubem Braga (1913-1990) *50 Crônicas Escolhidas* (1951) Seu nome é sinônimo da crônica brasileira. As produções de Rubem são leves e poéticas -- ele consagrou o gênero literário escrevendo com a simplicidade sobre temas cotidianos, pessoas e natureza. *Crônicas de Espírito Santo* é um retrato da alma capixaba.

São Paulo -- SP Mário de Andrade ê1893- -1945ã *Pauliceia Desvairada* (1922) Ele inaugurou o modernismo junto a outros artistas na busca por uma linguagem que ligasse o brasileiro à própria terra. Suas obras estrearam o conceito de “sentir-se paulistano". Em *Pauliceia Desvairada*, Mário versa sobre sua relação visceral com São Paulo e as constantes transformações da cidade -- o nome do livro virou uma forma de se referir à frenética capital.

Rio de Janeiro -- RJ Clarice Lispector ê1920- -1977ã *A Hora da Estrela* (1977) Apesar de ser ucraniana de nascimento e pernambucana de coração, foi no Rio de Janeiro onde Clarice mais escreveu. Não à toa, ela e seu cachorro Ulisses ganharam uma estátua no bairro do Leme. Sua obra é o cânone brasileiro das tramas psicológicas e das epifanias cotidianas -- como as inúmeras citações erroneamente atribuídas a ela na internet. Fonte: Revista *Superinteressante* n.o 377. Vocabulário Cânone: s. m. Caracteriza um conjunto padrão de modelos

ou regras de um determinado assunto. Desvairada: adj. Louca, desnorteada. Epifania: Fig. Relativo a êxtase, ao contato com o divino, maravilhoso. Erudição: s. f. Instrução, conhecimento ou cultura variada, adquiridos especialmente por meio da leitura. Grotões: s. m. Pop. Lugares muito distantes em relação aos centros urbanos. Neologismo: s. m. Emprego de palavras novas, derivadas ou formadas de outras já existentes, na mesma língua ou não. Visceral: s. 2 g. Fig. Que está profundamente arraigado, enraizado, entranhado. ::::::::::::::::::::::::

Ronaldo Nazário Estamos em ano de Copa do Mundo e o Brasil lutará pelo hexacampeonato (ser campeão pela sexta vez). Por isso, decidimos trazer, neste número, a história de um craque brasileiro do futebol, que teve papel muito importante na conquista do quinto campeonato de nossa seleção, em 2002. Ronaldo Luís Nazário de Lima, mais conhecido como Ronaldo Fenômeno ou ainda Ronaldinho, nasceu no Rio de Janeiro em 22 de setembro de 1976. É um empresário e ex-futebolista brasileiro, que atuava como atacante, amplamente reconhecido como um dos melhores jogadores de todos os tempos. Atualmente, trabalha como comentarista da Rede Globo. O diminutivo Ronaldinho surgiu na Copa do Mundo de 1994 para distingui-lo de Ronaldão, companheiro mais velho. Já o apelido de Fenômeno foi forjado pela imprensa italiana, quando defendeu a camisa da Internazionale. Foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1996, 1997 e 2002. Iniciou seu caminho no futebol no futsal do Valqueire Tênis Clube, transferindo-se cedo para o Social Ramos Clube do Rio de Janeiro, para logo em seguida mudar-se para o São Cristóvão, também carioca. Porém foi no Cruzeiro que se profissionalizou e alcançou a fama como atleta no segundo semestre de 1993. Ronaldo foi o grande nome do vice-campeonato da seleção canarinho na Copa do Mundo FIFA de 1998, na França, e do pentacampeonato, na Copa do Mundo FIFA de 2002, sediada na Coreia e no Japão. Atrás apenas de Pelé, é o segundo maior goleador da história da seleção brasileira, com 67 gols, sendo durante oito anos o maior goleador da história das Copas, com 15 gols, recorde superado apenas em 2014 pelo alemão Miroslav Klose. Com apenas 17 anos, na Copa do Mundo FIFA de 1994, nos Estados Unidos, integrou a Seleção Brasileira no seu tetracampeonato, embora não tenha entrado em campo. É um dos poucos jogadores que estiveram dos dois lados de duas grandes rivalidades europeias, defendendo os espanhóis Barcelona e Real Madrid, e os milaneses Internazionale e Milan. No Brasil, defendeu o Cruzeiro e o Corinthians, conquistando uma Copa do Brasil e um campeonato estadual em cada clube.

Foi considerado pela Revista *Época* um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009. Desde 2002, Ronaldo é Embaixador da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU). Ainda é embaixador do Corinthians e do Real Madrid. Foi membro do Conselho de Administração do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Fonte com alterações: ~,https:ÿÿpt.wikipedia.orgÿ~ wikiÿRonaldo{-Nazário~, ::::::::::::::::::::::::

Canal da Turma da Mônica no YouTube tem desenhos em Libras. Para mais acessibilidade, a plataforma conta ainda com animações sem falas e outras com audiodescrição. A partir de agora, o canal no YouTube da Turma da Mônica oferece episódios de animação com tradução em Libras e também com audiodescrição. Nos filmes com tradução em Libras, uma intérprete se integra à cena original do vídeo. Já os desenhos animados com audiodescrição contam com uma narração descritiva das cenas. Todas as animações têm legendas, que podem ser inseridas pelo espectador. Ao todo já são sete episódios com os recursos de acessibilidade e, a cada sexta-feira, um novo vídeo é postado, às 15 h. “A Turma da Mônica sempre foi inclusiva, afinal a amizade que une todos os personagens supera todas as diferenças. Há alguns anos, nós trabalhamos para promover a acessibilidade dos nossos fãs, inclusive nas nossas plataformas digitais. No YouTube, por exemplo, já começamos a reduzir barreiras com a animação sem falas Mônica Toy, e agora estamos avançando ainda mais para promover o acesso de todas as crianças à diversão”, afirma Mônica Sousa, diretora-executiva da Mauricio de Sousa Produções. Endereços para os vídeos com Libras: ~,https:ÿÿwww.youtube.~ comÿplaylist?list=~ {p{l{wdu{e{f1R{-~ tVa{f{p{v{s{o{p{x-~ c1A6{-Ge91Io{q{k~,

Endereços para os vídeos com audiodescrição: ~,https:ÿÿwww.youtube.~ comÿplaylist?list=~ {p{l{wdu{e{f1R{-~ t{v{zlO-3{f{bt{q{r{jgyo~ {w{lc1pXek~, Fonte com alterações: ~,http:ÿÿmaxima.uol.com.brÿ~ noticiasÿsolucoes-geniaisÿ~ canal-da-turma-da-monica-~ no-youtube-tem-desenhos-em-~ libras.phtml#.Wnrw4{-~ nwb{i{u~, Vocabulário Libras: Língua brasileira de sinais. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Cuidando do Corpo e da Mente Alcoolismo na adolescência Alcoolismo nunca foi pro- blema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje, no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a beber tanto ou mais que os meninos. Pior ainda, é que certamente parte deles conviverá com a dependência do álcool no futuro. Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que ocorreu bruscamente de uma geração para outra, concorreram diversos fatores de risco. O primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é aceito e até estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o filho ou a filha fumou maconha ou tomou um comprimido de *ecstasy* numa festa, acham normal que eles bebam porque, afinal, todos bebem. Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida -- o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo --, a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais, colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo. Não é raro o problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool, ou com o mau exemplo de alguns pais que vangloriam-se de serem capazes de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas num final de semana. Não se esqueça de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo dos mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. Lembre-se de que o jovem é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais. Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança, e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa. A seguir, trechos da entrevista feita pelo dr. Drauzio Varella com dois profissionais de Medicina. Drauzio: A que você atribui a tendência ao alcoolismo ter se acentuado na adolescência, e a das meninas beberem mais do que suas mães? Maurício de S. Lima: A propaganda dirigida ao público jovem é mais intensa hoje e existem produtos desenvolvidos especialmente para essa faixa etária. Um exemplo são as sodas alcoólicas que, apesar de aparentemente fraquinhas, contêm teor alcoólico muito mais elevado do que a cerveja. Drauzio: No Brasil, não existe nenhum tipo de controle. Moro no centro de São Paulo, bem perto de um grande colégio, na frente do qual funciona um supermercado. Frequentemente de manhã, quando saio de casa, vejo um grupo de alunos do segundo grau, portanto entre 14 e 17 anos, tomando cerveja na porta do supermercado. É óbvio que

conseguiram comprar cerveja apesar da pouca idade. Ronaldo Laranjeira: Uma pesquisa realizada por nossa equipe em Diadema e Paulínia, duas cidades paulistas, mostrou que os entrevistados adolescentes conseguiram comprar bebida alcoólica em 95% dos estabelecimentos visitados (mundialmente, a taxa aceitável é de 10%), o que denota total descontrole da situação. Na verdade, vivemos num mercado descontrolado, estrategicamente favorecido pela indústria do álcool. Drauzio: Normalmente, a dependência do álcool leva anos para estabelecer-se. Mesmo assim, é possível o adolescente tornar-se dependente? Ronaldo Laranjeira: De fato, a dependência do álcool leva anos para estabelecer-se. Porém, um artigo publicado há pouco tempo no “Pediatrics” mostrou que a exposição precoce à bebida alcoólica na adolescência aumenta muito a probabilidade de a pessoa tornar-se dependente. Expor o cérebro em formação, principalmente no estirão da puberdade, à bebida alcoólica faz com que o jovem valorize o prazer químico do álcool e passe a usá-lo regularmente. Por isso, se comparada com a dos adultos que é de 11%, a prevalência do alcoolismo é baixa na adolescência, gira em torno de 2%, 3%. Mas, se levarmos em conta que os adolescentes estão começando a beber cada vez mais cedo, com certeza, as taxas de dependência do álcool vão subir muito nessa população de jovens. Drauzio: O que você chama de alcoolismo? Ronaldo Laranjeira: Existem três padrões de consumo de bebida alcoólica. O padrão de baixo risco para os adultos é beber um ou dois copos de vinho, ou o equivalente em teor alcoólico, por dia. A maioria das pessoas tolera esse nível de toxicidade do álcool e não paga um preço biológico alto. Há quem diga até que esse padrão de consumo tem efeitos positivos. Se beber mais do que isso, porém, estará fazendo uso nocivo do álcool, embora ainda possa não ser dependente. A dependência se caracteriza pelo uso regular de álcool em grandes volumes. Esse procedimento indica que a pessoa já se tornou tolerante e não bebe mais pelos efeitos agradáveis que a bebida possa provocar. Bebe porque precisa. Se não o fizer, fica irritada. Drauzio: Existem fatores de risco para o alcoolismo na adolescência?

Mauricio de S. Lima: Existem, sim, para o alcoolismo e para a dependência de qualquer outra droga. Existem até características que são geneticamente transmitidas, mas nem todos os que as possuem se tornam dependentes. Há pessoas que bebem e param sem criar dependência. A grande questão, porém, é que é impossível saber quem irá tornar-se dependente no futuro. Ninguém pode correr esse risco com os adolescentes, sobretudo porque nessa fase da vida, eles são tomados por um falso sentimento de onipotência: acham que tudo podem e que, portanto, pararão de beber quando quiserem. Outro fator que pesa muito é pertencer a uma turma em que todos bebem. É importante destacar, ainda, que alguns adolescentes estão mais propensos a desenvolver esse tipo de comportamento. Vão a festas porque tem bebida e não por qualquer outro prazer que ela possa proporcionar. Drauzio: O adolescente que bebe está mais propenso a usar outras drogas? Ronaldo Laranjeira: Disso ninguém tem dúvida. Uma das evidências mais consistentes na literatura médica é que o uso de álcool ou de cigarro antes dos 16, 17 anos aumenta muito o risco de experimentar maconha e, depois, partir para outras drogas. Dr. Ronaldo Ramos Laranjeira é médico psiquiatra, phD em Dependência Química na Inglaterra e professor de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Dr. Mauricio de Souza Lima é médico hebiatra, coordenador do Ambulatório de Filhos de Mães-Adolescentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro da Associação Paulista de Adolescentes e do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Fonte com alterações: ~,https:ÿÿdrauziovarella.~ com.brÿdependencia-quimicaÿ~ alcoolismo-na-~ adolescenciaÿ~, Vocabulário Estirão: s. m. Longa caminhada. Médico hebiatra: s. 2 g. Nome dado ao especialista que cuida de uma das fases mais complexas da nossa vida: a adolescência. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Tirinhas Tirinhas do Calvin Com humor fino e cheio de ironia, as tiras de “Calvin & Haroldo”, criadas pelo norte- -americano Bill Watterson, começaram a ser distribuídas para publicação em jornais em 18 de novembro de 1985 e foram produzidas até dezembro de 1995, quando o artista anunciou sua aposentadoria da série. No quadrinho, o sagaz garoto de 6 anos e seu tigre de pelúcia -- que ganha vida na imaginação do menino -- protagonizam diálogos divertidos e surreais. Em suas conversas inteligentes e bem-humoradas, debatem o jeito de ser dos humanos, enquanto expõem particularidades do mundo infantil

e contradições do mundo adulto. O nome do garoto foi inspirado no teólogo Calvino (1509-1564), um dos responsáveis pela Reforma na Igreja Católica. Já o do tigre Haroldo, chamado de “Hobbes” na versão original, deriva do filósofo e cientista político Thomas Hobbes (1588-1679), autor do livro “Leviatã”. Os dois formam uma das mais famosas duplas dos quadrinhos. Durante o período ativo, as histórias de “Calvin & Haroldo” estamparam as páginas de mais de 2.400 jornais no mundo. Hoje os livros com antologias e coletâneas da série já venderam mais de 30 milhões de exemplares em todo o planeta.

A obra foi multipremiada. Seu autor recebeu os principais prêmios dos quadrinhos. Vocabulário Antologia: s. f. Coleção de textos, em prosa ou em verso, selecionados de forma que melhor representem a obra de um autor. Coletânea: s. f. Conjunto de várias obras. "Leviatã": É o livro mais famoso do filósofo inglês Thomas Hobbes, publicado em 1651. O seu título deve-se ao monstro bíblico Leviatã. O livro, cujo título por extenso é "Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil", trata da estrutura da sociedade organizada. Sagaz: adj. 2 g. De inteligência e percepção muito aguçadas; perspicaz. Vulnerabilidade: s. f. Qualidade de vulnerável; fragilidade. _`[{tirinha em quatro quadrinhos; adaptada a seguir_`] Nos quatro quadrinhos, Calvin e Haroldo aparecem conversando. 1º- Calvin diz: “Pena que o mundo vai acabar em breve...” Haroldo pergunta: “Como é que é?” 2º- Calvin responde: “O cometa Halley. Cometas são arautos do juízo final.” 3º- Haroldo diz: “Não são, não. Isso é só superstição.” Calvin pergunta: “Sério?” 4º- Calvin afasta-se com expressão zangada e diz: “Acho melhor eu fazer aquela redação pra escola.”

_`[{tirinha em quatro quadrinhos; adaptada a seguir_`] 1º- A mãe do Calvin está recostada no sofá, lendo jornal. Calvin aproxima-se e pergunta: “Tô com fome. Posso fazer um lanche?” 2º- A mãe responde: “Claro, sirva-se.” Calvin sorri. 3º- Calvin está segurando um vidro cheio de biscoitos e com um biscoito já na boca. Ouve a voz da mãe que diz: “Pode pegar uma maçã ou uma laranja na geladeira.” 4º- Calvin conclui: “Embora usemos o mesmo idioma, não falamos a mesma língua.” _`[{tirinha em quatro quadrinhos; adaptada a seguir_`] 1º- A mãe de Calvin o ergue pela cintura enquanto ele diz: “Não, mãe! Não me ponha pra dormir!” 2º- Calvin continua: “Eu disse ao Haroldo para estraçalhar qualquer um que me leve pra cama antes das 9 da noite!” 3º- A mãe abre a máquina de lavar, tira Haroldo pela orelha e diz: “Seu tigre de pelúcia está na máquina de lavar.” 4º- Calvin, bravo, diz: “Bela hora pra tomar banho!” Haroldo, mostrando a língua para Calvin, diz: “Ora, só porque você nunca toma banho...” Vocabulário: Arauto: s. m. Porta-voz, mensageiro, aquele que anuncia. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Espaço do Leitor Caro leitor, Comunicamos que, devido a obras no prédio em que funciona a DIB (Divisão de Imprensa Braille), estamos im- possibilitados, temporariamente, de atender sugestões ou solicitações via telefone. As mesmas continuam sendo recebidas via e-mail: ~,pontinhos@ibc.gov.br~,. Assim que a obra for concluída, comunicaremos neste espaço. Um forte abraço! Coordenação das Revistas em Braille ::::::::::::::::::::::::

O Livro de Feitiços Era uma vez uma menina muito bonita chamada Béli. Um dia, ela andava pela rua, quando, de repente, viu algo que chamou sua atenção. -- Um livro! Adoro livros! E ele tem uma capa tão bonita... creio que é só passar um pano e ele fica novinho. -- disse e pegou o livro. Na capa estava escrito: "Livro de Feitiços", mas Béli não teve medo, só curiosidade. Chegando em casa, ela limpou o livro com cuidado e começou a lê-lo. O primeiro capítulo tinha o título: "Para Aprendizes de Feiticeiros", porém a menina não se importou. Havia, ali, um feitiço que dizia: "Para a casa ficar encantada, diga as palavras Sara Capim Fram."

Ela disse as palavras, pois queria mesmo que a casa ficasse encantada. Mas então foi um susto: a casa transformou-se numa floresta enorme, cheia de animais selvagens e ferozes de todo tipo. No meio da confusão da bicharada, Béli ouviu uma voz terrível que dizia: -- Você mexeu com o que não devia. Agora se vira! A menina ficou assustada e procurou logo o contrafeitiço. -- Para desfazer o feitiço, diga: “Feitiço enfeitiçado, você não vai ficar aqui não. Desfaço você com minhas próprias mãos! Fri sai daqui!" O feitiço foi desfeito, a casa ficou, de novo, em silêncio. Ela ainda ouviu, ao longe, uma voz dizer: -- Você é muito enxerida! Triste, Béli concluiu:

-- Tenho que deixar este livro no mesmo lugar onde encontrei. A garota foi até a mesma rua e lá largou o livro, e nunca mais procurou por ele. Ela viveu feliz e sossegada, sem nunca mais pegar em um livro de feitiços. Colaboração da leitora Silvana Martins Sebastião. õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Gregório Brandão Revisão Braille: Jessica Medina e João Batista Alvarenga