::::::::::::::::::::::: Grafia Braille para a Língua Portuguesa ::::::::::::::::::::::: Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão Diretoria de Políticas de Educação Especial Formatação: 32 caracteres por 28 linhas Impressão braille em duas partes, da 3ª edição, 2018 Segunda Parte

Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão Esplanada dos Ministérios, Bloco L, 2º andar, sala 200 CEP 70047-900 Brasília -- DF Fones: (61) 2022-9017 (61) 2022-9217 E-mail: ~,secadi@mec.gov.br~,

grafia braille I Índice Segunda Parte Apêndices Apêndice A -- Escrita em braille em contexto informático ::::::::::::: 111 1. Símbolos usados em contexto informático :::: 111 2. Observações e normas de aplicação :::::::::::: 113 Apêndice B -- Símbolos usados em outros idiomas, inexistentes em português ou representados por sinais braille diferentes 1. Alemão ::::::::::::::: 117 2. Dinamarquês :::::::::: 118 3. Espanhol ::::::::::::: 118 4. Francês :::::::::::::: 119 5. Inglês ::::::::::::::: 120 6. Italiano ::::::::::::: 121

7. Latim :::::::::::::::: 121 8. Sueco :::::::::::::::: 122 Apêndice C -- Alfabeto grego, alfabeto hebraico e alfabeto russo ou cirílico moderno :::::::: 123 1. Alfabeto grego clássico :::::::::::::::: 123 2. Alfabeto hebraico :::: 126 3. Alfabeto russo ou cirílico moderno :::::::: 127 Apêndice D -- Sinais convencionais usados em esperanto e em outras línguas ::::::::::::::::: 131 Anexos Anexo A -- Vocabulário de termos e expressões empregados no domínio do Sistema Braille ::::::: 133 Anexo B -- Parecer sobre a grafia da palavra *braille* ::::::: 151 <73> :::::::::: Apêndices :::::::::: Apêndice A -- Escrita em braille em contexto informático (De acordo com a *Grafia Braille para a Informática* elaborada pela Comissão Brasileira do Braille e pela Comissão de Braille de Portugal -- maio/2003.) 1. Símbolos usados em contexto informático (ordem alfabética) éý apóstrofo @ arroba éÿ barra é~. barra invertida é_l barra vertical #k cardinal (*hashtag*) ~á ~ù abre e fecha colchetes ~& *e* comercial ~> maior que ~< menor que ~`( ~`) abre e fecha parênteses {- *underline*; sublinhado autônomo é~, delimitador de contexto informático é$ sinal restituidor <74> _- início de sublinhado _: fim de sublinhado é~ sinal de translineação

2. Observações e normas de aplicação 2.1 O sinal composto ~, `(#e2`) serve para *delimitar uma expressão informática*. No início da expressão, tem de ser precedido de espaço, se não ocorrer no princípio de uma linha; no fim da expressão, tem de ser seguido de espaço, caso não coincida com o fim da linha. Exemplos: ~,www.oncb.org.br~, ~,http:`/`/www.perkins.org`/~, ~,ibc@ibc.gov.br~,

2.2 O sinal {- `(#df36`) representa o *underline* (*sublinhado autônomo*), que não afeta outro caractere. Exemplos: ~,*.ex{-~, ~,seu{-nome@exemplo.com~, <75> ~,www.bresserpereira.org.br`/~ terceiros`/2009`/09.06.paul~ veyneeahistoria{-entrevista.~ pdf~, 2.3 Os sinais _- `(#def36`) e _: `(#def25`) indicam, respec- tivamente, o início e o fim de *sublinhado*, seja de um caractere, seja de uma expressão. Exemplos: ~,_-copy a:~.*.txt c:_:~, ~,titulo=ý_-Apendice 1_:ý;~,

2.4 O *sinal restituidor* $ (56) restabelece o significado original dos sinais que o seguem. Exemplos: ~,#ad$bis@rionet.com.br~, ~,if var#bd$h = 0~,

<76>

Apêndice B -- Símbolos usados em outros idiomas, inexistentes em português ou representados por sinais braille diferentes 1. Alemão ä *a* com trema ö *o* com trema ü *u* com trema è *eszett* éý apóstrofo é= = abre e fecha parênteses éý= ý= abre e fecha colchetes éý- travessão é~, barra

2. Dinamarquês ã *ae* acoplados â *a* com um pequeno círculo acima da letra -- da família dos circunflexos õ *o* cortado <77> 3. Espanhol è *e* com acento agudo ñ *n* com til ü *u* com trema é- traço curto; hífen é-- traço longo; travessão `( abertura de parênteses `) fechamento de parênteses `[ abertura de colchetes ou parênteses retos `] fechamento de colchetes ou parênteses retos é¿ abertura de interrogação é? fechamento de interrogação é¡ abertura de exclamação é! fechamento de exclamação

é~ arroba é/ barra `) indicador de início de verso em escrita contínua `( indicador de final de verso em escrita contínua `(`( indicador de final de poesia em escrita contínua #,r *primer* #:r *tercer* <78> 4. Francês á *a* com acento grave è *e* com acento grave ù *u* com acento grave î *i* com acento circunflexo û *u* com acento circunflexo ë *e* com trema ï *i* com trema ü *u* com trema õ *oe* acoplados

5. Inglês _í barra oblíqua (1) -- travessão (1) ÿ ponto final; ponto abreviati- vo é“ ° abre e fecha aspas éý" °. abre e fecha aspas simples é" ponto de interrogação é= = abre e fecha parênteses éý= =. abre e fecha colchetes è arroba éý sinal de letra maiúscula éýý todas as letras maiúsculas ¨¨¨(caixa alta) é{ itálico, sublinhado, negrito e impressão em outros tipos é$ sinal de letra ýó sinal delimitador de contex- to informático :::::::::::::::::::::::::::::::: (1) Estes sinais são empregados sem espaços em branco antes e depois deles. <79>

6. Italiano á *a* com acento grave è *e* com acento grave ó *o* com acento grave í *i* com acento grave ù *u* com acento grave î *i* com acento circunflexo û *u* com acento circunflexo ë *e* com acento circunflexo ï *i* com trema ö *o* com trema ü *u* com trema 7. Latim éae *ae* acoplados oe *oe* acoplados é^ acento tônico -- Ex.: d^ominus é: longa -- Ex.: d:ominus éý breve -- Ex.: domýinýus

8. Sueco â *a* com um pequeno círculo acima da letra – da família dos circunflexos ä *a* com trema ö *o* com trema ü *u* com trema á *a* com acento grave è *e* com acento grave <80>

Apêndice C -- Alfabeto grego, alfabeto hebraico e alfabeto russo ou cirílico moderno 1. Alfabeto grego clássico nome da minúscula maiúscula letra alfa ::::: é^a :::::: é¬a beta ::::: é^b :::::: é¬b gama ::::: é^g :::::: é¬g delta :::: é^d :::::: é¬d épsilon :: é^e :::::: é¬e zeta ::::: ^z ::::::: ¬z eta :::::: ^@ ::::::: ¬@ teta ::::: ^ô ::::::: ¬ô iota ::::: é^i :::::: é¬i kapa ::::: ^k ::::::: ¬k lambda ::: ^l ::::::: ¬l mi ou mu ^m ::::::: ¬m ni ou nu ^n ::::::: ¬n csi :::::: ^x ::::::: ¬x omicron :: ^o ::::::: ¬o

nome da minúscula maiúscula letra pi ::::::: ^p ::::::: ¬p rô ::::::: ^r ::::::: ¬r sigma :::: ^s ::::::: ¬s tau :::::: ^t ::::::: ¬t upsilon :: ^u ::::::: ¬u fi ::::::: é^f :::::: é¬f chi :::::: ^& ::::::: ¬& psi :::::: ^y ::::::: ¬y omega :::: ^w ::::::: ¬w Letras arcaicas: nome da letra :: braille digamma :::::::: _v koppa :::::::::: _q sampi :::::::::: _è <81>

Sinais diacríticos: O sinal é (123456) tem aqui a função de referencial de posição. iota subscrito ::::::::::::: é* iota adscrito :::::::::::::: ¬éi koronis ou crase ::::::::::: °é espírito suave ou fraco :::: °é espírito áspero ou forte ::: hé diérese ou trema ::::::::::: ~é longa :::::::::::::::::::::: :é breve :::::::::::::::::::::: ýé longa ou breve ::::::::::::: ?é Vogais acentuadas: Vogais ::: ^a ^e ^@ ^i ^o ^u ^w agudas :::: ã à é ï õ ü j graves :::: á c è í ó ù q circunflexas â -- ê î -- v # <82>

2. Alfabeto hebraico braille :: nome da letra éa ::::::: alef éb ::::::: bet v :::::::: bet é¬g :::::: guímel ég ::::::: guímel é¬d :::::: dalet éd ::::::: dalet é¬h :::::: he éh ::::::: he w :::::::: vav z :::::::: zayin x :::::::: het t :::::::: tet éj ::::::: yod ék ::::::: rhaf â :::::::: kaf él ::::::: lamed m :::::::: mem n :::::::: nun s :::::::: samek à :::::::: ayin p :::::::: pe éf ::::::: pe final

braille :: nome da letra è :::::::: tsadi q :::::::: qof r :::::::: resh î :::::::: shin @ :::::::: sin ü :::::::: tav ô :::::::: tav <83> 3. Alfabeto russo ou cirílico moderno As maiúsculas e minúsculas devem ser antecedidas, respectivamente, pelos sinais ¬ (45) e ~ (5). braille :: nome da letra éa ::::::: a éb ::::::: be w :::::::: ve ég ::::::: ge éd ::::::: de ée ::::::: ye (1) éâ ::::::: yo (2) éj ::::::: je éz ::::::: ze

braille :: nome da letra éi ::::::: i & :::::::: i kratkoye (3) ék ::::::: ka él ::::::: el ém ::::::: em én ::::::: en éo ::::::: o ép ::::::: pe ér ::::::: er (4) és ::::::: es ét ::::::: te éu ::::::: u éf ::::::: fe éh ::::::: kha (5) éc ::::::: tse q :::::::: tche @ :::::::: sha x :::::::: shcha (6) á :::::::: tvyordyy znak è :::::::: y (7) ù :::::::: myagkiy znak (8) õ :::::::: e oborotnoye (9) ü :::::::: yu (10) à :::::::: ya (11) <84>

Notas: (1) Soa como uma semiconsoante seguida de um *e* semiaberto. (2) Soa como uma semiconsoante seguida de um *o* semiaberto. (3) É um *i* pós-vocálico. (4) É um *r* simples. (5) Soa como um *h* muito aspirado. (6) O ponto ^ (4) representa uma vírgula acima da letra. (7) É o *sinal duro*. Não tem representação em português. (8) Soa entre *i* e *e* mudo. (9) É o *sinal brando*. O *h* encontra-se depois de *l* e de *n*; o *i*, depois de outras consoantes. Podem também ser grafados com uma vírgula acima da letra ou, ainda, não ter representação. (10) Soa como uma semiconsoante seguida de um *u*.

(11) Soa como uma semiconsoante seguida de um *a*. <85>

Apêndice D -- Sinais convencionais usados em esperanto e em outras línguas é^ acento agudo (simples ou ¨¨¨¨duplo) é¬ acento grave ou barra ¨¨¨¨horizontal é~ acento circunflexo ou ¨¨¨¨*caron* (espécie de pequeno ¨¨¨¨*v* acima da letra) é: trema ou um ponto acima da ¨¨¨¨letra éÿ til ou linha ondulada é$ círculo ou semicírculo acima ¨¨¨¨da letra é* barra oblíqua ou horizontal ¨¨¨¨atravessando a letra ::õo::õo::õo::õo::õo::

<87>

::::::: Anexos ::::::: Anexo A -- Vocabulário de termos e expressões empregados no domínio do Sistema Braille Introdução O Sistema Braille, criado por Louis Braille em 1825, na França, constituiu-se, desde então, o meio natural de leitura e escrita para as pessoas cegas em todo o mundo. A escrita em braille, com suas especificidades, favoreceu naturalmente o desenvolvimento de uma terminologia própria, nem sempre de pleno domínio pelos que atuam no campo da educação de pessoas cegas, no da produção de textos em braille e mesmo entre os usuários do sistema.

No âmbito da sociedade, em geral, predomina o emprego de expressões equivocadas, como: "linguagem braille", "traduzir para o braille", e outras. O presente trabalho foi elaborado com base em experiências de usuários e de profissionais atuantes nas áreas de educação de pessoas cegas e na de produção de textos em braille. Vocabulário -- Primeira Parte -- Conceituação básica *Anagliptografia* -- Do grego *anáglyptos*, "cinzelado em relevo" + graf(o) + ia -- S.f. sistema de escrita em relevo, inventado pelo francês Louis Braille (1809-1852), cego, para os cegos lerem; braile. Cf. ectipografia. (Fonte: Aurélio Buarque de Holanda Ferreira -- Novo

Dicionário da Língua Portuguesa -- 2ª edição, revista e aumentada.) *Braille* -- Apresentação gráfica dos 64 sinais do Sistema Braille, distribuídos em sete linhas ou séries, organizadas de acordo com critérios definidos. *Braille abreviado ou estenografado (grau 2)* -- Escrita em braille em que um caractere pode representar duas ou mais letras ou mesmo uma palavra inteira (abreviatura braille). *Braille integral (grau 1)* -- Escrita em braille em que se representa cada caractere correspondente no sistema comum de escrita. <88> *Braille em negro* -- Representação de sinais em braille com pontos em tinta. Pode ser produzido à mão ou em computadores, utilizando-se fontes "em braille". *Cela* ou *célula braille* -- Espaço retangular onde se produz um sinal braille. *Cela vazia* ou *espaço* -- Aquela onde não foi produzido qualquer ponto em braille. *Escrita em tinta*; *escrita comum*; *escrita em negro*; *sistema comum* -- Forma de escrita utilizada normalmente pelos que possuem suficiente acuidade visual para lê-la. *Grafia braille* -- Diz-se da representação específica, de acordo com uma área de conhecimento: grafia básica (de uma determinada língua); grafia matemática; grafia química; grafia musical ou musicografia braille. *Modalidades de aplicação do braille* -- Formas específicas de emprego do braille, segundo uma determinada área do conhecimento humano: literatura, ciências, música e informática.

*Numeração dos pontos* -- A numeração dos pontos de uma cela braille se faz de cima para baixo, da esquerda para a direita: é (123456). ¨¨¨¨Em certas situações, como na produção de tabelas de sinais, por exemplo, existe a necessidade de se descrever um símbolo braille pela numeração de seus pontos. Modernamente, indica-se a descrição de um sinal por um único numeral, independentemente do número de pontos que ele possua. A leitura, entretanto, deve ser feita algarismo por algarismo para tornar clara a descrição. Ex.: é (123456) e se lê: pontos um, dois, três, quatro, cinco, seis. Uma cela vazia é representada pelo numeral 0 (zero). ¨¨¨¨Série superior da cela braille -- Parte da cela que compreende os pontos 1, 2, 4 e 5. ¨¨¨¨Série inferior da cela braille -- Parte da cela que compreende os pontos 2, 3, 5 e 6. ¨¨¨¨Coluna da esquerda -- Parte da cela braille que compreende os pontos 1, 2 e 3. ¨¨¨¨Coluna da direita -- Parte da cela braille que compreende os pontos 4, 5 e 6. <89> *Ordem braille* -- Sequência ordenada, conforme a disposição das sete séries do Sistema Braille. *Prefixo de um sinal composto* -- Sinal da coluna da direita (pontos 456), geralmente, que precede um outro sinal, formando com ele um sinal composto. *Sinais exclusivos do Sistema Braille* -- Aqueles que não têm correspondentes no sistema comum de escrita e funcionam, geralmente, como prefixos de símbolos principais. Exemplos: prefixos de letras maiúsculas, sinal de número (prefixo numérico), sinal de índice superior (expoente) e de índice inferior, parênteses auxiliares e outros. *Sinal composto* -- Aquele que é produzido em duas ou mais celas. *Sinal fundamental ou universal* -- Sinal formado pelo conjunto dos seis pontos numa cela (cela cheia). Também é chamado de sinal gerador. *Sinal referencial de posição* -- Sinal formado pelos seis pontos de uma cela, o qual antecede certos sinais em braille, especialmente os das séries inferior e da coluna da direita, quando aparecem isolados, para indicar-lhes a exata posição na cela braille. *Sinal simples* -- Aquele que é produzido em uma única cela. *Sistema Braille* -- Processo de leitura e escrita em relevo, com base em 64 (sessenta e quatro) sinais resultantes da combinação de 6 (seis) pontos, dispostos em duas colunas de 3 (três) pontos. É também denominado Código Braille. -- Segunda Parte -- Produção do braille *Adaptação de textos para transcrição* -- Processo referente às adequações e ajustes prévios que devem ser feitos num texto, antes de sua transcrição, considerando as características do conteúdo e as especificidades da leitura tátil. *Apagador de pontos em braille* -- Instrumento para apagar pontos em braille em papel ou em clichês. *Braille de oito pontos* -- Escrita em relevo com base em oito pontos, dispostos em duas colunas de quatro pontos.

Permite a produção de duzentos e cinquenta e seis sinais diferentes. *Braille de seis pontos* -- Escrita em relevo com base em seis pontos, dispostos em duas colunas de três pontos. Permite a produção de sessenta e quatro sinais diferentes. *Braille jumbo* -- Braille de seis pontos, produzido em celas de tamanho superior ao normalmente utilizado, com maior afastamento entre os pontos. <90> *Clichê* -- Lâmina de liga de alumínio ou plástico, utilizada em máquinas de estereotipia. *Diagramação de um texto em braille* -- Disposição da escrita numa página, considerando, por exemplo, o número de linhas e o número de caracteres por linha.

*Escrita interlinha* -- Antiga forma de escrita em braille que ocupa as duas faces de uma folha de papel, sem superposição de linhas. *Escrita interpontada* (*interponto*) -- Representação em braille que ocupa as duas faces de uma folha de papel, com superposição de linhas. *Gramatura* -- Medida que se expressa em gramas, resultante do "peso" de uma folha de papel com um metro quadrado de superfície. Sua especificação foi padronizada pela norma ISO 536. Quanto maior for a gramatura, mais grosso será o papel. *Impressão em braille* -- Produção de pontos em relevo em prensas, a partir de matrizes de liga de alumínio ou plástico. Produção de pontos em relevo em folhas de papel, através de impressoras braille computadorizadas.

*Impressora braille computadorizada* -- Equipamento que produz, em papel, textos em braille. É conectada a um microcomputador através de porta serial ou paralela. Pode ser de pequeno, médio e grande porte. Imprime em folhas avulsas, em formulários contínuos ou em ambas as formas. *Máquina braille* -- Equipamento mecânico ou elétrico, no qual seis teclas produzem pontos em relevo. Apresenta, ainda, teclas para avanço de espaço, retrocesso e mudança de linha. *Máquina de estereotipia* -- Equipamento que produz escrita em braille em matrizes de liga de alumínio ou plástico, para posterior impressão em papel. É geralmente ligada a um microcomputador.

*Margens* -- Espaços compreendidos entre os limites máximos (esquerdo, direito, superior, inferior) da escrita e as bordas da folha de papel. Sua regulagem numa impressora computadorizada é de fundamental importância para a configuração correta da escrita numa página. *Matriz* -- Lâmina de liga de alumínio ou plástico, utilizada em máquinas de estereotipia. *Notas de transcrição* (*notas do transcritor*) -- Registro feito em um texto, para dar esclarecimentos ou orientações indispensáveis aos leitores. Emprega-se, comumente, quando se atribui significado a determinado símbolo em braille não convencionado, ou para justificar uma omissão necessária, para descrição de imagens e ainda em outras situações.

*Papel braille* -- Papel de gramatura superior àquela normalmente usada para a escrita em tinta. Utiliza-se, geralmente, a gramatura 120 (cento e vinte) gramas. <91> *Pontos a mais ou a menos* -- Pontos excessivos ou insuficientes em letras do Sistema Braille. Ocorrem, comumente, nas escritas em regletes ou em máquinas braille. *Pontos apagados* -- Aqueles cujo relevo não apresenta suficiente nitidez para serem percebidos pelo tato com facilidade. *Punção* -- Estilete constituído de uma ponta metálica e de um cabo em plástico, madeira ou metal, usado especificamente para a produção de pontos em relevo em regletes. Apresenta-se em variados formatos.

*Reglete* -- Dispositivo metálico ou plástico, constituído de uma placa frisada ou com cavidades circulares rasas e de uma régua ou placa com retângulos vazados, para a produção manual, da direita para a esquerda, de sinais em braille. *Revisão em braille* -- Verificação, através de leitura tátil, de possíveis incorreções cometidas no processo de transcrição. *Tabela de sinais* -- Relação de caracteres em braille e de seus respectivos significados, colocada, comumente, no início de uma obra transcrita, para esclarecimento ao leitor. *Transcrição para o braille* -- Reprodução, em caracteres do Sistema Braille, do conteúdo de um texto originalmente impresso no sistema comum de escrita.

*Translineação* -- Passagem de uma linha de texto para a linha seguinte. *Transpaginação* -- Diz-se da mudança de página. Na transcrição em braille, pode ser assinalada por um símbolo, indicando a mudança de página no original em tinta. -- Terceira Parte -- Pessoal *Adaptador braille* -- Profissional que faz as adequações e ajustes prévios necessários em um texto, antes de sua transcrição. *Braillista* -- Usuário ou profissional que domina com profundidade diferentes aspectos do Sistema Braille. *Consultor braille* -- Profissional especialista que domina com profundidade diferentes modalidades de aplicação do Sistema Braille, funcionando como orientador em trabalhos de adaptação, transcrição e revisão em braille. *Controlador de paginação* -- Profissional que realiza a revisão da paginação de textos impressos em braille. <92> *$*Designer$* braille* -- Profissional que realiza adequação de imagens para a impressão em relevo. *Revisor braille* -- Profissional que realiza a revisão de textos transcritos para o braille. *Transcritor braille* -- Profissional que realiza a reprodução de textos do sistema comum no Sistema Braille. *Usuário* -- Diz-se de todo aquele que se utiliza do braille como sistema básico de leitura e escrita.

-- Quarta Parte -- Diversos *Braille Falado* -- Equipamento informatizado de pequeno porte, com sete teclas, na disposição convencional de uma máquina braille. Dispõe de sintetizador de voz e funciona como editor de textos, agenda, calculadora, cronômetro e outras funções. *Braille Light* -- Equipamento informatizado, semelhante ao Braille Falado. Dispõe de uma linha braille de 20 ou 40 celas. *Cecograma* -- Serviço postal destinado aos deficientes visuais que utilizam o braille para sua comunicação escrita. É considerado cecograma o objeto de correspondência impresso em relevo pelo sistema cecográfico (braille). São considerados, também, como cecograma, placas gravadas em relevo (clichês) e os registros sonoros expedidos por instituições de cegos, oficialmente reconhecidas, ou endereçados a elas. *Linha Braille* ou *Display Braille* -- Dispositivo cuja finalidade é transcrever para o braille o texto da tela do computador ou do *smartphone*. Alguns modelos possuem teclado Perkins para escrita e outros somente células braille para leitura. Apresenta-se em tamanhos variados, entre 10 e 80 células, e sua conexão pode ser feita via *Bluetooth* ou cabo USB, dependendo do modelo. Para que funcione adequadamente, é preciso ligar um leitor de tela do *smartphone* ou do computador, como o NVDA, o VoiceOver, o TalkBack, entre outros. <93>

Anexo B – Parecer sobre a grafia da palavra *braille* A Comissão Brasileira do Braille (CBB), instituída pela Portaria Ministerial n.º 319, de 26/02/1999, empenhada em assuntos referentes à padronização do uso do Braille no Brasil, inclusive na terminologia concernente à matéria, considerando dúvidas por vezes suscitadas sobre a grafia correta da palavra “braille” (braile), em reunião ordinária realizada nos dias 08, 09 e 10 de junho de 2005, na cidade do Rio de Janeiro, elaborou o presente parecer que, inicialmente esclarece e, afinal, recomenda o que se segue:

1. O Sistema Braille foi inventado pelo francês Louis Braille no ano de 1825. No Institut Royal des Jeunes Aveugles, de Paris, onde foi criado, desenvolvido, experimentado, e de onde foi difundido, recebeu inicialmente a denominação de “Procédé de L. Braille”. 2. Expandiu-se pela Europa, América Latina, Estados Unidos, Ásia e África, a partir dos anos 50 do século XIX, identificado sempre como “Sistema Braille”. Hoje é o processo de leitura e escrita tátil adotado em todo o mundo e reconhecido oficialmente pela UNESCO com a criação do Conselho Mundial do Braille em julho de 1952, com caráter de órgão assessor daquela organização mundial.

3. O Sistema Braille foi trazido para o Brasil por José Álvares de Azevedo, um jovem cego, ex-aluno do Instituto de Paris, no ano de 1850, empregado oficialmente em nossa pátria a partir da instalação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos (hoje, Instituto Benjamin Constant), em 1854, prevalecendo a grafia original francesa: “braille”. 4. Além do Brasil, Portugal e os demais Países de Lín- gua Oficial Portuguesa (PALOPs) mantiveram historicamente a grafia: “braille”. 5. O Formulário Ortográfico da Língua Portuguesa estabelece em suas “Instruções para a Organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”, aprovadas unanimemente pela Academia Brasileira de Letras, na sessão de

12 de agosto de 1943: “(...) 5. Os derivados portuguêses de nomes próprios estrangeiros devem escrever-se de acôrdo com as formas primitivas”. 6. Com base nestas instruções, a Academia Brasileira de Letras registra em seu Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa: “*braille* *adj. 2g. s.m.*” e "*braile* *adj. 2g. s.m.*" (fonte: ~,www.academia.org.br~,) <94> 7. O Protocolo de Colaboração Brasil-Portugal nas Áreas de Uso e Modalidades de Aplicação do Sistema Braille na Língua Portuguesa, celebrado em Lisboa, aos vinte e cinco dias do mês de maio de 2000, assinado pelos presidentes da Comissão Brasileira do Braille e da Comissão de Braille (Portugal), representando os governos dos dois países, emprega a

palavra “braille” com a grafia original, em todo aquele documento oficial. 8. No âmbito de organizações e serviços ligados ao ensino, à produção e ao uso do Sistema Braille no Brasil vem se utilizando, há 150 (cento e cinquenta) anos, a palavra “braille” em sua grafia original francesa, como no Instituto Benjamin Constant, Fundação Dorina Nowill para Cegos, Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille, imprensas de inúmeras instituições brasileiras, nos CAPs (Centros de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual), NAPPBs (Núcleos de Apoio Pedagógico e Produção Braille), bibliotecas e setores especializados de bibliotecas públicas e particulares em todo o Brasil.

9. Finalmente, os dispositivos legais e documentos normatizadores adiante relacionados empregam, exclusivamente, a palavra “braille” em sua grafia original: 9.1 Lei n.º 4.169, de 04 de dezembro de 1962, publicada no DOU de 11 de dezembro de 1962, que “:OFICIALIZA as convenções braille para uso na escrita e leitura dos cegos e o código de contrações e abreviaturas BRAILLE.” 9.2 Código Matemático Unificado (CMU), aprovado na “Reunión de Representantes de Imprentas Braille de Habla Hispana”, Montevidéu, junho de 1987. 9.3 Lei n.º 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que "Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências", Art. 46, inciso I,

alínea *d*, publicada no DOU de 20 de fevereiro de 1998. 9.4 Portaria/MEC n.º 319, de 26 de fevereiro de 1999 que institui no Ministério da Educação, vinculada à Secretaria de Educação Especial e presidida pelo titular desta, a Comissão Brasileira do Braille, de caráter permanente, publicada no DOU de 02 de março de 1999. 9.5 *Grafia Braille para a Língua Portuguesa*, CDU 376'352, aprovada pela Portaria/MEC n.º 2.678, de 24 de setembro de 2002, com vigência a partir de 01 de janeiro de 2003. 9.6 *Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille*, Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial, 2002, publicação CDU 655'532- -056'262. <95>

9.7 *Grafia Química Braille para uso no Brasil*, Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial, 2002, publicação CDU 376'32. Recomendação: Pelas razões históricas, culturais, linguísticas e legais, anteriormente explicitadas, a Comissão Brasileira do Braille recomenda que a palavra “braille” seja sempre grafada com dois “l”, segundo a forma original francesa, internacionalmente empregada. Comissão Brasileira do Braille ::õo::õo::õo::õo::õo:: ::õo::õo::õo:: ::õo:: l h:::::::::: fim da segunda parte