Educação Inclusiva Estenografia Braille para a Língua Portuguesa Impressão para o Braille da 1ª Edição, 2006 na diagramação de 28 linhas de 34 caracteres. Volume Único Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Av. Pasteur, 350-368 -- Urca 22290-240 Rio de Janeiro RJ -- Brasil Tel.: (21) 3478-4400 Fax: (21) 3478-4444 ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, e-mail: ~,ibc@ibc.gov.br~, -- 2007 --

Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário Executivo José Henrique Paim Fernandes Secretária de Educação Especial Claudia Pereira Dutra Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial Esplanada dos Ministérios, Bloco L, 6º andar, sala 600 CEP 70047-901 -- Brasília -- DF Fone: (61) 2104-8651 -- 2104-9258 Fax: (61) 2104-9265 e-mail: ~,seesp@mec.gov.br~, Site: ~,www.mec.gov.br~, ISBN: 978-85-60331-06-2

¨ I Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Estenografia Braille para a Língua Portuguesa/elaboração: Cerqueira, Jonir Bechara... [et. al.]. Secretaria de Educação especial. Brasília: SEESP, 2006. 1. Educação Especial. 2. Sistema Braille. 3. Estenografia Braille. 4. Língua Portuguesa. I. Título. CDU 376'352

FICHA TÉCNICA Secretária de Educação Especial Claudia Pereira Dutra Diretora do Departamento de Políticas da Educação especial Claudia Maffini Griboski Coordenadora Geral de Desenvolvimento da Educação Especial Kátia Aparecida Marangon Barbosa Elaboração Jonir Bechara Cerqueira Maria Glória Batista da Mota Regina Fátima Caldeira de Oliveira Colaboração Cecília Maria Oka Fernanda Christina dos Santos Iracema Vilaronga Rodrigues José Carlos Rodrigues Maria da Glória de Souza Almeida Olga Itocazo

¨ III Patrícia Neves Raposo Comissão de Braille de Portugual Revisão Fernanda Christina dos Santos Maria Glória Batista da Mota Martha Marilene de Freitas Souza Regina Fátima Caldeira de Oliveira

¨ V ÍNDICE APRESENTAÇÃO :::::::::::::: 1 PREFÁCIO :::::::::::::::::: 3 INTRODUÇÃO :::::::::::::::: 21 PREÂMBULO ::::::::::::::::: 25 I -- Abreviaturas ::::::::: 27 1. Abreviaturas por *representação inicial silábica* ::::::::::::::::: 27 1.1. Abreviatura por representação inicial silábica *total* :::::::::: 27 1.1.1. *Sinais Simples* ::::::::::::::::: 28 1.1.2. *Sinais Duplos* :::::::::::::::::: 28 1.1.3. *Sinais Triplos* ::::::::::::::::: 30 1.1.4. *Sinais Quádruplos* :::::::::::::: 31 1.2. Abreviaturas por representação inicial silábica *parcial* :::::::: 31 1.2.1. *Sinais Duplos* :::::::::::::::::: 31 1.2.2. *Sinais Triplos* ::::::::::::::::: 32 1.2.3. *Sinais Quádruplos* :::::::::::::: 33 2. Abreviaturas por *contração* ::::::::::::::: 33 2.1. Abreviaturas por contração *apoiada* ::::::: 33 2.2. Abreviaturas por contração *pura* :::::::::: 34 2.3. Abreviaturas por contração *de emergência* ::::::::::::::: 35 3. Abreviaturas por *suspensão* ::::::::::::::: 35 4. Abreviaturas por *convenção relativa* :::::: 36 II -- Estenografia ::::::: 37 1. *Sinais Simples* :::::: 37 1.1. *Consonânticos* ::::: 37 1.2. *Vocálicos* ::::::::: 39 1.3. *Mistos* :::::::::::: 39 1.3.1. De *natureza consonântica* ::::::::::::: 40 1.3.2. De *natureza vocálica* ::::::::::::::::: 41 2. *Sinais Compostos* :::: 43

¨ VII 2.1. De *raiz consonântica* ::::::::::::: 44 2.2. De *raiz vocálica* ::::::::::::::::: 46 III -- Abreviaturas Estenografadas ::::::::::: 48 1. *Abreviaturas estenografadas* ::::::::::: 48 1.1. Abreviaturas por representação inicial silábica *total* :::::::::: 48 1.1.1. *Sinais Duplos* :::::::::::::::::: 48 1.1.2. *Sinais Triplos* ::::::::::::::::: 49 1.2. Abreviaturas por representação inicial silábica *parcial* :::::::: 49 1.2.1. *Sinais Duplos* :::::::::::::::::: 49 1.2.2. *Sinais Triplos* ::::::::::::::::: 50 2. Abreviaturas por *contração* ::::::::::::::: 50 2.1. Abreviaturas por *Contração Apoiada* ::::: 50

2.2. Abreviaturas por *Contração Pura* :::::::: 50 OBSERVAÇÕES GERAIS E NORMAS DE APLICAÇÃO ::::::::::::::: 51 QUADROS AUXILIARES DA ESCRITA (ORDEM ALFABÉTICA) :::::::::::: 63 I -- Abreviaturas ::::::::: 63 II -- Estenografia ::::::: 72 1. *Sinais Simples* :::::: 72 2. *Sinais Compostos* :::: 74 QUADROS AUXILIARES DA LEITURA (ORDEM BRAILLE) ::::::::::::::: 76 I -- Abreviaturas ::::::::: 76 II -- Estenografia ::::::: 85 1. *Sinais Simples* :::::: 85 2. *Sinais Compostos* :::: 87 BIBLIOGRAFIA :::::::::::::: 89 <7> APRESENTAÇÃO O Sistema Braille, introduzido no Brasil em 1850, foi o chamado “Braille Francês”, ou seja, o que fora estruturado por Louis Braille em sua versão definitiva de 1837, para aplicação do “Braille Integral” na Literatura, na Aritmética, na Geometria e nas notações da Música. Toda essa simbologia foi adotada, sem qualquer alteração, até o início dos anos quarenta do século passado. Com o propósito de aumentar a eficiência na comunicação literal, ou seja, na escrita e leitura de textos, o Sistema Braille foi adaptado, convencionalmente, para uso de símbolos abreviativos de palavras em diferentes idiomas. Na Língua Portuguesa, o uso da abreviatura braille ou do braille estenográfico, foi praticado em várias ocasiões no Brasil. Os adeptos desse recurso o consideram valioso, pois possibilita maior rapidez na escrita, com economia de tempo e de material, além de contribuir para maior fluência na leitura. A utilização da estenografia braille no Brasil registrou diferentes momentos na sua historicidade, que culminou com a elaboração da presente publicação, que padroniza o uso da abreviatura na comunicação pessoal das pessoas cegas. Esperamos por meio da publicação *Estenografia Braille para a Língua Portuguesa* estar contribuindo com os sistemas de ensino e com as pessoas cegas brasileiras, que poderão contar com mais uma alternativa de uso do Sistema Braille. Claudia Pereira Dutra Secretária de Educação Especial -- MEC :::::::::::::::::::::::: <9>

PREFÁCIO Após a invenção de seu sistema de leitura e escrita, em 1825, Louis Braille expôs as bases de sua obra em duas publicações editadas, respectivamente, em 1829 e 1837, nas quais já estavam incluídos elementos de abreviaturas ortográficas baseadas na “Sono- grafia” de Charles Barbier. Posteriormente, um de seus discípulos, Victor Ballu, em 1850, produziu um sistema fonográfico de estenografia. Em 1870, os Irmãos de Saint-Gabriel elaboraram uma codificação sonográfica de abreviaturas, de fácil memorização, para imprimir textos escolares destinados a seus alunos de Saint-Médard-l?es-Soissons (**). No Congresso Universal de ::::::::::::::::::::::::::::::::: (**) ?e = e com acento grave.

Paris, em 1878, foi finalmente admitida a prevalência do braille francês sobre o dos demais países representados. Reconheceu-se, então, a necessidade de se criar uma abreviatura unificada com bases estritamente ortográficas. Maurice de la Sizeranne, em 1882, publicou a versão de uma abreviatura ortográfica francesa, que suplantou a anterior. Esta nova abreviatura apresentava com- binações de letras em palavras e, também, símbolos representativos de palavras inteiras. A Abreviatura Ortográfica Francesa (A.O.F.) tornou-se em breve a única, empregada na França e nos países de língua francesa, que a utilizam até hoje. No Brasil, o Sistema Braille foi introduzido em 1850 por José Álvares de Azevedo e oficialmente adotado a partir de 1854 com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje, Instituto Benjamin Constant (IBC). Em Portugal, o Braille foi adaptado em 1880 e o primeiro sistema de abreviaturas introduzido em 1905. Ainda no século XIX, alunos e professores do Imperial Instituto dos Meninos Cegos começaram a se preocupar com a codificação do Braille em um sistema de abreviaturas que lhes facilitasse a produção de textos. <10> A partir de 1920, no Instituto Benjamin Constant, professores cegos que tinham criado símbolos abreviativos braille para uso particular, ensinavam-nos a seus alunos, como meio de facilitar a escrita e a leitura. Somente em 1942, surgiu um código de abreviaturas realmente estruturado, de autoria do professor do IBC, José Espínola Veiga. Este código foi regulamentado quando entrou em vigor no país a Portaria Ministerial n.o 552, de 13/11/1945, que disciplinava o uso do Braille, denominando-o “Braille Oficial para a Língua Portuguesa”. Continha 226 abreviaturas, sendo que mais da metade delas diferenciava-se radicalmente das utilizadas em Portugal. O segundo centro de produção de textos em braille, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil (hoje, Fundação Dorina Nowill para Cegos), fundado em 1946, introduziu gradativamente em sua revista *Relevo* as abreviaturas que vinham sendo usadas em Portugal. Até então, os sistemas de abreviaturas não obedeciam a nenhuma coordenação universal; criavam-se codificações que diferiam de país para país, conforme as necessidades de cada língua ou dialeto. A UNESCO, reconhecendo a importância do Braille para os cegos de todo o mundo, e considerando o fato de que a unificação do Sistema Braille em determinadas áreas lingüísticas possibilitaria maior intercâmbio literário e desenvolvimento das técnicas e equipamentos para o uso dos deficientes visuais, iniciou, a partir do dia 1º de julho de 1949, uma série de conferências sobre o “Sistema Braille no Mundo”, coordenadas por Sir Clutha Mackenzie e encerradas em 31 de dezembro de 1951. Assim, a UNESCO, convocando especialistas em Braille de diversas zonas lingüísticas, especialistas na educação de cegos e dirigentes de imprensas braille, realizou, em 1950, uma conferência internacional sobre a unificação do Braille, celebrada em Paris e na qual ficou estabelecida, entre outras, a seguinte recomendação: <11> “Recomenda-se insistentemente a realização de consultas entre braillistas das diferentes partes do mundo que possuam o mesmo idioma para formular e adotar um sistema uniforme de braille abreviado para cada língua e que, com o mesmo objetivo, se faça um intercâmbio de opiniões entre braillistas que possuam idiomas do mesmo grupo lingüístico. A este respeito, a Conferência assinala especialmente o problema delimitado pelas divergências dos sistemas abreviados adotados nas regiões de língua espanhola e portuguesa, e recomenda-se encarecidamente que se tomem medidas para fazer desaparecer estas divergências, a fim de obter uma maior economia de produção e um maior intercâmbio literário. A Conferência recomenda que cada futuro Sistema Braille abreviado tenha em conta tanto as necessidades dos usuários de instrução relativamente limitada, como daqueles que tenham perdido a visão com idade adulta, conservando dentro dos limites razoáveis o número de abreviaturas. Ao mesmo tempo, não deverá deixar de levar-se em conta a economia de espaço”. Dando continuidade a seus trabalhos, a UNESCO realizou de 26 de novembro a 1º de dezembro de 1951, em Montevidéu, a Conferência Regional para Uniformização do Sistema Braille Abreviado para os Povos de Língua Castelhana e Portuguesa. Nesta Conferência, que contou com a presença do Prof. José Ferreira de Albuquerque e Castro (Portugal), da Profa. Dorina de Gouvêa Nowill e do Dr. Hermínio Brito Conde (Brasil), estabeleceu-se o Código de Abreviaturas Braille Grau 2 para a Língua Portuguesa, baseado no Prontuário Estenográfico do Prof. José Ferreira de Albuquerque e Castro. Este prontuário compreendia dois graus de abreviaturas: Braille Grau 2 e Braille Superior ou Terceiro Grau, contendo este último um grande número de palavras estenografadas. Os resultados alcançados na Conferência de Montevidéu não foram suficientes para que as duas imprensas braille brasileiras adotassem um código unificado de abreviaturas. Em 4 de dezembro de 1962 foi sancionada a Lei n.o 4.169, que “Oficializa as Convenções Braille para Uso na Escrita e Leitura dos Cegos e o Código de Contrações e Abreviaturas Braille”, revogando-se automaticamente a Portaria n.o 552, até então em vigor. Os termos desta lei não mereceram plena aceitação entre os educadores de cegos e as imprensas braille do país, caindo em desuso. <12> Posteriormente, comissões criadas pela Campanha Nacional de Educação de Cegos do Ministério da Educação, Fundação para o Livro do Cego no Brasil e Instituto Benjamin Constant, analisando todos os pontos divergentes da Lei n.o 4.169, chegaram à conclusão de que um novo código deveria ser estabelecido para uso do Sistema Braille no Brasil, principalmente na parte concernente à Estenografia Braille. Em 5 de janeiro de 1963 foi firmado um convênio luso-brasileiro que previa a unificação dos códigos de abreviaturas usados no Brasil e em Portugal, efetivada a partir de 1966. A Campanha Nacional de Educação de Cegos promoveu, em junho de 1969, o I Seminário sobre o Uso do Sistema Braille. O relatório final deste seminário recomendou, com base no convênio luso-brasileiro, a implantação e adoção, em caráter experimental, do Código de Abreviaturas Braille Grau 2 da Língua Portuguesa no ensino de deficientes visuais, com graduação progressiva. Atendendo a essa recomendação, e também com o objetivo de divulgar o Sistema Braille Grau 2 da Língua Portuguesa entre os educadores e técnicos militantes na educação de deficientes visuais e intensificar o seu uso entre os estudantes, a Campanha Nacional de Educação de Cegos reuniu, nos dias 16, 17 e 18 de setembro de 1970, professores representantes do Instituto Benjamin Constant e da Fundação para o Livro do Cego no Brasil para mais uma revisão do Código de Abreviaturas, nos termos do Acordo Luso-Brasileiro de 05/01/1963. Realizado de 3 a 10 de novembro de 1972, com o patrocínio do Ministério da Educação e Cultura e da Campanha Nacional de Educação de Cegos, o I Seminário Ibero-Americano de Comunicação e Mobilidade (SEMICOM) propôs a adoção das modificações necessárias para o uso de abreviaturas, de acordo com a nova ortografia da Língua Portuguesa no Brasil (Lei n.o 5.765, de 18/12/1971). A partir das sugestões apresentadas no SEMICOM, foi elaborado, em setembro de 1973, um novo Sistema Braille Grau 2, que correspondia à fusão do antigo Braille Grau 2 e do Braille Grau 3, com algumas modificações e dividido em sete tabelas. <13> A aprendizagem desse código deveria iniciar-se na primeira série do Ensino Fundamental, com a tabela 1#,g, concluindo-se na sétima série com a tabela 1#=g. Essa abreviatura estava calcada, basicamente, no Prontuário Estenográfico do Prof. Albuquerque e Castro. Após prolongados estudos e várias reuniões realizadas durante a Conferência Ibero-Americana para a Unificação do Sistema Braille, promovida em novembro de 1973, em Buenos Aires (Argentina), e, posteriormente, na reunião realizada em São Paulo, em agosto de 1974, a comissão encarregada decidiu integrar ao Prontuário parte do trabalho apresentado pelo Sr. Walter Boschiglia, representante do Instituto Benjamin Constant, e submeter outros tópicos a especialistas do Brasil e de Portugal. A partir de então, o assunto passou a ser objeto de freqüentes reuniões entre técnicos do IBC e da então Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Em 1977, durante o I Congresso Latino-Americano do Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, realizado no Brasil, o Prof. Edison Ribeiro Lemos apresentou o trabalho “Graduação do Ensino da Abreviatura Braille da Língua Portuguesa no Ensino de 1º Grau”, no qual, após relatar científica e objetivamente a situação do ensino/ /aprendizagem da abreviatura no país, apontava uma série de razões para a revisão da graduação progressiva. Esse trabalho contribuiu bastante para a elaboração, em 1979, do Sistema Braille Grau 2 Simplificado da Língua Portuguesa, um trabalho desenvolvido pelo Centro Nacional de Educação Especial -- MEC, Instituto Benjamin Constant e Fundação para o Livro do Cego no Brasil. O Sistema Simplificado contava com 129 abreviaturas e 217 significados e passou a ser usado pelas imprensas braille do IBC e da Fundação na produção de livros e revistas, em lugar das tabelas gradativas que vinham sendo adotadas desde 1974. O II Seminário Brasileiro sobre o Uso do Sistema Braille, realizado em São Paulo, em 1987, e que contou com a participação de profissionais especializados e usuários do sistema, reforçou a necessidade de criação de uma comissão permanente para tratar dos assuntos relacionados ao Braille. <14> Enquanto eram realizadas novas gestões visando a criação dessa comissão, o Fundo de Cooperação Econômica ONCE/ULAC patrocinou os trabalhos da Comissão para Estudo e Atualização do Sistema Braille em Uso no Brasil, que funcionou de 1991 a 1994. Dividida em quatro subcomissões (Braille Integral e Abreviado, Braille Científico, Braille Musicográfico e Braille na Informática), a comissão contou com a coordenação geral do Prof. Edison Ribeiro Lemos. Depois de realizar uma pesquisa, em âmbito nacional, entre os leitores cadastrados na Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que revelou que a maioria desses leitores preferia ler textos por extenso, a Subcomissão de Braille Integral e Abreviado recomendou, em seu relatório final, apresentado no dia 18 de maio de 1994, que fosse abolido, a partir de 1º de janeiro de 1996, o uso de abreviaturas na transcrição de textos pelos centros de produção e imprensas braille de todo o país. Recomendou, ainda, a elaboração de um código que pudesse ser utilizado pelas pessoas cegas nas suas anotações pessoais. Durante quase duas décadas houve um afastamento entre os técnicos brasileiros e portugueses, o que levou a grandes divergências entre os códigos braille utilizados nos dois países. Em 1993, a Comissão de Braille, de Portugal, publicou a *Estenografia Braille da Língua Portuguesa*, contendo 163 abreviaturas, com 221 significados. A partir de 1994, começaram a ser retomados os contatos entre Brasil e Portugal graças aos esforços da União Brasileira de Cegos (UBC). A criação da Comissão Brasileira do Braille (CBB) pelo Ministério da Educação, em 1999, permitiu que esses contatos passassem a ter um caráter oficial, culminando, em 25 de maio de 2000, com a assinatura do Protocolo de Colaboração Brasil/Portugal nas Áreas de Uso e Modalidades de Aplicação do Sistema Braille. O trabalho conjunto das comissões de Braille do Brasil e de Portugal resultou na publicação da *Grafia Braille para a Língua Portuguesa* (2002) e da *Grafia Braille para a Informática* (2005), que têm sido de grande utilidade para profissionais e usuários do Sistema Braille dos dois países e também de outros países de Língua Oficial Portuguesa. <15> Depois de um amplo e criterioso estudo, os técnicos da CBB optaram por adotar, com alguns acréscimos, a *Estenografia Braille da Língua Portuguesa*, publicada em Portugal em 1993, para que as pessoas cegas possam utilizá-la na sua comunicação pessoal. Ao concluir este trabalho, queremos registrar o nosso profundo agradecimento a algumas pessoas que dedicaram grande parte de suas vidas ao estudo, à elaboração e à divulgação de outros códigos estenográficos que muito têm contribuído para a independência das pessoas cegas. A *Estenografia Braille para a Língua Portuguesa* só foi possível graças aos seguintes profissionais cegos: Sir Clutha Nantes Mackenzie (1895-1966) -- Assessor da UNESCO para Estudo e Unificação do Sistema Braille e, posteriormente, Presidente do Conselho Mundial de Braille. Dorina de Gouvêa Nowill (1919) -- Presidente Emérita e Vitalícia da Fundação Dorina Nowill para Cegos, ex-Presidente do Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos. Professor Edison Ribeiro Lemos (1928-2004) -- Membro da Comissão Brasileira do Braille. José Espínola Veiga (1906-1998) -- Professor do IBC. Professor José Ferreira de Albuquerque e Castro (1903-1967) -- Emérito professor português.

Walter Boschiglia (1919-2002) -- Chefe da Imprensa Braille do IBC. Comissão Brasileira do Braille -- maio de 2006 :::::::::::::::::::::::: <17>

INTRODUÇÃO A *Estenografia Braille para a Língua Portuguesa* foi elaborada com base na *Grafia Braille da Língua Portuguesa -- Primeiro Grau*, publicada pela Comissão de Braille, de Portugal, em 1993. Para a elaboração desse trabalho, os especialistas portugueses recolheram mais de cem mil palavras impressas -- distribuídas por diferentes matérias --, que, articuladas com o Português Fundamental, elaborado com base na linguagem falada, levaram à seleção de 163 abreviaturas já constantes do sistema estenográfico em vigor naquele país, tendo sido considerados conjugadamente alguns requisitos estabelecidos previa-

mente, em obediência aos seguintes critérios amplamente debatidos: õo Alta freqüência õo Economia de espaço õo Sugestividade õo Estabilidade do sistema õo Respeito pelo acervo bibliográfico existente. Assim, não foram consideradas convenientes aquelas abreviaturas que não tinham qualquer conexão com as palavras que representavam, nem admitidos mecanismos dinâmicos através de prefixos e sufixos. Do mesmo modo, não foi admitido mais de um significado para cada significante, nem adotados sinais inferiores isolados, em respeito às dificuldades táteis de muitos leitores. A *Estenografia Braille para a Língua Portuguesa* está dividida em três partes: I -- Abreviaturas --, na qual são apresentados 151 sinais representativos de palavras, de acordo com a nomenclatura adotada, e dispostos, em cada subdivisão, de acordo com a “ordem braille”. <18> II -- Estenografia --, que compreende 30 sinais simples representativos de grupos de letras de uma mesma sílaba, respeitadas as regras da ortografia da Língua Portuguesa, e 28 sinais compostos representativos de terminações muito freqüentes, acompanhados de muitos exemplos de aplicação, estando a sua apresentação subordinada a critérios de natureza pedagógica. III -- Abreviaturas Estenografadas --, onde foram agrupadas as restantes 27 abreviaturas que já integram sinais estenográficos simples. Considerando algumas peculiaridades do Português usado no Brasil, a Comissão Brasileira do Braille acrescentou 15 abreviaturas ao trabalho original da Comissão de Braille, de Portugal. Após estes três capítulos, encontra-se um item denominado Observações Gerais e Normas de Aplicação, onde estão definidas algumas regras simples, ilustradas com exemplos, acompanhados de algumas orientações. O leitor dispõe ainda de quadros de consulta: Quadros Auxiliares da Escrita (apresentados em ordem alfabética), e Quadros Auxiliares da Leitura (apresentados em ordem braille). Esperamos que esses quadros o ajudem a resolver as dúvidas surgidas em ambas as situações. :::::::::::::::::::::::: <19>

PREÂMBULO Sistema Braille Grau 1 é a representação por extenso, isto é, aquela em que todos os sinais têm exatamente os mesmos valores atribuídos no Alfabeto Braille. Sistema Braille Grau 2 é a representação em que certos sinais braille adquirem determinados valores abreviativos, segundo critérios e normas estabelecidos. A *Estenografia Braille para a Língua Portuguesa* comporta duas grandes estruturas: a das *abreviaturas* e a da *estenografia* propriamente dita. As *abreviaturas* são *sinais representativos de palavras*, com vida autônoma, que podem, no entanto, ligar-se por hífen a outras palavras abreviadas.

A *estenografia* é o conjunto de *sinais representativos de grupos de letras* integrantes de palavras não abreviadas. :::::::::::::::::::::::: <21>

I -- Abreviaturas Abreviaturas são símbolos que, isoladamente ou em conjunto, representam palavras. As abreviaturas podem ser classificadas, em função da sua estrutura, do seguinte modo: 1. Abreviaturas por *representação inicial silábica* (que podem ainda ser agrupadas segundo o número de sinais que as constituem) -- quando são formadas pelas *letras iniciais das sílabas* da palavra que representam. 1.1. Abreviaturas por representação inicial silábica *total* -- quando *todas as sílabas* da palavra estão representadas.

1.1.1. *Sinais Simples* -- expressos por um só sinal: b bem c com d de f fim j já m me n não p por q que s se t te u um <22> 1.1.2. *Sinais Duplos* -- formados por dois sinais: ag algum cd cada cg cego cm como cp corpo cs caso dd desde dp depois fc fácil fm forma ft fato hj hoje hm homem it isto jm jamais jv jovem ld lado lg longo md modo mn menos mt muito nc nunca nd nada nm numa nn nenhum ns nosso nv novo <23> od ordem ot ontem pc pouco pl pelo pp papel pq porque pr para pt ponto qd quando qq qualquer qs quase qt quanto rz razão sp sempre tb também td todo tp tempo tt tanto tv talvez vc você vl valor vt visto 1.1.3. *Sinais Triplos* -- constituídos por três sinais: apn apenas drt durante <24> fm& formação gvn governo mnn menino mnr menor ojt objeto pqn pequeno ptg português ptt portanto rpt respeito scl século sgt seguinte sjt sujeito stm sistema vtg vantagem útm último 1.1.4. *Sinais Quádruplos* -- quando são formados por quatro sinais: dfrt diferente mvmt movimento ojtv objetivo psmt pensamento 1.2. Abreviaturas por representação inicial silábica *parcial* -- quando *nem todas as sílabas* da palavra estão representadas na abreviatura. <25> 1.2.1 *Sinais Duplos* -- formados por dois sinais: df difícil dj desejo dv diverso ec espécie ef efeito id idéia im imediato jz juízo nr número op opinião pç posição sg segundo st sobretudo vd verdade 1.2.2. *Sinais Triplos* -- constituídos por três sinais: dfd dificuldade dfr diferença evc evidência imm imediatamente mtr matéria ncd necessidade ncr necessário ntz natureza pbd possibilidade <26> qtd quantidade rld realidade

tdv todavia vdr verdadeiro 1.2.3. *Sinais Quádruplos* -- quando formados por quatro sinais: atvd atividade ncrm necessariamente obvç observação rlzç realização 2. Abreviaturas por *contração* -- aquelas que contêm geralmente a *primeira* e a *última* letra da palavra representada. 2.1. Abreviaturas por contração *apoiada* -- quando têm o apoio de letras intermediárias. Excetua-se eclm (especialmente) que é um derivado de ecl (especial): aqe aquele ecl especial eclm especialmente fdmtl fundamental mtrl material ntl natural Ptgl Portugal pvl possível stdo sentido <27> 2.2. Abreviaturas por contração *pura* -- quando apenas estão presentes a *primeira* e a *última* letra da palavra representada: aã amanhã be base ca coisa co campo cz capaz ee este fa fora lr lugar mr melhor oe onde pa palavra pe parte pm porém ql qual qm quem qr quer sa sua sr senhor to tudo va vida vz vez 2.3. Abreviaturas por contração *de emergência* -- quando se recorre à *penúltima* letra da palavra por impossibilidade de utilizar a última: aé além aá aliás <28> 3. Abreviaturas por *suspensão* -- quando formadas pela *primeira* e *segunda* letras da *primeira sílaba* da palavra: ap apesar Br Brasil fo força

4. Abreviaturas por *convenção relativa* -- são *sinais simples representativos de palavras* nas quais não ocupam posição inicial: g agora l ele r maior :::::::::::::::::::::::: <29>

II -- Estenografia A *estenografia* é o conjunto de *sinais representativos de grupos de letras* integrantes de palavras não abreviadas. Estes sinais apresentam-se em dois grupos bem distintos: 1. *Sinais Simples* -- ocupam só uma cela braille e representam *grupos de letras de uma mesma sílaba*. Excetua-se o sinal w que, representando o grupo de letras ante, abrange duas sílabas. Conforme a sua representação, denominam-se: 1.1. *Consonânticos* -- quando representam *duas consoantes*. Só se usam antes de vogal ou de sinal estenográfico representativo de grupo de letras iniciado por vogal.

As tabelas a seguir apresentam os seguintes itens: sinais, grupo de letras e exemplos de aplicação: a) Usados no princípio e no meio da palavra é; br ;aço braço le;e lebre â fr âuta fruta coâe cofre ï gr ïilo grilo maïo magro à pl àaca placa duào duplo é! pr !eço preço so!o sopro é} tr }uta truta me}o metro b) Usados apenas no meio da palavra h lh miho milho huha hulha é= nh le=a lenha pu=o punho <30>

1.2. *Vocálicos* -- quando representam *duas vogais*. a) Usado em qualquer parte da palavra ü ou üriço ouriço lüça louça puxü puxou b) Usados no meio e no fim da palavra # ão c#zito cãozito bal# balão é~ eu n~ra neura jud~ judeu 1.3. *Mistos* -- quando representam grupos de letras que integram *vogais* e *consoantes*. Conforme as letras que representam, dizem-se:

¨ 1.3.1. De *natureza consonântica* -- se o grupo de letras representado principia por *consoante*. a) Usados no princípio e no meio da palavra q qu qieto quieto oblíqo oblíquo é: con :tato contato a:tece acontece b) Usado apenas no princípio da palavra é' re 'ta reta 'ino reino <31>

¨ 1.3.2. De *natureza vocálica* -- se o grupo de letras representado começa por *vogal*. a) Usados em qualquer parte da palavra î as îno asno pîta pasta meiî meias û es ûse esse oûte oeste vozû vozes è is èca isca dèco disco azuè azuis y os ycila oscila myca mosca fiy fios k al kvo alvo pkmo palmo anuk anual

éÿ em ÿpate empate tÿpero tempero metÿ metem õ im õpede impede lõpo limpo latõ latim b) Usados no princípio e no meio da palavra é, an ,jo anjo c,to canto é? en ?sejo ensejo v?to vento ã am ãparo amparo sãba samba x ex xcelso excelso txto texto c) Usado no princípio e no fim da palavra w ante wna antena gigw gigante <32>

¨ d) Usados no meio e no fim da palavra é^ ar b^ra barra lu^ luar é{ ir v{tude virtude ru{ ruir é$ or p$ta porta su$ suor e) Usado apenas no meio da palavra é" er v"de verde b"ro berro 2. *Sinais Compostos* -- ocupam duas celas braille e representam *grupos de letras* distribuídas por *mais de uma sílaba*. Estes sinais correspondem a terminações muito freqüentes e são constituídos pela *letra inicial* do grupo que representam, precedida de um *elemento caracterizador* que é sempre da 7ª série. O sinal é^ 4 indica o gênero *masculino*; o sinal é~ 5 indica o gênero *feminino*; os sinais é{ 46 e é$ 56 indicam, respectivamente, as terminações em -dade e em -mente. Conforme a letra que indica o grupo representado, denominam-se: 2.1. De *raiz consonântica* -- quando a primeira letra do grupo é uma *consoante*. As tabelas a seguir apresentam os seguintes itens: sinais, grupo de letras e exemplos de aplicação: ^f fico bené^f benéfico magní^f magnífico ~f fica pací~f pacífica Ben~f Benfica <33> ^g gico má^g mágico enér^g enérgico ~g gica ló~g lógica Bél~g Bélgica ^n nico mecâ^n mecânico téc^n técnico ~n nica tô~n tônica ét~n étnica ^r rico lí^r lírico bur^r burrico ~r rica teó~r teórica b^~r barrica ^t tico poé^t poético cáus^t cáustico ~t tica polí~t política é~t ética ^l logo catá^l catálogo diá^l diálogo ~l loga bió~l bióloga aná~l análoga ^m mento mo^m momento f"^m fermento ~m menta pi~m pimenta t$~m tormenta $m mente se$m semente fiel$m fielmente {d dade ci{d cidade facul{d faculdade <34>

¨ 2.2. De *raiz vocálica* -- quando o grupo começa por uma vogal: ^á ário oper^á operário avi^á aviário aq^á aquário ~á ária bin~á binária pecu~á pecuária aï~á agrária ^é ério min^é minério cemit^é cemitério s^é sério ~é éria mis~é miséria Pulq~é Pulquéria pih~é pilhéria ^ó ório fin^ó finório orat^ó oratório vel^ó velório ~ó ória not~ó notória vit~ó vitória divis~ó divisória ^â âncio Ven^â Venâncio Am^â Amâncio ~â ância eleg~â elegância âaï~â fragrância

^ê êncio sil^ê silêncio Juv^ê Juvêncio ~ê ência ag~ê agência ci~ê ciência dem~ê demência <35> ^e eiro pad^e padeiro faq^e faqueiro pi=^e pinheiro ~e eira man~e maneira po~e poeira fogu~e fogueira :::::::::::::::::::::::: <36>

III -- Abreviaturas Estenografadas 1. *Abreviaturas estenografadas* -- são *sinais representativos de palavras* em cuja composição entra, pelo menos, *um sinal estenográfico simples*. Como *abreviaturas* que são, inserem-se nos conceitos classificativos já expressos para as abreviaturas em geral, pelo que nos limitamos a referir as suas designações. 1.1. Abreviaturas por representação inicial silábica *total*: 1.1.1. *Sinais Duplos*: fh filho mh mulher sà simples ïp grupo ;l braille

1.1.2. *Sinais Triplos*: a}v através ?qt enquanto !d& produção !jt projeto 'lç relação <37> 1.2. Abreviaturas por representação inicial silábica *parcial*: 1.2.1. *Sinais Duplos*: c" certo eà exemplo :d condição ÿb embora !c princípio !d produto !r primeiro }h trabalho

1.2.2. *Sinais Triplos*: c"m certamente c"z certeza xpc experiência !!d propriedade 2. *Abreviaturas por Contração* 2.1. Abreviaturas por *Contração Apoiada*: !cl principal !!o próprio 2.2. Abreviaturas por *Contração Pura*: he lhe üo outro ?e entre :::::::::::::::::::::::: <38>

OBSERVAÇÕES GERAIS E NORMAS DE APLICAÇÃO 1. A prática da estenografia pressupõe o pleno domínio do Sistema Braille Grau 1 e da ortografia da língua em que ela se aplica. 2. O uso da estenografia é muito vantajoso, sobretudo pela economia de espaço e de tempo na escrita e na leitura. O seu uso não é obrigatório, sendo mesmo vedado quando a grafia das palavras que se deseja transcrever não é igual à daquelas que figuram nos quadros. Devem também ser evitadas situações que provoquem confusão ou hesitação na leitura, já que a rapidez e fluência desta devem, em muitos casos, sobrepor-se à economia de espaço. Além disso, para a transcrição em estenografia deve ainda considerar-se, não só a natureza dos textos, como também o grau de desenvolvimento intelectual ou cultural (e mesmo tátil) daqueles a quem se destinam. 3. Os sinais representativos de palavras -- abreviaturas --, bem como os sinais representativos de grupos de letras -- sinais estenográficos (simples e compostos) --, só devem ser usados de acordo com as situações indicadas nos respectivos quadros gerais constantes desta edição. 4. Os sinais inferiores só podem ser empregados em conjuntos em que haja, pelo menos, um sinal superior. Assim: ;eu e não ;~ ?con- }^ e não ?:- }^ 'en- :}o e não '?- :}o 5. Em geral, os sinais representativos de palavras formam o

seu feminino acrescentando-se *a*. Exemplos: <39> Singular Masc. Fem. ag aga cg cga nn nna sg sga ptg ptga São exceções a esta regra as poucas abreviaturas que terminam em *o* ou *e*, quando uma destas letras é também a última letra da palavra que foi abreviada. Neste caso, *o* e *e* são substituídos por *a*. Exemplos: Singular Masc. Fem. ee ea üo üa !!o !!a 6. O plural dos grupos representativos de palavras forma-se, em geral, com o acréscimo de *s*. Exemplos: Singular Plural ag ags cg cgs cs css dj djs fo fos nn nns p& p&s ptg ptgs scl scls sg sgs <40> São exceções a esta regra geral as abreviaturas terminadas em *a, e, o*, quando estas letras são finais de palavras. Nestes casos, as letras *a, e, o* são substituídas, respectivamente, pelos plurais *î, û, y*. Excetuam-se ainda as abreviaturas terminadas em *l* final de palavra, cuja letra é

substituída pelo sinal *è*. Exemplos: Singular Plural aga agî cga cgî csa csî ea eî nna nnî pa pî ptga ptgî sga sgî üa üî !!a !!î be bû ee eû co cy üo üy !!o !!y fdmtl fdmtè pvl pvè

7. O sinal estenográfico é' (re) não se emprega depois de hífen. Assim: semi-reta e não semi-'ta <41> 8. O grupo de letras *ex*, quando precedido de vogal ou usado como partícula autônoma, não deve ser estenografado. Assim: !eexcelso e não !excelso 'exp$ e não 'xp$ ex-sócio e não x-sócio 9. Quando grupos de três letras de uma mesma sílaba podem ser estenografados de duas maneiras, em geral, estenografa-se o grupo formado pela segunda e terceira letras. Assim: r?te rûma r~matèmo

Excetuam-se abreviaturas como s#s e órg#s 10. Um sinal braille não pode repetir-se imediatamente quando assume significados diferentes. Assim: Afrânio e não Aâânio 11. Os sinais compostos empregam-se principalmente no fim das palavras, mas podem ser seguidos de *s*, de hífen ou de outro sinal composto, bem como ser usados como palavras autônomas. Exemplos: arm^á ci~ê bo~ts pari{ds dû$m-o <42> ~fs-m lo~g$m ^r ~r$m 12. Os sinais compostos de raiz consonântica (grupo de letras abreviadas iniciado por uma consoante) sempre iniciam uma sílaba. Por esta razão, a vogal, consoante ou sinal estenográfico que os antecede pertencem sempre à sílaba anterior. Exemplos: filosó^f autên^t t$~m má~g téc^n irm,{d fá;ica e não fáb~r {áâica e não {áf~r cí}ico e não cít^r Os sinais compostos de raiz vocálica (grupo de letras abreviadas iniciado por uma vogal) podem ser precedidos de consoante ou sinal estenográfico simples conso-

nântico que iniciam a sílaba, como também de vogal. Exemplos: urg~ê anu^á o;^e <43> 13. Em caso de translineação, deve ser evitado, no princípio da linha, o emprego de sinais estenográficos que não têm valor no início de palavra. Assim: so"- guer e não so- "guer mo- ci{d e não moci- {d !io- ri{d e não !iori- {d 14. Sempre que em um texto estenografado ocorra uma palavra com sinais aos quais se queira devolver o seu significado gráfico original, a palavra deve ser precedida dos pontos 56 e não conter qualquer sinal estenográfico. Esta norma é aplicável quando a palavra contém letras que poderiam

ser interpretadas como sinais estenográficos. Exemplos: Ela fez o $b' (Ela fez a letra b.) $byroniano $wagnerismo $b $c $d *são três consoantes*. 15. Não devem ser estenografados os nomes próprios pertencentes a idiomas estrangeiros. Exemplos: Fran&ois Los Angeles Watertown Mahatma 16. Na escrita por extenso são usadas abreviaturas formadas com o auxílio do ponto abreviativo (ponto 3), da mesma forma que ocorre na escrita em tinta. Como essas abreviaturas podem coexistir com a aplicação da estenografia

braille, apresentamos a seguir uma lista das mais adotadas: <44> a.C. antes de Cristo al' alameda apto' apartamento art' artigo av' avenida cia' companhia d.C. depois de Cristo dr' doutor etc. *et cetera* ex' exemplo Exmo. Excelentíssimo Exa. Excelência Ltda. Limitada n.b. note bem n.o número obs' observação op' *opus* p' página p's' *post scriptum* par' parágrafo pça. praça prof' professor profa' professora rev' revista sr' senhor tel' telefone trav' travessa V. Exa. Vossa Excelência V. Sa. Vossa Senhoria vol' volume <45> 17. As palavras podem ser abreviadas independentemente da sua classe gramatical. Exemplos: b abrevia bem (substantivo) e abrevia bem (advérbio) cm abrevia como (verbo) e abrevia como (conjunção) :::::::::::::::::::::::: <46>

QUADROS AUXILIARES DA ESCRITA (ORDEM ALFABÉTICA) I -- Abreviaturas agora g além aé algum ag aliás aá amanhã aã ante w apenas apn apesar ap aquele aqe ária ~á as î atividade atvd através a}v base be bem b braille ;l Brasil Br

cada cd campo co capaz cz <47> caso cs cego cg certamente c"m certeza c"z certo c" coisa ca com c como cm condição :d corpo cp de d depois dp desde dd desejo dj diferença dfr diferente dfrt difícil df dificuldade dfd diverso dv durante drt efeito ef eira ~e ele l embora ÿb enquanto ?qt <48> entre ?e especial ecl especialmente eclm espécie ec este ee evidência evc exemplo eà experiência xpc fácil fc fato ft fica ~f fico ^f filho fh fim f fora fa força fo forma fm formação fmç fundamental fdmtl governo gvn grupo ïp

hoje hj homem hm <49> idéia id imediatamente imm imediato im isto it já j jamais jm jovem jv juízo jz lado ld lhe he logo ^l longo lg lugar lr maior r matéria mtr material mtrl me m melhor mr menino mnn menor mnr menos mn menta ~m mente $m mento ^m <50> modo md movimento mvmt muito mt mulher mh nada nd não n natural ntl natureza ntz necessariamente ncrm necessário ncr necessidade ncd nenhum nn nica ~n nico ^n nosso ns novo nv numa nm número nr nunca nc objetivo ojtv objeto ojt observação obvç onde oe ontem ot opinião op <51> ordem od os y ou ü outro üo palavra pa papel pp para pr parte pe pelo pl pensamento psmt pequeno pqn ponto pt por p porém pm porque pq portanto ptt Portugal Ptgl português ptg posição p& possibilidade pbd possível pvl pouco pc primeiro !r principal !cl princípio !c produção !d& <52> produto !d projeto !jt propriedade !!d próprio !!o qual ql qualquer qq quando qd quantidade qtd quanto qt quase qs que q quem qm quer qr razão rz realidade rld realização rlz& relação 'lç respeito rpt rica ~r ricamente ~r$m rico ^r se s século scl <53> seguinte sgt segundo sg sempre sp senhor sr sentido stdo simples sà sistema stm sobretudo st sua sa sujeito sjt talvez tv também tb tanto tt te t tempo tp todavia tdv todo td trabalho }h tudo to último útm um u

valor vl vantagem vtg verdade vd <54> verdadeiro vdr vez vz vida va visto vt você vc :::::::::::::::::::::::: <55>

II -- Estenografia 1. *Sinais Simples* A tabela a seguir apresenta os seguintes itens: grupos de letras, sinais, posição em que o sinal pode ser adotado. O último item obedece à seguinte legenda: p. princípio m. meio f. fim a.c. antes de consoante a.v. antes de vogal a.c.v. antes de consoante e vogal al k p.m., a.c.; f. am ã p.m., a.c. an é, p.m., a.c. ante w p., a.c.v.; f. ão # m., a.c.; f. ar é^ m., a.c.; f. as î p.m., a.c.; f. br é; p.m., a.v. con é: p.m., a.c. em éÿ p.m., a.c.; f. en é? p.m., a.c. er é" m., a.c. es û p.m., a.c.; f. eu é~ m., a.c.; f. ex x p.m., a.c. <56> fr â p.m., a.v. gr ï p.m., a.v. im õ p.m., a.c.; f. ir é{ m., a.c.; f. is è p.m., a.c.; f. lh h m., a.v. nh é= m., a.v. or é$ m., a.c.; f. os y p.m., a.c.; f. ou ü p.m., a.c.; f. pl à p.m., a.v. pr é! p.m., a.v. qu q p.m., a.v. re é' p., a.c.v. tr é} p.m., a.v.

2. *Sinais Compostos* Grupo de Sinais letras ::::::::: ::::::: ância ::::: ~â âncio ::::: ^â ária :::::: ~á ário :::::: ^á dade :::::: {d eira :::::: ~e eiro :::::: ^e ência ::::: ~ê <57> êncio ::::: ^ê éria :::::: ~é ério :::::: ^é fica :::::: ~f fico :::::: ^f gica :::::: ~g gico :::::: ^g loga :::::: ~l logo :::::: ^l menta ::::: ~m mente ::::: $m mento ::::: ^m nica :::::: ~n nico :::::: ^n ória :::::: ~ó Grupo de Sinais letras ::::::::: ::::::: ório :::::: ^ó rica :::::: ~r rico :::::: ^r tica :::::: ~t tico :::::: ^t :::::::::::::::::::::::: <58>

QUADROS AUXILIARES DA LEITURA (ORDEM BRAILLE) I -- Abreviaturas ag algum ap apesar apn apenas aqe aquele atvd atividade aé além aá aliás aã amanhã a}v através b bem be base Br Brasil c com ca coisa cd cada cg cego cm como co campo cp corpo cs caso cz capaz c" certo c"m certamente c"z certeza <59> d de dd desde df difícil dfd dificuldade dfr diferença dfrt diferente dj desejo dp depois drt durante dv diverso ec espécie ecl especial eclm especialmente ee este ef efeito evc evidência eà exemplo

f fim fa fora fc fácil fdmtl fundamental fh filho fm forma fm& formação fo força ft fato g agora gvn governo <60> he lhe hj hoje hm homem id idéia im imediato imm imediatamente it isto j já jm jamais jv jovem jz juízo

l ele ld lado lg longo lr lugar m me md modo mh mulher mn menos mnn menino mnr menor mr melhor mt muito mtr matéria mtrl material mvmt movimento <61> n não nc nunca ncd necessidade ncr necessário ncrm necessariamente nd nada nm numa nn nenhum nr número ns nosso ntl natural ntz natureza nv novo obv& observação od ordem oe onde ojt objeto ojtv objetivo op opinião ot ontem p por pa palavra pbd possibilidade pc pouco pe parte pl pelo pm porém pp papel pq porque <62> pqn pequeno pr para psmt pensamento pt ponto ptg português Ptgl Portugal ptt portanto pvl possível pç posição q que qd quando ql qual qm quem qq qualquer qr quer qs quase qt quanto qtd quantidade r maior rld realidade rlz& realização rpt respeito rz razão s se sa sua scl século sg segundo sgt seguinte <63> sjt sujeito sp sempre sr senhor st sobretudo stdo sentido stm sistema sà simples t te tb também td todo tdv todavia to tudo tp tempo tt tanto tv talvez u um va vida vc você vd verdade vdr verdadeiro vl valor vt visto vtg vantagem vz vez xpc experiência y os <64> útm último î as ïp grupo ü ou üo outro w ante ;l braille :d condição ÿb embora ?e entre ?qt enquanto !c princípio !cl principal !d produto !d& produção !jt projeto !r primeiro !!d propriedade !!o próprio <65> }h trabalho 'l& relação ^f fico ^l logo ^m mento ^n nico ^r rico ~e eira ~f fica ~m menta ~n nica ~r rica ~r$m ricamente ~á ária $m mente :::::::::::::::::::::::: <66>

II -- Estenografia 1. *Sinais Simples* A tabela a seguir apresenta os seguintes itens: sinais, grupos de letras, posição em que o sinal pode ser adotado. O último item obedece à seguinte legenda: p. princípio m. meio f. fim a.c. antes de consoante a.v. antes de vogal a.c.v. antes de consoante e de vogal h lh m., a.v. k al p.m., a.c.; f. q qu p.m., a.v. x ex p.m., a.c. y os p.m., a.c.; f. è is p.m., a.c.; f. â fr p.m., a.v. î as p.m., a.c.; f. û es p.m., a.c.; f. à pl p.m., a.v. ï gr p.m., a.v. ü ou p.m., a.c.; f. õ im p.m., a.c.; f. w ante p., a.c.v.; f. é, an p.m., a.c. é; br p.m., a.v. <67> é: con p.m., a.c. éÿ em p.m., a.c.; f. é? en p.m., a.c. é! pr p.m., a.v. é= nh m., a.v. é" er m., a.c. é} tr p.m., a.v. é' re p., a.c.v. ã am p.m., a.c. # ão m., a.c.; f. é^ ar m., a.c.; f. é~ eu m., a.c.; f. é{ ir m., a.c.; f. é$ or m., a.c.; f.

2. *Sinais Compostos* Sinais Grupo de letras ::::::: :::::::::::::::: {d ::::: dade ^e ::::: eiro ~e ::::: eira ^f ::::: fico ~f ::::: fica ^g ::::: gico ~g ::::: gica ^l ::::: logo ~l ::::: loga ^m ::::: mento ~m ::::: menta <68> $m ::::: mente ^n ::::: nico ~n ::::: nica ^r ::::: rico ~r ::::: rica ^t ::::: tico ~t ::::: tica ^é ::::: ério ~é ::::: éria ^á ::::: ário ~á ::::: ária Sinais Grupo de letras ::::::: :::::::::::::::: ^â ::::: âncio ~â ::::: ância ^ê ::::: êncio ~ê ::::: ência ^ó ::::: ório ~ó ::::: ória õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo <69>

BIBLIOGRAFIA ALBUQUERQUE E CASTRO, José Ferreira de. *Prontuário Estenográfico*. Santa Casa de Misericórdia do Porto, Porto, 1937. CENTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL/MEC, FUNDAÇÃO PARA O LIVRO DO CEGO NO BRASIL, INSTITUTO DE CEGOS “PADRE CHICO”. *Estudo para Simplificação do Sistema Braille Grau 2 da Língua Portuguesa*. Fundação para o Livro do Cego no Brasil, São Paulo, 1979. CERQUEIRA, Jonir Bechara. *Abrevie Corretamente*. Instituto Benjamin Constant, Rio de Janeiro, 1989.

COMISSÃO BRASILEIRA DO BRAILLE. *Grafia Braille para a Língua Portuguesa*. Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial, Brasília, 2002. COMISSÃO DE BRAILLE. *Estenografia Braille da Língua Portuguesa*. Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal/Secretariado Nacional de Reabilitação, Lisboa, 1993. COMISSÃO PARA ESTUDO E ATUALIZAÇÃO DO SISTEMA BRAILLE EM USO NO BRASIL. *Relatório de Trabalho*. Fundação Dorina Nowill para Cegos, São Paulo, 1994. MACKENZIE, Sir Clutha. *La Escritura Braille en el Mundo*. UNESCO, Paris, 1953. õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra

Transcritor: Thiago Ribeiro Duarte Revisores: Carla Gomes da Rocha e Michael Ramos de Carvalho